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Vocação, propósito e chamado

ministerial

Rev. Hernades Dias Lopes


AULA 1

Vocação, propósito e chamado

REV. HERNANDES DIAS LOPES

John A. Mackay, o ilustre presidente do Princeton Theological


Seminary, em seu livro, O sentido da vida, disse:

A distribuição das vocações é mais impor-


tante que a distribuição das riquezas.

“The right man in the right place”, frase em inglês que significa
o homem certo no lugar certo, destaca que trabalhos ineficazes
são realizados porque são pessoas erradas nos lugares errados.
Há aqueles que fazem o que não foram “chamados” para fazer e
os que, embora vocacionados, deixam a deseja no seu trabalho,
porque não foram treinadas adequadamente.
TREINAMENTO AVANÇADO DE LÍDERES DE CASAIS

Este curso dá direcionamento, ferramentas e instrução para


que você entenda o chamado de Deus para este importante
ministério e possa desempenhá-lo com eficiência e excelência,
para a glória de Deus, para edificação de famílias e para o for-
talecimento da igreja.

O que é vocação, o que é chamado? Quando olho para escritura,


vejo que os grandes líderes que influenciaram a história, mor-
mente a da redenção, foram chamados por Deus. Veja Abraão,
ele foi tirado de uma terra idólatra, de um contexto pagão e é
separado por Deus para formar uma família, para dele formar
uma nação, e desta família e nação vir ao mundo o Messias. Eu
vejo, por exemplo, um homem como Moisés, que foi preparado
pela providência de Deus para ser o libertador de seu povo, pas-
sando 40 anos no Egito para aprender a ser alguém; passou 40
anos no deserto aprendendo a ser ninguém e depois, para então,
nos últimos 40 anos da sua história descobrir que Deus é tudo.

Quando Deus chamou, Moisés apresentou muitas desculpas,


disse que não sabia falar, que era o homem inadequado para
missão e pediu para Deus mandar outro em seu lugar. Ele chegou
a reclamar de Deus, repetiu que não tinha o dom da fala e nem
era eloquente, mas por ter sido chamado e vocacionado por Deus
para cumprir aquela missão, ele foi o grande libertador, o grande
intercessor, o grande líder que arrancou o povo oprimido pela
escravidão do Faraó, para conduzi-lo por 40 anos no deserto até
a entrada do povo na terra prometida. Veja a história de Josué,
que em face da morte do grande líder, Moisés, é chamado por

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Deus para dar cumprimento àquela missão de conduzir o povo


até a terra prometida.

Veja a história de Davi, pastor de ovelhas, músico e compositor,


que foi chamado por Deus para liderar a nação diante do fracasso
do reinado do rei Saul. Davi era jovem, inexperiente, o profeta
Samuel quando foi chamá-lo, pensou que os outros filhos de
Jessé pudessem ter mais desenvoltura que ele, entretanto, Deus
apontou Davi, como grande líder. A história prova que Davi foi
o maior rei da história da monarquia de Israel. Foi o homem
que fortaleceu e ajuntou riquezas, obteve êxitos militares e fez
de Israel uma grande nação. Porque ele foi tirado de trás das
malhadas para fazer de Israel uma grande nação.

Assim aconteceu com os profetas, com Isaías, que diante de uma


crise nacional recebe o chamado de Deus e responde: eis-me
aqui, envia-me a mim. Também quando Deus chamou Jeremias,
que se sentia como criança e quando pensou em desistir, sentia
o coração como fogo dentro de si. A consciência do chamado
é vital. Foi assim com João Batista que se levantou depois de
400 anos de silêncio profético “ veio a palavra de Deus a João,
filho de Zacarias, no deserto”. Não é o lugar que faz o homem,
mas este faz o lugar. Quem é chamado por Deus será usado in-
dependentemente da sua localização geográfica, se é cidade,
praia ou campo. Não importa se é em um prédio suntuoso ou um
construção simples, ou mesmo se é em uma praça, as pessoas
irão ali para ouvi-lo se Deus o capacitar.

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O apóstolo Paulo
Este versículo está inserido no contexto em que Paulo está saindo
de Éfeso, onde passou três anos, depois de impactar uma impor-
tante cidade com mais de 300 mil habitantes, ali hospedava-se
uma das sete maravilhas do mundo de então: o templo da deusa
Diana, quatro vezes maior do que o Partenon de Atenas, uma
cidade fortemente marcada pela idolatria, já que os nichos do
templo aqueciam o comércio, com ocultismo fortíssimo. Paulo
ficou ali por três anos sem os modernos meios de comunicação,
mas impactou tão profundamente a idolatria e o ocultismo que
os livros de magia eram queimados em praça pública e a pala-
vra de Deus prevaleceu. Durante aquele período, Paulo plantou
igrejas por toda província, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes,
Filadélfia, Laodicéia, Colossos, Hierápolis.

Paulo está saindo de Éfeso, levando ofertas para Jerusalém,


quando ele para no porto de Mileto, convoca os presbíteros da
igreja para um sermão e um convite de despedida e nessa con-
juntura, ele afirma que, embora estivesse transportando ofertas
para os pobres da Judeia, o Espírito Santo assegurava a ele que
o esperavam cadeias e tribulações. Ele disse:

Porém em nada considero a vida preciosa


para mim mesmo, contanto que complete
a minha carreira e o ministério que recebi
do Senhor Jesus para testemunhar o evan-
gelho da graça de Deus. (At 20.24)

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Tal chamado marcou a vida de Paulo, esse grande bandeirante


do cristianismo. Ele recebeu o ministério do Senhor Jesus, aliás,
quando ele foi convertido na estrada de Damasco, e Deus apare-
ceu a Ananias, lhe dando um ordem para ir à casa de Judas, na
rua direita, para impor as mãos e curar Saulo, Ananias lhe disse:
Senhor, eu tenho ouvido quantos males ele tem feito aos santos
de Jerusalém! Mesmo assim, Deus lhe disse: vai, porque ele é
para mim vaso escolhido a quem enviarei aos gentios. O próprio
Paulo, quando está testemunhando diante de reis, afirma que
não foi desobediente à visão celestial. Isso é chamado! Isso é
vocação. A convicção de que Deus tem para você um chamado,
um trabalho, uma obra, um ministério. E quando você abraça o
ministério, não o faz somente porque está empolgado, ou porque
conheceu irmãos fantásticos trabalhando naquela área, mas é
mais do que uma inspiração humana.

John Henry Jowett, em seu livro, O Pregador, sua vida e sua


obra, disse que a vocação é como cadeias invisíveis. Ele afirma
que chamado e vocação NÃO é o mesmo que uma pessoa que
tentou todas as carreiras e áreas do conhecimento e fracassou
em todas, para então tentar o serviço a Deus, já que todas as
portas estão fechadas para a pessoa. Isso não é vocação. Ao
contrário, vocação é quando você tem todas as portas abertas
para você, mas você só enxerga uma, é o chamado irresistível
de Deus para você. É um fogo que queima no seu coração. Você
poderia ser bem sucedido em qualquer profissão, mas você
entende que Deus o está chamando para uma área específica.

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TREINAMENTO AVANÇADO DE LÍDERES DE CASAIS

Como estamos tratando de Treinamento Avançado para Líderes


de Casais, você não precisa abandonar a sua vocação profis-
sional, mas pode receber de Deus essa convicção de que Ele o
está levantando, nesta geração para investir seu coração, sua
mente, seus dons, seus talentos, seus recursos, sua vida, nesse
ministério tão fundamental. O chamado lhe da segurança, lhe
dá norte, pois quem não tem tal certeza, pode perder o ânimo
quando surgirem as provações, as lutas e os desafios inerentes
a qualquer trabalho. Não pode perder o brilho nos olhos e a
chama no coração. Somente a certeza e a vocação o fará vencer
e se animar na hora difícil.

Perguntas e desafios
1) Quais provas você pode apresentar de que você é o homem
certo no lugar certo? (na profissão ou no ministério)

2) Qual dos chamados (vocações) na Bíblia é o mais maravilhoso?


Justifique sua resposta.

3) Você concorda com John Henry Jowett, que disse em seu livro
O Pregador, sua vida e sua obra, que a vocação é como cadeias
invisíveis? Por quê?

4) Quem não consegue se encontrar em outras vocações deve


concluir que tem um chamado para o ministério de casais?

5) Quais são as vantagens de ter segurança de que aquele cha-


mado específico veio de Deus?

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