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Trabalho de Campo
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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Introdução
A pandemia do novo Covid-19 causou mudanças profundas na economia e no ambiente
de negócios – e as micro, pequenas e médias empresas foram as mais afectadas. Ter
caixa para sobreviver é um dos maiores desafios. A transformação digital um dos
grandes aprendizados. A maioria também concorda que precisará de novas estratégias
para impulsionar seu negócio na retomada.
Objectivos do trabalho
Analisar o impacto da insuficiência da tesouraria, das pequenas e medias
empresas, face a pandemia Covid-19.
Identificar o impacto da insuficiência da tesouraria, das pequenas e medias
empresas, face a pandemia Covid-19 em Moçambique.
Descrever estratégias tomadas pelo governo na adaptação das PME’s ao período
de recessão económica de forma a possuírem uma gestão de tesouraria eficiente
para o bom funcionamento das empresas.
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O impacto da insuficiência da tesouraria, das pequenas e medias empresas, face a
pandemia Covid-19
A transição de Fevereiro para Março foi marcada pelo primeiro sinal quantitativo
preocupante, com a quebra relevante da capitalização dos mercados bolsistas, mas
tudo o que seguiu veio conferir o protagonismo da destruição e disrupção às grandes
variáveis da economia real, produção e consumo, emprego e rendimento, pressionadas
pela separação forçada, física e tangível, das condições básicas de activação da oferta
e da procura na maioria das actividades económicas.
O grande confinamento
Segundo Mateus (2020) “O grande confinamento, iniciado a 16 de Março, quando a
Europa se converteu no centro da pandemia, permitiu perceber, através dos primeiros
estudos e inquéritos, que a “economia de confinamento” representava quebras muito
expressivas na produção e no consumo, qualquer coisa como 55% a 65%” (p. 2). No
entanto, o contributo de um mês de “economia de confinamento” para a contracção do
Produto Interno Bruto (PIB) anual, mantendo-se todos os restantes onze meses no nível
normal anterior de actividade, situar-se-ia, assim, entre os 4,5% e os 5,5%.
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em termos homólogos), iniciando-se uma recuperação gradual no terceiro trimestre do
ano. Perspectiva-se que no final de 2021 a economia ainda não tenha recuperado na
totalidade do choque ocorrido.
Na perspectiva de Mateus (2020) em termos anuais, o FMI estima uma quebra de 3%
do PIB global em 2020, sendo esta quebra bastante mais acentuada nas economias
avançadas (-6,1%) do que nas economias emergentes ou em desenvolvimento (-1,0%).
Em 2020, cerca de 90% dos países do mundo vão enfrentar uma recessão. E para
2021, é esperada uma retoma da actividade económica, sendo previsto um crescimento
da economia global de 5,8%. A contracção da economia resultante da COVID-19
reduziu as estimativas de crescimento global do FMI para 2020 em mais de 6 p.p.
Para Meunier (citado por Duarte, 2009) a tesouraria de uma empresa é a diferença entre
os recursos empregues para financiar a sua actividade e as necessidades resultantes
dessa mesma.
A gestão de tesouraria é uma função descurada por uma parte significativa do tecido
empresarial, em especial nas pequenas e medias empresas, onde as competências de
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gestão são normalmente mais reduzidas. Em consonância, essas empresas não têm um
plano de negócios baseado em vários cenários, nem tão pouco plano de contingência
que permitam responder a crises severas.
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Implicações da crise da pandemia face a produtividade da PME,s
O prolongamento temporal da pandemia implica perdas permanentes na capacidade
produtiva decorrentes de uma maior probabilidade de encerramento de empresas, por
dificuldades de tesouraria ou insolvência. No caso de empresas com alguma escala e
com projectos de expansão, tal opção corresponde à perda de tecnologia e
conhecimento específico, bem como de redes de clientes e fornecedores, que são
dificilmente recuperáveis por novas empresas que entrem no mercado. Paralelamente,
tal como referido em vários estudos recentes, a pandemia e o prolongamento das
correspondentes medidas de confinamento social aumentam muito o nível de incerteza,
o que leva ao adiamento das decisões de investimento e a uma limitada acumulação de
capital físico, bem como à interrupção de processos de inovação em curso. Do mesmo
modo, as medidas de confinamento social dificultam as actividades lectivas e formativas,
limitando a acumulação de capital humano durante esse período. Assim, a actual crise
tenderá a implicar perdas permanentes no nível de capacidade produtiva face ao
cenário contrafactual de ausência de pandemia (Mateus, 2020).
Medidas tomadas pelo governo para mitigar o impacto da covid-19 nas pequenas
e medias empresa
Segundo Henriques (2020), as medidas aprovadas pelo Diploma Ministerial n.º 35/2020,
de 29 de Julho, visam mitigar o impacto causado pela pandemia da doença COVID-19
no sector económico, designadamente, através da criação de operações de
financiamento suportadas numa linha de crédito de apoio à actividade económica
aprovada nos termos do Decreto n.º 37/2020, de 2 de Junho, que, por seu turno, prevê
as medidas económicas e sociais adicionais, de excepção e temporárias, com vista a
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atenuar o impacto da pandemia da doença COVID-19 durante o período de vigência do
estado de emergência, podendo beneficiar da referida linha de crédito a micro,
pequenas e médias empresas.
Neste contexto, são elegíveis as operações de reforço de tesouraria para fazer face à
manutenção de stocks, ao pagamento de salários, de exportações e de importações de
matéria-prima e também as operações de investimento de médio prazo. Não são
elegíveis as operações que se destinem a reestruturação financeira, a liquidação, a
substituição ou a complementação directa ou indirecta de créditos bancários
anteriormente concebidos pela banca e, por fim, as operações de aquisição de bens
imóveis de uso geral que não correspondam às características específicas adequadas
às exigências técnicas do processo produtivo da empresa (Henriques, 2020).
Segundo Raiva (2020) trata-se de duas linhas de financiamento à tesouraria das micro,
pequenas e médias empresas, cujo fundo global é de mil milhões de meticais
desembolsados directamente pelo Estado e 600 milhões de meticais através de um
empréstimo obrigacionista do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).
Denominados Governo COVID-19 e Linha de Crédito BNI COVID-19, respectivamente,
os créditos cujas taxas de juro variam de 7 a 12% têm como objectivo apoiar o sector
empresarial a mitigar os efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus. Contudo,
para ter acesso a estes créditos, as micro, pequenas e médias empresas devem ter
pago os impostos em dívida até 31 de Dezembro de 2019, bem como não ter dívidas
não regularizadas junto à banca no mesmo período.
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Conclusão
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Bibliografia
Causse, G., & Lacrampre, S. (1983). Métodos de Gestão da Tesouraria. Rés
Formalpress.
Raiva, Francisco (2020). BNI divulga linhas de financiamento à tesouraria das micro,
pequenas e médias empresas. Jornal O País. Disponível em http//:
opais.sapo.mz/autor/BNI-Covid-19, 17 de Out. de 2020.
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