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Simone Consentino Jús

PERFIL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS INDÚSTRIAS

DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA - SÃO PAULO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de São Paulo, como parte dos
requisitos para a obtenção do grau de Tecnólogo
em Sistemas para Internet.

Área de Concentração: Gestão de Tecnologia da


Informação.

Orientadora: Professora Fernanda C. O. Prado


Coorientadora: Juliana Schlatter de Lima Ferraz

São João da Boa Vista


2014
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer
meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que
citada a fonte.

Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento


da Informação do Serviço de Biblioteca – IFSP

Jús, Simone Consentino.


Perfil da Tecnologia da Informação nas Indústrias de
São João da Boa Vista - SP. / Simone Consentino Jús;
Orientadora Fernanda C. de Oliveira Prado; Coorientadora
Professora : Juliana Schlatter de Lima Ferraz. São João
da Boa Vista, 2014.

Trabalho de Conclusão de Curso, IFSP, 2014.

1. Tecnologia da Informação. 2. Indústria. 3. Perfil


da TI.

I. Perfil da Tecnologia da Informação nas


Indústrias de São João da Boa Vista - SP
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me direcionar até mais esta conquista, com saúde e

ânimo para enfrentar as dificuldades e realizar meus objetivos.

Ao meu pai (in memoriam) que me ensinou a não temer nem desistir dos

desafios que a vida nos apresenta, e que me mostrou desde cedo a

importância da educação, serei eternamente grata.

Agradeço ao meu marido que pacientemente compreendeu minha ausência e

me incentivou todos os dias com seu amor e carinho.

À minha mãe e minhas filhas, companheiras de todas as horas. Obrigada

pela dedicação.

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo –

Campus de São João da Boa Vista e a todos os professores que tornaram

possível esta realização. Agradeço a atenção e o esforço que me foram

dedicados.

As Professora Fernanda e Juliana, agradeço pela orientação, paciência,

aprendizado e pelo enriquecimento que me proporcionaram.

Agradeço as empresas que participaram da pesquisa pela disponibilidade e

colaboração.

Enfim, agradeço a todos aqueles que de alguma forma colaboraram com a

realização desta pesquisa.


RESUMO

JÚS, C.S. (2013). PERFIL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS INDÚSTRIAS


DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA - SP. Trabalho de Conclusão de Curso - Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, São João da Boa Vista, 2014.

No cenário atual, as organizações investem em Tecnologia da Informação (TI) não só


visando agilidade em seus processos, mas também buscando a geração de valor para os
negócios da empresa. Considerando-se que a TI é vista como um dos principais ativos de uma
empresa, conhecer como as organizações a estão empregando pode orientar os profissionais
da área e também as universidades que oferecem cursos relacionados à TI a entenderem as
expectativas e necessidades deste mercado. Dessa forma, este estudo objetiva identificar o
perfil da TI das indústrias de diversos ramos de atividade e porte de São João da Boa Vista –
SP. Para tanto, os seguintes objetivos específicos foram alcançados: mapeou-se a
infraestrutura de TI, levantou-se as características dos profissionais de TI e verificou-se a
existência de estratégias voltadas à gestão de processos e serviços. Foi realizada uma pesquisa
de campo de corte transversal, com objetivos descritivos e de natureza quantitativa, por meio
do método survey para uma amostra de trinta e duas indústrias da cidade. O instrumento
utilizado possui questões dissertativas e fechadas, baseadas nas pesquisas de Martens (2001),
Ströher (2007) e Rodrigues et al (2009). Tendo em vista que a amostra é composta em sua
maioria por micro e pequenas empresas, observou-se um bom nível de informatização entre
elas, verificando também que grande parte das indústrias possui um departamento de TI bem
estruturado o que reflete no menor número de terceirização comparado com outras pesquisas.
Existe um esforço dos gestores para obter melhores retornos de seus investimentos com a TI,
visto que a maioria das empresas pesquisadas possuem modelos de melhores práticas em TI.
Por fim, conclui-se que o estudo sugere que há preferência das empresas pela contratação de
profissionais da cidade ou região. Os salários pagos aos colaboradores estão aquém dos
elencados por pesquisas de outras regiões do país, e a falta de habilidades técnicas, de
certificações e línguas, estão entre as principais dificuldades de contratação.

Palavras-chaves: Tecnologia da Informação. Indústria. Perfil da TI.


ABSTRACT

JÚS, C. S. PROFILE OF INFORMATION TECHNOLOGY IN THE INDUSTRIES OF


SÃO JOÃO DA BOA VISTA - SP. Course Conclusion Project – Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, São João da Boa Vista, 2014.

In the present scenario, organizations invest on Information Technology (IT) not only
aiming at agility in their processes, but also seeking to create value for the company's
business. Considering the fact that IT is seen as one of the main assets of a company, getting
to know how organizations are employing it can guide professionals, also universities that
offer courses related to IT, to the understanding of the expectations and needs of this market.
Thus, this study aims to identify the profile of IT industries of different fields and sizes in São
João da Boa Vista - SP. In order to do it, these were the specific objectives achieved: the
mapping of IT infrastructure, the raising of IT professionals´ characteristics and of the
existence of strategies for management of processes and services. For this purpose, a field
survey of cross-sectional descriptive and quantitative purposes was conducted, using the
survey method to a sample of thirty-two industries in the city. The proposed instrument
presents objective and essay questions, based on the research by Martens (2001), Ströher
(2007) and Rodrigues et al (2009).Given that the sample is composed mostly of micro and
small enterprises, there was a good level of computerization among them, and it was verified
that most industries have a well-structured IT department, which reflects the smaller number
of outsourcing compared with other studies. There is an effort of the managers for better
returns on their IT investments, since the majority of the surveyed companies have models of
best practices in IT. Finally, it is concluded that the study suggests that there is a preference of
enterprises by hiring professionals from the city or from the region. The wages paid to
employees are short-listed if compared with the ones of other regions of the country, and the
lack of technical skills, certifications and languages are among the main difficulties in hiring.

Keywords: Information Technology. Industry. Profile of IT


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fases da Metodologia ...................................................................................... 37


Figura 2: Quantidade de computadores por porte das empresas..................................... 43
Figura 3: Quantidade de dispositivos móveis por porte das empresas ........................... 43
Figura 4: Tipos de Acesso à Internet .............................................................................. 44
Figura 5: Funcionários com Acesso à Internet ............................................................... 45
Figura 6: Funcionários com acesso ao e-mail na empresa .............................................. 46
Figura 7: Atividades Praticadas com o uso da Internet................................................... 46
Figura 8: Programas Encontrados nas Indústrias ............................................................ 47
Figura 9: Itens que correspondem à estrutura de TI ....................................................... 48
Figura 10: Posição da área da TI no organograma da empresa ...................................... 49
Figura 11: Nível de comprometimento da alta administração com a TI......................... 49
Figura 12: Implementação de Modelos das melhores práticas ....................................... 50
Figura 13: Regiões onde estão as empresas terceirizadas ............................................... 51
Figura 14: Serviços de TI terceirizados .......................................................................... 52
Figura 15: Nível de dificuldade de contratar profissionais ............................................. 53
Figura 16: Razões para a dificuldade de contratação de profissionais de TI .................. 54
Figura 17: Estratégias utilizadas para retenção de talentos ............................................ 55
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Salários por porte da empresa - Guia Salarial Robert Half 2014 ....................29
Tabela 2: Tamanho da amostra por porte das indústrias .................................................39
Tabela 3: Média salarial nas empresas pesquisadas ........................................................53
LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Cursos de graduação e competências na área de TI....................................... 30


Quadro 2: Classificação de porte por número de funcionários ....................................... 38
Quadro 3: Temas abordados para identificação do perfil da TI...................................... 40
Quadro 4: Cargos dos entrevistados no departamento de TI .......................................... 41
Quadro 5: Cargos dos entrevistados agrupados por departamento ................................. 42
LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações
BA Bahia
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento
BPO Business Process Outsourcing (Terceirização de Processos de Negócios)
BRASSCOM Associação de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação
CADE Conselho Administrativo de Defesa Econômica
CCTA Central Computer and Telecommunication Agency (Agência Central de
Computação e Telecomunicação)
CEO Chief Executive Officer (Diretor Executivo)
CFO Chief Financial Officer (Diretor Financeiro)
CIO Chief Information Officer (Diretor de TI)
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CMM Capability Maturity Model (Modelo de Maturidade em Capacitação)
CMMI Capability Maturity Model Integration (Modelo de Maturidade em
Capacitação-Integração)
CMU Carnegie Mellon University (Universidade Mellon Carnegie)
COO Chief Operation Officer (Diretor Operacional)
COBIT Control Objective for Information and related Technology (Objetivos de
Controle para Informação e Tecnologia Relacionada)
CRM Customer Relationship Management (Gestão do Relacionamento com o
Cliente)
DDA Débito Direto Autorizado
DF Distrito Federal
DSL Digital Subscriber Line
ERP Enterprise Resource Planning (Planejamento de Recurso Empresarial)
eSCM-SP The eSourcing Capability Model for Client Organization (Modelo de
Capacidade e Origem para Provedores de Serviços)
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos
GESAC Governo Eletrônico Serviços Atendimento ao Cidadão
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFECTS Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia
IFSP Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
ITIL Information Techonology Infrastructure Libray (Biblioteca de Informações
Tecnologia e Infra-estrutura)
ISACF Information System Audit and Control Foundation (Fundação de Controle e
Auditoria de Sistemas de Informações)
ISO International Organization for Standardization (Organização Internacional
para Estandardização)
MEC Ministério da Educação e Cultura
MEI Micro Empreendedor Individual
MG Minas Gerais
OGC Office of Govermment Commerce (Escritório Comercial do Governo)
PC Personal Computer (Computador Pessoal)
PE Pernambuco
PI Propriedade Intelectual
PIB Produto Interno Bruto
PMBOK Project Management Body of Knowledge (Guia para Administração do

Conhecimento de Projeto)

PME Pequenas e Médias Empresas

PMI Project Management Institute (Instituto de Gestão de Projetos)

PR Paraná

RJ Rio de Janeiro

RS Rio Grande do Sul

SAD Sistema de Apoio à Decisão

SAE Sistema de Apoio ao Executivo

SAP Sistemas, Aplicativos e Produtos para Processamento de Dados

SCM Sistema de Gestão da Cadeia de Suprimentos

SEI Software Enginnering Institute (Instituto de Engenharia de Software)

SETEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica


SI Sistema de Informação

SIG Sistema de Informações Gerenciais

SINDPD Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da

Informação do Estado de São Paulo

SINDPDSC Sindicato dos Empregados em Empresas em Processamento de Dados e

Tecnologia da Informação de Santa Catarina

SMP Serviço Móvel Pessoal

SO Sistema Operacional

SP São Paulo

SPT Sistema de Processamento de Transação

TI Tecnologia da Informação

TIC Tecnologia da Informação e Comunicação


USD United States Dollar
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15

1.1 Motivação ............................................................................................................................. 16

1.2 Objetivos ............................................................................................................................... 16

1.3 Organização deste trabalho ................................................................................................... 17

2 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 19

2.1 Sistemas de Informação ........................................................................................................ 19

2.2 Tecnologia da Informação .................................................................................................... 20

2.3 A Tecnologia da Informação e as Organizações ................................................................... 21

2.4 Governança de TI.................................................................................................................. 23

2.5 Mercado TI no Mundo .......................................................................................................... 25

2.6 Profissionais de TI ................................................................................................................ 28

2.7 Trabalhos Correlatos ............................................................................................................. 32

3 METODOLOGIA ....................................................................................................... 37

3.1 Definição da Amostra da Pesquisa ....................................................................................... 38

3.2 Instrumento de Coleta de Dados ........................................................................................... 39

3.3 Coleta de Dados .................................................................................................................... 40

3.4 Análise de Dados .................................................................................................................. 40

4 RESULTADOS .......................................................................................................... 41

4.1 Identificação da Empresa e dos Respondentes da Pesquisa .................................................. 41

4.2 Identificação do Perfil da Empresa ....................................................................................... 42

5 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 57

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 61

APÊNDICES .................................................................................................................... 66

1. Instrumento de Pesquisa ....................................................................................................... 66

2. Modelo de mensagem para Coleta de Dados ........................................................................ 72


3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ...................................................................... 73

ANEXOS ..........................................................................................................................74

1. Parecer Consubstanciado do CEP ......................................................................................... 74


Capítulo

15

1 Introdução

Atualmente a Tecnologia da Informação (TI) se destaca nas empresas porque não atua
somente como uma ferramenta de suporte, mas gera valor à estrutura de negócio,
proporcionando um diferencial nas organizações que se utilizam de tais oportunidades
(FERNANDES; ABREU, 2008). Com isso, independente do porte ou da área de atuação das
empresas, faz-se necessária a consideração da TI na elaboração de planos ou projetos de
negócio (LAUDON; LAUDON, 2011). Para tanto, os gestores buscam agilidade para
enfrentar um mercado competitivo e administrar de maneira eficaz as dificuldades e os
benefícios proporcionados com o uso da TI (O’BRIEN, 2011).
Para usufruir os benefícios que o uso da TI pode oferecer aos negócios, como redução
de custos, ganho de produtividade, aumento de qualidade, inovação e flexibilidade, as
organizações necessitam de novos conhecimentos que ampliem a visão estratégica dos
negócios. Os gestores apoiam seus processos nas novas tecnologias, tornando suas decisões
mais ágeis e, consequentemente, sua empresa mais competitiva (ALBERTIN, 2001). Da
mesma forma, o profissional de TI necessita de capacitação para contribuir com o atingimento
dessas metas (LAUDON; LAUDON, 2011).
Segundo a Associação de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação -
BRASSCOM (2011), a TI é composta por hardware, serviços, software, BPO (Business
Process Outsourcing - Terceirização de Processos de Negócio), exportações e TI In-house
(tecnologias desenvolvidas pelo governo, empresas e outros setores da economia). Laudon e
Laudon (2011) definem TI como um conjunto de tecnologias (hardware, software, internet,
etc.) gerido por profissionais da área. Para efeito desta pesquisa, considera-se que o perfil da
TI contempla a infraestrutura (hardware, serviços e software), os profissionais e as estratégias
de gestão da TI.
16

1.1 Motivação

O conhecimento do perfil da TI nas empresas pode nortear os profissionais da área


para se adequarem à demanda do mercado. Além disso, apoia as universidades quanto a oferta
de cursos visando atender às expectativas e necessidades dessas empresas.
Considerando-se o papel de destaque da TI nas organizações apresentado nas
pesquisas de Martens (2011), Ströher (2003), que analisam o perfil da TI em organizações
paranaenses e gaúchas, e Rodrigues et al. (2009), que de forma mais abrangente apresentam o
desenho da gestão da TI nas 100 maiores empresas nacionais, somados às contribuições aos
profissionais da área e universidades pontuadas anteriormente, surge a motivação para
pesquisar o perfil da TI nas indústrias de São João da Boa Vista.
São João da Boa Vista está localizada no Estado de São Paulo, Brasil, a 231
quilômetros da capital. Segundo o IBGE (2010) é sede da microrregião composta pelos
municípios de Aguaí, Águas da Prata, Divinolândia, Espírito Santo do Pinhal, Santo Antônio
do Jardim, São Sebastião da Grama e Vargem Grande do Sul, abrangendo uma população de
233.794 habitantes. Possui população de 83.639 habitantes e produto interno bruto de R$
1.439.245,00 distribuídos nos setores de Serviços (64,53%), Indústria (32,85%) e
Agropecuária (2,62%) (IBGE, 2010).

1.2 Objetivos

O objetivo geral desta pesquisa é identificar o perfil da TI nas indústrias dos diversos
ramos de atividade e tamanho de São João da Boa Vista/SP. Para tanto, pretende-se alcançar
os seguintes objetivos específicos:
1. Mapear a infraestrutura de TI (hardware, software e serviços) nessas
indústrias.
2. Verificar a existência de estratégias voltadas à gestão dos processos e serviços,
ou seja, se é empregado algum modelo de melhores práticas em governança de
TI nessas empresas.
3. Levantar o perfil dos profissionais de TI que atuam nessas indústrias e as
necessidades e dificuldades para contratações nesta área.
17

1.3 Organização deste trabalho

Este trabalho foi organizado de tal forma que no Capítulo 2 é apresentada a revisão
bibliográfica referente à TI, abrangendo conceitos sobre Sistemas de Informação (SI), TI, o
papel da TI nas organizações, conceitos sobre governança de TI, os principais modelos de
melhores práticas de gestão de TI, o mercado de TI no mundo, os profissionais de TI,
encerrando com os trabalhos correlatos. No Capítulo 3 é descrita a metodologia, no Capítulo 4
são anunciados os resultados contendo a identificação da empresa e dos respondentes da
pesquisa e a identificação do perfil da empresa e o Capítulo 5 contém as conclusões. O
instrumento de pesquisa, a apresentação da pesquisa e o termo de consentimento livre e
esclarecido que foram utilizados na mensagem eletrônica para coleta de dados estão
disponíveis no Apêndice 1, 2 e 3, respectivamente. Por fim encontra-se no Anexo o Parecer
Consubstanciado do CEP.
Capítulo

19

2 Pesquisa Bibliográfica

2.1 Sistemas de Informação

Laudon e Laudon (2011) definem dados como as sequências de fatos ainda não
analisados, representados por eventos que ocorrem nos ambientes físicos e organizacionais.
Quando estes dados são organizados e apresentados com significados e utilidades para a
humanidade, são caracterizados como informação.
O’Brien (2011) conceitua dados como eventos brutos sobre fenômenos físicos ou
operações de negócios, como por exemplo, nome, endereço, números de documentos e
telefones que compõem os dados de uma pessoa.
A definição técnica para Sistema de Informação (SI) contempla a interação de um
conjunto de componentes que coletam, processam, armazenam e distribuem informações que
serão usadas para análise, coordenação, controle e gerenciamento de uma organização. Além
disso, os SI oferecem suporte para as tomadas de decisão (LAUDON; LAUDON, 2011).
Segundo O’Brien (2011), há cinco recursos principais que compõe os SI:
 Humanos: todas as pessoas envolvidas com o desenvolvimento e a operação do
sistema e os usuários finais, também chamados clientes, que são aqueles que
utilizam o SI ou as informações geradas por ele.
 Hardware: composto pelas máquinas, computadores, monitores de vídeo,
impressoras, scanners óticos.
 Software: sistemas operacionais, planilhas eletrônicas, editores de textos, folha de
pagamento, além dos procedimentos de entrada e saída de dados e correção de
erros.
 Dados: formado pelo banco de dados contemplando, por exemplo, cadastro de
clientes e arquivos de funcionários.
 Rede: meios de comunicação, processadores de comunicação, acessos à redes e
software de controle.
20

Os SI são divididos em três atividades básicas, a saber: entradas (coleta de dados


brutos dentro e fora das organizações), processamento (transformação dos dados brutos em
informações) e saída (destinação das informações processadas) (LAUDON; LAUDON,
2011).
Existem ainda as atividades de armazenamento (manutenção dos registros para uso
posterior) e as atividades de controle (monitoramento e avaliação do SI para verificar se está
atendendo aos padrões de desempenho estabelecidos) (O’BRIEN, 2011).
Do ponto de vista de recursos humanos, considera-se que as pessoas podem ser os
componentes mais valorosos nos SI, porque podem fazer a diferença entre o sucesso e o
fracasso para a maioria das empresas (STAIR; REYNOLDS, 2010). Laudon e Laudon (2011)
afirmam que uma empresa é tão boa quanto as pessoas que a compõe e que o mesmo vale
para os SI. O desenvolvimento e a manutenção dos SIs devem ser realizados por pessoas
capacitadas e os usuários devem ser treinados para que possam usufruir de seus benefícios
para atingirem as metas organizacionais.
Portanto, entende-se que não é apenas tecnologia que constitui um SI, mas também o
papel das pessoas nas organizações.

2.2 Tecnologia da Informação

Entende-se por Tecnologia da Informação (TI) o conjunto de tecnologias como


hardware, software, internet, intranets, extranets, entre outras, acionadas e administradas por
pessoas competentes nessa infraestrutura (LAUDON; LAUDON, 2011). O conceito de
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), por sua vez, incorpora o setor de
telecomunicações (televisão, antena parabólica, rádio e telefonia) à TI (CETIC, 2009).
A TI passou a ser um instrumento poderoso para as organizações porque proporciona
agilidade na tomada de decisão dos gestores, tornando-as mais competitivas (ALBERTIN,
2001). Segundo O’Brien (2011), além desses gestores enfrentarem esses desafios de forma
eficaz, precisam ter ciência dos problemas e oportunidades do uso da TI. Portanto, os
administradores de TI têm a responsabilidade de buscar novos conhecimentos para resolver as
diversas situações enfrentadas pelas empresas.
Nos últimos anos ocorreram importantes mudanças no mundo e no Brasil associadas à
TIC. A computação em nuvem que surge como importante inovação para as empresas; o
21

crescimento do software oferecido como serviço na internet; e a plataforma digital com


dispositivos móveis mais baratos como netbooks, tablets e smartphones, são algumas dessas
mudanças. As inovações tecnológicas e os benefícios gerados pelas novas aplicações para
suprir as necessidades do novo ambiente, levaram as empresas a investirem valores
significativos em TIC, apoiando seus processos, produtos e serviços na tecnologia
(ALBERTIN, 2001).
A migração para os dispositivos móveis dentro do ambiente empresarial é
considerável e os gestores exploram estes equipamentos para otimizar suas ações agilizando
os processos para as tomadas de decisões (LAUDON; LAUDON, 2011). Com isso, esta
plataforma móvel emergente, como hoje é conhecida, é um forte segmento de mercado
(LAUDON; LAUDON, 2011).

2.3 A Tecnologia da Informação e as Organizações

As empresas produzem produtos ou prestam serviços objetivando a geração de lucro e,


para isso, precisam vender seus produtos a um preço maior que o custo da produção
(LAUDON; LAUDON, 2011). Os processos de produção envolvem pessoas, equipamentos,
fornecedores e clientes, mas também existem os processos de venda que abrangem estratégias
de marketing e pós-venda, questões financeiras e contábeis (LAUDON; LAUDON, 2011).
Até mesmo as organizações sem fins lucrativos possuem algumas dessas funções básicas e a
TI é ferramenta presente para agilizar estes processos, recebendo investimentos das empresas
que buscam a primazia em suas operações, expandir sua linha de produtos e serviços, atender
melhor seus clientes, aperfeiçoar a tomada de decisão, criar vantagens competitivas e até
mesmo permanecer no mercado (LAUDON; LAUDON, 2011).
Para sobreviverem e atingirem êxito em seus negócios, as empresas precisam se
manter informadas e atualizadas sobre política, economia e a concorrência porque o ambiente
de negócio está em constante mudança e qualquer fato novo, seja na tecnologia, na política ou
na preferência do consumidor, pode causar sérios impactos ao negócio (LAUDON;
LAUDON, 2011). A empresa Kodak, por exemplo, precisou desenvolver câmeras digitais
porque o mercado deixou de consumir câmeras com filmes (LAUDON; LAUDON, 2011).
22

Segundo O’Brien (2011), a agilidade de uma empresa é fundamental para que


concorra mundialmente com produtos e serviços de alta qualidade e desempenho em um
mercado configurado para o cliente.
A TI aperfeiçoa os processos de negócios das empresas mediante o bom emprego dos
SI que automatizam muitas tarefas que antigamente eram feitas manualmente (LAUDON;
LAUDON, 2011). Porém, ela pode ter um papel muito maior nas organizações, atuando
diretamente no funcionamento dos negócios ou até mesmo impulsionando a criação de novos
modelos de negócios (LAUDON; LAUDON, 2011).
Segundo Laudon e Laudon (2011), existem diferentes tipos de SI para atender níveis
gerenciais distintos, a saber:
 Sistema de Processamento de Transação (SPT), usado para realizar o registro
de operações de rotina nos ambientes empresariais, como pedidos de vendas,
folhas de pagamentos e controle de estoque. O principal objetivo é monitorar o
fluxo das transações. São fontes de informações importantes para outros
sistemas, podendo fornecer dados para a contabilidade, escrita fiscal e órgãos
governamentais.
 Sistema de Informações Gerenciais (SIG), fornece relatórios sobre o
comportamento cotidiano das empresas, auxiliando os gerentes a monitorar,
controlar e planejar ações futuras.
 Sistema de Apoio à Decisão (SAD), analisa grandes quantidades de dados,
fazendo previsões e projeções que auxiliam os gerentes na tomada de decisões
não usuais.
 Sistema de Apoio ao Executivo (SAE), aplicado para atender à gerência sênior
no auxílio à tomada de decisões que fogem à rotina e que exigem sensatez,
prudência, perspicácia e capacidade de avaliação. Apresentam as informações
sobre eventos internos e externos por meio de gráficos exibidos em painéis
digitais.
 Sistema de Gestão da Cadeia de Suprimentos - Supply Chain Management
(SCM), considerado um sistema interorganizacional que auxilia as empresas
com seus fornecedores e distribuidores, aumentando a eficiência nas entregas
de mercadorias, compras de produtos, logística, níveis de estoque e produção.
23

 Sistema de Gestão do Relacionamento com o Cliente - Customer Relationship


Management (CRM), apoia as empresas nas relações com os clientes com o
objetivo de aprimorar a satisfação e a fidelização de clientes.
 Sistema Integrado de Gestão Empresarial - Enterprise Resource Planning
(ERP), integram todos os processos de negócios de todas as áreas da
organização. Assim toda informação pode ser armazenada em conjunto e
utilizada por setores diferentes da empresa. Pode também integrar outros
sistemas como o SCM e CRM.
A TI, assim como o capital, instalações, equipamentos e recursos humanos, está entre
os principais ativos de uma empresa. Porém, trata-se de um ativo que os gerentes encontram
dificuldades para administrar, pois requer grandes investimentos sem a certeza de resultados
correspondentes (WEILL; ROSS, 2006). Entretanto, as empresas que obtém os melhores
retornos dos investimentos em TI são as que implementam governança de TI, ou seja, criam
uma estrutura que define os objetivos organizacionais e que monitora o desempenho para
garantir que eles se concretizem (WEILL; ROSS, 2006).

2.4 Governança de TI

A governança de TI não só assegura a geração de valor de TI para os negócios da


empresa como pode até mesmo preservá-la (WEILL; ROSS, 2006).
Segundo Weill e Ross (2006), os principais gestores seniores: Chief Executive Officer
(CEO), diretor executivo; Chief Financial Officer (CFO), diretor financeiro; Chief Operation
Officer (COO), diretor operacional; e o Chief Information Officer (CIO), diretor de TI,
buscam orientações quanto aos melhores retornos de seus investimentos em TI. Os autores
pontuam que as empresas que obtém melhor desempenho são as que implementam um
conjunto de métodos que incentivam comportamentos sólidos com o compromisso da geração
de valores, respeitando as diretrizes e a cultura da empresa e contemplando a administração
dos seis principais ativos organizacionais, a saber:
 Humanos: indivíduos e suas competências, treinamentos, e outros.
 Financeiros: capital, aplicações, fluxo de caixa, etc.
 Físicos: imóveis, manutenção, segurança e outros.
24

 Propriedade Intelectual (PI): patentes, conhecimentos práticos, fórmulas secretas, etc.


 Informação e TI: SI, informação sobre clientes, e outros.
 Relacionamentos: marca e reconhecimento junto a clientes, fornecedores e
concorrentes, etc.
Em busca de melhor visibilidade para o retorno de seus investimentos que, por sua
vez, estão relacionados ao fato das áreas de negócio dependerem cada vez mais da TI, os
executivos adotam modelos de melhores práticas de governança de TI para atenderem a
exigência dos acionistas e do mercado quanto a transparência nas operações, o aumento da
procura por monitoramento e controle, o aumento da qualidade de seus produtos e serviços e
a maior complexidade da tecnologia (FERNANDES; ABREU, 2008). Segundo Fernandes e
Abreu (2008), existem os modelos genéricos que podem ser ajustados à qualquer empresa (IT
Governance Mode) e outros mais específicos, como:
 CobiT - Control Objectives for Information and related Technology: é um guia para a
gestão de TI, recomendado pelo Information System Audit and Control Foundation
(ISACF), contendo um conjunto de ferramentas (framework) estruturado em quatro
domínios, a saber: Planejamento e Organização; Aquisição e Implementação; Entrega
e Suporte; e Monitoração. É orientado ao negócio e utilizado para auditoria,
planejamento e controle dos processos de TI em uma empresa. Apresenta benefícios
para gestores (na avaliação e controle de riscos), usuários (na garantia de que os
produtos e serviços estão sendo bem gerenciados) e auditores (na avaliação do nível
de gestão de TI).
 ITIL - Information Technology Infrastructure Library: foi encomendada pelo governo
britânico para a Central Computer and Telecommunications Agency (CCTA), que a
desenvolveu no final dos anos 80. Em abril de 2001, o CCTA foi incorporado ao
Office of Govermment Commerce (OGC), que hoje é o órgão responsável. A ITIL
promove um conjunto de práticas de gerenciamento de serviços de TI objetivando
nortear tanto as organizações que já possuem operações em TI em andamento, como
aquelas que pretendem criar novas operações. Busca elevar o grau de qualidade e
maturidade das empresas para que usem seus ativos de TI com eficiência e eficácia.
 PMBOK - Project Management Body of Knowledge: desenvolvido pelo Project
Management Institute (PMI), uma organização não governamental mundialmente
reconhecida e respeitada na área de gestão de projetos. Possui mais de 240 mil
25

associados distribuídos em 160 países. O PMBOK está estruturado em nove áreas do


conhecimento de gerenciamento de projetos, sendo: integração, custo, comunicações,
escopo, qualidade, riscos, tempo, recursos humanos e aquisições. Seus processos
representados por essas áreas de conhecimento agrupam-se de acordo com o modelo
em cinco fases: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e
encerramento. O PMBOK pode ser aplicado em projetos qualquer natureza,
necessitando de ajustes quanto aos tipos, portes e riscos do projeto para atender de
forma efetiva às necessidades de uma organização.
 ISO 9001:2000: representada oficialmente no Brasil pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) é o avanço do conjunto de normas ISO 9000, e se aplica
para empresas ou atividades de serviços de manufatura, para avaliar a capacidade das
organizações de atenderem aos requisitos dos clientes, das regulamentações e da
própria organização, promovendo a adesão de processos para o desenvolvimento,
execução e o aumento da eficácia de um sistema de gestão de qualidade.
 CMMI - Capability Maturity Model Integration (for Development): criado em 2002
pelo Software Engineering Institute (SEI) da Carnegie Mellon University (CMU), é a
evolução do Capability Maturity Model (CMM) criado em 1991 como um modelo de
qualidade para o processo de engenharia de software. Agrupa várias regras em uma
única estrutura ajustável às organizações que necessitam de melhorias nos planos
corporativos.
Fernandes e Abreu (2008) reforçam que existem muitos outros modelos de boas práticas
aplicáveis à governança de TI e que o alinhamento de TI ao negócio configura-se como
um desafio para o CIO, pois exige flexibilidade, habilidades de negociação e treinamento
dos executivos de negócio.

2.5 Mercado TI no Mundo

O Brasil ocupa a sétima posição no mercado doméstico de software no mundo,


movimentando US$ 24,9 bilhões ao ano. As primeiras posições ficam para os Estados Unidos
com US$ 399 bilhões, seguido do Japão com US$ 92 bilhões e Reino Unido com US$ 71
bilhões (GOMES, 2013). A meta brasileira é atingir um faturamento de US$ 225 bilhões,
26

aumentando a representatividade de aproximadamente 4% do Produto Interno Bruto (PIB)


para 6,5%. Também é brasileira a sétima posição do mercado interno de TIC totalizando US$
165,1 bilhões, sendo US$ 85,1 de TI e US$ 80,6 de Comunicações (BRASSCOM, 2011).
Nas últimas décadas a indústria brasileira de TI expandiu junto com a economia,
alcançando resultados inovadores preparados para atender as necessidades do mercado de
modo criativo e competitivo em diversas áreas (BRASSCOM, 2011). O sistema financeiro
brasileiro foi reconhecido como o mais desenvolvido do mundo pelo Banco Mundial e pelo
Gartner1 (empresa norte-americana de pesquisa em TI) porque conecta todas as instituições
financeiras em uma rede nacional desenvolvida no país e apresenta soluções criativas. Um
exemplo é o Débito Direto Autorizado (DDA) que possibilita que os clientes efetuem os
pagamentos sem o envio de papéis, economizando assim um bilhão de litros de água e 46
milhões kw/h, diminuindo assim a emissão de gás carbônico. A urna eletrônica, a declaração
de imposto de renda e os boletins de ocorrência eletrônicos, são exemplos de serviços de TI
utilizados pelo governo do Brasil que são referenciados mundialmente (BRASSCOM, 2011).
No entanto, há um ambiente de incertezas econômicas, como a crise da dívida
europeia, que dificultaram as conclusões de negócios para os fornecedores de TI no primeiro
trimestre de 2013 (GOMES, 2013). A pirataria também é um entrave para o crescimento do
mercado doméstico do setor, chegando a 53% dos softwares vendidos no Brasil em 2011
(GOMES, 2013).
Entretanto, a migração para dispositivos móveis é apontada como uma alavanca para o
crescimento dos gastos globais com tecnologia. Mercados emergentes como o Brasil e a Índia
continuam a impulsionar o crescimento do setor de TIC (LUCA, 2013).
Na América Latina, o Brasil ocupa a primeira posição no mercado de TIC, com USD
23 bilhões de venda em comércio eletrônico. Costa Rica e México são os países que mais se
expandiram além de suas fronteiras, indicando que o setor de TIC tem espaço para crescer e
contribuir mais para a economia do mercado latino-americano, conforme aponta um estudo
realizado pela BRASSCOM (2012) que comparou o ambiente institucional e de negócios em
TIC em seis países da América Latina, a saber: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa
Rica e México.

1
Gartner: www.gartner.com
27

A remuneração salarial média anual dos profissionais dos cargos de consultoria de


tecnologia, sistemas generalistas e multidisciplinares plenos, também foi apurada. Classificou
o Chile, a Colômbia e o Brasil como os países onde os profissionais recebem os maiores
salários, sendo que o Brasil tem a vantagem de possuir os menores encargos trabalhistas sobre
a folha e um câmbio menos apreciado entre estes países. Em contrapartida, o Brasil tem o
maior custo de eletricidade e perde apenas para a Colômbia quanto ao custo mensal médio e
penetração de banda larga (BRASSCOM, 2012).
Outro fator importante apontado pelo estudo da BRASSCOM (2012) foi a relação
entre empregos e oferta de mão de obra no setor de TIC. Constatou-se que embora o Brasil
disponha de número considerável de formandos em áreas relacionadas à TIC, existe um
desnivelamento entre a oferta e a procura, porque o mercado não absorve toda a oferta
disponível. A justificativa é que o perfil do recém-formado nem sempre atende as exigências
do setor, como por exemplo, a falta de domínio de idiomas e a inexperiência de trabalho com
tecnologias (BRASSCOM, 2012).
No Brasil existem linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES)
e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) para financiamentos ou subscrição de
valores mobiliários para investimentos e planos de negócios de empresas produtoras de
software e fornecedoras de serviços de TI (BNDES, 2013). As Pequenas e Médias Empresas
(PME) recebem benefícios fiscais para parques tecnológicos e incubadoras (BRASSCOM,
2012).
Os incentivos para capacitação da mão de obra no Brasil provêm das iniciativas
públicas e privadas fragmentadas e também de incentivo fiscal, como o programa Brasil Mais
TI (SINDPDSC, 2013). Trata-se de um projeto da BRASSCOM, lançado em agosto de 2012
como parte das ações do Programa Estratégico de Software e Serviços de TI do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação, que tem a missão de formar dez mil talentos por ano para
ajudar a reduzir a falta de mão de obra especializada (SINDPDSC, 2013).
Além disso, há investimento estatal e privado em universalização de banda larga fixa e
móvel, visando o fomento à infraestrutura de telecomunicações, como a construção de uma
nova fábrica do Grupo Furukawa2 na cidade de Sorocaba, interior paulista, para a produção de

2
Grupo Furukawa: http://www.furukawa.com.br/br/rede-furukawa/
28

fibras óticas, com investimento aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(CADE), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça. Segundo o Grupo Furukawa, serão
investidos US$ 18 milhões até meados de 2014 com o objetivo de aumentar a capacidade de
fabricação de fibras ópticas para 2,3 milhões de Km de fibra/ano, volume que representa 40%
da demanda brasileira de cabos ópticos (CIVA, 2013). Existe também o programa Governo
Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão (GESAC), coordenado pelo Ministério das
Comunicações, que oferece conexão de internet via satélite e terrestre a telecentros que visam
promover a inclusão digital em todo território brasileiro (GESAC, 2013).
Segundo a BRASSCOM (2012), o Brasil encontra-se em uma posição confortável
para competir no mercado regional de TI, já que possui o maior mercado, as maiores
empresas e os menores encargos trabalhistas direto na folha. Entretanto, deve-se considerar
que a disputa dos mercados da América Latina e Estados Unidos, e até mesmo do Brasil,
estão aumentando principalmente por parte do México e Colômbia. (BRASSCOM, 2012).
A ausência de acordos para evitar a bitributação com os EUA e outros mercados; os
altos custos de energia e de infraestrutura de telecomunicações; os altos salários
impulsionados pela escassez de mão de obra capacitada; e o complexo e caro sistema
tributário brasileiro, são os principais obstáculos para a expansão do setor de TIC no Brasil,
conclui a BRASSCOM (2012).

2.6 Profissionais de TI

Segundo o Guia Salarial 2014, elaborado pela consultoria Robert Half (2014), existe
expectativas positivas para o setor de tecnologia. As empresas continuam na busca de
profissionais, principalmente nas indústrias web e de serviços. Conhecimento técnico,
habilidade em comunicação, visão de negócio, flexibilidade, facilidade em se relacionar e
fluência em inglês são requisitos essenciais para que o profissional seja valorizado. O
detalhamento de alguns salários dos profissionais de TI apontados pelo guia da Robert Half
2014, encontra-se na Tabela 1.
29

Tabela 1: Salários por porte da empresa - Guia Salarial Robert Half 2014

Diretor de Gerente de Gerente de Analista de Analista de


TI Projetos Sistemas Sistemas Sênior Negócios Pleno
Pequenas empresas R$ 20.000,00 R$ 9.000,00 R$ 10.000,00 R$ 6.500,00 R$ 4.500,00
Médias empresas R$ 35.000,00 R$ 18.000,00 R$ 16.000,00 R$ 9.500,00 R$ 7.000,00
R$ 25.000,00 R$ 10.000,00 R$ 14.000,00 R$ 8.000,00 R$ 9.000,00
Grandes empresas
R$ 55.000,00 R$ 22.000,00 R$ 20.000,00 R$ 10.500,00 R$ 12.000,00

FONTE: Guia Salarial Robert Half, 2014. Elaborado pela pesquisadora.

A Pesquisa Salarial e de Benefícios Catho Online (2014) contemplou vários cargos na


área de TI e seus respectivos salários. A média salarial mais alta registrada foi para o cargo de
Diretor de suporte técnico, com vencimentos de R$ 15.645,55. O Gerente de administração de
banco de dados possui média salarial de R$ 10.559,49 e o Gerente de administração de redes
R$ 10.964,87, enquanto um Coordenador, Supervisor ou Chefe de conteúdo web recebe
salários médios de R$ 4.110,84.
O piso salarial, ou tabela salarial base, está em constante mudança, sofrendo reajustes
anuais (dissídios) de acordo com os sindicatos correspondentes à categoria profissional
(SINDPD, 2013). O Estado de São Paulo é representado pelo Sindicato dos Trabalhadores em
Processamento de Dados e Tecnologia da Informação (SINDPD), uma entidade fundada há
28 anos que conta com aproximadamente 42 mil associados (SINDPD, 2013).
Além deste piso salarial, fatores como a oferta e a procura de vagas, também
impactam nos valores dos salários do setor. A BRASSCOM (2013) pesquisou a demanda por
função e as remunerações salariais em oito estados brasileiros, a saber: DF, SP, PR, MG, PE,
RJ, BA e RS. Foram considerados dados do período de 2003 a 2010, mostrando as variações
dos profissionais de TI entre os Estados. O Analista de desenvolvimento de sistemas, por
exemplo, pode receber R$ 3.980,00 no Distrito Federal e R$ 2.200,00 no Paraná. Nesta
mesma pesquisa, quando comparadas as variações da média histórica de índices de inflação,
como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e de reajuste salarial de
cada Estado, concluiu-se que apenas os Estados de Pernambuco e o Distrito Federal tiveram
reajustes abaixo do índice de inflação (BRASSCOM, 2013).
Quanto à formação, segundo o parecer do MEC (2012), existem vários cursos na área
de TI que capacitam profissionais com diversas competências, conforme detalhado no Quadro
1.
30

Quadro 1: Cursos de graduação e competências na área de TI


CURSO COMPETÊNCIAS
Tecnologia de Informação para Web Apto para desenvolver, atualizar e manter sistemas para internet
Habilitado a interagir com os diversos campos da engenharia, além de
projetar, construir, configurar e determinar a utilização de sistemas que
Engenharia da Computação captam, transmitem, processam e atuam sobre a informação registrada
na forma de sinais de natureza diversas nos distintos ramos da
engenharia

Atua na definição, construção e manutenção de software, e nos seus


respectivos processos, podendo atuar em indústrias de
desenvolvimento e manutenção de software; indústrias de
Engenharia de Software computadores e aparelhos eletrônicos; setores de Tecnologia da
Informação de instituições públicas e privadas; em empresas e
laboratórios de pesquisa científica e tecnológica, também pode atuar de
forma autônoma em empresa própria ou em serviços de consultoria.

Pode desenvolver produtos de software e também atuar em áreas cujo


foco principal é a informática. As empresas que contratam os
profissionais formados no curso são empresas de produção de
Ciências da Computação
computadores, empresas de produção de software, grupos financeiros,
centros de pesquisa e desenvolvimento, universidades,
estabelecimentos de ensino e serviço público.

FONTE: MEC, 2013. Elaborado pela pesquisadora

O Parecer CNE/CES 136 do MEC (2012) defende a importância dos profissionais de


TI baseando-se no papel que os computadores desempenham na sociedade e nas mais diversas
áreas abrangidas, como Educação, Saúde, Artes e Pesquisas. Cada vez mais estes
profissionais trabalham em conjunto com especialistas de outras áreas, projetando e
desenvolvendo SIs para os mais amplos setores da sociedade (MEC, 2012).
Embora os estudos da Robert Half (2014), com foco em TI, mostrem um mercado
promissor para os profissionais desses setores, observa-se no estudo da BRASSCOM (2013),
que em média somente 13% dos alunos matriculados concluem os cursos. As instituições de
ensino superior que ministram cursos relacionados à TIC estão concentradas nos Estados
pesquisados (DF, SP, PR, MG, PE, RJ, BA e RS), totalizando 410 instituições (70%), sendo
347 privadas e 63 públicas, responsáveis por 78% do total dos alunos concluintes. Somente
174 instituições (30%) estão nos demais Estados do país e 86% dos formandos são do ensino
privado. Os cursos de Bacharelado em Sistemas da Informação, Bacharelado em Ciências da
Computação e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, representam a maioria
31

da projeção de concluintes no período de 2010 a 2014. Comparados os saldos das funções e o


número de graduados dos cursos associados ao setor de TIC no período de 2007 a 2010, a
demanda foi menor que a oferta. Porém, de 2011 a 2012 o quadro se inverteu e, conforme as
projeções, a procura por mão de obra para o setor será muito maior que o número formandos,
indicando que serão 33 mil estudantes formados para suprir a necessidade de 78 mil vagas nos
próximos três anos (BRASSCOM, 2013).
Ações para suprir a escassez de mão de obra do setor estão sendo tomadas pelos
setores públicos e privados. O Plano Nacional de Formação em TI é um projeto que será
implementado pela Secretária de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), órgão do
Ministério de Educação (MEC), com apoio da BRASSCOM para melhorar a capacitação dos
estudantes da rede federal de ensino dos alunos matriculados nos Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia (IFECTS), abrangendo nível superior, básico e técnico. O
objetivo é formar estudantes mais preparados para atender o maior anseio das empresas que é
encontrar profissionais que consigam atender a este segmento dinâmico em que novas
tecnologias surgem constantemente, e que tenham visão de negócio (SOARES, 2012).
Diante deste cenário, conhecer o perfil de TI do mercado em que se pretende atuar é
essencial para o aluno concluinte, assim como para os demais profissionais que buscam
usufruir as oportunidades apresentadas (SEBRAE, 2013).
Quanto aos contratos de trabalho dos profissionais de TI, no Brasil, as normas que
regulamentam as relações individuais e coletivas de trabalho são regidas pela Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), instituída pela Lei 5.452, de 01 de maio de 1943 (BRASIL,
1943). Ela define como ‘empregador’ toda empresa ou indivíduo que assume os riscos da
atividade econômica que dirige e paga o salário da pessoa contratada. (BRASIL, 1943). A Lei
5.890 de 08 de junho de 1973 (BRASIL, 1973) conceitua ‘trabalhador autônomo’ como todo
aquele que exerce atividade profissional remunerada por conta própria ou presta serviços para
terceiros.
Nas últimas décadas, a terceirização tornou-se presença marcante nas relações
trabalhistas, sendo que no setor de TI, nota-se de forma mais acentuada esta característica
(LOPES; SILVA, 2010). Entende-se por terceirização, toda e qualquer relação de trabalho
executado por uma empresa para atender às necessidades de outra (GONÇALVES, 2007).
Em TI, terceiriza-se por serviços (outsourcing), onde o contratante gerencia os
trabalhos e os pagamentos são feitos sobre as horas trabalhadas, e por projetos, onde a
32

organização estipula os prazos, os recursos e o custo para desenvolver um projeto que


normalmente será pago conforme as entregas parciais acordado com um cronograma
(GUEDES; GUADAGNIN, 2003).
A terceirização é motivada principalmente por fatores econômicos e as principais
razões que levam as organizações a buscarem esta alternativa são para reduzir custos, adquirir
e manter equipamentos e programas de computador, reduzir investimentos, acessar com maior
rapidez as novas tecnologias, resolver atividades eventuais e de alta particularidade à qual não
se justifica manter funcionários fixos para executá-las, e também para exercer algumas
funções rotineiras e repetitivas (PRADO; TAKAOKA, 2001).
As empresas de TI já surgem versáteis, descentradas e organizadas para trabalhar com
projetos (MOSSI E OSENFIELD, 2011). Os profissionais de TI geralmente são contratados
por uma empresa prestadora de serviço para trabalhar fisicamente na que contratou o trabalho
(LOPES; SILVA, 2010).

2.7 Trabalhos Correlatos

Martens (2001) pesquisou as indústrias de pequeno porte do Vale do Taquari no Rio


Grande do Sul para obter o desenho da TI aplicada nessas empresas e identificar se existem
problemas resultantes da adesão de novas tecnologias e em que proporção se revelam.
Verificou-se também se as organizações adotavam ações para resolver os problemas, a
frequência com que eram adotadas e o resultado dessas ações (MARTENS, 2001).
Para tanto, Martens (2001) realizou uma pesquisa survey, descritiva e quantitativa,
com aplicação de um questionário em entrevista pessoal em 36 empresas de diferentes setores
industriais de 6 municípios daquela região. Apurou-se informações sobre o número de
funcionários, faturamento anual e tempo de atividade das indústrias para classificá-las quanto
ao seu porte. O questionário foi composto com questões sobre planejamento estratégico e
departamentalização; perfil dos entrevistados; as funções de TI nas empresas; o número e o
tipo dos equipamentos e dos programas de computador; e os investimentos em informática. A
pesquisa foi finalizada com as questões sobre os acessos à internet, o conhecimento sobre
inteligência competitiva, os problemas decorrentes da implantação de novas tecnologias e as
soluções encontradas para resolvê-las (MARTENS, 2001).
33

Para as indústrias pesquisadas, Martens (2001) concluiu que a TI ainda atuava de


modo principiante, ou seja, usada quase sempre como instrumento para automatizar as
atividades internas. Verificou-se que as menores empresas em faturamento e número de
funcionários usavam a internet basicamente para serviços bancários e que apenas a minoria
dessas indústrias possuía homepage. Encontraram-se, em grande parte das empresas,
programas como editores de textos, planilhas eletrônicas, antivírus, correio eletrônico e
navegador de internet. Os investimentos em TI foram considerados pequenos comparados à
média nacional. Em contrapartida, o compromisso com a informatização dos administradores
foi bem-conceituado. A terceirização de serviços de TI foi constatada em 83% dessas
empresas (MARTENS, 2001).
Com foco maior em equipamentos e softwares, Ströher (2003) obteve o perfil da TI
nas pequenas empresas do ramo industrial do Vale do Ivaí, Norte do Paraná. Foi aplicado um
questionário em 106 indústrias localizadas em 26 cidades da região no período de setembro a
dezembro de 2002.
Foram levantados números e modelos dos processadores, discos rígidos, memória
RAM e impressoras utilizadas nas empresas, bem como os sistemas operacionais, a
interligação dos micros e as redes de computadores empregadas (STRÖHER, 2003).
Ströher (2003) concluiu que a TI atua como um diferencial para o êxito empresarial
principalmente nas pequenas empresas. Constatou que as empresas pesquisadas obtiveram
benefícios com a TI, como por exemplo: otimização do tempo, racionalização de tarefas,
redução de custos, rapidez para tomar as decisões e o aperfeiçoamento nas comunicações e
informações. O sistema operacional mais usado foi o Microsoft Windows; o Microsoft Word
(editor de textos) e o Microsoft Excel (planilha eletrônica) foram encontrados em 91,5% das
empresas. Na ocasião da pesquisa, 89,60% das empresas possuíam acesso à internet
(STRÖHER, 2003).
Assim como Martens (2001), Ströher (2003) identificou que os investimentos em TI
foram menores quando comparados com a média nacional (STRÖHER, 2003). Os pontos
comuns com a pesquisa de Martens (2001) e Ströher (2003) foram as questões relacionadas
aos custos da área de TI e aos serviços executados por ela.
Com uma abrangência maior e outro perfil dos sujeitos da pesquisa, Rodrigues et al.
(2009) traçaram o desenho da gestão da TI nas 100 maiores empresas brasileiras listadas na
34

Revista Exame Maiores e Melhores3, edição de 2008. Com objetivo de analisar o nível de
excelência da gerência de TI nas empresas pesquisadas sob a visão dos executivos de TI, a
pesquisa foi dividida em quatro temas centrais: alinhamento, gestão, serviços e qualidade. O
questionário foi elaborado com perguntas fechadas e enviado aos 100 executivos de TI dessas
empresas. Perguntou-se aos executivos sobre a formalidade do plano de TI, o alinhamento do
plano estratégico de negócio com o de TI, o controle do alinhamento e a readequação dos
processos de TI. Para obter informações sobre a gestão de TI, foram elaboradas questões
sobre gestão de demandas, de produção, operação e de ativos. As questões sobre os modelos
estruturais de gestão empregados ajudaram as conclusões sobre a maturidade dos processos de
gestão.
Entre essas empresas, 62% são de capital fechado e 18% de capital aberto; 91%
utilizam TI para executar as funções rotineiras; 63% possuem planos de TI, formal e alinhado
ao negócio, porém, somente 33,33% delas seguem modelos padrão de cumprimento,
documentação e medição de processos. Todos os gestores possuem experiência superior a
dezesseis anos e 75% deles não trabalharam fora do Brasil; de 10 a 20% não pretendem
investir em treinamento e inovação tecnológica; e apenas 10% dos orçamentos são destinados
a terceirização, porém, apenas 50% dos executivos administravam diretamente os contratos
com empresas terceirizadas (RODRIGUES et al, 2009).
Para gerenciar os processos de demanda, operações e ativos, todos os executivos
utilizam modelos estruturais e os mais usados por estas empresas são: ITIL, PMI, COBIT e
ISO 9000, levando a concluírem que no Brasil, aparentemente, o gerenciamento de TI é
desenhado para alinhar-se ao negócio das empresas. Entretanto, a realidade ainda está longe
do que se deseja, porque enquanto 63% dos executivos possui planos de TI formais e
alinhados ao negócio, 40% não o identificam como importante (RODRIGUES et al, 2009).
Os serviços de TI mais comuns como impressão, comunicação e apoio ao usuário, são
mais monitorados e medidos do que estruturados, padronizados, documentados e difundidos.
Por fim, concluiu-se que esses executivos utilizam mais tempo com as funções rotineiras do

3
http://exame.abril.com.br/negocios/melhores-e-maiores/
35

que com a inovação, levando-os a se afastarem das melhores práticas automatizadas do


mercado (RODRIGUES et al, 2009).
Capítulo

37

3 Metodologia

Este estudo trata-se de uma pesquisa de campo de corte transversal, com objetivos
descritivos, de natureza quantitativa, realizada por meio do método survey.
Segundo Freitas et al (2000), a pesquisa survey pode ser caracterizada como um
recurso para coletar informações sobre as ideias, atributos, ações e opiniões de pessoas
representantes de uma população-alvo por meio de um instrumento de pesquisa. A pesquisa é
considerada descritiva quando busca identificar em uma população quais são suas opiniões,
atitudes, manifestações estabelecendo relação entre as variáveis no objeto de estudo
analisado. Corte transversal refere-se à coleta de dados em um só momento, objetivando
descrever e analisar o estado de uma ou mais variáveis em determinado momento.
Quanto aos procedimentos, está dividida em quatro fases: Definição das amostras da
pesquisa; Instrumentos de coleta de dados; Coleta de dados e Análise de dados.

Figura 1: Fases da Metodologia


FONTE: Elaborado pela pesquisadora
38

3.1 Definição da Amostra da Pesquisa

Foi solicitado à Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista/SP, mediante


requerimento número 5434/2013 e recolhimento de taxa no valor de R$ 17,69 (dezessete reais
e sessenta e nove centavos), a relação de todas as indústrias estabelecidas no município
contendo a razão social, endereço e telefone. Após quinze dias a mesma enviou uma carta
registrada com a resposta do pedido à requerente indeferindo a solicitação. Com esta resposta
a pesquisadora dirigiu-se ao setor tributário onde explicou os motivos da solicitação e após
trinta dias recebeu o relatório contendo 169 (cento e sessenta e nove) empresas.
A primeira abordagem com as empresas foi realizada pela pesquisadora por meio de
contato telefônico com o departamento de Recursos Humanos para obter o número de
funcionários com o objetivo de classificá-las quanto ao seu porte. Tal classificação foi
efetuada pela pesquisadora conforme critérios do SEBRAE (2006) apresentados no Quadro 2.
Além disso, neste contato foi solicitado o endereço eletrônico para envio da mensagem
eletrônica para coleta de dados.

Quadro 2: Classificação de porte por número de funcionários


NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS PORTE
Com até 19 empregados Micro
De 20 a 99 empregados Pequena
De 100 a 499 empregados Média
Mais de 500 empregados Grande

FONTE: SEBRAE, 2006. Elaborado pela pesquisadora

Como critério de inclusão optou-se por pesquisar as indústrias, independente do ramo


de atividade, que possuem dois ou mais funcionários. Consequentemente, as empresas
categorizadas como Micro Empreendedor Individual (MEI) foram excluídas da amostra já
que, por definição, podem possuir no máximo um funcionário (SEBRAE, 2013). Também
entraram no critério de exclusão as empresas que já haviam encerrado suas atividades, as que
não praticam atividades industriais (lojas, jornais, olarias e porto de extração de areia), as
indústrias que, desde o primeiro contato, optaram por não participar da pesquisa, e as
indústrias que até o encerramento da pesquisa não puderam responder ao questionário.
39

Após considerar os critérios de inclusão e exclusão obteve-se a população de


cinquenta e duas indústrias. Para o cálculo da amostra foi adotado o nível de confiança de
90% com chance de erro de 10%, totalizando trinta empresas. Entretanto, obteve-se trinta e
duas respostas contemplando indústrias de todos os portes, conforme apresentado na Tabela 2.

Tabela 2: Tamanho da amostra por porte das indústrias

PORTE POPULAÇÃO % POPULAÇÃO AMOSTRA


Micro 22 43 13
Pequena 12 23 07
Média 15 29 09
Grande 03 05 03

FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora

3.2 Instrumento de Coleta de Dados

Optou-se pela elaboração do instrumento com questões dissertativas e fechadas


baseadas nas pesquisas de Martens (2001), Ströher (2003) e Rodrigues et al (2009). As
questões foram elaboradas para responder ao objetivo de identificar o perfil da TI
(infraestrutura, profissionais e estratégias de gestão) para a amostra determinada. Os
temas abordados em cada um dos quesitos foram agrupados conforme apresentado no
Quadro 3.
O questionário utilizado está disponível no Apêndice 1 e foi disponibilizado
por meio do endereço eletrônico encurtado “http://goo.gl/LOhNbF”
(https://docs.google.com/forms/d/1FnqefHNu6LybAdw6UXOOP5G8RZDsmXkzC1
W0vJJjmiM/viewform).
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 3) foi apresentado
ao respondente como opção obrigatória para início do preenchimento do questionário.
Após a realização da pesquisa, o questionário foi bloqueado para novas respostas.
40

Quadro 3: Temas abordados para identificação do perfil da TI


QUESITO TEMAS
 Rede e quantidade de microcomputadores e equipamentos
portáteis (notebook, tablet, etc.)
Infraestrutura de TI  Softwares
 Uso de internet (tipo de acesso e disponibilidade para
usuários)

 Mapeamento da equipe por formação e média salarial


 Preferências e dificuldades para contratação desses
Profissionais de TI
profissionais
 Formas de contratação de profissionais

 Posição da TI no organograma da empresa


 Pesquisa de novas tecnologias
Estratégias de Gestão de TI  Comprometimento da alta gestão
 Terceirização de serviços
 Estratégias de retenção de talentos

FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora

3.3 Coleta de Dados

O questionário foi publicado em um endereço eletrônico, e foi enviada uma mensagem


eletrônica para o responsável pelo departamento de Recursos Humanos com uma breve
apresentação do estudo e o endereço de acesso ao questionário, conforme modelo disponível
no Apêndice 2.
Quando o questionário não foi respondido dentro de quinze dias, a pesquisadora
retornou a ligação e reenviou a mensagem eletrônica. Para casos que ainda assim não obteve
resposta, foi selecionada uma nova indústria do porte correspondente para substituí-la.

3.4 Análise de Dados

Para responder o objetivo geral e os objetivos específicos da pesquisa foi realizada a


análise quantitativa dos dados resultantes da aplicação do questionário para perguntas
fechadas e a categorização das respostas para as perguntas dissertativas.
Capítulo

41

4 Resultados

Os resultados serão apresentados neste capítulo considerando-se dois principais


aspectos: Identificação da empresa e dos respondentes da pesquisa e Identificação do perfil da
TI das empresas.

4.1 Identificação da Empresa e dos Respondentes da Pesquisa

A realização da pesquisa ocorreu junto a 32 indústrias de diferentes portes e ramos de


atividades da cidade de São João da Boa Vista, sendo 13 delas microempresas (40%), 7
empresas de pequeno porte (22%), 9 indústrias de médio porte (28%) e 3 indústrias de grande
porte (10%).
A média de tempo de trabalho nas empresas dos entrevistados é de 6 anos, sendo 24%
dos respondentes mulheres e 76% homens. Quanto ao grau de escolaridade dos entrevistados
constatou-se que a maioria tem formação superior até a graduação (53%), 26% possuem pós-
graduação e 21% cursaram até o ensino médio.
Para responder a pesquisa, procurou-se sempre o responsável pelo departamento de TI
nas empresas. Conforme o Quadro 4, observa-se que 56,3% dos respondentes são de TI.

Quadro 4: Cargos dos entrevistados no departamento de TI


DEPARTAMENTO PROFISSÃO QUANTIDADE %
Analista de Sistema 6 18,77
Coordenador de TI 1 3,12
CIO Cooperativo 1 3,12
Gerente Sênior 1 3,12
Gestor de TI 1 3,12
TI
Auxiliar de Sistemas Computacionais em Rede 1 3,12
Analista de Suporte e Infraestrutura 2 6,26
Encarregado de CPD 1 3,12
Gerente Corporativo 2 6,26
Técnico 2 6,26
FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.
42

Encontrou-se diferentes cargos entre os profissionais, possivelmente porque existe


grande diversidade de porte e ramo de atividade entre elas. Observa-se que nas empresas onde
não existe um departamento de TI, outros profissionais como, por exemplo, diretores,
administradores e sócios-proprietários respondem pela gerência da área, como apresentado no
Quadro 5.

Quadro 5: Cargos dos entrevistados agrupados por departamento


DEPARTAMENTO PROFISSÃO QUANTIDADE %
Gerente Administrativo 1 3,12
Financeiro
Diretor 1 3,12
Administrador 2 6,26
Assistente Administrativo 1 3,12
Administração Sócio Proprietário 2 6,26
Gerente 3 9,37
Secretário 1 3,12
Compras Comprador 1 3,12
Qualidade Químico 1 3,12
Marketing Analista de Marketing 1 3,12
FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

4.2 Identificação do Perfil da Empresa

O questionário elaborado buscou responder três quesitos principais:


 Infraestrutura de TI
 Estratégias de Gestão de TI
 Profissionais de TI
Para responder às questões de infraestrutura de TI foram abordados os temas sobre
rede, quantidade de microcomputadores e equipamentos portáteis (notebook, tablet, etc),
softwares e o uso de internet (tipo de acesso e disponibilidade para usuários).
Apurou-se que a maioria do micro empresas (37,5%) possuem de 1 a 10
computadores, como consta na Figura 2. Os resultados são muito próximos aos encontrados
na pesquisa de Ströher (2003) que considera que empresas com esta relação de porte e
quantidade possuem um bom nível de informatização.
43

Figura 2: Quantidade de computadores por porte das empresas


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

Em grande parte das indústrias pesquisadas encontrou-se de 1 a 10 dispositivos


portáteis (59,4% das indústrias) e apenas três empresas não operam com estes equipamentos,
como apresentado na Figura 3.

Figura 3: Quantidade de dispositivos móveis por porte das empresas


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.
44

Segundo Ströher (2003), o número inferior de dispositivos móveis observados em sua


pesquisa, justifica-se pelo maior preço em relação aos microcomputadores. Entretanto, desde
a pesquisa de Ströher (2003) este cenário está diferente. Conforme Relatório Anual da
Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) em 2012 o Brasil contava com 261,81
milhões de acessos ao Serviço Móvel Pessoal (SMP) registrando crescimento de 8,09% em
relação ao ano anterior e ainda as principais empresas como Claro, Tim e Oi apresentaram
planos de ação de melhoria de qualidade para a prestação de serviços SMP, estes fatos como
também a popularização dos dispositivos móveis, os surgimento de aparelhos com melhores
preços e a mobilidade que eles oferecem podem justificar o aumento de seu uso entre as
empresas.
A pesquisa mostra que 87,5% das indústrias pesquisadas possuem computadores
ligados em rede e 85% das organizações possuem site (homepage) na internet. Os resultados
obtidos demonstram que as empresas da cidade estão acima da média nacional, sabendo-se
que segundo pesquisa realizada pelo Ministério das Comunicações, 60% das empresas do país
com mais de 10 funcionários possuem sites na internet.

O acesso ocorre por xDSL (como o Speedy, por exemplo) em 53% das empresas
pesquisadas, 31,20% delas, acessam a internet por rádio, como apresentado na Figura 4. Este
resultado pode justificar as vantagens da tecnologia DSL pontuadas por Bastos e Garcia
(2009), como baixo custo, alta disponibilidade e alta velocidade.

Figura 4: Tipos de Acesso à Internet


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.
45

Em 43,7% das indústrias pesquisadas, apenas os funcionários da Administração têm


acesso à internet e em 34,3% delas todos os funcionários, exceto os setores de produção,
podem acessar a internet. Quanto ao e-mail, 46,9% das empresas permitem que apenas os
funcionários da administração tenham acesso. Estes resultados podem ser observados nas
Figuras 5 e 6.

Figura 5: Funcionários com Acesso à Internet


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

Estudos discutem a importância do controle do acesso à internet pelos funcionários.


Segundo o RH Portal (2013), a justiça considera que a internet e o e-mail corporativo são
ferramentas de trabalho e é de responsabilidade da empresa monitorar seus funcionários
porque caso haja qualquer envio de mensagens com conteúdo ilegal a empresa pode ser
punida com multas que podem chegar a milhões de reais. Acredita-se que os resultados
demonstram esta preocupação dos empresários.
46

Figura 6: Funcionários com acesso ao e-mail na empresa


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

As indústrias responderam em sua maioria (59%) que usam a internet com grande
intensidade. Na Figura 7 são apresentadas as atividades que a empresa pratica usando a
internet e pode-se observar que a função de Compras online é realizada por 88% delas,
seguida por Vendas (78%), Atendimento ao Cliente (75%) e Serviços financeiros (75%).

Figura 7: Atividades Praticadas com o uso da Internet


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.
47

Assim como na pesquisa de Ströher (2003), o Sistema Operacional (SO) predominante


foi o Windows, que é utilizado por 100% das empresas pesquisadas. Ströher (2003) justifica
que o Windows é o SO mais utilizado no mundo porque apresenta maior interatividade com o
usuário e também porque têm grande compatibilidade com os softwares que existem no
mercado. Segundo a Revista Olhar Digital (2014), Windows 8.1 é o quarto SO usado por
computadores no mundo, ficando ainda atrás do Windows 7 que possui 47,49 % do mercado
mundial.

Os programas computacionais mais encontrados nas indústrias pesquisadas (Figura 8)


foram os editores de texto (97%) (Microsoft Word, Libre Office Writer, etc.) seguidos pelas
planilhas eletrônicas (94%) (Excel, Cal Spreadsheet, etc.), e pelos navegadores de internet
(94%) (Explorer, Google Chrome, Mozila, etc.). Os resultados também indicam que as
empresas estão preocupadas com a segurança de seus dados, já que 94% delas possuem
antivírus (McAfee, Avast, Bitdefender, etc.). Outro resultado significativo foi que 59% das
indústrias pesquisadas utilizam sistemas ERP. Segundo Sacol et al. (2004), o ERP auxilia nas
negociações com os fornecedores aumentando o poder de barganha das empresas.

Figura 8: Programas Encontrados nas Indústrias


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.
48

Para identificar as estratégias de gestão da TI, as empresas foram questionadas sobre


temas como posição da TI no organograma da empresa, pesquisas de novas tecnologias,
comprometimento de alta gestão com a TI, terceirização de serviços e estratégias de retenção
de talentos.

Das indústrias pesquisadas, 56% possuem um departamento de TI que dispõem, em


sua estrutura de TI, de Manutenção e suporte (63%), de uma equipe para desenvolvimento de
sistemas (38%) e de help desk (34%) (atendimento que gerencia, coordena e resolve
incidentes o mais rápido possível). A Figura 9 apresenta estes resultados.

Figura 9: Itens que correspondem à estrutura de TI


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

Embora em 62,5% das empresas não exista um profissional ou um departamento


responsável pela pesquisa de novas tecnologias, o percentual de respostas afirmativas foi
considerado alto (37,5%), se comparado com o trabalho de Martens (2001), e considerando-se
que a amostra é composta, em sua maioria, por micro e pequenas empresas.

Albertini (2001) pontua que cada vez mais a TI é considerada fundamental nas
empresas. Diante disso, acredita-se que os resultados desta pesquisa demonstram a
importância da TI nas organizações pesquisadas uma vez que a TI foi encontrada no
organograma de 34,5% das empresas que responderam esta questão, na posição de gerência
49

(Figura 10). As empresas que não responderam sobre a posição da TI no organograma da


empresa (37,5%) não possuem um departamento de TI.

Figura 10: Posição da área da TI no organograma da empresa


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

Quanto ao nível de comprometimento da alta administração com a TI foi considerado


alto por 34% das indústrias e médio por 44% delas (Figura 11).

Figura 11: Nível de comprometimento da alta administração com a TI


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.
50

Considerando-se o referencial teórico desta pesquisa, percebe-se a importância da


governança da TI nas empresas pesquisadas, visto que 69% das indústrias implementam
modelos estruturais das melhores práticas quanto a operação de TI, enquanto que na pesquisa
de Rodrigues et. al (2009) todas as empresas os implementam, porém sua amostra era de
empresas de grande porte e nesta pesquisa a grande maioria são de micro e pequenas
indústrias.
Os modelos de melhores práticas mais encontrados foram os de desenvolvimento
(CMMI, ERP, SAP, TOTVS, etc.) (44%), que também foram os mais elencados na pesquisa
de Rodrigues et al. (2009); de Gestão da Segurança da Informação (19%); e de modelos sobre
Gestão de Serviços (ITIL, ISO 20000) (13%). A Figura 12 detalha estes resultados.

Figura 12: Implementação de Modelos das melhores práticas


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

A terceirização foi tema importante da pesquisa. Apurou-se que 69% das empresas
pesquisadas terceirizam serviços de TI. Em 46,8% dessas indústrias os serviços são
contratados na própria cidade ou em um raio de 50Km; em 18,7% das organizações as
contratações são efetuadas com empresas e profissionais de grandes centros (Figura 13).
Prado e Takaoka (2010) realizaram um estudo onde buscaram traçar a motivação para
a terceirização da TI no setor industrial (indústrias de médio e grande porte) da cidade de São
51

Paulo e obtiveram como respostas que desenvolvimento, implementação e manutenção de


software eram terceirizados por 81,3% das empresas e manutenção de hardware por 100%
delas.

Figura 13: Regiões onde estão as empresas terceirizadas


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

Nesta pesquisa, os serviços terceirizados mais encontrados entre as empresas


respondentes da amostra também foram os de Desenvolvimento de sistema (41%) e
Manutenção e suporte (34%), seguidos por Manutenção do sistema operacional e Suporte a
banco de dados foram elencados em 25% das indústrias pesquisadas (Figura 14). Porém, é
importante ressaltar que somente 31,3% dos respondentes são indústrias do mesmo porte das
pesquisadas por Prado e Takaoka (2010), impossibilitando uma inferência.
Para responder as questões sobre os profissionais de TI, as indústrias foram abordadas
sobre temas como mapeamento da equipe por formação e média salarial; preferências e
dificuldades para contratação desses profissionais; e a forma de contratação de profissionais,
que não foi respondida por nenhuma das indústrias pesquisadas.
Nas empresas pesquisadas que possuem departamento de TI ou profissionais
responsáveis por TI e responderam estas questões (57% do total da amostra), a média de
profissionais com cursos técnicos encontrados foi de 1,23 profissionais por empresa. Observa-
se que todas as indústrias respondentes empregam em média 2,15 profissionais graduados e
menos de um colaborador com pós-graduação.
52

Figura 14: Serviços de TI terceirizados


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

Na amostra encontrou-se uma empresa de grande porte que conta com 18


funcionários no departamento de TI, sendo que 3 deles possuem formação
tecnológica, 10 graduação e 5 pós-graduação.
Houve dificuldade em obter as respostas quanto aos salários dos profissionais e
como estas questões não foram marcadas como respostas obrigatórias e respeitando o
termo de consentimento livre e esclarecido ao qual as empresas participantes tomaram
ciência, somente algumas indústrias responderam estas questões. Embora a
quantidade de respostas não seja significativa (Tabela 3), percebe-se que os salários
encontrados são menores quando comparados com salários elencados na pesquisa
Catho Online (2014) e Robert Half (2014). O salário de um Analista de Negócios
Pleno (profissional com formação mínima de graduação), por exemplo, em pequenas
e médias empresas varia de R$ 4.500,00 a R$ 7.000,00, enquanto que nas indústrias
respondentes a média salarial encontrada para o profissional com graduação foi de R$
2.650,00, confirmando o estudo da BRASSCOM (2013) que apresentou as diferenças
de salários entre as regiões do Brasil.
53

Tabela 3: Média salarial nas empresas pesquisadas


NÍVEL DE TÉCNICO TECNÓLOGO GRADUAÇÃO PÓS-
FORMAÇÃO GRADUAÇÃO
Empresas 9 6 12 7
Respondentes
Média Salarial R$ 1.433,00 R$ 1.700,00 R$ 2.650,00 R$ 4.300,00

FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

O nível de dificuldade em contratar profissionais de TI, foi considerado médio por


25% dos entrevistados que responderam esta questão e a falta de habilidades técnicas como
formação, qualificações, certificações e línguas, foram as maiores razões apontadas para este
problema (28%). Estes resultados são apresentados nas Figuras 15 e 16, e coincidem com o
estudo da BRASSCOM (2012) que aponta a grande evasão escolar dos cursos na área de
tecnologia, e que o perfil do recém-formado está aquém das exigências do setor.

Figura 15: Nível de dificuldade de contratar profissionais


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

Entre as razões para a dificuldade de contratação também foram encontrados a falta de


candidatos disponíveis e a busca de remuneração mais alta do que a oferecida, o que se
confirma quando relaciona-se com as pesquisas salariais apresentadas.
54

Figura 16: Razões para a dificuldade de contratação de profissionais de TI


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

Embora 25% das empresas pesquisadas não responderam sobre a questão de onde são
os candidatos selecionados, os dados podem indicar que as empresas preferem contratar
profissionais da cidade de São João da Boa Vista ou região próxima dentro de um raio de até
50Km, já que 44% dos respondentes fizeram esta opção.
Os estagiários são contratados por 57% das empresas pesquisadas. Em 30% do total da
amostra contam com um programa de contratação de alunos nos últimos anos do curso de
formação ou recém-formados onde o desenvolvimento profissional é incentivado (trainee).
Entre as estratégias mais utilizadas para a retenção de talentos na área de TI, oferecer
oportunidades de treinamento e desenvolvimento complementar ao quadro de funcionários foi
a mais elencada pelas indústrias respondentes (25%), como consta na Figura 17. Observa-se
ainda que 19% das empresas pesquisadas escolhem pessoas que não tenham habilidades para
o trabalho, mas que apresentam potencial para aprender e desenvolver como estratégias de
retenção de talentos; 9% dos pesquisados disseram que concentram-se em reter os
funcionários com cargos mais difíceis de recrutar e apenas 3% dos entrevistados procuram
melhorar os salários iniciais e aumentar o foco na melhoria do banco de currículos. Dos 28%
que responderam que a falta de habilidades técnicas é um fator que dificulta a contratação,
55,56% disseram que oferecem oportunidades de treinamento e desenvolvimento
complementar; 44,44% escolhem pessoas que não tenham tais habilidades, mas que tenham
potencial para desenvolvê-las; 22,22% aumentam os salários iniciais ou aumentam o foco na
55

melhoria do Banco de Currículos; e 11,11% não responderam.

Figura 17: Estratégias utilizadas para retenção de talentos


FONTE: Resultados da pesquisa. Elaborado pela pesquisadora.

Com os resultados apresentados percebe-se algumas semelhanças com a pesquisa de


Carmo (2007), que buscou identificar as estratégias para retenção de talentos em 6 empresas
de TI de Brasília e percebeu o interesse das organizações em descobrir melhores maneiras de
investir nas pessoas, sendo uma das maiores preocupações a gestão de talentos, visto que
existe grande rotatividade entre os colaboradores, movidos principalmente por melhores
salários e benefícios em sua amostra. Carmo (2007) também identificou entre os problemas
que dificultam o alcance dos objetivos das empresas, um corpo gerencial com dificuldade de
incentivar as pessoas que trabalham sob sua coordenação, bloqueando informações que
deveriam ser de conhecimento coletivo.
Capítulo

57

5 Conclusões

Apresenta-se aqui algumas considerações sobre este estudo buscando responder aos
objetivos propostos.
O objetivo geral da pesquisa foi levantar o perfil da TI nas indústrias de diversos
tamanhos e ramos de atividade da cidade de São João da Boa Vista – SP. Para tanto, a
infraestrutura da TI, as estratégias para gestão de processos e serviços e o perfil dos
profissionais foram mapeados.
Confirma-se o que foi levantado no referencial teórico, no qual a TI apresenta-se como
poderosa ferramenta para melhorar o nível de informações, reduzir custos, aperfeiçoar a
comunicação, otimizar o tempo e racionalizar tarefas, visto que grande número das empresas
pesquisadas possui de 1 a 10 computadores e dispositivos móveis; em sua maioria mantêm
seus computadores ligados em rede; e em quase metade das organizações os funcionários da
administração têm acesso à internet e ao e-mail da empresa.
As atividades mais executadas pela internet são compras, vendas, atendimento aos
clientes e serviços financeiros. O uso da internet ocorre com grande intensidade em 59% das
indústrias pesquisadas e todas as empresas usam o Windows como principal sistema
operacional.
Percebe-se um aumento considerável em relação ao uso dos dispositivos móveis pelas
empresas em comparação com as pesquisas referenciadas, justificada pela massificação destes
equipamentos, que fez com que seus preços diminuíssem, pelos investimentos das empresas
de telefonia e pela mobilidade que eles oferecem.
A terceirização de serviços de TI foi observada na maioria das indústrias, sendo que
quase metade das mesmas buscam empresas ou profissionais em São João da Boa Vista e
região. Entre as indústrias respondentes 41% terceirizam desenvolvimento de sistema e 34%
manutenção e suporte.
Para atingir o segundo o objetivo específico de verificar a existência de estratégias
voltadas à gestão dos processos e serviços, ou seja, se é empregado algum modelo de
58

melhores práticas em governança de TI nessas empresas, pesquisou-se sobre as estratégias de


gestão de TI.
Os resultados obtidos exaltam a relevância da governança da TI para as empresas que
buscam melhores retornos para seus investimentos em TI, visto que entre as empresas
pesquisadas identificou-se que a maior parte delas possuem um departamento de TI que conta
em sua estrutura com manutenção e suporte (63%) e com desenvolvimento de sistemas
(38%).
Apurou-se também que 25% das empresas possuem sistema de gestão da cadeia de
suprimentos (SCM) e 59% têm sistema integrado de gestão empresarial (ERP).
A TI está posicionada no organograma das organizações como diretoria em 37,5% das
indústrias pesquisadas, e em 34,5% como gerência.
A maior parte das empresas pesquisadas possuem modelos estruturais de melhores
práticas em TI, sendo que 44% delas implementam modelos de desenvolvimento e 19%
modelos de segurança da informação. Em 37,5% das indústrias pesquisadas existe um
departamento ou um profissional responsável pela pesquisa de novas tecnologias, 34,4% das
organizações disseram ter um alto nível de comprometimento da alta gestão com a TI e em
43,8% este nível de comprometimento foi considerado médio. Dessa maneira conclui-se que,
nas empresas pesquisadas, a TI seja usada não só como ferramenta para o auxilio de funções
rotineiras, mas também é considerada como importante aliada na geração de valores para as
organizações.
O terceiro e último objetivo da pesquisa foi traçar o perfil dos profissionais de TI que
atuam nessas indústrias e as necessidades e dificuldades para contratações nesta área. Para
isso, houve o mapeamento da equipe por formação e média salarial e constatou-se que as
empresas que possuem um departamento ou um profissional responsável por TI, contam em
média com 1,23 profissionais de nível médio, 2,15 graduados e menos de um colaborador
com pós-graduação.
Embora o número de respondentes para a questão salarial tenha sido baixo (29% das
empresas responderam), os salários médios pagos aos profissionais graduados foram de R$
2.650,00 e R$ 4.300,00 para os profissionais que possuem pós-graduação, bem menores que
os exibidos em outras pesquisas, evidenciando as diferenças salariais entre as regiões do país.
59

Em 44% das empresas respondentes existe a preferencia de contratação de profissionais


de São João da Boa Vista ou região, embora 25% das empresas não tenham respondido esta
questão.
Quanto às estratégias para retenção de talentos, apenas 25% das organizações oferecem
oportunidades de treinamento e desenvolvimento complementar ao quadro de funcionários e
somente 19% contratam pessoas sem habilidade para a função, mas que tenham potencial para
desenvolvê-las. Estes resultados podem sugerir uma baixa preocupação com a retenção de
talentos. Carmo (2007) sugere que as organizações devam gerar grande bem estar em seus
colaboradores, gerar capacidade de estimular a criatividade, planos de desenvolvimento de
carreira, participação nos lucros das empresas, incentivo à qualidade de vida, uso de critérios
justos e transparentes na distribuição de recompensas, como recursos importantes para a
retenção de talentos.
Em relação às dificuldades para a elaboração deste trabalho e o atingimento dos
objetivos, alguns problemas foram identificados desde o início do projeto quando constatou-
se que a relação de indústrias fornecida pela Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista
estava desatualizada e com empresas classificadas erroneamente. Além disso, o contato inicial
com as indústrias foi complexo, visto que houve muita demora nas respostas sobre o número
de funcionários para que se elaborasse a classificação das empresas quanto ao porte. Também
foram impostas diversas restrições para responder ao instrumento de pesquisa, exigindo em
muitos casos que a entrevista fosse realizada de forma presencial. Entretanto, as dificuldades
apresentadas foram úteis para que a pesquisadora levantasse todas as indústrias da cidade e
substituísse as que não quiseram participar por outras do mesmo porte.
As empresas participantes mostram-se bastante interessadas com o estudo, uma vez que
procuraram sempre enviar a pesquisa para ser respondida pelo seu profissional mais
capacitado no assunto e requisitaram cópia do trabalho finalizado.
Considerando-se as limitações deste estudo e as dificuldades apresentadas sugere-se
como trabalhos futuros a expansão da pesquisa para a região de São João da Boa Vista em um
raio de 50Km, além de estender a pesquisa para o ramo comercial da cidade ou até mesmo
com enfoque nas empresas prestadoras de serviços de TI.
Espera-se que este trabalho incentive as Universidades e o Instituto Federal da cidade de
São João da Boa Vista para a realização de parcerias com as empresas visando o aumento de
programas de estágios e trainee. Além disso, espera-se que as empresas possam utilizar este
60

estudo para comparação com sua própria infraestrutura, buscando melhorias na gestão dos
processos e serviços de TI e capacitação dos seus profissionais.
61

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SEBRAE. Reúna informações para começar bem. Disponível em:


<http://www.sebrae.com.br/momento/quero-abrir-um-negocio/vou-abrir/reuna-informacoes-
1/conhecao-mercado.> Acesso em: 10 ago.2013.

SINDPD. Quem somos? Disponível em: <http://www.sindpd.org.br/sindpd/home.jsp.>


Acesso em: 09 ago.2013.

SINDPDSC. Setor de TI cresce acima da média. Governos dão incentivos aos empresários.
Falta mão-de-obra no setor. Patrões não querem dividir o bolo. Disponível em:
<http://www.sindpdsc.org.br/materia/informes-economicos/setor-de-ti-cresce-nuito-acima-da-
media-governos-dao-incentivos-aos-empresarios-falta-mao-de-obra-no-setor-e-patroes-nao-
querem-dividir-o-bolo.> Acesso em: 26 ago.2013.

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Disponível em: <http://computerworld.uol.com.br/especiais/2012/07/26/caca-aos-novos-
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STAIR, M.R; REYNOLDS, W.G. Princípios de sistemas de informação. 9.ed. São Paulo:
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STRÖHER, P.O. Diagnóstico do perfil da tecnologia da informação nas pequenas


empresas do ramo industrial do vale do Ivaí, norte do Paraná. 2003. 118 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Catarina,
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WEILL, P.; ROSS, J.W. Governança de tecnologia da informação. São Paulo: M.books do
Brasil Ltda, 2006.
66

Apêndices

1. Instrumento de Pesquisa

Esta pesquisa pretende identificar o perfil da Tecnologia da Informação (TI) nas indústrias de
São João da Boa Vista para o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Com este trabalho, além de identificar o perfil da TI nas indústrias espera-se nortear os
profissionais da área para se adequarem à demanda do mercado e apoiar as universidades
quanto a oferta de cursos, visando atender às expectativas e necessidades das empresas
pesquisadas.

Agradeço sua colaboração.

Simone Consentino Jús


simone.jus@bol.com.br

Dados do TCC:
Instituição: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo campus São
João da Boa Vista
Curso: Tecnologia em Sistemas para Internet
Título: Perfil da TI nas indústrias de São João da Boa Vista - São Paulo
Área de Concentração: Gestão de Tecnologia da Informação
Orientadora: Prof. Fernanda Prado (fernanda.prado@ifsp.edu.br)

* Obrigatório

IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

Empresa *

Ramo de atividade *

Número de funcionários *

Departamentos da empresa *
( ) Compras
( ) Contábil
( ) Financeiro
( ) Logística
( ) Marketing
( ) Materiais/Estoque/Almoxarifado/Expedição
( ) Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
( ) Produção
67

( ) Qualidade
( ) TI, Sistemas, CPD
( ) Vendas
( ) Outro:

IDENTIFICAÇÃO DO RESPONDENTE

Nome *

E-mail *

Área/Departamento *

Cargo *

Há quanto tempo trabalha nesta empresa? *

Sexo *
( ) Feminino
( ) Masculino

Grau de escolaridade *
( ) Ensino Fundamental
( ) Ensino Médio
( ) Graduação
( ) Pós-graduação

IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DA TI DA EMPRESA

1. Quantos microcomputadores a empresa possui? *

2. Qual o número de portáteis (Notebooks, Netbooks,Tablets, etc.) que a empresa possui? *

3. Os computadores estão ligados em rede? *


( ) Sim, todos.
( ) Sim, alguns
( ) Não

4. Assinale a forma de acesso à internet que a empresa possui *


( ) Linha discada (Ex: UOL Discador)
( ) xDSL (Ex: Speedy)
( ) Cabo (Ex: BVCi)
( ) Satélite (Ex: Embratel)
( ) Celular (Ex: Vivo 3G)
( ) Rádio (Ex. OutCenter)
68

5. A empresa possui site na internet (homepage)? *


( ) Sim
( ) Não

6. Os funcionários têm acesso à internet na empresa? *


( ) Todos
( ) Todos, exceto Produção
( ) Somente a Administração
( ) Outro:

7. Os funcionários têm acesso ao e-mail na empresa? *


( ) Todos
( ) Todos, exceto Produção
( ) Somente a Administração
( ) Outro:

8. Assinale as atividades que a empresa pratica usando a internet: *


( ) Atendimento ao cliente
( ) Compras
( ) Extranet
( ) Intranet
( ) Logística (gestão de estoques e transportes)
( ) Publicidade e Marketing
( ) Rede Social
( ) Serviços financeiros
( ) Vendas
( ) Outro:

9. Qual a intensidade do uso da internet? *


( ) Pequena
( ) Média
( ) Grande

10. Assinale os programas utilizados na empresa: *


( ) Antivírus (McAfee, Avast, Bitdefender, etc.)
( ) Apresentações e Gráficos (Power Point, Aurora 3D, etc.)
( ) Banco de Dados (Oracle,SQL Server, MySQL,etc.)
( ) Editor de Texto (Microsoft Word, Libre Office Writer, etc.)
( ) Editoração Eletrônica (CorelDRAW, Ilustrador, Photoshop)
( ) Gráficos Técnicos (AutoCAD, CorelCAD, etc.)
( ) Navegador Internet (Explorer, GoogleChrome, Mozilla,etc)
( ) Planilha Eletrônica (Excel, Calc spreadsheet, etc.)
( ) Sistema de Apoio à Decisão – SAD / Sistema de Apoio ao Executivo – SAE
(Datawarehouse, Dataming, etc.)
( ) Sistema de Gestão da Cadeia de Suprimentos - SCM (RFID, Middleware, etc.)
( ) Sistema de Gestão do Relacionamento com o Cliente - CRM (Microsoft Dinamics, etc.)
( ) Sistema de Informações Gerenciais – SIG (Desbravador, etc.)
( ) Sistema de Processamento de Transação – SPT (Moip, PayPal, etc.)
69

( ) Sistema Integrado de Gestão Empresarial - ERP (SAP, TOTVS, etc.)


( ) Outro:

11. Quanto à operação da TI, a empresa implementa alguma das melhores práticas abaixo? *
( ) Desenvolvimento (CMMI®)- ERP (SAP, TOTVS, etc.)
( ) Gestão de Serviços (ITIL® / ISO 20.000)
( ) Gestão de Projetos (PMBOK / PRINCE2)
( ) Governança de TI (COBIT)
( ) Planejamento de TI (BSC)
( ) Qualidade (6 Sigma / TQM)
( ) Segurança da Informação (ISO 17.799/27.001)
( ) Outro:

12. Qual o Sistema Operacional predominante na empresa? *


( ) Windows
( ) Linux
( ) Unix
( ) MacOS
( ) Outro:

13. A empresa terceiriza algum serviço de TI? *


( ) Sim
( ) Não (passe para a pergunta número 16)

14. De onde são as empresas terceirizadas?


( ) São João da Boa Vista
( ) Região de São João da Boa Vista (raio de 50km)
( ) Grandes centros
( ) Outro:

15. Caso a empresa terceirize serviços de TI, assinale quais dos serviços abaixos são
terceirizados
( ) Desenvolvimento de Sistemas
( ) Gerenciamento de Projetos
( ) Help Desk
( ) Manutenção e Suporte
( ) Modelagem de Dados
( ) Modelagem de Processos
( ) Manutenção do Sistema Operacional
( ) Suporte a Banco de Dados
( ) Outro:

16. A empresa possui um departamento de TI? *


( ) Sim
( ) Não (passe para a pergunta número 31)

15. Assinale os itens que correspondem a estrutura da TI na empresa


70

( ) Call center (atendimento que registra as solicitações e encaminha para o suporte


específico)
( ) Desenvolvimento de sistemas
( ) Escritório de projetos
( ) Hekp desk (atendimento que gerencia, coordena e resolve incidentes o mais rápido
possível)
( ) Service desk (engloba call center e help desk além de oferecer serviços com foco em TI e
nos negócios)
( ) Manutenção e suporte (hardware e rede)
( ) Outro:

16. Assinale a posição da área de TI no organograma de sua empresa


( ) Diretoria
( ) Gerência
( ) Chefia de Departamento
( ) Outro:

17. Quantos funcionários com formação TÉCNICA trabalham em TI na empresa?

18. Quantos funcionários com formação TÉCNOLÓGICA trabalham em TI na empresa?

19. Quantos funcionários com GRADUAÇÃO trabalham em TI na empresa?

20. Quantos funcionários com PÓS-GRADUAÇÃO trabalham em TI na empresa?

21. Qual a média salarial do TÉCNICO na área de TI?

22. Qual a média salarial do TECNÓLOGO na área de TI?

23. Qual a média salarial do GRADUADO na área de TI?

24. Qual a média salarial do PÓS-GRADUADO na área de TI?

25. Qual o nível de dificuldade da sua empresa para contratar profissionais de TI?
( ) Alto
( ) Médio
( ) Baixo
( ) Não há dificuldade (passe para a pergunta número 27)

26. Quais as razões para a dificuldade de preencher vagas em TI?


( ) Falta de habilidades técnicas (Formação, qualificações, certificações, línguas)
( ) Falta de habilidades interpessoais (entusiasmo, motivação, flexibilidade, adaptabilidade e
agilidade)
( ) Falta de competências para o ambiente de trabalho (colaboração/trabalho em equipe,
profissionalismo, pontualidade)
( ) Busca de remuneração mais alta do que a oferecida
( ) Falta de candidatos disponíveis
( ) Outro:
71

27. Nos processos seletivos de profissionais de TI os candidatos são de São João da Boa Vista
ou região próxima (raio de até 50km)?
( ) Sempre
( ) Às vezes
( ) Raramente ou nunca

28. Sua empresa contrata estagiários nesta área? Se não, selecione a opção ‘Outro’ e explique
o porquê.
( ) Sim
( ) Outro:

29. Sua empresa possui um programa de trainee (contratação de alunos nos últimos anos do
curso de formação ou recém-formados onde o desenvolvimento profissional é incentivado)
nesta área? Se não, selecione a opção ‘Outro’ e explique o porquê.
( ) Sim
( ) Outro:

30. Quais as estratégias são utilizadas para a retenção de talentos na área de TI?
( ) Oferecer oportunidades de treinamento e desenvolvimento complementar ao quadro de
funcionários
( ) Ampliar a busca para além da região local
( ) Escolher pessoas que não tenham habilidades para o trabalho atualmente, mas tenham
potencial para aprender e se desenvolver
( ) Concentrar-se mais na retenção de funcionários em cargos difíceis de recrutar
( ) Aumentar salários iniciais
( ) Aumentar o foco na melhoria do Banco de Currículos
( ) Outro:

31. Qual o nível de comprometimento da alta administração para estimular a informatização e


para uma melhor gestão da informação? *
( ) Baixo
( ) Médio
( ) Alto

32. Existe um departamento ou um profissional responsável por pesquisar novas tecnologias


para sua empresa? *
( ) Sim
( ) Não
72

2. Modelo de mensagem para Coleta de Dados

Prezado, Sr(a).

Sou aluna do curso Tecnologia em Sistemas para Internet do Instituto Federal de


Educação, Ciência e Tecnologia (IFSP), campus São João da Boa Vista. Estou pesquisando o
perfil da Tecnologia da Informação (TI) nas indústrias de São João da Boa Vista para o meu
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Com este trabalho, além de identificar o perfil da TI nas indústrias espera-se nortear os
profissionais da área para se adequarem à demanda do mercado e apoiar as universidades
quanto a oferta de cursos, visando atender às expectativas e necessidades das empresas
pesquisadas.
Portanto, venho por meio desta solicitar a sua participação na minha pesquisa através
da resposta do questionário disponível no link
https://docs.google.com/forms/d/1FnqefHNu6LybAdw6UXOOP5G8RZDsmXkzC1W0vJJjmi
M/viewform.
Na certeza de poder contar com sua imprescindível colaboração, antecipo meus
agradecimentos.

Simone Consentino Jús


simone.jus@bol.com.br

Dados do TCC:
Instituição: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo campus São
João da Boa Vista
Curso: Tecnologia em Sistemas para Internet
Título: Perfil da TI nas indústrias de São João da Boa Vista - São Paulo
Área de Concentração: Gestão de Tecnologia da Informação
Orientadora: Prof. Fernanda Prado (fernanda.prado@ifsp.edu.br)
73

3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

1. Você está sendo convidado para participar da pesquisa referente ao Trabalho de Conclusão
de Curso intitulado “PERFIL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS INDÚSTRIAS
DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA - SÃO PAULO”.
2. No cenário atual as organizações investem em Tecnologia da Informação (TI) não só
visando agilidade em seus processos, mas também buscando a geração de valor para os
negócios da empresa. Considerando-se que a TI é vista como um dos principais ativos de uma
empresa, conhecer como as organizações estão empregando-a pode orientar os profissionais
da área e também as universidades que oferecem cursos relacionados à TI a entenderem as
expectativas e necessidades deste mercado. Dessa forma, este estudo objetiva identificar o
perfil da TI das indústrias de diversos ramos de atividade e porte de São João da Boa Vista –
SP. Para tal, será necessário mapear a infraestrutura de TI, levantar as características dos
profissionais de TI e verificar a existência de estratégias voltadas à gestão de processos e
serviços.
3. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder um questionário.
4. Caso sinta-se em risco, o mesmo poderá se negar a participar da pesquisa.
5. As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo
sobre sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua
identificação, pois serão divulgados no contexto geral através de gráficos e tabelas.
6. Você terá a garantia da liberdade de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em
qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado.
a. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento.
b. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com a pesquisadora ou com Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).

Pesquisadora: Simone Consentino Jús - simone.jus@bol.com.br


Endereço: Rua Durval de Andrade Nogueira, 305 - Jd.Primavera - São João da Boa Vista/SP
Fone: (19) 3633-4549 | Celular: 98170-8648

Professora orientadora: Fernanda Carla de Oliveira Prado - fernanda.prado@ifsp.edu.br


74

Anexos

1. Parecer Consubstanciado do CEP

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E


TECNOLOGIA DE SÃO PAULO

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA


Título da Pesquisa: PERFIL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS INDÚSTRIAS DE SÃO
JOÃO DA BOA VISTA - SÃO PAULO

Pesquisador: Fernanda Carla de Oliveira Prado


Área Temática:
Versão: 1
CAAE: 25227613.4.0000.5473

Instituição Proponente: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACAO, CIENCIA E TECNOLOGIA


DE SÃO PAULO
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 504.011
Data da Relatoria: 12/12/2013

Apresentação do Projeto:
Este projeto visa identificar o perfil da TI das indústrias de diversos ramos de atividade e porte de
São João da Boa Vista, SP. Para tal, irá mapear a infraestrutura de TI, levantar as características
dos profissionais deTI e verificar a existência de estratégias voltadas à gestão de processos e
serviços.
Objetivo da Pesquisa:
Identificar o perfil da TI nas indústrias de São João da Boa Vista/SP.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:


A pesquisadora não identificou riscos. Ela cita os riscos em duas ocasiões:
No TCLE: "Caso sinta-se em risco, o mesmo poderá se negar a participar da pesquisa"; e no
arquivo informações básicas do projeto:
"Quantidade de respostas abaixo da amostra determinada pode comprometer o nível de
confiança da pesquisa, inicialmente calculado com 95%".
Nos dois casos ela não avaliou o risco para as pessoas que responderão ao questionário.

Benefícios citados pela pesquisadora:


O conhecimento do perfil da TI nas empresas pode nortear os profissionais da área para se
adequarem à demanda do mercado. Além disso, apoia as universidades quanto a oferta de
cursos.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:


O projeto de pesquisa está bem escrito, bem claro e coerente.
75

Apesar de a autora não citar os possíveis riscos ou ausência destes, o projeto não os possui
porque as pessoas que responderão ao questionário não serão identificadas.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:


No TCLE consta uma informação que deverá ser retirada porque quando a pesquisa for iniciada
a informação deixará dúvidas:
"O projeto está em avaliação pela Comissão de Ética em Pesquisa do IFSP. Em caso de
reprovação por parte da IFSP, o pesquisador se compromete em desconsiderar as respostas
coletadas".

Recomendações:
Recomendamos retirar o trecho citado no item "considerações" do TCLE.:"O projeto está em
avaliação pela Comissão de Ética em Pesquisa do IFSP. Em caso de reprovação por parte da
IFSP, o pesquisador se compromete em desconsiderar as respostas coletadas".

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:


O projeto deve ser aprovado e o TCLE corrigido na parte que diz: "O projeto está em avaliação
pela Comissão de Ética em Pesquisa do IFSP. Em caso de reprovação por parte da IFSP, o
pesquisador se compromete em desconsiderar as respostas coletadas".

Situação do Parecer:
Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:


Não
Considerações Finais a critério do CEP:

SAO PAULO, 21 de Dezembro de 2013


Assinador por:
___________________
Vera Lucia Saikovitch
(Coordenador)

Endereço: Rua Pedro Vicente, 625


Bairro: Canindé CEP: 01.213.010
UF: SP Município: SAO PAULO
Telefone: (11)3775-4569 Fax: (11)3775-4570 E-mail: cep_ifsp@ifsp.edu.br

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