O acompanhamento de pacientes após infarto agudo do miocárdio (IAM) é
fundamental para prevenção secundária, para reduzir os riscos da ocorrência de novo IAM. Frente aos riscos e complicações que o indivíduo pode ter em sua saúde, percebe-se a importância que recebam atenção multiprofissional, para que possam adquirir hábitos saudáveis, seguir com o tratamento e realizar continuamente o autocuidado para prevenção e proteção da saúde. O acompanhamento médico se inicia logo após a alta hospitalar e os “check ups” cardiológicos se tornam uma rotina. A frequência das consultas médicas será definida pela equipe médica de acordo com o quadro do paciente. É recomendado a reavaliação do paciente a cada 6 a 8 semanas e, a partir dos progressos identificados, aumenta o intervalo entre elas, passando a ser semestral e depois anual. O exame clínico aliado à análise dos fatores de risco presentes seleciona os exames complementares adequados. Os principais exames são a eletrocardiografia, a ergometria, os testes não-invasivos de imagem, como ecocardiograma, Holter 24 horas e exames laboratoriais. Esses exames também são importantes para a prescrição do exercício físico do paciente pós-IAM, recomendado pelas principais diretrizes, objetivando a reabilitação cardíaca pós-hospitalar. Até a década de 60, recomendava-se repouso de 3 semanas aos pacientes que se recuperavam de IAM, baseando-se no pressuposto de que o repouso facilitaria a cicatrização do miocárdio. Entretanto, observou-se que resultava em efeitos deletérios e, então, foi instituída a reabilitação cardíaca baseada em exercícios físicos na fase aguda do infarto. Os exercícios físicos também trazem benefícios a longo prazo, tais como proteção cardiovascular e melhora do prognóstico. Além da frequência às consultas médicas e a prática de atividades físicas, a prática do autocuidado, segundo Pereira et al. (2013), envolve também o uso de medicamentos, a manutenção do peso corporal, abstenção do tabagismo, abstenção da bebida alcóolica, estímulo a atividades de lazer e controle da pressão arterial. Com o passar do tempo, o paciente após ser estabilizado, entende que pela ausência de sintomas já está totalmente curado e abandona o tratamento, retornando a uma vida pouco saudável. Os índices de aderência aos programas de reabilitação cardíaca após IAM excedem a 80% nos 3 primeiros meses, caindo para 60 a 71% no sexto mês, para 60% aos 12 meses e para 30 a 40% entre o segundo e o quarto ano. Nesse sentido, é importante que o paciente seja continuamente estimulado ao autocuidado pelos profissionais da saúde. A integração da equipe multidisciplinar ao atendimento aos pacientes, por meio de esclarecimento e controle dos fatores de risco, têm demonstrado aumento na adesão ao tratamento.
HERRMANN, J. L. V.; SOUZA, J. A. M. de. Check-up cardiológico: avaliação clínica e
fatores de risco. Rev. Soc. Cardiol. Estado de São Paulo, v.16, n.3, p.127-137, 2006. PEREIRA, A. C. R.; DIAS, B. V. B.; SANTOS, F. T. Protocolo assistencial no pós- infarto agudo do miocárdio baseado nos diagnósticos de enfermagem e intervenções da North American Nursing Diagnosis Association – NANDA. Cuidarte Enfermagem, v.7, n.2, p.113-118, 2013. FURTADO, Paulo de Tarso Marangon. Melhoria da atenção voltada aos pacientes pós-infarto na Unidade Básica de Saúde Enfermeira Isaura Vidal. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 2015. Piegas LS, Timerman A, Feitosa G, Nicolau JC, Mattos LA, et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST. Arq Bras Cardiol. 2015.