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2015
CirKula / ENESEB
Todos os direitos reservados ao LAVIECS.
ISBN: 978-85-67442-51-8
Porto Alegre
2015
DADOS INSTITUCIONAIS DO EVENTO
Apoio
APRESENTAÇÃO ................................................................... 9
PROGRAMAÇÃO GERAL ........................................................11
PROGRAMAÇÃO DOS GRUPOS DE TRABALHO ...................... 13
LISTA GERAL DE TRABALHOS (GTS) ...................................... 17
RESUMOS DOS GTS ............................................................ 55
GT 1 O PIBID e a formação docente em Ciências Sociais: limites e possibi-
lidades ................................................................................ 57
GT 2 Metodologias e práticas de ensino de Ciências Sociais na Educação
Básica ................................................................................. 81
GT 3 Livros didáticos de Sociologia ............................................ 107
GT 4 Formação de professores de Ciências Sociais ........................ 121
GT 5 História do ensino de Sociologia no Brasil ........................... 143
GT 6 Escola, culturas juvenis e sociabilidade ............................... 155
GT 7 Ensino de Sociologia nas modalidades diferenciadas de ensino ... 177
GT 8 Política no ensino de Sociologia: desafio didático e formativo .... 193
GT 9 O ensino de Sociologia e a categoria trabalho ....................... 211
GT 10 Gênero e sexualidade - o que o ensino de Sociologia/Ciências Soci-
ais na Educação Básica tem a ver com isso? ................................... 225
GT 11 A dimensão ambiental no ensino da Sociologia e as experiências in-
terdisciplinares .................................................................... 255
OFICINAS PEDAGÓGICAS (LISTA GERAL) ............................... 261
PROPOSTAS DE OFICINAS PEDAGÓGICAS (RESUMOS) ............. 267
MOSTRA DE PAINÉIS (LISTA GERAL) ..................................... 299
RESUMOS DOS TRABALHOS EM PAINÉIS ............................... 315
Apresentação
Apresentação | 9
10 | Anais do IV ENESEB
PROGRAMAÇÃO GERAL
Programamação | Geral 11
12 | Anais do IV ENSEB
PROGRAMAÇÃO DOS GRUPOS DE TRABALHO
GT 1 – O PIBID e a formação docente em Ciências Sociais:
limites e possibilidades
Coordenadora: Rosângela Duarte Pimenta (Universidade Estadual Vale do
Acaraú-UVA)
Vice-coordenadora: Marili Peres Junqueira(Universidade Federal de
Uberlândia-UFU)
18/07/2015[SESSÃO A]
18/07/2015 [SESSÃO B]
14 | Anais do IV ENESEB
GT 9 – O ensino de Sociologia e a categoria Trabalho
Coordenadora: Nise Jinkings (UFSC)
Vice-coordenadora: Instituto Federal Catarinense - Campus Rio do Sul
(IFC)
18/07/2015 [SESSÃO ÚNICA]
18 | Anais do IV ENESEB
LETÍCIA BERNAL MARTINS
SUELI GUADELUPE DE LIMA MENDONÇA
Pibid/Marília: o foco na formação do professor-pesquisador
KATIUSCIA VARGAS
RAPHAEL GOUVEA ROMPINELLI
MARCOS PAULO DE CASTRO MELLO
PEDRO JEHLE GOUVEA
Clube de Sociologia: uma experiência para além da sala de aula
20 | Anais do IV ENESEB
GT 2 - Metodologias e Práticas de Ensino de Ciências Sociais
na Educação Básica
BIANCA GHIGGINO
FLÁVIA VIDAL MAGALHÃES
LUISA BARBOSA
Sociologia e interdisciplinaridade: a experiência recente da cidade de Arma-
ção dos Búzios
BIANCA RUSKOWSKI
JULIANA BEN BRIZOLA DA SILVA
Educação científica, pesquisa e interdisciplinaridade: desafios e
possibilidades na prática do ensino-aprendizagem de Sociologia na educação
básica
CRISTIANO P. CORRÊA
Experiências e práticas no Ensino Médio: construindo metodologias
PAULA C. S. MENEZES
CLARISSA TAGLIARI SANTOS
Cinema e Sociologia: critica e descolonização da imagem
SIMONE MEUCCI
CARLOS FAVORETTO
De onde vc vem? Os lugares e experiências dos alunos de Sociologia de
uma escola pública de Curitiba
22 | Anais do IV ENESEB
CARLA GEORGEA SILVA FERREIRA
Mídia e educação: refletindo com estudantes do Ensino Médio os sentidos
da tecnologia através da produção de vídeos
24 | Anais do IV ENESEB
GT3- Livros Didáticos de Sociologia
CÍCERO MUNIZ
O ensino de gênero nos livros didáticos de Sociologia: o caso do PNLD
2015
26 | Anais do IV ENESEB
GT 4- Formação de Professores de Ciências Sociais
NATHALIA MARTINS
CLÁUDIA CHUEIRE DE OLIVEIRA
DIRCE APARECIDA FOLETTO DE MORAES
Formação de professores e o exercício da docência: um olhar para o curso
de licenciatura em Ciências Sociais
28 | Anais do IV ENESEB
ROGERIO MENDES DE LIMA
Novos caminhos na formação continuada de professores de Ciências Sociais:
reflexões sobre o Programa de Residência Docente do Colégio Pedro II
MARIA TEIXEIRA
ABENIZIA AUXILIADORA BARROS
FRANCISCO XAVIER FREIRE RODRIGUES
Contribuições de Florestan Fernandes para a institucionalização do ensino
de Sociologia no Brasil
32 | Anais do IV ENESEB
GT 6 –Escola, culturas juvenis e sociabilidade
CAMILA PELEGRINI
ARI JOSÉ SARTORI
Relações de poder no espaço escolar e a influência no ensino-aprendizagem
34 | Anais do IV ENESEB
EDINÉIA TONATO
As redes sociais nos espaços escolares: mecanismos de socialização e
construção do “self ”
JAQUELINE RUSSCZYK
Especificidades da Sociologia no Ensino Médio Integrado
ADRIELY, P. JESUS
VANESSA F. OLIVEIRA
ANA PAULA R. VALE
A arte de ensinar: um estudo sobre o processo de educação não formal, no
Ponto de Cultura Buracão da Arte
38 | Anais do IV ENESEB
ELEUSA MARIA LEÃO
Produção de documentários como ferramenta metodológica para o ensino
de Sociologia
FERNANDA FEIJÓ
ALEX MOREIRA
ELIANE DA CONCEIÇÃO SILVA
O projeto Parlamento Jovem e a formação política de jovens cidadãos
JADE DE BARROS
Direito à informação como prerrogativa para o avanço na democratização
do acesso ao Ensino Superior no Brasil
42 | Anais do IV ENESEB
ANA PAULA BARBOSA
Trabalhando com o preconceito em uma sala de aula de segundo ano de
Administração /Ensino Integrado em uma escola pública no município de
Londrina
CAMILLA G. N. BORGES
JOSÉ FARIA PEREIRA
JAMES SÉRGIO NASCIMENTO
Uma análise dos movimentos sociais nos livros didáticos de Sociologia
VALCI MELO
O ensino de Sociologia face aos desafios históricos do Ensino Médio
brasileiro: a problemática relação entre educação e trabalho na sociedade de
classes
ROSANGELA DA SILVA
BRUNO VIDOTTI
Uma reflexão acerca da categoria trabalho a partir dos documentos que
norteam o ensino de Sociologia no Ensino Médio
46 | Anais do IV ENESEB
GT 10–Gênero e sexualidade - o que o ensino de Sociologia/
Ciências Sociais na Educação Básica tem a ver com isso?
PAULA LEONARDI
SANDRA UNBENHAUM
MARIA JOSÉ ROSADO NUNES
Gênero, feminismos e cidadania nos Cadernos do Professor de Sociologia
do Ensino Médio do Estado de São Paulo
48 | Anais do IV ENESEB
PATRICIA SCHONS
LEANDRA BATISTA DE AZEVEDO
TÂNIA WELTER
Ciências Sociais, gênero e sexualidade na Educação Básica
50 | Anais do IV ENESEB
KARINA ALMEIDA DE SOUSA
MARIA LEAL PINTO
MARCIA DE SOUSA
Mulheres: (re)construindo histórias”: o processo de construção e as
representações sobre as identidades de gênero na região norte do Tocantins
MARCIELE CORRÊA
PRISCILA CRISTINA SANTOS
EVERTON PEREIRA LEITE
Ambiente e sociedade: um debate a partir do contexto de Fordlândia-Pará-
Brasil
LEANDRO RAIZER
O ensino de Sociologia e a crise ecológica: um relato de experiência
Observação
Na edição dos textos dos resumos abaixo reproduzidos
foi mantida a redação original, conforme
o envio dos autores.
Coordenadora:
Rosângela Duarte Pimenta - Universidade Estadual Vale do Acaraú / UVA.
E-mail: rosangelapimenta@yahoo.com.br
Vice-coordenadora:
Marili Peres Junqueira - Universidade Federal de Uberlândia / UFU.
E-mail: marili.junqueira@gmail.com
58 | Anais do IV ENESEB
parceiras do nosso subprojeto: como se organizam, o que levam em consideração para
a organização das atividades, como elaboram os planos, como relacionam teoria e
prática na escola básica e finalizar a análise com a culminância desse processo, que é
a intervenção em sala de aula e sua avaliação. As intervenções sempre são momentos
de tensão entre os/as bolsistas. Em alguns momentos chegam a gerar conflitos nos
grupos, demonstrando que há entre alguns deles relações de hierarquia e também
de apropriação da “boa vontade” dos que se destacam pelos que não “estão a fim de
levar a coisa a sério”. Isso denota um campo misto de preocupação com a execução
das atividades com a qualidade do trabalho e também do quantitativo de produtos a
serem apresentados à CAPES nos relatórios semestrais e anuais. Seria essa preocupação
a “encarnação” da lógica da competitividade, que de certa forma é travestida de
melhoria na formação das Licenciaturas? O que leva um/uma bolsista a se destacar
e em muitos casos, assumir papel de liderança num grupo?O que eles pensam do
que fazem, parafraseando Clifford Geertz? A percepção inicial é a de que temos de
pronto quem serão os melhores e os piores professores na Educação Básica com as
performances que se nos apresentam. No entanto aproveito para refletir para além
desse polo classificatório, que nivela profissionais e busco compreender como eles e
elas (bolsistas) entendem esse processo e até que ponto encampam a ideia-propósito da
formação com as suas próprias performances.
60 | Anais do IV ENESEB
autoestima e do autoconhecimento, a formação do aluno-empreendedor e a construção
do aluno-cidadão são indispensáveis.As práticas pedagógicas iniciaram com a discussão
de uma “transição” da sociedade tradicional para uma sociedade moderna.Vimos
como a sociedade começou a pensar no progresso o que desencadeou no surgimento
das indústrias, das máquinas, da produção,do consumo e das consequências desse
crescimento desenfreado, o capitalismo é a força motriz. A saída de campo integrou
a realidade ao conhecimento teórico.Nosso propósito foi despertar uma consciência
ambiental,em síntese“Para compreender as modificações de muitos ambientes
pessoais,temos a necessidade de olharmos além deles.” (MILLS,1975).Considerando
a experiência em sala de aula, proporcionada pelo programa PIBID, pudemos
conhecer os limites e as possibilidades da prática pedagógica do ensino de Sociologia
no ensino Médio, em nosso caso constatamos a partir do desenvolvimento do tema
Reciclagem,assim, pela nossa experiência incipiente. Conclui-se que o professor deve
buscar ferramentas diversas, métodos que sejam possíveis esclarecer teorias afim de
que o aluno possa ter uma consciência crítica do meio em que vive, podendo intervir
na sua realidade,ou seja,ser sujeito de seu próprio destino.
62 | Anais do IV ENESEB
Os saberes vernaculares ganham espaço/notoriedade. Por isso as danças, como o fan-
dango caiçara, usos dos recursos naturais, praticas de pesca, construção de instrumen-
tos como a rabeca (instrumento musical), embarcações, comidas típicas, produção de
alimentos, entre outros, são trazidos para a escola, ou melhor, servem para “inserimos”
a escola de fato na comunidade. É uma proposta desafiadora, já iniciada por nós, e que
encontra eco em varias partes da América Latina, visto que evidencia um movimento
de (re)construção de currículos escolares/universitários que buscam dar um sentido a
educação, qual seja, trata-la enquanto bem comum a serviço de todos.
Esse trabalho se propõe a analisar quais são os caminhos enveredados pelos bolsistas
do PIBID durante a execução dos projetos do programa e quais os impactos que essa
experiência tem em suas formações não apenas como estudantes de Licenciatura, mas
também como futuros docentes e pesquisadores em potencial. A proposta é PIBID
como o programa trouxe diversas inquietações e questionamentos que permitiram um
maior aproveitamento do curso de graduação e da formação profissional do graduando
64 | Anais do IV ENESEB
como docente e quais as possibilidades que ele pode alcançar como pesquisador. Desse
modo, o objetivo desse trabalho é pensar como foi o processo de construção de saberes
e práticas acadêmicas a partir da experiência do PIBID, apresentando quais os desa-
fios enfrentados pelos bolsistas durante a execução dos projetos e quais os frutos essa
vivência também proporcionou. O PIBID é um programa pensado para incentivar os
alunos da Licenciatura a se manterem na área da educação e formar novos quadros de
educadores e pesquisadores da área, entretanto não é possível afirmar categoricamente
como essa vivência se dá pela perspectiva dos estudantes, quais são os impactos na vida
acadêmica e profissional do mesmoe os desafios que a carreira docente traz consigo.
Assim a proposta é pensar através dos relatórios oficiais da CAPES e pela perspectiva
dos bolsistas quais são os questionamentos trazidos durante o projeto e como influencia
diretamente a formação do bolsista e como as práticas do PIBID possibilitaram isso. O
diferencial dessa análise é o fato de que os relatórios oficiais da CAPES não incluem
quais são as perspectivas dos bolsistas enquanto agentes participativos e quais os traje-
tos percorridos por eles até se tornarem parte das estatísticas como objetivo final do
programa. Esse quadro torna mais do que necessário o conhecimento acerca de como
essas influências foi impactante nas trajetórias dos estudantes que foram bolsistas do
PIBID e como os mesmos seguiram - ou não - a proposta que a CAPES pensou após a
implementação dessa política no ensino superior. A principal problemática a ser tratada
nesse trabalho é trazer a tona literalmente os “Limites e possibilidades” que o programa
proporciona para o bolsista, apresentando além dos índices oficiais de desenvolvimento
escolar as questões internas a execução do projeto como política pública voltada para
fomentar a educação básica.
Quando um indivíduo participa de seleção para uma função, cargo ou mesmo em-
prego, sempre existem etapas no processo seletivo. A entrevista pode ser uma etapa que
varia de fácil até difícil ou mesmo complicado se houver perguntas ligadas a si próprio.
Partindo do fato de que as pessoas, em muitos casos, não são capazes de reconhecer
valores e qualidades em si mesmas. Este trabalho tem como objetivo analisar de modo
reflexivo as questões ligadas às habilidades e/ou talentos individuais, reconhecidos ou
não, pelos bolsistas do PIBID de Sociologia da UFC, durante a seleção de bolsista, no
período que compreende os semestres de 2014.1, 2014.2 e 2015.1, quando ocorreu
seleção para este PIBID. As propostas de ações para o Subprojeto de Sociologia apre-
sentada a Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
(conforme o item 4.4 do Edital nº 61/2013), as quais norteiam as atividades desen-
volvidas neste PIBID para o projeto atual, requerem do bolsista competências para
execução das atividades. Neste caso, os talentos individuais podem ser considerados
um diferencial. A partir da categoria de habitus e também capital simbólico (BOUR-
DIEU, 2005 & 2007), demonstraremos o que o PIBID de Sociologia anseia do bolsista,
66 | Anais do IV ENESEB
tuição de uma identidade profissional docente?O principal objetivo da pesquisa con-
siste em analisar o processo de formação profissional oferecido pelo PIBID Sociologia
UFPB para a constituição de uma identidade docente. A fim de identificar as concep-
ções sobre identidade profissional docente nos documentos oficiais do Programa PIBID
e dos elaborados pelo PIBID Sociologia UFPB, bem como analisar as concepções de
ensino de Sociologia e da docência; e o processo de socialização profissional dos sujeitos
participantes da pesquisa. O PIBID de Sociologia poderá então contribuir para o apro-
fundamento dos conhecimentos teóricos sobre o próprio conteúdo das Ciências Soci-
ais, e nos conhecimentos práticos que envolvem a prática pedagógica necessárias para
futura atuação docente no ensino médio. Como se trata de um momento diferenciado
na formação que o PIBID proporciona, podem assim, os bolsistas participantes, terem
a oportunidade de antecipar e vivenciar as práticas que compõem o arcabouço de con-
hecimentos utilizados na profissão docente.A teoria escolhida parte da perspectiva do
interacionismo simbólico e como categoria analítica a interação social entre os sujeitos
que compartilham processos mediados simbolicamente.Os conceitos de socialização
profissional apresentada por Hughes e Dubar, identidade em Strauss, formação profis-
sional em Tardif e trajetória social por Dubar com base na teorização da Sociologia das
Profissões e sobre a formação docente com foco na formação inicial. Para a coleta de
dados foi escolhida a observação participante, de cunho etnográfico, com a composição
de diário de campo e videografia das reuniões do grupo, com realização de entrevistas
com os coordenadores e supervisores do grupo; e da aplicação de questionários no
início e no fim do semestre com os bolsistas. Para a análise dos dados foram escolhidas a
análise de conteúdo e da análise conversacional. A pesquisa encontra-se em andamento.
68 | Anais do IV ENESEB
socialização dos bolsistas. Percebeu-se que em nenhuma das três categorias o Programa
é abordado enfatizando as sociabilidades construídas ao longo da trajetória dos pibidi-
anos. Ao contrário, constatou-se a sobreposição muito simétrica entre os resumos e os
objetivos postos no discurso oficial do Projeto. Logo, é necessário compreender de que
forma o PIBID se torna uma experiência social no sentido concebido pelo sociólogo
François Dubet. Afinal, é a partir do momento em que o bolsista tem um panorama de
seu percurso e de como este último foi significado por laços, contatos sociais e práticas
de compartilhamento que podemos vislumbrar uma maior consciência da profissão
docente e de que modo ela é influenciada pelo Programa.
70 | Anais do IV ENESEB
A atividade de análise crítica das charges nos possibilitou observar claramente a (ZDR)
Zona de Desenvolvimento Real e Proximal dos alunos. Além disso, essa atividade nos
proporcionou apropriarmo-nos, como alunos de graduação no processo de iniciação
à docência, do papel de mediação, auxiliando os alunos na construção do pensamento
mais elaborado, que posteriormente pôde ser objetivado nos diferentes materiais pro-
duzidos. A atividade de análise crítica expõe a apropriação de conceitos sociológicos e
a construção do pensamento abstrato dos alunos cuja atividade foi desenvolvida, bem
como a desnaturalização da realidade social em que vivem. Para nós, bolsistas do PIBID,
a atividade proporcionou uma oportunidade de apropriação do papel de mediador, a
fim de potencializarmos as Funções Psíquicas Superiores dos nossos alunos.
72 | Anais do IV ENESEB
processo educacional fragilizado, a escassez no atendimento a saúde e ainda a desarticu-
lação da sociedade civil, muitas vezes fruto das ações do próprio Estado, contribuem
para o desenho de um quadro de desconhecimento e desrespeito aos direitos humanos
e a cidadania. No plano formal os Direitos Humanos estão previstos, contudo, não se
efetivam plenamente, sendo necessário a articulação da sociedade civil para reivindicar
a garantia do que já está estabelecido na Constituição e nas Declarações Nacionais e
Internacionais. Nesse sentido, buscamos refletir sobre as possibilidades de implemen-
tação do PIBID no campo das Ciências Sociais, a partir de seu objetivo central de fo-
mento a iniciação à docência por meio da contribuição para melhoria da qualidade de
ensino dos/as licenciandos/as, a partir da vivência de todas as atividades relacionadas
ao ensino, e ainda para a melhoria das escolas públicas brasileiras, por meio do apoio
teórico-metodológico.
Este trabalho busca refletir sobre o uso das chamadas TIC’s como ferramenta ped-
agógica para tornar as aulas de Sociologia, no Ensino Médio, mais atraente e como um
novo recurso para fazer uso de novospadrões de ensino, no qual o professor não mais
vai se apresentar com uma posição tradicionalista de único portador dos conteúdos
programáticos e sim, apontar um novo caminho estruturante de um novo discurso
pedagógico: o professor como promovedor do diálogo, da pesquisa e do debate, con-
struindo com o aluno a emancipação de ideias e novos caminhos no processo de forma-
ção. Ao apontarmos o uso das novas tecnologias em sala de aula como fator extrema-
mente positivo para o trabalho do professor de Sociologia da escola básica, entendemos
que as TIC’s podem servir como um recurso a mais no planejamento docente diário,
tornando as aulas do professor mais dinâmicas, objetivas, atraentes, claras, adequa-
das e coerentes com as necessidades demandadas pela Pós-Modernidadena tentativa
de atenuar o descompasso entre a escola e a sociedade. A pesquisa vem sendo realizada
desde 2014, em duas escolas básicas do estado do Rio de Janeiro, na cidade de Niterói.
No processo de investigação venho utilizando e observando as implicações do uso das
TIC’S em algumas turmas do Ensino Médio. Esse estudo conta com a participaçãode
seis alunos do curso de Licenciatura em Ciências Sociais, da Universidade Federal
Fluminense,bolsistas do Programa de Iniciação à Docência CAPES/PIBID/UFF e que
estão sob minha supervisão no desenvolvimento dessa proposta de trabalho. Os resul-
tados parciais dessa pesquisa apontam para os benefícios desta nova prática pedagógica,
operacionalizada pelos professores que estão atentos à necessidade dessa demanda no
cotidiano escolar. Na conjuntura atual em que se encontra a nossa sociedade, as tecno-
logias estão presentes em todo nosso cotidiano de forma irreversível, pois praticamente
não vivemos sem elas. A escola, enquanto espaço que escolariza, não pode ficar à mar-
gem desse processo, que clama para que todos os professores possam estar antenados
e preparados no sentido de educarnas mais diferentes linguagens os seus educandos,
objetivando a desnaturalização e o estranhamento da sociedade em que estão imersos.
74 | Anais do IV ENESEB
DESESTRUTURANDO A ESCOLA: UMA ANÁLISE CRÍTICA ACERCA DO PIBID
NO ESPAÇO ESCOLAR
O presente artigo trata de um estudo sobre o PIBID em duas escolas regulares da rede
estadual de ensino médio, localizadas no município de Fortaleza - CE e, se propõe a
analisar as relações de poder dentro do ambiente escolar, a saber: professor x aluno;
pibidiano x supervisor; pibidiano x gestão. A metodologia utilizada é fundamentada em
algumas obras que versam sobre a temática do ensino de sociologia na educação básica
e no PIBID através de suas ações pedagógicas, como também a partir de uma leitura
dos escritos de Foucault e Bourdieu, tendo em vista a utilização desses autores para
fazermos uma análise da “violência simbólica” que os estudantes sofrem, e da função
que a escola possui para o desenvolvimento de uma consciência crítica e manutenção da
ordem social. Tal estudo tenta compreender o espaço que o pibidiano ocupa na escola,
levando em consideração a maneira como o mesmo é visto pelo corpo docente e pelos
alunos, lhe atribuindo assim uma identidade de “ser intermediário”, já que não se en-
caixa no tipos ideais construídos como “professor” e “aluno”. Isto nos faz refletir acerca
das intervenções propostas pelo programa, que faz “romper” com a estrutura da sala
de aula, entendendo “estrutura” em âmbitos tanto espaciais quanto simbólicos. Assim
sendo, compete-nos a tarefa de investigar como se dá as relações dentro deste ambi-
ente, como também tentar compreender as intervenções como ações lúdicas e de fun-
damental importância dentro de um espaço enquadrado por uma estrutura sólida que
parece não permitir o desenvolvimento pleno dos estudantes e dos professores – seja na
dimensão humana, seja na dimensão profissional. Desta forma, percebemos que apesar
da recente implementação do PIBID (2009), este já nos traz resultados significativos
na realidade escolar, uma vez que oferece aos estudantes em formação para a docência,
uma visão diferente da instituição que, através das atividades realizadas, faz com que
estes possam compreender e apreender a real dinâmica que os espera no magistério.
76 | Anais do IV ENESEB
para a realização da autonomia individual e coletiva. A experiência na escola e a reflexão
teórica evidenciaram que uma das principais contribuições dos discentes vinculados ao
Pibid Sociologia é de operarem enquanto mediadores entre os educandos, os educa-
dores e a escola, fomentando o reconhecimento e a socialização de diferentes saberes,
bem como propiciando momentos de reflexão e participação, a fim de contribuir para
a efetivação da escola como espaço de construção de democracia.
Este ensaio apresentará as reflexões desenvolvidas por meio de pesquisa realizada du-
rante o ano de 2014 para trabalho de conclusão de curso (TCC) cujo objetivo foi ma-
pear e analisar quais os saberes estão sendo produzidos pelos subprojetos do PIBID
(Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) de Ciências Sociais nas dife-
rentes regiões brasileiras. Dessa forma, questionamos: Quais tipos de conhecimento
estão sendo criados pelo programa? Estes novos saberes são específicos e/ou pedagógi-
cos? Eles têm contribuído para o desenvolvimento da Sociologia enquanto disciplina es-
colar? Diante de tais indagações buscamos em um primeiro momento apresentar o que
é o PIBID, expor seus princípios pedagógicos a fim de situarmos os PIBID de Ciências
Sociais nesta iniciativa voltada à formação inicial de professores. Posto isso, almejamos
entender o que está estabelecido e é recorrente entre conteúdos e metodologias para a
área, embora saibamos que não existe um currículo nacional para o ensino de Sociolo-
gia na educação básica. Com isto, tivemos o propósito de verificar como o PIBID tem
inovado estes debates. Para tanto, nos debruçamos sobre diferentes modelos e concep-
ções de currículos no intento de compreender os diferentes significados da presença da
disciplina em divergentes períodos históricos. Recorremos também ao estudo de dois
documentos oficiais: PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) de 1999 e as OCN
(Orientações Curriculares Nacionais) de 2006. Observamos que tais propostas trazem
finalidades distintas para o ensino de Sociologia, sendo que o primeiro baseado em hab-
ilidades e competências traz a disciplina como tema transversal e enfatiza a necessidade
de conduzir o aluno ao exercício da cidadania. Já as OCN estabelecem que a Socio-
logia deva promover o estranhamento, isto é, capacitar os estudantes a desnaturalizar
os fenômenos sociais e levá-los a desmistificação da realidade social, que nas palavras
de Wright Mills (1982) corresponde ao desenvolvimento da “imaginação sociológica”.
Assim, para as OCN um dos desafios postos ao professor de Sociologia é a busca por
métodos que traduzam os conhecimentos científicos das Ciências Sociais em um saber
escolar com linguagem adequada para o ensino médio prezando pelo rigor e a objetivi-
dade e rompendo com a reprodução estratégias de ensino academicistas na educação
básica. Portanto, o documento atenta-se ao exercício da mediação pedagógica. Não
convergente, identificamos que o PIBID também surge com esta atenção do que e de
que forma ensinar, isto é, com a intenção de fornecer suporte a prática docente e criar
novos metodologias e recursos didáticos. Com baste neste entendimento, exploramos
O presente trabalho tem por objetivo relatar uma atividade extracurricular denomi-
nada “Clube de Sociologia” criada no âmbito do PIBID (Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação à Docência) do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz
de Fora, financiado pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
superior). Esta tarefa vem sendo desenvolvida através de uma mutua parceria dos bol-
sistas do programa com alunos do ensino médio da Escola Estadual Antônio Carlos.Esse
trabalho foi motivado pela necessidade de aproximação de alunos do ensino médio com
a disciplina recém inserida nos currículos escolares.Somente pela Lei nº 11.684, de 02
de junho de 2008, que altera a LDB, a Sociologia tornou-se disciplina obrigatória no
currículo do ensino médio brasileiro (BRASIL, 2008). Com isso, a disciplina se apre-
senta como uma ferramenta importante no entendimento da nossa própria sociedade.
Segundo Bauman (2010), “[...] aprender a pensar com a Sociologia é uma forma de
compreender o mundo dos homens que também abre a possibilidade de pensá-lo de
maneiras diferentes” (BAUMAN, 2010, p. 17). A análise sociológica, que opera com
base na reflexão, proporciona aos alunos uma atividade questionadora, com o obje-
tivo de construir uma interpretação da sua vida em suas diversas esferas, seja cultural,
política e social. Para Meirelles, Raizer e Pereira (2007), a aprendizagem da disciplina
deve ocorrer através da conciliação entre teoria sociológica e as experiências dos alu-
nos, em busca de uma desnaturalização de noções socialmente constituídas. Essa prática
78 | Anais do IV ENESEB
fomenta uma maior participação dos alunos através do diálogo, dando o devido valor
a sua opinião ao mesmo tempo em que o induz a pensar criticamente junto aos con-
ceitos teóricos. Esse processo ajuda a construir uma consciência mais crítica, através
da compreensão de sua realidade social. Portanto, o Clube de Sociologia representa
um esforço em proporcionar, fora da sala de aula, uma aproximação entre a escola e a
sociedadeatravés das atividades desenvolvidas como: oficina de fotografia, exposições,
seminários, discussões sobre assuntos variados, grupo de leitura, entre outros. Desta
forma, o clube vem se empenhando na tentativa de aproximar a teoria sociológica
como cotidiano dos alunos que participam desta atividade.O projeto possui uma estru-
tura organizacional em que os próprios alunos planejam as atividades a serem realiza-
das, sempre com o suporte dos bolsistas, ocupando cargos como: direção, direção de
eventos, direção de comunicação, secretariado, além dos demais membros.O clube de
sociologia é, portanto, uma tentativa de inserir novas ideias através da interação social
dos alunos do ensino médio com alunos de graduação, criando um espaço fora da sala
de aula de investigação social, estabelecendo uma via de mão dupla de aprendizado ao
promover uma troca de experiênciasentre seus membros, com o intuito de enriquecer
o ensino da disciplina de sociologia.
O presente trabalho pretende propor o ensino das ciências e a iniciação cientifica como
temática balizadora e introdutória para o contato inicial com o fazer científicodo es-
tudante ingresso na educação profissional técnica de nível médio. Diante das práticas
cotidianas em sala de aula, tem sido possível perceber dois fenômenos. Primeiro, o fato
de que existe, por parte do corpo discente, uma visão equivocada e menosprezadora
da elaboração da pesquisa escolar. O advento das tecnologias e o acesso às fontes de
internet tem criado um know-how para execução dessas atividades: a conhecida tarefa
de “copiar e colar”. As fontes pesquisadas não são fontes científicas; geralmente, os
estudantes optam por sítios de atividades escolares, wikis e blogs, que reproduzem con-
teúdos e recortes teóricos de outros sítios sem menção cientifica ou acadêmica. A tran-
scrição também se revela de forma amadora, sem a consideração das regras acadêmicas
e metodológicas. O segundo fenômeno se refere ao distanciamento entre a ciência e
as atividades e a rotina comum. A ciência é vista como algo inalcançável e restrito a
determinados grupos, personificados por pessoas de guarda-pós brancos e intelectuais
barbudos. Por outro lado, as exigências propostas pelo MEC, através das Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Básica e dosPCNs, preconizam a pesquisa como
princípio pedagógico que possibilita o estudante se tornar protagonista na investiga-
ção e na busca de respostas em um processo autônomo de construção e reconstrução
82 | Anais do IV ENESEB
de conhecimentos. Sendo assim, considerando as exigências e os fenômenos repro-
duzidos nas salas de aula, citados anteriormente, a proposta desse trabalho é abordar
qualitativamente, através de pesquisa bibliográfica, em conformidade comLakatos e
Marconi (2003)e Lampazzo (2005), sobre o imprescindível fio sociológico que per-
mite ao estudante conhecer e compreender os matizes sociais, culturais e políticas que
originam o lugar diferenciado para as ciências, além de compreender e problematizar
a respeito do contexto histórico-social que é gerador e,ao mesmo tempo, fomentador
das demandas assumidas pelo fazer científico.Ao assumir criticamente que a ciência é
fruto do contexto social em que está inserida, aludindoà confluência de interesses e va-
lores históricos e sociais, o referencial teórico está fundamentado em Chalmers (1993,
1994), Adorno (1985, 1995) e Kuhn (1961, 2003).
O trabalho realiza uma análise sobre a experiência das autoras no campus Niterói do
Colégio Pedro II, que, em uma trajetória recente ligada ao Departamento de Socio-
logia, têm buscado articular ensino, pesquisa e extensão visando a construção de um
pensamento crítico e autônomo do educando. Através da interdisciplinaridade (no
campo das Ciências Humanas e para além dela) e do estreito diálogo com os estu-
dantes e suas organizações (grêmio estudantil e coletivos de gênero), objetiva-se criar
uma relação pedagógica dinâmica que tem vivificado a comunidade escolar. Partindo
do pressuposto de que os alunos são sujeitos produtores de sentidos, conhecimentos
e práticas, buscamos em cada atividade pedagógica trabalhar com os interesses dos
discentes, aproximando a disciplina dos estudantes, fortalecendo o protagonismo es-
tudantil. Nesse trabalho, a Sociologia emerge como uma disciplina com força prática,
que acolhe necessidades, potencializa a ação dos sujeitos, recriando a dinâmica escolar.
Vale ressaltar que as possibilidades criadas no âmbito do Colégio Pedro II – tais como
projetos, editais e demais recursos – são apropriadas para a vivificação do pensamento
crítico na escola, fortalecendo o projeto de escola participativa e democrática, para
além do produtivismo expresso em metas educacionais e exames, que assola a educa-
ção brasileira. Os espaços dos laboratórios de humanidades, realidade cada vez mais
concreta no colégio, permitem a construção de projetos que ampliam a educação para
além da sala de aula, tais como atividades de extensão e iniciação científica jr. A pesquisa
na educação básica se mostra uma importante ferramenta na transformação da escola
em um espaço produtor de conhecimento, e por outro lado, faz com que o estudante
seja sujeito ativo nesse processo, fortalecendo sua autonomia. Os laboratórios tam-
bém são marcados pela interdisciplinaridade, permitindo um diálogo mais constante
das diferentes disciplinas que compõem o campo das humanidades, a saber: Filosofia,
Geografia, História, Português e Sociologia. Tal diálogo se apresenta como um facil-
itador na construção de sentido, pelos estudantes, dos programas disciplinares face à
84 | Anais do IV ENESEB
do, bem como a percepção de professores e estagiários da disciplina sociologia. Este
trabalho é resultado parcial do projeto do Laboratório Interdisciplinar para o Ensino de
Sociologia na Educação Básica – LIS/EAUFPA, que há três anos pesquisa e experimenta
metodologias e recursos didáticos, para o ensino de sociologia na educação básica.
86 | Anais do IV ENESEB
A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO ENSINO DE SOCIOLOGIA NAS ESCOLAS
ESTADUAIS BAIANAS
Este trabalho descreve e analisa algumas experiências nas aulas de Sociologia no Ensino
Médio no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), em Cuiabá-MT, tendo em vista a
estrutura diferenciada e as modalidades de ensino ofertadas por esta instituição, sendo
predominante o Ensino Médio Integrado, estrutura no qual temos cursos de ensino
médio integrado à educação profissional técnica de nível médio. Nesse sentido, trata-se
88 | Anais do IV ENESEB
JOGOS ELETRÔNICOS E O ENSINO DE SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO
Em “Not for profit: why democracy needs the humanities”, a filósofa norte-americana
Martha Nussbaum sustenta que os “sistemas democráticos não sobrevivem sem o es-
tímulo à imaginação e ao pensamento crítico”, faculdades que, de acordo com ela, são
desenvolvidas sobretudo pelas humanidades. Nussbaum, no entanto, rejeita qualquer
abordagem meramente pragmática ou instrumental do ensino e do aprendizado das hu-
manidades. “Acredito que as habilidades desenvolvidas pelas humanidades, pensamento
crítico e imaginação, são constitutivos da boa cidadania, parte do que significa ser um
bom cidadão; e não apenas meios para se chegar à boa cidadania”. Buscando contribuir
para esse debate, o presente trabalho tem como objetivo refletir sobre metodologias e
práticas de ensino de Sociologia no Ensino Médio que incorporam a análise e a inter-
pretação da narrativa de jogos eletrônicos de maneira crítica. Há algum tempo os jogos
eletrônicos deixaram de ser encarados apenas como uma diversão de crianças e ado-
lescentes, tornando-se não apenas um negócio que movimenta bilhões em dinheiro em
todo o mundo, mas também um objeto de estudo que, não obstante, suscita diferentes
visões entre teóricos que se debruçam sobre o assunto na atualidade. Enquanto alguns
desses teóricos enxergam nos jogos eletrônicos um caminho possível para apreender a
lógica subjacente às relações sociais do mundo contemporâneo, além de um campo fér-
til para fomentar o questionamento da ideologia própria do capitalismo tardio, outros
preferem ressaltar o papel funcional e propriamente ideológico que os jogos eletrôni-
cos desempenham no tocante ao conjunto das relações de dominação social, mostran-
do-se, assim, mais céticos quanto ao possível caráter crítico e utópico desse tipo de
mídia. Nas aulas de Sociologia, as discussões em torno dessa questão crucial – isto é,
se, no campo da cultura que lhes é próprio, os jogos eletrônicos apontam na direção
de um horizonte de emancipação ou se, ao contrário, não passam de mais uma técnica
ilusionista e alienante engendrada pela indústria cultura e de massa – acontecem por
intermédio da leitura crítica de jogos eletrônicos com as ferramentas e instrumentos
próprios das Ciências Sociais. Com efeito, o que está em jogo não é apenas fomentar a
imaginação e o pensamento crítico entre alunos, mas mostra-los que essas faculdades
extrapolam o campo da ciência em geral (e da ciência da sociedade em particular) e
abrangem também o campo das artes, da cidadania, do mercado, da economia etc. Isso
significa que a importância da Sociologia (pensada aqui como parte da grande área das
humanidades) não se resume às expectativas do Estado face ao ensino dessa disciplina,
dizendo respeito às necessidades mais fundamentais daqueles que vivem em sociedade
e têm a necessidade de criar algo novo que ultrapasse o horizonte do imediato e do
meramente útil. Pensando dessa maneira, é possível estabelecer um rico diálogo com o
campo das artes, aqui representado pelos jogos eletrônicos.
Cristiano P. Corrêa-UEL
90 | Anais do IV ENESEB
pelo LENPES-UEL. Estes volumes são fruto de práticas e demandas que professores de
sociologia desenvolveram em suas atividades docentes, procurando desdobrar diversos
assuntos relacionados ao ensino de sociologia, buscando transformar conceitos, teor-
ias e temas em conhecimento, lançando as bases para o processo de abstração. Assim
sendo, a reunião destes materiais, pretende contribuir para a superação de carências
de metodologias, que possam auxiliar professores e alunos no desdobramento de suas
atividades profissionais. As aproximações que contingenciam professores da rede de en-
sino, alunos e a própria instituição, ampliam-se a outras iniciativas como, por exemplo,
o projeto OBEDUC2 , que entre outros desdobramentos, está organizando e execu-
tando, em parceria com o LEMPES e PIBID das ciências Sociais, um censo do Ensino
Médio na microrregião de Londrina. Estas abordagens buscam também visualizar os
indicativos metodológicos presentes nesta etapa do Ensino Básico, promovendo a inte-
gração entre ensino e pesquisa. Um dos indicadores que esta pesquisa procura desven-
dar relaciona-se, por exemplo, com os indicativos presentes nas Diretrizes Curriculares
da Educação Básica do Estado do Paraná, que convidam os professores a guiarem-se
pela Pedagogia Histórico Crítica e seus passos na construção de atividades didáticas,
evidenciando a alinhamento histórico com vertentes de cunho marxista, emergindo
questões que permeiam a construção dos currículos e sua relação com políticas pública.
Deste modo, estes relatos, que congregam práticas docentes e enfrentamentos didáti-
cos, dispõem-se a dialogar, a partir, de projetos de extensão e ensino, com as neces-
sidades presentes no contexto do Ensino Médio, indicando possibilidades e direções de
forma conjunta.
92 | Anais do IV ENESEB
de classes, a legitimação de um arbitrário cultural corresponde a força da classe social
que o sustenta, o arbitrário impõe uma cultura legítima, valores culturais legitima-
dos pela classe dominante” (BOURDIEU, 1992, p.22). Contrapondo ao pensamento
de Bourdieu (1992), Antonio Gramsci (1982) nos remete a possibilidade da formação
de um pensamento crítico da realidade através de uma intervenção pedagógica. Para
Gramsci (1982, p.131),“...na medida em quer o professor é consciente dos contrastes
entre o tipo de sociedade e de cultura que ele representa e o tipo de sociedade repre-
sentado pelos alunos...”, o professor torna-se um “intelectual orgânico”, pois reflete
sobre sua atuação no meio didático e assume o compromisso de transformação social
e cultural. As metodologias participativas no ensino da Sociologia desenvolvem ativi-
dades de forma metódica e sistemática, que ajudam no fortalecimento da identidade
cultural dos alunos, servindo como um instrumento didático contra processo homo-
geneização cultural imposto pela classe dominante, o desenvolvimento da mesma no
espaço escolar poderá produzir nos alunos a compreensão de si como sujeitos culturais,
históricos e sociais de sua cultura.
Marcos Machado Duarte - Escola Estadual de Ensino Médio Padre Reus / Supervisor
PIBID - UFRGS
O ensino de Sociologia na Educação Básica tem como objetivo propiciar espaços para
que ocorram atividades voltadas para a investigação e compreensão da realidade social
e do cotidiano dos alunos. Buscando sempre desenvolver o imaginário sociológico dos
estudantes (Mills, 1972) e produzir o estranhamento de a desnaturalização do universo
aparente (PCNs). O objetivo deste projeto é desafiar o estudante do Ensino Médio a
colocar-se frente à produção de conhecimento a partir da interpretação de fenôme-
nos sociais que dizem respeito aos Direitos Humanos, podendo assim, construir uma
percepção cidadã da realidade vivenciada. O projeto é dividido em cinco momentos.
1) Compreensão das abordagens sociológicas que atravessam as diferentes temáticas
dos Direitos Humanos. 2) Construção de um recorte da realidade social através da
produção de uma fotografia que registre o momento onde um ou mais Direitos Huma-
nos estão sendo atendidos ou negados. 3) Apresentação para a turma e a realização de
um debate sobre os recortes problematizados. 4) Produção de textos síntese do debate
e dos estudos realizados. 5) Seleção dos trabalhos para compor um livro onde fique
registrado os principais trabalhos produzidos ao longo do projeto e para que o conhe-
cimento produzido possa ser compartilhado com toda a comunidade escolar. Durante
o desenvolvimento do projeto foi debatido diferentes questões acerca da condição dos
indivíduos frente a desigualdade. Os estudantes demonstraram muita capacidade de es-
tranhar práticas e condições sociais que passavam despercebidas antes de se colocarem
o desafio de observar seu cotidiano. Entendemos que ao longo de todo o projeto foi
possível dar concretude as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação em maio de 2012. Compreender o
desenvolvimento histórico dos Direitos Humanos e como essas ideias são debatidas na
94 | Anais do IV ENESEB
para a utilização da tecnologia como instrumento de problematização da realidade so-
cial e despertá-los para a inserção de mídias e tecnologias no processo de ensino-apren-
dizagem. A turma produziu vídeos nos quais os grupos enfocaram a relação tecnologia
– sociedade, utilizando situações e personagens reais para retratar a forma como lidados
e vivemos com a tecnologia. Utilizamos na pesquisa a abordagem qualitativa por meio
de pesquisa-ação. As técnicas utilizadas compreenderam: a divisão dos alunos do 4º Ano
Curso Técnico em Agroindústria e 4º Ano Curso Técnico em Agropecuária em grupos,
foram sorteados entre os grupos subtemas relacionados aos avanços tecnológicos e, por
fim, feita a análise dos vídeos produzidos em conversas entre os alunos e professora.
Nas produções dos jovens notou-se a presença de situações e preocupações cotidianas
que envolvem o uso da tecnologia. O acesso precoce de crianças à internet e às redes
sociais como facebook, whatsApp, o choque geracional entre os usuários da tecnologia
e, principalmente, a dificuldade de socialização dos adolescentes e jovens por causa das
redes sociais foram os temas mais abordados. Assim, podemos apontar como aspectos
positivos da atividade: a possibilidade de apropriarem-se dos conteúdos ministrados
de forma teórica e pratica; a oportunidade que os alunos tiveram de sair dos muros da
escola, conversar com pessoas da comunidade, perceber as opiniões sobre os temas e
exercitar a participação no processo de construção e avaliação dos trabalhos. Embora
a escola em alguns casos veja os recursos tecnológicos como inimigos no processo de
ensino - aprendizagem é possível perceber que eles estão cada vez mais presentes no
dia a dia dos jovens. Assim ao pensar a sociedade tecnológica, segundo Belloni (2005)
não podemos perder de vista que a escola é um espaço privilegiado de socialização e de
produção de conhecimento, sendo assim ela precisa atentar para necessidade de uma
aprendizagem contextualizada que seja capaz de fazer a apropriação das mídias e tecno-
logias de forma consciente e criativa. Neste sentido, faz-se necessário que o professor
encampe o desafio de promover a integração entre prática pedagógica e utilização das
tecnologias possibilitando aos discentes a oportunidade de se expressem através de
novos códigos e linguagens e que os aproxime de suas realidades.
96 | Anais do IV ENESEB
exemplo, o papel de informar, educar etc. A partir dessa discussão sobre a fotografia
como ferramenta para diversos fins, pretendemos levantar questionamentos sobre a
relação que a imagem pode apresentar dentro do campo da educação. Um dos pontos a
se questionar seria de que forma a fotografia poderia ser trabalhada em conjunto com a
educação de maneira a contribuir para o processo ensinoaprendizagem dos estudantes.
Com base nesses questionamentos, realizamos um estudo de campo no intuito de ob-
servar uma atividade de oficina de fotografia para alunos do Ensino Médio. A oficina é
uma atividade proporcionada pelo Clube de Sociologia de uma escola pública da Rede
Estadual de Educação do município de Juiz de Fora/MG. A criação do Clube de Socio-
logia é uma das iniciativas do projeto de Iniciação à docência – PIBID, ligado à Licen-
ciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF. A proposta
da oficina de fotografia foi oferecer aos alunos um novo olhar sobre a disciplina de
sociologia, de forma a aumentar as estratégias de ensino da matéria de modo a fazer
com que o aluno repense a disciplina por intermédio da fotografia. Para a oficina os
estudantes optaram pelo tema sobre tribos urbanas a fim de construir suas fotografias
e fazer uma exposição no colégio com essas imagens. A partir desse tema a oficina con-
tou com a ajuda de profissionais da área que promoveram palestras sobre a temática e
aula/exposição sobre como tirar fotos. De acordo com Susan Sontag (2004), podemos
conferir às imagens um relato da realidade e de nos posicionar no mundo, sendo que as
imagens também apresentam como característica a de informar. Outro autor impor-
tante na área da fotografia, Philippe Dubois (2012), ressalta o papel da fotografia como
uma nova ferramenta de apreensão do mundo. Sobre a educação há um crescimento
na discussão sobre as novas formas de pensar sobre educação, como ilustra Pierre Lévi
(2010) ao pensar a educação juntamente com a tecnologia. No campo do ensino de
sociologia, Ileizi Fiorelli Silva (2007) nos mostra os desafios enfrentados pela disciplina
até a sua consolidação no campo da educação básica. Com o relato dos alunos podemos
fomentar a análise sobre o efeito que essa oficina de fotografia os proporcionou e de
que maneira essa estratégia metodológica despertou novo olhar sobre a disciplina de
sociologia.
Maira Graciela Daniel - Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha
Este trabalho tem como objetivo apresentar e discutir a inserção da sociologia brasileira
na programa curricular do ensino médio. A proposta já está em andamento e se de-
senvolve com alunos do segundo ano em um contexto de escola técnica, a Fundação
Liberato Salzano Vieira da Cunha, localizada em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul.
Ao longo do ano serão apresentados aos alunos autores,considerados clássicos, dentro
da sociologia brasileira, como: Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Roberto
Damatta e Florestan Fernandes. A metodologia do trabalho desenvolvida envolve lei-
tura de trechos de obras dos autores acima citados, a saber, Casa-grande e senzala,
Raízes do Brasil, Carnavais, Malandros e heróis e A Revolução burguesa no Brasil, re-
spectivamente. Ocorrerão também, aulas expositivas e, ainda, seminários em torno
da discussão do processo de formação da sociedade brasileira. Nas raízes formativas
da sociedade brasileira, encontram-se desenvolvidos processos sócios históricos que
98 | Anais do IV ENESEB
obstruíram a constituição de uma esfera pública, da democracia e cidadania. O Estado
brasileiro constitui-se permeado de valores como autoritarismo, patrimonialismo, pa-
ternalismo, e existe a impossibilidade de separação entre esfera pública e privada. Isso
se expressa através de uma longa tradição autoritária evidenciando um constante pro-
cesso de dualidade entre, por um lado, práticas sociais e políticas de caráter patrimoni-
alistas e, por outro, uma formalidade jurídica e institucional, de certa forma compatível
com a de uma moderna sociedade democrática. Portanto, a importância desse tipo
de trabalho está em que, ao final do ano, o aluno será capaz de compreender o desen-
volvimento da sociologia no Brasil. Poderá, também, identificar as etapas desse desen-
volvimento relacionando-as com as transformações do panorama político, cultural e
econômico do país e, ainda, conhecer as obras de referência da sociologia no Brasil.E,
principalmente, poderá compreender as características do processo de formação do
Estado e da sociedade brasileira através de um olharcrítico e reflexivo.
Este trabalho propõe-se a analisar como as abordagens sobre Gênero são explicitadas
nos livros didáticos de Sociologia para o Ensino Médio aprovados no Programa Na-
cional do Livro Didático – PNLD 2015. Tem-se então, como objetivo, investigar os
discursos desses autores acerca do Gênero enquanto fenômeno sociológico e político.
Para tanto, utilizou-se como procedimentos metodológicos: primeiro, a seleção de
dois livros dentre os aprovados pelo PNLD 2015, seguido da identificação das visões/
abordagens que essas obras possuíam sobre Gênero; Segundo, buscou-se ênfase aos
títulos que destacavam o conteúdo de forma autônoma; Terceiro, verificou-se a abor-
dagem metodológica do conteúdo proposta nos livros, buscando destacar se havia um
enviesamento em prol do argumento científico e/ou do político e um direcionamento
ideológico, a nível do discurso e conteúdo sobre o fenômeno. A análise do material co-
letado se fez à luz da análise de conteúdo combinada à análise crítica do discurso. Como
resultado, observou-se que as abordagens do conteúdo são transpassadas por orienta-
ções políticas e ideológicas, o que resulta muitas vezes em uma leitura imbricada, pelo
leitor, entre o argumento que se baseia em “proposições científicas” e aqueles que se
baseiam em “posições políticas”, o que muitas vezes pode gerar uma leitura confusa ou
ainda um processo de contestação sobre a validade científica dos argumentos acerca do
tema, sobretudo quando o(a) leitor(a) é o(a) estudante. Conclui-se que, desta forma,
o conteúdo de Gênero ainda padece de leituras enviesadas por visões de mundo que
desconhecem a indissociabilidade entre os argumentos políticos e científicos acerca do
tema, e a relação que há entre o discurso científico e a formulação de políticas e direi-
tos de minorias, sobretudo daquelas abarcadas pelos Estudos de Gênero. Em suma, tal
contexto pode resultar em um entendimento enviesado e/ou a um empobrecimento
da apreensão total do conteúdo, por parte do estudante e professor que utilizam o livro
didático.
O presente trabalho insere-se no quadro geral de estudos recentes acerca dos manuais
didáticos de Sociologia produzidos para o ensino médio da escola básica brasileira. A
partir da consideração inicial de que vivemos um momento caracterizado pela crescen-
te produção de estudos acerca dos manuais didáticos de Sociologia, o presente estudo
é parte dos esforços em curso no sentido do aprofundamento da investigação científica
dos recursos pedagógicos que estão sendo empregados no campo do ensino da Socio-
logia para adolescentes e jovens. Submetemos os manuais didáticos selecionados pelo
PNLD 2012 ao método investigativo no campo da Análise do Discurso (AD), conforme
as bases formuladas por Michel Pêcheux e Eni Puccinelli Orlandi. Em busca de padrões
discursivos reveladores das tramas sociais e ideologias que estão ocultadas nas textuali-
dades e narrativas sob o manto de temas, categorias e conceitos sociológicos, recortes
foram efetuados nas obras selecionadas, possibilitando a utilização do método compara-
tivo em torno da estrutura narrativa das mesmas. As estruturas discursivas submetidas
ao método investigativo comparativo revelaram estruturas discursivas com profundas
reflexões pedagógicas, reduzindo ou ampliando as possibilidades de diálogo entre as
textualidades presentes nos manuais didáticos e os adolescentes e jovens que acessam
e procuram compreender os fenômenos sociais à luz das citadas textualidades. Com-
preender os manuais didáticos selecionados pelo PNLD 2012 enquanto expressões de
um determinado padrão discursivo que se tornou hegemônico no decorrer das décadas
de 1990 e 2000, em consonância com parâmetros avaliativos que permeiam critérios
de seleção de manuais no PNLD, desvelando, a partir daí, redes discursivas e os padrões
discursivos, é o objetivo central do presente estudo. Para além dos estudos centrados na
Análise de Conteúdos, a Análise do Discurso (AD) aplicado aos manuais didáticos pode
contribuir para a compreensão da atual predominância de um padrão narrativo e dis-
cursivo na Sociologia que está presente na escola básica, quando comparados inúmeros
currículos, manuais didáticos e outros recursos pedagógicos. Desvelar determinadas
tramas sociais e suas imbricações no plano da construção e hegemonização de determi-
nadas estruturas discursivas no plano do discurso pedagógico da Sociologia na escola
básica, a partir dos objetos selecionados no PNLD 2012, é o objetivo central de Tramas
discursivas presentes nos manuais didáticos de Sociologia aprovados no PNLD 2012:
um olhar a partir dos referenciais da Análise do Discurso.
Este trabalho de pesquisa qualitativa visa realizar, a partir de estudos de caso, três no
total, uma reflexão em torno da autonomia de professores, que lecionam a disciplina de
Sociologia na Rede Pública Estadual de Pernambuco, em relação ao uso livro didático.
Considerando-se que ainda é recente a obrigatoriedade do ensino da Sociologia no nív-
el médio e, partindo-se da premissa de que é grande o número de professores que não
possuem formação específica para lecionar tal disciplina, e muitos que exercem a fun-
ção são emprestados de outras matérias, busca-se identificar e avaliar quais usos esses
professores fazem do livro didático: se o docente é o mediador entre o livro e o aluno,
conforme uma perspectiva construtivista vigostskyana, ou se é o próprio livro que faz
essa mediação, deixando assim o professor dependente deste instrumento. No estudo
proposto, parte-se da perspectiva teórica de Gimeno Sacristán acerca do livro didático:
que o mesmo é um meio tradutor do currículo oficial para os professores e os alunos,
bem como que, quanto mais deficiente é a formação do professor, menos autônomo,
portanto “desprofissionalizado” e dependente ele é em relação ao livro didático. Sendo
assim, quanto mais distante ou deficiente for à formação do professor em relação à
Sociologia, supõe-se que será maior o poder do livro didático no processo ensino-apre-
ndizagem, podendo levar a uma alienação da atividade docente, em relação ao aluno,
ao currículo e ao próprio conjunto das atividades próprias da função de professor. Para
responder a indagação central desta proposta de trabalho serão usados os métodos de
observação, não participante, de aulas e entrevistas semiestruturadas com os professo-
res que lecionam Sociologia, selecionados de três escolas da rede pública estadual. Foi
estabelecido como critério para seleção destes professores a sua formação acadêmica
ao nível de graduação, devendo cada professor possuir uma formação diferente, a fim
de possibilitar o exame de possíveis contrastes, a saber: um graduado em Ciências So-
ciais, um graduado em História e um graduado em Geografia. Nas categorias analisadas
busca-se dialogar com os métodos propostos pelas Orientações Curriculares Nacionais
de Sociologia (OCN), a saber: a autonomia dos professores na escolha, planejamento e
ensino dos temas; a autonomia na escolha e ensino das teorias; a autonomia na escolha,
uso, ensino e aplicação dos conceitos; bem como a autonomia em relação à escolha e
planejamento de atividades propostas aos alunos; a autonomia no uso de recursos e
materiais de apoio didático que estejam além do livro; dentre outros aspectos que por-
ventura venham a aparecer durante a investigação.
Este trabalho pretende estudar como o livro didático de sociologia é utilizado pelos
docentes de escolas básicas públicas da rede estadual de ensino da Paraíba e de Pernam-
buco. A proposta é investigar a prática docente do professor de sociologia, a partir da
utilização do livro didático, observando: os critérios utilizados para seleção dos livros
didáticos aprovados pelo PNLD, os fatores que influenciam seus métodos e recursos
didáticos no planejamento de aula, as estratégias didáticas utilizadas para o trabalho
Após onze anos da implantação da Lei n° 10.639/2003 ainda é possível perceber a su-
perficialidade com que a questão do negro e sua história é trabalhada no contexto esco-
lar. Neste sentido, este artigo tem como objetivo identificar a abordagem das questões
étnico-raciais pelos livros didáticos de sociologia para o Ensino Médio aprovados pelo
PNLD. Diante da impossibilidade técnica e metodológica de análise de todos os livros
do referido programa, optou-se por realizar um recorte sobre quatro livros – “So-
ciologia para o Ensino Médio” (TOMAZI, PNLD 2012); “Tempo Modernos, Tempos
de Sociologia”, (BOMENY, PNLD 2014); “Sociologia em Movimento” (SILVA, LOU-
Neste trabalho discutem-se os sentidos de cidadania contidos nos livros didáticos aprova-
dos no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2015. Especificamente, buscam-
se os sentidos de cidadania nos manuais do professor dos seis livros físicos aprovados,
na medida em que estes revelam objetivos para o ensino da disciplina de Sociologia
no Ensino Médio, tanto na apresentação da obra quanto na seleção e apresentação dos
conteúdos. No final do século XX, em um contexto de redemocratização do Brasil com
mudanças nos campos políticos, sociais e econômicos, a cidadania é retomada como
um problema social a ser resolvido, residindo na escola o instrumento social para a sua
resolução. Em paralelo, a luta pela retomada da Sociologia como disciplina escolar é so-
bremaneira justificada pela via da cidadania, assentando-se nela a finalidade de preparar
o aluno ao exercício da cidadania, conforme dissertação dada pela Lei de Diretrizes
e Bases. A partir desta formulação legal, são elaborados os Parâmetros Curriculares
Nacionais (1999), preconizando-se a formação cidadã do aluno para a prática política,
seguindo-se pelas Orientações Curriculares Nacionais (2006) que embora relembre a
O presente trabalho pretende entender os motivos pela escolha, por partes dos egres-
sos do curso de Ciências Sociais na Universidade Federal Ceará, pela modalidade li-
Este trabalho tem como objeto de estudo as práticas docentes na formação inicial de
licenciandos em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN). O nosso objetivo é refletir acerca de tais práticas e o modo como o referido
curso está formando os professores de Ciências Sociais para o ensino médio. Buscamos
Este trabalho tem como proposta refletir sobre o processo de desenvolvimento históri-
co do ensino de sociologia no Brasil,resgatando o contextodas décadas compreendidas
entre 1920 e 1940, tendo como pano de fundo a disputa pela legitimidade do discurso
no campo intelectual sobre a educaçãono processo de constituição de um projeto que
visava levar o país a modernidade. O objetivo é entender como um contexto político
que se desenvolvia especialmente no período recortado, envolveu as questões educa-
cionais, e especificamente, envolveu a disciplina de sociologia para tais fins.Para isto,
se propõe a discussão sobre as noções de campo do sociólogo francês Pierre Bourdieu.
Tal conceito procura perceber como se configuram as relações entre agentes em dado
campo a partir de códigos e regras que influenciam e são influenciados de forma mais
ou menos independentes por/de outros âmbitos. Será preciso também realizar um
resgate histórico-reflexivo sobre a composição de um campo intelectual preocupado
com a temática da educação na primeira metade do século XX no país, bem como onde
se encontrava a disciplina de sociologia neste campo e que esforços foram demandados
para sua consolidação. Neste sentido, os intelectuais franceses, com as contribuições
teórico-metodológicas de Emile Durkheim e a corrente de pensamento do positiv-
ismoprincipalmente, ocupam posição importante enquanto representantes do campo
científico na construção dos moldes educacionais no país.Sabe-se que a sociologia no
auge do seu desenvolvimento foi uma das principais bases teóricas para que se fosse
possível pensar o contexto de um país que entrava num processo de industrialização
e crescente urbanização. Neste percurso se faz necessário o questionamento sobre as
disputas que estavam em campo: por que a escolha da sociologia francesa? Que outros
discursos estavam em disputa no campo? Considera-se necessário melhor compreender
este contexto histórico para que seja possível também entender a situação em que se
encontra o ensino da disciplina de sociologia no ensino básico em dias atuais, e além do
mais quando encontramos em situação de urgência refletir sobre que tipo de sociedade
está se querendo construir, cabendo à sociologia e seu papel crítico ocupar espaço de
importância fundamental neste sentido.
A história da sociologia como disciplina é marcada pelas idas e vindas no Ensino Médio
brasileiro,embasando discussões e investigações científicas em torno dos desafios apon-
tados para o ensino desta disciplina no Brasil. Aqui, o ensino de sociologia na educação
básica antecedeu aos primeiros cursos de formação na área e a principio limitava-se a
memorização de conceitos e teorias. Só a partir dos anos 30 do século XX foram cria-
dos os primeiros cursos de Ciências Sociais, mais voltados para a formação de técnicos
e pesquisadores do que para a formação de professores. Em termos de politicas publicas
educacional, após o Estado Novo, as propostas assumiram um caráter elitista, voltadas
para a reprodução das condições sociais, privilegiando os cursos técnicos. Este processo
de formação em Ciências Sociais não propiciou uma articulação com o ensino da dis-
ciplina na educação básica, se atribuindo isto a uma tradição bacharelesca existente no
país.No sentido de contribuir para o entendimento histórico da sociologia no Brasil, o
estudorealizado traz como objetivo ressaltar a contribuição e a importância de Flores-
tan Fernandes e do seu trabalho de pesquisa sociológica, na institucionalização da so-
Busca-se, nos limites desse artigo, situar-se frente às principais discussões referentes ao
ensino de sociologia na educação básica e às licenciaturas em ciências sociais no Brasil.
Em tais discussões é unânime a ideia de que a principal marca da sociologia no ensino
secundário é sua intermitência. Esta, por conseguinte, acaba por influenciar o próprio
campo das ciências sociais no ensino superior. Entende-se aqui que tal realidade de
ensino é reflexo de contextos políticos específicos do país. Os problemas que subjazem
a essa comunicação elencam-se da seguinte forma: a) qual a relação histórica entre a
presença da sociologia no currículo básico brasileiro e a estrutura política do país? b)
quais as principais causas da intermitência da disciplina no ensino médio? c) como tal
intermitência influi na organização dos cursos superiores de ciências sociais no Brasil?
d) qual é a posição política associada à presença da disciplina no currículo básico, e
como a organização política e econômica do país sustenta tal colocação? Partindo dessa
problematização, pretendo realizar, além de uma digressão na história da disciplina no
Brasil, uma breve reflexão que tem como fio condutor as discussões realizadas acerca da
presença da sociologia no currículo escolar e dos cursos superiores de ciências sociais.
O presente trabalho busca alicerces nos estudos sobre a cultura escolar para a reflexão
acerca dos desafios colocados à sociologia na educação básica, mais especificamente na
rede estadual paulista. Vidal (2009) aponta a pertinência de reconhecer os elementos
perenes da cultura escolar, mas também as mudanças, ainda que sutis, que são paula-
tinamente inseridas no dia a dia do universo escolar. É neste sentido que a reflexão
acerca da articulação entre cultura escolar e ensino de sociologia pode auxiliar a com-
preensão de como uma nova disciplina no currículo se integra à forma e cultura da
escola, ao mesmo tempo em que a cultura escolar é apropriada por esta nova disciplina,
num movimento dialético de construção das práticas escolares. Pretende-se refletir
sobre como as reformas institucionaistransformam os contornos da escola, as maneiras
como ela é percebida e as práticas de diferentes grupos sociais a seu respeito (VIN-
CENT, 2001), mais especificamente como a sociologia se integra à cultura escolar e dis-
puta por espaços de poder no interior da escola. A partir deste panorama entre cultura
escolar e ensino de sociologia as reflexões giram em torno das seguintes questões: as
O presente trabalho tem por finalidade apresentar uma pesquisa sobre o processo de
implantação da disciplina de sociologia no ensino médio, no litoral do estado do Paraná.
O histórico da disciplina de sociologia seja a nível estadual ou nacional é marcado por
longos períodos de instabilidade, a partir de 2008 a disciplina passa a ser obrigatória no
currículo escolar do ensino médio do Brasil, no caso do Paraná especificamente, esta in-
clusão se deu de forma processual nos três anos seguintes. Analisamos como o processo
ocorreu no litoral paranaense, em quatro colégios do município de Pontal do Paraná:
Colégio Estadual Paulo Freire, Colégio Estadual Maria Helena Teixeira Luciano, Colé-
gio Estadual Hélio Antonio de Souza e Colégio Estadual Sully da Rosa Vilarinho. Nossa
análise parte de dados coletados junto ao Núcleo Regional de Educação de Paranaguá
e aos colégios em questão, além de entrevistas com os professores de sociologia que
atuam nos mesmos. Apresentaremos um panorama histórico do processo e um perfil
dos professores da disciplina, dados que embasam a análise do contexto em questão. O
trabalho traz como base teórica a ideia de configuração de Norbert Elias, pensando a
Sociologia enquanto inserida em uma rede de relações que inclui a disciplina no Ensino
Médio, a formação dos professores nos cursos de licenciatura no estado do Paraná,
além da política educacional desenvolvida e colocada em prática pelos governos federal
e estadual. Partimos do pressuposto de que o processo de implementação da discip-
lina se apresenta de forma estrutura, desta forma, seguimos também os pressupostos
teórico-metodológicos de Elias. Segundo os quais, para chegarmos ao entendimento
das estruturas e processos sociais devemos estudar as relações entre os diferentes es-
tratos funcionais que convivem juntos num mesmo campo social, e observando a mais
lenta ou mais rápida mudança nas relações de poder inseridas neste campo, podemos
identificar uma estrutura específica deste mesmo campo, que se repete sucessivas vezes
durante a história.
O presente trabalho tem como principal objetivo destacar os principais fatores que
marcaram a inserção da Sociologia, enquanto disciplina do conhecimento científico,
nos currículos dos cursos integrados (médio e técnico) do Instituto Federal de Educa-
ção, Ciência e Tecnologia Sul Rio-Grandense (IFSUL/campus Pelotas). Em outros ter-
mos, buscamos identificar os fatores dificultadores e também aqueles que têm facilitado
a inserção da sociologia nesses currículos, sobretudo a partir da Lei Federal 11.684/08,
que a colocou como obrigatória no ensino médio das escolas brasileiras. Para tanto, fo-
caremos nossos esforções metodológicos na análise de conteúdo das ementas da disci-
plina e também na análise de discurso, das entrevistas semiestruturadas, realizada com
os atores, especialmente professores e gestores que participaram desta reorganização
curricular a partir do momento em que a sociologia passou a ser obrigatória nos cur-
rículos do ensino médio. É nosso interesse, também, neste trabalho, mostrar qual a
realidade da Sociologia nos currículos do médio integrado ao técnico no IFSUL, após
7 anos de obrigatoriedade desta disciplina. Em suma, como o campo científico tem se
estruturado a partir dessa organização curricular se atentarmos para o espaço escolar?
Quais os maiores desafios que uma disciplina como a Sociologia, fazendo parte daquilo
que é considerado como Ciências Humanas, tem enfrentado para buscar seu espaço e
demonstrar sua relevância para formação cidadã, mesmo que a escola seja voltada para
o ensino técnico, voltado, sobretudo ás ciências duras (exatas)?
O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a consolidação da sociologia en-
quanto campo disciplinar através da investigação do modo como seus conteúdos são co-
brados nos processos seletivos de admissão ao Ensino Superior. Observa-se que devido
ao longo período de intermitência nos currículos da educação básica, os conhecimen-
tos, bem como as competências fundamentais da sociologia deixaram de compor o
quadro de exigências atribuídas ao ensino médio e também às provas de acesso ao en-
sino superior. Apenas com a aprovação da Lei 11.684 de 2008, a sociologia volta a fazer
parte desse quadro, sendo seus conteúdos passiveis de cobrança nos exames de admis-
são das universidades. Assim, tendo em vista que o Ensino Médio tem se configurado,
em parte, como um passaporte para o Ensino Superior, torna-se essencial investigar
O presente trabalho versa sobre o estudo da escola como grupo social. Neste sentido,
buscamos identificar tipos de grupos associativos e suas relações no ambiente escolar,
bem como evidenciar as características atuantes na formação de suas identidades. A
escola, como grupo social distinto, tem vida própria, “cujas leis escapam em parte à su-
perordenação prevista pela sociedade. Ela é uma “unidade social”, determinando tipos
específicos de comportamento, definindo posições e papeis, proporcionando formas de
associação (CÂNDIDO, 1955 apud PEREIRA & FORACCHI, p.12, 1971). Além disso,
temos a escola como espaço de encontro das subculturas juvenis destinado a “receber
e abrigar os diferentes sujeitos socioculturais que são seus estudantes” (GUIMARÃES
NETO, GUIMARÃES & DE ASSIS, 2012, p. 122). Ao estudar a escola, devemos levar
em conta as formas elementares de sociabilidade, o pré-organizado, que faculta enten-
dimento mais adequada da formação, dos agrupamentos não visíveis à primeira vista
e de toda dinâmica relacional do jovem. Portanto, realizamos um estudo qualitativo
sobre a formação, caracterização e a interação entre grupos associativos na Unidade
Escolar Professora Áurea Freire – escola localizada na Praça João Mendes, Avenida
Principal do Bairro Sacy no município de Teresina, capital do Estado do Piauí – durante
o ano letivo de 2014. Utilizamos os métodos etnográfico e comparativo, objetivando
obter o número de informações possíveis sobre o comportamento juvenil dos grupos
no espaço escolar. A princípio, procurou-se definir as associações de acordo com as fun-
ções exercidas pelos sujeitos participantes das atividades escolares, como funcionários
administrativos, professores e alunos. Depois disso, centramos nossas preocupações
no grupo dos alunos, cuja sociabilidade particular pode ser definida como fator de
organização propício à formação de agrupamentos, correntes ou movimentos. Deste
modo, foi possível a identificação de duas associações com características bastante sin-
gulares e que os diferenciavam dos demais grupos de alunos, a saber: os homoafetivos e
os roqueiros. Aqueles eram compostos por pessoas que se autodeclaram homoafetivas
Esta pesquisa se realiza em uma Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP), lo-
calizada em um bairro da periferia de Fortaleza-CE, faz parte do projeto intitulado
“Adesões e conflitos entre culturas juvenis na escola: práticas, saberes e valores da ju-
ventude no ambiente escolar”, do Programa de Iniciação Científica (PIBIC) da UFC. As
EEEPs possuem particularidades como o tempo integral e são divididas não apenas por
séries, mas por cursos técnicos. Discussões sobre o mercado de trabalho e formações
específicas de cada curso somam-se às dinâmicas comuns das demais escolas e criam um
palco interessante de sociabilidades, conflitos e discursos. O objetivo deste trabalho é
discutir as maneiras que os jovens encontram de driblar o processo homogeneizador
que se dá no espaço escolar onde, por exemplo, o uso de uniforme é obrigatório. Con-
sideramos a cultura juvenil como um estilo de vida com uma série de características
próprias, os jovens encontram maneiras de demonstrar os grupos os quais pertencem
por meio de uso de acessórios ou customizações. O uso desses recursos são agregadores
e ao mesmo tempo distintivos e ainda podem contribuir na eclosão de conflitos tanto
entre alunos quanto entre alunos e núcleo gestor ou outros funcionários que por vários
motivos usam da sua autoridade no espaço escolar para tolher as expressões culturais
jovens. O foco das observações são as estratégias de utilização dessas “marcas”, as uni-
formizações dos corpos em fardas e ainda as estratégias de vigilância desenvolvidas. É
importante ainda observar como a utilização de signos se dá por meninos e meninas
que na escola por inúmeras vezes são reduzidos a alunos que assumem o papel de “um
Na atual conjuntura em que o ensino de sociologia volta a ser obrigatório nas três séries
do Ensino médio refletir sobre como os educandos percebem esse saber no cotidiano
escolar, e como é a recepção desse novo conhecimento é fundamental para a relação
educador-educando, visando uma maior compreensão entre as diversas polifonias que
há no contexto escolar. O objetivo da nossa investigação é saber como a geração a qual
é denominada de Y lê o mundo da vida a partir da instrumentalização sociológica. Ao
compreendermos a juventude pela ótica da diversidade, entendemos que embora a
juventude seja um fenômeno universal, ela é ao mesmo tempo particular já que cada
grupo social a experimenta de maneira singular, assim desmitificarmos as imagens co-
muns que temos do que é ser jovem que ora tem conotação de um “vir a ser”, ora é o
jovem como um problema, ou a visão romantizada desses sujeitos.Durante observação
realizada na escola registramos como a informação, acessível a essa geração Y é trans-
formada em conhecimento mediante a experiência que esses educandos têm com as
Atualmente, a educação, além de ser vista como um direito humano, requer condições
para acesso e permanência do indivíduo no espaço escolar. Dentre as condições de
permanência encontram-se o bom convívio, a socialização, ensino-aprendizagem, entre
outras demandas escolares. Diante disso, o estudante inserido no contexto escolar, sub-
mete a diversas situações em meio ao seu grupo, seja pela, amizade conquistada, confi-
ança aos docentes, bom relacionamento com gestores e funcionários, além de, questões
de diferenças e/ou desigualdades, seja por descriminação, conflitos, submissão e até
possíveis violências. A presente pesquisa, aborda no contexto escolar, a vida cotidiana
dos docentes e estudantes, seja ela no espaço interno e externo sala de aula. Trata-se
de um estudo de caso, sobre as relações de poder entre professores e estudantes e
as influências no ensino- aprendizagem, observado em uma escola da rede pública da
cidade de Chapecó/SC. Dessa forma, a escola tem como função primordial, inserir o
estudante ao processo educacional, usufruindo de capacidades e competências que per-
mitem fazer encarrar situações difíceis de forma mais efetiva, a fim de formar um ci-
dadão critico, reflexivo e autônomo, através do desenvolvimento pessoal, do bem estar
e da consciência dos seus direitos e deveres perante a escola e a sociedade. Consideran-
do que a escola, é um dos espaços produtor de conhecimento e diversidade. É também
espaço que produz e reproduz disciplina, poder e autonomia.Dentre, essas abordagens,
as relações de poderes, podem se apresentam de inúmeras formas, umas, mais visíveis,
outras ocultas. O intuito da pesquisa é analisar as possíveis formas de poder presente
na escola, além de observar as estratégias e métodos utilizados entre professores e
alunos na construção do conhecimento. A obtenção de informações e dados para a pes-
quisa baseia-se na metodologia qualitativa através de observações, relatos, entrevistas
semiestruturadas, realizados com professores de docentes. Cabe ainda destacar que a
importância de se desenvolver essa pesquisa para fins cientifica e voltado a Educação,
direcionado pelo curso de Licenciatura em Ciências Sociais aos seus acadêmicos, pois
através do aprofundamento e aperfeiçoamento de métodos, estratégias, melhores re-
sultados são possíveis para um docente encarrar o contexto escolar com autonomia,
eficácia e segurança.
A presente discussão traz a análise de uma pesquisa de campo efetuada na Escola Estad-
ual “Victor Lacorte”, situada em Araraquara, interior do Estado de São Paulo, através
do acompanhamento sistemático das atividades em uma sala de aula do terceiro ano
O presente trabalho mostra a interação dos estudantes de uma Escola Estadual de En-
sino Médio, situada na cidade de Uberlândia, com a internet, através da frequência que
os alunos fazem das redes sociais, seus principais grupos de contato, como se comuni-
O trabalho se dedica a reflexão sobre o ser jovem no ensino médio, analisando como o
espaço escolar junto a disciplina de Sociologia contribui positiva ou negativamente para
a construção de indivíduos críticos acerca do processo corporal e social. A proposta é
compreender as interações que os adolescentes desenvolvem entre si e a escola, ob-
A heterogeneidade de jovens alunos que chegam ao Ensino Médio brasileiro nas últi-
mas décadas traz novos desafios à construção do processo de ensino-aprendizagem.
Os novos atores sociais que integram a escola trazem consigo múltiplas experiências
socioculturais que transpõem os muros da escola. O tornar-se aluno ganha outros sig-
nificados, que não consiste apenas em obedecer a modelos pré-estabelecidos, mas em
construir no cotidiano escolar sentidos para suas experiências. A escola e seus docen-
tes precisam reconhecer os jovens alunos e suas demandas, pois ainda é perceptível a
propagação de uma cultura escolar tradicional, disciplinadora e homogeneizante. Nesse
sentido, a proposta educativa deve ser repensada a fim de que a escola possa oferecer
instrumentos para que os jovens, nas suas especificidades e diversidades, consigam con-
struir seus projetos de vida com autonomia. Mediante a disciplina de Estágio Supervi-
sionado III do curso de Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Estadual do
Ceará, em 2014.2, pude observar e refletir sobre a prática docente dos professores
de sociologia em uma escola de ensino médio do Estado do Ceará, na qual analiso a
importância desse professor e seu papel de sociólogo na escola, enquanto construo
minha identidade profissional. As reflexões realizadas ressaltam a importância do papel
do professor de sociologia, entendendo que este deve também desempenhar o papel de
sociólogo, procurando compreender quem são os jovens alunos que chegam à sala de
aula do ensino médio. O que passa também pela desnaturalização junto à comunidade
escolar s da visão que têm sobre as juventudes. Ao mesmo tempo, o docente deve prob-
lematizar os acontecimentos cotidianos, conhecendo o contexto em que a escola está
inserida, visando problematizar sobre os sujeitos jovens e seu universo de vida como
tema nas aulas de sociologia. Nesta perspectiva, podemos pensar na mediação que o
professor de sociologia poderá fazer entre os conteúdos e os jovens alunos a fim de pro-
mover uma aprendizagem significativa, que contribua para a ampliação da percepção
da realidade que esses indivíduos estão inseridos e na construção de suas identidades e
projetos de vida.
O trabalho é fruto de idas a campo, tendo sido produzido por meio da observação
e construção de relatórios durante as visitas do PIBID na escola para Jovens e Adul-
tos, Professor Manoel R Silva em Maringá, Paraná; assim como, pela análise das con-
tradições político-sociais em que o EJA está inserido. As frequências buscavam elucidar
a importância de se inserir no ambiente escolar antes de criar as intervenções educa-
cionais propriamente ditas. Construída de forma coletiva, e alicerçada em diversos
pilares teóricos, uma dentre as propostas fundamentais das visitas, era uma inserção
mais crítica e criativa e menos reprodutiva. Por isso, a própria escolha do local de
análise carrega essa carga crítica, tendo em vista o foco muito menor dado a essa área
quando comparada ao ensino regular. A fim de refletir sobre prática docente a partir
destas visitas semanais ao EJA, deu-se prioridade às investigações acerca da influência
exercida a partir um complexo de estruturas externas à escola que, quando relacio-
nadas com as questões educacionais definem de forma incisiva as práticas dentro das
instituições educativas. As observações in loco, além de auxiliarem na construção de
propostas de trabalhos – ainda em desenvolvimento – a serem aplicados neste local
particular, evidenciaram duas categorias fundamentais de estímulos externos à escola
que medeiam de forma incisiva desde a conduta dos alunos, até o próprio regulamento
e funcionamento do EJA. O trabalho, que historicamente influenciou, e foi influen-
ciando pela instituição destinada ao ensino de jovens e adultos, é a primeira delas. Se
fazendo necessário, portanto, evidenciá-lo como um dos motivos da precarização desta
instituição, da dedicação dos alunos, e até da prática docente (observação presente em
diversos trabalhos sobre o tema). Diante do estado problemático da estrutura física, das
confusões burocráticas, e da atenção necessária às múltiplas demandas dos discentes, a
Este artigo revela pesquisa realizada no campus São Vicente do Instituto Federal de
Mato Grosso através da aprovação em edital da pró-reitoria de pesquisa da mesma
instituição em convenio com o CNPq e propõe compreender a perspectiva do (a) es-
tudante de ensino superior em zootecnia e do técnico em agropecuária integrado ao
ensino médio no que se refere ao ensino de sociologia. Os sujeitos da pesquisa incluem-
se no grupo social da juventude do campo, impactado pela precariedade do trabalho
e a falta de políticas públicas como acesso ao lazer e à moradia adequada. A pesquisa
é qualitativa e ocorre, além da observação intermitente da professora pesquisadora e
bolsista, por meio da aplicação de extenso questionário, dividido em três partes, além
das informações gerais: a seção participação - onde se descortina como e se estes estu-
dantes inserem-se em movimentos sociais e qual a profundidade deste engajamento. A
seção opinião, onde se aborda temas contemporâneos como maioridade penal, direitos
reprodutivos, trânsito, entre outros; e, a seção sugestão, que aborda o ensino de socio-
logia propriamente dito. O projeto finaliza-se em setembro deste ano e está - na fase
de aplicação do instrumento de coleta de dados a duzentos estudantes. A importância
da investigação reside em revelar a sociologia para/com o público objetivo - a juven-
tude do campo, sociologia esta que deve pensar políticas para juventude que vive e\ou
trabalha e\ou estuda em área rural. Este, ao estudá-lá, qualifica-se para protagonizar
proposições políticas em benefício de coletividades nas quais se insere e atuar ativa-
mente em questões que influenciam as ações do Sistema Nacional de Juventude. Para
que isto aconteça, é imprescindível que a juventude retome o sentimento de pertença a
terra e ao trabalho no campo, o que se torna um desafio ao perceber que há uma visão
pejorativa do campo. Durante séculos o rural foi associado ao menor conhecimento,
ao leigo, ao desqualificado, ao distante da modernidade, ao atrasado, dentre outras
vinculações. Não obstante, há o avanço notável do Estatuto da Juventude sancionado
em2013, que afirma apoiar o jovem trabalhador rural na organização da produção da
agricultura familiar e dos empreendimentos familiares rurais. Saber como os jovens
que moram, trabalham e estudam no campo pensam e se relacionam entre si e como
O presente trabalho tem como principal objetivo apresentar a nossa prática docente
na comunidade quilombola São José da Serra (RJ) e relacioná-la ao que coletivamente
podemos construir a partir disso. Esta comunicação é fruto do projeto de extensão
Quilombo São José da Serra: valorização da cultura e memória afro-brasileira em Va-
lença (RJ), que desenvolvemos na comunidade desde março de 2015, com o apoio do
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), cam-
pus Valença e a participação de três professores coordenadores da instituição: Bárbara
Marques (Filosofia), Juliano Gonçalves (Contabilidade) e Letícia Lima (Sociologia).
Inicialmente, no âmbito educacional, o projeto de extensão pretendia oferecer aulas
de reforço para os alunos do ensino fundamental II – a sociologia também se faria pre-
sente enquanto disciplina escolar -, cujo objetivo ao final desse processo de ensino e
aprendizagem, seria tê-los no quadro discente da instituição, uma vez que iniciamos no
presente ano dois cursos técnicos integrados ao ensino médio (Alimentos e Química,
respectivamente). Além do conhecimento específico, esta experiência, possivelmente
reverberaria no fortalecimento sociocultural e econômico da comunidade, como por
exemplo, a geração de renda, a valorização do espaço e cultura local, a valorização da
identidade quilombola. Porém, ao adentrar neste espaço e nestas relações, percebemos
que questões mais urgentes precisariam ser resolvidas como a garantia do direito à edu-
cação dos jovens e crianças. O que está em pauta, então, não é apenas como o ensino de
Sociologia e a prática docente se faria presente ali no espaço, mas de modo geral, como
nós professoras poderíamos contribuir efetivamente para o desenvolvimento educacio-
nal de São José. Quais são as particularidades de estar inserida na comunidade quilom-
bola? Para além dessas questões, pretendemos apresentar as diferentes contribuições
que os quilombolas de São José podem proporcionar à comunidade escolar do CEFET
– Valença, trazendo à superfície outra forma de se compartilhar a história da região, de
se pensar as tradições locais e colaborando para a desconstrução do senso comum do
que é ser quilombola no município.
O maior concurso vestibular do Rio Grande do Sul sem dúvidas é aquele que é re-
alizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul anualmente. Sua mera ex-
istência mobiliza um mercado bastante expressivo de cursos preparatórios – chamados
habitualmente de “cursinhos” por frequentadores e por pessoas de fora deles. Há uma
tipologia de cursinho específica: o cursinho popular. Nossa experiência de ensino de
O trabalho que ora apresentamos surgiu na medida em que nos aproximamos da re-
alidade do professor de sociologia no ensino profissional no Estado do Ceará. Tendo
em vista que o ensino profissionalizante foi um alvo privilegiado de investimento do
Governo e que foram construídas várias escolas no padrão MEC, com essa inserção da
O presente trabalho procura refletir sobre as respostas dadas por alunos do nono ano
do ensino fundamental do Colégio Pedro II, campus São Cristóvão II, localizado na
cidade do Rio de Janeiro, ao conteúdo trabalhado na disciplina “Ciências Sociais”. No
nono ano do ensino fundamental, trabalham-se, nas Ciências Sociais, temas que dizem
respeito às construções sociológicas e filosóficas que tratam do controle social, e dentre
estas, estão as concepções de disciplina analisadas pelo filósofo Michel Foucault. Neste
A família e a escola sempre foram os principais grupos sociais. É com a escola e com a
família que iniciamos nosso processo de socialização. No entanto, com a falta de estru-
tura familiar, problema enfrentado por muitas crianças e adolescentes de escola pública
nos dias atuais, a escola passa cumprir o papel mais importante na formação do caráter
e da personalidade dos indivíduos. O que nos leva a figura do professor que nessas
circunstâncias é o adulto responsável pela orientação. A grande questão a ser debatida
é que tipo de orientação queremos dar, e que orientação damos as nossas crianças. Se
Por que há pouca participação na Democracia brasileira? Tomando-se esta questão como
ponto de partida, trata-se de explorar algumas reflexões sobre a falta de participação
dos brasileiros na sociedade civil e na Esfera do Estado. A educação quando se tem uma
proposta participativa - em seguida pode ser uma proposta para reverter esse quadro
presente do pouco engajamento a Democracia. Em seguida, enfocar diretamente a
atividade intelectual – participação, democracia, cidadania, gestão, - por hipótese ir-
redutível à racionalidade da educação Elitista Burguesa, faz com a massa populacional,
seja uma marionete de manipulação. Discute-se inicialmente o sentido da participação,
pelo imperativo da educação participativa no meio escolar. Menciona-se a importância
da gestão democrática participativa na escola, como uma ferramenta de romper o ci-
clo vicioso da não participação das pessoas comuns na Democracia brasileira, chega a
instrumentalizar os indivíduos para uma ação no coletivo, ao colocar a especificidade
que a democracia requer de uma maior participação dos sujeitos, marcado pela criação
de uma cultura educativa voltada para os alunos vivencia-la na pratica, e resplandecer
na comunidade. A pesquisa pretende detectar como é possível, uma proposta inovadora
dos educadores, das escolas publica coloca-se a questão da democracia em evidencia,
face ao processo de ensino e aprendizagem dos alunos nos ambientes escolares que em
seu Plano Político Pedagógico contempla a participação de uma gestão democrática, e
realmente seja um principio educativo na práxis, em que os educando desse processo,
possa instituir gradativamente, de forma sólida, a participação dos sujeitos,ha uma re-
lação recíproca entre a dimensão política e a dimensão pedagógica da escola.
O presente trabalho tem por objetivo relatar e refletir sobre uma atividade pedagógica
de caráter empírico em que o Positivismo gaúcho é abordado em uma saída de campo
com alunos do terceiro ano do Ensino Médio. Esta prática que já realizo faz alguns anos,
tem por objetivo proporcionar aos alunos, que estudaram o tema do Positivismo no Rio
Grande do Sul, uma aula em espaços que foram marcados de maneira significativa pelo
pensamento positivista. O embasamento teórico metodológico tem por fundamento
a aprendizagem significa tive de Ausubel. Os lugares escolhidos foram: O Cemitério
da Santa Casa (túmulos de Júlio de Castilhos e Pinheiro Machado), o monumento a
Júlio de Castilhos na Praça da Matriz e diversos prédios neoclássicos, todos localizados
no centro de Porto Alegre-RS. Os resultados obtidos com essa saída de campo tem se
revelado bastante animadores, uma vez que os alunos tem compreendido de maneira
mais complexa a influência do positivismo na História e sociedade sul-rio-grandense.
Este trabalho teve como intuito compor uma reflexão sobre as possíveis contribuições
de teorias políticas do Multiculturalismo para o fomento do respeito e reconhecimento
das diversidades no espaço escolar, abordando especificamente o papel do Ensino de
Sociologia neste processo construtivo. Pensando o problema da pesquisa em um quadro
mais amplo da realidade social brasileira, trata-se de questionar qual seria o papel da
Sociologia na Educação Básica, frente ao problema da intolerância cultural, religio-
sa e política que permeia as relações sociais nas diferentes esferas da sociedade civil.
As contradições entre diferentes segmentos sociais e grupos culturalmente diversos,
bem como os embates ideológicos na esfera pública, manifestam ações de violência
e negação do “outro” nas relações cotidianas. A necessidade de promover, através da
educação, o reconhecimento da heterogeneidade cultural e o respeito às diversidades
é uma demanda já reconhecida pelo Ministério da Educação e incorporada na legisla-
ção educacional brasileira, compondo também os “desafios socioeducacionais” para a
Educação Básica nos últimos anos. O instrumental teórico-metodológico da Sociologia
exerce um papel fundamental para a desnaturalização das relações sociais e superação
do preconceito, discriminação e segregação social. Dentre os instrumentos dos quais
dispõe a disciplina estão as teorias políticas do Multiculturalismo e seus estudos. Este
trabalho inclina-se à adequação de tais estudos para o Ensino de Sociologia e à presença
da temática em livros didáticos de Sociologia para o Ensino Médio. A discussão con-
tida nesta pesquisa foi realizada a partir de leituras do Multiculturalismo e educação
O presente trabalho versa sobre o acesso à informação acerca das Políticas de Inclusão
do Ensino Superior Brasileiro. A questão principal da pesquisa foi atentar para a possível
falta de informação do público alvo, que pode impedir em primeiro lugar que ele se
reconheça como tal. O acesso à informação pode ser um dos requisitos para o acesso,
pois o acesso ainda é limitado e há parte das vagas reservadas pelas cotas que não obtém
ocupação. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por exemplo,
cerca de 4% das vagas reservadas aos alunos do ensino público retornaram ao acesso
universal em 2014. Além disso, dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) demonstraram que a democratização do acesso ao ensino superior
nas IES públicas estagnou, mesmo com o aumento das vagas reservadas pelas cotas. O
Programa Universidade para Todos (ProUni), primeira política de inclusão de larga
escala do ensino superior brasileiro, possui ampla divulgação. A divulgação das Cotas
é feita apenas a partir de um edital formal. A linguagem formal dos editais tradicionais
requer uma série de disposições prévias que permitam compreendê-la, disposições es-
sas que alunos de nível médio em sua maioria ainda não possuem. Disposições coloca-
das aqui enquanto tendências duradouras de agir, pensar e sentir que são adquiridas nas
socializações e podem ser combinadas por agentes que tenham percorrido trajetórias
descendentes ou ascendentes no espaço social (LAHIRE, 2004). Há também a necessi-
dade de se pensar o acesso à informação como uma forma de capital cultural incorpora-
do, conceito de Bourdieu. O conceito que ajuda a analisar a questão da informação é o
capital cultural incorporado, que é aquele que diz respeito ao aprendizado pré-escolar,
o aprendizado que é adquirido na família ou através de experiências (BOURDIEU,
2007). Acesso à informação pode não ter uma relação direta com o capital cultural
incorporado, porém, compreender e interpretar essa informação sim. A informação
divulgada pelo meio de um edital, por exemplo, prevê que o leitor seja capaz de com-
preender aquela informação, porém, se o público alvo do edital é um aluno egresso do
ensino médio, então se espera que esse aluno possua capital cultural incorporado que
o permita interpretar linguagem formal e específica, pois o nível médio de ensino não
O presente trabalho tem por objeto analisar os impactos das intervenções didáticas que
tematizaram o Sistema Político, o Sistema Eleitoral e Sistema Partidário brasileiros,
realizadas pelo PIBID Sociologia UFBA, no ano de 2014, sobre o corpo estudantil
do Colégio Estadual Odorico Tavares, localizado em Salvador - Bahia. A idealização e
planejamento dessas atividades foram motivados pelo espectro ideológico que se des-
dobrou no país, por ocasião do período eleitoral, de modo a trazer para a esfera da sala
de aula um debate que dialogasse com as temáticas políticas mais atuais e exploradas
nos debates presidenciais e que ganharam destaque público. A partir desse contexto, es-
tabeleceu-se enquanto objetivo geral investigar a influência do período eleitoral sobre a
execução dessas intervenções propostas. Especificamente, objetivou-se: a) demonstrar
a relação que o presidencialismo de coalizão e a tripartição de poderes apresentam
no imaginário estudantil; b) identificar os paralelos estabelecidos pelos estudantes en-
tre o momento político vivido e a composição político institucional; c) identificar a
conexão que os estudantes desenvolveram acerca das relações entre sistema político
e partidário. A aplicação das intervenções se deu em três turmas matutinas no 3º ano
do ensino médio, totalizando aproximadamente 100 alunos, com idades entre 17 e
21 anos, oriundos de diversos bairros de Salvador. Para analisá-las, foram utilizados
os relatos de experiência do supervisor e dos bolsistas que executaram as interven-
ções junto às turmas, em conjunto com a observação participante. Como resultado,
foi possível notar que apesar do desconhecimento teórico relacionado às instituições
políticas brasileiras, os estudantes conseguem correlacionar a importância da política
na vida cotidiana, mesmo que essa correlação ocorra de maneira desfigurada, haja vista
que eles não conseguem, muitas vezes, compreender os fenômenos do cotidiano como
pertencentes à esfera política. Todavia, ao entrar em contato com os conceitos con-
cernentes ao Sistema Partidário e ao Sistema Eleitoral, tornou-se possível para eles a
O que os documentos oficiais e as políticas públicas para educação dizem sobre a for-
mação política dos alunos da Educação básica? Qual concepção de política tem pre-
dominado? Este texto discute essas questões a partir de uma abordagem dos Parâmet-
ros Curriculares Nacionais (PCNs), das Diretrizes curriculares Nacionais (DCNs) e
das Matrizes de referência do Enem para as “Ciências Humanas e suas Tecnologias”. A
discussão da relação entre política e tecnologia é o eixo da análise. Os referidos docu-
mentos falam em competências da área de humanas, mostrando o que pode ser enten-
dido como um reducionismo tecnicista. O termo competência acaba por circunscrever
a educação à lógica das tecnologias e de seu domínio. Isso fica patente em relação ao
que se propõe como norteamento da Educação Básica, sobretudo da sua última etapa,
o Ensino Médio. O discurso das habilidades e competências no âmbito da educação
está ligado a concepções de sociedade e de sujeitos humanos que se pretende formar
numa época que tem sido ideologicamente caracterizada como era da informação e
de suas tecnologias. Frente à isso, se fortalece o discurso voltado para a formação de
competências e habilidades nos estudantes de Ensino Médio. O objetivo deste trabalho
é compreender este discurso de formação de competências e habilidades afeta o ensino
de Sociologia no Ensino Médio, pretendendo-se discutir, a partir dos documentos ofi-
ciais do Ministério da Educação, as orientações dadas aos professores de sociologia em
relação àabordagem da política na sala de aula, discutindo, num primeiro momento,
as orientações para a formação dos professores de Sociologia (DCNs), e em um se-
gundo, analisando as indicações para o ensino de Sociologia no Ensino Médio (PCNs/
Matrizes de Referência do ENEM). São analisadas também entrevistas com professores
do Ensino Médio do Litoral do Paraná sobre a compreensão que eles têm das “Ciências
Humanas e suas Tecnologias” e sua correlação com a política. A abordagem se dá a partir
do materialismo histórico, apoiando-se especialmente nos críticos do reducionismo da
práxis educativa a mera formação de competências. Os estudos sobre o Ensino Médio
Este trabalho tem por objetivo discutir em sala de aula a questão do racismo, do precon-
ceito, suas causas e consequências que estão presente no cotidiano escolar, bem como
na sociedade como um todo, no sentido de contribuir para desconstruir o processo
social que leva a formação de uma sociedade violenta, para isto partimos dos conceitos
teóricos e metodológicos para serem trabalhados com estudantes de ensino médio na
disciplina de sociologia. No contexto em que estamos presente nos deparamos com
inúmeros casos de racismo, preconceitos que são praticados não só no cotidiano da
escola, mas em todos os espaços sociais, são situações que desde a época do Brasil Colo-
nial, desde que os europeus pisaram em território brasileiro se tornou uma constante.
Os portugueses trouxeram com o “descobrimento do Brasil” o ideal de que possuíam
uma superioridade racial, a partir daí, desencadeando ideais racistas e preconceituosos.
Neste sentido trabalhando o contexto histórico com estudantes e trabalhando teóricos
das Ciências Sociais como Guerreiro Ramos, Kabelenge Munanga, podemos de uma
forma científica e metodológica desvendar o caminho da construção de uma sociedade
preconceituosa e racista, que carrega dentro de si as raízes da violência e contribuir na
construção de uma sociedade mais humanizadora. Queremos chamar atenção para um
debate necessário e atual, onde procuraremos expor como trabalhamos em nosso está-
gio estas questões como preconceito, discriminação, violência e a construção de novas
vivências em sociedade.
O presente trabalho tem como objetivo discutir a forma pela qual os livros didáticos do
ensino básico de Sociologia têm tratado a temática dos movimentos sociais no Brasil.
Uma análise pouco mais acurada, no entanto, indicou uma série de problemas nessa
abordagem, que são objeto de reflexão neste artigo. Há demasiado enfoque dos movi-
mentos sociais tradicionais que, e ainda que se considere sua importância histórica,
acabam por ganhar espaço demasiado. Esta abordagem que não raro mostrou-se cansa-
tiva, dos movimentos sociais tradicionais (como o M.S.T. o movimento operário do
ABC, etc.), se deu em detrimento dos novos movimentos sociais surgidos nas últimas
décadas, surgidos principalmente a partir do processo de redemocratização do país
que, por outro lado, acabaram ganhando um espaço menor e secundário, dando a im-
pressão de que são tão importantes quanto os primeiros. Assim, aqueles movimentos
relacionados a terceira e quarta geração de direitos, segundo a teoria de Marshall, como
o indigenista, o movimento feminista e os movimentos relativos a questões de gênero,
entre outros, acabam não sendo discutidos nos livros didáticos ou, quando são tratados
nesses livros, são abordados de forma superficial. Ainda, por se preocupar em demasi-
ado com a abordagem histórica dos movimentos, acabam não conseguindo situar estes
movimentos na atualidade, não conseguindo apontar e discutir desta forma a relevância
destes movimentos para a construção da cidadania. Analisamos no presente artigo to-
dos os seis livros didáticos de sociologia selecionados pelo PNLD (Plano Nacional do
Livro Didático) para o estado de Goiás e produziu-se um trabalho de natureza compara-
tiva buscando-se apontar entre eles elementos comuns e falhas. Quanto às estratégias
empregadas para realizar essa investigação destacamos a análise bibliográfica dos livros
de sociologia do ensino básico, assim como o emprego do método comparativo que
Propomos analisar qual é o sentido atribuído à categoria trabalho nos documentos que
norteiam o ensino de sociologia no ensino médio. As Diretrizes, Parâmetros e Orienta-
ções Curriculares Nacionais, bem como as Diretrizes Curriculares da Educação Básica,
elaboradas pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, compõem o conjunto dos
documentos a serem analisados. A justificativa para a inclusão deste último documento
reside no fato de que, a partir dele, é possível pontuarmos algumas especificidades do
lugar de onde falam os autores deste trabalho. Partimos do entendimento de que a cat-
egoria trabalho, como afirma a teoria marxista, tornou o ser humano consciente de si e
do mundo, ou seja, fundou o ser social, a partir de sua relação dialética com a natureza,
que proporciona a satisfação das diversas necessidades humanas. Assim, partindo desta
perspectiva teórica, é importante que, para além do mapeamento da referida catego-
ria é fundamental entender como ela aparece. Neste sentido, é preciso reconstruir
o contexto histórico em que tais documentos foram elaborados, pois diz muito da
perspectiva teórica subjacente. Por um lado, tanto as Diretrizes quanto os Parâmetros
Curriculares Nacionais foram elaborados no governo do Fernando Henrique Cardoso,
portanto, refletem a preocupação do mesmo em dar respostas aos processos em curso,
como a globalização, o desmonte do Estado, juntamente com o processo de reestrutu-
ração produtiva, ambos no intuito de sanar a crise cíclica do capital, que havia iniciado
na década de 1970. No âmbito educacional, presenciamos a construção de um currí-
culo baseado não mais em disciplinas, mas em áreas de conhecimento, que aciona como
pilares elementos como: a noção de competências e habilidades, interdisciplinaridade,
contextualização, hibridismo, trazendo para dentro da escola uma preocupação imedi-
atista com a inserção do indivíduo no mundo produtivo. Por outro, as Orientações Cur-
riculares Nacionais e as Diretrizes Curriculares Estaduais - do Estado do Paraná, foram
elaboradas em outro momento político. Assumem o poder - no nível federal e estadual
- governos que propõem uma nova concepção de currículo, construído principalmente
a partir do acionamento de categorias inerentes ao pensamento de Gramsci da Escola
Unitária e do trabalho como princípio educativo, e do pensamento de Saviani, através
da teoria histórico-crítica, nas quais a categoria trabalho reaparece com um conteúdo
que se aproxima da perspectiva marxista do trabalho como constituidor do ser social.
Nos últimos anos, o campus Vitória de Santo Antão- PE vem se destacando entre os
demais campi do IFPE pelo envolvimento dos seus docentes e técnicos administrativos
em ações de pesquisa e extensão, do mesmo modo que essas ações vêm estabelecendo
parcerias com instituições de fomento à pesquisa (CNPq, FACEPE) de âmbito nacional
e internacional. Todavia, observa-se que dentre os estudantes do ensino médio profis-
sionalizante, não há o mesmo vigor acerca da participação destes nos eixos temáticos
voltados para a formação profissional. Portanto, do ponto de vista sociológico, faz-se
Partindo da lei (11.684/2008) que obriga o ensino de sociologia nas três séries do en-
sino médio, logo sua reinserção em todas as instituições educacionais é garantida pela
existência de medidas legais, buscamos conhecer as condições de trabalho e o perfil
do sociólogo que ingressou na rede estadual de ensino em Goiânia entre 2009 e 2010,
e principalmente as renúncias/saídas desses licenciados em ciências sociais da sala de
aula. Dessa forma os objetivos percorrem uma minuciosa análise das condições em que
ocorre o trabalho dos docentes (com licenciatura em ciências sociais e/ou sociologia),
que ministram aulas de Sociologia, mapeando as causas para a saída desse profissional
em um curto espaço de tempo da sala de aula. Para alcançar os objetivos a abordagem
usada na pesquisa foi o método de investigação qualitativo, com entrevistas face-a-face,
que foram gravadas com o consentimento do entrevistado. A base teórica pilar é o
materialismo histórico dialético de Karl Marx, e de estudiosos contemporâneos que
abordam a questão do mundo do trabalho, como Ricardo Antunes, David Harvey, Cris-
tophe Dejours, entre outros.Com a obrigação do ensino de Sociologia, alguns licen-
ciados viram na educação uma possibilidade de exercer sua profissão no magistério,
porém, apesar de sua entrada ser via concurso, o que lhes garantiriam estabilidade, um
salário, plano de carreira, entre outros benefícios, a permanência desses docentes em
sala de aula não se consolidou, ao contrário, em um curto espaço de tempo houve um
grande número de pedidos de exoneração ou adaptação para outros cargos e setores da
administração pública do Estado de Goiás, o que era indicativo de que esse ambiente
educacional deveria se estudo mais detalhadamente. Os primeiros resultados apon-
tam que as novas configurações no mundo social, e principalmente a vertente política
econômica via ditames do neoliberalismo veem ordenado para a estrutura educacional,
um sistema de intensificação e precarização do trabalho docente, onde a mesma máxi-
O foco central desta pesquisa é a relação entre ciência e ensino e tem por objetivo
analisar a difusão da crítica feminista às desigualdades de gênero no Ensino Médio, no-
tadamente no que se refere à disciplina Sociologia, interrogando, também, se e de que
maneira as questões religiosas perpassam esta difusão. Desde 2008, por meio da Lei n.
11.684 de 02 de junho, a Sociologia foi reincorporada como disciplina obrigatória ao
currículo das escolas brasileiras. No estado de São Paulo, a partir da proposta curricular
de 2007 (SEE, Rede do Saber), foram elaborados e distribuídos (em 2008) os Cadernos
do Professor cujo conteúdo abrange sequências didáticas e sugestões de trabalho para
serem utilizadas e ampliadas pelo docente em sala de aula. O Caderno do Professor –
Sociologia - foi elaborado em 2009 quando se introduziu a disciplina em todas as séries
do Ensino Médio. O objetivo desta pesquisa é acompanhar, por meio dos Cadernos,
de que modo a crítica feminista vem sendo incorporada neste material e difundida aos
professores e aos jovens ao longo do Ensino Médio, na 1ª, 2ª e 3ª séries. As questões
que norteiam esta investigação podem ser assim elencadas: quais os sentidos dados
para gênero, feminismo, sexualidade e outras diferenças nos Cadernos do Professor
elaborados pela Secretaria da Educação do governo do Estado de São Paulo? Há articu-
lação com a religião? De que modo essas questões aparecem no material selecionado
vinculadas a consciência crítica e a cidadania, como problemáticas do contexto contem-
porâneo? É então atrás das visões apropriadas pela sociologia, e por outras disciplinas
da educação básica, que buscaremos que tipo de saber tem sido transmitido sobre as
mulheres, sobre as relações de gênero, sobre os feminismos, aos professores e jovens
brasileiros, nesses primeiros quatros anos (2009-2012) de reinserção oficial da sociolo-
gia no ensino médio: Em que medida as perspectivas são críticas ou reducionistas; em
que medida há a incorporação de autoras clássicas do feminismo e de autoras brasilei-
ras da teoria feminista; e até que ponto se considera a relação entre gênero e religião,
feminismos e religião com todas as nuanças que tem essas relações. Para a leitura do
material e coleta de dados, algumas temáticas foram elencadas: referência a gênero (pa-
lavra ou conceito); relações de poder/desigualdade de gênero e sexo; invisibilidade/
silenciamento das questões de gênero; referência à diversidade; referência à religião;
referência à família. A partir da leitura, foram elaboradas tabelas para cada uma das séri-
es a fim de quantificar as ocorrências. Por fim, analisou-se o conteúdo dos Cadernos no
No que concerne aos debates sobre gênero e sexualidade, até os anos 60 acreditava-se
que dentro das ciências sociais a antropologia estaria mais ligada a debater questões
sobre a sexualidade, uma espécie de senso comum acadêmico disseminava tal ideia.
Talvez, isso se deva ao método do relativismo cultural, enfim. Nessa perspectiva este
trabalho tem por objetivo geral elencar as dificuldades e desafios que o educador de
sociologia se depara no momento em que deve planejar e executar o roteiro de aula a
ser trabalhado, surge então uma hesitação ou algo em torno de se questionar a respeito
de questões de gênero e sexualidade na escola: abordar ou resignar? Em que medida
o profissional de ciências sociais detém essa decisão, no sentido de dar voz ou calar
tais aspectos que dizem respeito a esse tema ou seria uma escolha por parte do cur-
rículo institucional de cada escola? Eis que surge esse pensamento e algumas dúvidas
em meio a tantas modificações que a escola enfrenta nos dias de hoje; denominada, por
“tempos de incertezas”. É nesse ponto que entra o ensino de Sociologia, como forma
de trabalhar em coletividade com outras disciplinas que compõe o currículo do ensino
médio. Na procura de falar a respeito de temas considerados transversais ou debater a
cerca de conceitos como o fato de conscientizar politicamente, o debate sobre questões
referentes à formação do cidadão crítico, tais como a promoção de um discurso iguali-
tário sobre: gênero, sexualidade, gerações, raça e etnia, meio ambiente, segurança en-
tre outros. Sendo assim, temas que foram considerados como tabu, vem à tona a partir
da escolha e ou decisão do profissional de sociologia em nível de formação e esclare-
cimento a serem trabalhados em sala de aula ou não. Os estudantes encontram-se, por
suas vivências e manifestações sociais em tempos bem a frente do que o tempo que é
ocupado pelos diálogos travados na escola. Desse modo, o currículo tem de abarcar
essa nova discussão e avançar nesse sentido. Como metodologia operacional refletir a
cerca de observações realizadas em sala de aula e, revisão literária sobre o a proposta do
trabalho. Em2006 o ministério da educação lança o Gênero e Diversidade na Escola-
GDE material de formação e capacitação de professores para que possam lidar melhor
com esses temas recorrentes em sala de aula e desmitificar os tabus existentes. No ano
de 2011, outra proposta do MEC vem a público por debates a nível nacional que é o
famoso kit anti homofobia, porém não chegou a entrar em vigor por conta do veto do
governo federal. Frente a essas políticas é possível perceber que não tem como fugir
desse debate, os discursos se tornaram recorrentes nas esferas de âmbito social tais
como: família, escola, religião, política, mídia. Sendo assim, tem-se como premissa que
na busca de uma práxis no campo da educação a partir da autonomia dos sujeitos em
relações dialógicas, ocorra uma participação mútua do educador e educando atuante na
O presente trabalho tem por objetivo abordar questões de gênero e violência, a partir
do método etnográfico e das análises situacionais (GLUCKMAN, 1940) de três “even-
tos” ocorridos numa escola pública do ensino médio na cidade de João Pessoa - Paraíba.
O primeiro evento faz menção à exposição de painéis com fotos, pinturas, textos, em
homenagem ao Dia Internacional da Mulher (08 de março) realização feita por alunos
e alunas; o segundo está ligado a um caso de bullying com uma aluna que teve fotos
de sua intimidade divulgadas por toda a escola; e a terceira uma cerimônia que tinha
por função apresentar a lei Maria da Penha para a comunidade escolar e de bairros
próximos, descrevo um pouco sobre essa experiência da relação escola-comunidade
já que havia a presença de mulheres (mães de alunos e alunas) que sofreram violên-
cia domestica. Para se chegar ao cumprimento deste trabalho foi realizada observação
campo e conversa informal em salas de aula e nos momento de maior interação - os
intervalos. Além disso, discussões com os discentes através de oficinas sobre o tema
de gênero e violência também contribuíram para a construção deste trabalho. Ao todo
minha presença na escola somou três anos de experiência através da minha participação
no Programa de Iniciação a Docência (PIBID) e logo após na experiência de pesquisa.
Dito isso, discorro ao longo do trabalho, como estes eventos demonstram perspectivas
de gênero presentes na cultura discente e como essas questões aparecem em meio ao
cotidiano escolar: num lugar de reforço das desigualdades de gênero, mais também um
lugar de contestação e de resistência, em que a inserção da disciplina sociologia pode
contribuir para refletir e para levar mudanças, pequenas mudanças, no cotidiano dos
jovens, contestando e desnaturalizando as questões de gênero, a naturalização da vio-
lência, pontes que podem ser construídas a afim, de tornar o sujeito critico que reflita
seu cotidiano e estranhe o que é comum e corriqueiro.
Este trabalho objetiva estudar o contexto escolar em que jovens sofrem agressões físi-
cas e/ou verbais por causa de sua sexualidade, mas que, por conta do ocultamento e
silenciamento não deixam transparecer para a sociedade o nível de violência que estão
expostos. Com este estudo foi possível caracterizar a presença dos preconceitos e da
discriminação contra jovens homossexuais dentro do espaço educacional, pontuando a
emergência da desconstrução do preconceito na sociedade e especialmente nas escolas.
Procura refletir sobre a homofobia no ambiente escolar. Analisa a formação dos edu-
cadores e educadoras para abordarem a diversidade sexual com os discentes e propõe
a importância da diversidade sexual e de gênero como tema que deve ser incluído nas
aulas de Educação Sexual e no currículo de formação dos profissionais da educação.
A metodologia utilizada, além de uma pesquisa bibliográfica, consiste na observação
participante e minicursos realizados em duas escolas de ensino médio da rede pública
estadual do Município de Crato-CE, durante o estágio do Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), vinculado a Coordenação de Aperfeiçoamento
O PIBID (Programa de Bolsa de Iniciação à Docência) tem como objetivo central fo-
mentar a iniciação à docência a fim de contribuir para melhoriada qualidade de ensino
dos/as licenciandos/as, a partir da vivência de todas as atividades relacionadas ao en-
sino, e ainda para a melhoria das escolas públicas brasileiras, por meio do apoio teórico-
metodológico. Para atingir tais objetivos, o PIBIDdo curso de Licenciatura em Ciências
Sociais, da Universidade Federal do Tocantins, campus de Tocantinópolis, tem buscado
novas metodologias para tratar de temas que estão presentesnos Parâmetros Curricu-
lares Nacionais (PCNs) e nos Parâmetros Curriculares do Estado do Tocantins (PC/
TO) como conteúdos a serem abordados na disciplina de Sociologia.Em um momento
inicial, realizou-se um estudo minucioso dos programas da disciplina de Sociologia das
escolas contempladas pelo PIBID. O estudo apontou para a inexistência da abordagem
de alguns temas, em especial, do tema que trata das relações de gênero na sociedade
contemporânea. A ausência do tema pôs em destaque a discussão acerca da formação
de professores e, consequentemente, da formação dos/as licenciados/as no próprio
curso em questão. Ao darmos prosseguimento ao estudo, constatamos que a matriz
curricular do curso de Licenciatura em Ciências Sociais, da Universidade Federal do
Tocantins, não contempla de modo satisfatório a abordagemdas relações de gênero.
Assim, observamos uma lacuna na formação dos futuros professores, posto que esta
temática é essencial na atualidade, considerando-se que a escola produz e reproduz
sujeitos, internalizando as concepções do que é ser homem e ser mulher. Transformar
estas concepções, que se traduzem em relações desiguais, é fundamental para uma so-
ciedade democrática. A partir desta concepção o PIBID realizou a formação com os/as
bolsistas e supervisores/as, a partir de leituras orientadas no Grupo de Estudo Gênero
e Violência contra a Mulher. Destaca-se que esta formação atendeu, mesmo que de
forma inicial, a lacuna observada na matriz curricular do curso, podendo ser com-
preendida como uma ação para efetiva implementação dos Parâmetros Curriculares
Nacionais e Estaduais no que se trata da questão. Após a formação iniciada no Grupo de
Estudos, elaboraram-se oficinas com os/as alunos/as do Ensino Médio, abordando, o
tema das relações de gênero e sexualidades.Apresenta-se, portanto, como se deu a for-
mação dos/as bolsistas e as oficinas realizadas com os/as alunos/as do Ensino Médio.
Este artigo é parte integrante dos estudos e pesquisas sobre gênero desenvolvidas ao
longo da minha formação acadêmica e docente. Apresenta uma breve discussão teórica
do gênero enquanto uma categoria analítica com base nas terias de Joan Scott, Gua-
cira Louro, Teresa de Lauretes, Claudia Diniz Paz e Fabíola Rohden, para em seguida
apresentar a minha iniciativa e experiência docente em trabalhar estas temáticas nas
salas de aula do Instituto de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão. O objetivo é
refletir sobre o trabalho pedagógico e as atividades desenvolvidas nas aulas de Sociolo-
A violência contra a mulher é um problema social que diz respeito à violação dos direi-
tos humanos, atinge todas as classes sociais e está presente na população global. Onde
começa a violência contra a mulher?Esta é a pergunta que norteia o presente trabalho e,
de certa forma, delimita o desenho da reflexão. Tendo por hipótese que a desigualdade
entre homens e mulheres se dá através do processo de socialização feminina e socializa-
ção masculina, ou seja, em um processo gradual e coercitivo de coeducação social que
constrói as identidades de gênero padrão: masculino-hegemônico feminino-subalterno,
esta pesquisa teve como objetivo analisar onde e como começa a violência contra a
mulher, através da observação do cotidiano escolar, na escola pública no estado do Rio
de Janeiro.Para responder a questão norteadora apresentada e aferir em que medida foi
alcançado o objetivo principal da investigação, realizou-se uma oficina quinzenal desde
Abril de 2014, em horários extraclasses, intitulada “novas masculinidades, violência e
subjetividade”, com meninas e meninos entre 15 a 20 anos, matriculados em turmas de
1º e 2º anos do Ensino Médio de escolas públicas, localizadas na cidade de Niterói/RJ.
Foi utilizado, também, a entrevista e a aplicação de formulário relativo à identidade de
gênero e violência psicológica como instrumentos de pesquisa para coletar dados ne-
cessários à analise de onde e como começa a violência contra a mulher. A decodificação
dos dados coletados a partir dessa metodologia de pesquisa será apresentada em forma
de resultados parciais da investigação realizada até a presente data.Podemos afirmar que
existe uma desigualdade objetiva entre homens e mulheres, que se perpetua e é criada
por uma desigualdade subjetiva muito bem arraigada em fundamentos epistemológi-
cos, e que por sua vez fundamenta a continuidade da dominação de valores androcên-
tricos representados por homens e tudo que pode ser adjetivado como masculino.Os
resultados parciais da pesquisa constatam a violência simbólica e a incorporação da
O presente trabalho teve por objetivo trabalhar o tema sexualidade numa perspectiva
que integrasse a noção biológica com a dimensão sociológica, com destaque para esta
última. Sua motivação ocorreu a partir da dificuldade, polêmica ou ausência do tema
nas discussões travadas em ambiente escolar. Partindo de elementos socialmente con-
struídos relacionados à sexualidade, estabeleceu-se como objetivo geral um processo
de esclarecimento e desnaturalização sobre o tema. Utilizou-se, enquanto procedimen-
tos metodológicos, revisão bibliográfica, análise de conteúdo de filmes, livros e poesia,
propiciando assim o exercício da imaginação sociológica dos estudantes acerca do tema.
A proposta compreendeu os alunos de três turmas matutinas do 3º ano do ensino mé-
dio, de uma escola estadual da rede pública, com público majoritariamente feminino,
com idades entre 17 e 21 anos, oriundos de diversos bairros de Salvador. A partir dos
dados coletados, pôde-se elencar os elementos que se configuram como determinantes
para que receios e preconceitos cerquem a sexualidade humana, abordando instituições
fundamentais de reforço e reprodução, como família, igreja, escola. Além desse aspec-
to, foi apresentada a importância que o amor e o ato sexual ganharam no decorrer da
história dos relacionamentos. Resulta-se desse contexto que demonstram que embora
a escola seja idealmente um espaço propício para reflexões e desconstruções, termina
por não abrir espaço para que assuntos polêmicos – como a sexualidade, possam ser
discutidos, para a formação de jovens mais esclarecidos sobre o tema. O resultado
da intervenção alcançou suas expectativas, pois foi questionada a dimensão social da
sexualidade, desnaturalizando-a.Com relativa participação estudantes, a atividade foi
rica, visto que os mesmos trouxeram relatos da sua vivência e percebendo a cada ex-
emplo, o que se aproximava e se distanciava da sua realidade. Neste sentido foi possível
à percepção da coerência com o que foi abordado o tema e a realidade destes alunos. É
encaixando a diversidade presente na sala de aula e compreendendo as especificidades
que alcançamos a inclusão de todos na atividade.
Este trabalho tem por objetivo analisar as situações de identidadesdas mulheres lésbicas
Este trabalho trata da criação de uma disciplina específica para tratar de questões de
gênero e diversidade na educação dentro da formação oferecida no curso de Licencia-
tura em Ciências Sociais do Instituto Federal do Paraná- Campus Paranaguá. A ementa
da disciplina propõe reflexões sobre a relação entre educação, diversidade e relações
de poder no espaço escolar. A proposta é analisar os conceitos de identidade e de
diversidade à luz das principais perspectivas teóricas da área, em temas relativos à
diversidade social, cultural, e étnico-racial no contexto dos processos educativos, e
como as características multiétnicas, multirraciais, de gênero e de classe na sociedade
brasileira são abordadas no cotidiano escolar e nas políticas educacionais, discussões
essas imbricadas com as questões do currículo oculto. Sabe-se que a inserção da per-
spectiva de gênero na educação básica brasileira começou a surgir nos documentos
legais a partir da Constituição de 1988 e depois com a elaboração dos Parâmetros Cur-
riculares Nacionais (1997) e dos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação
Neste trabalho pretendemos retratar a voz subalterna através do funk, estilo musical
que sofre preconceito, principalmente devido o espaço de onde surgiu e também pelo
público que frequenta esse segmento. Há um imaginário de associação do funk como
gênero musical que carrega o apelo sexual como “carro chefe” nas letras das músicas,
um dos principais motivos que levam o funk a ser visto como “inferior” em relação aos
outros estilos musicais. Através do documentário “Sou feia mas tô na moda” iremos
analisar as falas dos funkeiros, suas visões de mundo e suas versões sobre a/s sua/s
cultura/s. O funk pode ser um fator de empoderamento para o sujeito da favela, que
está na condição de subalternidade (para Carvalho, a condição de subalternidade é a
condição do silêncio), mas principalmente como forma da comunidade falar da sua
própria cultura, dos acontecimentos, dos problemas, das coisas boas e do esquecimento
por parte do estado. Escolhemos este tema por considerar que é um movimento com-
posto por sujeitos que estão em condição de subalternidade, devido à classe social,
cor, gênero. O funk é uma cultura popular e representa a voz e os valores de sujeitos
inseridos num contexto marcado por problemas sociais e está reproduzindo a realidade
existente nas favelas, que muitas vezes não é transmitida veridicamente pelos meios de
comunicação de massa.
Nas teorias feministas vemos um esforço por posicionamentos teóricos mais pertinen-
tes e que contribuam no entendimento das experiências que lidam com as questões de
gênero – daquilo que cercam as representações de homens e mulheres e suas interativi-
dades então plurais. A atenção para os novos sujeitos, e, sobretudo, para o tempo de re-
alização da experiência feminina está se tornando um antídoto poderoso de renovação
em diversas áreas de conhecimento, sobretudo, aos ligados ao campo sociológico-edu-
cacional.Tais atitudes cognitivas e epistemológicas convergem com os objetivos deste
trabalho: a) levantamento e conhecimento do estado da arte temática e a realização de
uma análise crítica de conteúdos quanto à condição feminina e a corporalidade adap-
tada/diferente; b) pensar a transposição desse objeto (a condição feminina e de corpo-
ralidade adaptada) no interior do contexto acadêmico-escolar (metodologias de ensino,
formação de professores,processos de aprendizagem, relações de diferença, interação
e inclusão), numa interface de discussões entre a Sociologia do Gênero, da Inclusão e o
do Ensino de Sociologia e as possibilidades de uma renovada epistemologia e metodolo-
gia de ensino de sociologia na educação básica, ao dar visibilidade às experiências sociais
codificadas e ligadas às categorias de inclusão, estigmatização, deficiência, subalterni-
dade, autonomia, diferença, (in)visibilidade nas relações de gênero e a pessoa com defi-
ciência.Destacamos o manuseio do seguinte quadro teórico e de análise sociológica: a)
quanto às relações de dominação e estigmatização em Pierre Bourdieu (1998) e Erving
Goffman (1992); b) das literaturas temáticas entre o campo do gênero e a pessoa com
deficiência estão Rita Felski (1995), Miriam Adelman (2009), Miriam Grossi (2010),
Anahi Guedes de Mello e Adriano Nuerberg (2012), João Baptista Ribas Cintra Ribas
(1992). Em síntese, concluímos que essa militância feminina de gênero e as que esti-
veram ligadas à inserção do Ensino de Sociologia na Educação Básica, estiveram abertas
e abrigaram leiturasde experiênciasque tem em comum a diferenciação, seus lugares e
posicionamentossocioculturais e a compreensão de sujeitos que até então não obtivera
reconhecimento em suas vozes culturais, sociais e políticas e os ganhos epistemológi-
cos considerados/evidenciados/valorizados nesta circulação das ideias sociológicas e,
sobretudo, educacionais.
Este presente artigo tem como objetivo refletir sobre os significados da escola para as
mulheres trabalhadoras da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio Estadual
Baltazar Bernardino, no município de Niterói, Rio de Janeiro. A partir de minha ob-
O presente artigo tem como objetivo, identificar e analisar as representações dos dis-
centes de Ciências Sociais, Filosofia, História e Letras da Universidade Estadual de
Londrina em relação ao ser e fazer docente. Para o desenvolvimento da análise deste
trabalho, utilizou-se uma pesquisa bibliográfica pautada em pressupostos teóricos de
autores que trabalham com o tema, objeto do nosso estudo. Realizou-se também uma
pesquisa de campo, onde foram aplicados questionários aos alunos matriculados nos
1º e 4º anos dos referidos cursos mencionados acima. Faz-se necessário ressaltar, que
os depoimentos dos alunos colaboradores neste estudo foram analisados a partir de
características da análise do discurso e para garantir a preservação do anonimato dos
sujeitos envolvidos, não citaremos o nome dos participantes, mas sim identificaremos
os discentes, tendo como parâmetro, um número indicado. Destarte, entendemos que
a formação da profissão docente é perpassada por múltiplos fatores que marcam a tra-
jetória do estudante de licenciatura, dentre esses fatores, compreendemos que a inser-
Este trabalho versa acerca da explanação dos conceitos sobre as questões ambientais no
Brasil, as quais são consideradas fundamentais ao estudo do ensino da sociologia ambi-
ental, ramo que, segundo Lenzi (2006), estuda as questões ambientais, como também
ecológicas. Estudiosos como Marx e Engels (1961) são teóricos que, também, já troux-
eram pesquisas e estudos a respeito do relacionamento entre as sociedades humanas e
o meio ambiente. A modernização ecológica, a modernização reflexiva e, principal-
mente, o desenvolvimento sustentável são as principais vertentes apresentadas nesta
produção, objetivando promover às pessoas a complementaridade teórico-conceitual
relativamente a estas temáticas, visão esta defendida por Lenzi (2006). Partindo do
contexto conceitual e teórico aqui abordado, o objetivo geral desse texto é oferecer
bases teóricas a partir das experiências existentes no país sobre a “problemática am-
biental” e a relação sociedade-ambiente, procurando valer-se dos avanços que foram
obtidos pela sociologia ambiental. Neste sentido, o presente artigo traz, ainda, objeti-
vos específicos pautados fundamentalmente pelo estudo da evolução do envolvimento
da ciência social no tratamento da problemática ambiental e das questões ambientais
(COSTA FERREIRA, 2004), bem como do desenvolvimento sustentável como forma
de pensar na atual sociedade, sem haver comprometimento das gerações futuras. Dessa
forma, o procedimento metodológico aqui adotado baseia-se no desenvolvimento de
um debate, que traz discussões acerca da temática da sociologia ambiental como me-
canismo de promoção do estudo na área, abordandoconceituações ebases teóricas sobre
as questões ambientais. Ademais, busca-se observar alternativas de desenvolvimentonas
categorias sociais e ambientais, as quais lograram êxito e foram essenciais para esta-
belecer o conceito de Desenvolvimento Sustentável, o qual é um dos enfoques de es-
tudo pretendido por este ensaio, tendo como referencial as contribuições de Sulaiman
(LISTA GERAL)
19/07/2015 – 9H ÀS 12H
26 - Arte de Protesto
Responsável: Brenda R Martins Schwartz (UEL)
(RESUMOS)
Responsáveis: Maikon Bueno, Clóvis Schmitt Souza, Daniele Fátima Marek, Amanda
Mendes dos Anjos e Rubia Samanta da Silva (UFFS)
Responsáveis: Célia Maria Foster Silvestre, Katia Karine Duarte, Selma das Graças
Lima, Marta Soares Ferreira e Lucia Pereira (UEMS)
Esta oficina descreverá uma técnica utilizada durante o estágio de docência em Ciên-
cias Sociais. O estágio de docência aconteceu entre os meses de abril e julho de 2013.
Durante esse período lecionei a disciplina Sociologia para alunos do ensino médio de
uma escola estadual localizada em Porto Alegre. O foco da oficina é a utilização de
uma ferramenta contemporânea que é uma realidade no dia-a-dia dos alunos, a rede
social Facebook. Minhas aulas foram planejadas a cada semana, levando em conta as
demandas que os alunos traziam ou postavam. Conhecer os alunos e seus interesses foi
desde o começo do meu planejamento o requisito principal para conquistar respeito
e confiança. Nunca pensei ser uma professora disciplinadora e rígida, por isso escolhi
o caminho da confiança através da aproximação dos alunos. Porém, para haver uma
aproximação com os alunos seria necessário demonstrar conhecimento sobre os inter-
esses da geração deles, as gírias e os costumes. Para tanto lancei mão de duas vantagens,
a primeira é o fato de que a minha diferença de idade em relação a eles não configu-
rava um abismo geracional. Aquilo que a geração deles tem de diferente da minha eu
descobri facilmente através das redes sociais. A geração atual vive o auge da exposição
irrestrita pelas redes sociais. Até o momento do estágio de docência nunca havia uti-
lizado o Facebook. Então, foi criada uma página apenas para fins pedagógicos. Cada um
tem suas regras sobre o que divulga ou o que não divulga nas redes sociais, porém, em
Responsáveis: Selma das Graças Lima, Célia Maria Foster, Katia Kaine Duarte, Lucia
Pereira (UEMS)
Responsáveis: Ana Laudelina Ferreira Gomes (UFRN), José Anchieta de Souza Filho
(Rede Pública de Ensino Médio – CE/UERN), Karla Danielle da Silva Souza (Rede
Pública de Ensino Médio – RN/UFRN), Rodrigo Viana Salles (Rede Privada de Ensino
Médio – RN/UFRN) e Geovânia da Silva Toscano (UFPB)
Material a ser utilizado: data-show, computador, quadro (branco ou negro/giz ou pincel), papel
rascunho, papel madeira, canetas, microfone e mesa de som.
A oficina que ora apresentamos traz como proposta discutir os temas sociológicos tra-
balhados na educação básica através de mecanismo que contemple a realidade dos alu-
nos, músicas que fazem parte da cultura jovem. Utilizar músicas em sala de aula é uma
prática comum, o diferencial dessa proposta consiste em mostrar que é possível utilizar
músicas que estejam inseridas no cotidiano dos alunos, portanto mais atrativas e que
fujam do que é apresentado tradicionalmente, inclusive nas seções do tipo “Músicas
temáticas” dos livros didáticos. A ideia dessa oficina surgiu durante a realização de uma
atividade da disciplina de Oficina de Ensino, ofertada pela professora DanyelleNilin ao
curso de Licenciatura em Ciências Sociais (UFC). Depois de ter sido posta em prática
por nós, em nossas experiências docentes e ter sido produtiva com os alunos decidimos
elabora-la no formato oficina para que haja a possibilidade de ser replicada. O uso das
músicas torna as aulas mais atrativas e com isso facilita a aprendizagem dos alunos. O
objetivo da oficina é compartilhar com os demais licenciados e licenciandos a experiên-
cia de utilização de músicas que façam parte do universo de vivencia dos discentes. A
partir da aplicação dessa atividade em sala de aula pretende-se incitar a compreensão
do mundo, o conhecimento da realidade social, incentivando a imaginação sociológica
e estimulando a capacidade critica do aluno no que concerne à disciplina de Sociologia.
E ainda mostrar para os professores que podemos discutir os mais diversos temas da
Sociologia a partir de músicas “populares” e nos mais diversos estilos, a variedade de
músicas também será útil para desconstruir alguns estigmas em torno de determinados
gêneros musicais. Para desenvolver a oficina utilizaremos como recurso os áudios das
músicas, as letras, vídeos ilustrativos e questões norteadoras. Iniciaremos o debate a
partir de questões pré-selecionadas por nós com base em livros didáticos de Sociologia
Responsáveis: Gabriella dos Santos Ferreira, Gabriella dos Santos Ferreira, Giselle Joa-
quina de Santana, Lígia Gonçalves de Oliveira, Luanne da Cruz Carrion e Petra Raissa
Lima Pantoja (UNB)
Vale ressaltar que a oficina tem configuração para no máximo 16 participantes, e em relação ao
material, serão necessárias canetas, folhas A4 brancas e cadeiras.
Esta oficina foi apresentada no ano de 2014 para alunos de 1º ano do ensino médio, na
disciplina de Sociologia, através do PIBID. Tem a proposta de refletir sobre o processo
originário do Brasil, a partir de seu encontro, relação e formação com as diversas raças
e povos, oriundos, vindos e estabelecidos e que corroboraram para uma particulari-
dade cultural de miscigenação única. Visa apontar as diferenças nas raízes culturais ao
mesmo instante que direciona para o seu ponto congruente de consolidação étnica.
Tomando base o livro “O povo brasileiro – A formação e o sentido do Brasil”, de Darcy
Ribeiro, há o direcionamento das raízes nas matrizes (Tupi, Lusa e Afro) como alicerces
para o fomento de um povo novo. Seus vínculos, interesses, conflitos e uniões que são
capazes de gerar uma cultura rica e uniforme, sincrética e de reconhecimento para
sua sociedade. Na tentativa de estreitar a linguagem acadêmica e tornar seu conteúdo
didático, estimulante e de fácil compreensão, foi concebida uma determinada forma de
exposição sobre o assunto, com a utilização de recursos visuais como cocar de índio e
chapéu de cangaceiro, sendo estes objetos típicos de diferentes regiões brasileiras. A in-
tenção era de tornar a oficina mais próxima possível de referências culturais populares
e com uma adequação em sua linguagem, a fim de estabelecer uma participação maior
dos alunos e de sua inserção na discussão acerca da identidade nacional. Também foram
Para esta oficina os materiais utilizados serão: mapa, flautas, cocar, chapéu de cangaceiro.
Utilizaremos data-show, pequeno equipamento de som e cópia das ferramentas (Tríade do Tempo
2pg,Teste do sistema representacional 1pg, Avaliação de preferência cerebral 4pg, Levantamento
deValores 1pg e Roda do Conhecimento 1pg) para o número de participantes que não deve
exceder o número de 30, sendo 25 o ideal para um melhor aproveitamento.
Responsáveis: Arthur Pereira Santos (CAp UERJ), Clarissa Tagliari Santos, Paula Cris-
tina Santos Menezes e Siddharta Fernandes (Colégio Pedro II)
Esta oficina tem por intenção apresentar um projeto aula expositiva planejada para
alunos de ensino médio (preferencialmente 1º ano) sobre o tema culturas regionais
brasileiras, suas influências tanto históricas quanto na atualidade. Esse projeto teve
como base o livro “O povo Brasileiro” do autor brasileiro Darcy Ribeiro e consiste em
uma condensação e adaptação didática da parte IV do livro, “Os Brasis na História”,
consequentemente abordando os reflexos atuais das determinadas culturas e expansões
culturais. Este projeto tem como objetivo proporcionar aos alunos do ensino médio um
maior contato com as diversidades culturais do Brasil e suas respectivas histórias, mas
sendo realizado de um modo próximo, que conecte o aluno e sua realidade com essas
culturas que em boa parte nos influenciam no cotidiano, sem nosso conhecimento.
Sendo assim, realizando esta conexão história-atualidade no âmbito cultural e no cotid-
iano, aproximar os alunos de uma valorização cultural, pouco disseminada nos tempos
atuais. A aplicação desse projeto consiste previamente na entrega de uma folha com as
devidas referencias que serão utilizadas na aula. Logo após se inicia a primeira etapa da
aula, que consiste em uma apresentação do tema já dando uma inicial correlação com
a cultura e situação atual. Já a segunda etapa é a mais extensa, consiste na exposição
dos “Brasis”, ou seja, as diversas culturas regionais, sua origem, história e seus desdo-
bramentos. Nesta segunda etapa é inicialmente apresentada com um mapa explanando
as mudanças geográficas territoriais no decorrer da história brasileira, as respectivas
mudanças e regionalizações culturais; logo após quando se inicia as particularidades de
cada região, é utilizado como recurso interativo a utilização de objetos (instrumentos
musicais, utensílios alimentícios e etc.), curiosidades linguísticas e cotidianas das cul-
turas abordadas com o intuito de ilustrar e aproximar o tema da realidade e materiali-
dade dos participantes. Como terceira etapa, se inicia a análise da situação atual de cada
cultura específica: suas inter-relações, sua contração ou expansão, a resistência ou não
a urbanização, a influência da globalização na sua existência e etc.
Foi elaborado para ter em média 50 minutos, ministrados para em média 40 pessoas.
Tem como materiais necessários: mapas políticos do Brasil, uma folha de acompanhamento
preparada para a aula, objetos diversos de várias regiões e culturas do Brasil trazidos pelo
palestrante.
Quanto aos materiais necessários: serão utilizados uma sala com um computador e um projetor
para a apresentação da parte teórica da oficina.
Esta oficina ocorrerá com no máximo 30 participantes e os materiais necessários para a reali-
zação são: copos plásticos (30), cópias do texto (30), térmicas de café.
19/07/2015 – 9H ÀS 12H
Os materiais necessários para a realização desta oficina são: cópia da biografia dos personagens e
seus capitais (16), cópia das situações (36) e fichas representando os capitais (nas cores vermelho,
azul e verde).
Número de participantes: 30
A oficina “Estudos de Gênero nas escolas” abordará a importância dos Estudos de Gêne-
ro junto aos/às professores/as de Sociologia. Com atividades lúdicas, buscaremos sen-
sibilizar aos/às docentes da importância dos debates referentes às construções sociais de
gênero, as violências sofridas no processo de produção e reprodução dos papeis, além
de apontarmos práticas discriminatórias e estratégias de enfrentamento a essas práticas.
A importância de tais abordagens, que podem ser trabalhadas transversalmente aos
conteúdos da Sociologia na Educação Básica, se dá por percebermos que as questões
atreladas aos papéis de gênero produzem diferentes formas subjetivas e objetivas de se
estar no mundo. Desta forma, as atividades pretendem ampliar o debate acerca das
imagens atreladas aos gêneros, ampliando as possibilidades de compreensão dos temas
próprios aos Estudos de Gênero quando pensado sociológico e antropologicamente.
Por último abordaremos as várias percepções e identidades de gênero existentes, por
meio da compreensão dos vários termos (homossexualidade, bissexualidade, transexu-
alidade, travestilidade, etc.) empregados e das estatísticas de violências sofridas pelos
variados grupos LGBTs. A exibição do curta “Encontrando Bianca” finalizará a atividade
apresentando as dificuldades encontradas por uma adolescente transexual que frequen-
ta a uma escola, provocando a reflexão sobre a importância da escola como espaço de
transformação e não como uma instituição de perpetuação de desigualdades sociais.
A presente oficina tem como proposta abordar o uso da pesquisa como recurso didáti-
co no ensino de Sociologia, destacando suas potencialidades e fornecendo subsídios
para a adoção de tal prática na Educação Básica. Ela se baseia em atividade acadêmico-
pedagógica desenvolvida pela autora no âmbito do Programa de Residência Docente
do Colégio Pedro II – programa de especialização em Docência do Ensino Básico – e
aplicada em turmas do Ensino Médio. O objetivo principal da oficina é promover a
reflexão sobre a pesquisa como metodologia para o ensino-aprendizagem de Socio-
logia na Educação Básica, compartilhando saberes sobre o tema que auxiliem os par-
ticipantes na formulação e aplicação dessa estratégia didática em sua prática docente.
Dado que métodos variados podem ser mobilizados para a realização de pesquisas em
Ciências Sociais, tem-se como objetivo específico apresentar diferentes modalidades
de investigação científica passíveis de utilização nessa etapa da formação de alunos.
Ademais, a utilização da pesquisa nas aulas de Sociologia requer a explicação prévia
dos padrões mínimos de procedimentos necessários para que o resultado obtido seja
considerado válido e pertinente para a compreensão de fenômenos sociais. Há a ne-
cessidade, assim, de estar atento à forma de organização dessa atividade. Logo, outro
objetivo visado consiste em explicar os procedimentos adequados para a aplicação dessa
estratégia didático-pedagógica na Educação Básica. A proposição dessa oficina é moti-
vada pela constatação de que o recurso à pesquisa constitui uma relevante técnica de
ensino-aprendizagem de Sociologia (Ciências Sociais) na Educação Básica. A análise do
tema em documentos oficiais, literatura acadêmica e relatos de experiência indica que
a pesquisa pode assumir uma função importante na relação dos alunos com o meio em
que vivem e com o saber científico, convertendo-se em instrumento para o desen-
volvimento da compreensão e explicação dos fenômenos sociais. Ela favorece a supe-
ração do estudo puramente teórico da disciplina, concentrado na mera transmissão e
assimilação dos conhecimentos acadêmicos, privilegiando a apropriação dos conteúdos
escolares, a geração de consciência crítica e a habilidade de reflexão e argumentação
fundamentada em fatos e conceitos. Tal técnica também contribui para que os alunos
se familiarizem com a maneira pela qual a Sociologia concebe a sociedade – elegendo
o social como esfera de compreensão da realidade e o pensamento científico como
método de produção de conhecimento. Sua aplicação possibilita oferecer aos alunos
noções preliminares sobre metodologias de pesquisa utilizadas pelas Ciências Sociais,
além de promover a desconstrução e reconstrução dos modos de pensar usuais. Desse
modo, eles aprendem informações próprias dessa disciplina e modos de pensar que lhe
são específicos. Finalmente, a oficina será organizada em quatro etapas: 1) apresentação
da proposta da oficina, seguida de reflexão sobre as potencialidades do uso da pesquisa
como recurso didático no ensino de Sociologia na Educação Básica fundamentada na
produção bibliográfica sobre o tema. 2) Exame de diferentes modalidades de investi-
gação científica e suas possibilidades de utilização pela Sociologia escolar. Para tanto,
serão analisados relatos de aplicação dessa estratégia disponíveis na literatura acerca do
Responsáveis: Ana Francisca Marques Nunes Rosa, Jessica Costa de Araújoe Mariana
Maiara Soares Silva (UFRJ)
Material a ser utilizado: Câmeras digitais (ou de celulares, por exemplo), um computador, data
show e cópias da nossa ficha de análise fotográfica para ser distribuída pelos participantes.
O uso da linguagem audiovisual em sala de aula pode ser apropriado como uma fer-
ramenta metodológica que para contribuir no processo de ensino e aprendizagem não
apenas como ilustração dos temas propostos pelas disciplinas, mas sendo ela mesma
como a construtora de um discurso, como a informante, a fonte do conhecimento e
o próprio campo onde podemos trabalhar. Essa forma de linguagem pode engrande-
cer a construção do conhecimento, pois através do uso das imagens aspectos como
tempo, espaço, paisagens, climas, sentimentos e emoções estão presentes na leitura
do conteúdo facilitando a apreensão, interpretação e ressignificação dos diferentes el-
ementos que compõem a complexa vida social que buscamos conhecer. Não se pre-
tende discutir o estatuto de veracidade das obras, mas indicar que filmes são capazes de
manter, transformar ou subverter discursos sobre os diferentes espaços e seus atores
sociais. No ensino de sociologia, o uso da linguagem audiovisual tem se tornado uma
prática recorrente entre os docentes. Seu uso tem o intuito de tornar mais acessível e
palatável ao estudante do ensino médio os conteúdos da teoria sociológica e ao mesmo
tempo promover o exercício do olhar sociológico. No entanto, para que se constitua
como uma efetiva ferramenta de reflexão crítica sobre os mais diversos fenômenos
sociais, culturais, políticos e ideológicos inerentes às relações humanas, o uso de filmes
demanda o trabalho de perceber e levantar questões que problematizem a naturaliza-
ção das imagens e ajude a ultrapassar as impressões do senso comum. Neste sentido,
esta oficina pretende abordar as implicações metodológicas do uso de filmes como
26 - ARTE DE PROTESTO
Responsáveis: Maria Valéria Barbosa, Tiago Vieira Rodrigues Dumont, Andressa Alves
dos Santos, Anna Paula Ribeiro Maia e Emerson de Campos Maciel (UNESP - Campus
de Marília)
Responsáveis: Carla Georgea Silva Ferreira (IFPI), Fernanada Lopes Rodrigues (IFM),
Jucimeire Rabelo Moreira (Observatório Bantu)
Responsáveis: Josevânia Nunes Rabelo, Rouseanny Luiza dos Santos Bomfim, Monique
Maria Marques Machado,Wine Santana e Tâmara Maria de Oliveira (UFS)
Nossa oficina partirá da apresentação de uma execução de plano de aula sobre o consu-
mo enquanto representação social significativa e problemática das sociedades contem-
porâneas e da exposição dos princípios teórico-metodológicos e instrumentos didáti-
cos que guiaram a elaboração do plano de aula. Continuará com a formação de equipes
de participantes que, munidos de um texto teórico sobre o consumo, serão convidados
a criar um plano de aula sobre o mesmo tema. A conclusão da oficina será feita pela
apresentação e discussão dialógica dos planos de aula construídos pelas equipes dos
participantes. Justificada pela centralidade do consumo na socialização e sociabilidade
da(s) juventude(s) contemporâneas, ou seja do público-alvo do PIBID, o objetivo geral
da oficina é utilizar dois princípios nucleares do conhecimento científico-social: estran-
hamento e desnaturalização dos fenômenos sociais. Como objetivos específicos, temos
: incorporar a imaginação sociológica no processo de formação à docência e de apre-
ndizagem e elaborar um plano de aula através de alguns instrumentos intelectuais das
ciências sociais. O material a ser utilizado serão fotocópias do texto teórico a ser lido e
trabalhado pelos participantes. Os participantes serão 25. A metodologia do plano de
aula, que nos servirá de base para a realização da oficina, partiu da aplicação de uma
entrevista semi-estruturada em torno das representações sociais sobre o consumo dos
alunos do ensino médio de escolas parceiras. A partir da análise dos dados, fez-se uma
dramatização em que conteúdos simbólicos aparecidos empiricamente foram o ponto
de partida para a problematização sociológica do consumo enquanto orientação es-
truturante da vida social contemporânea. Neste sentido, foram priorizados conteúdos
que articulam o consumo aos seguintes valores estruturais da regulação social con-
temporânea – ação social estratégica, competitição e desigualdades, sob a hipótese de
que a problematização sociológica de tais conteúdos permitirá a aquisição de um con-
hecimento empiricamente fundamentado sobre as relações entre problemas pessoais
comuns entre estudantes do ensino médio (apatia, fracasso, violência escolar, etc.) e a
impregnação de valores da economia de mercado na estruturação de políticas públicas
educacionais.
Pretende–se fazer uma oficina com aproximadamente 30 pessoas onde o tema será
juventude, direitos humanos e educação, a proposta da oficina objetiva tratar do tema
do Processo de Construção do Conhecimento na Disciplina de Sociologia em alunos
e alunas do ensino médio , uma vez que o debate que se tem hoje na sociedade é que
estudantes não querem aprender dentro do ambiente escolar. No primeiro momento
será feito uma abordagem de 40 minutos sobre a teoria de Barnard Lahire ( 2004) onde
aponta que é nos processos de socialização que as pessoas demonstram suas diferentes
disposições e na teoria do sociólogo Bernard Charlot ( 2000) que aponta que não ex-
iste fracasso escolar, e sim, que uma pessoa no ir-e-vir da relação com o mundo, com
os outros e consigo mesmo, é que vai tomar forma o desejo de aprender, e esse desejo
que leva uma pessoa em direção ao saber, o que pressupõe um movimento de mobili-
zação - e não simplesmente de motivação, então será solicitado aos participantes que
reflitam sobre o papel da escola, da sociedade e sobre o processo de conhecimento, que
falem sobre situações de sucesso e fracasso escolar. Após isto farei uma breve exposição
de aproximadamente 15 minutos sobre uma experiência em um centro estadual de
educação profissional onde percebemos que nossos meninos(as) querem aprender,
mesmo que não seja o que nós queremos ensinar e apontaremos elementos que per-
mitem um despertar da busca do conhecimento por pessoas adolescentes no ensino
médio, como por exemplo o uso do celular, assim como importância do trabalho em
grupo, e participantes serão divididos em grupos de seis pessoas e durante 10 minutos
solicitarei que façam uma reflexão de como esta prática contribui com o despertar do
desejo de aprender, fazemos uma análise de como adolescentes através do uso de no-
vas ferramentas tecnológicas como celulares, tablets, notebook, TVs multimídias, etc,
se prejudicam, mas também se motivam a elaborar e relaborar o conhecimento. Em
seguida faremos um circulo onde começarei expondo um pouco mais da experiência
citada onde por dois meses trabalhamos com pessoas de 16 a 19 anos, em um total de
aproximadamente 160 alunos e alunas do ensino médio e integrado em uma escola
estadual da periferia do município de Londrina, Estado do Paraná, onde estudantes
de ensino médio e profissionalizante produziram e apresentaram seminarios, fizeram
pesquisa de campo, realizaram entrevistas, elaboraram relatórios, com temas como
diversidade sexual, racismo, questão de gênero. Em seguida cada grupo será convidado
a falar do sucesso e do fracasso debatido no grupo. Faremos uma síntese final. O ob-
jetivo é apontar algumas situações onde é possível romper a barreira do comodismo,
da preguiça, do desinteresse, mostrando que o processo de ensino e aprendizado pode
acontecer das mais variadas formas com os mais diferentes elementos pedagógicos,
mas é necessário formação de nossa parte enquanto docentes, sabedoria quando toda
a carga moral religiosa vem contrapor a ciência e principalmente, também disposição
para aprendermos junto com eles e mostrando que a educação é chave de transforma-
ção. Duração da oficina: 3 horas.
32 - PROJETO SOCINEMA: ANÁLISE E PRODUÇÃO SOCIOLÓGICA
(LISTA GERAL)
PRISCILA FRANÇA
Políticas públicas de inclusão educacional: um estudo compara-
tivo sobre a organização dos sistemas de ensino no Brasil e no
Japão
AMANDA FORNER
ALINE PILLON DA SILVA
THAÍS RODRIGUES VIEIRA
PIBID e a escola de tempo integral: uma potencialização no pro-
cesso de ensino e aprendizado
FAGNER CARNIEL
LUCAS DE LIMA CARDOSO
KAUE FELIPE NOGAROTTO CRIMA BELLINI
ANDRÉ FABRÍCIO DE SOUZA
Genêro e diversidade sexual no ensino médio: um estudo sobre
livros didáticos de Sociologia
PATRÍCIA PRESTES
A contribuição sociológica dos workshops em tecnologias
educativas apropriadas e críticas (TEAEC) na formação
continuada dos professores de língua inglesa da rede pública
municipal da cidade de Santa Rosa/RS/Brasil
FILIPE BELLINASO
Políticas educacionais, formação de docentes em Ciências Sociais
e Ensino a Distância: contradições e perspectivas
EDIVANE TONATO
O itinerário da Sociologia: reflexões acerca desta disciplina no
currículo escolar
RAONI SILVA
ALLAN MONTEIRO
As imagens e a questão racial nos livros didáticos de Sociologia
GEORGE SOARES
CÁTIA WANDERLEY LUBAMBO
Ensino Médio como ambiente de aprendizagem da prática cidadã
MARCELO DA SILVA
MARCO ANTONIO STRUVE
Os jovens do Ensino Médio da rede pública em Indaial/SC e o
uso do tempo livre, as práticas e o consumo de bens culturais: um
estudo preliminar
GLAUCIOMARA DREWS
ALINE ANDRÉA ARPINI
Ciências sociais e a metodologia de ensino: aproximando o PIBID
do Estágio Supervisionado
YAN ROCHA
MARIA TEIXEIRA SIZERNANDES FREIRE DE OLIVEIRA
FRANCISCO XAVIER FREIRE RODRIGUES
Democracia representativa: das urnas às ruas
SILZANE CARNEIRO
LUCIANA FERREIRA
O ensino de Sociologia na Escola Técnica e as Ciências Sociais no
Ensino Fundamental: uma construção necessária
Priscila França
UEM
Este projeto visa fazer um estudo comparativo de documentos que regem a educação
de pessoas surdas no Japão e no Brasil, com o intuito de analisar quais princípios regem
os dois modelos de organização política em relação à inclusão de pessoas surdas dentro
Amanda Forner
Aline Pillon da Silva
Thaís Rodrigues Vieira
Universidade Estadual Paulista
Este estudo problematiza uma ação de intervenção na realidade escolar do ensino mé-
dio, por meio de uma visão sociológica e pedagógica da disciplina de Sociologia na
Escola de Tempo Integral desenvolvida no contexto do Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação Docência – Pibid/CS da Unesp de Marília. Analisa-se, primeiramente, as
diretrizes gerais que fundamentam a concepção e a implementação do projeto Escola
de Tempo Integral no estado de São Paulo, sendo a jornada diária e as práticas ped-
agógicas diferenciadas, apresentando uma reflexão das variáveis relevantes desse pro-
jeto. Posteriormente, considera-se que a relação do conjunto de ações de articulação
entre ensino, pesquisa e extensão, possibilitou o contato com a experiência pedagógica
em que a área da sociologia, em função das atividades desenvolvidas pelo Pibid/CS,
potencializou um processo de ensino e aprendizado, que se contrapôs com a lógica
do empreendedorismo imposto pelo estado. Objetivos: tendo em vista o processo de
escolarização a partir de uma instituição vinculada ao estado e, em conjunto com o
PIBID, e entendendo a Sociologia enquanto disciplina que possibilita e estimula a re-
flexão sobre a sociedade, visa-se analisar as potencialidades do processo de ensino e
aprendizagem dos alunos de escola pública de ensino integral. Pretende-se perceber
como esta disciplina auxilia os alunos na reflexão em relação às políticas neoliberais
implementadas dentro do currículo escolar do estado de São Paulo. Metodologia: a
metodologia se pauta em um processo de pesquisa-ação. A pesquisa de campo consiste
na vivencia em sala de aula das participantes do Pibid/CS e na análise e sistematização
da documentação pertinente à definição dos parâmetros da Escola de Tempo Integral.
A partir do aparato teórico e de campo analisa-se a implementação do novo modelo
de ensino integral proposto pelo estado de São Paulo, em uma escola específica do
interior do mesmo estado. Problematiza-se como o curriculum das ciências humanas
se desenvolveu dentro desse novo contexto escolar e o que o Pibid/CS, vinculado ao
curriculum de humanas em uma escola de ensino integral, pode agregar ao ambiente
escolar. Desenvolvimento: as escolas públicas podem ser analisadas dentro de uma per-
spectiva de funcionamento do aparelho ideológico do estado, usadas para transmitir
aos alunos os ideais de competitividade e empreendedorismo. Porém, para além desta
concepção é possível considerar as brechas que poderiam ser desenvolvidas por meio
de ações no cotidiano que possibilitam questionar a lógica desta reprodução. Nesta
pesquisa entende-se esta brecha como sendo a conexão existente entre a universidade e
a escola, quando o conteúdo científico é reelaborado numa linguagem mais acessível e
os alunos conseguem compreendê-lo e, assim, desenvolver suas funções cognitivas por
meio da união entre o saber científico e o seu saber fazer. Como resultado dessa união
observou-se uma maior autonomia dos alunos e uma visão mais crítica do conteúdo e
de sua própria realidade social, cumprindo a função do ensino sociológico na educa-