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Respostas – Caderno de Exercícios 3

• A principal ideia era o uso da razão e não da cons-


capítulo 1 ciência religiosa como instrumento para a emanci-
pação humana.

• O iluminismo constituiu-se como um conjunto de con-


Pensamento político nos cepções de grande influência em diversos domínios:
séculos XVII e XVIII: Iluminismo político, filosófico, social, econômico e cultural.

1. D • Outro pressuposto fundamental consistia na defesa


da liberdade humana, reivindicando o fim de tudo
2. C
aquilo que prendesse ou mantivesse os homens na
3. B servidão. Ele contestava o absolutismo monárquico
4. a) Nos fragmentos podemos reconhecer os privilégios que defendia a tese do poder divino dos reais, visto
da nobreza, heranças da sociedade medieval, e a defender a soberania como emanação da vontade
concentração de poderes nas mãos do monarca da população. Nesse sentido, entendia que o poder
absolutista. deveria ser dividido, que sua autoridade não deveria
b) Entre as características criticadas pelo iluminismo, residir exclusivamente na vontade dos monarcas, daí
podemos mencionar: derivaram todos os esforços da criação dos três pode-
• A preponderância da religiosidade cristã e da Igreja, vis- res – tal como propugnou Montesquieu – e a reflexão
tas como empecilhos para o desenvolvimento científico. sobre o poder nas mãos dos reis e imperadores, bem
• A sociedade de ordens, que marginalizava das deci- como a defesa do constitucionalismo.
sões políticas amplos setores da sociedade. • Além de uma reação ao absolutismo, o iluminismo
• O mercantilismo, questionado pela excessiva inter- também representou uma reação contra a influência
ferência estatal. da Igreja na política e na vida sociocultural. Assim,
5. O texto de Voltaire, importante pensador iluminista, reivindicava a necessidade de um ensino laico e da
procura oferecer um modelo de explicação racional liberdade de culto. Para Voltaire, por exemplo, era fun-
para o terremoto, distanciando-se de uma interpretação damental a tolerância religiosa a fim de se evitarem
religiosa do fenômeno. as guerras e a perseguição. O peso da Igreja na vida
6. A cultural e a censura que esta promovia, a resistência
7. C às novas ideias entendidas como perigosas também
surgia como um obstáculo a vencer.
8. A
9. No decorrer do século XVIII e XIX, a burguesia almejava • O próprio nome do movimento, Luzes – tal como era
a diminuição da interferência estatal mercantilista na conhecido na França – indica a negação da presença
economia e a criação de um modelo de Estado centrado da Igreja como algo medieval, como uma era de obs-
nos seus interesses. Na obra de Smith, ganhava corpo curantismo e superstição que atravancaram o desen-
teórico a necessidade da construção de um modelo de volvimento humano. Outro desdobramento importante
Estado que respeitasse a livre-iniciativa e que valorizasse desse ideário foi a defesa da renovação, da produção e
os homens de negócios. Para Smith, o desejo individual da difusão de novos saberes tal como preconizada por
de enriquecer por meio dos negócios geraria condições Diderot e D’Alembert na elaboração d'A enciclopédia.

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para a melhoria da sociedade. • Uma outra ideia fundamental presente no iluminismo
10. a) Serão consideradas, positivamente, as citações é a defesa de uma maior igualdade entre os homens,
sobre as principais ideias do iluminismo e suas tal como surge nos textos de Rousseau e naquilo que
respectivas características, entre outras citações definiu como vontade geral. Este pensador critica a
afins ou correlatas: desigualdade existente e reivindica maior participa-
• O iluminismo foi um movimento cultural e filosófico ção política dos indivíduos no interior do Estado. Em
que agitou as elites durante o século XVIII na Europa, suma, o iluminismo utilizou a razão para combater a
que mobilizou a razão no sentido de transformar a fé e a liberdade para se contrapor ao despotismo,
sociedade e o pensamento existentes e representou transformando radicalmente o pensamento e as con-
um momento de intenso intercâmbio cultural. cepções de mundo posteriores.

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• Outro desdobramento nesse sentido foi o desenvolvi - algumas ideias defendidas pelo iluminismo, havendo
mento do liberalismo e das doutrinas liberais no sécu- uma combinação entre estes. Dessa forma, a autorida-
lo XIX. Elas revelam a reação do iluminismo a várias de absoluta dos reis foi abrandada por reformas cujos
práticas econômicas existentes no bojo do que se princípios inspiravam-se no pensamento iluminista, con-
convencionou chamar de mercantilismo. ferindo sobrevida ao Antigo Regime.
• O ideário iluminista foi desenvolvido por diferentes • O despotismo esclarecido desenvolveu-se em vários
pensadores e suas bases encontram-se em Spinoza países, destacando, sobretudo, providências ou me-
(1632-1677), John Locke (1632-1704), Pierre Bayle (1647- didas aplicadas à economia, visando superar alguns
-1706) e até mesmo em Isaac Newton (1643-1727). entraves que a mantinham atrasada e essencialmen-
• O iluminismo desenvolveu-se entre a segunda metade te agrícola, coadjuvando no desenvolvimento da bur-
do século XVIII e o início do século XIX, quando dá guesia junto ao Estado.
lugar a outras correntes de pensamento doutrinas • Os déspotas esclarecidos implementaram reformas
políticas, econômicas e filosóficas. administrativas, políticas, jurídicas e econômicas,
• Um de seus epicentros do iluminismo foi a França, incentivaram reformas no ensino e incorporaram
mas também manifestou-se em vários outros países uma maior dose de tolerância e de liberdade ao
como a Inglaterra, os Estados germânicos, a Itália, a pensamento e a certas práticas. Isso representou
Escócia, os Países Baixos e a Rússia. a consolidação daquilo que entendemos como a
modernidade, que exerceu impulsos sensíveis no
• Sob este conceito – iluminismo – estão reunidas di- processo de modernização na Europa.
versas tradições filosóficas, políticas, econômicas,
sociais e até mesmo atitudes religiosas. Pode-se falar • Do ponto de vista político, o despotismo esclarecido
mesmo em diferentes expressões do iluminismo dife- representa uma abertura da monarquia a determi-
renciadas pelos países no momento em que surgem nadas pressões sociais, aproximando-se dos intelec-
e devido ao seu caráter. Assim é possível falar em tuais, da burguesia em expansão e acolhendo, no
iluminismo tardio, iluminismo germânico de Kant e interior do Estado, segmentos de uma burocracia ad-
Herder, iluminismo católico. ministrativa, em especial os magistrados, que passam
a adquirir cada vez mais importância na condução
• Um pressuposto fundamental é entender o Iluminismo
do governo. Lentamente agentes patrimoniais deram
como uma visão de mundo que prega a necessidade
lugar a funcionários que ingressam na burocracia
da ação para transformar ou reformar o mundo.
estatal, cujo exercício profissional encontra-se de-
b) Serão consideradas, positivamente, as análises sobre finido principalmente na retração do princípio da
as inter-relações entre o pensamento iluminista e o hereditariedade no cargo.
despotismo esclarecido, que levem em conta aspec-
• Do ponto de vista religioso o despotismo esclarecido
tos afins ou correlatos:
não encontrou homogeneidade, embora seja carac-
• O desenvolvimento do ideário iluminista acabou terizado pela ampliação da tolerância e pela ênfase
inspirando e pressionando os monarcas reinantes a sobre a laicização. De qualquer modo, em alguns
adotarem alguns de seus preceitos, tendo surgido países caracterizou-se por um espírito secular e, em
alguns personagens que coadjuvaram alguns Estados outros casos, foi demasiado hostil a certas expressões
europeus a implementarem reformas na condução religiosas. Em alguns países o déspota manteve alian-
dos aspectos políticos e administrativos. Isso repre- ças com a religião.
sentou uma mudança social e politicamente mais
• Em Portugal, o expoente do despotismo esclarecido
abrangente, que foi denominada como despotismo
foi o marquês de Pombal, ministro do rei D. José I; na
esclarecido (ou ilustrado, ou ainda absolutismo ilus-
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Prússia, o rei Frederico II; na Rússia, a representante do


trado), uma expressão que identifica uma forma de
despotismo esclarecido foi Catarina II; na Suécia, foi
governar característica da Europa continental a partir
Gustavo III; na Áustria destacaram-se D. Maria Teresa
da segunda metade do século XVIII.
e seu ministro Kaunitz, bem como José II; nos Estados
• Embora o poder dos soberanos não fosse questionado italianos os principais representantes foram o arqui-
e estes se mantivessem à frente da condução dos as- duque Leopoldo de Habsburgo e o grão-duque da
suntos ou negócios dos Estados, foram assumidos ou Toscana; no Reino de Nápoles, o ministro Bernardo
incorporados determinados princípios reformistas do Tanuci; na Espanha, os reis Filipe V, Fernando VI e
Iluminismo. Ou seja, surgiu uma alteração no princípio Carlos III.
que fundamentava o poder real desde a Idade Mé- Resposta disponível em: <www.ccv.ufes.br/sites/default/
dia, inclusive o direito divino dos reis, sendo adotadas files/ps2012_Etp2_Historia.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2015.

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11. B 5. B
12. E 6. a) Podemos, dentre as medidas econômicas, citar a
criação do monopólio diamantino, a instauração da
13. C derrama e a criação das Companhias de Comércio.
14. Entre os ideais liberais, ressaltamos: A primeira decretou a exclusividade da atuação da
Coroa na extração de diamantes no distrito diamantino;
• O personagem, sozinho em uma ilha, traz representa-
a segunda estipulou o confisco de bens dos colonos
ções do individualismo econômico, em oposição ao
caso não fossem atingidas metas de arrecadação
controle mercantilista sobre os homens de negócios.
de ouro; e a terceira aprofundou a política comercial
• A valorização do empreendedorismo de Crusoé se de controle metropolitano sobre a circulação de
relaciona com a construção dos valores burgueses, produtos, acentuado a política monopolista da Coroa.
em oposição à sociedade do Antigo Regime, que Nas três observamos o caráter autoritário e controlador
valoriza os privilégios e não o empenho individual. da política pombalina, interessada em aumentar a
15. a) Denis Diderot foi um filósofo do iluminismo. arrecadação de riquezas na colônia.
b) O sistema criticado é o absolutismo monárquico, mar- b) Pombal expulsou os jesuítas das possessões portu-
cado pela concentração de poderes nas mãos do guesas, o que afetou diretamente o ensino e a cate-
monarca e pelos privilégios do clero e da nobreza. quese no Brasil, atividades conduzidas quase exclu-
c) Entre os motivos, podemos mencionar: sivamente pelos jesuítas.
• Consideravam que o clero, uma das bases sociais do 7. a) De acordo com o texto, o comando das tropas era
poder dos reis, dificultava o desenvolvimento científico. dado aos brancos.
• O controle do Estado dificultava a liberdade de ex- b) Além das funções de comando de guerra, segundo o
pressão. texto, também era responsabilidade do comandante
• A concentração de poderes no absolutismo impedia estabelecer a disciplina e conservar a submissão dos
a ampliação da participação da sociedade na vida “homens pardos”.
política. 8. O autor evidencia que os déspotas esclarecidos
• A divisão em estamentos não era compatível com a conduziam as políticas de Estado com base em
realidade econômica do período. avaliações práticas e objetivas das opções, misturando
• O intervencionismo mercantilista dificultava o desen- elementos iluministas e absolutistas, para que o Estado
volvimento econômico. interfira de maneira seletiva na sociedade.
16. E 9. E
17. D
10. C
18. A
11. A
19. B
20.A 12. E
21. D 13. D
22.E 14. A Inconfidência Mineira pode ser caracterizada como
23. C uma manifestação conduzida pela elite, que não foi às
ruas e tinha propostas de implantação de uma república
de inspiração iluminista. No caso da Conjuração Baiana,
a participação popular foi intensa, o movimento foi às
cap’tulo 2 ruas e as propostas estavam mais próximas do modelo

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republicano jacobino. Nos desfechos das duas também
notamos uma diferença: a mineira teve um inconfidente
executado, enquanto a baiana levou quatro revoltosos
Crise do Antigo Sistema Colonial à morte.

15. a) O movimento ao qual o texto e a imagem fazem


1. C referência é a Conjuração Baiana ou Revolta dos
Alfaiates.
2. A
b) O movimento teve influências da Revolução Haitiana,
3. A da Revolução Francesa, do iluminismo, do jacobinis-
4. A mo e também da Independência dos Estados Unidos.

19
12. C
capítulo 3 13. E
14. B
Revolução Industrial 15. B
16. A
1. A 17. D
2. E 18. C
3. E 19. A
4. Entre outros fatores, podemos mencionar:
• A acumulação de capitais através do comércio;


A Revolução Gloriosa;
O desenvolvimento da produção têxtil;
capítulo 4
• As reservas de carvão e ferro;
• A liberação de mão de obra através dos cercamen-
tos. Criação da Ordem Liberal
5. a) Segundo a Bíblia, um castigo divino; para a burguesia
seria uma virtude e para a aristrocracia era algo
1. C
desprezível.
b) Segundo o texto de Peter Gay, buscando construir 2. B
uma ideologia de que o trabalho dignifica o homem. 3. A
Nos espaços de trabalho, pela fiscalização sistemáti-
4. O personagem que aparece carregando os outros dois
ca, pela organização da divisão do trabalho e pela
homens representa o terceiro Estado, que se destacava
repressão.
por sua importância econômica e por estar submetido
6. B à cobrança de impostos. Porém, de uma maneira geral,
7. A estava distante dos privilégios da Corte francesa. Em
cima e à frente, aparece um membro do clero, seguido
8. D por um personagem que representa a nobreza. Essas
9. Sobre a Revolução Industrial, o candidato deve articular ordens, respectivamente o primeiro e o segundo
uma resposta que aponte suas características: o Estados, detinham os privilégios do Antigo Regime e
surgimento da manufatura, a urbanização, o surgimento sustentavam a manutenção de um Estado absolutista
do proletariado, o surgimento da indústria de bens que se colocava acima da sociedade.
de consumo, a expulsão do homem do campo, o 5. Entre os motivos para a convocação dos Estados Gerais
cercamento das terras, a exploração do trabalho em meados de 1789, o aluno pode citar a crise financeira,
assalariado. a proposta de equidade fiscal, o endividamento do
Resposta disponível em: <www.cops.uel.br/vestibular/ Estado francês e o encaminhamento de uma reforma
2013/provas/fase2_2d_historia.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2015.
tributária por parte do Estado.
10. a) Dentre os fatores, podemos citar: 6. D
• Condições de trabalho nas fábricas; 7. A
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• Longas jornadas de trabalho;


8. D
• Concorrência das máquinas com o trabalho dos ar-
tesãos.
9. a) O período da Convenção Nacional (21 de setembro
de 1792 a 1º de outubro de 1795) começa com a
b) No plano social destacou-se o surgimento do pro -
abolição da monarquia e a instauração da Primeira
letariado, a consolidação da burguesia industrial
República Francesa. Neste período, a República
com a separação entre capital e trabalho e a urba-
Francesa conduzirá, ao mesmo tempo, uma guerra
nização acelerada; no plano tecnológico ocorreu a
revolucionária contra as coalizões europeias e uma
introdução da máquina a vapor e a ampliação da
guerra civil contra realistas e federalistas, qualificados
produção.
de “contrarrevolucionários”. A percepção de que a
11. E pátria e a república estavam em perigo levou os

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republicanos a tomarem um conjunto de medidas oposição entre duas ordens políticas e sociais opos-
para enfrentar os “inimigos da revolução” como as tas: a da França republicana e revolucionária (com
insurreições federalistas contra Paris, os levantes os seus valores destacados nas legendas dentro da
realistas contra o regime republicano (Vendeia e gravura) e a da Europa do Antigo Regime (repre-
Lyon) e a penúria, a carestia e a crise econômica e sentada pelos soberanos em queda). Fizeram parte
social. As medidas concretas tomadas para enfrentar dessa Primeira Coalizão os impérios austríaco e
os riscos da divisão interna foram: russo; os reinos da Prússia, da Espanha, de Portu-
• A criação do Tribunal Revolucionário (março de 1793), gal, de Nápoles, Sardenha e Sicília; a Grã-Breta-
que julgava os opositores da República e não permi- nha as Províncias Unidas e os realistas franceses
tia nenhum tipo de recurso às decisões que emana- emigrados. Neste contexto, em 1793, o Comitê de
va. Durante o período do Terror, este tribunal emitiu Salvação Pública tomou uma decisão grávida de
cerca de 5 342 sentenças, das quais mais da metade consequências: anexar os territórios conquistados
resultaram na pena de morte. fora da França, implantando neles a nova ordem
republicana. O candidato, para referir-se a este pro-
• A reorganização dos exércitos (agosto de 1793) e a
cesso de internacionalização/expansão da guerra
imposição do alistamento em massa para todos os
revolucionária que motivou o autor da gravura a
homens celibatários entre 18 e 25 anos, aumentando
produzir aquela sátira política, poderá referir-se à
os efetivos e incorporando batalhões de voluntários
expansão dos ideais revolucionários, seja em ter-
que agora integram um exército que aos poucos é
mos das conquistas militares, seja em termos da
“nacionalizado”.
difusão das ideias revolucionárias operadas em
• O decreto da “Lei dos Suspeitos” (setembro de 1793), decorrência da guerra.
pela qual o clero refratário é declarado suspeito, Resposta disponível em: <www.puc-rio.br/vestibular/
parentes da nobreza emigrada são aprisionados ou repositorio/provas/2015/download/gabaritos/
VEST2015PUCRioGabarito%20G2_20141013_
eliminados e membros da nobreza em geral são in- completoD_v2.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2016.
diciados e presos.
10. A
• A proclamação do “governo revolucionário” (outubro
de 1793), suspende a aplicação da Constituição de 11. A
1793 e as liberdades individuais são suspensas até o
“retorno da paz”. A tomada de decisão é centralizada e
12. D
as decisões da Convenção são aplicadas de imediato. 13. B
• A repressão à Guerra da Vendeia (1793-1796), que 14. A Marselhesa foi composta no período de guerra entre
explodiu como reação ao recrutamento obrigatório a França e as outras monarquias europeias. Conside-
no exército revolucionário decretado pela Conven- rando-se suas distintas apropriações, muitas passagens
ção Nacional, à perseguição do clero e à imposi- da composição relacionam-se ao contexto revolucioná-
ção de novos impostos para custear as despesas rio francês, por exemplo (o candidato deve relacionar
militares na contenção das invasões dos exércitos apenas um trecho da composição ao contexto):
coligados externos. Estas e outras medidas que pos-
sam ser citadas pelos candidatos estão incluídas no • “Avante filhos da Pátria” ou ainda “Às armas, cida-
Regime do Terror (1793-1794), período caracterizado dãos”: nestas passagens, a conclamação à guerra
pelo predomínio político dos membros do Comitê se sustenta no sentimento nacional (daí a referência
de Salvação Pública (liderados por M. Robespierre), a filhos da pátria e cidadãos), emergente durante a
que adotaram um programa repressivo contra os era revolucionária.
adversários da República Jacobina. • “Que um sangue impuro/banhe o nosso solo”: nesta

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• A execução do rei Luis XVI e de alguns membros da passagem, a alusão à sangue impuro (do invasor) é
família real. uma metáfora da ambiência da guerra. A composi-
ção explicita a presença dos inimigos (da revolução
b) A segunda parte da questão solicita ao candidato e/ou da mudança) e a ameaça à pátria.
que se refira ao processo de expansão revolucioná-
• “Contra nós da tirania”: nesta passagem, encontra-se
ria decorrente da decisão de enfrentar a Primeira
a exposição do princípio da revolução: a luta contra
Coalizão (1793-1797) das monarquias europeias,
a tirania, identificada no privilégio aristocrático e re-
criada após o julgamento e a execução de Luís XVI
presentada, sobretudo, pela figura do rei.
(janeiro de 1793). O contexto de produção da gravu-
Resposta disponível em: <www.vestibular.ufg.br/2013/ps2013_1/
ra é marcado pela internacionalização da guerra re- site/sistema/respostas/ps-2013-1-respostasesperadas-oficiais-
volucionária, que passa a se apresentar como uma grupos34.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2016.

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15. O candidato deve explicar o contexto histórico da
Revolução Francesa como resultado de descontenta- cap’tulo 5
mentos da burguesia em relação ao Antigo Regime,
em especial, quanto aos privilégios do alto clero e da
nobreza. A situação econômica, a agricultura em de-
Independências na América
cadência, os altos impostos cobrados dos camponeses,
o pensamento iluminista, etc. são fatores que desenca-
dearam a Revolução Francesa.
1. E
Resposta disponível em: <www.cops.uel.br/vestibular/
2014/provas/2a_Fase/2d/historia.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2016. 2. E
16. E 3. B

17. C 4. Entre os principais motivos, o candidato poderia citar: a


incompatibilidade entre o desenvolvimento econômico
18. C interno das colônias promovido pela elite criolla e a
vigência do Pacto Colonial imposto pela metrópole;
19. D
a influência das ideias iluministas e do processo de
20.a) O Código Civil caracterizou-se pela defesa da independência dos Estados Unidos; os desdobramentos
propriedade privada, da afirmação da igualdade da Revolução Francesa, com a invasão napoleônica
jurídica, mas também pela proibição da organização da península Ibérica; o apoio inglês aos movimentos de
de sindicatos e da realização de greves. emancipação; a crescente afirmação da identidade
b) Ao proibir sindicatos e greves, o Código chocava-se dos “povos americanos”, conforme expresso numa
com o ideal da liberdade de expressão presente na produção cultural que antecipava o nacionalismo.
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
5. A Revolução Francesa baseou-se nos princípios
de 1789.
iluministas que propagaram os ideais de liberdade e
21. Ao afirmar que as populações locais acabariam igualdade civil entre os homens. Quando os jacobinos
repelindo os “missionários armados [...] como inimigos”, assumiram o comando do país, durante a Revolução,
o texto de Robespierre antecipa a resistência oferecida propuseram o fim da escravidão nas colônias e, dessa
pelo povo espanhol às tropas de Napoleão. forma, fortaleceram a luta pela libertação no Haiti. A
luta pela independência do Haiti é considerada uma
22.B “Revolução Negra” pelo seu caráter antiescravagista
e representou um conflito entre a população negra
23. C
oprimida e escravizada e a elite branca, até então
24.B dominadora. A luta haitiana vivenciou diferentes etapas
e se consolidou apenas em 1804.
25.O Congresso de Viena visava: 1) reorganizar o
mapa político europeu, modificado pelas guerras 6. E
napoleônicas; 2) garantir, por meio do princípio da 7. B
legitimidade, o retorno das fronteiras europeias anteriores
à Revolução Francesa; 3) conter os movimentos liberais, 8. D
por meio da ação militar da Santa Aliança. 9. D
26. C 10. B
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27. D 11. Entra as consequências:


28. E • Dissolução da Confederação do Reno;
• Ausência de partilha territorial na França;
29. D
• Recolocação no poder das dinastias europeias, des-
30.C tronadas durante a expansão napoleônica;
31. E • Reorganização do mapa europeu, levando-se em
consideração os direitos tradicionais das dinastias
32. E
consideradas legítimas e restaurando-se as fronteiras
33. A anteriores a 1791.

22
Explicação: Esse princípio, por tentar frear os proces- dos novos países latino-americanos, denominado
sos de autonomia que haviam se instalado na região, “pan-americanismo”. A imagem de Bolívar é resgatada,
ampliou ainda mais as insatisfações dos diferentes se- de forma heroica, como expoente da luta contra os
tores das aristocracias coloniais que, organizadas em interesses imperialistas sobre a América (naquele
cabildos livres, comandaram as lutas pela independência momento, da Inglaterra, e hoje, dos Estados Unidos).
dos vice-reinos coloniais.
27. a) O contexto político no qual a Carta de Jamaica
12. B foi escrita foi o das lutas pela independência das
13. E colônias espanholas na América. Nesse momento,
Bolívar foi derrotado pelo Exército espanhol e havia
14. C se deslocado da Capitania Geral da Venezuela
15. E para a Jamaica. Ele defendia, então, a necessidade
de união das sociedades americanas em face da
16. a) O estudante deverá relacionar os processos revolu- possível contraofensiva da Espanha, apoiada pela
cionários na América espanhola ao Bloqueio Con- Santa Aliança.
tinental imposto pela França sobre a Inglaterra e às
b) O aluno pode citar, entre outros: o MCCA (Mercado
invasões napoleônicas de 1808, que na Espanha
Comum Centro-Americano – 1958); a ALALC (Associa-
levaram à renúncia forçada de Fernando VII e a um
ção Latino-Americana de Livre Comércio – 1960); a
vazio de poder, posteriormente preenchido pelas
ALADI (Associação Latino-Americana de Integração
Juntas de governo.
– 1981); o MERCOSUL (1991); a OEA (Organização dos
b) O estudante deverá avaliar a independência como
Estados Americanos – 1948); o TIAR (Tratado Interame-
um processo construído ao longo dos anos de 1810
ricano de Assistência Recíproca ou Pacto do Rio de
a 1816, quando a independência política das Pro-
Janeiro – 1947); CARICOM (Comunicado do Caribe
víncias Unidas do Rio da Prata foi formalmente de-
– 1973); Pacto Andino (1969); Comunidade Andina
clarada em 9 de julho de 1816. Assim, o estudante
de Nações (1996).
deverá identificar as diferenças entre os dois textos
citados: o primeiro, moderado; o segundo, radical. O 28.a) No primeiro plano da pintura de Helguera, dois
primeiro aponta para a possibilidade de a Província símbolos constitutivos da nacionalidade mexicana
do rio da Prata permanecer como parte integrante estão representados:
do Império espanhol. No segundo texto, o estudante • a figura do padre Miguel Hidalgo, considerado o “Pai
deverá perceber um ataque ao absolutismo com a da Pátria”, localizada no centro e com a mão e a
dissolução dos títulos de nobreza e a identificação cabeça levantadas, marca sua importância como
da Espanha como inimiga. liderança das rebeliões camponesas nas aldeias;
17. E • o Estandarte da Nossa Senhora de Guadalupe, em-
punhado pelo padre, expressa a importância da Vir-
18. C gem como símbolo da interação entre as culturas
19. E hispânica e indígena.
b) Para construir a relação entre os referidos símbolos e
20.C
a Independência Mexicana, há dois pontos a serem
21. D considerados:
22.A • Primeiro, o apoio de religiosos do “baixo clero” às
reivindicações populares que surgiram nesse con-
23. D texto. No processo de Independência Mexicana,
24.D dois padres – Hidalgo e Morelos – defendiam a dis-

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tribuição de terras aos camponeses (inclusive, a
25. C terra que era patrimônio da Igreja). Em 1810, por
26. Simón Bolívar e José de San Martín foram dois dos meio do Decreto de Guadalajara, declarava-se,
principais líderes das independências das colônias nas terras livres do domínio espanhol, a abolição
espanholas na América. O primeiro atuou na região da escravidão e do tributo indígena.
de Caracas e o segundo, de Buenos Aires. Após as • Segundo, a presença do Estandarte de Guadalupe
independências, San Martín se retirou da vida política, indicava o potencial mobilizador desse símbolo em
devido ao fracasso de seu projeto monarquista. Bolívar, virtude da crença religiosa das populações campo-
ao contrário, tornou-se governante da Venezuela e nesas, que lutavam pelo acesso às terras dominadas
liderou um movimento político em busca da unidade pelos espanhóis.

23
29. a) A vitalidade estava associada ao expansionismo em como um território próspero, mais rico que Portugal,
direção a Cuba e ao Brasil; a adaptabilidade, a uma o que justificaria a mudança. O terremoto de Lisboa,
disciplina maior e a novas técnicas produtivas. que destruiu a capital portuguesa, também pesou
b) Marcado pelas ideias radicais da Revolução France- na possibilidade de transferência.
sa, o movimento haitiano contou com a liderança 38. B
dos negros em violento confronto contra as forças 39. A
das elites locais e metropolitanas.
40.A
30.O projeto de Simón Bolívar tinha como objetivo a 41. E
independência política das colônias da América
42. Podemos identificar, em primeiro lugar, uma política de
espanhola, de modo a formar uma poderosa nação
imigração voltada para o povoamento, como aquela
unificada, forte o bastante para comandar politicamente
iniciada no período joanino. Em um segundo momento,
o continente, sem sofrer influência da Europa e dos
há uma mudança na política, que passa a priorizar a
Estados Unidos. Tal projeto possuía um caráter elitista,
imigração para atrair mão de obra para as lavouras de café.
uma vez que atendia aos interesses sociais da elite
criolla, sem incluir eficazmente os indígenas e mestiços. 43.a) A Corte portuguesa no Brasil tornou necessária a
O plano fracassou, sobretudo devido às disputas pelo criação de órgãos administrativos e tributários, como
os ministérios, o Banco do Brasil, a Casa da Moeda, a
poder entre os líderes locais e pela hostilidade da
Imprensa Régia, entre outros. Tal processo promoveu,
Inglaterra, que não desejava o surgimento de uma
efetivamente, a centralização administrativa no Brasil
potência econômica rival na América do Sul.
e o início de construção do Estado brasileiro.
31. B b) Descontentes com o declínio da economia açuca-
32. C reira, com a presença maciça de portugueses na
liderança do governo e na administração pública,
33. A
e com a criação de novos impostos por D. João VI
34.C em favor dos “portugueses da nova Lisboa”, setores
35. A transferência da Corte para o Brasil foi determinante liberais mais radicais de Recife iniciaram a chamada
para a descaracterização de sua situação de colônia de Revolução Pernambucana de 1817, estabelecendo
Portugal. Com a abertura dos portos em 1808, os tratados uma república federativa. Os revoltosos chegaram
assinados com a Inglaterra em 1810 e a elevação do ao poder e ganharam o apoio de outras províncias
Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves (Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará),
em 1815, as relações entre metrópole e colônia foram mas o movimento foi duramente reprimido.
profundamente alteradas. A sede do Império português 44.A
passou a ser o Rio de Janeiro e não mais Lisboa. Assim,
45. Podemos indicar a elevação do Brasil à condição de Reino
podemos afirmar que o Pacto Colonial deixou de existir
Unido a Portugal e Algarves, que transformou a cidade
e o comércio entre Brasil e Inglaterra passou a ser mais do Rio de Janeiro na sede do Império português, atraindo
intenso do que aquele realizado há séculos com os pessoas e negócios de diversas partes do mundo para
portugueses. a cidade. Também podemos assinalar a vinda de uma
36. Os dois primeiros textos apresentam a transferência da missão artística francesa, responsável pela adequação
Corte como uma fuga vergonhosa e sem heroísmo, das estruturas urbanas e artísticas da cidade.
típica de um rei ocioso e mal preparado. No terceiro 46.C
texto, conseguimos perceber uma visão que exalta as 47. A
questões estratégicas envolvidas na manobra, que
não foi exclusiva da Corte portuguesa. Esse último texto
48. D
49. C
Respostas Ð Caderno de Exerc’cios

chega a exaltar o feito como uma “ousadia”, ao propor


uma viagem arriscada e transoceânica. 50.B
37. a) Podemos citar a abertura dos portos de 1808 e a 51. D
elevação do Brasil à condição de Reino Unido a 52. B
Portugal e Algarves em 1815. 53. a) Na pintura de Pedro Américo, D. Pedro I é retratado
b) No século XVIII, a transferência da Corte já tinha sido como uma figura central, com a espada em riste,
defendida em situações de ameaça estrangeira e demonstrando a clara orientação belicosa do
dificuldades. A mineração e as riquíssimas jazidas de episódio da independência. Na obra de Moreaux, o
ouro haviam estimulado o imaginário da população príncipe é saudado e responde aos acenos com o
europeia a respeito do Brasil, visto a partir de então chapéu, conferindo uma versão mais conciliatória

24
para a independência do Brasil. O mesmo ocorre projeto de Constituição. A existência desses termos no
com a guarda real, que na primeira obra está se preâmbulo demonstra influências do pensamento liberal,
posicionando para a batalha, enquanto na segunda que defendia a existência de monarquias constitucionais,
dá suporte ao imperador. O povo, na obra de Pedro representativas e com tripartição do poder.
Américo, é retratado à margem dos acontecimentos, 8. A
no canto esquerdo, enquanto que, na tela de Moreaux,
9. C
a participação e o envolvimento da população na
cena é mais intensa. 10. C
b) Em ambos os quadros, o processo histórico da sepa- 11. Entre os setores, podemos citar a elite agrária, que
ração do Brasil fica centrado na figura de D. Pedro I, acusava o governo de D. Pedro I de ser autoritário e
retratado como um “herói romântico”. Os dois autores centralizador. A instabilidade econômica deu-se devido
ressaltam a condução e a importância do imperador à crise do setor agroexportador, que não gerava
para a independência do Brasil, diminuindo as in- impostos suficientes para organizar as finanças do
fluências contextuais e sociais. Trata-se de uma visão Estado brasileiro na época.
histórica idealizada e pouco complexa, baseada na
12. B
ideia de que os processos e as transformações ocor-
rem principalmente devido às vontades de indivíduos 13. E
únicos e centralizadores. 14. a) D. Pedro II tinha cinco anos de idade quando seu pai
abdicou do trono brasileiro.
b) A crise de legitimidade dos governos regenciais e o
cap’tulo 6 avanço de reformas descentralizadoras contribuíram
para a eclosão de rebeliões no período.
15. a) Segundo o texto, o termo “federação” foi usado
A formação do Estado equivocadamente como sinônimo de República e
brasileiro (1822-1840) de democracia, mas também se identificava com
a autonomia das províncias unidas sob a égide da
monarquia.
1. B
b) O processo de independência foi alimentado, no âm-
2. E bito interno, pelos interesses comerciais da aristocracia
3. D rural exportadora, que não abria mão da quebra do
4. E domínio colonial lusitano, iniciada com a abertura
dos portos de 1808. No plano externo, a emancipação
5. a) Havia uma grande quantidade de projetos políticos no
política brasileira atendia aos interesses capitalistas
Primeiro Reinado, contudo, aquele que se sobressaiu
do empresariado britânico, empenhado na amplia-
e está presente na pintura é o da construção de um
ção dos mercados fornecedores de matérias-primas e
Império centralizador e capaz de reunir todas as
produtos primários, além de mercados consumidores
raças presentes no Brasil em torno do imperador.
para os produtos industrializados ingleses.
b) D. Pedro I passou por um intenso desgaste político
durante o Primeiro Reinado, provocado, dentre outros 16. C
motivos, pelos conflitos com a elite agrária, pelo seu
interesse na Coroa portuguesa, pela crise econômica 17. E
e pelos gastos militares decorrentes da construção
18. C
de uma nação de dimensões continentais.

Respostas Ð Caderno de Exerc’cios


6. a) A independência a que o autor se refere, a separação 19. E
entre Brasil e Portugal, não era necessariamente
20.a) A Revolta dos Malês ocorreu na Bahia, em 1835, e foi
sinônimo de unidade, ou seja, nem todas as regiões do
liderada por negros muçulmanos, que criticavam a
Brasil desejavam se manter unidas após a separação.
escravidão e a imposição do catolicismo. A Revolta
b) Entre os conflitos que demonstram a divergência de da Farroupilha ocorreu no Rio Grande do Sul, entre
interesses no processo separatista, podemos citar a 1835-1845, e possuía um caráter separatista, ou seja,
Confederação do Equador e a Guerra da Cisplatina. tinha a intenção de separar-se do Brasil e adotar uma
7. Entre as influências políticas liberais, podemos identificar República. A Balaiada ocorreu no Maranhão e suas
a ideia de um “imperador constitucional”, a existência origens remetem às disputas políticas pelo controle
de Câmaras, ou seja, um poder Legislativo e um do poder local.

25
b) A Balaiada foi constituída por elementos populares, 8. a) Marx considerava que os chamados socialistas
incluindo escravos que sonhavam com a liberdade. utópicos eram ingênuos, pois acreditavam ser
Estes sujeitos históricos contestavam os privilégios dos possível construir uma sociedade ideal sem, no
comerciantes portugueses e da elite agrária. Devido entanto, apontar os meios eficazes para alcançá-la.
à divergência entre os líderes e a falta de unidade em Eles sonhavam com uma sociedade ideal, que na
torno de um projeto, o movimento entrou em declínio visão de Marx, seria irrealizável, pois a burguesia não
e foi derrotado em 1841. A Farroupilha, por sua vez,
aceitaria reformas que modificassem o sistema.
foi um movimento de elite liderado pelos estancieiros
contra os impostos abusivos cobrados sobre o char- b) Karl Marx supunha que, no futuro, o movimento dos
que, que acabavam beneficiando a carne dos paí- trabalhadores iria destruir a sociedade capitalista e
ses vizinhos. Dessa forma, o movimento defendeu a construir uma sociedade sem classes sociais e sem
separação, surgindo a República Rio-Grandense e a propriedade privada. O comunismo aponta para
República Juliana, em Santa Catarina. O movimento uma utopia, um desejo de uma sociedade melhor,
terminou em 1845, depois de uma intensa luta entre sem exploradores nem explorados.
as tropas do Império e os revoltosos.
9. B
c) Essas revoltas ocorreram no Período Regencial, en-
tre 1831 e 1840, momento em que começou a to- 10. D
mar forma o Estado Nacional brasileiro e os partidos 11. B
políticos: Partido Liberal (defensor do federalismo e
de maior autonomia para as províncias) e o Partido
12. Tanto o movimento comunista como o anarquista
surgiram como forma de reação aos efeitos do
Conservador (defensor da centralização do poder).
capitalismo industrial e criticavam a exploração
21. Uma das propostas era acentuar o federalismo e a do homem pelo homem e a burguesia, visando acabar
autonomia provincial no Império – concepção que com a injustiça social ao atingir, em seu estágio final,
evoluiu dentro do movimento para um ideal separatista uma sociedade sem Estado, sem classes e sem a
e republicano, que ameaçava a continuidade da
propriedade privada dos meios de produção.
monarquia e da unidade territorial brasileira.
Porém, enquanto os anarquistas pregavam a passagem
“direta” do capitalismo ao anarquismo, os comunistas
defendiam que o movimento operário deveria implantar

capítulo 7
o socialismo (uma fase intermediária), com um Estado
forte e centralizado, que promoveria uma distribuição
das riquezas até o objetivo final, o comunismo, quando
reinaria a justiça social.
Desenvolvimento e crítica do
13. A defesa da manutenção da propriedade privada, as
pensamento liberal no século XIX
críticas ao conceito de luta de classes e a proposta do
convívio cristão harmonioso entre as classes sociais.
1. D 14. D
2. C 15. B
3. B
16. C
4. D
17. C
5. a) Sua propaganda estava endereçada a setores de
18. C
Respostas Ð Caderno de Exercícios

classes influentes. Pessoas que, por sua instrução,


estariam aptas a entender seus projetos. 19. A
b) Ao considerar que as elites instruídas estariam dispos-
20.C
tas a alterar a ordem social vigente que as favorecia,
almejavam algo de difícil realização. Além disso, ao 21. D
desprezar os trabalhadores, vistos como ignorantes, 22.E
colocavam-se em posição de superioridade do ope-
rariado das fábricas. 23. A
6. D 24.C
7. C 25. A

26
imagem de um país que tem uma missão planetária,
capítulo 8 zelando pela liberdade e impondo-se como uma
grande nação. Essa autoimagem da nação se vê
atualizada nos discursos políticos norte-americanos
e na empreitada cinematográfica hollywoodiana.
Movimentos sociais e
b) A relação entre a autoimagem norte-americana e
políticos no século XIX
sua política externa, na década de 1840, explicita-
-se no fato de que o Destino Manifesto expressa um
1. D estímulo à expansão, não apenas de territórios, mas
de ideias. A expansão geográfica viu-se efetivada
2. E na Marcha para o Oeste, que conquistou territórios
3. D para a nação norte-americana por meio de uma
4. Tomando a Revolução Francesa como marco de um política externa ora ofensiva (a guerra com o México
período permeado pelas revoluções liberais, que e a dizimação das tribos indígenas), ora diplomática
tomavam corpo mundo afora, o historiador busca (a compra de territórios que pertenciam aos países
estabelecer uma cronologia das revoluções burguesas europeus). A expansão de ideias dependeria de um
e do avanço da economia capitalista. A Primavera dos movimento contínuo de exportação de políticas cul-
Povos, em 1848, é símbolo do alcance dos ideais liberais turais, conhecido como “americanismo”.
em diversas partes do mundo e da consolidação da 18. a) O abolicionismo, presente na opinião pública do norte
Revolução Francesa de 1789 como parâmetro para do país, foi um dos elementos que desencadearam
outras revoluções. a guerra. Ao final, a elite branca do sul foi obrigada
5. C a aceitar a abolição da escravatura, o que acirrou
ainda mais os ânimos dos racistas. Neste contexto, os
6. A governos do sul estabeleceram leis segregacionistas
7. D que limitavam os direitos da população negra.
8. B Além disso, foram criadas organizações terroristas
clandestinas, como a Ku Klux Klan.
9. O termo “nação” está relacionado a qualquer corpo
suficientemente grande de pessoas que se consideram b) Mesmo antes da Guerra de Secessão, Lincoln mos-
membros de uma comunidade nacional. Nesse sentido, trara-se contrário à escravidão. Ao liderar os estados
a nação pode ser entendida como uma população do norte durante a guerra, tornou-se um dos grandes
que partilha uma cultura comum e que tem, ou aspira responsáveis pela vitória do abolicionismo. Sua ação
ter, o próprio espaço político. Para elas, quem está fora deu impulso ao Congresso para a aprovação da
da comunidade nacional é considerado “estrangeiro”. Décima Terceira Emenda.
Em torno da nação ocorre uma ênfase nas qualidades c) A vitória de um afro-americano em um estado do sul
singulares e na história de determinado povo. do país, de forte tradição segregacionista, represen-
tou uma vitória na luta contra um modelo de racismo
10. D
que mantém vínculos com o contexto da Guerra de
11. D Secessão.
12. D 19. C
13. Entre os efeitos da unificação alemã, podemos mencionar 20.B
a alteração do mapa estabelecido pelas forças reunidas
21. B
no Congresso de Viena, o surgimento do revanchismo
francês e o crescimento industrial alemão, que alterou o 22.D

Respostas Ð Caderno de Exercícios


equilíbrio europeu. 23. C
14. A 24.D
15. A 25. D
16. D 26. C
17. a) O Destino Manifesto (1839) explicita dois princípios, 27. B
o de povo escolhido por Deus (destinado) e o da 28. D
premência de uma missão civilizatória (expansão).
A relação entre discurso religioso e político, presente
29. E
no Destino Manifesto, reafirmará, constantemente, a 30.A

27
10. No período considerado, a cafeicultura estimulou a
cap’tulo 9 modernização do setor de transportes – ferrovia e portos
– forneceu a maior parte do capital para o crescimento
do setor industrial e promoveu a expansão do mercado
A consolidação do Estado consumidor interno.
brasileiro (1840-1889) 11. a) Inicialmente, a ocupação limitou-se ao litoral, par-
ticularmente na região nordeste, com a atividade
açucareira. Nos séculos XVII e XVIII, a ocupação
1. B expandiu-se para o interior do território, com base em
2. A atividades como a pecuária (no sertão do nordeste,
extremo sul e centro-oeste), a coleta de drogas do
3. No Período Regencial (1831-1840) surgiram os partidos
sertão (na região amazônica) e a mineração de ouro
políticos brasileiros: o Partido Liberal, ou Luzia, e o
e diamantes (nas regiões sudeste e centro-oeste).
Partido Conservador, conhecido como Saquarema.
Ambos representavam os interesses da elite agrária, b) A expansão da cafeicultura, o crescimento dos inves-
portanto, não havia diversidade entre os representantes timentos ingleses no setor de serviços e a expansão
políticos daquele período. Entre 1840 e 1850, o Brasil da urbanização e do comércio interno nas regiões
viveu uma grande instabilidade política fruto, em parte, servidas pela malha ferroviária.
da imaturidade política de D. Pedro II, manipulado pelos 12. Na década de 1820, o açúcar; nas décadas de 1830 e
dois partidos. Desta forma, em 1847, o parlamentarismo 1880, o café.
foi criado como forma de alcançar a estabilidade
política no país. Este sistema político foi inspirado no
13. A
modelo inglês, porém, no Brasil ganhou outros contornos: 14. A
foi o chamado “parlamentarismo às avessas”. Aqui, o
15. B
imperador nomeava o primeiro-ministro, que escolhia
os demais membros do Conselho de ministros que, 16. C
por sua vez, promoviam as eleições para a Câmara 17. D
dos Deputados. Nas eleições, o partido vencedor
possuía a maioria no Legislativo. Tal sistema favorecia
18. a) A elite brasileira herdou da Europa o racismo vigente
no período. O depoimento do jornalista francês
o fortalecimento do poder Executivo (exercido pelo
Ribeyrolles externa uma argumentação racista,
imperador) e a centralização político-administrativa
contrária à imigração chinesa para o Brasil no século
do Império, beneficiando os grupos que apoiavam o
XIX, uma vez que os chineses seriam, segundo a visão
imperador. Vale destacar que não havia diferenças
do autor, inferiores racial, moral e culturalmente.
ideológicas entre os dois partidos: “nada mais parecido
Desse ponto de vista, a miscigenação levaria à
com um saquarema do que um luzia no poder”.
degradação do brasileiro, devendo ser evitada
4. E para a constituição de um povo. A preferência do
5. B jornalista era pelo imigrante europeu, considerado
mais saudável e evoluído.
6. B b) Desde o início da colonização do Brasil, imperava um
7. B racismo exacerbado em relação aos negros e índios.
A elite agrária brasileira, branca, foi se consolidando
8. A
e, pautada no etnocentrismo, reproduziu discursos
9. Semelhanças: o aluno pode citar, entre outros, o e práticas racistas. Na segunda metade do século
Respostas Ð Caderno de Exerc’cios

latifúndio e a monocultura visando ao mercado externo. XIX, quando ocorreu a transição do trabalho escravo
para o trabalho livre assalariado, esse racismo ficou
Diferenças: é possível citar, entre outros aspectos, o sur-
ainda mais evidente. A elite agrária brasileira, ne-
gimento de uma elite em São Paulo (denominada “bur-
cessitando de mão de obra para a lavoura de café,
guesia cafeeira paulista”) que detinha uma mentalidade
poderia substituir a escravidão pelo trabalho livre
empresarial e empreendedora vinculada ao capitalismo
dos índios ou dos próprios negros na condição de
internacional – muito diferente da elite tradicional do nor-
trabalhadores livres, no entanto, optou pelo imigrante
deste colonial. Já no nordeste, prevaleceu a utilização
europeu, acreditando que este era superior do ponto
do trabalho escravo africano nos engenhos, enquanto
de vista moral, racial e cultural.
em São Paulo ocorreu, com a chegada dos imigrantes,
a transição do trabalho escravo para o trabalho livre. 19. D

28
20.D 28.A charge expressa a ambiguidade entre o projeto
21. C do regime imperial, que pretendia modernizar o país,
aproximando-o das referências civilizatórias e de
22.a) Podemos identificar no texto, como motivos para o desenvolvimento das grandes potências da época.
incentivo da imigração de famílias para as fazendas Por outro lado, sua vinculação ao arcaísmo resultava
paulistas, a menor probabilidade de abandono do na manutenção da escravidão como peça chave da
trabalho (em comparação com os trabalhadores estrutura socioeconômica brasileira.
solteiros) e a maior quantidade de braços para a
29. O aluno pode mencionar a questão da permanência.
colheita, formando uma reserva de trabalho barata.
Pouca coisa mudou em relação à comunidade afro-
b) O governo paulista subvencionou a imigração para -brasileira desde 13 de maio de 1888. Basta observar a
diminuir o déficit de mão de obra provocado pela condição de miséria da criança negra apresentada
crise do escravismo e pelo rápido crescimento da na charge, sua inferioridade social e econômica. A
cafeicultura, ambos ocorridos na segunda metade elite política brasileira, no contexto da abolição, era
do século XIX. Também devemos ressaltar a política branca e racista e, apesar de libertar os negros da
de “branqueamento” da sociedade, defendida pelas escravidão, não criou condições socioeconômicas
elites dirigentes da época. para a sua inserção na sociedade. Além disso, as elites
23.E restringiam a cidadania à grande parte da sociedade
brasileira, considerando que, pela Constituição de 1891,
24.A para ser cidadão era preciso ser homem e alfabetizado.
25. E Ainda hoje, mais de cem anos após a abolição, pouca
coisa mudou para os afro-brasileiros, que ainda são
26.A tabela destaca a queda acentuada nos números ínfima minoria nas universidades e maioria no sistema
da população escrava no Brasil ao longo do século carcerário. No Brasil atual, existem muitas permanências
XIX, em contraste com o crescimento também rápido em relação à estrutura colonial e imperial. Racismo,
da população livre. Esta população cresceu não preconceito e violência ainda compõem o nosso
apenas pela incorporação daqueles que deixaram a cotidiano.
escravidão, como também pela adição de grandes
30.C
contingentes de imigrantes que chegavam ao país.
Com a aprovação da Lei Eusébio de Queirós (1850), 31. C
que punha fim ao tráfico de escravos nos portos 32. A
brasileiros, o preço dos escravos nos mercados teve 33. a) O quadro da esquerda, pintado pelo artista brasilei-
aumento significativo, tornando a mão de obra ro Victor Meirelles, retrata uma das mais importan-
escrava cada vez mais custosa. A participação de tes batalhas da guerra (Batalha do Riachuelo), na
soldados negros na Guerra do Paraguai (1864-1870) qual o Exército brasileiro se faz vencedor. Tal obra
contribuiu para aumentar o tom dos protestos contra a exalta o Exército brasileiro como uma força superior,
exploração e a imoralidade associadas à manutenção que acabaria definitivamente com o conflito e mar-
da escravidão, levando a aristocracia a aprovar caria a hegemonia brasileira na região. Já o quadro
novas leis para promover uma transição lenta para da direita, pintado pelo artista uruguaio, represen-
o trabalho livre, tais como a Lei do Ventre Livre (1871) ta a destruição e miséria na qual se encontram as
e a dos Sexagenários (1885). Desse modo, a tabela localidades marcadas pela guerra (mais especifica -
apresenta um processo que se iniciou em 1850 e que mente, as áreas paraguaias). Vale ainda a ressalva
foi se acentuando diante do contexto de mudança da de que essa obra retrata uma mulher solitária em
própria sociedade brasileira. meio à destruição e morte, situação que marcou o
27. a) A Lei dos Sexagenários. Paraguai após o fim do conflito devido ao alto índice

Respostas Ð Caderno de Exerc’cios


b) A campanha abolicionista deixou o governo imperial de mortandade masculina.
numa situação difícil. Por um lado, não queria preju- b) A Guerra da Cisplatina (Brasil 3 Argentina), entre 1825
dicar a elite escravocrata, da qual era representante. e 1828, que resultou na independência do Uruguai. A
Por outro lado, precisava manter a fachada de um região havia sido anexada por D. João VI e a popula-
regime progressista e civilizado. A solução encontra- ção local, assim como os argentinos, nunca aceitou
da – e que o tempo se encarregou de mostrar que tal situação. Apesar do desejo argentino de controlar
não foi a melhor – foi o gradualismo, que pretendia a região, a guerra garantia a independência e a
mostrar que o Estado imperial caminhava para a origem de um novo Estado, o Uruguai.
abolição e, ao mesmo tempo, buscava causar o me- Podemos citar ainda a guerra contra Oribe e Aguirre,
nor prejuízo possível aos escravocratas. líderes blancos uruguaios contrários à influência do

29
Brasil em sua nação; e a guerra contra Rosas, líder 41. a) Poder Moderador.
argentino que buscava anexar o Uruguai e ameaça-
b) O trecho citado do Manifesto Republicano propõe a
va o domínio brasileiro na região.
reorganização do Estado com base no federalismo,
34.a) O quadro de conflitos que marcou as relações entre portanto tinha como princípio a grande autonomia
os países da bacia Platina no século XIX tem suas das províncias frente ao governo central.
origens em disputas herdadas no período colonial
42.C
e no caudilhismo, que contrapunham grupos
sociopolíticos autoritários, cujos objetivos incluíam o
controle da navegação na bacia Platina – área de
intenso comércio –, o expansionismo territorial, e a
concorrência nos mercados do mate e de produtos
cap’tulo 10
pecuários. Assim, o Império brasileiro compôs
a Tríplice Aliança com a Argentina e o Uruguai,
O fim do século XIX
enfrentando o Paraguai de Solano Lopes.
b) A vitória da Tríplice Aliança transformou o equilíbrio
1. E
de forças políticas e econômicas na região. Com o
Paraguai destroçado, Brasil e Argentina emergiram 2. C
como nações determinantes na condução dos desti- 3. E
nos da área platina. O Uruguai manteve sua postura
4. a) A urbanização estava associada ao processo de
pendular, em relação ao Império e à República Por-
industrialização, que promovia a concentração de
tenha, e a Inglaterra pôde continuar exercendo sua
trabalhadores e mercadorias em torno das fábricas.
hegemonia sobre o mercado da região.
Na segunda metade do século XIX, ocorreu, com a
35. a) O texto ressalta o heroísmo paraguaio contra a Tríplice Segunda Revolução Industrial, um aprimoramento
Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai). tecnológico e um aumento significativo do número de
b) A representação ilustra o ideal republicano e aboli- fábricas, que ampliou os processos de concentração
cionista que se fortaleceu no Brasil após a Guerra do humana.
Paraguai. b) As cidades contemporâneas carregam inúmeras
c) Antes da Guerra do Paraguai, os militares, devido à ori- heranças das cidades industriais do século XIX. O
gem de setores médios e ao grau de esclarecimento, texto aponta diversos transeuntes que ainda se fa-
já eram contrários à escravidão durante a guerra, e zem presentes na cidade atual: pessoas voltando do
esse ideal se fortaleceu, pois lutavam lado a lado com trabalho, a presença de trajes fúnebres e a questão
os negros. A adesão dos militares aos movimentos da violência urbana com policiais e bandidos trafe-
abolicionistas contribuiu para a Lei Áurea de 1888. gando pelas cidades.

36. Entre os motivos do envolvimento do Brasil na Guerra do 5. Entre os elementos, podemos destacar:
Paraguai destacam-se: a necessidade de assegurar a • o aumento da produção industrial;
livre navegação nos rios da bacia Platina e o desejo de • o acentuado progresso técnico-científico;
pôr um ponto final nos problemas políticos e militares • o aparecimento do capitalismo monopolista;
nas fronteiras sul e sudoeste.
• a crescente concentração da produção e do capital;
37. C • a revolução dos meios de comunicação e de trans-
38. A porte.
6. A
Respostas Ð Caderno de Exerc’cios

39. D
40.a) Angelo Agostini criticava o imobilismo do imperador 7. A
diante dos problemas enfrentados pelo Império 8. a) A principal ideia defendida no texto I é a da
brasileiro no final da década de 1880. superioridade racial, moral e material do homem
b) A crise vivida pelo Império pode ser explicada por branco europeu. Essa pretensa superioridade serviu
uma série de fatores, a saber: transformações so- para legitimar a expansão imperialista europeia no
cioeconômicas derivadas da expansão cafeeira, final do século XIX, ou seja, o homem branco teria
imigração estrangeira, fim do tráfico negreiro, cres- o “direito de dirigir o resto da humanidade”, ou teria
cimento da campanha abolicionista e o aumento ainda uma “missão civilizadora” em relação aos
do movimento republicano. povos considerados inferiores.

30
b) Ambos os textos estão relacionados à concepção 24.E
política imperialista, porém, enquanto o texto I apre-
25. C
senta a visão eurocêntrica do colonizador, o texto II
descreve uma visão orientalista do colonizado. 26. A
9. C 27. C
10. B 28. C
11. C 29. D
12. Durante o imperalismo, teses pseudocientíficas que 30.D
afirmaram a superioridade dos brancos em relação

cap’tulo 11
a outros grupos étnicos, como negros, eram usadas
como justificativa para a colonização e domínio
europeu no continente africano. No cartaz, fica nítido
o racimo vigente em Portugal em 1917, país que manteve
colônias na África até meados da década de 1970. No Conflitos do século XX: a Primeira
século XIX, durante a Conferência de Berlim, a África foi Guerra Mundial (1914-1918)
partilhada pelas potências europeias com o objetivo de
se apropriar dos recursos naturais, mão de obra e novos 1. A
mercados consumidores. A introdução da civilização 2. D
ocidental, por meio do cristianismo e de ideologias
3. C
racistas, estava a serviço do capitalismo industrial.
Na África, os europeus impuseram fronteiras artificiais 4. A formação das alianças político-diplomáticas foi um
que não respeitavam as diferenças étnicas e religiosas processo que antecedeu a guerra e, mesmo ao longo
preexistentes, o que deu origem a conflitos culturais, do conflito, os interesses de cada nação levaram a uma
guerras civis e separatismos após a descolonização. frequente reconfiguração dos acordos. Referimo-nos
a dois grandes blocos de países: a Tríplice Aliança,
13. D formada por Alemanha, Áustria-Hungria e Império Turco
14. C Otomano (em 1915 a Bulgária declara guerra à Sérvia
15. B e se junta à Aliança), e a Tríplice Entente, que reunia
França, Inglaterra e Rússia – essa aliança também
16. A política do Big Stick, de Theodore Roosevelt, pode ser
contou com o apoio de outros países, como Sérvia,
vista como um desdobramento da Doutrina Monroe.
Itália, Japão, Estados Unidos, Portugal e mesmo o Brasil.
Enquanto a doutrina apontava para o desejo dos
Estados Unidos de se fazer mais presente nos assuntos do 5. C
continente, a política externa de Roosevelt transformou 6. A
tal anseio em realidade. Como exemplo, podemos 7. B
mencionar a ação para separar o Panamá da Colômbia 8. Desmembramento dos impérios russo, austro-húngaro
e, desta forma, garantir a construção de um canal que e otomano com o surgimento de novos países; fim da
interligava o Atlântico e o Pacífico. hegemonia europeia e início da hegemonia dos Estados
17. A Unidos; fragilização econômica da Alemanha.
18. E 9. B
19. O contexto cultural da belle époque foi marcado por um 10. C
otimismo em relação à tecnologia e sua capacidade de 11. B
construir valores e melhorar a humanidade. Na gravura, 12. E

Respostas Ð Caderno de Exerc’cios


a máquina de escrever e a lâmpada aparecem capazes
13. C
de alterar a “inspiração” dos escritores, por possibilitar
condições melhores para o ofício de escrever. Como se 14. E
a simples melhora da tecnologia fosse capaz de produzir 15. C
melhores autores. 16. A
20.A 17. C
21. C 18. A
22.E 19. D
23. B 20.B

31
e pelas propostas reformistas, esse movimento serviu de
capítulo 12 modelo para outras regiões do continente.
Resposta disponível em: <www.revista.vestibular.uerj.br/
questao/questao-discursiva.php?seq_questao=492>.
Acesso em: 21 jul. 2016.
Grandes revoluções do século XX 20.A
1. D 21. D
2. D 22.D
3. B

capítulo 13
4. A participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial
provocou transformações no regime político, econômico
e social do país. As perdas ocasionadas pela guerra
propiciaram o questionamento do poder absoluto dos
czares e da condição econômica e social – caracterizadas Brasil: formação da República (1889-1914)
pela inflação, pela fome e greves –, criando condições
para a eclosão da Revolução de 1917. 1. B
Resposta disponível em: <www.comvest.unicamp.br/vest_anterio- 2. C
res/2013/download/comentadas/cha.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2016.
3. C
5. D
4. A
6. A
5. a) Segundo o texto, além da idealização cristã da
7. B imagem de Tiradentes, associada à do próprio Cristo,
8. A NEP (Nova Política Econômica), implementada por o herói republicano é apresentado como “plebeu,
Lenin, foi marcada pelo uso de algumas práticas humilde e popular”, ao gosto dos jacobinos, porém
capitalistas, como a presença da pequena propriedade em confronto com as elites dominantes.
e de uma economia de mercado. Os planos quinquenais b) Os governos de marechal Deodoro e Floriano Peixoto
de Stalin, por sua vez, aboliram a propriedade privada foram marcados pela disputa de poder entre milita-
e promoveram a estatização da economia. res, associados ao governo, e a oligarquia cafeeira,
O stalinismo reafirmou a imagem de Lenin como gran- na oposição. Dessa característica, desdobrou-se a
de líder da revolução e, ao mostra Lenin e Stalin juntos, postura autoritária do regime, expressa no golpe de
buscava construir uma ligação entre ambos e ressaltar Estado arquitetado por Deodoro, em 1891, no contra -
a ideia de continuidade da revolução. Esse recurso con- golpe de Floriano, e na violenta repressão à Revolu-
tribuía para o culto à personalidade do líder. ção Federalista e à Revolta da Armada.
9. C 6. B
10. B 7. A
11. B 8. A
12. A
9. a) Havia uma forte tendência monarquista na Marinha,
13. B junto ao sentimento de marginalização de seus oficiais
14. C em um regime político dominado pelo Exército. Além
15. E disso, havia ainda o argumento da ilegitimidade da
presidência de Floriano Peixoto, que assumiu antes
16. C
de passados dois anos do mandato de Deodoro.
Respostas Ð Caderno de Exerc’cios

17. B
b) Havia intensa oposição entre grupos oligárquicos
18. A locais (maragatos e pica-paus) e o apoio de Floria-
19. O texto alude à permanência de conflitos sociais no no aos pica-paus fez com que a disputa local se
campo na história política latino-americana, decorrentes tornasse uma questão nacional. Como resultado, os
de um grave problema agrário: a concentração da maragatos aliaram-se aos integrantes da Revolta da
propriedade fundiária. O México foi um dos países Armada, por terem em Floriano um inimigo comum.
da América Latina que, no início do século XX, mais 10. D
passou por transformações em suas instituições devido a
esses conflitos, desencadeando a Revolução Mexicana. 11. D
Pela participação das camadas populares camponesas 12. E

32
13. a) Podem-se identificar alguns episódios conflituosos 25. E
nos primeiros anos da República no Brasil, tais como: 26. C
a Revolução Federalista, iniciada no Rio Grande do
27. C
Sul (1893-1895); o movimento social de Canudos
(1896-1897) e a Revolta da Armada que, de acordo 28. C
com determinadas interpretações historiográficas, 29. B
pode se dividir em Primeira e Segunda Revolta. 30.E
Destacando a última: após o conflito iniciado, ainda 31. C
no governo constitucional de marechal Deodoro
da Fonseca, a Marinha, conduzida pelo almirante
32. D
Custódio de Melo, bombardeou a capital brasileira 33. D
(Rio de Janeiro), na tentativa de derrubar o governo 34.B
de Floriano Peixoto. As tropas do governo resistiram 35. C
à ofensiva, amplamente apoiada pelo Exército,
36.a) A principal característica da gestão do Barão do
pelas estruturas do Estado (conduzidas por ele) e
Rio Branco no comando do ministério das Relações
por grupos políticos fiéis ao marechal de Ferro, como
Exteriores (1902-1912) foi a defesa de uma maior
era conhecido o presidente naquele período.
aproximação com os Estados Unidos. Além disso, ele
b) Desde o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, o Exér-
propôs o encaminhamento das questões de fronteiras
cito assumiu uma postura de questionamento da
pela via diplomática, como atesta a compra do
ordem nobiliárquica imperial. Tal postura contribuiu
Acre, consubstanciada pelo Tratado de Petrópolis,
para a formação do espírito republicano no Brasil.
assinado com o governo boliviano.
Em 1879, o Exército participou ativamente da queda
b) Ainda que os Estados Unidos tenham sido o primeiro
da monarquia, adquirindo maior poder político e se
país a reconhecer a independência do Brasil, duran-
projetando como um dos principais agentes defen-
te o período monárquico o principal parceiro brasilei-
sores da ordem republicana.
ro no campo das relações internacionais – herança
14. E da política portuguesa – foi a Inglaterra. Sendo assim,
15. C é correto dizer que o posicionamento da gestão do
16. D Barão do Rio Branco representou um novo encami-
nhamento da política externa brasileira.
17. C
37. B
18. a) O aluno poderia citar como exemplos da ultrapassada
38. A
estrutura urbana do Rio de Janeiro: o porto antigo
e deficiente, as ruas estreitas da zona central, as 39. B
dificuldades de abastecimento de água e saneamento 40.a) Os nordestinos que migraram para a Amazônia na
que potencializavam epidemias e as condições segunda metade do século XIX eram, principalmente,
precárias de moradia e transporte que estimulavam sertanejos, castigados pelas secas e submetidos à
o surgimento de cortiços e favelas. exploração brutal dos coronéis. Foram atraídos para
b) No princípio do século XX, a cidade do Rio de Janeiro aquela região pela miragem do enriquecimento fácil,
passou por um processo de modernização provoca- que então se associava à exploração da borracha.
do pela crescente atividade industrial e pelas refor- b) A esmagadora maioria dos seringueiros viviam mise-
mas do prefeito Pereira Passos. Ele destruiu cortiços, ravelmente, isolados na mata meses a fio e na total
reformou e ampliou a Avenida Central e desmontou dependência dos seringalistas que os contratavam,
o Morro do Castelo, abrindo espaço para a cons- os quais monopolizavam tanto a compra da borracha

Respostas Ð Caderno de Exerc’cios


trução de edifícios voltados para o uso da elite. De bruta por eles produzida como o fornecimento dos
modo geral, tais mudanças incentivaram a exclusão mantimentos, utensílios e armas por eles utilizados.
socioespacial das camadas mais populares. 41. C
19. A 42.a) A queda no preço foi consequência do aumento
20.A da oferta, por sua vez provocada pelo surgimento da
21. C concorrência asiática, através da produção das
colônias inglesas e francesas na região (por exemplo,
22.E
Malásia e Indochina).
23. C b) Além do gigantesco volume da produção, a cafei-
24.E cultura contava com o apoio do governo oligárquico

33
que, por meio de mecanismos intervencionistas da • criação do seguro-desemprego e do salário mínimo;
valorização do café, manteve os preços de compra • criação de agências reguladoras da economia;
do produto elevados, ainda que artificialmente. • financiamentos para a agricultura.
43.A 9. D
44.B
10. A
45.A
11. B
46.D
12. Ao exaltar a figura de Mussolini, o texto evidencia o
47. a) Além de centro administrativo nacional – posição, culto à personalidade do líder. Além disso, sobressai
aliás, que já ocupava desde 1763 –, o Rio de Janeiro o nacionalismo ao afirmar que “surge o Estado dos
tornou-se, a partir de meados do século XIX, italianos” e seu caráter militarista e expansionista ao dizer
graças à expansão cafeeira, um expressivo centro que “seu império está em formação”. A centralização do
comercial e financeiro e um importante porto do poder na figura do líder se opõe ao modelo democrático
litoral brasileiro. Por tudo isso, o Rio de Janeiro dos que pressupõe a participação ativa da população nas
primeiros tempos da República tornou-se também decisões políticas.
um agitado centro de atividade cultural, incluindo
mesmo a presença constante de companhias 13. D
europeias de teatro, dança e ópera. 14. E
b) Os dois autores foram considerados exceções, uma
vez que centravam suas obras muito mais na des-
15. E
crição e na problematização do viés social (rural e 16. Nos anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial
urbano) da realidade brasileira. (1914-1918), uma série de tratados internacionais foram
48. D assinados pelos países envolvidos. Entre eles, o Tratado de
Saint-Germain (que versava sobre o desmembramento
49. C do Império Austro-Húngaro) e também o Tratado
50.A de Versalhes (que impunha duríssimas sanções à
Alemanha — considerada a principal responsável pelo
conflito). Esses tratados foram totalmente rechaçados
capítulo 14 pelo Partido Nazista no item 2 de seu programa, pois
eram considerados uma espécie de complô dos países
vencedores da guerra contra os povos de raça ariana
(no caso, alemães e austríacos), e que, por isso, deviam
O período entreguerras (1918-1939)
ser revogados.
1. D Já os itens 4 e 5 do programa nazista faziam menção
à questão racial, considerada central para os ideólo-
2. B
gos do partido. Declaram, abertamente, o dever do
3. D Estado de excluir as minorias não alemãs (em especial
4. Entre os fatores, é possível mencionar: os judeus) de quaisquer direitos de cidadania ou de
• a especulação financeira; livre circulação.
• a superprodução industrial; Com a ascensão dos nazistas ao poder, o programa
• a desaceleração do consumo; partidário foi paulatinamente imposto ao país, sobretu-
• a quebra da Bolsa de Nova York; do após a adoção das chamadas Leis de Nuremberg
(1935), quando as ações antissemitas foram oficialmen-
Respostas Ð Caderno de Exercícios

• a diminuição das exportações para a Europa.


te postas em prática. Entre elas, pode-se mencionar:
5. B confiscos de bens e propriedades da comunidade ju-
6. C daica (colocadas à disposição do Estado); a exigên-
cia da exibição de uma “estrela de Davi”, costurada às
7. C
vestes, em locais públicos; a proibição de judeus como
8. Com a implementação do New Deal, foram adotadas funcionários públicos; a exclusão de obras artísticas e
as seguintes medidas: literárias de autores judeus; e, ainda, a oficialização de
• maior intervenção do Estado na economia; um programa de propaganda antissemita, fomentado
• realização de inúmeras obras públicas para gerar pelo Estado e veiculado em todos os meios de comu-
empregos; nicação.

34
17. C 25. B
18. B 26. B
19. C 27. D
20.D
28. C
21. C
22.E 29. B
23. A 30.C
24.C 31. C

anotações

Respostas Ð Caderno de Exerc’cios

35

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