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Como vencer a carne (Gal. 3:10 a 14 5:16 a 25; Ef.

2:1a 3 , e)

Introdução: Na Epístola aos Gálatas, Paulo faz uma alegoria muito


interessante sobre o filho de Agar e de Sara (gl. 4:21 a 31), ou seja, o
filho da escrava e da livre, e nos propõem que como Abraão creu e
sua fé lhe foi imputada como justiça assim devemos nós vivermos,
não sobre a escravidaão do legalismo mas sobre a liberdade do
Espírito (gl. 3:6 a 14) pois fomos trazidos da maldição para a
benção, vejamos o que isto significa na prática.

1. Quem nós éramos: filhos da maldição do pecado. (Efésios 2:1 a 3)


... mortos nos delitos e pecados, (v. 1b)
Delito no grego é paraptoma que significa cair ao lado. Traz a idéia
de dar um passo em falso, que produz queda.
Pecado no grego é amartia que significa falha ou erro, dando a
idéia de errar o alvo.
Quando estávamos mortos andavamos em uma vida trôpega e
desordenada, cheia de quedas. Aliás quando Paulo fala ... nos quais
outrora andaste ... o andar significa ... o estilo geral da conduta
diária... ou seja quando estávamos mortos em nossos delitos e
pecados tínhamos um estilo de vida controlado pelo mundo, por
satanás e a carne.

Vejamos então sobre esses os três domínios da morte:

1. O Mundo: “um sistema de valores humanos pervertidos e


organizados contra Deus.” (Isaltino Gomes Coellho Filho) Nossa
sociedade esta controlada por esse sistema. o mundo quer manipular
você para que você faça aquelas coisas que todos estão fazendo,
mesmo que seja algo que saia dos padrões de Deus para sua vida. A
violência, a sexualidade doentia, a corrupção se tornaram coletivas e
assim, na minha maneira de ver, são os carros chefes desse sistema
chamado mundo.”Não é possível amar a Deus e ao conjunto de
valores que se opõem a Ele.” “Amar ao mundo é dar o nosso
coração ao materialismo , à ambição ou ainda a coisas muito boas
e válidas, mas que assumem importância maior que o nosso
Criador. (Isaltino Gomes Coelho Filho)
2. A Potestade do ar (Satanás): Quando estávamos mortos
estávamos dominados pelas trevas. Demônios nos induziam a
vários tipos de erros que as vezes até por ignorância
cometíamos. Você pode perceber como no seu passado, havia
influência de espíritos imundos que o induzia ao erro, que são
exatamente aqueles que atuam no mundo para trazer morte e
destruição.

3. A Carne: São aqueles desejos que lutam contra a vontade de


Deus em nós. Leiamos Gal. 5:19 a 21a: “ Ora, as obras da
carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascivia,
idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, ciúmes, iras,
discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices,
glutonarias e coisas semelhantes a estas ...”

Vamos organizar as obras da carne em blocos bem definidos:


A. Sexualidade doentia.
Três palavras: 1ª)Pornéia: Todo tipo de impureza na área da
sexualidade. Malícia, pornografia, homossexualismo,
masturbação antes ou fora do casamento, etc. 2ª) akatarsia,
ferida podre, cheira mal diante de Deus. 3ª) lascívia, sensualidade
exagerada, pública, exposta ao público com o propósito de
seduzir um grupo todo.
B. Falsa Religiosidade.
O homem foi criado para adorar a Deus. Quando o mesmo se
afasta do criador, este homem arruma um substituto a esse sede
de adorar então se torna escravo de uma religiosidade carnal.
idolatria, colocar algo ou alguém no lugar de Deus. Deus nos fez a
sua imagem e semelhança, hoje o homem que quer andar segundo os
seus próprios desejos criou um Deus a sua imagem e semelhança,
assim alguém ou uma coisa qualquer se transforma em objeto de
adoração. “Temos realmente, um só Deus ou formulamos tal
declaração de fé e deslocamos o Senhor para a periferia de nossa
vida, dando aos deuses modernos, como carro, eletrodomésticos,
posição social e ideologias, o primeiro lugar.” (Isaltino Gomes
Coelho Filho)
Muitas pessoas criaram um outro deus por terem medo do Deus
verdadeiro, e por quê? Porque o legalismo religioso criou a imagem
de um deus duro, severo e impiedoso, exigente demais,
imcompassivo, ditatorial. Porém isso é uma mentira inventada por
Satanás desde o jardim do édem (ler gênesis três)

Craig Hill conta que um dia viajando por uma hi way, viu
aproximar-se um carro em alta velocidade, piscava apavoradamente
os faróis pedindo passagem. Irritado com aquilo Craig toma aquela
atitude conhecida do trânsito quando nos semtimos ofendido com
alguém que quer nos ultrapassar como se fossemos uns manes que
só servem para atrapalhar o caminho. Então ele toma o centro da
pista e fica impedindo a passagem, e lá no fundo ele se pergunta,
quem esse cara pensa que é para me desconsiderar dessa maneira,
ele pensa que é o dono da pista? Quando tomamos esse tipo de
atitude notamos claramente que a carne está nos dominando, nos
sentimos desvalorizados na nossa identidade e assim a pessoa que
nos ofende toma o lugar de Deus, dizendo quem somos. Somente
Deus pode dizer exatamente sobre de onde viemos (origem), quem
somos (identidade), por quê existimos (razão de ser) e para onde
vamos (destino) – lembrar Ef. 1:1 a 14. Se deixamos outras pessoas
dizerem isso, tais pessoas tomam o lugar de Deus em nossas vidas e
então cometemos idolatria.
feitiçaria, pharmacia de onde surgiu a palavra farmácia. Que diz
respeito às drogas. Para falsificar o efeito do verdadeiro culto que
mexe com nossa mente e emoções, algumas religiões usavam das
drogas para produzirem um sentimento de algo sobrenatural.

C. Problemas Sociais.
inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões,
facções, invejas, formam um grupo de substantivos que Paulo
sugere para demonstar por que os homens estão mordendo uns
aos outros e por que há tanta violência, injustiça e desigualdade
na sociedade moderna. Nesta lista há três palavras que estão
enraizadas no ódio, a saber, inimizades, porfias (polêmica), iras
(erupção de um vulcão). No livro Veredas Antigas, podemos ler a
história de um homem chamado Paulo, que ilustra o que o ódio
pode plantar no coração de uma pessoa.
Ele saia de um estacionamento quando se viu preso, pois muitos
carros estavam a sua frente. Um homem que vinha atrás
aparentemente surpreso deu uma leve buzinada. Paulo furioso
desce do carro e toma aquele outro homem pelo colarinho com
muita violência, chinga-lhe com todos os tipos de palavrões que
conhecia e então volta para seu carro. Quando Paulo se assenta,
um sentimento de culpa domina o seu coração. Pensa no
testemunho que havia dado aquele homem e cai em profunda
tristeza, principalmente quando se lembra que sua esposa havia
lhe dado e estava pregado no vidro traseiro, que dizia: “Se você
ama Jesus buzine.” Paulo tinha vários momentos como esses, a
ira tomava-lhe o coração por causa do ódio que ele guardava
dentro de si. Isto mostra claramente o que a carnalidade pode
fazer com uma pessoa.

D. Auto prazer.
Hoje em dia há uma ênfase muito forte nisso. Talvez a frase do
momento seja: faça o que lhe dá prazer. Tem gente que pensa que
pode controlar a escravidão que esse vício traz, porém de
controlador ele passa a controlado. No tempo de Paulo as pessoas se
enchiam tanto nas festas que quando não cabia mais comida e
bebida eles enfiavam o dedo na boca, vomitavam e continuavam a se
encher. Creio que Paulo citou a glutonaria e bebedeira por serem
talvez os vícios ligados ao auto prazer mais comuns de seu tempo,
porém hoje podemos dizer que muitas coisas podem nos dominar de
tal maneira que até uma brincadeira inocente com um vídeo game
pode virar mais tarde um vício incontrolável ou até mesmo abrir a
porta para outros tipos de vícios que vão acabar nos dominando e
nos arrastando para longe de Deus.
II. O Filho da Benção produz o fruto do Espírito.
As obras da carne são evidentes em quem anda na carne, porém
quem renuncia ao orgulho, a egolatria e se entrega ao Espírito
acabará produzindo o fruto do Espírito, como agir para que isso
aconteça estaremos estudando no próximo tópico deste sermão.
Porém passemos a lista que do fruto do Espírito, dividindo-a em dois
grupos.

1. Qualidades interiores:
Amor: (ágape) Se fossemos estabelecer um pódio para o fruto do
Espírito o amor ganharia a medalha de ouro com certeza. Não
podemos dizer que toda a lista é apresentada em escala de
importância, mas com convicção podemos afirmar que este primeiro
item como os outros dois subseqüentes tem uma razão muito forte
para estarem no topo da lista, “estes três tratam de qualidades
interiores que afetam principalmente o ego propriamente dito ...”
(comentário da epístola de gálatas de Donal Guthrie) O amor é o
campo onde se semeia, cresce e todas as outras virtudes dão seus
frutos. “O amor é a fonte originária de todas as demais virtudes.”
(comentário do N. T. v. por v. pág. 509) Deus é amor e quem é filho
desse pai carrega consigo a essência de Deus que é o amor. “ Aquele
que não ama não conhece a Deus, por que Deus é amor. Lembre-se
qual o cumprimento de toda a lei nas palavras de Jesus: “Amar a
Deus acima de todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo.”
(cf. Mat. 22:37)
Alegria: Como é bom estar alegre. Como é bom conviver com pessoas
alegres. Há excelência na atmosfera produzida pela alegria. Quando
Paulo fala em alegria ele não tem em mente a circunstancial, se tudo está
correndo do jeito que eu quero, eu me alegro, se não me revolto. Sorrio e
me encho de alegria quando estou ganhando um bom dinheiro, quando
todos ao meu redor e eu também gozo de perfeita saúde e todos os meus
relacionamentos estão do jeitinho que eu planejei. A alegria não deve
estar presente apenas nestes momentos, a alegria que é fruto do Espírito é
aquela que traz consigo graça, aliás a palavra aqui traduzida por alegria
tem a mesma raiz no grego da palavra graça. A Alegria do Senhor é a
nossa força.(Nm. 8:10b) Deus aprecia corações animados e animadores.
O coração alegra é bom remédio, mas o Espírito abatido faz secar os
ossos. (Pv. 17:22)
Paz: Na minha maneira de ver a paz aqui descrita está atrelada a alegria.
Na teologia paulina percebemos que o sentido de paz está ligada a
restauração que Jesus Cristo fez na cruz. Trazendo paz dos homens para
com Deus e dos homens para com os homens. (Cf. Rm. 5:1; Cl. 1:20;
Rm. 12:8) Há um contraste muito grande das obras da carne com o fruto
do espírito neste sentido especificamente no que diz respeito ao interior.
Quando o homem está na carne ele está na maioria das vezes está pré-
disposto a contendas, dissensões, facções e outras coisas semelhantes,
porque o seu interior não está em paz; quando este homem é justificado
diante de Deus pela graça, mediante a fé, a paz de Deus que excede todo
o entendimento ganha sua vida, produzindo assim relacionamentos
saudáveis, tanto para com Deus como com o próximo, aliás um
relacionamento correto com Deus deve ter fruto no relacionamento
correto com o próximo. Adam Clarke disse: “A paz é o primeiro fruto
que se observa após o perdão dos pecados.” A palavra hebraica shalom,
que é traduzida por paz traz consigo um sentido bem mais amplo do
simplesmente ausência de guerras, contendas, atritos ou coisas
semelhantes, shalon significa total bem estar, prosperidade, sucesso,
sanidade, concluí-se que a paz de Deus faz parte do fruto do Espírito por
causa de um estado de espírito, produzido em quem anda em Espírito.

2. Qualidades que produzem o bem social.


As demais qualidades do fruto do Espírito se contrapõem às obras da
carne que promovem o desajuste social. Vamos ver rapidamente o que
elas significam. Longaminidade: tolerância paciente. Significa resistir
firme, tendo o amor de Deus como exemplo, que a despeito de toda
nossa insistência de pecar contra ele, sempre está disposto a nos perdoar.
A própria história da reconciliação humana através da cruz exemplifica
bem isso. Se contrapõem frontalmente com as explosões de ira e furor.
Benignidade, excelência de caráter, bondade, gentil, amável, se
contrapõem frontalmente a inimizade. Bondade: Disponibilidade
graciosa de querer e fazer o que é bom. Seria a ação daquele que é
benigno. Fidelidade: do grego “pistis” que também significa fidelidade,
eu poderia dizer que fidelidade é a expressão ativa da fé, pois “...
andamos por fé, e não pelo que vemos.” (IICo. 5:7) Mansidão: brandura,
“disposição de submeter-se a Deus” (Donald Guthrie) se contrapõem
também a ira. Domínio-próprio: manter o eu no lugar certo: na cruz,
quando o mesmo não se mantém ali, vem a ira, o ciúme e todas aquelas
obras da carne que promovem as discórdias, desavenças, contendas e
todo tipo de desajuste social.

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