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AVALIAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRAJETO EM GOIÂNIA – GO

Luciene C. Emiliano de Souza1


José Francisco P. Bragança 2
Universidade Católica de Goiás – UCG
Av. Universitária, Nº 1440 - Setor Universitário – Fone (62)3227-1351
CEP: 74605-010 - Goiânia-GO.

RESUMO
Com base em dados estatísticos observa-se no município de Goiânia, um acelerado
crescimento da quantidade de veículos nas vias de circulação, uma notável prática de
comportamentos inadequados no trânsito e um aumento da quantidade de acidentes de trajeto
nos últimos anos. Esse estudo identificou as prováveis causas dos acidentes de trânsito em
Goiânia, se destacando o desrespeito da distância de segurança e aos sinais ‘PARE’ ou ‘DE’
preferência.

PALAVRAS-CHAVE: Acidente de trajeto; Ato inseguro; Medidas preventivas.

ASSESSMENT OF ACCIDENTS OF PATH IN GOIÂNIA - GO

ABSTRACT
Noting the statistics perceives to be an accelerated growth of the number of vehicles on traffic
routes, a remarkable practice of bad behavior in traffic and an increase in the number of
accidents of path in recent years in Goiania. This study identified the likely causes of traffic
accidents in Goiânia, highlighting a breach of distance security to the signs 'STOP' or 'OF
'preference.

KEYWORDS: Accident of trajet; Unsafe act; Preventive measures.

_____________________________________
2

1
Engª Ambiental, acadêmica do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Católica de Goiás - UCG
(lucieneemiliano@hotmail.com)
2
Engº Eletricista, M.Sc. Prof° da Universidade Católica de Goiás - UCG e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em
Engenharia de Segurança do Trabalho da UCG (franciscojpmbraganca@gmail.com)
1 INTRODUÇÃO

O município de Goiânia, a cerca de 210 quilômetros a sudoeste da capital federal


Brasília, foi fundado em 1933, recebendo em 1937 a função de capital do estado. A cidade
desenvolveu-se a partir de um plano urbanístico, sendo projetada para uma população de 50
mil habitantes, construída com o propósito de desempenhar a função de centro político e
administrativo do estado de Goiás. Desde então, Goiânia tem sido alvo de um grande
crescimento demográfico e de uma significativa expansão urbana.
Nos últimos dez anos sua população cresceu 21,76%, atingindo aproximadamente
1.244.645 habitantes (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2008), e existe a
previsão para que em 2018 essa quantidade ultrapasse 1.500.000 (Plano Diretor, 2007). A
título de informação, o número de empregos formais no estado de Goiás alcançou 1,1 milhão
em dezembro de 2007, um crescimento de 6,91% quando comparado com o ano anterior
(Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, 2007). Nesse mesmo período foram registrados
aproximadamente 450 mil empregos formais no município de Goiânia (MTE, 2007).
Concomitante ao crescimento populacional e ao aumento de empregos formais, aliado
também a outros fatores, como por exemplo, a facilidade de financiamentos e a ausência de
transporte coletivo digno para a população, se tem o crescimento acelerado de veículos
automotores circulando nas vias.
Através de observações cotidianas no trânsito e de publicações sobre o assunto,
percebe-se que o crescimento demográfico, urbano e o aumento da frota de veículos, de forma
descontrolada, aliada a ausência de políticas sociais específicas, contribui para que o trânsito
fique seriamente prejudicado, corroborando com a ocorrência de acidentes. Além disso, é
notória a elevação do uso dos serviços de entregas rápidas para satisfazer as necessidades
sociais contemporâneas, aumentando a demanda dos motoboys, que desempenham suas
atividades sob pressão do tempo mínimo de entrega.
Ao ocorrer um acidente de trânsito, este pode ser classificado como um acidente
de trajeto, um dos tipos de acidentes de trabalho. Nesse sentido, qualquer acidente de trajeto
pode resultar em perdas, danos materiais e econômicos à empresa, bem como danos físicos ou
funcionais ou até mesmo a morte do trabalhador.
Assim, com a necessidade de prevenir a ocorrência desses impactos, em especial a
redução de sinistros de trajeto nas vias da capital, os resultados do presente estudo serão
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grande valia para sensibilizar os gestores de políticas e os envolvidos direta e indiretamente


com o transporte terrestre em Goiânia.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo a Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, artigo 19, acidente do trabalho é o


que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos
segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda
ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Equiparam-se também
ao acidente de trabalho, para efeitos previdenciários, o acidente de trajeto, a doença
profissional e a doença do trabalho. O acidente de trajeto, regulamentado pelo artigo 21 da lei
supracitada, é quando a ocorrência se dá durante o deslocamento do trabalhador para o local
de trabalho ou vice-versa, qualquer que seja o meio de locomoção.
Culturalmente, no Brasil, o acidente de trânsito é tido como uma fatalidade. É um
acontecimento fortuito e não previsto. Em tese, as pessoas não saem às ruas para,
deliberadamente, matar ou ferir pessoas com seus veículos. Embora não pratiquem a violência
de forma deliberada, incorrem em ato violento por imprudência, imperícia ou negligência.
Essas formas de violência recebem um tratamento de crime culposo e não doloso, tornando
menor a indignação das pessoas e elevando o fator de risco no trânsito (RODRIGUES, 2008).
Acidente de trânsito é todo acontecimento desastrado, casual ou não, tendo como
conseqüências desagradáveis os danos físicos e/ou materiais, envolvendo veículos, pessoas e
ou animais nas vias públicas (....) conclui-se que trânsito é um problema de educação (RONN,
2008). Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2004), em
aglomerações urbanas no Brasil, estimou que os custos por acidentes de transporte estejam em
aproximadamente R$5,3 bilhões de reais, em 2001, equivalendo a 0,4% do PIB nacional.
Os acidentes de trânsito são, pelo menos teoricamente, 100% previsíveis. Uma vez
que estão diretamente relacionados com deficiências das vias, dos veículos e principalmente,
das falhas humanas. Relatam ainda que a importante redução dos acidentes e mortes após a
aprovação do novo Código Nacional de Trânsito (1998), mostra que é possível mudar o
comportamento no trânsito (BARROS et al., 2003).
O Brasil nas últimas décadas foi aos poucos se colocando entre os campeões
mundiais de acidentes de trânsito, com reflexo do número de veículos em circulação, da
desorganização do trânsito, da deficiência geral de fiscalização, das condições dos veículos,
do comportamento dos usuários e da impunidade dos infratores (OLIVEIRA et al., 2003).
O comportamento inadequado, de risco ou o ato inseguro dos motoristas pode ser
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conceituado pela violação de um procedimento seguro, pela desobediência das instruções ou a


violação das normas de segurança escritas e as não escritas, que a maioria de nós conhece e
observa por uma questão de auto-preservação. Enquanto que a condição insegura se
caracteriza pelas falhas físicas do ambiente, as condições perigosas do ambiente, ou seja, é a
circunstância perigosa que permite ou ocasiona o acidente, tal como a má conservação das
vias de circulação. De acordo, Zocchio apud Rocha (1999), os atos inseguros podem ser
classificados em três tipos:
• consciente: quando os motoristas têm o conhecimento da exposição ao perigo,
por exemplo: o desrespeito das leis de trânsito.
• inconsciente: quando os motoristas não têm o conhecimento da situação de
perigo.
• circunstanciais: sabendo ou não da situação de perigo, as pessoas realizam
ações inseguras. Como exemplo, cita-se o salvamento de uma pessoa em situação de perigo.
A lei de trânsito no Brasil parece ser menos importante que as outras leis. As
infrações de trânsito são consideradas pequenos deslizes. Por vezes, o infrator é até tratado
como herói e corajoso. Expõe-se ao risco e impõe risco a outras pessoas sem considerar que o
palco em que se cometem estripulias motorizadas mata 35 mil pessoas por ano.
(RODRIGUES, 2008).
Os comportamentos, as atitudes e as reações dos indivíduos nas vias de circulação
de veículos de transportes terrestres não podem ser interpretados de maneira válida e completa
sem se considerar a situação total a que eles estão expostos, todas as inter-relações entre as
diferentes variáveis, incluindo o meio, o grupo de trabalho e a própria organização como um
todo (COLETA, 1991). Conhecer com maior detalhamento possível como os acidentes de
trânsito ocorrem é indispensável para que ações de prevenção específicas possam ser
planejadas e postas em prática (ANDRADE et al., 1999).
Dessa forma, os fatores humanos são fundamentais uma vez que o homem
(motorista, pedestre ou passageiro) é o elemento de maior importância no trânsito. Sendo
denominado de usuário do sistema de transporte e concorre para ocorrência dos acidentes de
trânsito mediante comportamentos inseguros e a desobediência às leis de trânsito. As
principais causas atribuídas aos fatores humanos são: velocidade excessiva, condução
agressiva, assumir riscos, irresponsabilidade, imprudência, desconhecimento do direito de
passagem e desatenção aos cruzamentos com relação aos dispositivos de controle do tráfego
(KILSZTAJNS, 2001).
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Talvez se os motoristas agregassem o comportamento seguro como valor, não só


no desenvolvimento das atividades da empresa, mas também no trânsito, a quantidade dos
acidentes no trânsito reduziriam proporcionalmente. O comportamento seguro de um grupo
ou de uma organização é definido como sendo a capacidade de identificar e controlar os riscos
presentes numa atividade no presente de forma a reduzir a probabilidade de ocorrências
indesejadas no futuro, para si e para os outros (BLEY, 2004).
A ausência de segurança nos ambientes de trabalho no Brasil gerou no ano 2000
um custo de cerca de R$ 23,6 bilhões para o país, equivalente a 2,2% do PIB. Deste total, R$
5,9 bilhões correspondem a gastos com benefícios acidentários, aposentadorias especiais e
reabilitação profissional. Os restantes da despesa referem-se à assistência à saúde do
acidentado, indenizações, retreinamento, reinserção no mercado de trabalho e horas de
trabalho perdidas (ARRUDA et al., 2001).

3 METOLOGIA

Esse estudo foi realizado através da verificação do registro de dados estatísticos


pertinentes a ocorrência de acidentes de trânsito, com especial atenção aos de trajeto, na
cidade de Goiânia. O levantamento dos dados junto a Gerência de Estatística do
Departamento Estadual de Trânsito do Estado de Goiás (DETRAN-GO) e pela
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Goiás (SRTE-GO) ocorreram nos dias
01 e 30 de dezembro de 2008, respectivamente.
Os dados fornecidos pelo DETRAN-GO e pela SRTE-GO já haviam sido
trabalhados estatisticamente pelo próprio departamento de estatística dos órgãos em questão,
sendo uma pesquisa censitária, sem seleção de amostras. No entanto, até o presente momento
não foram identificados estudos que mensurassem os acidentes de trajeto ocorridos no trânsito
da capital em questão. Os dados obtidos e o ano de referência encontram-se descritos na
seqüência.
• Idade dos veículos, referentes ao ano de 2006 e 2007.
• Total de veículos, referentes ao ano de 1998, 2006, 2007 e 2008.
• Prováveis causas dos acidentes de trânsito ocorridos em 2006 e 2007.
• Quantidade dos acidentes de trânsito, em 1999, 2006 e 2007.
• Quantidade dos acidentes de trajeto, registrados nos anos de 2002 a 2006.
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As fontes de informações para a base de dados estatísticos do DETRAN-GO são


fornecidas pelo: 1° Batalhão de Trânsito de Goiânia, Comando da Polícia Militar (COPOM),
Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Rodoviária Estadual (PRE), Corpo de Bombeiros
do estado de Goiás (CBMGO), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU),
Hospital de Urgências de Goiás (HUGO), Delegacia Especializada em Investigações e Crimes
de Trânsito (DICT) e o Instituto Médico Legal (IML).
No que se refere a base de dados estatísticos fornecidos pela SRTE-GO, estes são
disponibilizados através do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho e elaborado pelo
Ministério da Previdência Social e o MTE. Todavia, é necessário salientar a dificuldade de
acesso aos dados municipais referentes aos acidentes de trajeto, pois a SRTE-GO trabalha
com os dados estatísticos disponíveis no site do MTE, os quais não possuem a discriminação
dos acidentes de trajeto, deixando de detalhar o total de óbitos, feridos, vitimas envolvidas e a
causa dos acidentes de trajeto. Segundo informações obtidas na SRTE-GO o acesso as
informações dos acidentes de trajeto com esse nível de detalhamento não são disponibilizadas
para o público. Além disso, o Ministério da Previdência Social juntamente com o MTE ainda
não divulgou os dados referentes aos anos de 2007 e 2008.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo o DETRAN-GO, conforme ilustrado no Quadro 1, até o mês de outubro


de 2008, haviam 839.010 veículos registrados circulando nas vias de Goiânia, totalizando um
acréscimo à frota de 56% veículos a mais na última década. Pode-se observar também a idade
da frota da capital, caracterizada nos últimos dois anos por possuir mais de 50% veículos com
idade superior a 10 anos.

Quadro 1: Idade e total de veículos, referentes ao ano de 1998, 2006, 2007 e 2008.
Ano de Idade dos veículos Total de
referência até 5 de 6 a 10 de 11 a 15 de 16 a 20 acima de 20 veículos
1998 * * * * * 537036
% * * * * * -
2006 200849 160501 109622 70864 190399 732235
% 27,43 21,92 14,97 9,68 26,00 -
2007 231097 154720 129365 68754 200754 784690
% 29,45 19,72 16,49 8,76 25,58 -
2008 ** ** ** ** ** 839.010
7

% ** ** ** ** ** -
Fonte: Gerência de Estatística do DETRAN-GO, 2008.
* Não há registro de dados.
** Os dados ainda não foram lançados no sistema.

Essa elevação da quantidade de veículos circulando nas vias da capital,


principalmente nos horários de picos, contribui com os congestionamentos e com o stress dos
motoristas, deixando os propensos para violar as leis de trânsito, uma vez o tempo de percurso
de locomoção se eleva, surgindo transtornos com a pressa de chegar ao local predestinado,
como por exemplo, a falta de paciência, a presença de buzinas e a troca de insultos entre os
motoristas. Os veículos em circulação com idade superior a 10 anos possuem maior
probabilidade de apresentar uma falha mecânica, tais como freios insuficientes, ausência de
faróis, pane elétrica, entre outros.
No entanto, os fatores descritos anteriormente se agravam ainda mais quando os
motoristas não possuem o conceito segurança agregado como valor para desempenhar as suas
atividades, uma vez que não basta apenas conhecer as regras é preciso estar disposto a praticá-
las, fazendo disso um hábito diário. Isso é comprovado quando se percebe que as prováveis
causas dos acidentes são provenientes de atos inseguros com a violação das leis de trânsito,
em especial a desobediência do Código de Trânsito Brasileiro, atualizado e aprovado em
1997. Entre as causas da ocorrência de acidentes, conforme discriminado no Quadro 2, se
destaca o desrespeito da distância de segurança e aos sinais ‘PARE’ ou ‘DE’ preferência,
representando mais 30% e 19%, respectivamente, das causas dos sinistros ocorridos. Além
desses, percebe-se que entre as causas de ocorrências de acidentes o desrespeito ao semáforo,
ultrapassagem proibida ou incorreta, excesso de velocidade, contramão de direção e outras.

Quadro 2: Prováveis causas dos acidentes, de acordo o ano de referência.


Ano de referência
Ação do condutor
2006 % 2007 %
Desrespeito ao semáforo 584 2,33 564 1,95
Desrespeito aos sinais 'PARE' ou 'DE' a preferência 5.066 20,20 5.505 19,06
Ultrapassagem proibida ou incorreta 638 2,54 497 1,72
Excesso de velocidade 1.329 5,30 1.317 4,56
Contramão de direção 337 1,34 340 1,18
Não manteve a distância de segurança 7.115 28,37 8.893 30,79
Conversão incorreta ou em local proibido 1.700 6,78 2.252 7,80
Mudança súbita de faixa ou direção 2.189 8,73 2.104 7,28
Defeito mecânico 1 0,00 2 0,01
Outras 4.770 19,02 5.630 19,49
Manobra incorreta 1.321 5,27 1.767 6,12
Veículo estacionado 25 0,10 11 0,04
8

TOTAL 25.075 100 28.882 100


Fonte: Gerência de Estatística do DETRAN-GO, 2008.
Segundo dados do DETRAN-GO, o aumento da quantidade de registros de
sinistros no período de 1999 a 2007 é bastante expressivo. Em 2007 foram registrados quase
30.000 acidentes, representando 40% a mais de sinistros quando comparados com o ano de
1999. No que tange a quantidade de feridos, em 2007 a quantidade foi superior a 160%
quando comparado com o registrado em 1999, e percebe-se ainda, que nesse mesmo período
houve um aumento de 55% de acidentes com óbitos. É importante salientar que esses dados
são referentes a todos os acidentes de trânsito ocorridos em Goiânia, inclusive os acidentes de
trajeto.
No que se refere exclusivamente a ocorrência de acidentes de trajeto na capital
supracitada é digno de apreço ressaltar a dificuldade de acesso aos dados estatísticos
fornecidos pela SRTE-GO, os quais não possuem a discriminação dos acidentes, deixando de
detalhar o total de óbitos, feridos, vitimas envolvidas e a causa dos acidentes de trajeto.
Contudo, apesar das informações obtidas com SRTE-GO serem limitadas, e de
ainda não haver dados atualizados referentes a 2007 e 2008, através do levantamento
realizado percebe-se um aumento gradativo no decorrer dos anos, mas devem ser levados em
consideração dois aspectos: o primeiro que o órgão responsável por esses dados estatísticos
leva em conta apenas os trabalhadores registrados, ou seja, o mercado formal de trabalho, e o
segundo é que as empresas, de um modo geral, têm se preocupado em legalizar nos últimos
anos a situação de seus funcionários perante o ministério de trabalho. Desse modo, pode ser
que o número de acidentes de trajeto seja superior aos apresentados pela SRTE-GO, conforme
especificado no Quadro 3.

Quadro 3: Total de acidentes de trajeto, de acordo o ano de referência.


Ano de referência Total de acidentes de trajeto em Goiânia
2003 894
2004 792
2005 1.020
2006 1.096
Fonte: SRTE-GO, 2008.

5 CONCLUSÃO
9

Os acidentes de trânsito, incluindo os de trajeto, não eventos naturais, se destacando


por possuir uma relação direta com o fator humano. Dessa forma, são passiveis de redução,
através da prevenção, com medidas simples e fáceis, que, no entanto, envolvem mudanças de
mentalidade e comportamento dos motoristas.
Analisando os resultados obtidos, em especial as prováveis causas dos acidentes de
trânsito na cidade de Goiânia, observa-se que os acidentes de trânsitos são conseqüências de
comportamentos inadequados do ser humano, decorrente da inexistência de procedimentos
sistemáticos de educação para o trânsito. As atitudes inadequadas, com desrespeito a
legislação, por parte de alguns condutores, prejudicam o bom desempenho do trânsito,
criando situações de riscos a eles próprios e aos demais usuários das vias públicas.
No entanto, destaca-se ainda que, para saber o real motivo do condutor infringir as leis
são necessários vários testes psicológicos e comportamentais. Mesmo assim, tendo em vista o
aumento dos acidentes de trajeto no decorrer dos anos, cabe aos gestores envolvidos de com o
trânsito implementar campanhas educativas, com especial atenção a segurança do trabalho.
Essas campanhas deverão conscientizar os motoristas sobre os acidentes de trajeto, sobre as
leis de trânsito, transmitindo-lhes conhecimentos teóricos e práticos, com a transmissão de
conhecimentos através de terminologias simples, envolvendo a criação do desejo de mudar e
desenvolvimento de novos valores.
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REFERÊNCIAS

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Federal de Paraíba, campus I, 1999.
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