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Treinadores
DARLAN PERONDI
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Quem é o treinador?
Em qualquer modalidade em que seja relacionado, o treinador esportivo é vin-
culado principalmente a orientação de treinamentos e a melhora do desempenho de
equipes, ou atletas quando em esportes individuais.
No entanto, relacionar o treinador somente a função de melhora do desempenho
de atletas e equipes é um pouco supérfluo, sabendo que esse profissional representa
muito além disso. O treinador possui muitas outras funções que estão relacionadas
ao desempenho da equipe ou de seus atletas, como o gerenciamento administrativo
do grupo, a identificação de talentos esportivos e o gerenciamento de carreira de
atletas (Green and Oakley 2001, Sáiz, Calvo et al. 2009, Voigt and Hohmann 2016).
Apesar disso, as complexas funções do treinador variam de acordo com o contexto
de treinamento que está inserido, como as características dos atletas e os objetivos
e metas coletivas e individuais.
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Contexto esportivo.
No contexto de treinamento esportivo, Lyle (2002) identifica três contextos dife-
rentes do esporte, sendo 1) Esporte Recreativo; 2) Esporte de Desenvolvimento e
3) Esporte de Elite. No entanto, apesar das três classificações, Lyle (2002) e o Inter-
national Council for Coaching Excellence (ICCE) e a Association of Summer Olympic
International Federations (ASOIF) (2013) sugerem apenas dois contextos de treina-
mento esportivo, baseados no nível competitivo e nos objetivos dos participantes,
sendo Treinamento de Participação e o Treinamento de Desempenho ou performance.
Treinamento
Esportivo
Treinamento de
Treinamento de
Desempenho
Participação
(Performance)
(Treinamento de Participação)
Treinamento de Participação
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Treinamento de Desempenho
Desenvolvimento de Treinadores
Através da importância do treinador no esporte, busca-se melhorar a qualidade da
formação e desenvolvimento de novos treinadores, assim fornecendo profissionais
de qualidade para o desenvolvimento do esporte.
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Treinador Expert
Apesar de ser encontradas várias características de treinadores experts na literatu-
ra, como 10 anos ininterruptos de treinamento de alto rendimento, reconhecimento
por outros treinadores e atletas, bons resultados e desenvolvimento de atletas, definir
o que é o treinador não é tão simples e é alvo de várias discussões na literatura.
Gilbert e Cotê (2006) apresentam uma discussão acerca da definição do treinador
expert em uma revisão da literatura. De acordo com esses autores, o treinador expert
não é somente o que apresenta experiência com treinamento e resultados positivos,
mas o que apresenta uma soma de três fatores, sendo
Em resumo, a definição do treinador expert deve integrar esses três fatores, onde
o treinador deve adaptar e utilizar seu conhecimento para a melhora do desempe-
nho da equipe, no comportamento e atitude dos atletas nos diferentes contextos de
treinamento.
Conhecimento
Resultado Treinador
de Atletas
Expert
Contexto
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Aprendizagem
Formal
Aprendizagem
Não-formal
Aprendizagem
Informal
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Desenvolvimento do
Treinador de Futebol no Brasil
Além dos meios de aprendizagem, características pessoais e influência de fa-
miliares e amigos, outros aspectos que podem influenciar o desenvolvimento dos
treinadores de futebol, como aspectos socioculturais. No caso do Brasil, o treinador
é considerado atividade profissional através da Lei 9.696/98 que regulamenta a ati-
vidade do Profissional de Educação Física e exige que o mesmo possua diploma de
ensino superior em Educação Física e Registro no órgão regulamentador da profissão
(CREF/CONFEF). Porém, o treinador de futebol não se enquadra na lei citada, pois a
profissão de treinador de futebol já era regulamentada pela Lei 8.650/93, anterior a
Lei 9.696/98. Neste caso, o indivíduo que deseja ou já realiza o trabalho do treinador
de futebol não precisa, necessariamente, portar o diploma de ensino superior e o
registro no órgão regulamentador, basta apenas comprovar experiência com o fute-
bol. No entanto, no entendimento da Lei 8.650/93, o cargo de treinador de futebol
deve ser ocupado preferencialmente ao portador de diploma de ensino superior em
Educação Física.
Devido à complexidade de acesso aos treinadores de futebol da elite no Brasil, são
escassos os estudos que investigaram o desenvolvimento de treinadores de futebol
no Brasil. O estudo de Tozetto e colaboradores (2017) investigou como 8 treinadores
brasileiros de futebol, das categorias Sub10; Sub11; Sub12; Sub13; Sub14; Sub15;
Sub16 e Sub17 de um clube de elite brasileiro, aprendem e como percebem o conte-
údo de aprendizagem ao longo da vida.
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sendo esta considerada pelos treinadores um recurso essencial para ajudar a compre-
ender as necessidades e desafios do dia a dia da função (reflexão planejamento
ação).
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REFERÊNCIAS
Bloom, G. A., N. Durand-Bush, R. J. Schinke and J. H. Salmela (1998). “The impor-
tance of mentoring in the development of coaches and athletes.” International journal
of sport psychology 29: 267-281.
Camiré, M., P. Trudel and T. Forneris (2014). “Examining how model youth sport
coaches learn to facilitate positive youth development.” Physical Education and Sport
Pedagogy 19(1): 1-17.
Gilbert, W., J. Côté and C. Mallett (2006). “Developmental paths and activities of
successful sport coaches.” International Journal of Sports Science & Coaching 1(1):
69-76.
Green, M. and B. Oakley (2001). “Elite sport development systems and playing to win:
uniformity and diversity in international approaches.” Leisure Studies 20(4): 247-267.
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Nelson, L. J., C. J. Cushion and P. Potrac (2006). “Formal, nonformal and informal
coach learning: A holistic conceptualisation.” International Journal of Sports Science
& Coaching 1(3): 247-259.
Schempp, P. G., B. McCullick and I. S. Mason (2006). “The development of expert co-
aching.” The sports coach as educator: Re-conceptualizing sports coaching: 145-161.
Wiman, M., A. W. Salmoni and C. R. Hall (2010). “An Examination of the Definition
and Development of Expert Coaching.” International journal of coaching science 4(2).
Wright, T., P. Trudel and D. Culver (2007). “Learning how to coach: the different
learning situations reported by youth ice hockey coaches.” Physical education and
sport pedagogy 12(2): 127-144.
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Perfil do autor
Darlan Perondi
Natural de Xavantina - SC. Mestre em Ciências do Esporte pela
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional -
EEFFTO da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2018).
Membro do laboratório de Psicologia do Esporte (LAPES) e membro
do Laboratório de Estudos e Pesquisa em Esportes de Combate
(LEPEC). Possui graduação de Bacharelado em Educação Física pela
Universidade do Oeste de Santa Catarina (2015). Possui experiência na
área de Educação (ensino superior), Treinamento Esportivo na modalidade de Futsal,
Organização de Eventos Esportivos, Organização de Eventos Acadêmicos e Orientação
de Atividades Físicas. Desenvolve estudos na perspectiva da Psicologia do Esporte com
temas relacionados ao desenvolvimento de treinadores, também desenvolve estudos
relacionados ao treinamento esportivo.
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