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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO MÚLTIPLO DE EDUCAÇÃO E CULTURA-


IDMEC

LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

MAILANY MARTINS CARVALHO

JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

BURITIRANA-MA
2018
2

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO MÚLTIPLO DE EDUCAÇÃO E CULTURA-


IDMEC

LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

MAILANY MARTINS CARVALHO

JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Artigo apresentado ao Instituto de


Desenvolvimento Múltiplo de Educação e
Cultura-IDMEC, no curso de Pedagogia
,como um dos requisitos finais, para
obtenção de nota.

Orientador (a)

BURITIRANA-MA
2018
3

JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Mailany Martinds Carvalho

RESUMO

O presente estudo denominado, a utilização de jogos e brincadeiras na Educação


Infantil, objetiva, estudar a contribuição dos jogos e das brincadeiras na educação
infantil e investigar a contribuição dos mesmos para o desenvolvimento da criança.
Por isso, esse trabalho optou por realizar uma pesquisa bibliográfica, pautador nos
autores: Dhome, (2003), Oliveira, (2002.), Brougere, (1987), Vygotsky (1984), Arraba
et al, (2014), entre outros. A criança através da brincadeira desenvolve habilidades,
a imaginação, a memória, a linguagem simbólica, a interação social, dentre outras. É
brincando que a criança desenvolve sua autoestima e formula realidades diversas
durante seu contato com o brinquedo. Diante de tais perspectivas é que este
trabalho está focado em despertar nos educadores a necessidade de aumentar a
participação dos jogos e das brincadeiras nas escolas. Atentando-se para o
ambiente destinado para a aplicação de tais atividades, este espaço deve ser
pensado para o uso pedagógico e a livre circulação dos alunos. É a figura do
professor que tem a missão de articular as brincadeiras e o espaço para que o aluno
possa usufruir com total autonomia, facilitando assim o processo de ensino-
aprendizagem. Portanto, o principal papel do professor ao articular uma atividade
lúdica para as crianças é fazer com que o fundo pedagógico e didático esteja
sempre presente. Sendo assim, fica-se claro que o sucesso da inclusão dos jogos e
brincadeiras na escola requer um sério trabalho não só dos professores, mas
também de toda a estrutura técnico-pedagógica da instituição educacional.

Palavras Chaves: Educação Infantil. Jogos. Brincadeiras. Lúdico.

ABSTRACT

1 NTRODUÇÃO

O presente estudo denominado, a utilização de jogos e brincadeiras na


Educação Infantil, objetiva, estudar a contribuição dos jogos e das brincadeiras na
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educação infantil e investigar a contribuição dos mesmos para o desenvolvimento


da criança.
Estudar o brinquedo e o jogo hoje, parece ser uma tarefa fácil, mas ao
mesmo tempo é extremamente difícil, pois esse estudo requer por parte dos
professores da infância uma visão mais profunda, ou seja, pautada em um
embasamento teórico e também no entendimento do desenvolvimento infantil.
O professor da infância para exercer bem o seu ofício necessita ter uma
compreensão do que vem ser o lúdico, e não pode apenas ter uma visão
fragmentada que o lúdico é inerente a todas as crianças e que basta deixar as
crianças brincarem livremente para se desenvolverem.
Essa ideia é equivocada, o professor da infância necessita mediar as
brincadeiras e os jogos que as crianças estão realizando para auxiliá-las e
proporcionar uma aprendizagem significativa. Mediante essa questão, o presente
estudo, denominado: a utilização de jogos e brincadeiras na Educação Infantil busca
investigar a contribuição dos jogos e das brincadeiras na educação infantil para o
desenvolvimento da criança.
Dessa forma, esse artigo encontra-se estruturado em momentos distintos,
porém interligados. No primeiro momento, procurou conceituar o que é o lúdico; em
seguida, a criança e a importância dos jogos e brincadeiras para a construção de
sua aprendizagem; seguido por, os jogos e brincadeiras na educação infantil e por
último tece-se as considerações finais.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 O que é o lúdico

O lúdico tem sua origem na palavra ludus que quer dizer jogo, a palavra
evoluiu levando em consideração as pesquisas em psicomotricidade, de modo que
deixou de ser considerado apenas o sentido de jogo. O lúdico faz parte da atividade
humana e caracteriza-se por ser espontâneo funcional e satisfatório.
Na atividade lúdica não importa somente o resultado, mas a ação, o
movimento vivenciado. Sendo que o lúdico acontece a partir do brinquedo,
brincadeiras e jogos, pois é o momento que a criança entra no seu mundo da
imaginação. O brinquedo é o suporte de uma brincadeira, é o objeto concreto que
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existe de forma verdadeira ou ideológico; já a brincadeira é a descrição de uma


conduta estruturada com regras implícita ou explicita.
A atividade lúdica tem o A ludicidade traz para o nosso meio a integração um
com o outro, para se realizar as atividades do meio lúdico que nos auxilia por
brinquedo, jogos e brincadeiras a ser desenvolvida, na qual nos permite ser mais
livres de regras e normas, não que o lúdico não possua regras, mas suas regras nos
jogos e brincadeiras são voltadas para o aprendizado e desenvolvimento da criança,
que passa a contar com o professor conforme o desempenho de cada criança de
uma forma mais observadora, cada criança tem seu desenvolvimento próprio ao
brincar e jogar ela se define mais com um tipo específico.
O lúdico na educação infantil permite que a criança tenha um desempenho
frequente na sua educação, auxilia a criança no seu comportamento, desempenham
papéis sociais nas suas representações, desenvolvem a imaginação, criatividade e
capacidade motora de raciocínio.
O universo lúdico vem acompanhado de temas para ser desenvolvido na
educação infantil no aprendizado da criança, são eixos que vai se desencadeando
no meio delas do seu mundo real. Como brinquedo, brincadeira e jogos que auxilia o
aprendizado no seu dia a dia. Quando se fala nesse universo lúdico pode-se definir
que cada qual tem seu significado no aprendizado.
O brinquedo é um suporte de uma brincadeira é um objeto que vem pronto
até as mãos da criança, uma realidade aos seus olhos. A brincadeira é a descrição
onde o organizador conduz os participantes, monta a estrutura com regras claras
que possa entender de forma explicitas. O jogo é uma ação na qual se diverte
brincando, ele e sujeito de certas regras, composto de exercícios onde se
desenvolve a coordenação motora da criança e muita mais pode se visto na prática
do jogo.
A atividade lúdica é muito importante para o desenvolvimento infantil, ela
nos possibilita a desenvolver vários aspectos no desenvolvimento da personalidade
da criança como o físico, afetivo, social, cognitivo e criativo etc. A ludicidade é um
conjunto para ser trabalhado na educação infantil através de várias atividades como
jogos, sentido, escrito, histórias, dramatizações, músicas, danças, canções e várias
outras atividades que enriquecem o conhecimento cultural da criança. Levando com
ela as mais diversas culturas da sua nacionalidade.
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O brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da


identidade e autonomia da criança, na qual ela expressa o seu sentimento com a
brincadeira. Nos jogos e brincadeiras as crianças desenvolvem a coordenação, a
atenção, a imitação, espera sua vez, imaginação e a memória, o seu jeito de brincar
reflete na sua forma de pensar e sentir.
Apresentar atividade lúdica para criança como uma ferramenta no
desenvolvimento das inteligências múltiplas, dos saberes e na construção do
conhecimento dentro do ambiente escolar, a atividade lúdica é reconhecida como
meio de fornecer um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que
possibilita a aprendizagem de várias habilidades. Ao estar trabalhando o lúdico, com
as crianças no ambiente escolar, ajuda e auxilia no seu desenvolvimento mental, no
seus conhecimentos escolares e tornando um ambiente agradável para as crianças
um lugar que trás conhecimentos através de brincadeiras prazerosas.

O desenvolvimento pessoal funda-se em um processo de auto descoberta,


onde cada qual tende a tomar consciência do que sabe fazer e do que tem
dificuldade, como pode potencializar aquilo que faz bem e conviver, ou
diminuir, com afeitos daquilo que tem menos habilidades. O processo de
comparação pode ser doloroso, porém é eficaz e, às vezes, inevitável.
Porém, atividade lúdica pode compor este processo de comparação de
forma agradável, divertida e em um clima de camaradagem. Quando a
criança joga, ela percebe suas possibilidades e a dos companheiros.
(DHOME, 2003, p.124-125).

De acordo com a autora acima o desenvolvimento pessoal da criança é um


processo onde ela mesma se descobre, na qual tem mais habilidades no que se faz
com prazer sem dificuldades, este processo existe em todas as fases da vida, mais
para a criança que ainda não tem esta compreensão de mundo dificulta o seu meio.
Mais a atividade lúdica compõe o seu papel de forma agradável, para trabalhar tanto
a habilidade e a dificuldade de cada criança.
Segundo Dhome (2003) a criança passa por um processo de auto
conhecimento e vai se descobrindo e se desenvolvendo a sua característica
pessoal. Ao estar envolvida com outras em jogos e brincadeiras ela mesma percebe
qual a dificuldade e habilidade, o que se dá melhor no seu desenvolvimento e ao
fazer bem ela se sente muito bem e quer que todos participem do seu processo e
este processo é inevitável para criança.
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Ao estar trabalhando a atividade lúdica o professor pode estar diferenciando


seus alunos conforme suas habilidades e dificuldades tornando tudo agradável. A
ludicidade nos permite trabalhar de várias formas para todos estarem interagindo de
forma de igualdade e sabendo que cada qual tem sua habilidade e seu limite.
O lúdico na educação infantil é benéfico no aprendizado das crianças, nas
brincadeiras as crianças podem desenvolver diversas capacidades como: a atenção
imitação, memória, imaginação. Amadurecem algumas capacidades de socialização,
por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.
Dhome (2003) afirma que as atividades lúdicas, pelas suas próprias
características, podem possibilitar o convívio com as mais diversas habilidades. Elas
poderão atender tanto a criança que têm vocação para a arte, como aquelas que
tem agilidade física.

2.2 A Criança e a Importância dos Jogos e Brincadeiras para a Construção da


Aprendizagem
Ao brincar a criança torna-se agente ativo desta ação, ela manipula,
imagina, cria e formula realidades diversas durante sua interação com o brinquedo,
é neste momento que sua aprendizagem é instigada e trabalhada. A brincadeira
favorece a auto-estima das crianças auxiliando-as a superar, progressivamente,
suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui para a interiorização de
determinados modelos de adulto no âmbito de grupos sociais diversos.
Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já
possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brincam. Por exemplo,
para participar de determinado jogo, a criança deve conhecer algumas de suas
características. Seus conhecimentos quase que sempre provêm da imitação de
alguém ou algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros
ambientes, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na
televisão, no cinema, etc.
A fonte de seus conhecimentos é múltipla, mas estes encontram-se, ainda,
fragmentados. É no ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos
entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que
possuem com outros papéis, tomando consciência disso e generalizando para
outras situações. A importância do brincar estar também ligada ao desenvolvimento
da imaginação, na fundamentação de afetos, exploração de habilidades e, na
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medida em que assume múltiplos papéis, fecunda competências cognitivas e


interativas.
As brincadeiras é que humanizam as crianças e possibilitam-lhes ao seu
modo, e ao seu tempo, compreender e realizar, com sentido, sua natureza humana,
bem como o fato de pertencerem a uma família e a uma sociedade em determinado
tempo histórico e cultural. A criança que brinca tem o domínio da linguagem
simbólica. A brincadeira favorece o equilíbrio afetivo da criança e contribui para o
processo de apropriação de signos sociais. Cria condições para uma transformação
da consciência infantil, por exigir das crianças formas mais complexa de
relacionamento com o mundo. (OLIV EIRA, 2002).
A aprendizagem e a construção de significados pelo cérebro se manifestam
quando este transforma sensações em percepções e estas em conhecimentos, mas
esse trânsito somente se completa de forma eficaz quando aciona os elementos
essenciais do bom brincar que são, justamente, memória, emoção, linguagem,
atenção, criatividade, motivação e, sobretudo a ação.
É no âmbito das brincadeiras que também encontram-se os jogos, estes
têm como finalidades desenvolver o raciocínio lógico, trabalhar a competitividade,
dentre outras nas quais serão abordadas posteriormente. A relevância do jogo vem
de longa data, mas foi com Froebel, (1913), o criador do jardim da infância, que o
jogo passa a fazer parte do centro do currículo de educação infantil. Pela primeira
vez a criança brinca na escola, manipula brinquedos para aprender conceitos e
desenvolver habilidades. Jogos, música, arte e atividades externas integram o
programa diário composto pelos dons e ocupações Froebelianas. Froebel, (1913),
com toda sua compreensão no âmbito da Educação Infantil, foi o criador dos jogos
de construção, estes jogos destina-se ao livre manuseio de diversas peças em forma
de tijolinhos, com estas peças a criança constrói seu próprio mundo.
Construindo, transformando e destruindo, a criança expressa o seu
imaginário e seus problemas e permite aos terapeutas o diagnóstico de dificuldades
de adaptação, bem como aos educadores o estímulo da imaginação infantil e o
desenvolvimento afetivo e intelectual. Desta forma, quando está construindo, a
criança está expressando suas representações mentais, além de manipular os
objetos.
Os jogos de construção são considerados de grande importância por
enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e desenvolver
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habilidades da criança. Portanto é necessário atentar para a idade da criança, pois,


por exemplo, construções com materiais naturais, como: areia, água, além dos
brinquedos de construção, só são sugeridas a partir de 3 anos de idade.
Antes dessa idade o ideal é que a criança brinque com a manipulação de
blocos grandes ou de objetos de encaixe no qual a criança não terá a preocupação
de construir algo. “O jogo não pode ocupar o lugar de lições morais e não deve
absorver o tempo de estudo, embora ninguém no mundo possa ficar sempre
escutando nem estudando. É preciso, nesta idade, sobretudo, dançar, correr, saltar,
mover-se por seu próprio elã (...) Se o jogo não forma diretamente o espírito, ele o
recreia”. (BROUGERE, 1987, P.83).
Enfim, é através dos jogos de construções e de outros demais que a função
lúdica e educativa se manifesta em suas peculiares formas.
Como explica Vygotsky (1984, p.12): “As crianças, em suas brincadeiras,
reproduzem muito do que veem, mas é sabido o papel fundamental que ocupa a
imitação nas brincadeiras infantis. Estas são, com frequência, mero reflexo do que
veem e ouvem dos maiores, mas tais elementos da experiência alheia não são
nunca levados pelas crianças aos jogos como eram na realidade.
“Não se limitam a recordar experiências vividas, senão as que reelaboram
criativamente, combinando-as entre si e edificando com elas novas realidades de
acordo com seus desejos e necessidades”. De acordo com estes entendimentos
defende-se cada vez mais que as brincadeiras sejam incorporadas aos conteúdos
diários, possibilitando tudo o que a criança merece aprender e de forma prazerosa.
A Educação Infantil é o melhor lugar para que isso ocorra de forma planejada,
organizada e com objetivos concretos, sem dispensar a presença do educador, mas
também de maneira suave para que a criança não perca o prazer do brincar devido
a tal presença.

2.3 Os Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil

Usadas como ferramentas de estimulação de aprendizagem, os jogos, os


brinquedos e as brincadeiras normalmente estão presentes no cotidiano das
crianças como importantes formas de divertimento e de entretenimento (MARQUES,
2016). Os jogos e brincadeiras induzem o interesse do aluno favorecendo desse
modo uma melhora na parte biológica, emocional, psicomotora, social, simbólica
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entre outras, criando nesse sentido pessoas que participam com consciência e com
críticas do ambiente em que vivem (ARRABA et al, 2014).
Existem diversos jogos e brincadeiras, dentre eles os jogos que revivem a
realidade; jogos de regras, que dispõe conhecer sobre os direitos e deveres; jogos
motores, que melhoram os movimentos, há também as brincadeiras que são
cantadas e que transmitem uma cultura popular do passado, que vem de geração
para geração, e por fim as brincadeiras folclóricas, que se destacam pelo
conhecimento cultural (ALENCAR; OLIVEIRA, 2017).
O jogo infantil é analisado como parte da cultura popular de um povo, em
determinado período histórico, assim como as brincadeiras cantadas e folclóricas, a
origem desses jogos não é conhecida, não se conhece quem os criou. Destaca-se
apenas que são advindos de práticas deixadas por adultos, de vestígios de
romances, poesias, mitos e rituais religiosos.
A tradição e o universo dos jogos se consolidam no fato de que povos
diversos e antepassados como os da Grécia e do Oriente brincavam de amarelinha,
de soltar pipas, jogar pedrinhas, e, assim, até nos dias atuais as crianças brincam da
mesma maneira. Tais jogos foram passados de geração em geração, por meio de
conhecimentos já conquistados e permanecem assim na memória infantil
(ALENCAR; OLIVEIRA, 2017).
O brincar tem sido utilizado nas redes de ensino infantil, essencialmente nas
classes iniciantes. Toda a escola tem cada vez mais, buscado ampliar atividades
com a função de proporcionar reações diversificadas, referindo ao comportamento e
aprendizagem das crianças, para que essas crianças tenham como expor seus
sentimentos e emoções que são observados com naturalidade (ARRABA et al,
2014).
O jogo carrega em si um significado muito abrangente. É construtivo porque
pressupõe uma ação do indivíduo sobre a realidade. É carregado de simbolismo,
reforça a motivação e possibilita a criação de novas ações e o sistema de regras,
que definem a perda ou o ganho. Nem todos os jogos e brincadeiras são sinônimos
de divertimento, pois a perda muitas vezes pode ocasionar sentimentos de
frustração, insegurança, rebeldia e angústia.
Dessa forma, são sentimentos que devem ser trabalhados principalmente
na escola, para que não se perpetuem impossibilitando que a criança tenha novas
iniciativas. A brincadeira é a atividade mais típica da vida humana, por proporcionar
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alegria, liberdade e contentamento. É a ação que a criança desempenha ao


concretizar as regras do jogo e ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o
lúdico em ação.
Conforme Brougére (1998, p.17), “Os jogos e brinquedos são meios que
ajudam a criança a penetrar em sua própria vida tanto como na natureza e no
universo”. Froebel define o brincar como ação livre da criança, a adoção da
supervisão relaciona-se com o interesse em concebê-lo como forma eficaz de gerar
unidade ideológica e social em população ética e classes sociais distintas.
Brougére (1998, p.138) diz que “... o mundo do tempo livre das crianças,
especialmente de seus jogos é cheio de sentido e significações, e é simbólico”. Ou
seja, a criança, ao brincar, transfere ou transforma suas ações (simbólicas) para o
mundo real.
Com o advento do entretenimento produzido por tecnologias que combina
uma linguagem centrada na virtualidade da imagem e o envolvimento do usuário
destas inovações, produziu uma nova geração de crianças que, envolvidas neste
cenário, não encontram na escola, práticas pedagógicas que venham atender estes
paradigmas.
Porém, existe uma resistência que ao longo da história permanece
exercendo a sua função: a utilização de jogos e brincadeiras que propiciam um
aprendizado com sentido em dons de educação infantil. É na Educação Infantil que
se inicia o processo de escolarização de modo lúdico é onde se estimula a
autonomia e promove o desenvolvimento dentro de um contexto integral, no qual o
cuidar está inserido entre os objetivos pedagógicos.

“Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo, se é triste ver


meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em
salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do
homem”.(Carlos Drumond de Andrade).

Sabe-se que a criança possui necessidades e características peculiares e a


escola desempenha um importante papel nesse aspecto, que é oferecer um espaço
favorável às brincadeiras associadas a situações de aprendizagem que sejam
significativas, contribuindo para o desenvolvimento de forma agradável e saudável.
Todos os ambientes da escola devem ser pensados para permitir o uso pedagógico
e a livre circulação dos alunos.
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A criança precisa de lugares amplos e pequenos, fechados e abertos, onde


possa fazer suas explorações. Afinal, na Educação Infantil, os conteúdos
pedagógicos devem ser desenvolvidos com base na vivência da criança - suas
relações afetivas, experiências de interação com o mundo, movimentos e
principalmente, as brincadeiras, que abarcam todos os outros aspectos. Sabendo-se
da grande importância que os jogos e brincadeiras exercem na aprendizagem das
crianças é que este artigo visa analisar o quanto é necessário a introdução do
brincar no dia-a-dia das crianças, principalmente, daquelas que não têm acesso a
outros meios interativos de aprendizagem, como no caso da Internet.
A brincadeira é valorizada como uma das principais atividades da creche e
da pré-escola. Para estimular a criança e promover seu desenvolvimento, é preciso
propor novos temas, oferecer jogos, cenários e materiais variados. É necessário
interagir, enriquecendo o universo cultural da criança, como ensinava Vygotsky.
Para Vygotsky (1984) existem dois elementos importantes nas brincadeiras
infantis: a situação imaginária e as regras. Brincar é assim, um espaço no qual se
pode observar a coordenação das experiências prévias da criança e aquilo que os
objetos manipulados sugerem ou provocam no momento presente.
Pela repetição daquilo que já conhecem, utilizam a ativação da memória,
atualizam seus conhecimentos prévios ampliando-os e transformando-os por meio
da criação de uma situação imaginária. Brincar constitui-se, dessa forma, em uma
atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na
interpretação da realidade.

“O Ato de brincar é o fazer em si. Um fazer que requeira tempo e espaços


próprios, um fazer que se constitui de experiências culturais, que é universal
e próprio da saúde, porque facilita o crescimento, conduz aos
relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação consigo
mesma e com outras crianças”. (KISHIMOTO, 1998, p.57).

Escolas que têm um programa fechado demais, composto apenas de


atividades pedagógicas, acabam deixando pouco tempo para a liberdade de criação.
Ao reservar um tempo para o brincar das crianças, o professor perceberá que
brincar não é um simples passatempo, pelo contrário, é uma das formas mais
variadas e construtivas das crianças se relacionarem com o adulto e com outras
crianças.
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É interessante destacar que em todas as concepções teóricas sobre o


desenvolvimento, a literatura e a educação das crianças, a brincadeira aparece
como um importante recurso na construção de conhecimentos e de seu
desenvolvimento integral. Os primeiros anos de vida são marcados por descobertas,
experiências e aprendizagens que se dão, principalmente, por meio da interação.
Por isso, é importante aplicar a brincadeira no cotidiano de qualquer
criança, independente do local onde se vive dos recursos disponíveis, do grupo
social e da cultura da qual faça parte. Brincando, a criança desenvolve a autoestima,
consegue superar de forma progressiva suas aquisições com criatividade, além de
estabelecer diferentes vínculos entre as características do papel assumido, tomando
consciência e generalizando conceitos para outras situações.
A criança evolui com a brincadeira e a brincadeira da criança vai evoluindo,
tanto paralelamente quanto integrada ao seu desenvolvimento. Para muitos
estudiosos, “as atitudes de brincadeiras com crianças são formas da criança estar
descobrindo-se e compreendendo o mundo que a cerca, inventando e se
encontrando nele. É muito difícil encontrar uma criança que não brinca”.(TAVARES,
2001, p.63).
É nesta perspectiva que se defende a utilização dos jogos e brincadeiras por
serem atividades de cunho mental, físico e lúdico que propiciam a sociabilidade, a
criatividade, bem como a formulação de conceitos e ideias sobre a realidade que
cerca cada criança

3 METODOLOGIA

Para realizar este trabalho de cunho teórico acerca do jogo e brincadeira na


educação infantil, usou-se a pesquisa com abordagem qualitativa, que, segundo
Lima (2004), tem por objetivo, explicar os aspectos da realidade para, se possível,
agir sobre ela identificando, problemas, formulando, avaliando, e aperfeiçoando
alternativas de solução com intensão de contribuir para o aperfeiçoamento dessa
realidade.
A investigação foi subsidiada por uma pesquisa bibliográfica que de acordo
com Lima (2004), p. 38), a pesquisa bibliográfica é “a atividade de localização e
consulta de fontes diversas de informação escrita orientada pelo objetivo explicito de
coletar tensão materiais mais genéricos ou mais específicos a respeito de um tema”.
14

Para tanto, far-se-á uso da pesquisa bibliográfica com a intenção de promover


aprofundamento teórico e, consequentemente, base para analise dos dados
coletados.
O brincar e o educar são atividades complexas em que devem ser
estudadas na reação, pois de uma forma ou outra auxiliam no desenvolvimento
humano, sendo mediadoras na construção do conhecimento, onde a criança através
do lúdico poderá encontrar o equilíbrio entre o real e o imaginário. Portanto o
educador precisa selecionar as brincadeiras e saber qual a meta quer atingir usando
as mesmas como recursos em suas aulas, para que assim as crianças, através das
atividades lúdicas, desenvolvam diferentes áreas do conhecimento.

3.1 Análise dos Resultados

Observou-se que o lúdico se torna muito importante na escola, porque pelo


lúdico a criança faz ciência, pois trabalha com a imaginação e produz uma forma
complexa de compreensão e reformulação de sua experiência cotidiana. Ao
combinar informações e percepções da realidade problematizada, tornando-se
criadora e construtora de novos conhecimentos.
Segundo o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil (1998, v1.
p.27) “as atividades lúdicas, através das brincadeiras favorecem a autoestima das
crianças ajudando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma
criativa”. Assim sendo entendeu-se que o lúdico contribui para o desenvolvimento
da autoestima o que favorece a autoafirmação e valorização pessoal. E que ainda,
as brincadeiras, os jogos, os brinquedos podem e deve ser objetos de crescimento,
possibilitando à criança a exploração do mundo, descobrir-se, entender-se e
posicionar-se em relação a si e a sociedade de forma lúdica e natural exercitando
habilidades importantes na socialização e na conduta psicomotora.
Observa-se que os professores consideram a brincadeira infantil utilizada na
prática docente como uma proposta pedagógica, onde observou-se através da
pesquisa que é através do brincar que a criança aprende de forma lúdica e
prazerosa. Neste ponto embora os professores afirmem que realizam atividades
lúdicas com certa regularidade, ou seja, de duas a três vezes por semana, não se
observa na sua pratica e no seu planejamento esta tendência.
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Nesta perspectiva pode-se verificar que os resultados apresentados na


perspectiva da ludicidade apontam para uma constatação clara conforme aponta
Kishimoto (2010, p. 27); quando afirma que, “Quando brinca, a criança toma certa
distância da vida cotidiana e entra no mundo imaginário”. Neste sentido fica evidente
que brincando, o mundo para as crianças torna-se mais atrativo de assim ser
valorizadas pelos docentes como um grande instrumento de ensino e da
aprendizagem, pois os jogos e brincadeiras utilizados de forma pedagógica têm o
poder de ajudar a criança em suas aprendizagens sociais e afetivas.
Segundo dados na educação infantil, verificou-se que os professores
compreendem que as brincadeiras, os brinquedos e os jogos são instrumentos
importantes no processo educativo da criança, embora estes não apresentem
grande conhecimento e experiência como educadores da modalidade da educação
infantil.
No que se refere à importância dos jogos e das brincadeiras no
desenvolvimento dos alunos da educação infantil, os profissionais compreendem
esta importância como sendo sócio cognitivo e de fundamental importância para o
desenvolvimento dos educandos. Nesta abordagem pode-se constatar que os
docentes apesar de não terem uma formação de acordo com a legislação vigente,
compreendem a sua importância e relevância para o desenvolvimento e
aprendizagem das crianças nesta etapa da educação infantil.
Observa-se que os professores demonstram importância, quanto ao uso
das atividades lúdicas para o desenvolvimento do aluno, Machado (2001; p. 43) vem
confirmar a importância do lúdico: “Para o profissional de educação infantil, a
necessidade de oferecer condições que viabilizem as interações lúdicas tem como
suporte o reconhecimento do especial valor destas interações para as crianças”

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do estudo realizado é possível compreender que o lúdico propicia a


criança muito benefícios, pois proporciona a ela prazer, criatividade,
desenvolvimento da linguagem, da coordenação motora, além de ser algo inerente a
vida da criança.
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Com esta pesquisa evidenciou-se o quanto a utilização das brincadeiras e


dos jogos nas escolas pode modificar de maneira exemplar a aprendizagem das
crianças. O brincar colabora com a promoção da comunidade afetiva, alarga
determinadas áreas de reações e como reforço, dá às crianças maior segurança,
desenvolve suas ideias e a sua própria expressão.
O prazer gerado a partir das brincadeiras resulta, mais do que qualquer
outro recurso, no desenvolvimento da identidade de grupo. Enfim, criança, precisa
brincar para aprender com eficiência. Em relação aos educadores, estes devem ser
criativos.
Com poucos recursos e muita força de vontade e comprometimento é
possível obter bons resultados, afinal, o que mais importa é a maneira como os
materiais são utilizados, contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem.
Conscientizando-se do que foi exposto acima, a escola (professores e corpo técnico-
pedagógico) tornar-se-ão agentes construtores de uma efetiva aprendizagem.
Portanto, os brinquedos e os jogos constituem-se hoje em objetos
privilegiados da educação das crianças, desde que inseridos numa proposta
educativa que se baseia na atividade e na interação delas.

REFERÊNCIAS

ALENCAR, E. S; OLIVEIRA, M. S. História da educação infantil no Brasil: as


brincadeiras e os jogos. Perspec Dial: RevEduc e Soc. v. 4, n. 7, p. 51-63, jan - jun.
Naviraí, 2017.

ANTUNES, Celso. Jogos para estimulação das Múltiplas Inteligências.


Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

ARRABA, M. F; FONSECA, J. S; LIMA, J. F; SILVA, K. C; SIMÕES, V. A. P. Jogos e


brincadeiras: um espaço para o lúdico na educação infantil. EDUCERE - REVISTA

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação


Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil –
volumes 1, 2 e 3. Brasília, MEC/SEF, 1998.

BROUGÉRE, G. A criança e a cultura lúdica. In: Kishimoto, T. M. [org]. O brincar e


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BROUGÉRE, G. Jogo e educação. Trad. Patrícia C. Ramos. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1998.
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DHOME, Vânia. Atividade lúdica na educação: o caminho de tijolos amarelos do


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