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DAIANE VANESSA RIQUETTA

PROJETO GRÁFICO EDITORIAL DA REVISTA


ETC ALÉM DA INFORMAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Design – Habilitação em Gráfico,
Área das Ciências Exatas e da Terra, da Universidade do
Oeste de Santa Catarina, como requisito parcial à
obtenção do grau de Bacharel em Design Gráfico.

Orientador: Carlos Davi Matiuzzi da Silva

Xanxerê
2009
2

DAIANE VANESSA RIQUETTA

PROJETO GRÁFICO EDITORIAL DA REVISTA


ETC ALÉM DA INFORMAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Design – Habilitação em
Gráfico, Área das Ciências Exatas e da Terra, da
Universidade do Oeste de Santa Catarina, como
requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em
Design Gráfico.

Aprovado em ....... de ...................de 2009

BANCA EXAMINADORA

_______________________________
Prof. Esp. Karina Tissiani
Universidade do Oeste de Santa Catarina

_______________________________
Prof. Esp. Michelle Françoise Haswany de Almeida
Universidade do Oeste de Santa Catarina

_______________________________
Prof. Esp. Carlos Davi Matiuzzi da Silva
Universidade do Oeste de Santa Catarina
3

Dedico este trabalho a minha mãe Loreci


ao meu namorado Roni e também ao
professor e orientador Davi por acreditar
em mim e por toda dedicação que teve
durante toda a trajetória deste trabalho.
4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar, por ter me dado a vida e ter me


abençoado e me iluminado, ter me dado coragem para superar as dificuldades
encontradas em minha trajetória.

A minha mãe e meus irmãos por sempre estar em meu lado me apoiando e
torcendo pelo meu sucesso. Ao meu namorado por acreditar em mim e me apoiar. A
toda minha família pelo amor e carinho que tem me dedicado.

Ao professor e orientador Davi pela coragem, pela segurança que me confiou,


pelo conhecimento e pelas criticas e o incentivo que destes à realização deste
trabalho.

Aos professores do curso por terem me conduzido ao caminho do


conhecimento, e por terem proporcionado durante estes quatro anos dedicação,
companheirismo e o incentivo ao meu conhecimento.

Aos meus colegas pela amizade pelos momentos de alegria, dificuldades e


incentivo que passamos juntos que com certeza deixarão muitas saudades.
5

“Não há presente (nem futuro) sem passado.

Não se trata de filosofar,

mas de entender as coisas da vida.

E de aprender a olhar a vida vivida

com curiosidade,

e não apenas com nostalgia.”

Claudio Ferlauto.
6

RESUMO

O presente estudo se concentra no planejamento gráfico editorial da revista Etc.


Além da informação. A definição do projeto editorial de uma revista depende de
muitos fatores, como o tipo de informação que será publicado, o público-alvo,
levando em conta sua formação cultural, poder aquisitivo e meio onde vive. Além da
segmentação da revista, há, ainda, os fatores de elementos gráficos que compõem o
planejamento. Esses elementos gráficos irão propor um maior acordo visual ao
projeto e definir linguagem visual do projeto gráfico, caracterizados por tipografias,
imagens, diagrama, que estabelecem o equilíbrio entre textos e imagens. Fatores de
legibilidade e credibilidade e também materiais e tecnologias de impressão fazem
parte do planejamento. As revistas unem informações, educação, serviços e
entretenimento, além disso, despertam o interesse pela leitura por explorar um maior
apelo visual, já que trabalham textos, imagens e fotos atrativas com criatividade.
Esse veículo de comunicação ganhou maior destaque no mercado pela
possibilidade de atender a segmentações de mercado e de publicidade. Para atingir
a segmentação de mercado, alia-se o desenvolvimento do projeto gráfico a
especificidades do Design Editorial de forma positiva, não priorizando a produção do
óbvio.

Palavras-chave: Design Editorial. Projeto Gráfico Editorial. Revista.


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ABSTRACT

The present study concentrates in the magazine Etc Além da informação's planning
graphic editorial. The project editorial of a magazine definition depends on many
factors, as the type of information that will be published, the public-objective, taking
into its account cultural formation, purchasing power and where the people live.
Besides the segmentation of the magazine, there are, still, the factors of graphic
elements that compose the planning. Those graphic elements will propose a larger
visual agreement to the project and to define visual language of the graphic project,
characterized by typographies, images, designs, that establish the balance between
texts and images. Legibility factors and credibility and also materials and impression
technologies are part of the planning. The magazines unite information, education,
services and entertainment, besides, give the interest for the reading for exploring a
larger visual appeal, since they work texts, images and attractive pictures with
creativity. This communication vehicle won larger prominence in the market for the
possibility of assisting to market segmentations and of publicity. To reach the market
segmentation, it forms an alliance the development of the graphic project with
specificities of the Design Editorial in a positive way, not prioritizing the production of
the obvious.

Keywords: Design Editorial. Project Graphic Editorial. Magazine.


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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Significado das cores .............................................................................. 48


Quadro 2: Características atribuídas às cores ......................................................... 49
Quadro 3: Algumas complexidades de produtos gráfico-impressos ........................ 58
Quadro 4: Representação gráfica da metodologia proposta .................................... 59
Quadro 5: Formato Internacional de Papel .............................................................. 79
Quadro 6: Formato Brasileiro de Papel .................................................................... 80
Quadro 7: Teste de fontes ...................................................................................... 115
Quadro 8: Teste de fontes ...................................................................................... 116
Esquema 1: Lista de caráter do problema ................................................................ 93
Esquema 2: Lista de necessidades do problema ..................................................... 94
9

LISTA DE DESENHO

Desenho 1: Representação gráfica das áreas mais valorizadas e menos valorizadas


da página .................................................................................................................. 26
Desenho 2: Posicionamento rítmico ......................................................................... 28
Desenho 3: Modo de Organizar Elementos no Espaço ........................................... 29
Desenho 4: Seqüência lógica .................................................................................. 32
Desenho 5 :Seção Áurea ......................................................................................... 37
Desenho 6: Diagrama básico de múltiplas colunas ................................................. 38
Desenho 7: Desenvolvimento do Grid ...................................................................... 95
Desenho 8: Desenvolvimento das colunas do diagrama ......................................... 96
Desenho 9: Teste de fontes e imagens .................................................................... 96
Desenho 10: Teste de fontes e imagens .................................................................. 97
Desenho 11: Teste de fontes e diagramas ............................................................... 97
Desenho 12: Teste de diagramas ........................................................................... 98
Desenho 13: Teste de fontes para intertítulos e diagramas ..................................... 98
Desenho 14: Teste de diagramas de 4 e 3 colunas ................................................. 99
Desenho 15: Teste de fontes para títulos, intertítulos e texto e diagramas ............. 99
Desenho 16: Teste de fontes para intertítulos ........................................................ 100
Desenho 17: Teste de elementos gráfico de identificação ..................................... 100
Desenho 18: Teste de elementos gráficos e imagens .......................................... 101
Desenho 19: Teste de elementos gráficos e cores ................................................ 101
Desenho 20: Teste de elementos gráficos verticais e horizontais ......................... 102
Desenho 21: Teste de elementos gráficos e numeração de páginas .................... 102
Desenho 22: Teste de elementos gráficos e intertítulos ........................................ 103
Desenho 23: Teste de elementos gráficos para Box .............................................. 103
Desenho 24: Teste de elementos gráficos e Box ................................................... 104
Desenho 25: Teste de elementos gráficos e cores ................................................ 104
Desenho 26: Teste de elementos gráficos e cores ................................................ 105
Desenho 27: Teste de elementos gráficos e cores ................................................ 105
Desenho 28: Teste de elementos gráficos para Box .............................................. 106
Desenho 29: Teste de elementos para a capa ...................................................... 106
Desenho 30: Teste de elementos gráficos e fontes para a capa ........................... 107
10

Desenho 31: Teste de elementos gráficos e suas posições .................................. 107


Desenho 32: Teste de elementos gráficos e cores do fundo ................................. 108
Desenho 33: Teste de elementos gráficos e chamadas ........................................ 108
Desenho 34: Teste de imagens .............................................................................. 109
Desenho 35: Margens ............................................................................................ 112
Desenho 36: Módulos ............................................................................................. 113
Desenho 37: Diagramas ......................................................................................... 114
Desenho 38: Fontes para títulos e intertítulos ........................................................ 117
Desenho 39: Cores ................................................................................................. 118
Desenho 40: Normatização das cores ................................................................... 119
Desenho 41: Medidas dos elementos gráficos horizontais .................................... 120
Desenho 42: Medidas e espaço dos elementos gráficos ....................................... 120
Desenho 43: Posicionamento da tipografia no elementos gráficos ....................... 121
Desenho 44: Alinhamento e fonte dos elementos gráficos .................................... 121
Desenho 45: Fontes e tamanho dos elementos gráficos ....................................... 121
Desenho 46: Medidas do elemento gráfico ............................................................ 122
Desenho 47: Alinhamento do elemento gráfico ..................................................... 122
Desenho 48: Teste de fontes e imagens ................................................................ 123
Desenho 49: Posição dos elementos gráficos ....................................................... 124
Desenho 50: Medidas dos elementos gráficos ....................................................... 125
Desenho 51: Aplicação da capitular e Box ............................................................ 126
Desenho 52: Aplicação dos números de páginas .................................................. 127
Desenho 53: Entrelinhamento ................................................................................ 128
Desenho 54: Legenda para imagens sangradas ................................................... 130
Desenho 55: Legenda de imagens ......................................................................... 131
Desenho 56: Aplicação de imagem sangrada ........................................................ 133
Desenho 57: Legenda de imagens ......................................................................... 134
Desenho 58: Anuncio de página inteira ................................................................. 135
Desenho 59: Anuncio de meia página .................................................................... 135
Desenho 60: Anuncio de rodapé ............................................................................ 136
Desenho 61: Anuncio de lateral ............................................................................. 136
Desenho 62: Normatização dos elementos que compõe a capa ........................... 138
Desenho 63: Espaços de normatização dos elementos gráfico ............................ 139
Desenho 64: Elementos aplicados sob a tarja de proteção ................................... 139
11

Desenho 65: Sumário ............................................................................................. 140


Desenho 66: Expediente ........................................................................................ 141
Desenho 67: Sequência de montagem das folhas ................................................. 142
Desenho 68: Capa e contra capa finalizadas ......................................................... 143
Desenho 69: Página interna finalizada ................................................................... 144
12

LISTA DE IMAGENS

Imagem 01: Fotografia ............................................................................................ 54


Imagem 02: Ilustração .............................................................................................. 55
Imagem 03: Capa revista Senhor ............................................................................ 66
Imagem 04: Páginas internas da revista Senhor ...................................................... 67
Imagem 05: Página dupla da revista Senhor .......................................................... 68
Imagem 06: Página dupla da revista Senhor ........................................................... 68
Imagem 07: Página dupla da revista Senhor ........................................................... 69
Imagem 08: Capas da revista Bravo ........................................................................ 70
Imagem 09: Capas da revista Bravo ........................................................................ 71
Imagem 10: Sumário e divisão de editorias da revista Bravo .................................. 72
Imagem 11: páginas internas da revista Bravo ........................................................ 73
Imagem 12: Capa revista Ana Loide ........................................................................ 74
Imagem 13: Páginas internas da revista Ana Loide ................................................. 75
Imagem 14: Páginas da revista Flash Vip ................................................................ 76
13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................15
1.1 TEMA.......................................................................................................... 16
1.2 PROBLEMA................................................................................................ 17
1.3 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 17
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................... 17
1.5 QUESTÕES DE PESQUISA ....................................................................... 18
1.6 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 18
1.8 METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................ 19
1.9 METODOLOGIA DE DESIGN ..................................................................... 20
2 BASES DO CONHECIMENTO.......................................................................21
2.1 DESIGN ...................................................................................................... 21
2.1.1 Design Gráfico ....................................................................................... 22
2.1.1.1 Design Editorial .................................................................................... 24
2.1.1.1.1 Forma da publicação impressa ......................................................... 25
2.1.1.1.2 Margens ............................................................................................ 34
2.1.1.1.3 Diagramas ......................................................................................... 35
2.1.1.1.4 Alinhamento ...................................................................................... 39
2.1.1.1.5 Contraste ........................................................................................... 41
2.1.1.1.6 Tipografias para textos ...................................................................... 42
2.1.1.1.7 Títulos e Subtítulos ............................................................................ 44
2.1.1.1.8 Cor..................................................................................................... 47
2.1.1.1.10 Fotografia ........................................................................................ 53
2.1.1.1.12 Capas .............................................................................................. 56
3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN...................................... 58
3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN ............................................. 58
3.2 PROJETO DE DESIGN .............................................................................. 62
3.2.1.1 Programa Projetual e contrato .............................................................. 63
3.2.2 Compreensão do projeto ...................................................................... 64
3.2.2.1 Pesquisa Diacrônica e análise dos elementos gráficos ........................ 65
3.2.2.2 Pesquisa Sincrônica e análise dos elementos gráficos ........................ 70
3.2.2.3 Aspectos mercadológicos..................................................................... 77
3.2.2.4 Análise de estruturas materiais e processos produtivos:...................... 78
3.2.2.3.1 O Papel ............................................................................................. 78
3.2.2.3.2 Qualidade de papéis e suas aplicações ............................................ 81
3.2.2.3.3 Montagem e acabamento .................................................................. 84
3.2.2.3.5 Impressão .......................................................................................... 87
3.2.3 Configuração do projeto....................................................................... 90
3.2.3.1 Lista de requisitos e hierarquia dos fatores projetuais ......................... 90
3.2.3.2 Redefinição do problema...................................................................... 91
3.2.3.3 Modelação Inicial .................................................................................. 95
4 RESULTADO DO PROJETO....................................................................... 110
4.1 MODELAÇÃO FINAL E PLANEJAMENTO GRÁFICO VISUAL ................ 110
4.1.1 Normatização ....................................................................................... 142
14

4.1.2 Supervisão ........................................................................................... 145


REFERÊNCIAS............................................................................................... 147
15

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, no Brasil, a produção editorial com maior variabilidade procede


das revista. Ela une informações, educação, serviços e entretenimento e, além
disso, desperta o interesse pela leitura, por explorar um maior apelo visual. Isso se
dá porque trabalha textos, imagens e fotos atrativas com criatividade. Essa produção
ganhou maior destaque no mercado pela possibilidade de atender a segmentações
de mercado e de publicidade.
Esta pesquisa tem como tema o Design Editorial. Serão abordados aspectos
como: forma, mancha Gráfica, margens, diagramas, alinhamento, tipografias,
imagens, fotografia, ilustrações, capas e tipos de impressão. Por sua vez, estes
elementos auxiliarão no desenvolvimento do planejamento gráfico da revista Etc.
Além da Informação, apresentamos um planejamento gráfico visual inovador,
buscando-se qualidade através do Design Editorial de forma positiva, não
priorizando a produção do óbvio.
O design editorial agrega grande importância em veículos de mídia impressa,
estabelece critérios em um projeto gráfico, como estilo, estrutura, temática e forma,
os quais contribuem para melhorar a qualidade de mídias impressas. A adição
desses elementos também enriquece o projeto, facilita sua leitura e compreensão.
De acordo com Ferlauto e Jahn (2001, p.40), o design editorial constitui um meio de
representações de idéias, conteúdos e sentimentos. Tal meio, no entanto, não é
neutro ou indiferente aos conteúdos que apresenta, mas é coerente e solidário com
esses e com o contexto histórico no qual se manifesta.
Para o presente projeto, trabalhou-se com a metodologia de pesquisa
bibliográfica aplicada, do tipo exploratória, a qual pertence à natureza de projetos de
Design Gráfico, que busca a aplicação prática. A Pesquisa Bibliográfica é elaborada
a partir de material já publicado, como livros, artigos de periódicos e materiais
disponibilizados na Internet.
Para abordagem do problema será utilizado a Pesquisa Qualitativa. A
interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo
dessa pesquisa. Ela não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. É
descritiva e prioriza o aprofundamento. Em geral, envolve o uso de entrevistas,
observações.
16

Também utilizar-se-á o Estudo de caso, que envolve o estudo profundo e


exaustivo de um ou mais objetos e permite o seu amplo e detalhado conhecimento.
Tem o objetivo de reunir dados que descrevem uma fase ou a totalidade do
processo social de uma unidade. É permeado pela coleta de dados, que consiste na
sistemática que estabelece planejamento prévio quanto aos aspectos da realidade
que serão observados no processo.
A metodologia de design é a Metodologia Projetual para produtos gráficos,
impresso de Volnei Antônio Matté Se trata de uma metodologia especifica para
produtos gráficos impressos, na qual a proposta destina-se a produtos de média
complexidade, também à informação e ao suporte, não tendo, assim, a necessidade
de adaptações ao projeto, pois corresponde às devidas necessidade do mesmo com
competência
Este projeto de pesquisa divide-se em diversos temas. No capítulo 2, as
Bases do Conhecimento, constam as referências teóricas que embasam a prática.
No capitulo 3, encontra-se o Desenvolvimento do Projeto de Design. No capitulo 4,
o Resultado do Projeto.

1.1 TEMA

Esta pesquisa tem como tema, o Design Editorial, a partir do qual serão
abordados aspectos como famílias tipográficas, malha gráfica, técnicas de
comunicação visual, devidamente contextualizadas na produção de revistas. A
definição dos elementos de um projeto gráfico como cor, contraste, repetição,
alinhamento, proximidade, suportes possíveis, materiais e métodos de pré-
impressão e impressão disponíveis.
Por sua vez, estes elementos auxiliaram no desenvolvimento do projeto
gráfico editorial da revista Etc Além da Informação, que é uma publicação do Jornal
O Guarany Ltda, da cidade de Xaxim, assim como apresentar um planejamento
gráfico visual inovador, buscando-se qualidade através do Design Editorial de forma
positiva, não priorizando a produção do óbvio.
17

1.2 PROBLEMA

Desenvolver o projeto gráfico editorial da Revista Etc Além da Informação


para o jornal Guarany, tendo por objetivo estabelecer uma melhor comunicação
entre veículo e eleitor. As ferramentas utilizadas proporcionarão melhor acordo
gráfico visual, bem como melhorarão os aspectos mercadológico do veículo
impresso, estreitando o elo com o público consumidor e anunciantes.

1.3 OBJETIVO GERAL

Desenvolver o projeto gráfico da revista Etc Além da Informação de


periodicidade mensal, editada sob os preceitos da cultura regional, voltada a um
público segmentado, avaliando elementos da comunicação visual, as
especificidades do Design Editorial, o projeto gráfico a sua aplicação, além de
técnicas de processo de impressão.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Conceituar Design Gráfico e ferramentas de comunicação que contribuam na


diagramação da revista;
 Pesquisar sobre design editorial e métodos para o desenvolvimento deste
projeto;
 Pesquisar e conhecer o público-alvo da revista Etc Além da Informação;
 Avaliar as famílias tipográficas utilizadas neste tipo de projeto;
 Investigas as principais tecnologias envolvidas em projetos gráficos editorias em
revistas;
 Elaborar o Planejamento Gráfico visual da revista Etc Além da Informação.
18

1.5 QUESTÕES DE PESQUISA

 Como apresentar um planejamento gráfico visual adequado à cultura regional


da cidade de Xaxim, utilizando-se das ferramentas do design gráfico e das novas
tecnologias?
 Quais as técnicas do processo criativo aplicadas ao design editorial?
 Quais são os materiais e suportes mais utilizados em revistas?
 Que processos de impressão e pré-impressão existem hoje para os materiais
que serão utilizados?
 Qual a importância de um design editorial adequado à comunicação entre
veículo e o leitor?
 Quais as contribuições do design editorial para o meio da comunicação de
mídias impressas?

1.6 JUSTIFICATIVA

O design editorial agrega grande importância em veículos de mídia impressa,


estabelece critérios em um projeto gráfico, como estilo, estrutura, temática e forma,
os quais contribuem para melhorar a qualidade de mídias impressas. A adição
desses elementos também enriquece o projeto, facilita sua leitura e compreensão.
De acordo com Ferlauto e Jahn (2001, p.40), o design editorial constitui um meio de
representações de idéias, conteúdos e sentimentos. Tal meio, no entanto, não é
neutro ou indiferente aos conteúdos que apresenta, mas é coerente e solidário com
esses e com o contexto histórico no qual se manifesta.
As inovações de tecnologias na área gráfica geram um aumento constante na
demanda de impressos, assim como a necessidade de se ter maior qualidade e
velocidade de impressão. Os clientes exigentes também buscam serviços de
qualidade e a garantia de sucesso de seu produto. Para atender às necessidades da
demanda de mercado, é necessário buscar elementos da comunicação visual, as
especificidades de Design de revistas e utilizar-se das técnicas do processo
19

aplicados ao design, assim como também do projeto gráfico para desenvolver um


planejamento gráfico visual que proponha um contrato visual com o leitor.
O design de revistas é uma publicação periódica, que pode ser de cunho
informativo, jornalístico ou de entretenimento. Segundo Ferlauto e Jahn (2001, p.65),
o design é uma das diretrizes da criação; outra é o repertorio cultural do designer. O
design engloba fatores como a mancha gráfica, família tipográfica, fotografia, cores
formas e características táteis dos papéis e acabamentos que são decisivos para a
comunicação com o leitor.
Pretende-se abordar estes elementos, a fim de desenvolver um planejamento
gráfico visual da revista Etc Além da Informação, para uma melhor comunicação
entre veiculo e leitor.

1.8 METODOLOGIA DE PESQUISA

No presente projeto, trabalhou-se com a metodologia de pesquisa


bibliográfica aplicada do tipo exploratória, a qual pertence à natureza de projetos de
Design Gráfico, que busca a aplicação prática. A Pesquisa Bibliográfica é elaborada
a partir de material já publicado, como livros, artigos de periódicos e materiais
disponibilizados na Internet.
Com o auxílio da pesquisa, é possível ter um embasamento teórico e prático
para a elaboração do projeto.
Para abordagem do problema, será utilizada a Pesquisa Qualitativa, a qual
não usa números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são
básicas no processo de pesquisa. Ela não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas. É descritiva e prioriza o aprofundamento. Em geral, envolve o uso de
entrevistas, observações.
Para realizar a análise dos dados serão utilizados os seguintes
procedimentos:

 Pesquisa Documental: partir de materiais que não receberam tratamento


analítico, como arquivos de órgãos públicos e instituições privadas;
20

 Estudo de caso: envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou mais


objetos. Permite o seu amplo e detalhado conhecimento com o objetivo de reunir
dados que descrevem uma fase ou a totalidade do processo social de uma unidade;
 Coleta de dados: as técnicas tradicionais de coleta de dados consistem na
sistemática que estabelece planejamento prévio quanto aos aspectos da realidade
que será observada no processo.

1.9 METODOLOGIA DE DESIGN

Optou-se por utilizar, nesse projeto, a Metodologia Projetual para produtos


gráficos impresso de Volnei Antônio Matté1. Acredita-se que a mesma seja a mais
adequada ao projeto por se tratar de uma metodologia especifica para produtos
gráficos impressos, já que a proposta destina-se a produtos de média complexidade,
também a informação e suporte, não tendo assim a necessidade de adaptações ao
projeto, pois corresponde às devidas necessidade do mesmo com competência.
Porém, Matté cita que esta metodologia é um auxilio ao projeto, não garantindo o
sucesso; somente se chegará ao produto final com o respectivo sucesso, se houver
a combinação das capacidades mentais, habilidades psicomotoras e uma devida
dedicação ao projeto.

1
Possui graduação em Desenho Industrial pela Universidade Federal de Santa Maria (1998) e
mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria (2002). Doutorando
em Engenharia e Gestão do Conhecimento, na área de Mídia e Conhecimento. Atualmente é
professor do Curso de Desenho Industrial da Universidade Federal de Santa Maria.
21

2 BASES DO CONHECIMENTO

2.1 DESIGN

“A palavra “design” se origina do latim. O verbo “designare” é traduzido


literalmente como determinar, mas significa mais ou menos: demonstrar de cima. O
que é determinado está fixo” (BURDEK, 2006 p. 13, grifo do autor).
O design refere-se diretamente ao advento da industrialização, pois foi com
ela que surgiu a produção em massa, e então a necessidade de produção em
grande escala. Dessa forma, o Design tem o objetivo de tornar a vida das pessoas
mais fácil, proporcionando conforto e determinando estratégias que passam a
diferenciar a produção eventual dos objetos. Além disso, procura efetuar o que diz
respeito à persuasão necessária para levar o consumidor à compra, projetando
produtos que satisfaçam a necessidade humana.
O design utiliza-se do saber e da multidisciplinaridade, é propulsor de novas
ideias e está intimamente ligado à criatividade, é por isso que age como elemento
diferenciador no processo produtivo e no mercado consumidor. O design não é
ciência, nem arte e nem artesanato, também não possui estrutura multidisciplinar,
não é uma técnica de venda.

Design é uma linguagem. Uma linguagem nova que, assim como a do


cinema e a fotografia, surgiu com a indústria e a revolução por ela
acarretada e que, como ambas, pressupõem a multiplicação de um
original através da reprodução de matrizes. (ESCOREL, 2003 p.64)

Assim como toda a linguagem, o design possui duas possibilidades de


articulação uma no sentido horizontal e outra no sentido vertical. No sentido
horizontal, funciona como relações combinatórias que determinam os aspectos
formais do produto. E no sentido vertical, determina as relações associativas, dos
aspectos simbólicos. A linguagem de design se exprime através do projeto, que
22

serve para juntar informações que auxiliaram na fabricação em grande escala, por
meio de tecnologias industriais.
Quando um produto se destaca no mercado em meio a muitas ofertas,
destaca além de suas qualidades intrínsecas, possui uma imagem forte, a partir da
qual é possível identificar as expectativas, os desejos do público ao qual foi
desenvolvido, esse produto, sem dúvida, foi desenvolvido por um designer. Este
profissional é responsável pelo projeto e também pela identidade visual, além de
definir os dados físicos e também os significados que destacaram o produto no
mercado.

E, ao determinar materiais, tecnologias de fabricação, formas, cores,


encaixes, volumes, texturas, detalhes visuais e ergonômicos, o designer
estará articulando os elementos indispensáveis à construção de imagem
dos produtos propondo os rumos de sua trajetória. (ESCOREL 2004 p.59).

O produto precisa adequar-se a estas questões de estrutura física e simbólica


ainda na criação, para que tenha uma boa marca e ao mesmo tempo boa aceitação
no mercado e diferenciação em meio à competitividade gerada pela industrialização.

2.1.1 Design Gráfico

“O design gráfico é necessariamente uma prática comunicativa que denota


sofisticação do universo comunicacional no qual se insere” (VILLAS-BOAS, 2000,
p.30). Esta sofisticação diz respeito ao desdobramento histórico que se refere à
necessidade da busca de símbolos que representem o objetivo do projeto, quando
da prática comunicativa.

O design gráfico é uma atividade que envolve o social, a técnica e também


significações. Consistem em um processo de articulação de signos visuais
que tem como objetivo produzir uma mensagem levando em conta seus
aspectos informativos, estéticos e persuasivos (DOBLIN, 1980 apud
GRUSZYNSKI, 2000, p 17).
23

O Design Gráfico, mesmo simbolicamente, está diretamente ligado ao


estabelecimento do valor de troca, no qual, tanto os objetos de design gráfico,
quanto àqueles que buscam persuadir a compra pelo usuário, ou os que causam o
sentimento de poder pela sua obtenção, e os promocionais necessitam inserir-se no
universo comunicacional do público ao qual se refere.
Para Villa-Boas (2004), a função do Design Gráfico é necessariamente
transcrever a mensagem a ser traduzida. Seu surgimento está intimamente ligado a
sua função, surgiu a partir da industrialização e do aparecimento da sociedade de
massa. Sua produção caracteriza-se a partir da fabricação em série, produção
mecânica e elemento Projetual, os quais determinam seu resultado estético.
Design Gráfico é uma atividade profissional, também uma área de
conhecimento, com o objetivo de elaboração de projetos para reprodução por meios
gráficos, como peças comunicativas (cartazes, páginas de revistas, capas de livros,
também folhetos e produtos fonográficos).

O design gráfico sempre esteve associado à produção da escrita, como


planejamento da disposição de marcas e espaços desta. Era um serviço
intrínseco à impressão, geralmente executado como parte integrante dos
serviços dos impressores e com o objetivo de tornar mais agradáveis
visualmente as peças gráficas por eles produzidas. Nos anos 1930,
caracterizou-se tanto como um modo de ordenar informações complexas
como de associar um estilo a produtos comerciais. Em torno dos anos 1950,
a profissão encaminha-se para o que é atualmente, fundada no propósito de
dar forma gráfica a idéias e produtos nos vários gêneros mídia impressa.
(DOBLIN, 1980 apud GRUSZYNSKI, 2000, p 12).

Um projeto de design gráfico consiste num todo que é formado tanto por um
texto diagramado e por elementos tipográficos de maior destaque quanto por
ilustrações, fotos, elementos acessórios como fios etc. Dessa forma, Villas-Boas
(2004) complementa que o design gráfico é formado por um conjunto de elementos
visuais textuais e não textuais, da relação entre os dois. Em um projeto gráfico, os
componentes tipográficos exercem a mesma importância visual como, por exemplo,
de uma ilustração ou fotografia. No entanto, não inclui nenhuma delas isoladamente,
identifica-se, justamente, pela combinação de todos estes elementos, que têm como
fim comunicar uma mensagem ou vender um produto através dos elementos
textuais ou não textuais.
24

2.1.1.1 Design Editorial

O Design Editorial é uma especialização do Design Gráfico que está


intimamente ligada ao jornalismo. Abrange a produção impressa e digital e refere-se
ao projeto visual e funcional de um produto. Conforme Ferlauto e Janh (2001), o
Design Editorial é responsável por gerar desempenho, qualidade, durabilidade e
aparência ao produto, cativando o seu uso através da estética, aplicando conceitos e
usabilidade a sua forma por meio de representações de idéias, conteúdos e
sentimentos, que são apresentados conforme o contexto histórico no qual se
manifestam as formas visuais e os repertórios de linguagens.
Para o desenvolvimento de um projeto gráfico, exige-se planejamento,
pesquisa, criatividade e técnicas para que o resultado seja positivo e eficiente em
usabilidade, desempenho e que a comunicação identifique o público segmentado.
De acordo com William (2005), a manipulação de softwares não é suficiente para a
construção de um projeto gráfico, é necessário que, além de conhecimentos
conceituais, busque-se trabalhar com pregnância da forma e princípios do Design
como proximidade, alinhamento, repetição, contraste.
Essas ferramentas possibilitam ao Designer Gráfico não apenas maior
estética nos trabalhos, mas também explorar ideias, utilizar cores, elementos
gráficos e múltiplas imagens. No planejamento gráfico de uma revista, o design
gráfico atua como mediador entre a legibilidade e a identificação do produto. Dessa
forma, de acordo com Escorel (2004, p.48).

O designer que pretende ser um bom projetista de livros deverá exercitar


com afinco a imaginação além de demonstrar a segurança técnica
necessária para dar conta de uma certa aridez, presente em qualquer obra
em que o texto seja o dado predominante. Só assim chegará a conciliar as
duas condições essenciais à dinâmica da expressão, em design gráfico: a
disciplina que conduz á nitidez precisa do traçado, com a audácia, que
encaminha para os terrenos incertos da invenção.

Faggiani apresenta ainda que, para a diagramação de uma publicação, é


necessário utilizar vários elementos gráficos como:
25

Medidas, (geralmente em “paicas” e “pontos”, onde 1 paica corresponde a


12 pontos); posição e distribuição na página; espaço demarcado para
impressão (mancha gráfica); corpo de texto ( conteúdo principal da
publicação ); títulos (divididos em subtítulos, antetítulos, intertítulos ou
quebras e olhos – utilizado no meio do texto para destacar partes ou
substituir quebras,utilizado em entrevistas , por exemplo) fotos (devem vir
com legendas e crédito do fotografo ou autor); arte (ilustração; infográficos –
mapas, gráficos estatísticos, seqüenciais, e esquemas visuais; ou charges
desenhos geralmente satíricos); vinhetas (mini-títulos que indicam tema ou
assunto de destaque); boxes ou caixas (espaço com texto explicativo ou
tema referente a matéria principal); cabeçalho e rodapé (marcam topo e
base da página); colunagem (colunas verticais para encaixe dos
elementos); cor; espaçamento (estrelinhamento entre colunas, texto e entre
cada elemento gráfico), tipologia (fontes tipográficas ou tipo de letras
usadas), entre outros. (FAGGIANI, 2000, p.89, grifo do autor).

Todos esses elementos são indispensáveis para o desenvolvimento de um


projeto gráfico, que visa à perfeita comunicação entre veículo e leitor. A principal
questão a ser enfrentada quando o assunto é design editorial é a legibilidade e a
organização, que devem ser conciliados às da identificação gráfica. A função do
Design Editorial é aplicada na distribuição dos elementos gráficos no espaço limitado
da página, pode também incluir outras fases, como a criação de infográficos e o
acompanhamento da impressão final.

2.1.1.1.1 Forma da publicação impressa

Quando falamos da forma da publicação, falamos de como a página é


percebida pelo leitor quanto à disposição dos elementos gráficos na página
impressa, no jornal ou revista. Por exemplo, o tamanho de uma página influência
nos números de takes realizados por uma pessoa No momento em que olham para
uma página de revista ou jornal, os takes referem-se à quantidade de olhadas do
leitor ao impresso.
Ao se referir ao take, White (2006, p.4) afirma que “a revista aberta pode ser
absorvida em um só take, porque nossa visão periférica abrange a coisa toda a uma
distância normal de visualização”. Isso é possível devido à proximidade com a qual é
segurada e também pela escala das coisas colocadas na página. Dessa forma, o
26

tamanho ou corte diferencia do monitor ou do papel, tornam-se miniaturas ao serem


comparados.
A capa exerce grande importância em livros e revistas, pois é através da capa
que se desperta a atenção do leitor, fazendo com que o mesmo consulte o sumário,
vire as páginas até encontrar a matéria que o interesse. Também outros elementos
podem despertar a atenção, quando a revista é folheada rapidamente.
Segundo White (2006, p.4), “a página isolada não é uma unidade em si [...].
Ela é enviada ao receptor como uma simples metade da forma dominante do
produto – uma página dupla aberta”. É aconselhável ter cuidado com a página dupla,
pois ela não é plana, é dividida em duas partes e é feita de papel, um material
dobrável e curvo, também fino e frágil, Por isso, são necessários maiores cuidados.
O processo físico de manipular páginas de papel está combinado com as reações
daquilo que é percebido (WHITE, 2006). A revista é presa pela lombada, isso faz
com que a metade interna fique escondida, e faz com que o leitor decida abri-la e
ver a dupla aberta, é o que ele vê na metade externa, quando folheia a revista.
Porém, é na metade externa da página que deve ser colocado o melhor trunfo, pois
chamará a atenção das pessoas que dão uma rápida olhada. Como o desenho a
baixo demonstra:

Desenho 1: Representação gráfica das áreas mais valorizadas e menos valorizadas


da página.
Fonte: Adaptado de White (2006)
27

De acordo com White (2006), é ai que as imagens mais fascinantes e as


palavras mais provocativas devem estar, pois são nesses locais que serão vistas.
Nunca esconda suas manchetes na dobra. As áreas mais valorizadas da página
dupla são o canto superior esquerdo e o canto superior direito, pois são áreas para
as quais as pessoas mais olham. E a parte menos importante de uma dupla é o
rodapé da página, perto da dobra.

Os leitores concentram-se na parte superior das páginas quando estão


examinando uma revista ou newsletter. Ao folhearem as páginas, fixam o
olhar na parte de cima e movem a cabeça de um lado para o outro, porque
é mais rápido, mais fácil e dá menos trabalho para o pescoço do que de
cima para baixo. É por essa razão que a disposição lógica é horizontal em
vez de vertical. (WHITE 2006, p. 50)

O menu de opções deve ser apresentado horizontalmente ao longo do alto da


página, dessa forma é possível orientar melhor quem consulta a decidir o que
realmente vai ler. Conforme White (2006, p. 6), “as páginas esquerdas devem ser
dispostas de modo diferente das direitas, para aproveitar ao máximo as áreas que
potencialmente captam mais a atenção dos olhos”.
As páginas direitas são mais preferidas pelos anunciantes. Isto se justifica
porque, quando a revista é segurada e folheada, a concentração maior se dá nas
páginas direitas. A página direita é segurada com firmeza, já as esquerdas se
movem e dobram, por isso sobram, pela preferência das direitas pelos anunciantes,
e acabam tornando-se ideais para espaço editorial. Podemos exibir o que temos de
melhor na extrema esquerda, onde as primeiras letras de nossas manchetes e as
fotos irresistíveis poderão chamar a atenção dos leitores.

O posicionamento rítmico cria expectativa e acumula força. Á medida que


nossas páginas estiverem todas na direita ou todas na esquerda, a
“mesmice” superará a preferência pelo fato de serem esquerdas ou direitas.
Se permitimos que a localização dos anúncios dite o posicionamento e isso
resultar numa distribuição arbitrária, a publicação ficará enfraquecida
porque o ritmo terá sido perturbado. (WHITE, 2006, p.7)

Deve-se trabalhar a matéria de cima para baixo e não ao contrário, pois


quando o leitor tem de saltar da parte final do livro, quebra a concentração e
28

interrompe o pensamento. Conforme White (2006, p.7), “o alto da página precisa ser
controlado porque se torna parte de uma corrente visual. [...] controle o alto das
páginas e deixe a parte de baixo cair onde for”. O desenho abaixo demonstra o
desenho lógico da área de ocupação:

Desenho 2 : Posicionamento rítmico


Fonte: Adaptado de White (2006)

Uma página individual é lida a partir do canto esquerdo e varre-a com o olhar
na diagonal descendo, desde que nada interfira na atenção do leitor. O fundo neutro
deve ser bem aproveitado com o posicionamento de elementos. Abaixo, há um
exemplo proposto por White (2006, p.8) de como a linha de tipos afeta o espaço da
página.
De acordo com White (2006, p.8), o modo de organizar elementos no espaço
afeta a reação do leitor quando ele examina a página. Muitas vezes, criamos
barreiras artificiais ao em vez de controlarmos o espaço para estimular o fluxo de
apreciação à leitura. A melhor maneira de corrigir essas barreiras é simplificar, juntar
29

o texto e alinhar o alto das colunas, os leitores irão para onde esperamos que eles
vão. Então, primeiro, deve-se checar as fotos e depois passar para a leitura.

Desenho 3: Modo de Organizar Elementos no Espaço


Fonte: Adaptado de White (2006)
30

A correria do dia-a-dia faz com que as pessoas tenham menos tempo, já que
vivem apressadas. Com pouco tempo disponível, acabam não prestando atenção a
produtos impressos. Sendo assim, pensam em custo benefício, pelo tempo que será
investido e qual beneficio o trará. Folheiam as páginas a procura de algo
interessante, se algo lhe chamar a atenção poderão começar a ler, todavia são
poucos os que começam do início, pois, muitas vezes, são atraídas por algo em
outro lugar que podem convencê-las.
De acordo com White (2006, p.9), “devemos editar e desenhar em duas
pistas”:

1. A pista rápida, em que mostramos o valor da mensagem revelando


seus trechos significativos ao primeiro olhar.
2. A pista lenta, em que nos aprofundamos. Ninguém se dispõe a ler
tudo. Deixar óbvio que se pode saltar implica que é permitido não ler, o que
é psicologicamente confortador. De qualquer modo, os leitores terão
apreendido o “geral” das idéias a partir da pista rápida que acabaram de
olhar. (WHITE, 2006, p.9, grifo do autor).

Para evitar que as matérias não sejam lidas, é aconselhável que seja feito o
uso da edição. Muitas vezes, há trechos em revistas que parecem irrelevantes e
pouco envolventes, ou quando é apenas parcialmente interessante ou parecem
longos demais, quando isso acontece, o leitor não lê a matéria.

É por isso que temos de usar todos os truques psicológicos, intelectuais e


visuais (ou seja, edição) para fazer as pessoas reagirem da primeira vez
que vêem a matéria. Esta deve ser irresistível a ponto de as pessoas
acharem que vão perder alguma coisa se não lerem agora. (WHITE, 2006,
p.10 grifo do autor).

Segundo White (2006, p.10), o uso de estratégia psicológica refere-se à


indução: “Hábito – com o que as pessoas estão acostumadas? Expectativas – o que
é normal ou anormal? Curiosidade - o que irá impactá-las ou deixá-las fascinadas”.
Para que isso ocorra, é necessário utilizar elementos como ganchos, anzóis, iscas,
ciladas, vitrines, já que tornam a publicação magnética e induzem as pessoas a ela.
Esses são elementos necessários para atrair e persuadir quem as folheia.
31

Outros recursos necessários à publicação referem-se a exploração a


exposição. Por serem responsáveis pela chamada de atenção e pela promoção de
vendo, o titulo deveria ser escrito primeiro. Todavia, o que realmente acontece, é
que este elemento, juntamente com o olho e a legenda, acabam sendo escritos por
último. A conseqüência disso é a má formulação de uma ideia, já que a o
entusiasmo pela matéria já acabou. Por isso, devem ser escritos primeiro os títulos e
olhos, pois forçam quem escreve a imaginar porque a matéria vale a pena ser
publicada.

O título é obviamente o elemento de vitrine mais importante. Para aumentar


a sua eficácia, o título deve ter:
1 Um verbo de ação. Isso força quem escreve a pensar em termos de ação
e resultados.
2 Incluir palavras mágicas VOCÊ em algum lugar, de alguma forma, falada
ou implícita. Isso força quem escreve a moldar a matéria ao leitor. (WHITE,
2006, p.11 grifo do autor).

Os títulos que não chamam a atenção acontecem porque não pensamos, não
importa se incluem belos jogos de palavras ou se são ágeis e inteligentes. Se a
matéria não chamar a atenção do leitor, não vai ser lida.
As páginas de revistas, livros, newsletters e outros impressos são produtos
gráficos e não anúncios, mesmo assim são tratados com se realmente o fossem, e
dessa forma, as páginas têm sido bem sucedidas desde que os anúncios foram
inventados. O observador é atraído por uma seqüência lógica 1, 2, 3, 4, como
demonstra o desenho abaixo:
32

Desenho 4: Seqüência lógica


Fonte: Adaptado de White (2006)

De acordo com White (2006, p.12), “as imagens envolvem o observador por
meio da emoção e da curiosidade”. Devem ser manipuladas para que produzam a
compreensão à primeira vista e só podem ser exageradas quando esclarecerem o
significado. O uso de gráficos e tabelas pode ser feito para substituir longas
descrições, tornando uma explanação visual rápida. As palavras, quando
transformadas em imagens, ajudam a destacar a edição.
As imagens devem ser colocadas acima do título, pois, desse modo, trazem o
leitor para dentro do texto. Quanto ao titulo, deve ser colocado embaixo da imagem
como a legenda, contando ao leitor do que trata a imagem, assim ele entrará no
texto de maneira mais irresistível. Uma foto sempre deve conter a legenda. Dessa
maneira, deve-se evitar juntar as legendas, já que a página fica mais limpa quando a
legenda é proposta dessa forma.
33

Toda página deve ter uma porta de entrada receptiva, que seja dominante a
ponto de não poder passar despercebida. Pode ser qualquer coisa-verbal,
pictórica, diagramática-, mas tem de identificar, para os folheadores de
página ainda não envolvidos, de que assunto o espaço trata e por que eles
devem querer saber mais a respeito disso. (WHITE, 2006, p.13).

Os blocos de elementos curtos atraem mais do que os longos, os trechos


curtos roubam menos tempo dos leitores, por isso são os preferidos. White (2006,
p.13) coloca que “barras laterais fragmentam material de apoio em matérias
subsidiárias. Defina cada boxe com seu próprio título e acrescente suas próprias
fotos [...]. Um boxe subsidiário conta onde aconteceu, e o outro quando”.
Mas, é a partir do título, do olho e dos subtítulos, que deve ser captado o
essencial da matéria quando a revista é folheada. Os subtítulos têm de definir as
partes do texto então, é importante torná-los mais visíveis, mais longos e
informativos.
Os assinantes adquirem publicações não por serem objetos, mas porque
precisam de informações (claras e rápidas) que elas contêm. Os leitores querem
facilidades para acessá-las sem esforços. É nessas questões que entra o espaço.
De acordo com White (2006, p.15), “o espaço é uma matéria-prima pronta para ser
usada de maneira ativa e com imaginação”. O espaço não é estático; ele percorre
da esquerda para a direita e depois para a página seguinte, fazendo com que o leitor
olhe de um lado para o outro do papel; é o verbal e o visual quando trabalham em
harmonia.
As páginas não são unidades individuais isoladas, cada uma é meramente a
metade de outra, unidas pela dobra. Sempre achamos que a verticalidade é normal,
pois a maioria das páginas é vertical.

O formato da página pode – e às vezes – deve – influenciar o modo pelo


qual o material é colocado nela, o que irá persuadir o leitor a girar a página
de lado. Uma característica potencialmente útil, raramente usada porque se
acredita que girar a página pode ser uma chateação. Fica então reservada
para problemas funcionais, como fotos de arranha céus ou tabelas que são
largas demais para caber na página vertical, então a giramos de lado
(WHITE, 2006, p.23).
34

As primeiras coisas as quais pensamos, são a tipologia, fotos, cores, e


disposições de páginas para causar uma agradável vista. Mas, não podemos nos
esquecer do fundo sobre o qual será impresso o produto. Para produzir uma
comunicação impressa excelente, o papel deve ser usado como participante ativo no
processo de comunicação. O papel possui o espaço onde a matéria impressa é
disposta, portanto, é vital que se leve em conta o espaço como também o suporte, o
papel ao planejar, editar e desenhar a impressão.
É dessa forma que se comunicam palavras impressas. Depois de
transformadas em tipos, as palavras devem ser agrupadas em espaços disponíveis,
organizadas em páginas. De acordo White (2006, p.24), “as palavras, as tipologias
ou fontes, o espaço, tudo é parte integrante da comunicação. Elas são o aspecto
físico, visual da escrita e da edição. Nenhum deles existe isoladamente”.
O ideal é que se leve em conta os hábitos do público e também suas
expectativas, dessa forma ajuda o leitor na interpretação. É na primeira vista que o
valor e o conceito de utilidade são comunicados.
Quando a leitura é iniciada pelo leitor, então é a informação que assume o
comando. O primeiro desafio é fazer o leitor compreender o quanto será bem
atendido, aí a fascinação pela leitura acontece e a peça fala por si mesma. É dessa
forma que o espaço é percebido, quando é bem utilizado, agregando valor a peça.
Quanto ao espaço, quando usado estrategicamente, transfere as ideias da página
para a mente do leitor, porque as esclarece e aumenta seu impacto.

2.1.1.1.2 Margens

As margens são molduras criadas conforme as páginas de uma publicação.


São folheadas e varridas com o olhar e possuem uma regularidade controlada,
consistente Contrasta com os anúncios cujos perímetros costumam ser mais
irregulares.
O padrão mínimo da largura de uma margem para garantir que nada
importante seja cortado fora após a publicação estar encadernada, é meia polegada.
As larguras das margens internas são afetadas pelo processo de encadernação. Por
isso, é necessário ter alguns cuidados, como por exemplo com a tipologia, para que
35

não fique escondida na dobra em publicações maiores, deixando a margem interna


maior que a normal. White (2006) coloca que em uma publicação de lombada
grampeada e de lombada quadrada pode ter margens internas mais estreitas, mas
as de espiral na lateral precisam quase do mesmo espaço que as de três furos ou de
encadernação mecânica.
Para eliminar o efeito de padrão que a moldura torna, basta aumentar o
sangramento na página. Na mente do leitor, o sangramento aumenta a página e
chama a atenção. Mas o sangramento deve ser utilizado apenas para situações em
que essa expansão realmente faça sentido.
Quando for necessário baixar a margem superior, isso deve ser feito, pois
quanto mais o texto sobe na página, mais esta parece opressiva e agressiva.
Quando a margem superior está afundada, o produto editorial transparece uma
sensação mais leve e relaxada.
Para fazer anotações nos livros, deve se deixar um espaço aberto, uma faixa
extralarga, para material acessório, como o boneco do autor, bibliografia, linhas
marginais, notas, referências cruzadas, mapas e outros. É possível criar um
contraste entre o alto das clonas alinhado e o pé desalinhado. White (2006) coloca
que, quando os altos das colunas estão bem alinhados, os pés escalonados ganham
vitalidade. As diferenças de comprimento das colunas devem ser grandes o
suficiente para mostrar que se teve esta intenção.

2.1.1.1.3 Diagramas

Os diagramas são estruturas flexíveis que definem sistemas para a


disposição de conteúdo em uma página, tela ou ambientes construídos, o qual é
responsável pelo controle do conteúdo na página. Os diagramas dividem o espaço
ou o tempo em unidades regulares. Eles podem ser simples ou complexos,
específicos ou genéricos, rigidamente definidos ou livremente interpretados.
36

Os diagramas pertencem á infra-estrutura da tipografia – da modularidade


concreta da prensa tipográfica às onipresentes réguas, guias e sistemas de
coordenadas dos aplicativos. Embora os programas produzam curvas e
tons suaves e contínuos, toda imagem ou marca digital é constituída, em
última instancia, a partir de um diagrama de blocos judicialmente unidos. A
inescapável linguagem da interface gráfica, por sua vez, cria um espaço
modulado no qual várias janelas são empilhadas desordenadamente
(LUPTON, 2006, p.113).

Os diagramas evoluíram ao longo de séculos de desenvolvimento tipográfico


e se tornaram ferramentas inevitavelmente presentes em projetos de design. De
acordo com Escorel (2004, p.48), “o diagrama de um livro deve atender a todas as
variantes exigidas, de um lado, pelas características do texto, de outro, pelas
características da edição”.
O sistema de escrita alfabética é organizado a partir de linhas e de
caracteres, no qual as letras são dispostas em blocos próprios, unidos em
retângulos ordenados, protegidos em caixas diagramadas, compondo as páginas.
Os formatos clássicos de páginas de uma coluna, e os vários layouts alternativos
que existiram durante os primeiros séculos da imprensa, o diagrama de duas
colunas da Bíblia de Gutenberg, e os layouts mais elaborados derivados dos
escribas medievais possibilitaram a existência de múltiplos fluxos de textos e o
poder da página modular.

O filósofo Jacques Derrida descreveu a moldura na arte ocidental como


uma forma aparentemente desvinculada da obra, mas necessária para
marcar sua diferença da vida cotidiana. Molduras ou pedestais elevam a
obra, removendo-a do domínio do ordinário. A obra, portanto, depende
delas para obter seu status e visibilidade. (LUPTON, 2006, p.115).

Artistas e designers questionavam-se, no século XIX, a respeito da função da


moldura, possibilitaram a liberdade do diagrama tornando o uma ferramenta flexível,
crítica e sistemática. Durante a II Guerra Mundial, os designers Gráficos suíços
definiam a idéia de uma nova tipografia para criar uma metodologia de Design total.
Foi nessa época que o termo Grid foi associado a layouts de páginas. Max Bill, Karl
Gerstner, Josef Müller-Brockmann, Emil Ruder e outros foram os praticantes e
teóricos do novo racionalismo.
37

De acordo com Lupton (2006), os racionalistas suíços buscavam um espaço


arquitetônico contínuo, então, se um livro tradicional continha legendas, comentários
e fólios em uma margem protetora, o digrama racionalista dividia a página em várias
colunas, mas todas com o mesmo peso em relação ao todo e, se fosse necessário,
as figuras eram recortadas para serem ajustadas aos seus módulos, dessa forma
produziam formas e proporções incomuns. A partir disso, o design suíço ganhou
simpatizantes pelo mundo todo.
Um elemento muito importante, quando o assunto é diagramas, é a seção
áurea que foi usada pela arte e arquitetura ocidental por mais de dois mil anos.
A fórmula da seção áurea é: a: b=b: (a+b) e funciona da seguinte maneira.
Em um conjunto de dois elementos, o menor deles relaciona-se com o maior que,
por sua vez, relaciona-se com a junção dos dois lados, como mostra o desenho
abaixo:

Desenho 5: Seção Áurea


Fonte: Adaptado de White (2006)

Com a seção áurea é possível criar vários diagramas e formatos de páginas.


Muitos designers acreditam que a seção áurea vale tanto quanto outros métodos
utilizados para formar formatos e proporções como tamanhos industriais
padronizados de papel, dividir superfícies em metades e ou quadrados.
Quando abrimos um documento no QuarkXPress ou no Adobe InDesign, que
são softwares mais indicados para se trabalhar com diagramação, automaticamente
38

eles solicitam a criação de um diagrama. Esses programas trabalham de modo a


projetar a página de fora para dentro, Lupton (2006) aconselha a projetar a página
de dentro para fora, pois dessa forma é possível zerar as margens e posicionar
linhas guias e caixas de texto na página em branco. Assim, é possível experimentar
com as margens e colunas ao invés ter que trabalhar com elas desde que abre o
programa.
Livros e revistas devem ser projetados como páginas duplas, pois são elas
que constituem a unidade básica do projeto, tornando margens esquerdas e direitas
em interna e externa. Para trabalhar com publicações que integram textos e
ilustrações, é aconselhável usar diagramas de múltiplas colunas, pois fornecem
formatos flexíveis, entretanto, se for uma publicação simples, o diagrama de uma
coluna funcionam bem.
O exemplo abaixo demonstra um diagrama básico de múltiplas colunas:

Desenho 6: Diagrama básico de múltiplas colunas


Fonte: Adaptado de White (2006)
39

O diagrama pode ser usado para criar uma hierarquia da publicação,


instituindo zonas especificas para cada assunto ou conteúdo. Também os textos e
as imagens podem ocupar a mesma coluna ou espalhar-se por muitas delas. Lupton
(2006) coloca que é possível dividir a página na horizontal, uma área no topo da
página, por exemplo, pode ser usada para imagens e legendas e o texto pode ser
colocado em uma linha especifica.
Um diagrama modular é dividido por linhas horizontais consistentes de cima a
baixo, e divisões verticais da esquerda para a direita. Governar o posicionamento e
o enquadramento de textos e imagens, também permite inúmeras alternativas de
distribuir o texto. É interessante, também, usar a variação de peso, de tamanho e o
alinhamento no diagrama modular. Os designers suíços Karl Gerstner, Emil Ruder e
Josef Muller, nos anos de 1950 e 1960, formularam diagramas modulares.

2.1.1.1.4 Alinhamento

O alinhamento é o arranjo de colunas de texto com bordas duras ou suaves.


Quando está mal determinado, pode tornar uma página confusamente diagramada.
Assim, colocar texto ou imagens em qualquer lugar da página que tenha espaço
resulta em uma página desorganizada.
Segundo Williams (2006), nada deve ser colocado arbitrariamente em uma
página. Cada elemento deve ter uma conexão visual com outro elemento da página.
Isso cria uma aparência limpa, sofisticada e suave. O alinhamento em uma página
torna os itens ligados uns aos outros mais fortemente. Mesmo os elementos estando
separados fisicamente, quando alinhados, há uma linha invisível conectando-os
sobre os olhos e sobre a mente.
Cada alinhamento básico possui um estilo, que pode trazer qualidade ou
prejuízos ao design de uma página ou tela. Desde a invenção dos tipos móveis, é
utilizado o alinhamento de texto justificado, com bordas uniformes à esquerda e à
direita, possibilitando a criação de páginas com colunas de bordas retas.
O alinhamento justificado faz uso eficiente dos espaços em branco,
produzindo uma forma limpa na página. Porém, com o uso deste alinhamento,
podem aparecer espaços vazios devido ao comprimento da linha ser muito curto em
40

relação ao tamanho do tipo. Como recurso para manter a linhas de texto bem
empacotadas, é aconselhável utilizar hifenização. Esse é um recurso que quebra as
palavras longas, ajudando a manter o alinhamento coerente. Também o
espacejamento pode ser usado para ajustar as linhas.
Ao se referir ao alinhamento justificado, Lupton (2006) coloca quando um
texto é bom e quando ele é ruim. É bom, porque produz uma forma limpa na página.
É usado como norma para jornais e livros de texto longo, já que faz uso eficiente de
espaço. É ruim quando os vazios feios aparecem. É possível evitá-los com o uso de
fontes menores, permitindo que mais tipos caibam na linha.
O alinhamento também pode ser à esquerda, à direita, com linhas de base
verticais, também com caixa baixa empilhada, caixa alta empilhada, e centralizado.
Cada tipo de alinhamento contém seus benefícios à publicação, assim como, se não
for usado da maneira correta pode causar danos.
O texto alinhado à esquerda possui a margem esquerda dura e a direita
suave. Os vazios feios não aparecem nas linhas de texto, pois os espaços entre as
palavras não variam. O texto alinhado à esquerda é considerado bom quando é
usado com o propósito de respeitar o fluxo orgânico da linguagem e evitar o
espacejamento irregular presente nas linhas do alinhamento justificado. É
considerado mal quando a coluna perde a aparência de orgânica, e quando
acontece o mau alinhamento.
O alinhamento à direita, segundo Lupton (2006, p. 85), “é uma variante do
alinhamento à esquerda, mais familiar. Entre os tipógrafos, sabe-se que o texto
alinhado à direita é difícil de ler porque força o olho do leitor a achar uma nova
posição no início de cada linha.” Esse alinhamento não é muito usado em textos
longos, mas em bloco menor produz boas notas marginais, barras laterais, citações,
olhos de texto e outras passagens que comentam o texto ou a imagem principal.
Também o uso das margens retas e irregulares sugere atração ou repulsão.
Quando acontece o mau alinhamento tanto à esquerda quanto à direita, um
dos fatores que podem enfraquecer a margem direita é a pontuação nos finais de
linhas.
O texto em alinhamento centralizado é simétrico, a tipografia centralizada é
muito empregada em convites, folhas de rosto, certificados e epitáfios. O
alinhamento centralizado possui linhas irregulares são centralizadas entre as
margens esquerdas e direitas. O texto centralizado remete ao clássico e formal,
41

trazendo associações com a história e a tradição, é estático e convencional,


podendo ser tedioso e melancólico.
Segundo Lupton (2006), as letras romanas foram feitas para ficar lado a lado,
não uma em cima da outra. As letras em caixa-alta empilhadas são mais estáveis
que as letras em caixa baixa. Centralizar a coluna ajuda a disfarçar as diferenças de
largura. Já a caixa baixa empilhada é especialmente esquisita porque as
ascendentes e descendentes fazem o espacejamento vertical parecer desigual,
também a diferença de largura dos caracteres faz a pilha parecer precária.
Para formar uma linha de base vertical, a forma mais simples é mudar a
orientação da linha de base, de modo que a afinidades naturais das letras que se
apóiam nela continuem.

2.1.1.1.5 Contraste

O contraste acontece quando dois elementos são diferentes, entretanto


quando são apenas um pouco diferentes acontece o conflito. Para Williams (2006,
p.63, grifo do autor), “o contraste é uma das maneiras mais eficazes de acrescentar
algum atrativo visual a uma página (algo que realmente faça que o leitor queira olhar
para ela) criando uma hierarquia organizacional entre diferentes elementos.”
Considerado o ponto mais crítico na diagramação de uma página, o contraste
deve ser capaz de informar ao leitor, à primeira passada de olhos, o que o material
representa, além de tornar a página mais interessante e organizada. Para se chegar
ao contraste existem várias maneiras. Williams (2006, p.63) coloca algumas delas:

Uma letra grande pode ser contrastada com uma pequena; uma fonte em
estilo antigo com uma fonte em bold sem serifa; um fio fino com um grosso;
uma cor fria com uma mais quente; uma textura áspera com uma lisa; um
elemento horizontal ( por exemplo, uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (por exemplo, uma coluna estreita de texto); linhas muito
espaçadas com linhas bem próximas; uma figura pequena com uma figura
grande (WILLIAMS 2006, p.63).
42

O contraste age totalmente contra o equilíbrio. Ele desequilibra, estimula e


atrai a atenção. De acordo com Gomes Filho (2004), o contraste, como estratégia
visual para aguçar o significado, excita, atrai a atenção do observador, é capaz de
dramatizar esse significado para fazê-lo mais importante e mais dinâmico. A cor é
um elemento poderoso para aguçar o contraste, expressa e reforça a informação
visual.

As cores, dependendo de como se organizam, podem fazer algo recuar ou


avançar, de acordo com o contexto em que atuam. O próprio volume de
objeto pode ser alterado pelo uso da cor. A cor pode ser um elemento de
peso, uma composição, por exemplo, pode ser equilibrada ou
desequilibrada, dentro de um espaço bidimensional, pelo jogo das cores
que nele atuem. O uso proposital, por exemplo, do claro-escuro e de cores
quentes-frias pode fazer com que os objetos pareçam mais leves ou mais
pesados, mais amenos ou mais agressivos (GOMES FILHOS, 2004,
p.65).

A cor ainda pode ser usada para diversos fins como os funcionais,
psicológicos, simbólicos e também mercadológicos. Na publicação, o contraste age
quando o leitor, que está folheando uma página e decide lê-la. Então, o contraste e
as outras técnicas de chamar a atenção cumpriram sua função. O contrate é usado
nos elementos com maior importância e o material de apoio é jogado para o fundo.

2.1.1.1.6 Tipografias para textos

As fontes são recursos essencialmente utilizados por profissionais de Design


Gráfico. Estes profissionais criam novas fontes personalizadas ou buscam as já
existentes, escolhem e combinam-nas com os determinados públicos ou projetos,
que obviamente afetarão o caráter e a personalidade da peça. Mas, para fazer isso e
obter o sucesso em persuadir o leitor a querer ler, é necessário conhecimento sobre
as mesmas.
É quase um dever o designer utilizar tipografias que façam com que os
leitores leiam um texto ou matéria. Persuadi-los a ler é uma tarefa árdua, é por isso
43

que distinguir as tipografias é essencial. Segundo White (2006, p.94), “a melhor


fonte de texto é tão confortável que fica invisível... transparente”.
A escolha da fonte deve ser feita de acordo com o assunto, deve fazer sentido
em relação às palavras. De acordo com White (2006), não existem fórmulas para
uma boa fonte, nem leis, nem regras, só o senso comum. Não se pode falar em
correto ou indireto. Se funcionar bem, é correto. Se não funcionar, é incorreto.
As fontes com corpo sem serifa são mais difíceis de ler do que as serifadas,
desde que seus leitores não estejam habituados a ele. Para compensar o espaço da
serifa, aconselha-se acrescentar um espaço entre as linhas, isso ajuda no
movimento dos olhos de um lado para o outro e também a separar uma linha da
outra.
É provado que palavras em texto com caixa alta é difícil de decifrar, por isso é
aconselhável não usar nessa situação, além do que roubam muito espaço. Quando
for para poucas palavras, apenas para dar ênfase em especial, pode-se fazer o seu
uso então. Em estilo caixa alta e baixa também não é aconselhável, é difícil para
decifrar e exige muito empenho do leito.
O itálico deve ser usado com prudência. Ele não é comum em textos em
bloco, pois é inclinado e causa desconforto. É ideal em ocasiões especiais. De
acordo com White (2006), o itálico é bonito, decorativo e cheio de personalidade,
também é mais leve que o redondo por isso não funciona bem para destaques. Ele
não grita, ele sussurra.
A fonte em bold em um bloco de texto também é difícil para ler, pois se torna
pesada. Pode ser muito útil para dar destaque em uma ou duas linhas, por isso
quando for usá-la, aconselha-se acrescentar uma entrelinha para ajudar o olho a se
mover de um lado para o outro.
A textura da tipologia de texto também exerce grande importância para a
escolha. O efeito visual que ela causa num bloco de texto tem grande potencial
sedutor e atraente também, podendo ser depressivo ou antipático. A fonte escolhida
deve ser usada do início ao fim do texto. Desse modo, a publicação ficará mais
simples e com personalidade. A fonte ainda deve ter um forte contraste de cor, para
que o bold destaque-se com o peso normal.
Segundo White (2006), deve-se utilizar fontes contrastantes ao invés de
variedades de fontes, ainda evitar misturar fontes com desenhos parecidos. As
44

fontes de texto geralmente têm tamanho de 9 a 12 pontos, dependendo da


aparência da publicação, e não do tamanho aritmético em pontos.
O ritmo de leitura deve ser constante, mas se houver espaços irregulares
entre as palavras, esse ritmo é quebrado. Isso decompõe as palavras e as torna
difíceis de ler. Outro elemento inadequado para legibilidade é a tipologia invertida, o
branco sobre o preto. De acordo com White (2006), a tipologia invertida é impopular
e automaticamente reduz em 40% a legibilidade, mas, se for necessário fazer,
compense a leitura aumentando o corpo, colocando em bold e ampliando a
entrelinha. Quanto a medidas, é possível diminuir o corpo de uma tipologia até que o
leitor não se sinta desconfortável. É importante usar um corpo suficientemente
grande e então aumentar um pouco seu tamanho para que seja ideal à legibilidade.

2.1.1.1.7 Títulos e Subtítulos

A tipologia em um título tem a intenção de ser visível. É a partir dela que se


percebe a coerência visual e a personalidade da publicação. De acordo com White
(2006), uma hierarquia lógica de tamanhos de títulos dá ao leitor pistas sobre a
estrutura da publicação. Quando os títulos têm importância igual, devem parecer
similares.
O título é o primeiro sinal procurado pelos leitores, pois é nele que se
encontra a informação referente à publicação. Após o título, logicamente em
seqüência, deve-se ler o subtítulo, se ele existir, e daí para o texto.
A tipologia do titulo deve chamar a atenção, ser interessante, mas sempre ser
legível, pois confere um caráter à publicação. Qualquer fonte pode ser usada no
titulo desde que seja apropriado ao caráter da publicação. Segundo White (2006),
pode-se usar qualquer fonte desde que se destaque do texto pela sua forma, peso,
contraste e cor. Quanto à serifa, não importa se o titulo contém ou não serifa, as
duas formas funcionam bem desde que sejam usadas sem exagero e sem expandir
ou condensar demais a fonte.
45

As pessoas percorrem os títulos como um fluxo coordenado de página a


página, ao folhearem a publicação. A inter-relação dos títulos lado a lado
(nas sucessivas páginas) é tão importante quanto sua relação com a
história individual (WHITE, 2006, p.113, grifo do autor).

O ideal seria utilizar uma fonte que tenha variações em peso, postura,
tamanho e itálico. Dessa forma, os espaços editoriais se destacam se tiverem que
competir com os anúncios. Quando limitamos os tipos ao menor número possível,
criamos uma personalidade à publicação, agregamos valor como um símbolo
identificável. Segundo White (2006, p.113, grifo do autor), “helvética, um dos tipos
mais versáteis, vem em versões mais do que suficientes para as necessidades de
“variedade” de uma publicação, com a unidade estilística que deve predominar”.
Pode-se escrever o titulo longo ou curto, as duas formas são possíveis. Os
longos captarão melhor o olhar e aguçarão a curiosidade. Evitar tipos maiúsculos
vale para os títulos também, pois os tipos maiúsculos devem ser usados apenas
para destacar uma palavra chave com mais atenção. Em estilo caixa baixa e alta
também deve se evitar, pois é mais difícil de ler. O texto em caixa baixa, além de ser
mais fácil, é também mais rápido de ser lido.
Em linhas curtas para tipos grandes deve-se usar composições irregulares à
direita, dessa forma evita se espaçamentos irregulares entre as palavras, causando
um ritmo regular da leitura.

Evite espaçar as letras: quanto maior o corpo, mais apertado deve ser o
tracking ou entreletra, para permitir que as palavras sejam percebidas
rapidamente. Abrir o espaço entre as letras para fazer as palavras se
acomodarem a um dado espaço é trapacear (WHITE, 2006, p.115).

Os títulos centralizados na vertical também devem ser evitados. O espaço


embaixo do título precisa ser mais apertado do que aquele que separa o título do
texto de cima. Outro fator importante são os títulos centralizados no seu espaço.
Quando centralizados, criam mini espaços à direita e a esquerda. Colocar linhas
uma em cima da outra desintegra a leitura, faz de cada linha um elemento
autocontido, tornando mais lento o movimento do olhar, também torna um formato
artificial e exagera a auto-importância do título. Enfim, faz dele um objeto
46

autocontido, quando ele deveria ser apenas uma introdução ao texto. Além disso,
quebrar as linhas frase a frase faz com que os olhos fiquem procurando o início da
linha seguinte. Quebrar títulos para fazer caber em um determinado espaço, também
deve ser evitado.
A variação no tamanho das palavras afeta o seu significado e, dependendo do
tamanho da tipografia, ela pode causar a impressão de gritar ou sussurrar um tom
de voz.
Pontos finais em títulos funcionam como paradas e, portanto, é importante
também evitar pontos de exclamação. Títulos com fotos também exigem cuidado. A
foto atrai primeiro a atenção do leitor, mas cada um pode interpretar a imagem do
seu jeito, por isso devemos chamar a atenção naquilo que queremos que eles
percebam, e depois motivá-los a ler o texto.
A segunda linha do titulo deve ser mais curta. De acordo com White (2006),
isso possibilita que os olhos fiquem mais perto do inicio do texto, estimulando a
leitura do mesmo. Também é importante não sublinhar os títulos, pois interferem
com as descendentes, dificultando decifrar.
White (2006) coloca, sobre tipos nos leads que funcionam como uma ponte
que tem uma seqüência de três passos. Eles personalizam o conteúdo,
convencendo o leitor a entrar no texto, eles vendem. Mas deve-se tomar cuidado,
pois se forem longos demais ninguém vai ler.
Para não perder credibilidade no subtítulo, ele não pode ser desvalorizado. A
escolha da fonte para o subtítulo depende do conteúdo da publicação. É importante
que seja padronizada para tornar uma característica de personalidade. O tamanho
do tipo do subtítulo também deve ser maior que o texto, destacando sua
importância. De acordo com White (2006), ele deve ser grande e com entrelinhas
generosas o suficiente para estimular uma leitura rápida ainda mais se as linhas
forem compridas.
Quanto ao alinhamento, subtítulos com linhas curtas ficam melhor irregulares
à direita. O justificado causa espaços desiguais entre as palavras. Quebrar as linhas
frase por frase pode agilizar a compreensão e faz descer a página informalmente.
No subtítulo também pode-se criar contraste de escala, cor e textura do tipo.
Existem ainda três elementos importantes em uma publicação: o olho, a
sinopse e o trecho. O olho é uma abertura escritas para aparecer antes do título. De
acordo com White (2006), podem ser autocontidos, com uma pausa implícita antes
47

do título ou levar diretamente ao texto do título. A sinopse é um resumo do artigo


que permite uma consulta rápida. E os trechos, são resumos convencionais
normalmente restritos a 120 palavras, sobre problema, método, tendência, resultado
e conclusões em relatórios de pesquisa, ou sobre teses, argumentos em resenhas.

2.1.1.1.8 Cor

A cor, por definição, é a luz que reflete nos objetos. É por esta razão que se a
fonte luz que reflete não for branca, as cores serão diferentes das que normalmente
vemos. A cor tem um sentido mais amplo do que apenas acrescentar valor estético
aos objetos, está intimamente associada a significados. Também é uma técnica
racional, aplicada com funcionalidade que identifica, organiza e persuadi quando
associada à impressão.
De acordo com White (2006), a cor serve para enfatizar as idéias válidas
expressas por palavras e ao mesmo tempo fazer com que fique exposta à visão no
layout. Através da combinação de palavras, imagens, linguagem verbal e visual é
possível explorar a cor, tornando as idéias mais claras e memorizáveis.
Toda cor possui características próprias que a identificam em relação às
outras, de acordo com Chinen (2009), são os seguintes aspectos:
 Matiz: representa a cor pura, o realce máximo dos seus atributos. É o primeiro
e mais absoluto dos atributos da cor. É a própria identidade da cor e é como nos
referimos a ela: azul, vermelho, verde.
 Saturação: também conhecido como croma, representa o grau de pureza ou
intensidade de uma cor. Quando saturada, torna-se muito mais intensa ou vibrante.
 Valor: também conhecido como luminosidade, refere-se à quantidade de
claridade ou escuridão que essa cor possui.

No quadro 1, White (2006) dá alguns exemplos de significados para as cores:


48

Vermelho: Quente, apaixonado, sangrento, horripilante, incandescente,


revolucionário, ativo, agressivo, amoroso, vigoroso, impulsivo, cru, pare!
Cor-De-Rosa: Carnudo, sensual, próprio de garotas
Laranja: Cálido, outonal, suave, informal, acessível, maduro, sábio.
Amarelo: Energético, claro, otimista, alegre, ensolarado, estimulante, visível,
memorável, intelectual, imaginativo, idealista, covarde, atenção!
Verde: Natural, fértil, tranquilizador, calmo, repousante, financeiro, próspero,
jovem, abundante, saudável, invejoso, doente, decadente, siga!
Cáqui: Militar, opaco, reativo à guerra.
Azul: Sereno, calmo, leal, claro, fresco, pacífico, tranqüilo, excelente, justo,
aquoso, higiênico, distante, conservador, deliberado, espiritual, relaxante,
digno de confiança.
Azul-Escuro: Romântico, lunar, desestimulante, tempestuoso.
Marrom: Terroso, maduro, pronto para colher, obstante, confiável,
consciencioso, impassível, parcimonioso.
Sépia: Antiquado, esmaecido, velho.
Púrpura: Real, poderoso, luxuoso, eclesiástico, pomposo, cerimonial, vão,
nostálgico, enlutado, funéreo
Branco: Fresco, puro, verdadeiro, inocente, limpo, confiável, simples.
Cinza: Neutro, seguro, estável, maduro, bem-sucedido, bem de vida,
retrospectivo, discreto, invernal, antigo.
Preto: Com autoridade, respeitoso, poderoso, forte, presente, prático, solene,
escuro, mórbido, desesperador, malévolo, vazio, morto.
Dourado: Solar, majestoso, rico, sábio, honorável

Quadro 1: Significado das cores


Fonte: Adaptado de White (2006)

Na escolha das cores, é importante usar de bom senso, pois mesmo as cores
tendo um caráter psicológico como mostra o exemplo acima, elas podem valer ou
não, depende do contexto cultural de cada indivíduo como a nacionalidade, o
49

ambiente social, a classe econômica, e até mesmo o estado de ânimo do leitor, isso
pode afetar a maneira como as pessoas reagem às cores.
No quadro a baixo White (2006) exemplifica características atribuídas às
cores:

Sequência do arco Iris: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo,


violeta.
Cores pastel: azul-claro, rosa – claro, amarelo - claro, cinza – claro,
representam feminilidade. São cores percebidas como suaves, amorosas,
carinhosas, macias, difusas, sentimentais, primaveris.
Cores fresca, limpas: amarelo, azul-claro, verde-claro, representam saúde,
lembram água fresca, gramados úmidos ao nascer do sol, aromas de limão e
lima, frutas recém-colhidas, vida ao ar livre.
Cores naturais: cores de terra, tons de marrom, laranja, verde-escuro,
vermelho, dourado, representam segurança, dependência. Denotam alimentos
tradicionalmente cultivados em solo orgânico: saudáveis e bons para você, do
jeito que a vovó fazia. Daí a nostalgia, quando combinadas com tipologia e
imagens antigas.
Cores barulhentas: primarias; vermelho, amarelo, azul; secundarias: laranja,
verde, roxo ou púrpura, cores dominantes, sua presença vibrante salta até
nós. Clamam por atenção, daí podem ser interpretadas também como cores
agressivas.
Cores calmas: quaisquer cores que sejam abafadas e atenuadas, cores
relaxantes, vistas como passivas, amistosas, pacificas, retraídas. Tendem a
mergulhar para o fundo e são preferidas por segmentos mais velhos, mais
abastados da sociedade.
Cores escuras: preto, cinza, prata, púrpura, marrom, consideradas cores
masculinas e sofisticadas quando usadas com contenção, de maneira
discreta.
Cores elegantes: prateado, dourado, marrom, cinza, castanho, azul-marinho,
preto, atribuem a alto estilo, finesse, qualidade e alto preço.

Quadro 2: Características atribuídas às cores


Fonte: Adaptado de White (2006)
50

A cor agrega valor à técnica de comunicação. Ela só é notada quando é


suficientemente viva e rara, quando menos é mais. A cor deve ser colocada onde ela
será realmente vista. Quando a cor é percebida ajuda o leitor a entrar na publicação,
por isso deve ser colocada nas margens externas das páginas, que é a parte mais
percebida pelo leitor.
Quanto mais importante mais, colorido deve ser, para ser bem visíveis. White
(2006) coloca que usando cores fortes, saturadas, dominantes, agressivas, as cores
quentes parecem mais próximas e saltam aos olhos do observador. Entretanto,
quando usamos cores claras, tímidas, retraídas, as cores frias parecem se afastar do
observador.
Quando a área a ser aplicada é grande, a cor deve ser aplicada com cautela,
mais leve e discreta. E se área for menor, a cor poderá ser mais viva e brilhante. A
cor do fundo deve ser escolhida primeiro, porque os outros tons serão acertados a
partir dela.
Com a cor também é possível enfatizar pontos principais do texto, como os
parágrafos, organizar, classificar, codificar categorias de informações. De acordo
com White (2006, p.209), “separe e encerre a informação subsidiária em boxes.
Isole as laterais em suas próprias áreas. As coisas em boxes coloridos são vistas
como de segunda categoria – podem ser saltadas, mas estão disponíveis caso se
precise delas”.
É possível fazer o texto parecer mais curto usando a cor, identificando e
separando os resumos, conclusões, bibliografias, sumários, instruções, teste de
auto-avaliação. Dessa forma White (2006) coloca que o artigo ocupa o mesmo
espaço, mas dá a impressão de conter menos texto, isso porque os elementos
acessórios foram separados por meio da cor.
Da mesma forma acontece com os elementos da imagem da publicação,
como numeração de páginas, chapéus, rodapés e logos, quando separados por cor,
as páginas parecerão mais simples, mais limpas e fácil de concentrar a matéria.
Em uma publicação, não é aconselhável utilizar mais do que quatro cores,
além do preto, para que não seja necessário colocar uma chave de cores para
explicar o código de cada uma. Segundo White (2006), o “preto e mais três cores
diferenciadas podem ser lembradas com facilidade”.
Quando fundo é colorido de tom escuro e o tipo for preto, ele afeta a
legibilidade do corpo preto. Quando o corpo for branco sobre o fundo colorido, se o
51

fundo for de cor escura, a legibilidade é melhor. Mas se for corpo branco sobre fundo
preto se torna muito rígido. Segundo White (2006), deve-se usar corpo sem serifa,
para evitar que as serifas fiquem preenchidas de tinta, evitar também fontes
ultrabold, pois podem ficar saturadas de tintas.
O impresso em amarelo e fundo branco fica praticamente ilegível. Corpo
colorido sobre o fundo branco sofre, pois o contraste é reduzido, a cor é sempre
mais clara que o preto. Para compensar a claridade da cor, White coloca algumas
dicas:

Aumente o negrito, aumente o tamanho do corpo, aumente o


entrelinhamento, diminua o comprimento das linhas, faça o texto irregular à
direita. Mantenha a tipologia simples. Use fontes sem serifa, evite
extravagantes, exageradas, ultra-expandidas, ultracondensadas, ultra-
oblíquas, itálicos pálidos, excesso de palavras em caixa alta. Deixe que a
própria cor se encarregue de gritar (WHITE, 2006, p.213).

Tipos coloridos sobre fundos coloridos também não é aconselhável. O ideal é


fazer testes e escolher as cores que contrastam. Também, nunca coloque tipologia
em preto ou branco ou outras cores sobre fundos cheios de pontos, pois o resultado
é totalmente ilegível.

2.1.1.1.9 Imagens

Imagens causam um impacto muito grande, dizem mais que as palavras, elas
emocionam, despertam a lembrança na mente de quem a vê, sendo mais que
apenas a representação simbólica de objetos. Quando usada com competência é o
instrumento mais poderoso de comunicação.
Por este motivo, as imagens devem ser usadas com propósito estratégico,
pois é a primeira coisa que vemos numa página. Além de causar a emoção, são
rápidas, instintivas e despertam curiosidade, introduzem o observador na
informação.
As imagens a serem usadas em publicações devem ser escolhidas por conter
significado e não apenas por valor estético. Imagens pequenas e em grande
52

quantidade devem ser juntadas em bloco, porque causam um impacto maior. A


imagem com mais significado deve ganhar mais destaque, tanto em tamanho como
em localização, e as demais imagens devem ser usadas como apoio. Segundo
White (2006, p.144 grifo do autor), “os leitores potenciais olham primeiro os
elementos não verbais, assim, se o recurso impressiona à primeira vista, será
registrado e tornará a revista mais ‘interessante’”.
Cada pessoa interpreta uma imagem do seu jeito. Portanto, é inevitável
explicar cada foto com palavras. As imagens devem ser colocadas em cima do texto
que se refere a elas. De acordo com White (2006, p.145), “as pessoas olham
primeiro as imagens, depois costumam procurar a explicação embaixo delas”.
É interessante colocar uma imagem atravessando a dobra, dessa forma ela
vai ampliar a escala da impressão e mudar a forma da dupla, fazendo-a parecer
maior. Também é aconselhável colocar as imagens ao longo da parte superior, pois
White (2006) coloca que é para onde olha quem folheia as páginas ao abrir pela
primeira vez a revista. As imagens, quando colocadas na parte de fora das páginas,
também destacam se quando folheadas.
A direção da imagem deve estar relacionada com a posição da página. O que
se olha de cima para baixo o resultado é melhor no pé da página, e o que é visto
olhando para cima, obviamente no alto da página. O fluxo esquerda-direita e virando
a página dirigindo o olhar para fora também é importante enfatizar.
Deve-se ter cuidado com as molduras em volta das imagens, pois chamam
muito a atenção quando em bold ou coloridas para si mesmo, mas quando usadas
com cautela podem dar personalidade, e quando leves definem margens de áreas
claras. O sangramento também causa o impacto, fazem as imagens continuar na
imaginação para fora e além do corte.
Fotos de pessoas em publicações devem ser espontâneas e naturais, nunca
autoconsciente de estar sendo fotografadas. Os olhos das pessoas precisam estar
alinhados na mesma posição como se fosse a linha do horizonte.
53

2.1.1.1.10 Fotografia

As fotografias transmitem informação muito rápido, com realismo e


imediatismo permitem uma leitura rápida pelo espectador. Essa velocidade tornou-
se fator importante, porque implica diretamente na concorrência pela sua atenção. O
fato de a fotografia ser usada como comunicadora da vantagem ao design no campo
de persuasão tem grande importância, pois a manipulação da imagem é uma
característica à aceitação das imagens fotográficas como sendo reais.
De acordo com Chinen (2009), o espectador é consciente do potencial ilusório
da fotografia. Quanto às suas manipulações, mais é mais suscetível aceitar o
conteúdo de uma fotografia como verdade do que de uma ilustração, pelo motivo
que a ilustração é um artifício evidente, enquanto que em uma fotografia não é tão
fácil de notar. As fotografias são capazes de criar significados inusitados, uma única
imagem é capaz de dizer todo o conceito comunicado, revelar toda a proposta do
seu conteúdo.
A imagem numero 1, é um exemplo de fotografia, retirada da revista Mit,
demonstra muito bem o conceito do tema na imagem fotográfica, toda a carga
dramática da comunicação é expressa através das formas, cores e expressão facial,
que estão intimamente ligadas ao texto, conteúdo da matéria encontrada na revista
Mit.
54

Imagem 01: Fotografia


Fonte: A autora

2.1.1.1.11 Ilustrações

As ilustrações possibilitam transmitir muitas informações, possibilitam ao


designer introduzir conceitos e acrescentar aspecto interpretativo da visualização
pessoal. A ilustração pode ser realista, concreta ou objetiva, quanto à sua maneira
de representar simbolicamente ou abstrato. De acordo com Chinen (2009), o
designer pode acrescentar detalhes que normalmente não existiriam em uma cena
real ou exagerar o movimento, a textura, a composição, o espaço e a iluminação.
Sabe-se, porém que a ilustração não representa totalmente uma imagem real.
Dessa forma, mesmo o leitor sabendo que a fotografia pode ser manipulada e perder
a fidelidade real, considera a fotografia como se fosse um retrato da realidade.
55

O poder da ilustração sobre a fotografia está em sua qualidade emocional,


política, orgânica e inerentemente humana. Uma ilustração também pode se
integrar na textura de outros componentes do material visual (tipos,
elementos gráficos abstratos e até mesmo o papel e outros materiais de
acabamento) em um grau inatingível pela fotografia convencional (CHINEN,
2009, p.108)

É importante que o designer avalie esses aspectos para selecionar o tipo de


representação ideal para comunicação. As ilustrações são representações de
desenho e pintura clássicos, no qual o objetivo é reproduzir o mundo de uma forma
que responda a condições reais de luz, forma e perspectiva. Isso acontece também
às imagens graficamente estilizadas que se aproximam da abstração, essas duas
formas há infinitas possibilidades. A imagem 2 é um exemplo de ilustração em um
artigo da revista O Senhor. Da mesma forma que a fotografia a ilustração busca
expressar os conceitos do texto da matéria, a opção de ilustração permite o uso
criativo do espaço e das cores.

Imagem 02: Ilustração


Fonte: Basso (2005)
56

2.1.1.1.12 Capas

A capa tem o papel de identidade do produto, onde representa à marca, ela é


a página mais importante, é uma vitrine, deve ser altamente comercial.
De acordo com Escorel (2004), a capa deve traduzir o teor do texto e também
refletir a linha gráfica da editora, incorporando elementos do repertório do público ao
qual o livro se destina. A capa também tem outras funções essenciais e inter-
relacionadas. Segundo White (2006, p.185, grifo do autor) ela deve ser:

Reconhecível de uma edição para outra (isto é a marca)


Emocionalmente irresistível (pelo apelo da imagem)
Magnética e capaz de despertar curiosidade (para puxar o leitor para
dentro)
Intelectualmente estimulante (prometendo benefícios)
Eficiente, rápida, fácil de varrer com o olhar (apresentando seu “serviço”)
Lógica (fazendo sentido como investimento).

A capa funciona como um cartaz ou pôster. Ela é vista em um tempo muito


rápido, portanto deve ser pensada em escala grande e quanto mais simples melhor.
Boa aparência estética são considerados fatores secundários.
Em uma capa, o que prende o olhar é a foto. Ela desperta a atenção e a
curiosidade do leitor. Segundo White (2006), a foto da capa deve ser diferente da
foto da ultima edição, para indicar que esta edição é nova, mas manter o mesmo
estilo para identificar a publicação e separá-la das outras, deve ser condizente com
as características da publicação, do seu público e do seu nicho de mercado.
O formato deve ser padronizado, pois proporciona identificação rápida e fácil
de produzir. O logo é o símbolo, é muito importante, pois quando o nome é citado à
imagem imediatamente vem à mente. Segundo White (2006, p.187), “é também o
primeiro de uma série de sinais que precisam ter um aspecto visual consistente para
que a publicação fique amarrada; não só no que se refere a títulos de seções, mas
também a títulos em geral”. O logo se torna mais importante ainda quando a revista
não é fácil de ilustrar, quando se pode depender da imagem, aí sim o logo pode ser
reduzido a um simples identificador.
57

De acordo com White (2006), o logo deve ficar no canto superior esquerdo. O
motivo é que, quando a revista está disposta na prateleira da banca de jornal, as
primeiras palavras que são vistas são as que estão no canto superior esquerdo.
Mas, se a revista for distribuída pelo correio na casa de seus assinantes, então o
logo pode ser posicionado em qualquer lugar.
São as chamadas na capa que vendem a edição. Elas são lidas rapidamente
e devem ser o mais simples possível. Para convencer o leitor, as linhas devem ser
longas e em caixa baixa, pois ocupa menos espaço e é mais fácil de ser lida.
A revista é visualizada da banca de jornal a certa distância. O tamanho da
fonte da chamada da capa deve corresponder a esta distinta distância, então o
principal na capa deve chamar a atenção, mas o resto, segundo White (2006) não
deve ser maior do que o corpo 14.
A cor mais indicada à capa é monocromática, porque remete ao produto mais
elegância e destaca o exemplar da concorrência. Segundo White (2006), nunca se
deve usar o amarelo, por mais que ele cause maior visibilidade, senão a publicação
ficará igual a todas as outras na banca de jornal. As chamadas da capa não podem
competir e sim contrastar com a foto, e o branco e preto são ideais nesse caso.
58

3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN

3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN

Optou-se por utilizar a Metodologia Projetual para produtos gráficos


impressos, de Volnei Antônio Matté. Acredita-se que a mesma seja a mais adequada
ao projeto, por se tratar de uma metodologia especifica para produtos gráficos
impressos. A proposta destina-se a um equilíbrio entre os dois aspectos, resultando
em produtos de média complexidade quanto à informação e quanto ao suporte. Para
os outros casos, deve-se adaptá-la para melhor utilização.

Quadro 3: Algumas complexidades de produtos gráfico-impressos


Fonte: MATTÉ, 2004.

Porém, Matté (2004) cita que esta metodologia é um auxilio ao projeto não
proporcionando garantia de sucesso, somente se chegará ao produto final com o
respectivo sucesso se houver a combinação das capacidades mentais, habilidades
psicomotoras e uma devida dedicação ao projeto. Para tanto, o procedimento é dado
a partir dos dados fundamentais que se apresentam no quadro 4.
59

Quadro 4: Representação gráfica da metodologia proposta.


Fonte: MATTÉ, 2004.
60

A proposta encontra-se dividida em oito etapas. Primeiramente, necessita-se


de um período informativo no qual são reconhecidos os princípios lógico-
informacionais, técnico-funcionais, estético-formais e mercadológicos do produto,
identificando o universo no qual está inserido. De posso de todas as informações
necessárias, o desenhista-industrial inicia a concepção do produto por meio de
textos, esquemas e desenhos iniciais do produto, utilizando-se para isso da
habilidade de modelação. Então, aprimora-se o desenho até chegar à solução
definitiva e, por fim, prepara-se o produto para a produção industrial.

 Problematização: essa é primeira etapa da metodologia. Inicia-se pela


exposição do problema, segue pelo desenvolvimento do programa Projetual e do
contrato. Esta etapa permite identificar a necessidade de organização do trabalho,
permite ao profissional perceber a necessidade de organização e legitimação de seu
trabalho.
 Compreensão do projeto: essa fase requer do profissional ampla utilização de
suas capacidades mentais, suas habilidades psicomotoras. As etapas a serem
cumpridas são pesquisa e análise, basicamente o desenvolvimento de entrevistas,
questionários, textos e esquemas com o intuito de compreensão do projeto.
 Pesquisa: segunda etapa da metodologia, na qual realiza-se a pesquisa do
âmbito diacrônico, sincrônico e de aspectos mercadológicos envolvidos no projeto,
como coleta de dados e informações textuais e visuais, com o objetivo de
compreender a evolução e o estado-da-arte dos produtos em questão, em seus
aspectos informacionais e físicos, bem como se inteirar do tema a ser abordado. Na
pesquisa diacrônica e sincrônica, deve-se verificar todo o universo onde está
inserido o projeto, passando por toda sua evolução até chegar ao momento atual.
Porém, as pesquisas são realizadas desde produtos idênticos e todos que possuam
alguma relação com o projeto, ou que possuam uma determinada solução
interessante que possa fornecer bases projetuais. Já a pesquisa de aspectos
mercadológicos busca reconhecer o público-alvo, os fornecedores e o processo de
comercialização do produto.
 Análise: nessa etapa utiliza-se a etapa da pesquisa para realizar as análises
propostas com o intuito de dissecar o que foi encontrado. É necessário que se
realize as seguintes análises: análise da função utilitária ou necessidade, análise de
61

uso ou funções técnico-físicas, análise de estruturas ou materiais e processos


produtivos ou custos, e análise formal e informacional. Deve-se considerar que
essas atividades não podem ocorrer isoladamente, sendo que algumas utilizam os
mesmos instrumentos analíticos. A análise da função utilitária/necessidade consiste
em verificar se seu projeto realmente trará reais benefícios e se o suporte ou meio
será o mais adequado. A análise de uso/funções técnico-físicas consiste em avaliar
os produtos coletados para a verificação das suas possibilidades de uso, ciclo de
uso, ciclo de vida, distúrbios de uso em relação às suas funções técnico-físicas,
utilizando-se, para isso, maior enfoque no aspecto físico do produto. A análise de
estruturas/materiais e processos produtivos/custos verifica materiais utilizados,
processos de produção e, se possível, um levantamento comparativo de custos. A
análise formal e informacional permite identificar o modo como o produto, por meio
de seu desenho, é percebido pelo usuário.
 Configuração do projeto: nesta etapa, inicia-se os primeiros desenhos,
rabiscos, rascunhos e modelos até que se chegue a um resultado adequado para
apresentação ao cliente.
 Definição: esta etapa caracteriza-se pelo desenvolvimento da lista de
requisitos do produto, da hierarquia de fatores projetuais e da redefinição do
problema Projetual. A lista de requisitos parte das análises anteriores, podendo ser
divididos em: requisitos obrigatórios, desejáveis e opcionais. Após, é desenvolvido a
hierarquia dos fatores projetuais nas quais se percebe quais são os fatores de maior
ou menor importância para o projeto em desenvolvimento. Dessa forma, após essas
etapas, é possível perceber claramente quais são as partes que compõem o
problema Projetual, podendo então reestruturá-lo de forma sintética e clara,
caracterizando a redefinição do problema Projetual.
 Modelação Inicial: geram-se os modelos iniciais até se chegar ao modelo
intermediário do produto. Nessa etapa, é necessário que o profissional modele
simultaneamente os aspectos informacionais e físicos do produto além disso, deve-
se decidir qual é a melhor solução para se chegar ao resultado com sucesso.
 Realização do projeto: esta é a etapa de modelação final do produto. O
projeto assume caráter de produto industrial, obtendo o modelo aprimorado e,
posteriormente, codificando-o para a produção industrial seriada. Também realizam-
se avaliações mais profundas e adequação ao setor produtivo.
62

 Modelação Final: atinge o nível máximo. Aqui, se realiza o protótipo, a


modelação do produto que pode ser revista por meio das informações obtidas
anteriormente em apresentações e avaliações. Caso o modelo obtido seja
considerado adequado e sem modificações, pode-se dar sequência ao projeto,
utilizando modelos de apresentação mais precisos e fiéis como, por exemplo,
modelos de alta qualidade e provas contratuais, que possibilitam a visualização mais
próxima do produto gráfico-impresso final.
 Normatização: envolve preparação técnica do projeto para a produção
industrial, desenvolvimento da adaptação da linguagem gráfica do projeto para a
linguagem técnico-produtiva, e descrição técnica de produção, definem-se as
instruções necessárias para o processo produtivo.
 Supervisão: é etapa final. Aqui, fornece-se assistência para o setor industrial e
para o cliente, no que se refere ao apoio técnico à produção e implementação do
projeto.

3.2 PROJETO DE DESIGN

3.2.1 Problematização

Desenvolver um projeto gráfico editorial para a revista Etc. Além da


informação, tendo por objetivo estabelecer uma melhor comunicação entre veiculo e
leitor. As ferramentas utilizadas irão proporcionar melhor acordo gráfico visual, bem
como melhorar o aspectos mercadológicos do veículo impresso, estreitando o elo
com o público consumidor e anunciantes.
63

3.2.1.1 Programa Projetual e contrato

O propósito é desenvolver um projeto gráfico editorial de uma revista para o


jornal Guarany, situado na cidade de Xaxim, Avenida Plinio Arlindo de Nes, 212,
centro, estado de Santa Catarina. O jornal Guarany trabalha com diversos produtos
impressos como jornais, revistas, agendas, calendários e outros materiais
publicitários. Buscou-se o contado com Tania A. A. Tonini, proprietária e editora,
para o desenvolvimento do briefing para obter conhecimento de informações sobre o
cliente e o respectivo produto.
O nome da revista será Etc. além da informação, sendo uma revista de
caráter local e distribuição mensal. Tem como público-alvo homens e mulheres de
classe média-alta, entre 25 e 50 anos. O grau de escolaridade varia em segundo
grau, cursando graduação ou já graduado. Nesse público, identificam-se
empresários, profissionais da área de saúde, funcionários públicos, privados e do
comércio que residem na cidade de Xaxim.
Os pontos fracos avaliados são os correspondentes, como o jornal Data X e o
jornal Correio Xaxinense, ambos situados e distribuídos na cidade Xaxim que
trabalham com a venda de anúncios e informações locais. Como concorrentes
também tem as revista da cidade de Chapecó, Ana Loide e Flash Vip, que tratam de
editoriais, como informação, empreendedorismo e cunho comercial e circulam na
cidade Xaxim. Como concorrentes indiretos, pode-se analisar a TV, rádio, jornais
eletrônicos, meios com o intuito de informação e a venda de anúncios.
Porém, acredita-se que a revista Etc. além da informação, ganhará destaque
e mercado por se tratar de uma publicação diferenciada no projeto gráfico editorial
da revista. Isso é retratado na busca por estabelecer uma melhor comunicação entre
veiculo e eleitor. As ferramentas utilizadas irão proporcionar melhor acordo gráfico
visual, bem como melhorar os aspectos mercadológicos do veículo impresso
estreitando o elo com público consumidor e anunciantes.
A revista pretende posicionar-se a curto prazo apenas na cidade de Xaxim e a
em médio prazo em cidades da região como Chapecó, Coronel Freitas, Xanxerê,
Faxinal dos Guedes, Abelardo Luz, cidades do Oeste catarinense próximas à cidade
de Xaxim, e a longo prazo a todo o Oeste Catarinense.
64

Briefing:

Nome do projeto - Projeto gráfico editorial da revista Etc. Além da


Informação.
Proposta - Desenvolver projeto gráfico editorial da revista Etc.
Além da Informação.
Contato - Tania A. A. Tonini Cargo/ função - Proprietária e Editora
Endereço - Avenida Plinio Arlindo de Nes, 212, Centro, Xaxim,
Santa Catarina.
Público - idade 25 a 55 anos.
Sexo- masculino e feminino.
Classe social - classe média alta A/B.
Posicionamento Geográfico
Curto Prazo - cidade de Xaxim.
Médio Prazo - cidades próximas a Xaxim.
Longo Prazo - Oeste Catarinense.
Objetivo: apresentar se como líder de mercado no seguimento
editorial regional.
Concorrentes diretos: Jornal Data X e jornal Correio Xaxinense, da
cidade Xaxim, revistas da cidade de Chapecó Ana Loide e Flash Vip
tratam de editoriais similares.
Concorrentes indiretos: TV, rádio, jornais eletrônicos, meios com o
mesmo intuito de informação e a venda de anúncios..

3.2.2 Compreensão do projeto

A compreensão do projeto é o período informativo que identifica o universo no


qual o produto está inserido. As pesquisas são realizadas desde produtos idênticos
e todos que possuam alguma relação com o projeto, ou que possuam uma
determinada solução interessante que possa fornecer bases projetuais. Esta etapa
foi dividida em pesquisa diacrônica e análise dos elementos gráficos, Pesquisa
65

Sincrônica e Analise dos elementos gráficos, Aspectos mercadológicos e Análise de


estruturas materiais e processos produtivos.

3.2.2.1 Pesquisa Diacrônica e análise dos elementos gráficos

Pesquisa e análise diacrônica têm como objetivo conhecer as funções lógico-


informacionais, técnico-funcionais e estético-formais envolvidas que compõem as
publicações. As análises propostas são: análise da função utilitária/necessidade,
análise de uso/funções técnico-físicas, análise de estruturas/materiais e processos
produtivos/custos, e análise formal e informacional do produto, para a análise
diacrônica será dissecada a Revista Senhor.
A revista Senhor foi lançada em março de 1959 no Rio de Janeiro. Uma
revista de caráter formador de opinião, não tratava de notícias da atualidade,
procurando apresentar densidade editorial centrada no jornalismo formativo,
relatando cenário vivido nas décadas de 50 e 60, colocando o leitor em contato com
as principais novidades e preocupações da época. A revista colocou em circulação
obras considerada referências na formação do leitor, buscando, muitas vezes,
apresentar algo que não estava no seu domínio.
Segundo Basso (2005), a revista Senhor esteve na vanguarda das
publicações culturais brasileiras, foi um dos símbolos do país moderno, revelando-se
como uma das mais importantes revistas consideradas cultas, se distinguindo pela
qualidade do projeto gráfico. A revista serviu como um importante espaço público
para a veiculação da produção intelectual.
A publicação apresentou-se para fora do país com um padrão de design
editorial de alta qualidade estética, chegou a ganhar prêmios e o reconhecimento da
revista Graphics da Suíça, considerada a publicação mais importante no campo do
design editorial, na década de 50.
Basso (2005) coloca que a revista tinha a ousadia e o desafio de querer ser
uma revista comparável às melhores publicações editadas em países desenvolvidos,
mas a realidade era que o produto cultural circulava em um país subdesenvolvido, e
a elite cultural era minoria. Essa elite econômica estava ainda em formação e
enfrentou ainda uma forte crise política às vésperas do golpe militar. Era uma revista
66

que tinha muita repercussão, mas vendia pouco. Era cara demais e para a elite
econômica talvez incompreensível a sua existência. Saiu de circulação para entrar
para a história, como uma das experiências mais criativas e inteligentes da imprensa
brasileira.

Imagem 03: Capa revista Senhor


Fonte: Basso (2005)

A capa da revista apresenta um encontro de modernidade textual e gráfica.


Segundo Basso (2005), os elementos gráficos que compõem a capa descrevem
uma nova fase na valorização da linguagem gráfica, predominando o uso de
ilustrações. A imagem 01 apresenta a capa da revista. Pode-se perceber se que a
capa é grafada com as letras SR SENHOR e composta por uma ilustração. O
logotipo é aplicado centralizado mais a esquerda, em tamanho pequeno. Logo
abaixo, vem as chamadas, também em fontes pequenas e centralizadas. Vê-se que
não há destaque nas chamadas e todos os elementos gráficos que compõem a capa
posicionam-se no mesmo local. Os elementos de maior destaque são a ilustração e
a logotipo da publicação.
67

Imagem 04: Páginas internas da revista Senhor


Fonte: Basso (2005)

Na imagem 04, visualiza-se a interação do texto com as ilustrações. Na


primeira página, o texto em preto é impresso sobre a ilustração do corpo de uma
mulher sobre o fundo da página amarelo. E na página ao lado, há uma ilustração de
um homem empunhando uma arma ao outro. O texto ocupa a metade inferior da
página e é diagramada em três colunas. A síntese da mesma ilustração em amarelo
foi impressa em cima do texto e da ilustração em preto. Observa-se, também, o texto
alinhado às ilustrações e a presença de uma capitular.
68

Imagem 05: Página dupla da revista Senhor


Fonte: Basso (2005)

Na imagem 05, observamos um exemplo de interação entre o titulo e a


imagem da página ao lado. O preto e branco nas páginas marca um extremo
contraste entre as páginas, principalmente com a tarja preta na segunda página com
o fundo branco. Também as cores em pequenos detalhes, os quadrados e
retângulos na cor laranja contrastam com o preto e branco.

Imagem 06: Página dupla da revista Senhor


Fonte: Basso (2005)
69

Na imagem 06, observa-se que as fotografias cortadas formam uma


combinação interessante ao ajustar fotos mono e duo cromático, além de
estabelecer colunas bem alinhadas às fotografias. Percebe-se que a página dupla é
continuada pela fotografia centralizada ao meio das duas páginas, demonstrando
criatividade no aproveitamento do espaço. Percebem-se também a presença dos
espaços em branco conceituais, aliando estética e funcionalidade. Os espaços em
branco funcionam também como ponto de descanso para os olhos do leitor.

Imagem 07: Página dupla da revista Senhor


Fonte: Basso (2005)

Na imagem 07, observa-se duas estratégias gráficas, a interação do texto


com a ilustração e o contraste de tamanho nas capitules utilizadas aleatoriamente.
Nessa imagem, há a organização do espaço de maneira que a planificação gráfica
foi estimulada para o leitor. O texto é o elemento principal que chama a atenção do
público através da ilustração e da disposição das capitulares.
De acordo com Basso (2005), a revista Senhor trabalha a diagramação
através da unidade de tal forma que se alguém arrancasse um pedaço da revista,
esse pedaço seria identificado facilmente como da revista, isso porque, possuía um
caráter da publicação bem definido possível de identificá-lo em diferentes situações.
70

3.2.2.2 Pesquisa Sincrônica e análise dos elementos gráficos

Na pesquisa Sincrônica e análise dos elementos gráficos, as funções e


análises são trabalhadas com o mesmo objetivo. As publicações analisadas agora
são a revista Bravo, que possui um projeto gráfico coerente entre matéria e
diagramação, e das publicações Ana Loide e Flash Vip, similares nos editoriais e
públicos segmentado.
O projeto gráfico da revista Bravo caracteriza-se pelo equilíbrio, que é
percebido na relação entre as páginas internas de cada edição. A qualidade é vista
sem mais oscilações entre imagem e texto. É um projeto moderno de boa
legibilidade tanto nos textos como nas imagens. De acordo com Campos (2008),
existe uma coerência entre o conteúdo da matéria e a diagramação de equilíbrio
simétrico e o uso equilibrado das cores e das fontes e nos espaços, sejam eles
brancos ou de cores. A diagramação da revista é um total convite para a leitura,
respeita o projeto inicial, o qual usa bem os espaços apesar da grande quantidade
de imagem, o texto é bem explorado e não é colocado em espaços menores ou
secundários.

Imagem 08: Capas da revista Bravo


Fonte: Google (2009)
71

É observado a posição dos elementos gráficos na capa aqui, vê-se a imagem


sangrada que ocupa toda a página, no qual se dá ênfase à imagem do rosto do
personagem em destaque na manchete. A chamada da manchete é colocada em
um espaço onde há mais contraste do texto com a cor do fundo. É possível dispor,
dessa maneira, o texto da manchete, pois a revista Bravo não é vendida apenas em
bancas é também disponibilizada através de assinatura, sendo assim, não é
necessário fazer com que a manchete fique exposta em um lugar na capa que há
maior visibilidade do leitor.

Imagem 09: Capas da revista Bravo


Fonte: Google (2009)

O logotipo Bravo é disposto na parte superior da página ocupa o espaço


horizontal, justificado à página. Ele é mutante, a cor muda de acordo com o tema da
edição. Logo abaixo, alinhado ao logotipo à direita ou esquerda, conforme faz-se
necessário para não intervir na imagem da manchete, vem a frase: O melhor da
cultura, o mês e ano de publicação, também disposto da mesma forma que a frase
tem o valor da revista e o site. Ainda, abaixo desses elementos, encontram-se o
símbolo da Editora Abril, alinhado à esquerda, ou colocado em cima das chamadas
com o mesmo alinhamento, conforme se faz necessário.
Em cima do logotipo da Bravo, encontram-se escrito os temas da revista, que
são: música + cinema + livros + artes plásticas + teatro + dança.
Na parte inferior da capa, encontram-se distribuídas as chamadas, uma ao
lado da outra na horizontal com aplicação do verniz. O título está localizado, onde
72

contém uma pequena imagem, em letra caixa alta e um pequeno texto alinhado à
esquerda na direção da imagem, estão à mostra apenas três chamadas. No canto
inferior direito da página, há o código de barra e acima dele o número da publicação.
Nas imagens 06 e 07, é possível ver, destacados, os elementos gráficos que foram
avaliados na análise feita no texto acima.

Especificações de materiais:
Capa: Papel couche gramatura 230g fosco, com verniz localizado.
Lombada: quadrada
Número de páginas: 116
Miolo: couche fosco 80gm
Impressão: offset

Imagem 10: Sumário e divisão de editorias da revista Bravo


Fonte: A autora

A imagem 10 ilustra o sumário de duas páginas. Cada assunto é dividido de


uma cor. Há a repetição no lado direito da página, na vertical de um elemento gráfico
da mesma cor. Em todas as páginas que contém o assunto do editorial, o nome do
editorial está disposto na vertical na mesma cor institucional do editorial. No inicio de
cada pauta editorial, observa-se que o nome do editorial é posicionado na horizontal,
o mesmo acontece com restante dos editoriais.
O elemento de repetição que, nesse caso, são as cores e forma como são
compostas as pautas editorias, caracterizam o projeto gráfico da revista Bravo
73

tornando se fatores de identidade visual da publicação. Isso acontece não apenas a


esses elementos, mas também com as fontes, diagramas e outro elementos que
serão citados no decorrer da análise.

Imagem 11: Páginas internas da revista Bravo


Fonte: A autora

A revista é composta por anúncios de uma página inteira e uma dupla.


Também há anúncios laterais e de rodapé. Nota-se a predominância dos diagramas
de duas colunas, mas existem também de quatro colunas, de três e de uma, como
mostra a imagem 11.
A mesma família de fontes é usada em todas as matérias, sendo que, para
contraste ou destaque, usa-se a variação entre light e bold, também o titulo e
subtítulo são compostos pela variação da família. A fonte usada nos textos, títulos e
subtítulos pertence à classe humanista. No início de cada texto da matéria, usam se
capitular em caixa alta todas com o mesmo tamanho. Predominam as imagens
grandes e sangradas, as legendas variam o modo com elas são dispostas, em uma
caixa na mesma cor do editorial, alinhadas à esquerda ou direita com o texto, ou
embaixo da imagem centralizada.
Nota-se, também, que os títulos e subtítulos são sempre alinhados aos textos.
Nas páginas esquerdas, na parte inferior, têm-se a data, o site e a numeração da
página, e nas páginas direitas o mesmo é disposto no lado inferior direito da página.
As marcas dos anunciantes também são dispostas em pontos estratégicos para
74

melhor visualização pelo leitor. Todos os elementos gráficos citados encontram-se


destacados na imagem 11.

Análise da revista Ana Loide

Imagem 12: Capa revista Ana Loide:


Fonte: A autora

Especificações de materiais:
Capa: papel couche brilho, gramatura 150 gm com hot stamp.
Lombada: canoa
Número de paginas: 60
Miolo: papel couche fosco 90 gm
Tamanho: 30 x 22 cm
Impressão: offset
75

Na capa da revista Ana Loide, analisam-se os elementos gráficos. A imagem


da capa é o personagem da manchete. No lado superior esquerdo são posicionadas
as chamadas divididas por elementos gráficos que compõem o sumário e o editorial
com aplicação de hot stamp dourado, também aplicado na marca. A data, o número
da publicação e o valor encontram-se abaixo da marca Ana Loide no lado direito da
página.

Imagem 13: Páginas internas da revista Ana Loide


Fonte: A autora

Nas páginas internas da revista Ana Loide, ilustrada na imagem 13, percebe-
se o uso de duas variações de fontes, uma família de fontes que há variação entre
light e bold, usadas nos textos, títulos e subtítulos, nas legendas e intertítulos do
texto ou para destacar endereços e sites. Utiliza-se outra família de fonte para os
intertítulos que também varia a cor entre preto e vermelho escuro. O alinhamento é
sempre centralizado assim como o os títulos.
Quando há duas matérias na mesma página, elas são separadas por um Box
com fundo de outra cor. Também percebe-se que existe alinhamento entre as
imagens e os textos.
76

Análise da revista Flash Vip

Imagem 14: Páginas da revista Flash Vip


Fonte: A autora

Especificações de materiais:
Capa: papel couche brilho, gramatura 180 g.
Lombada: canoa
Número de paginas: 84
Miolo: papel couche fosco 90 g.
Tamanho: 22,5 x 31 cm
Impressão: offset

Na revista Flash Vip, analisou-se as páginas internas, o miolo da revista e


constataram-se algumas falhas na diagramação. Os exemplos que serão citados
encontram-se destacados na imagem 14 nas três páginas expostas da revista.
Na primeira página, percebe-se fontes na cor laranja sobre fundo vermelho,
tornando o texto ilegível. Os tamanhos das fontes nas legendas das fotos estão
muito pequenas, tornando-se ilegível. Na imagem seguinte, a página do meio, pode-
se perceber o uso de quatro variações de fontes, sendo um estilo para cada texto.
77

Vale lembrar que White (2006) coloca que para destacar texto se faz o uso de
contraste entre estilos de duas fontes apenas.
A ultima imagem é marcada por um grande desalinhamento de colunas.
Também o texto desta coluna está em itálico, não sendo aconselhável o uso de
itálico em textos grandes. Ainda esta página apresenta o titulo com fonte diferente
da utilizada em títulos subsequentes da revista.

3.2.2.3 Aspectos mercadológicos

A revista Etc. Além da informação é direcionada para um público-alvo de


homens e mulheres de classe média alta, com renda familiar média de R$ 2.217,00.
No Brasil, é definido pelas classes A/B. O que diferencia a classe média alta da
classe alta ou elite é o limite de gastos mensais que pessoas nesta classe possuem.
Segundo o estudo Observador 2008, feito pelo Instituto de pesquisa Ipsos, sob
encomenda da financeira Cetelem.
O público segmentado possui idade de 25 e 50 anos, com nível cultural médio
e alto, que possuem o grau de escolaridade entre ensino médio e ensino superior.
Nesse público identificam-se empresários, profissionais da área de saúde,
funcionários públicos, privados e do comércio que residem na cidade de Xaxim. O
público segmentado tem padrão de vida estável, casado e com filhos, em média
dois. Boa parte do público segmentado possui seu próprio negócio na cidade de
Xaxim. São empresários, comerciários ou lojistas ou prestadores de serviço. A outra
parte do público segmentado são funcionários públicos, privados ou da área da
saúde. A maior parte do público participa de eventos ligados a entidades locais
como eventos do Lions Clube, Rede Feminina de Combate ao Câncer de Mama,
Escola Especial Apae, como bailes e jantares beneficentes ou não. Costumam viajar
nas férias e o lazer com a família nos finais de semana é freqüente. Essa pessoas
buscam-se manter informados sobre notícias locais e sobre o desenvolvimento da
cidade.
78

3.2.2.4 Análise de estruturas materiais e processos produtivos:

3.2.2.3.1 O Papel

A escolha de papel é de suma importância para a boa execução de trabalhos


gráficos É dele que depende, na maioria das vezes, o bom aspecto final de todo
impresso. Também influi de maneira decisiva na apresentação e no custo da obra e
tanto pode valorizar o trabalho com também prejudicá-lo. Em um trabalho, deve-se
analisar a boa aparência do papel e o peso, também o tipo de impressão, qualidade
da tinta e os caracteres para que a obra funcione e agrade o leitor.
Segundo Ribeiro (2003), o papel é composto de pastas originárias das fibras
de vegetais e de algodão que são fabricadas a mão ou a máquina. A partir daí, é
obtido o papel em folhas ou em bobinas, as bobinas são para uso nas rotativas; as
folhas, para máquinas planas, também em resmas. Também o preço é calculado a
partir do peso. A qualidade do papel é dada partir da pasta determinada pura ou
mista.
A colagem é um fator determinante na qualidade e custo do papel. Certa
porção de cola no papel faz com que o mesmo tenha mais firmeza, absorvendo
menos tinta e suportando melhor a impressa. Esse é o papel que recebe bem a
escrita. Já o papel sem cola absorve mais tinta, está sujeito às variações causadas
pela umidade. O papel pode ser colado, semi colado e sem cola
Quanto à superfície, o papel pode ser áspero, liso, macio ou acetinado,
prensado nos dois lados ou de um lado só. Quanto à cor, o papel é fabricado em
muitas cores, mas o ideal é, para o processo de reprodução de cor, um papel
branco.

Quanto à cor o papel pode ser: Natural, azulado, branqueado, em tons e


cores. As composições dos papéis podem variar, desde os que conservam
seu tom natural, aos dos mais diversos tons e cores. Nem todos os papéis
são fabricados de uma composição colorida (RIBEIRO, 2003, p.16).
79

O papel também segue padrões de formato. No início, quando ainda não


haviam descoberto a fabricação do papel contínuo, todo papel usado para
impressão era do mesmo tamanho. Com o aparecimento do papel contínuo, essas
medidas foram substituídas pelo formato internacional, o “DIN”, criado em 1911, pela
Associação de Engenheiros Alemães, visando à economia de papel, baseado no
sistema de métrico. Isso consiste no estabelecimento de uma série harmônica de
modelos.

O tamanho padronizado foi calculado para que a folha sempre tenha a


mesma proporção, por quantas vezes seja dobrada. A folha inicial tem 1m2
– tamanho AO nas dimensões 841 x1189 mm. Pela divisão sucessiva desta,
obtêm-se sempre os demais tamanhos A1, A2, etc., que serão sempre a
metade do anterior e o dobro do seguinte, só se conseguindo esta harmonia
quando as duas dimensões da folha x e y mantêm entre si relação de 1:2,
isto é, de 1:1, 41(RIBEIRO, 2003, p.16)

FORMATO INTERNACIONAL DE PAPEL


DIMENSÕES EM MILÍMETROS

A B C D

841 x 1189 1000 x 1414 917 x 1297 771 x 1090


0
594 x 841 707 x 1000 648 x 917 545 x 771
1
420 x 594 500 x 707 458 x 648 383 x 545
2
297 x 420 353 x 500 324 x 458 272 x 383
3
210 x 297 250 x 353 229 x 324 192 x 271
4
148 x 210 176 x 250 162 x 229 136 x 192
5
105 x 148 125 x 176 114 x 162 96 x 136
6
74 x 105 88 x 125 81 x 114 68 x 96
7
52 x 74 62 x 88 57 x 81 48 x 68
8
37 x 52 44 x 62 - -
9
26 x 37 31 x 44 - -
10

Quadro 5: Formato Internacional de Papel


Fonte: Adaptado de Ribeiro (2003)
80

No Brasil, para melhor adaptação nas impressoras existentes, adotaram-se


os padrões AA – 76 X112 cm e BB – 66 x 96 cm, independente do Formato
Internacional. Os demais formatos são especiais, por exemplo: uma folha de
cartolina mede 55 x 73 cm ou 50 x 65 cm e a folha de papelão mede 80 x
100 cm. A ABTG – Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica e a ABNT
têm hoje grupo normativo denominado ONS27 para normas ISO e mais
adequadas às novas tecnologias de impressão (RIBEIRO, 2003, p.16).

FORMATO AA FORMATO BB

Símbolo Cm Símbolo Cm

AA 76 x 112 BB 66 x 96
A 56 x76 B 48 x 66
1/2 A 38 x 56 1/2 B 33 x 48
1/4 A 28 x 38 1/4 B 24 x 33
1/8 A 19 x28 1/8 B 16 x 24
1/16A 14 x 19 1/16 B 12 x 16
1/32A 9 x 14 1/32 B 8 x 12

Quadro 6: Formato Brasileiro de Papel


Fonte: Adaptado de Ribeiro (2003)

O quadro acima representa os formatos padrões brasileiro. Os formatos AA e


BB não têm nada ver com os formatos A e B dos Formatos Internacional. Porém, os
formatos padronizados referem se às obras depois de prontas. Dessa forma, o
tamanho das folhas em bruto deve ser sempre maior que o formato adotado.
81

3.2.2.3.2 Qualidade de papéis e suas aplicações

Existem diversas qualidades e espécies de papéis. Os mais usados são: de


jornal, de livro, para escrever, de embrulho, de desenho e outros. De acordo com
Araújo (2008), os tipos de papéis mais usados em gráficas para a impressão de
revistas e livros foram destacados a baixo:

 Papel Jornal: Produto à base de pasta mecânica de alto rendimento, com


opacidade e alvura adequada. É fabricado em rolos para prensas rotativas ou em
folhas lisas para a impressão comum em prensas planas. A superfície pode, ainda,
variar de ásperas, alisada e acetinada. Este material é fabricado através de fibra de
pinus e é classificado como de fibra longa. Suas aplicações são em tiragens de
jornais, folhetos, livros, revistas, material promocional, blocos e talões em geral.
 Off-Set: Papel com bastante cola, superfície uniforme, livre de felpas e
penugem e preparado para resistir o melhor possível à ação da umidade, o que é de
extrema importância em todos os papéis para a impressão pelo sistema offset e
litográfico em geral. Sua aplicação é na impressão para miolo, livros infantis, infanto-
juvenis, médicos, revistas em geral, folhetos e todo serviço de policromia.
 Offset Telado: Suas características são textura e gofrado. Sua aplicação é em
calendários, displays, convites, cartões de festas e peças publicitárias.
 Polen Rústic: Papel com um toque rústico e artesanal. OFF-SET/Policromia.
É usado em papel para miolo, guarda livros e livros de arte.
 Polen Bold: Papel com opacidade e espessura elevada. OFF-SET/Policromia.
É usado em livros, quando necessário papéis mais espessos, sem aumento do peso
do livro.
 Polen Soft: Papel com tonalidade natural, ideal para uma leitura mais
prolongada e agradável. Suas aplicações são em livros instrumentais, ensaios e
obras gerais.
 Alta Print: Papel offset, “top” de categoria, com alta lisura, brancura e
opacidade. Produzido através do processo “soft calender on-machine”, oferece a
melhor qualidade de impressão e definições de imagens.
82

 Pólen Bold: É um offset de tonalidade diferenciada, excelente opacidade e


maior espessura. Sua tonalidade reflete menos a luz, permitindo uma leitura mais
agradável.
 Couchê: Papel com uma ou ambas as faces recobertas por uma fina camada
de substâncias minerais, que lhe dão aspecto cerrado e brilhante. Muito próprio para
a impressão de imagens a meio-tom, e em especial de retículas finas. Para a
impressão de textos, o papel gessado é muito lúdico e por isto incômodo à vista. Tal
defeito tem-se procurado contorná-lo com a criação das tonalidades mate. O termo
francês “Couchê” (camada) é usadíssimo entre nós, chegou a assimilar-se em
couchê. É necessário distinguir couchê de duas faces de alguns papéis
simplesmente bem acetinados, que se confundem. Ao molhar e friccionar uma
extremidade do papel, se for couchê, a camada de branco desfaz-se.
 Couchê L1: Papel com revestimento Couchê brilhante em um lado.
Policromia. Suas aplicações são sobre capas, folhetos e encartes.
 Couchê L2: Papel com revestimento Couchê Brilhante nos dois lados.
Policromia. Suas aplicações são em livros, revistas, catálogos e encartes.
 Couchê Monolúcido: Papel com revestimento couchê brilhante em um lado.
Mas liso no verso para evitar impermeabilidade no contato com a água ou umidade.
Suas aplicações são em embalagens, papel fantasia, rótulos, out-doors, base para
laminação e impressos em geral.
 Couchê Matte: Papel com revestimento couchê fosco nos dois lados. Suas
aplicações são em impressão de livros em geral, catálogos e livros de arte.
 Couchê Textura: Papel com revestimento couchê brilhante nos dois lados,
gofrado, panamá e skin (casca de ovo). Suas aplicações são em livros, revistas,
catálogos, encartes, sobrecapas e folhetos.
 COUCHÊ COTE: Papel branco revestido com camada couchê de alto brilho
“Cast Coated”, sendo o verso branco fosco.
 DUPLEX COTE: Cartolina branca revestida com camada couchê de alto brilho
“cast coated”, sendo verso branco fosco.
 APLICAÇÕES DA LINHA COTE: Aplicações técnicas de acabamento em
móveis, artigo de festas, auto adesivos, brinquedos, calendários, capas (de
balanços, discos, livros, relatórios, revistas e talões de cheque), cardápios, cartazes,
cartões em geral, catalógos, convites em geral, displays em geral, divisórias de
83

agendas e relatórios, embalagens em geral, etiqueta (tanques), folhetos, folhinhas,


literaturas médicas, papel de presente, pastas, posters, provas de impressos,
reproduções de telas de pintura e revestimento para forração de embalagens de
micro ondulados.
 FILM COATING: Papel revestido e calandrado na máquina de papel, com
excelente reprodução de cores e brilho, alta definição de imagens e superior
qualidade de impressão. Esse papel é intermediário entre o papel offset e o couché.
 TOP PRINT: Suas características são alvura, sedosidade, lisura, opacidade
superior, fidelidade na reprodução de cromos, fotos e ilustrações, maior
produtividade na impressão, menor carga de tinta utilizada para obter-se a mesma
densidade de cor. Sua aplicação é em tablóides, malas diretas, jornais de
imprensas, house organs, impressos promocionais, livros didáticos, revistas
técnicas, folhetos e manuais.
 CARTÃO GRAFIX: Cartão de massa única, ideais para policromia. É indicado
para capas e permite plastificação.
 CAPA TEXTO: Papel com aparência artesanal. É indicado para miolo e
guarda de livros.
 PAPÉIS RECICLADOS/IMPORTADOS: Esses papéis são reciclados,
constituindo de 50% papéis aparas (sobra de papel), sem impressão. O restante
varia de 20-50% de papéis impressos reciclados pós-cosumido, variando de acordo
com o efeito que se deseja obter. Além de alguns mais específicos que são
reciclados em 100%, outros utilizam-se de anilinas em processo exclusivo de
fabricação. Todos os papéis oferecem uma variedade muito grande de cores e
textura, proporcionando ao usuário um resultado diferenciado dos papéis
freqüentemente utilizado. É ideal para impressões finas em livros de arte, hot
stamping, relevo seco, obras de arte, efeitos de porcelana, impressão em jato de
tinta e impressão a laser.
84

3.2.2.3.3 Montagem e acabamento

Uma folha de papel depois de dobrada pode comportar um variado número de


páginas. Essa montagem não é feita na ordem progressiva da numeração de
páginas, como vemos ao folhear uma revista ou livro, a disposição é feita de modo
que, só depois de dobrada, ela forma um caderno com as páginas dispostas em
sequência normal.
De acordo com Araújo (2008), quanto maior a folha maior o número de
páginas que comportará. Na maioria das vezes, as folhas são impressas completas
ou cortadas em unidades de 8, 16 e 32 páginas. Cada folha dobrada com seu
número correspondente de páginas constitui um caderno, e é a reunião de todos
esses cadernos que constitui o livro.
É a partir da diagramação que se executa a montagem, mas o número de
páginas em cada folha, depois de dobrada, é determinada pela conveniência do
impressor. Por exemplo, uma folha de papel no formato 87 x 114 cm, resulta no
tamanho real conhecido como americano de 14 x 21 cm, com caderno de 64
páginas. Nesse momento, o impressor considera o acabamento do trabalho, se for
necessário usar unidades menores, mais fáceis de controlar em sua máquina
podendo fazer ajustes do papel ou às dosagens de mistura das tintas.
Se o planejamento visual for desenvolvido para divisões em cadernos de 32
páginas, o diagramador terá liberdade para sangrar no interior de cada uma, fotos de
uma página para a outra sem causar nenhum dano. Mas se for necessário reduzir o
número de páginas por caderno de 32 por 16, corre-se o risco de a reprodução de
foto sangrada de um caderno para outro causar tonalidades ou forças diferentes em
cada lado. Araújo (2008) coloca que para evitar esse tipo de problema é importante
um prévio entendimento entre o editor e o impressor, no qual editor deverá
condicionar o projeto visual às possibilidades do equipamento gráfico. Depois de
definido o número de cadernos, não será difícil evitar erros no projeto visual, desde
que as páginas sejam controladas do início e fim dos cadernos.
O acabamento é feito depois de impressa toda obra. Quando o papel sai das
máquinas planas em folha aberta, depois seguem algumas operações que, no final,
dão a forma ao livro como produto industrial. Seguem abaixo as operações feitas
para o acabamento de um livro segundo Araújo (2008).
85

 Dobragem: essa operação consiste em dobrar a folha impressa, reduzindo o


formato previsto para publicação e também sobrepondo as páginas em sequência
normal de numeração. Esse trabalho é feito pela máquina dobradeira, capaz de
fazer múltiplas dobras como em cruz, em sanfona, em paralelo etc. Nas máquinas
rotativas, contudo, alimentadas por papel em bobinas, as folhas já saem dobradas
em cadernos
 Alceamento ou alçagem: nessa operação realiza-se a ordenação dos
cadernos dobrados conforme a sequência de páginas que se constituirá o livro. A
sucessão dos cadernos é indicada não pelo número de páginas, mas pela
assinatura. A máquina funciona a um ritmo médio de 6.500 cadernos por hora,
quando feito manualmente reduz 1500 exemplares por hora.
 Brochagem: essa operação tem a finalidade de aderir uma capa flexível, a
capa mole, o conjunto de cadernos que constitui cada exemplar do livro brochado.
Porém é necessário unir esses cadernos, com ou sem a capa, essa junção pode ser
feita por grampeação, por espiral, por colagem ou por costura.
Existem duas formas de grampeação de cadernos a grampeação a cavalo, ou
de lombada canoa, indicado a folhetos, catálogos, fascículos e outros. Dessa forma
fixa as páginas com grampos inseridos pela lombada ou linha da dobra. E a outra
chamada de grampeação lateral destinada a livros e revistas muito grossos para a
grampeação a cavalo, onde consiste em enfiar os grampos na borda do conjunto de
cadernos, atravessando todas as páginas.
Também os cadernos podem ser unidos por fechos em espiral, introduzidos
da face superior à face inferior de cada conjunto, pode ser metal ou plástico,
atravessam a página próxima à lombada. A forma mais barata de junção dos
cadernos é a colagem, é feito automático pela maquina mais conhecida que é a
Perfect Binder. Quando é necessário tornar mais resistente, cola-se uma tira de
gase no dorso. É a própria máquina de colagem que realiza o trabalho de colar as
capas nas lombadas e refilar, operando a uma velocidade de cinco mil exemplares
por hora. Antes da colagem do dorso, as páginas passam por um processo de
envernizamento ou plastificação, melhorando a aparência e impermeabilizando,
tornando-a mais durável. De acordo com Araújo (2008), quando destinado à
plastificação ou envernizamento, é indicado para o papel da capa uma gramatura de
pelo menos 250g/m² para evitar que seja deformado pelo calor no momento da
aplicação desse tratamento.
86

A costura dos cadernos trata melhor o acabamento em livros, sendo possível


um melhor manuseio. É processada industrialmente, de forma modo automática, e
opera a uma velocidade média de cerca de 110 exemplares por minuto, ou 6.500
exemplares por hora. Existem vários sistemas de costura, mas todos os fios são de
algodão ou de linho, depende da resistência pretendida. Ainda existem duas formas
de costura, ou a linha atravessa a lombada ou de cada caderno ou atravessa o livro
todo.
 Encadernação: nesta operação, uma chapa dura adere ao conjunto de
cadernos que constitui cada exemplar do livro encadernado. É como a brochagem,
os cadernos são costurados em si, no conjunto de cadernos costurados são coladas
folhas de guarda na margem da lombada do primeiro e do último caderno, para
prender o livro na capa. A refilagem dos cadernos é feita antes da colocação da
capa, o dorso é arredondado liso ou com nervuras, a capa é dura, geralmente de
papelão, forradas de diversos materiais escolhido pelo editor.
A capa pode ser revestida de papel, o mais barato das capas duras, porém
mais fracos que os outros materiais usados para encadernação. É possível
aumentar sua durabilidade com plástico, vinil, polímeros ou piroxilina. Quando o livro
é encadernado com capa forrada inteiramente de papel é chamado de cartonado.
Um revestimento que surgiu há pouco tempo, é conhecido como capa flexível, que
coloca-se entre a brochura e o livro cartonado.
O pano de algodão é revestimento de alta durabilidade, branquiado e
impermeabilizado com uma camada de goma piroxilina. Com esse acabamento, a
capa ganha uma aparência de pano natural de velino, de linho e de couro de porco.
A fibra sintética é o mais raro revestimento usado, porém é o mais resistente
e durável dos materiais, devido à falta de sentido da fibra, sendo difícil de rasgar. É
importante consultar o impressor quando o livro ainda está em projeto a fim de
receber informações e sugestões que levam a ajustar o projeto aos equipamentos e
materiais disponíveis.
87

3.2.2.3.5 Impressão

A impressão é a fase no qual o projeto é impresso, transferido para o papel


através de diversas tecnologias. A pré-impressão é conhecida como as atividades
pelas quais o sistema de impressão é escolhido e é diferenciado pelo método da
transferência de dados e pelo tipo de matriz utilizado. De acordo com Araújo (2008),
as artes gráficas entram em mudanças radicais, as imagens e textos passaram a ser
processadas pela tecnologia digital. Os processos computadorizados tendem a
eliminar os filmes que são substituídos pelos CTP (computer to plate). No CTP, o
arquivo do impresso editorial, revista ou livro, é gravado direto na chapa de
impressão. Para os meios de produções gráficas convencionais, foram necessárias
adaptações aos novos meios de tecnológicos.
No sistema convencional de pré-impressão, os arquivos eram enviados
impressos para a gráfica, já no sistema digital os arquivos em linguagem PostScript,
entregues em discos em formato fechado ou aberto. Um arquivo em formato aberto
pode ser manipulado em qualquer computador que for equipado com o programa
que o gerou. Nesse caso, são enviadas as fontes que foram utilizadas todos os
vínculos. Esse processo é mais demorado, tem um custo maior e não muito seguro.
O arquivo fechado é gravado em um disco geralmente em linguagem PostScript.
Nesse caso o arquivo informa como os tipos, ilustrações, ângulos, lineaturas das
reticulas serão posicionados na página a ser impressa.
Há pouco tempo os arquivos fechados não eram possíveis de ser
visualizados. Hoje, existem dois programas que permitem a visualização desses
arquivos, são o Adobe Distiller e o Adobe Rader.
As impressoras possuem uma ou mais linguagens de impressão. Segundo
Araújo (2008), as imagesetters (impressoras de filme ou fotolito) possuem um
dispositivo chamado RIP (Raster ImageProcessor) que recebe e interpreta as
informações em linguagem PostScript e as transforma em pontos que, depois, são
impressos em filmes.
Os sistemas de impressão tradicionais, a tipografia, offset e outros oferecem
resultados de alta qualidade e impressão de grande formato e de extensas tiragens
em prazos curtos. Entretanto, há limitações como altos custos e a demora no acerto
das máquinas impressoras o que acaba inviabilizando os impressos de pequenas
88

tiragens. A imagesetters, impressoras a laser com alta qualidade, permite a


impressão, o acerto rápido e uma impressão de qualidade, mas o custo é ainda
maior. São maiores as vantagens na realização de pequenas tiragens, mas perde
para a impressão convencional quando a impressão é de grandes tiragens.
É importante que profissionais da área de editoração conheçam o fluxo
produtivo gráfico e a pré-impressão, pois alguns profissionais que apreendem
apenas as ferramentas de computação encontram dificuldades para enviar arquivos
para serem impressos numa gráfica, não sabem que prova escolher, o tipo de papel
ou acabamento usar.
Depois que o original estiver pronto e entregue em arquivo eletrônico, é feito o
fotolito ou o filme, depois se grava uma chapa. Esse processo corresponde à pré-
impressão. A impressão começa quando a chapa é colocada na máquina
impressora para imprimir os exemplares de revista. A próxima etapa é o
acabamento, a pós-impressão na qual se decide o tipo de dobra, encadernação,
aplicação de verniz, alto relevo e outros. Essa é a etapa final da produção industrial
gráfica no qual a revista receberá sua forma definida.
As novas tecnologias estão encurtando esses processos produtivos.
Computer film (do computador para o filme): esse processo baseia-se
diretamente na produção no computador dos filmes utilizados nas matrizes para
impressão. Requer controle muito refinado dos processos de gravação de filme pela
imagesetter, revelação química dos filmes cópias e revelação de chapas.
Computer to plate (do computador para a chapa) conhecido como CTP, a
imagesetter é substituída pela platesetter que grava diretamente em chapas de
impressão.
Computer to press (do computador para a máquina de impressão): impressão
digital trabalha com produção de uma matriz de impressão que é obtida a partir da
gravação de uma imagem num chapa.
Computer to print (do computador para impressão): nesse processo não se
usa matriz, a imagem é obtida através de cargas elétricas em cilindros metálicos
internos de máquinas que atraem os pigmentos e os transferem para o papel. Essa
foi uma pequena e rápida descrição das novas tecnologias na impressão na era da
editoração eletrônica.
89

3.2.2.3.6 Impressão OFFSET

Na atualidade, o sistema de impressão mais indicado para grandes edições


de livros e trabalhos com imagens que exigem mais cuidados é o offset. De acordo
com Araújo (2008), o offset significa decalque, transferência, deposição. É uma
impressão planográfica baseada no principio da litografia executada por Alois
Senefelder, i.e., na repulsão recíproca entre uma substância graxa e a água sobre
um determinado suporte. Na litografia, usava-se como suporte uma pedra porosa e,
mais tarde, uma chapa de metal. No início do século XX, a litografia enfrentava a
concorrência com a fotografia, em termos de impressão a concorrência aconteceu
com o desenvolvimento da fotogravura, que foi utilizada nas tipografias em jornais,
livros, cartazes e outros.
Foi o americano W.Rubel, em 1904, que conseguiu a impressão planográfica
sobre o papel pela transferência indireta da imagem através de cilindros. Em
seguida, veio o offset, tornando-se o terceiro dos grandes sistemas de impressão da
atualidade.
O offset é o sistema industrial de impressão rotativa plana e indireta capaz de
adaptar-se, sem perdas de qualidade, a várias estruturas do papel do mais
granulado ao mais liso. As máquinas offset contêm várias unidades impressoras que
é o que aumenta a capacidade produtiva.
Segundo Araújo (2004), a impressão offset permite ao diagramador utilizar
vários recursos fotográficos e maior liberdade de construção de página, trabalhos de
média tiragem em preto e branco ou em cores e nos mais diversos formatos e custos
baixos. As chapas de impressão offset são mais baratas e confeccionadas mais
rápidas, também sendo possível criar fotolitos de baixo custo com o uso de filmes de
poliéster ou papel-vegetal, a partir de impressoras de computador de mesa com o
método xerográfico.
O sistema de offset também permite pequenas correções como substituição
de letras, troca de palavras ou até alterações de linhas curtas, podendo ser feita
ainda no fotolito ou então na chapa. A manutenção da uniformidade da imagem na
impressão requer cuidados do operador, sendo necessário o equilíbrio perfeito entre
as quantidades de água e de tinta envolvidas a cada passo.
90

3.2.3 Configuração do projeto

Nesta etapa, iniciam-se basicamente as modelações de 2D e 3D, os


primeiros desenhos, rabiscos, rascunhos e modelos até que se chegue a um
resultado adequado para apresentação ao cliente.

3.2.3.1 Lista de requisitos e hierarquia dos fatores projetuais

Através das análises e pesquisas realizadas com materiais pesquisa e análise


diacrônica e sincrônica das funções lógico-informacionais, técnico-funcionais e
estético-formais e análises da função utilitária e necessidade, análise de uso e
funções técnico-físicas, análise de estruturas e materiais e processos produtivos e
custos, desenvolvidas, foi permitido um maior conhecimento do uso da forma
impressa, materiais, imagens, diagramas, elementos gráficos que compõem o
projeto gráfico de uma revista.
Constatou-se a predominância do uso de diagramas modulares no qual é
variado o uso entre uma, duas, três e quatro colunas. Todavia, o modelo mais usado
é o de três colunas, adotado pela maioria das revistas semanais, segmentas ou de
informações gerais. As revistas de duas colunas são mais clássicas, como é caso da
revista Bravo, que trouxe uma matéria sobre o Machado de Assis diagramada em
páginas de duas colunas.
Nas imagens, percebeu-se que há a predominância da fotografia, na maioria
das vezes sangrada e contrastando com os textos.
Os elementos gráficos mais importantes, como marcas de anunciante são
dispostos em lugares com maior visibilidade, no caso, o canto superior esquerdo e o
canto superior direito. De acordo com White (2006), é ai que as imagens mais
fascinantes e as palavras mais provocativas devem estar, pois são nesses locais
que serão vistas. As áreas mais valorizadas da página dupla são o canto superior
esquerdo e o canto superior direito, pois são áreas para as quais as pessoas mais
olham. E a parte menos importante de uma dupla é o rodapé da página, perto da
dobra.
91

As fontes de texto e títulos variam entre fontes com serifa e fonte sem serifa.
As duas formas são legíveis, dependendo da fonte, do seu tamanho e da adaptação.
As fontes clássicas como: Futura, Helvética, Bodoni e Garamond, são muito legíveis
e resistem ao tempo. As fontes com serifa são mais recomendadas para textos
longos, mas existem fontes modernas bem legíveis como: Frutiger, Meta, Interstate,
Lucida e Verdana.
Usa-se muito fundos escuros com textos em branco, embora não seja muito
aconselhável para textos extensos. Percebe-se a predominância de apenas uma
fonte e, para causar o contraste, é usada a variação das famílias entre bold e light.
O alinhamento predominante é o justificado para textos e alinhamento à
direita, à esquerda e centralizados para legendas e textos pequenos.
Nos materiais, a preferência dos papéis é pelos couchês, em gramaturas para
miolo de 90 a 120gm e para capas de 180 a 230gm. No acabamento, percebe-se
que as revistas são grampeadas lombada canoa ou coladas lombada quadrada.

3.2.3.2 Redefinição do problema

Ao analisarmos as características referentes ao público e conclusões


realizadas a partir das analises estruturais percebidas em projetos gráficos similares,
e aspetos informacionais, o projeto de reestruturação gráfica da revista possuirá 32
páginas abordará temas locais como, empreendedorismo, carreira e trabalho,
sucesso, perfil empreendedor e trajetória, economia e negócios. Trará também
conteúdo sobre moda, beleza, saúde, espiritualidade, comportamento, arte e cultura,
entrevistas e artigos. Trará também matérias informativas e educativas a seu
público.
O editorial será dividido em quinze pautas fixas: religião, empreendedorismo,
educação, saúde, artigo, arte e cultura, turismo, esportes, eventos, social, moda,
arquitetura, classificados, entidades, informativo CDL. As páginas foram divididas
entre os editorias da seguinte forma: capa, 1 página editorial e expediente, 1 página
para o sumário, 1 página para religião, 1 dupla para empreendedorismo, 1 dupla
para educação, 2 páginas para saúde, 1 página para artigo acadêmico, 1 dupla para
cultura, 1 dupla para turismo, 2 página para eventos, 2 páginas para o social, 2
92

páginas moda, 1 dupla para arquitetura, 1 para classificados, 1 para entidade, 1


página para culinária.
A revista Etc. será publicada pelo jornal O Guarany. A reprodução inicial dos
exemplares corresponderá a mil unidades mensais. Este número pode variar nas
próximas publicações dependendo da demanda e procura. Os pontos de venda
onde o consumidor encontrará os exemplares serão na casa Lotérica Stanga, na
banca de revistas e jornais da cidade de Xaxim e também no jornal O Guarany. Os
anunciantes que comprarem espaços na revista receberão em torno de oito
exemplares, podendo variar de acordo com o porte da empresa.
Os espaços disponíveis dos anúncios serão distribuídos da seguinte forma:
três espaços para anúncios de página inteira, três espaços de anúncios de meia
página, também três espaços de anúncios de rodapé e lateral.
O projeto gráfico editorial da revista Etc Além da Informação precisa ainda de
conceitos necessários para atingir os objetivos estéticos e o segmento de público-
alvo propostos para este projeto. No painel semântico, serão apresentadas as
palavras e imagens que representaram os conceitos que serão expressos no projeto
gráfico da revista. O painel semântico é exemplificado nos esquemas 1 e 2.
93

Esquema 1: Lista de caráter do problema


Fonte: A Autora

No esquema 1, busca-se representar o caráter do problema que é o projeto


gráfico da revista. Para isso, demonstra-se com uma imagem do editorial, o tema
empreendedorismo que é uma revista local, e com uma imagem de um sumário a
representação da variedade na revista, e a outra imagem representa o público
segmentado pela revista.
94

Esquema 2: Lista de necessidades do problema


Fonte: A Autora

O esquema 2 representa as necessidades do projeto que é legibilidade,


organização e credibilidade. A primeira imagem ilustra uma página de revista bem
diagramada e com o fator de legibilidade em evidência. Os espaços em branco
conceituais funcionam também como ponto de descanso aos olhos do leitor. A
segunda imagem mostra uma página de revista bem organizada que ficam evidentes
os títulos e subtítulos e contraste e equilíbrio das imagens com o texto. A última
imagem do esquema representa a credibilidade, a confiança da informação que é
concebida pelo editorial de uma revista que contem os profissionais que trabalham
no projeto de uma publicação.
95

3.2.3.3 Modelação Inicial

A modelação inicial compreende os modelos iniciais até os modelos


intermediários do produto. Para essa etapa, a criatividade é fator fundamental.
Também é necessário que o profissional modele simultaneamente os aspectos
informacionais e físicos do produto. Dessa forma, procura-se construir layouts até se
chegar à solução e definição do projeto. Os desenhos abaixo apresentam a
modelação inicial do planejamento gráfico da revista. Utilizou se dos elementos
gráficos que compõem o projeto editorial de uma revista para a geração de
alternativas como a forma da comunicação que compreende a posição dos
elementos gráficos e como a leitura da informação é feita analisando se qual a
melhor alternativa, para compor o planejamento gráfico da revista Etc. Também toda
a pesquisa bibliográfica foi utilizada como suporte para a elaboração das gerações
das alternativas ate a escolha da mais apropriada ao público e coerente a pesquisa
bibliográfica realizada.

Desenho 7: Desenvolvimento do Grid


Fonte: A Autora
96

Desenho 8: Desenvolvimento das colunas do diagrama


Fonte: A autora

 Geração de alternativa para fontes de texto e títulos e imagens (desenho 9,


10, 11, 12)

Desenho 9: Teste de fontes e imagens


Fonte: A Autora
97

Desenho 10: Teste de fontes e imagens


Fonte: A Autora

Desenho 11: Teste de fontes e diagramas


Fonte: A Autora
98

 Geração de alternativa de fontes e diagramas

Desenho 12: Teste de diagramas


Fonte: A Autora

Desenho 13: Teste de fontes para intertítulos e diagramas


Fonte: A Autora
99

Desenho 14: Teste de diagramas de 4 e 3 colunas.


Fonte: A Autora

Desenho 15: Teste de fontes para títulos, intertítulos e texto e diagramas.


Fonte: A Autora
100

Desenho 16: Teste de fontes para intertítulos.


Fonte: A Autora

 Geração de alternativas de elementos gráficos

Desenho 17: Teste de elementos gráfico de identificação.


Fonte: A Autora
101

Desenho 18: Teste de elementos gráficos e imagens


Fonte: A Autora

Desenho 19: Teste de elementos gráficos e cores.


Fonte: A Autora
102

Desenho 20: Teste de elementos gráficos verticais e horizontais.


Fonte: A Autora

Desenho 21: Teste de elementos gráficos e numeração de páginas.


Fonte: A Autora
103

Desenho 22: Teste de elementos gráficos e intertítulos.


Fonte: A Autora

Desenho 23: Teste de elementos gráficos para box.


Fonte: A Autora
104

Desenho 24: Teste de elementos gráficos e box.


Fonte: A Autora

Desenho 25: Teste de elementos gráficos e cores.


Fonte: A Autora
105

Desenho 26: Teste de elementos gráficos e cores.


Fonte: A Autora

Desenho 27: Teste de elementos gráficos e cores.


Fonte: A Autora
106

Desenho 28: Teste de elementos gráficos para box


Fonte: A Autora

 Geração de alternativas para capa

Desenho 29: Teste de elementos para a capa.


Fonte: A Autora
107

Desenho 30: Teste de elementos gráficos e fontes para a capa.


Fonte: A Autora

Desenho 31: Teste de elementos gráficos e suas posições.


Fonte: A Autora
108

Desenho 32: Teste de elementos gráficos e cores do fundo.


Fonte: A Autora

Desenho 33: Teste de elementos gráficos e chamadas.


Fonte: A Autora
109

Desenho 34: Teste de imagens.


Fonte: A Autora

Os elementos analisados na geração de alternativas têm o objetivo de


corresponderem a uma melhor comunicação entre veiculo e leitor. As gerações de
alternativas realizadas proporcionaram ao projeto gráfico editorial da revista Etc,
analises quanto aos elementos gráficos que compõem o projeto, como a escolha
das fontes onde foram feitos testes de tamanho, texturas e legibilidade. Também das
imagens, cores, elementos gráficos, diagramas, forma da comunicação e de todos
os elementos que compõem o planejamento gráfico editorial da revista Etc,
realizando se testes de legibilidade, organização e estética a fim de que o projeto
corresponda ao público alvo e também tenha coerência com fatores que compõem
um projetos editoriais de sucesso.
110

4 RESULTADO DO PROJETO

De acordo com Matté (2004), nesta etapa da metodologia são desenvolvidas


as atividades para a modelação final do produto. Aqui o modelo é aprimorado com
ajustes necessários para a produção industrial em série. São realizadas avaliações
mais profundas e detalhadas para se chegar ao nível Maximo de adequação para o
setor produtivo.

4.1 MODELAÇÃO FINAL E PLANEJAMENTO GRÁFICO VISUAL

Este projeto tem como objetivo o projeto gráfico editorial da Revista Etc Além
da Informação a fim de estabelecer uma melhor comunicação entre veiculo e eleitor.
No planejamento gráfico da revista, foram definidos alguns parâmetros a serem
seguidos em todos os números. Estes parâmetros são o elo entre os números
seguintes da revista, fazendo com que tenham uma coerência conceitual e,
conseqüentemente, estabelecendo uma unidade entre os números.
A unidade é estabelecida através da diagramação da edição dos elementos
gráficos, tipografias, espaços, imagens do equilíbrio entre os elementos que
compõem a página da revista.

A unidade é um fator predominante em um layout, destacando o aspecto


compositivo no que tange a harmonia das forças tipológicas e ilustrativas
relacionadas à estética. Analisamos a unidade levando em conta a escolha
de caracteres, ilustrações, formatos relacionados com a característica do
projeto. (COLLARO, 2000, p.114)

É a unidade, também, que permite ao leitor identificar a identidade visual da


revista, obviamente quando ela é constituída de características gráficas
consideradas adequadas para compor a diagramação. Essas características devem
estar de acordo com a sua classificação, tanto quanto à origem do conteúdo quanto
111

à sua finalidade, público-alvo, capa e encadernação e até a forma de apresentação


do conteúdo.
A definição do projeto gráfico de uma revista depende muito de fatores como
o tipo de informação que será publicado, o público alvo sua formação cultural, poder
aquisitivo e outros fatores. A segmentação de uma revista tem que ser expressa em
seu projeto gráfico. Para isso, é preciso trabalhar cada componente do projeto com
sua devida importância. Desta forma, para a definição do planejamento gráfico visual
foi utilizado fontes de caráter moderno e legibilidade que permitem uma leitura
rápida, a fonte determinada para texto possui serifas horizontais finas com
características fortes, remetendo à seriedade e ao tradicionalismo conceitos que
transmitem credibilidade ao público. A fonte determinada para titulo e intertítulos
também de caráter moderno da classe humanista é uma fonte com estética elegante
de imposição e destaque.
Para os elementos gráficos que compõem o projeto gráfico foi criado um
signo a partir da síntese gráfica da pontuação reticências (três pontos finais), que
remetem à sequencialidade, são usados de forma a representar a continuidade do
conteúdo nos editoriais e também identificá-los. Em conjunto com os elementos
gráficos, trabalha-se as cores. Para cada editorial foi escolhida uma cor que se
identifica com o segmento das matérias. Para a escolha das cores, foram estudadas
as cores e os significados atribuídos a elas a partir da psicologia das cores, suas
influências sob a percepção. Os diagramas determinados foram os de duas colunas
porque são mais clássicos e os de três colunas porque remetem ao seguimento de
informação.
A união de todos os elementos gráficos que compõem o planejamento da
revista resulta em um projeto de características formais clássicas, dando à
publicação caráter de elegância, força e credibilidade, legibilidade e organização.
Assim, propõem-se para este Projeto de Design Editorial alguns parâmetros
definidos para os elementos gráficos que compõem o projeto gráfico editorial da
revista Etc Além da Informação foram os seguintes:

Margens: as margens são molduras criadas conforme as páginas de uma


publicação. São folheadas e varridas com o olhar, possuem uma regularidade
controlada, consistente. As margens são definidas a partir da mancha gráfica, a
112

partir da qual o conteúdo é distribuído de forma equilibrada. Para este planejamento,


foi definido que as margens superiores e inferiores devem ocupar um espaço 20
mm, e as margens as laterais 15 mm como mostra o desenho 1. O espaço interno foi
definido com 30 mm, determinado para utilização de grampeamento tipo cavalo. Se
faz necessário que este espaço seja maior, pois é necessário ter cuidado com os
seguintes aspectos: a tipografia para que não fique escondida na dobra, deixando a
margem interna maior que a normal. O desenho 35 mostra as posições e tamanhos
a serem seguidos.

Desenho 35: Margens


Fonte: A Autora

Grid: Para manter o equilíbrio e alinhamento entre o texto, as imagens e os


elementos gráficos que compõem a publicação da revista foi estabelecido um grid
que ocupa toda a mancha gráfica da página. O propósito do grid é padronizar os
componentes básicos do layout de uma página para que a seguinte mantenha um
113

padrão visual em toda a publicação. O grid é composto por módulos, para este
planejamento os módulos que compõem o grid medem 15 mm cada lado sendo que,
na vertical, o grid é composto por 12 unidades e na horizontal 16 unidades de
módulos. Todos os elementos que constituem a página são alinhados a partir do
grid, assim é possível estimular a unidade entre as páginas subsequentes da revista.
O desenho 36 exemplifica um módulo.

Desenho 36: Módulos


Fonte: A Autora

Diagramas: os diagramas são estruturas flexíveis, que definem sistemas para a


disposição de conteúdo em uma página, dividem o espaço ou o tempo em unidades
regulares. Os diagramas definidos para este planejamento gráfico foram os
modulares que se deve utilizar os de duas e três colunas. É aconselhável que se use
os diagramas de duas colunas para textos mais clássicos, como nos editorias de
114

empreendedorismo, religião, educação, artigo, cultura e arte, entidades, pois são


constituídos de textos mais clássicos e mais extensos. O desenho 37 mostra o
tamanho que devem ser as colunas (exemplificadas pelas colunas cinzas), e o
espaço que deve ser deixado entre elas.

Desenho 37: Diagramas


Fonte: A Autora

Alfabeto padrão: para existir uma padronização do projeto gráfico da revista foram
definidas duas categorias tipográficas, uma para texto e outra para os títulos e
intertítulos. Segundo White (2006), deve-se utilizar fontes contrastantes ao invés de
variedades de fontes. Evitar ainda misturar fontes com desenhos parecidos. A
textura da tipografia de texto também exerce grande importância para a escolha, o
115

efeito visual que ela causa num bloco de texto, tem grande potencial sedutor e
atraente também, podendo ser depressivo ou antipático.
A fonte escolhida deve ser usada do início ao fim do texto. Desse modo, a
publicação ficará mais simples e com personalidade. As fontes com corpo sem serifa
são mais difíceis de ler do que as serifadas, por isso a fonte escolhida para textos é
serifada, e a fonte para títulos e intertítulos utiliza o padrão humanista sem serifas.
As tipografias escolhidas seguem os princípios de legibilidade e facilidade de leitura.
O quadro 7 mostra a composição das fontes escolhidas para o planejamento
da publicação que são a fonte Caslon, normal para os textos e de sua variação de
peso, a Caslon Bold que deve ser usada para destaque em palavras importantes no
decorrer do texto.

Quadro 7: Teste de fontes


Fonte: A Autora
116

O quadro 8 mostra a composição da fonte Humnst 777BT e sua variação de


peso a Humnst 777 BLK BT, fonte escolhida para ser usada nos títulos e intertítulos
do planejamento gráfico da revista.

Quadro 8:Teste de fontes


Fonte: A Autora

Intertitulo: para este planejamento serão usados como entrada na leitura do artigo
ou matéria, trabalhando com título será utilizado para chamar a atenção do leitor
para o texto. Os padrões estabelecidos na aplicação dos intertítulos foram definidos
com fonte tamanho 14, Humnst 777BT com alinhamento justificado. A variação de
cor é usada apenas no nome do editor da matéria escrito em letras maiúsculas, na
fonte Humnst 777 BLK BT. A fonte Humnst 777 BLK BT deve ser usada também
para destacar o titulo ou palavras importantes que compõem o intertítulo. O desenho
38 mostra um exemplo de aplicação.
117

Desenho 38: Fontes para títulos e intertítulos


Fonte: A Autora

Elementos Gráficos: os elementos gráficos de repetição desenvolvidos para o


planejamento da revista Etc têm a função de identificar pontos importantes de cada
página e estabelecer a unidade, aliando o funcionalismo à estética. A repetição dos
elementos gráficos e sua consistência fazem com que cada página da revista
identifique-se como pertencente à mesma publicação. Se uma página não contiver
elementos repetitivos trazidos das outras páginas, a revista inteira perderá sua
aparência coesa, da mesma forma acontecerá com a publicação seguinte, que deve
trazer em suas páginas elementos repetidos das edições anteriores. De acordo com
Williams (1995), a repetição vai além da simples consistência: é um esforço
consciente para unificar todos os elementos do design.
Foram desenvolvidos elementos gráficos para identificar os editoriais e
elementos para demarcar a sequência das matérias e também que determinam o fim
118

da matéria. Para cada editorial, foi escolhida uma cor que se identifica com o
segmento das matérias. Para a escolha das cores, foram estudadas as cores a partir
da psicologia das cores, suas influências sob a percepção humana que se encontra,
no capítulo 2 deste trabalho. O desenho 39 mostra as cores escolhidas para cada
editorial.

Desenho 39: Cores


Fonte: A Autora

O desenho 40 exemplifica as cores Pantones, CMYK e RGB, que devem ser


seguidas na aplicação para que a unidade seja estabelecida entre os números
seguintes da revista.
119

Desenho 40: Normatização das cores


Fonte: A Autora

Os elementos gráficos estabelecidos que identificam os editoriais nas páginas


são aplicados na posição horizontal e vertical. Os desenhos 41, 42, 43, 44, 45, 46 e
47 mostram os tamanhos padrões e posições que devem ser seguidos para a
aplicação na publicação da revista.
120

 Elemento gráfico de identificação dos editoriais, aplicação horizontal.

Desenho 41: Medidas dos elementos gráficos horizontais.


Fonte: A Autora

Desenho 42: Medidas dos espaço dos elementos gráficos


Fonte: A Autora
121

Desenho 43: Posicionamento da tipografia no elementos gráficos


Fonte: A Autora

Desenho 44: Alinhamento e fonte dos elementos gráficos


Fonte: A Autora

Desenho 45: Fontes e tamanho dos elementos gráficos


Fonte: A Autora
122

Desenho 46: Medidas dos elementos gráfico


Fonte: A Autora

Desenho 47: Alinhamento do elemento gráfico


Fonte: A Autora

Os elementos gráficos são aplicados da seguinte forma: quando a matéria


começar na página esquerda, o elemento gráfico deve ser aplicado na posição
vertical, obedecendo à ordem de tamanhos e posições exemplificada. Deve ser
posicionado no lado esquerdo superior da página.
Na página seguinte com a continuação da matéria, a página direita deve ser
identificada com o elemento na horizontal, sendo que sua aplicação deve ser feita
sem a caixa colorida de fundo, apenas a tipografia e o elemento de repetição, a
síntese de reticências. O desenho 48 mostra um exemplo de aplicação que deve ser
seguido.
123

Desenho 48: Teste de fontes e imagens


Fonte: A Autora

A norma de aplicação muda quando a matéria começar na página direita.


Aqui, a aplicação do elemento gráfico que identifica a matéria deve ser feita na
horizontal, no lado direito superior da página. Na página seguinte, com a sequência
do conteúdo, a aplicação é feita sem a caixa colorida de fundo e na posição vertical
aplicada no lado esquerdo superior da página, como mostra o desenho 49.
124

Desenho 49: Posição dos elementos gráficos


Fonte: A Autora

Para indicar que a matéria tem sequência na página seguinte, foi


desenvolvido um elemento gráfico a partir da síntese de uma seta e, para determinar
o fim da matéria, utilizou-se um elemento da síntese das reticências. O desenho 50
mostra o tamanho a ser seguido para aplicação. O mesmo também deve ser
aplicado na cor indicada para o editorial e sempre utilizado no final do texto e
alinhado ao mesmo dentro do diagrama estabelecido no planejamento, como mostra
o desenho 16 acima.
125

Desenho 50: Medidas dos elementos gráficos


Fonte: A Autora

Capitular: as capitulares dão cor ao texto, chamam a atenção, dão força visual e
personalizam a publicação. Indicam também que algo novo está começando. Foi
estabelecido que para este projeto as capitulares devem ser usadas apenas em
textos logos e quando usados os diagramas de duas colunas. As capitulares serão
usadas no início de cada matéria, avançando o espaço de três linhas e após a
capitulação usar espaço de 5 mm de afastamento com o texto, devem estar
alinhadas verticalmente de maneira que se encaixe no texto com precisão, como
mostra o desenho 51.
126

Desenho 51: Aplicação da capitular e Box.


Fonte: A Autora

Numeração das páginas: os números de páginas serão aplicados nas páginas


esquerdas, no lado inferior esquerdo e nas páginas direitas do lado direito inferior da
página. A tipografia estabelecida é a Humnst 777 LT BT, no tamanho de 12 pt. O
desenho 52 mostra os espaços que devem ser obedecidos para a aplicação dos
números de páginas.
127

Desenho 52: Aplicação dos números de páginas.


Fonte: A Autora

Outro elemento de repetição estabelecido no planejamento da revista são o


mês e ano de publicação e o nome, Etc além da informação. O ano e o mês são
aplicados na cor preta, com a fonte Humnst 777 LT BT, no tamanho 10 pt . O nome
da revista será aplicado na cor preta 50%, mas é indicado que siga o padrão de cor
pantone Cool Gray 9c, CMKY C0 M0 Y0 K50 e o RGB R135 G135 B133. A tipografia
estabelecida é Humnst 77 LT BT, no tamanho 12pt. O nome da revista, a data e a
página são aplicadas na mesma posição no canto inferior externo de cada página.
As páginas com anúncio de página inteira dispensam o uso desses elementos
gráficos.
128

Alinhamento: cada alinhamento possui um estilo que pode trazer qualidade ou


prejuízos ao design de uma página. O alinhamento justificado faz uso eficiente dos
espaços em branco, produzindo uma visualização limpa na página, usado como
norma para jornais e livros de texto longo. Nos textos da publicação, deve-se usar o
alinhamento justificado, abrindo exceções em alguns casos como nas legendas e no
sumário. O desenho 53 mostra um exemplo de página com alinhamento justificado.

Desenho 53: Entrelinhamento.


Fonte: A Autora

Entrelinhamento: De acordo com Lupton (2006), o entrelinhamento é a distância da


base de uma linha tipográfica para outra, em inglês é chamado de leading. O padrão
de entrelinha da maioria dos programas de paginação é um pouco maior que a
129

altura de versal do tipo. Quando é expandida, torna a cor do bloco de texto mais leve
e aberta, mas quando expandida demais, torna-se elemento independente e deixa
de ser parte de uma textura geral. A medida de entrelinha a ser seguida para os
blocos de textos é de 2mm. Como mostra no desenho 53.

Boxes: são usados quando houver um assunto relacionado ao texto principal, mas
com conteúdo informativo que mereça destaque. O desenho 51 mostra um exemplo
de aplicação onde deve ser usado atrás do parágrafo de texto uma caixa colorida
nas cores institucionais de cada editorial, e o texto em cor branco.

Legendas: as legendas das fotos são palavras muito importantes em uma página de
revista. De acordo com White (2006), quando as pessoas abrem uma nova página
olham primeiro as fotos e depois procuram uma explicação para elas, as legendas.
O lugar mais indicado para a posição das legendas é em baixo das fotos, pois o
leitor vê primeiro a imagem e depois a legenda. O segundo melhor lugar para
posicionar a legenda é no lado direito da imagem, porque a imagem é lida da
esquerda para a direita.
White (2006) coloca que o alinhamento mais adequado para as legendas é da
esquerda irregular á direita, pois a margem esquerda nítida dá um direcionamento à
leitura, tornando-a mais fácil porque o leitor sabe onde voltar para encontrar o início
da linha seguinte. Para este projeto, as legendas das imagens foram propostas da
seguinte forma: quando a imagem é de página inteira e vazada, é necessário utilizar
uma caixa (um retângulo na vertical) colorida sempre na cor institucional do editorial,
com o texto alinhado à esquerda, na fonte Humnst 777BT, no tamanho 10pt, em
negativo ou positivo (negativo fonte branca sobre fundo colorido, positivo cor preto
sobre fundo colorido), dependendo da legibilidade do texto sobre o fundo colorido, o
desenho 54 mostra um exemplo de aplicação. E quando a imagem não ocupar a
página inteira, a legenda deve ser escrita na fonte Humnst 777BT, no tamanho 10pt,
alinhado à esquerda, como mostra o desenho 55.
130

Desenho 54: Legenda para imagens sangradas.


Fonte: A Autora
131

Desenho 55: Legenda de imagens.


Fonte: A Autora

A aplicação do nome do profissional que escrever a matéria deve se feito com uma
foto de rosto no tamanho de 30mm x 25mm e ao lado da fotografia deve ser escrito
o nome e profissão alinhados a esquerda na fonte Humnst 777BT no tamanho no
tamanho 11pt, como mostra o desenho 55. A exceção da aplicação da foto quando
que a matéria for relacionada com o anúncio da página e o mesmo conter a foto do
profissional, desta forma faze se a aplicação do nome autor junto ao intertítulo.
132

Imagens: hoje as pessoas dispõem de menos tempo e há muita coisa para ler e ver,
também em função da TV, rádio, internet do celular e ainda uma infinidade de
revistas segmentadas. Por este motivo, o leitor acaba por optar em ler o que chama
mais a atenção, o texto que mais o envolve, principalmente através de imagens. De
acordo com White (2006, p.12), “as imagens envolvem o observador por meio da
emoção e da curiosidade”. Assim, é importante que as revistas tenham textos curtos
e sejam mais visuais, com até 50% imagens e 50% texto. Deste modo o uso das
imagens para esta publicação determina que ocupem, no mínimo, um terço da
mancha gráfica, sendo estas sangradas (que invadem as margens da página)
obedecendo aos limites modulares dos diagramas impostos. De acordo White
(2006), as imagens sangradas são ótimas para aumentar o campo visual da revista
e na mente do leitor o sangramento aumenta a página e chama a atenção. O
desenho 56 mostra um exemplo aplicação de imagem na diagramação da revista.
133

Desenho 56: Aplicação de imagem sangrada.


Fonte: A Autora

Espaços em branco: os espaços em branco deixados nas revistas propositalmente


funcionam como ponto de fuga e descanso para os olhos do leitor também valorizam
as imagens. Neste projeto, os espaços também trabalham com o branco conceitual.
É aconselhável que se use os espaços brancos em todas as páginas da revista com
textos, como é exemplificado no desenho 57.
134

Desenho 57: Legenda de imagens.


Fonte: A Autora

Anúncios: o planejamento da revista visa que os anúncios trabalhem em conjunto


com as matérias. Por exemplo, no editorial saúde o tema da matéria é Pilates, então
o anuncio a ser trabalhado deve ser referente ao tema. Os anúncios também devem
seguir um padrão de tamanho definido a partir das colunas dos diagramas
desenvolvidos na mancha gráfica. O desenho 58, 59, 60, 61 mostra as
normatizações dos tamanhos dos anúncios e suas devidas posições. Os espaços
disponíveis para anúncios foram divididos em: 3 anúncios de página inteira, 3
anúncios de meia página, 3 anúncios de lateral e 3 anúncios de rodapé.
135

Desenho 58: Anuncio de página inteira.


Fonte: A Autora

Desenho 59: Anuncio de meia página.


Fonte: A Autora
136

Desenho 60: Anuncio de rodapé.


Fonte: A Autora

Desenho 61: Anuncio de lateral.


Fonte: A Autora
137

Capa: A capa funciona como um cartaz ou pôster. Ela é vista em um tempo muito
rápido, portanto deve-se pensar em escala grande e quanto mais simples melhor.
Boa aparência estética é considerada um fator secundário. De acordo com White
(2006), o logo e a manchete devem ficar no canto superior esquerdo, pois quando a
revista está disposta na prateleira da banca de jornal. As primeiras palavras que são
vistas são as que estão no canto superior esquerdo, então o principal na capa deve
chamar a atenção, mas o resto, segundo White (2006), não deve ser maior do que o
corpo 14.
Composta de uma imagem fotográfica deve ser utilizada de forma sangrada
sobre fundo chapado. Os elementos gráficos que informam editor, data, número e
valor serão dispostos no lado direito superior com alinhamento direito. No lado
esquerdo superior é aplicada a marca, o espaço e posição que ela deve ocupar,
como está exemplificado do desenho 62. Os elementos que identificam as
chamadas serão dispostos na parte inferior da página alinhados à esquerda junto
com uma imagem, e devem seguir os padrões de tamanho e alinhamento como
mostra o desenho 63. Todas as informações que compõem a capa devem ser
escritas da fonte Humnst 777BT e, quando for um elemento que necessite destaque,
deve ser escrito na fonte Humnst 777 Blk BT. A manchete deve ser posicionada no
lado esquerdo, acima, chamadas em um tamanho maior conforme a necessidade e
a disposição do espaço. O desenho 64 mostra a aplicação dos elementos gráficos
na tarja inferior de cor pantone 438 c e em CMYK C 37, M 51, Y 33, K 78 e em RGB
R 84, G 61, G 61.
138

Desenho 62: Normatização dos elementos que compõe a capa.


Fonte: A Autora
139

Desenho 63: Espaços de normatização dos elementos gráficos


Fonte: A Autora

Desenho 64: Elementos aplicados sob a tarja de proteção.


Fonte: A Autora
140

Sumário: o desenho 65 mostra uma exemplo de sumário e a aplicação das fontes e


dos elementos gráficos.

Desenho 65: Sumário


Fonte: A Autora
141

Expediente: o desenho 66 mostra um exemplo de página de expediente e a


aplicação das fontes e dos elementos gráficos.

Desenho 66: Expediente


Fonte: A Autora
142

4.1.1 Normatização

Nesta etapa, desenvolve-se a preparação técnica do projeto para a produção


industrial na qual o projeto é codificado e descrito para a produção. Para a
efetivação da normatização, primeiramente, desenvolve-se a codificação. O projeto
é adapto à linguagem gráfica do projeto para a linguagem técnico-produtiva. Após, é
realizada a descrição técnica de produção, define-se as instruções necessárias
durante o processo produtivo que complementam a codificação.
De acordo com Collaro (2000), para esta etapa é importante que o Designer
Gráfico tenha conhecimento do processo de montagem de cadernos que irão
compor a revista. São raras as revistas que não são montadas múltiplas de quatro.
Nesse caso, a revista foi planejada nesse formato, facilitando o processo de
montagem. O desenho 67 mostra toda a disposição das páginas em sequência de
montagem de duas em duas. Essa operação facilita muito o controle da produção e
o fechamento dos cadernos para a produção gráfica industrial.

Desenho 67: Sequência de montagem das folhas


Fonte: A Autora
143

Desenho 68: Capa e contra capa finalizadas


Fonte: A Autora
144

Desenho 69: Página interna finalizada


Fonte: A Autora

Especificações de materiais:
Impressão OFFSET
Miolo: Couchê L2 90g.
Capa: Couchê L2 180g plastificação frente e verso.
Cores: 4x4
Capa/encadernação: Brochura de lombada canoa
Formato Fechado: 21 X 28 cm. Podendo ser impresso em folhas tamanho BB (33 X
48 cm).

Estas características foram escolhidas por serem as que mais se adaptam


aos atuais padrões de produção utilizados, aliando qualidade e redução de custos
ao maior aproveitamento do papel, com baixa geração de resíduos.
145

4.1.2 Supervisão

Esta é a etapa final. Fornece-se assistência para o setor industrial e para o


cliente, no que se refere ao apoio técnico à produção e implementação do projeto. É
necessária para garantir a qualidade esperada do projeto e sua funcionalidade. O
acompanhamento do designer, nesta etapa do projeto, só será possível quando a
implementação do projeto passar para a etapa de produção seriada industrial. Para
a viabilização da proposta de projeto gráfico editorial da revista Etc Além da
Informação, buscou-se no município de Xanxerê orçamento para produção seriada
industrial do mesmo, no qual foi viabilizado pelas empresas News Print Gráfica e
Editora Ltda e Imprimax Gráfica e Embalagens.

Especificações de materiais:
Impressão OFFSET
Miolo: Couchê L2 90g.
Capa: Couchê L2 180g plastificação frente e verso.
Cores: 4x4
Capa/encadernação: Brochura de lombada canoa
Formato Fechado: 21 X 28 cm. Podendo ser impresso em folhas tamanho BB (33 X
48 cm).

De acordo com o orçamento apresentado pela empresa News Print Gráfica e Editora
o custo para produção gráfica de 1000 exemplares com as características descritas
acima é de R$ 2690,00. E o orçamento apresentado pela empresa Imprimax Gráfica
e Embalagens é de R$ 3250,00.
146

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O design editorial agrega grande importância em veículos de mídia impressa


e estabelece critérios em um projeto gráfico, como estilo, estrutura, temática e forma,
as quais contribuem para melhorar a qualidade de mídias. Dessa forma, o objetivo
dessa pesquisa de desenvolver o projeto gráfico da revista Etc Além da Informação,
de periodicidade mensal, foi atingido já que agregou valor à sua diagramação.
O projeto gráfico da revista Etc Além da informação segue padrões de
unidade e legibilidade, possibilitando, assim, ser reconhecida pelo seu público-alvo.
A unidade estabelecida também permite que os números subsequentes da revista
sejam conhecidos como pertencentes da mesma publicação. A unidade foi
estabelecida através das pesquisas e análises de materiais similares e pesquisas
bibliográficas, a partir das quais se pôde constatar quais seriam os elementos mais
adequados para compor o projeto gráfico editorial da revista em questão, estreitando
a relação entre veiculo e leitor.
As bases de conhecimentos agregados a esse trabalho permitiram que o
projeto gráfico estivesse bem embasado, referenciando toda ação que se pretendia
fazer. As análises de materiais similares deram suporte às escolhas dos elementos
gráficos que compõem o planejamento.
O resultado final atingiu os conceitos propostos (de legibilidade, organização
e credibilidade) que caracterizam o público-alvo. Isso pode ser identificado através
dos elementos que compõem o planejamento gráfico visual da revista, abordado na
seção das bases do conhecimento.
Portanto, aliando teoria à prática, atingiu-se os objetivos propostos, sob
embasamento dos conceitos de Design Editorial, produzindo, assim, um material de
caráter diferenciado.
147

REFERÊNCIAS

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ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008. 635 p.

BASSO, Eliane Fátima Corti. Revista Senhor: Jornalismo cultural na imprensa


brasileira. In _____ UNIrevista . vol. 1, n° 3 : jul. 2006.

BÜRDEK, Bernhard E. Design: história, teoria e prática do design de produtos. São


Paulo: Edgard Blücher, 2006. 496 p.

BUSTAMANTE, Cibele. As cores na revista Senhor. Disponível em:


<http://www.bdtd.uerj.br/tde_arquivos/25/TDE-2007-10-29T122431Z-
173/Publico/BUSTAMANTE%20cap7B.pdf>. Acesso em: 23 out. 2009

CAMPOS, Gisela Belluzzo de. Projetos gráficos de Qualidade de Revistas


Brasileiras. In: Anais do 8 Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento
em Design. São Paulo, 2008. Disponível em:
http://www.modavestuario.com/493projetosgraficosdequalidadederevistasbrasileiras.
pdf. Acesso em: 30. set. 2009.

CHINEN, Nobu (Org.). A Cor. In: ______ .Curso Completo Design Gráfico . São
Paulo: Scala, 2009. cap. 2, p. 43 -73.

COLLARO, Antonio Celso. Projeto Gráfico: Teoria e Prática da Diagramação. 4.ed.


ver. e ampl. São Paulo: Summus, 2000. 181.p

DUAILIBI, Julia; BORSATO Cíntia. Ela empurra o crescimento. Veja. p. 82-91, 2 de


abril de 2008. Especial.

FERLAUTO, Claudio; JAHN, Heloisa. A Gráfica do livro / O Livro da Gráfica.


3. Ed. São Paulo. SP Editora Rosari. 2001.95 p.

GOMES FILHO, filho. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. 7.


Ed. São Paulo, SP: Editora Escrituras 2004. 127 p.

GRUSZYNSKI, Ana Cláudia. Design gráfico: do invisível ao ilegível. Rio de


Janeiro: Editora 2AB, 2000.
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HENDEL, Richard. O design do livro. 2. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2006. 224 p.

LUPTON, Ellen. Pensar com Tipos. [s.1.]; 2006.173.p.

MATTÉ, V. A. Metodologia Projetual para Produtos Gráfico-impressos. 2004

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Editora da Univali, 2000.

RIBEIRO, Milton. Planejamento visual gráfico. 7. ed. rev., atual. Brasília: Linha
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WHITE. Jan V. Edição e Design. 3. Ed. JSN Editora 2006. 238p.

WILLIAMS, Robin. Design para quem não é Designer. 2 Ed. São Paulo, Editora
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