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Pós-Graduação em Relações

Internacionais
Política Externa Brasileira: democracia e
contemporaneidade

Prof. Dezemone
Bloco 4: A Era FHC (1995-2003): controle da inflação e diplomacia liberal

Fernando Henrique Cardoso (1995- Luiz Felipe Lampreia (01/01/1995-12/01/2001)


1999)
Fernando Henrique Cardoso (1999- Luís Felipe Seixas Corrêa (12/01/2001-29/01/2001)
2003)
Celso Lafer (29/01/2001-01/01/2003)

ALBUQUERQUE, José Augusto Guilhon. A Política Externa do Governo Fernando Henrique Cardoso. In:
ALBUQUERQUE, José Augusto Guilhon; SEITENFUS, Ricardo; CASTRO, Sergio Henrique Nabuco de. Sessenta
Anos de Política Externa. Crescimento, Modernização e Política Externa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2006.
ALBUQUERQUE, José Augusto Guilhon. A Alca na Política Externa Brasileira. In: ALBUQUERQUE, José
Augusto Guilhon; SEITENFUS, Ricardo; CASTRO, Sergio Henrique Nabuco de. Sessenta Anos de Política
Externa. Crescimento, Modernização e Política Externa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006.
FHC: política externa liberal e democrática – autonomia pela participação e integração

Política interna: “Presidencialismo de coalizão”. maior base parlamentar da história do Brasil


republicano (PSDB, PFL, PMDB, PTB, PPB, PL)
“Super executivo” e a edição das medidas provisórias.
Reeleição e compra de votos
A promessa no 2º mandato: “o homem que derrotou a inflação, derrotaráo
desemprego”
A realidade: fim da âncora cambial e desvalorização do Real
Crise e ameaça do “Apagão”
Economia: Programa de Privatizações e a diminuição do tamanho do Estado: Vale do Rio
Doce (1997), Sistema Telebrás (1998),
As reformas de FHC: Previdência (setor público e setor privado); trabalhista; fim
do monopólio estatal do petróleo.
FHC: política externa liberal e democrática – autonomia pela participação e integração

Política interna: “Presidencialismo de coalizão”. maior base parlamentar da história do Brasil


republicano (PSDB, PFL, PMDB, PTB, PPB, PL)
“Super executivo” e a edição das medidas provisórias.
Reeleição e compra de votos
A promessa no 2º mandato: “o homem que derrotou a inflação, derrotaráo
desemprego”
A realidade: fim da âncora cambial e desvalorização do Real
Crise e ameaça do “Apagão”
Economia: Programa de Privatizações e a diminuição do tamanho do Estado: Vale do Rio
Doce (1997), Sistema Telebrás (1998),
As reformas de FHC: Previdência (setor público e setor privado); trabalhista; fim
do monopólio estatal do petróleo.
Política externa: Protocolo de Kyoto (1997) e MDL
TPI (1998) – 2002
TNP (1998)
Discussão sobre a ALCA
Bloco 6: De Temer a Bolsonaro (2016-2020): crises intermináveis e a imagem do Brasil no
mundo e Considerações Finais
Michel Temer (2016-2019) José Serra (12/05/2016-22/02/2017)
Marcos Bezerra Abbott Galvão – interino (22/02/2017-
07/03/2017)
Aloysio Nunes Ferreira (07/03/2017-31/12/2018)
Jair Bolsonaro (2019-atual) Ernesto Araújo (01/01/2019-atual)

CARDOSO, Fernando Henrique; FERREIRA, Aloysio Nunes; AMORIM, Celso; LAFER, Celso; REZEK, Francisco;
SERRA, José; RICUPERO, Rubens e KALOUT, Hussein. A reconstrução da política externa brasileira. Folha de
S. Paulo. 08/05/2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/05/a-reconstrucao-da-
politica-externa-brasileira.shtml Ernesto chama FHC e Ricupero de paladinos da hipocrisia em reação a
artigo. Folha de S. Paulo.
08/05/2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/05/ernesto-chama-fhc-e-
ricupero-de-paladinos-da-hipocrisia-em-reacao-a-artigo.shtml
Apesar de nossas distintas trajetórias e opiniões políticas, nós, que exercemos altas responsabilidades na esfera das
relações internacionais em diversos governos da Nova República, manifestamos nossa preocupação com a sistemática
violação pela atual política externa dos princípios orientadores das relações internacionais do Brasil definidos no Artigo 4º
da Constituição de 1988.
Inovadora nesse sentido, a Constituição determina que o Brasil “rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios: I- independência nacional; II- prevalência dos direitos humanos; III- autodeterminação dos povos; IV- não-
intervenção; V- igualdade entre os Estados; VI- defesa da paz; VII- solução pacífica dos conflitos; VIII- repúdio ao
terrorismo e ao racismo; IX- cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X- concessão de asilo político”.
“Parágrafo único. ARepública Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.”
É suficiente cotejar os ditames da Constituição com as ações da política externa para verificar que a diplomacia atual
contraria esses princípios na letra e no espírito.
Não se pode conciliar independência nacional com a subordinação a um governo estrangeiro cujo confessado programa
político é a promoção do seu interesse acima de qualquer outra consideração.
Aliena a independência governo que se declara aliado desse país, assumindo como própria uma agenda que ameaça
arrastar o Brasil a conflitos com nações com as quais mantemos relações de amizade e mútuo interesse.
Afasta-se, ademais, da vocação universalista da política externa brasileira e de sua capacidade de dialogar e estender
pontes com diferentes países, desenvolvidos e em desenvolvimento, em benefício de nossos interesses.
Outros exemplos de contradição com os dispositivos da Constituição consistem no apoio a medidas
coercitivas em países vizinhos, violando os princípios de autodeterminação e não-intervenção; o voto na
ONU pela aplicação de embargo unilateral em desrespeito às normas do direito internacional, à igualdade
dos Estados e à solução pacífica dos conflitos; o endosso ao uso da força contra Estados soberanos sem
autorização do Conselho de Segurança da ONU; a aprovação oficial de assassinato político e o voto contra
resoluções no Conselho de Direitos Humanos em Genebra de condenação de violação desses direitos; a
defesa da política de negação aos povos autóctones dos direitos que lhes são garantidos na Constituição, o
desapreço por questões como a discriminação por motivo de raça e de gênero.
Além de transgredir a Constituição Federal, a atual orientação impõe ao país custos de difícil reparação,
como o desmoronamento da credibilidade externa, perdas de mercados e fuga de investimentos.
Admirado na área ambiental, desde a Rio-92, como líder incontornável no tema do desenvolvimento
sustentável, o Brasil aparece agora como ameaça a si mesmo e aos demais na destruição da Amazônia e no
agravamento do aquecimento global.
A diplomacia brasileira, reconhecida como força de moderação e equilíbrio a serviço da construção de
consensos, converteu-se em coadjuvante subalterna do mais agressivo unilateralismo.
Na América Latina, de indutores do processo de integração, passamos a apoiar aventuras intervencionistas,
cedendo terreno a potências extrarregionais.
Abrimos mão da capacidade de defender nossos interesses, ao colaborarmos para a deportação dos Estados
Unidos em condições desumanas de trabalhadores brasileiros ou ao decidir por razões ideológicas a retirada
da Venezuela, país limítrofe, de todo o pessoal diplomático e consular brasileiro, deixando ao desamparo
nossos nacionais que lá residem.
Na Europa ocidental, antagonizamos gratuitamente parceiros relevantes em todos os domínios como França
e Alemanha. A anti-diplomacia atual afasta o país de seus objetivos estratégicos, ao hostilizar nações
essenciais para a própria implementação da agenda econômica do governo.
A gravíssima crise de saúde da Covid-19 revelou a irrelevância do Ministério das Relações Exteriores e seu
papel contraproducente em ajudar o Brasil a obter acesso a produtos e equipamentos médico-hospitalares.
O sectarismo dos ataques inexplicáveis à China e à Organização Mundial de Saúde, somado ao desrespeito à
ciência e a insensibilidade às vidas humanas demonstradas pelo presidente da República, tornaram o governo
objeto de escárnio e repulsa internacional.
Criaram, ao mesmo tempo, obstáculos aos esforços dos governadores para importar produtos
desesperadamente necessários para salvar a vida de milhares de brasileiros.
O resgate da política exterior do Brasil exige o retorno à obediência aos princípios constitucionais, à
racionalidade, ao pragmatismo, ao senso de equilíbrio, moderação e realismo construtivo.
Nessa reconstrução, é preciso que o Judiciário, guardião da Constituição, e o Congresso Nacional,
representante da vontade do povo, cumpram o papel que lhes cabe no controle da constitucionalidade das
ações diplomáticas.
A fim de corresponder aos anseios do nosso povo e corresponder às necessidades reais do Brasil, a política
externa precisa contar com amplo respaldo na opinião pública, e a colaboração na sua concepção de todos os
setores da sociedade.
Requer também o engajamento do nosso corpo de diplomatas: uma política de Estado e não uma ação
facciosa voltada para excitar os ânimos e exacerbar os preconceitos de uma minoria obscurantista e
reacionária.
Nossa solidariedade e decidido apoio aos diplomatas humilhados e constrangidos por posições que se chocam
com as melhores tradições do Itamaraty.
A reconstrução da política exterior brasileira é urgente e indispensável. Deixando para trás essa página
vergonhosa de subserviência e irracionalidade, voltemos a colocar no centro da ação diplomática a defesa da
independência, soberania, da dignidade e dos interesses nacionais, de todos aqueles valores, como a
solidariedade e a busca do diálogo, que a diplomacia ajudou a construir como patrimônio e motivo de orgulho
do povo brasileiro.
Temer: a busca da legitimidade em meio a desconfiança

Política interna: A recomposição da base parlamentar


A continuidade de escândalos e denúncias – Joesley Day
Economia: Implementação do Ponte para o Futuro:
- Teto de gastos (2016)
- Reforma trabalhista (2017)
- Proposta de Reforma da previdência
Política externa: Busca de legitimidade
- Discurso na Assembleia Geral da ONU (2016)
- Mudança no tratamento dos refugiados
- Manutenção da ação nos BRICs
Bolsonaro: guinada conservadora ou retrocesso?

Política O “fim da política tradicional” e a dificuldade de composição com o CongressoNacional


interna: O estímulo à mobilização da base
A perda de apoio
O maior desafio: a Covid-19 e a estratégia adotada
Economia: Neoliberalismo
- reforma da previdência (2019)

Política - Promessa de fim da ideologia na política externa (bolivarianismo, apoio a“ditaduras”)


externa:
- Alinhamento com EUA de Trump
- Política pró Israel
- Atritos com a China
- Crítica ao “globalismo”
- Combate ao “Foro de São Paulo”
- Afirmação de valores tradicionais - conservadorismo
GOVERNO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
José Sarney (1985-1990) Olavo Setúbal (15/03/1985-14/02/1986)
Abreu Sodré (14/02/1986-15/03/1990)
Fernando Collor de Melo (1990-1992) Francisco Rezek (15/03/1990-13/04/1992)
Celso Lafer (13/04/1992-2/10/1992)
Itamar Franco (1992-1995) Fernando Henrique Cardoso (05/10/1992-20/05/1993)
Luiz Felipe Lampreia - interino (20/05/1993-20/07/1993)
Celso Amorim (20/07/1993-01/01/1995)
Fernando Henrique Cardoso (1995-1999) Luiz Felipe Lampreia (01/01/1995-12/01/2001)
Fernando Henrique Cardoso (1999-2003) Luís Felipe Seixas Corrêa (12/01/2001-29/01/2001)
Celso Lafer (29/01/2001-01/01/2003)
Lula (2003-2007) Celso Amorim (01/01/2003-31/12/2010)
Lula (2007-2011)
Dilma Rousseff (2011-2015) Antônio Patriota (01/01/2011-26/08/2013)
Eduardo dos Santos – interino (26/08/2013-28/08/2013)
Luiz Alberto Figueiredo (28/08/2013-01/01/2015)
Dilma Rousseff (2015-2016) Mauro Vieira (01/01/2015-12/05/2016)
Michel Temer (2016-2019) José Serra (12/05/2016-22/02/2017)
Marcos Bezerra Abbott Galvão – interino (22/02/2017-07/03/2017)
Aloysio Nunes Ferreira (07/03/2017-31/12/2018)
Jair Bolsonaro (2019-atual) Ernesto Araújo (01/01/2019-atual)
4- Bibliografia básica:
ALBUQUERQUE, José Augusto Guilhon; SEITENFUS, Ricardo; CASTRO, Sergio Henrique Nabuco de. Sessenta
Anos de Política Externa. Crescimento, Modernização e Política Externa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2006.
BETHELL, Leslie. ‘O Brasil e a ideia de América Latina em perspectiva histórica’. Revista Estudos Históricos. n.
44, 2009, pp. 289-321.
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2590/1543
CARDOSO, Fernando Henrique; FERREIRA, Aloysio Nunes; AMORIM, Celso; LAFER, Celso; REZEK, Francisco;
SERRA, José; RICUPERO, Rubens e KALOUT, Hussein. A reconstrução da política externa brasileira. Folha de
S. Paulo. 08/05/2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/05/a-reconstrucao-
da-politica-externa-brasileira.shtml
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2016.
CERVO, Amado; BUENO, Clodoaldo. História da Política Exterior do Brasil. 2ª ed. Brasília: UNB, 2002.
DORATIOTO, Francisco e VIDIGAL, Carlos Eduardo. História das Relações Internacionais do Brasil. São Paulo:
Saraiva, 2014.
PINHEIRO, Letícia. Política Externa Brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.
RICUPERO, Rubens. A Diplomacia na construção do Brasil. Brasília: Rio de Janeiro: Versal, 2017.
E-mail para contato:

Marcus Dezemone
• dezemone@gmail.com

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