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REAPRENDIZAGEM CRIATIVA

Título - Cabeçalho dos assuntos


Corpo - corpo da transcrição

Frases e pensamentos - do autor e de terceiros

Dica de livros - livros citados e com links para acesso


Vídeos - com links ou citação do slide

Artigos e Papers - com links dos materiais citados

Músicas e podcasts - com links ou apenas a citação


Filmes - com links ou apenas citação
Imagens - legendas
Cenas - contos do autor
Cases - contados a partir da experiencia de terceiros
Hiperlinks - links diretos ou indiretos
Destaques - algo relevante

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Sumário
Ilusões e visões _____________________________________3
Sintonia do Amor ___________________________________9
A Grande Potência __________________________________19
Start - Aula Inaugural _________________________________25
Box Mitos _________________________________________36
Mito do Artista ______________________________________36
Mito do Dom _______________________________________50
Mito da Criação ____________________________________60
Mito do Acaso _____________________________________68
Introdução aos Bloqueios Educacionais __________________75
Bloqueio do Gabarito ________________________________82
Bloqueio do Sucesso ________________________________98
Bloqueio do Tesão __________________________________121
Introdução aos Bloqueios Mercadológicos ________________148
Bloqueio do Especialista ______________________________161
Bloqueio do Adulto __________________________________177
Bloqueio do Ocupado _______________________________200
Um Possível Fim ____________________________________216
Introdução aos Bloqueios Cerebrais _____________________222
Bloqueio da Tradição ________________________________237
Bloqueio da Lógica __________________________________259
Bloqueio do Implícito _________________________________281
Dica de Livros ______________________________________296

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Ilusões e visões
Eu queria começar respondendo essa pergunta: Quem é você sem falar o que você faz?
A gente tava gravando podcast com Uehara e o que eu achei legal é que o Uehara criou um
novo conceito de resposta. E foi com essa resposta que começa com: Eu sou fulano e eu
acredito que… Porque a gente não costuma falar isso, né? Eu sou fulano e aí já mete um
rótulo da profissão e tal. E eu sou fulano e acredito que...porque não tem esse lance que
todos nós sabemos que Você é o que você acredita. Não é? Então se você é o que você
acredita e eu te pergunto o que você é você pode responder em que você acredita. Já que
você é o que você acredita. Então eu queria dizer: Eu sou Murilo Gun e eu acredito que nós
precisamos ser/pensar/fazer diferente. Diferente do que? Diferente do padrão, diferente da
norma. Mas qual é a norma? Qual é o padrão?

Eu sempre gosto de perguntar, por isso gosto daquela música do Reverb: O que é ser
normal? Ser normal a princípio parece bom. Mas ser normal é estar seguindo normas e me
parece não natural porque a gente nasce um bagulho único e aí começam a mandar a gente
seguir as ordens, seguir as normas pra ser formal, entrar na forma. Normal, entrar na norma.
E aí a gente perde o nosso diferencial. Qual o diferencial? O diferencial é ser único, papai. É
tão simples isso. O diferencial é ser anormal. É pra ser louco? Não. Calma. Eu falei anormal.
Anormal, eu gosto dessa palavra anormal apesar dela muitas vezes assustar mas pra mim
ela é sinônimo de autêntico.

Essa palavra natural, tava agora no Peru com a Letícia Taveira, e ela falou pra mim: Murilo, o
oposto de normal não é anormal pode ser natural. Bom isso aí, hein? Natural. Natural é
orgânico, né? É muito melhor que anormal que muitas vezes assusta. Anormal. Eu também
gosto de maluco beleza. Achei esse conceito de maluco beleza maravilhoso: “controlando a
minha maluques, misturada com minha lucidez”. É você equilibrar o natural com o normal,
com as normas que a gente vive. Então quando a gente vira normal perdemos o diferencial
que é ser natural. Aí sempre me pergunto: E quando a gente perde isso? Quando a gente
perde a naturalidade? Quando a gente se desconecta? E eu queria trazer uma resposta pra
isso de uma pessoa que eu conheci esse ano, professora Lúcia Helena Galvão. Eu gravei um
vídeo com ela e ela respondeu de um jeito que eu achei maravilhoso.

“Olhe, qualquer problema do mundo, seja na esfera social, artística,


pessoal...de qualquer gama de modalidade, religiosa, seja lá o que for,
qualquer crise, qualquer problema, que por trás não esteja escondido o
egoísmo. Não existe!
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Não existe, você vai arrancando as máscaras, a última é o egoísmo.
Eles chamam no Tibet de Heresia da Separatividade, que é a mãe de todos
os males, que é você achar que você realmente está separado das coisas.
Imagine que a gente estivesse na beira de uma praia, e eu passasse um
dedo na areia e fizesse um sulco, passasse o dedo na areia e fizesse outro
sulco. Um sulco é areia, o outro sulco é areia. O intervalo entre eles é areia
também. Daqui a pouco vai passar um vento aqui e vai transformar tudo em
areia. É areia momentaneamente diferenciada. Então quando nós
começamos a achar que nós somos realmente algo separado do outro, eu
posso conceber que o teu mal pode me beneficiar, que a tua perda pode
tirar ganho de mim. Isso é uma loucura.

Pra mim o que ela falou é a charada de quando perdemos a naturalidade quando a gente
separou. No Tibet eles chamam de Heresia da Separatividade. Eu gosto de mudar o nome
das coisas, pra mim eu chamo de Ilusão da Separação. Ilusão é isso, né? Uma falsa
percepção da realidade e a gente caiu nessa falsa percepção de que a gente e a natureza é
meio que um nós e eles. Que a gente e os bichos é um nós e eles também. Que a gente e
os outros humanos somos nós e eles. Olha que loucura a gente entrou e cara, quando você
distancia um pouco, vai pra fora do planeta, você vê que é um bagulho só. Como disse Carl
Sagan:

(vídeo do planeta terra) É aqui. É a nossa casa. Somos nós. Nele, todos a
quem ama, todos a quem conhece, qualquer um sobre quem você ouviu falar,
cada ser humano que já existiu, viveram as suas vidas. O conjunto da nossa
alegria e nosso sofrimento, milhares de religiões, ideologias e doutrinas
econômicas confiantes, cada caçador e coletor, cada herói e covarde, cada
criador e destruidor da civilização, cada rei e camponês, cada jovem casal
apaixonado, cada mãe e pai, criança cheia de esperança, inventor e explorador,
cada professor de ética, cada político corrupto, cada “superestrela”, “cada líder
supremo”, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu ali… Em
um grão de poeira suspenso num raio de sol. A terra é um cenário muito
pequeno numa vasta arena cósmica. Pense nos rios de sangue derramados
por todos aqueles generais e imperadores, para que, na sua glória e triunfo,
pudessem ser senhores momentâneos de uma fração de um ponto. Pense nas
crueldades sem fim infligidas pelos moradores de um canto deste pixel aos
praticamente indistinguíveis moradores de algum outro canto, quão frequentes
seus desentendimentos, quão ávidos de matar uns aos outros, quão
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veementes os seus ódios. As nossas posturas, a nossa suposta auto-
importância, A ilusão de termos qualquer posição de privilégio no universo, são
desafiadas por este pontinho de luz pálida. O nosso planeta é um grão solitário
na imensa escuridão cósmica que nos cerca. Na nossa obscuridade, em toda
esta vastidão, não há indícios de que vá chegar ajuda de outro lugar para nos
salvar de nós mesmos. A terra é o único mundo conhecido, até agora, que
abriga vida. Não há outro lugar, pelo menos no futuro próximo, para onde
nossa espécie possa migrar. Visitar, sim. Assentar-se, ainda não. Gostemos ou
não a Terra é onde temos de ficar por enquanto. Já foi dito que a astronomia é
uma experiência de humildade e criadora de caráter. Não há, talvez, melhor
demonstração de toda presunção humana do que esta imagem distante. Para
mim, destaca a nossa responsabilidade de sermos mais amáveis uns com os
outros, e para preservarmos e protegermos o pálido ponto azul, o único lar que
conhecemos até hoje.”
Eu gosto particularmente da parte que ele fala: A astronomia é uma experiência de
humildade. De criação de caráter. Realmente quando você vai distanciando ali você vai
percebendo que é só um pontinho azul. É uma coisinha só. A gente chama planeta Terra, ele
chamou de pálido ponto azul. Tem um documentário do Will Smith da HBO chamado One
Strange Rock. Maravilhoso! Tipo, cara, tem um bocado de pedra por aí no universo. A nossa
pedra realmente é uma pedra meio diferente e nessa pedra meio diferente que é a gente
existe one strange life. Dentre muitas vidas surgiu uma vida que tem uns bagulhos meio
diferentes realmente. É o tal do homo sapiens. E não é que ele é melhor ou pior, ele é
diferente. Ele tem uns bagulhos diferentes. Ele é meio estranho. Ele tem uns negócios do
dedo, ele tem um negócio de andar com dois pés, várias coisinhas. E tem umas coisas que
esse bicho tem que são bem interessantes. Eu destaco três coisas bem loucas do homo
sapiens, já que o diferencial do ser humano é ser humano, o que é ser humano? Então
primeiro, sentimentos complexos. Eu boto complexo porque assim, vai que outros bichos
tem sentimento também aí vão dizer: Ah, por que complexo? Sò o nosso o complexo.
Pra matar a objeção. Porque eu imagino que a formiga quando ela está andando aí aparece
uma pedra, ela bate na pedra aí ela desvia. Dá pra dizer que ela sentiu a pedra. Um
sentimento, ela sentiu. Não é complexo como o nosso. Nós temos uma vastidão de
sentimentos e por isso que agora, já que o diferencial humano é ser humano, agora o que
que está quente? Inteligência Emocional. Entender os sentimentos. Parte dessa nossa
campanha do homo sapiens de resgatar nossa naturalidade.
Outra coisa, imaginação. Vou falar mais hoje, base da criatividade.Capacidade maluca de
imaginar, criar uma imagem mental, abstrato e a partir disso tornar real. E a linguagem
também que eu destaco porque com a linguagem possibilita a gente colaborar, a gente
cocriar. A linguagem completa e posteriormente as telecomunicações permitiu a gente criar

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junto.
O problema, bicho, é que esse bicho homo sapiens com essas coisas diferentes que ele
tem, dá pra dizer que ele é um bicho sabido. Só que aí ele começou a ficar metido,
presunção como falou Carl Sagan. Eu acho maravilhoso como as pessoas falam agora do
meio ambiente, cuidar do planeta, precisamos salvar o planeta, o planeta pede socorro. Tu
acha que o planeta fodão pede socorro pra tu, irmão? Tu acha do fundo do coração que o
planeta tá: Marcela, me ajuda, Marcela. Socorro! Me salve. Eu acho muito engraçado isso
porque imagina que tu é o planeta . Na visão do planeta o homo sapiens surgiu um dia
desses. Na visão do planeta um dia desses tinha dinossauro. Dinossauro vacilou, fez merda?
Terremoto, vulcão, meteoro, vai embora, vai. Fez merda. Dinossauro tava vacilando. Os
dinossauros estavam usando canudinho de plástico, ah não, irmão. Não dá não. Canudinho
de plástico não dá; Vai embora. O que vai vim agora? Não, vamos dar um tempo. Deixa uns
70 milhões de anos aí sem nada, outros bichos. Aí homo sapiens vem. Homo sapiens qual é
a tua? Fica na paz aí, irmão. Senão eu mando embora, papai. E a gente homo sapiens é
apegado em achar que o planeta precisa das coisas que a gente precisa, né? Ah, não! Não
pode acabar o oxigênio, a água. Pode ser que o planeta não esteja nem aí. Ficou sem
oxigênio, sobrou gás carbônico? É nóis, planeta. Fica só as baratas e tá tudo bem. O planeta
não está apegado a gente estar nele não. Ele quer vida, irmão. Se a gente faz as merdas ele
manda a gente embora e o bagulho vem de novo.
E o que eu acho mais louco dessa separação nós e ele, natureza é outra coisa, não é a
gente, né, é quando o nós é maior que ele. NÓS > ELE
Quando a gente se acha maior do que o bicho. Eu chamo isso de Ilusão da Separação.
Existem muitas palavras que podem descrever qual seria a percepção verdadeira, o oposto
dessa ilusão. Hoje em dia o pessoal fala o todo integral sistêmico, unidade universo holístico.
É uma escolha de palavras, né? Palavras são só palavras. Eu particularmente gosto de uma
palavra que eu adoro usar ela, acho um conceito maravilhoso que é essa palavra aqui:
Complexo é uma coisa que tem tantas interações inter-relacionadas, inter-dependentes,
intercaladas, internacionalmente entre si, que essa coisa acaba ficando muito complexa.
Complexo vem de “com” (junto) e “plexo” (tecido). Complexo = tecido junto. O mundo tá
cada vez mais “tecido junto”, isso é a complexidade! Adoro essa palavra. Eu acho que é
essa nova visão que a gente tem que buscar, sair da ilusão da separação e passar a ter essa
visão de que está tudo conectado. Cada coisa está conectada com a outra. Quando a gente
caiu nessa ilusão da separação, caiu nessa conversa mole, a gente desenhou o mundo
linear. Uma vez que a gente separou da natureza a gente caiu em outra ilusão que é a ilusão
da linearidade. A gente desenhou um mundo linear que extrai, processa e descarta e a gente
esqueceu de olhar pra natureza, que é a criação original e esqueceu de pegar o input que é
o mais importante da natureza. Porque a natureza foi a fonte primordial de inputs, né? A
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gente olhou para as coisas e foi combinando a partir da natureza. Então tem um input da
natureza que é quase que a regra geral do bagulho que a gente não pegou que é a
economia circular. Tem coisa mais circular a gente come as plantas e caga adubo? Foi
desenhado, maravilhoso. E a gente criou um mundo linear. Essa é outra mudança de
percepção que a gente precisa ter de olhar agora para o mundo circular, já que ele é
complexo, é tecido junto. Aí vê a merda, num contexto que o bagulho tá separado e linear aí
vem a escassez. Eu chamo de ilusão mas na verdade a escassez vira até uma realidade uma
vez que você está em uma outra ilusão. O que não deixa de ser uma ilusão. Mas quando o
mundo é separado e linear realmente fica finito. Desse jeito não tem pra todo mundo. Eu
acho maravilhoso, a gente é acostumado a falar assim: Isso aqui é lixo, eu vou jogar fora.
Fora da onde? Não tem fora, papai. Tá tudo dentro daquele pálido ponto azul. Não tem fora.
Tem que botar pra dentro de novo pra moer. Se a gente botar pra circular, pra moer, aí
podemos ter uma visão de abundância. Aí fica abundante. Interconectado, tecido junto,
desenha circular, podemos ter abundância. Aí vem a merda acumulando, o bagulho tá
separado, linear, consequentemente escasso. Quem vem? Competição. Não tem pra todo
mundo. cacete vai comer agora, papai. Agora o bicho vai pegar. Vai ter que ser senão fudeu.
Sobrevivência louca. Louca porque é linear, não tem pra todo mundo.
Eu quando era adolescente, pré adolescente, e comecei a estudar as células do corpo e tal
eu perguntei pro meu pai na época: Pai, a gente tem as células dentro e se o planeta for um
ser e eu for uma célula? E se o universo for um ser e o planeta for uma célula? Então são
universos e células uma dentro da outra em vários planos. O que acontece desse ser aqui
quando as células entram em competição e começam a não ficar tecidas juntas, quando
elas se separam, começam a tretar, começam a procriar, crescer, reproduzir loucamente?
Um câncer. Então a gente precisa tirar também essa ilusão da competição que vai
acumulando com as outras e partir para uma visão colaborativa. Por isso a gente da Keep
Learning School tá tão apegado e concentrado no lance de conectar pessoas. Pessoas que
não estejam nesse contexto: separado, linear, escasso, competição. Pessoas que estejam
no contexto tecido junto, complexo, circular, abundante, colaborativo. Sabe qual é o
resultado final em quatro letras quando isso aqui? Separado, linear, escasso, competição.
Medo. Aí o bagulho domina, aí o medo domina. Aí é o resumo de tudo. A gente viver
baseado no medo. O medo se for parar pra pensar ele domina a humanidade. Quantas
coisas,decisões, escolhas na vida a gente fez com medo de alguma coisa? Com medo de
alguém brigar, com medo do professor brigar. Com medo de ser julgado. Com medo de falar
não sei o que. Com medo de faltar dinheiro. Com medo, com medo.Por que? Um ambiente
de competição, escasso, linear, separado o medo vem.
Tem que ter muito amor senão não rola. É isso.
Essa é a visão mais importante da gente. Eu adoro como a Elizabeth Gilbert, essa mulher é
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maravilhosa, Comer, rezar e amar. A frase dela que me pegou uma vez ela falou que a vida
feliz ou a vida criativa é quando você constantemente escolhe o caminho da curiosidade, da
paixão, do amor em relação ao caminho do medo.
A vida eu imagino que está aqui ó, vem as escolhas, muitas escolhas. Tem o caminho do
amor e tem o caminho do medo. O caminho do amor é o caminho que te aproxima do que
você quer, você vai em busca, você busca o que você quer. O caminho do medo é o
caminho que te distancia do que você não quer. Não é uma busca, é só uma proteção.
Depois de você tomar um monte de decisão baseada no medo você vira a sobra, você vira o
que sobrou depois que fugiu dos riscos. Aí é foda, né papai. A vida é maravilhosa pra você
virar a sobra aí é foda. Então nesse contexto separado, linear, escasso de medo aí a gente
veste máscara. É o jogo da vida, competição louca, cassete no outro. E aí perdemos a
naturalidade. Nessa hora fudeu. Aí perdemos o diferencial que a gente tem que é ser único,
ser autêntico, ser anormal.
Trecho música Reverb: Uma pessoa com quem você se importa já sentiu vergonha por você
ser o que é? Depois disso ser feliz sendo você mesmo parece uma maldição.
Uma pessoa com quem você se importa já sentiu vergonha por você ser o que é? Isso pra
mim é voadora.
Aí depois ele diz: Depois disso ser feliz sendo você mesmo parece uma maldição. Aí é uma
treta, aí é um trampo. Porque se as pessoas com quem eu me importo, que muitas vezes é
a família, são os amigos, tem vergonha de eu estar querendo buscar o caminho do amor? O
caminho da essência? Aí meu amigo a vida vira uma maldição realmente. E no final da
música ele acaba dizendo que o fracasso é não assumir o seu nariz. O fracasso é não tirar a
sua máscara pra resgatar a sua naturalidade.
Então respondendo essa pergunta Quem é você sem falar o que você faz? Eu sou Murilo
Gun e eu acredito que num contexto separado. linear, escasso, de competição e de medo
precisamos abrir a visão pra transformar numa visão complexa, circular, abundante e
colaborativa e de amor e acredito que o medo tem que estar com medo. Porque love is
coming.

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Sintonia do Amor
Eu queria trazer agora um assunto, ontem a gente falou muito de Criatividade,
Aprendizagem, Input, a imaginação processa os inputs, mas que a coragem é o grande
gargalo.
Walter e Alê falaram do medo. O assunto medo ele sempre vai vir, quando falarmos de
criatividade sempre vai vim, porque se é algo novo, se é uma imagem nova, não foi testada,
não foi validada, tem risco, portanto tem medo, portanto tem que ter coragem.
Então pra mim coragem é o grande gargalo da humanidade. porque o medo domina a
humanidade, quase tudo o que a gente fez na vida foi motivado por medo.
A minha experiência como um ser que usa a criatividade pra viver a minha vida há algumas
décadas, enfrentando o medo, porque sempre no “novo” vai ter o medo, pequenos médios
e grandes. O meu sentimento é que a vida criativa, é uma vida numa montanha russa
emocional.
Toda vida tem uma montanha russa emocional, mas a vida criativa especificamente tem uma
montanha russa emocional de amor e medo, de você buscar criar, seguir o coração, o que
você quer fazer, mas, uma vez que é algo novo, se depara com o medo.
Estamos aprendendo Criatividade, a aprender a aprender, também da relação com o mundo
digital, com o Google ...
Queria agora falar um pouco sobre esses dois outros aqui: A inteligência Intrapessoal e
Interpessoal, que são dois universos infinitos, eles estão submersos, eles não acabam
nunca, é realmente infinito, e pra mim, falar sobre esse assunto é até desconfortável por que,
eu não me sinto professor para falar sobre “intrapessoal”, “relacionamento interno”, mas me
sinto um grande aprendiz, que veio nessa busca, na minha vida pra poder viver uma vida
criativa, e eu queria portanto, pode compartilhar com vocês sobre isso.
Quando eu mostro essa máquina, essa analogia linear para descrever algo tão complexo
como criatividade, essa analogia linear de : input, processa e sai. É importante lembrar que
até nessa analogia linear de “input, processa e sai”, existe uma etapa que sempre tá no
processo de sistema de input, entrada e saída, que é o Looping de feedback. Todo processo
industrial tem a retroalimentação, Input, processo de output, mas aquele output, traz uma
aprendizagem, e vira teu input e o bagulho circula.
Na minha metáfora de criatividade, de que a Aprendizagem, a Imaginação e a Coragem, pra
mim, o que faz esse bagulho rolar, girar, circular, e a alta performance, é o Amor, é você estar
fazendo tudo, ouvindo o coração, ouvindo a intuição. Renan falou uma coisa maravilhosa
ontem: “O que você está pensando, a máquina pode fazer, o que você está sentindo, a
máquina não pode”.
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Então quando você faz com o coração, com o que tá sentindo, você coloca amor, e aí, é
mais fácil aprender, é mais fácil imaginar, é mais fácil ter coragem para lidar com o medo, ou
seja, nesse input, processo de output, o amor é o óleo,
Péssima metáfora para falar de amor né? O que é que Deus está achando? “Pô, o cara ta
falando que o amor é o óleo?” Mas dentro da metáfora, o amor faz essa máquina. Dá pra
fazer sem amor? Dá, mas vai ficar com atrito, o amor faz o bagulho, o amor é a “Vaselina da
Criatividade”....( piorou a metáfora)…
Eu tenho um vídeo maravilhoso de Valentina da minha filha mais velha, que eu perguntei pra
ela: Filha, o que é Amor? e ela falou assim:

“Amor é coração!”...(Boa definição, melhor que óleo ou vaselina)…

Coragem, o COR vem de Coração, AGEM vem de ação, ou seja, Coragem é agir com
coração.
E já que coragem é um dos gargalos da humanidade, vem a pergunta então: Como criar
coragem? Essa é uma pergunta que eu pergunto há muito tempo, eu to buscando filosofar
sobre essa pergunta, eu podia chamar de: Como criar coragem? Ou baseado na etimologia:
“Como criar ação a partir do coração?” Ou, “Como criar ação, a partir do amor?”
Como Juliano falou :

“Tem que ter muito amor, senão não rola”... Adoro Isso!

E aí nessa montanha russa de amor e medo, eu comecei a pensar, qual é a infraestrutura


emocional que é preciso ter para poder viver uma vida criativa, lidando com as incertezas?
E aí eu pensei, ao invés de infraestrutura, chamar de ” Intraestrutura Criativa”.
Toda vez que eu quero começar a desenvolver um raciocínio sobre algo, eu sempre gasto
um tempo tentando fazer a melhor pergunta possível, qual a challenge question?
O Hard Work Papai sempre foi: Como conectar pessoas? E depois, Como oferecer palestras
e conteúdos. Primeiro, Como conectar pessoas? Como criar amor, como criar coragem?
Eu adoro essa palavra: “sintonizar”. Então já que coragem é agir no amor, como então
sintonizar no amor?
Eu gosto de” Sintonizar” porque, pra mim, é uma metáfora reducionista, sempre, porque as
palavras reduzem conceitos tão complexos, tão abstratos, mas pra mim, eu vejo o amor
como uma rádio.
O amor é uma rádio. Se você não acredita em frequências, pare de ouvir rádio e de mexer
no celular, que é por frequência que rola o bagulho.
Pra mim o amor é uma rádio, não uma rádio FM, mas uma rádio AM, porque a frequência é
mais longa, e pra sintonizar nessa rádio, existem algumas coisas que eu acredito que a
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gente possa fazer, que ajuda a sintonizar, e também tem coisas que criam ruído, coisas que
você faz que vão criando ruído, e atrapalha a sintonia. Eu vou focar no que ajuda a
sintonizar, mas vou te trazer um exemplo do que cria ruído. O tio Bill Gates postou um Tweet
assim:

“Eu fico impressionado com a desconexão entre o que vemos nas


notícias, e a realidade do mundo, como meu amigo falou: A gente tem que
combater o instinto do medo que distorce a nossa perspectiva. Ele trouxe
um gráfico Real das causas de morte nos Estados Unidos, e um outro
gráfico com as notícias do New York Times, e são completamente
diferentes.

Então, eu achei maravilhoso porque é um exemplo de fatos, de uma distorção, de


percepção de realidade.
Existe uma realidade de homicídios, de terrorismo, mas a percepção dessa realidade nossa,
em função dessa cobertura da mídia, não bate com o percentual das verdades dos fatos, e
isso traz muito forte o medo.
Já parou pra pensar, que grande parte da população consome notícias pelo whatsapp?
Por que? Porquê as operadoras têm um monte de planos de whatsapp gratuito. Existe a
população brasileira que não tá na internet, tá no whatsapp só, ela tá limitada só ao que
chega ali, e se tivesse talvez aquele gráfico do Bill Gates, sobre o que rola no whatsapp, a
gente iria ver uma coisa muito louca também e muito distante da verdade. Então isso é um
exemplo de um tipo de ruído que vai atrapalhando pra gente sintonizar na rádio do amor.
Quando você olha para um rádio, tem um botãozinho ali pra sintonizar, só que a rádio do
amor, é complexa, é tecido junta, não é só um botãozinho, talvez ela seja mais uma mesa de
som, são muitos botões, que você tem que sintonizar todos, se você sintonizar todos, você
zera a vida, você levita, vai pro céu. sei lá o que acontece, mas a vida pra mim é ficar ali,
sintonizando alguns botões, tentando sintonizar essa rádio.
Eu escolhi falar de seis botões, dentre um universo de muitos botões a serem sintonizados,
que eu, na minha experiência, venho buscando nesse últimos anos focar nesses seis botões.
Eu vou falar nomes que são palavras, e Renan e Dante, sempre falam sobre isso: Palavras
definem as coisas, e definir, limita, ou seja, palavras limitam.
Imagina, o cara querer explicar o amor usando letras, A,B,C, D, combinadas? O que o
universo tá achando disso? “Esses humanos são muito trouxas né? Eles ficam pegando as
letras e juntando nomes para definir o amor, ai meu Deus…Mas tudo bem, deixa eles em paz
ai, eles estão fazendo o deles, é o que eles têm pra moer!”

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Eu comecei a refletir sobre os botões com a minha esposa Dani, porque a minha esposa
tem acesso à minha intraestrutura emocional, ela sabe, e eu comecei a falar: Amor, que
botões eu venho sintonizando?
O primeiro botão muito forte pra mim é o botão da reclamação. Sempre em busca por fazer
coisas F@das, Criativas, e sabendo que nem tudo sai como a gente quer, eu sempre
reclamei muito. Um reclamador não violento com palavras, mas um reclamador. Um
reclamador sempre olha pra alguma coisa que está faltando.

É importante lembrar que entre um botão e outro, sempre tem


cinquenta tons de cinza no meio. E pra mim essa sub sintonia da
reclamação, é o que o Roberto Tranjan chama de “Focar mais no que falta
do que no que te farta”

Isso acontece toda hora. Você pode estar aqui no evento, e a fila ficou grande, e aí você fica
reclamando: “Ah, tá me faltando agilidade na fila” , mas, atrás de você pode ter uma pessoa
f@da pra conversar, e você está reclamando ao invés estar de olhando o que te farta nesse
momento, e sendo grato por estar aqui com uma galera massa.
Há dez anos atrás eu vim morar em São Paulo, e eu tive um tumor gigante na barriga,
benigno, mas bem raro, e fui fazer a cirurgia. E no hospital você está na base da pirâmide
das necessidades, com dor...e é incrível como o sentimento de gratidão vem muito forte
quando você está vulnerável na cama, e a enfermeira cuida, é um sentimento de alívio e
gratidão. Eu ficava na cama querendo ficar em pé, e um dia ela veio e me colocou em pé!
Quando eu estiver em pé um dia na fila, vou pensar: Gratidão por estar em pé! Isso é
sintonizar no que te farta, e não no que te falta.
É fácil encontrar gratidão nas horas maravilhosas.
Difícil encontrar gratidão na hora das tretas, isso é difícil, esse é o nível hard do bagulho.
Como encontrar gratidão até nos momentos ruins?
Eu fui pra uma excursão pra Machu Picchu, e no primeiro dia, a gente andou muito, e fomos
dormir no acampamento. Foi a pior noite da minha vida, foi enlouquecedor, meu corpo tava:
“Que p@rra é essa irmão?” Eu não conseguia dormir, dor de cabeça, menos 5 graus, muito
frio, e no outro dia, seria o dia mais difícil de todos, e sem opção pra ir embora. Ai duas da
manhã eu tava acordado ainda, fui pegar um Tylenol na bolsa. Quando eu olhei na janela,
tinha a vista da montanha mais sagrada do mundo:
Só que estava de noite, e a lua refletia no gelo e a montanha estava acesa.
Fiquei pensando: Como a pior noite da minha vida pode ser com essa vista?
E eu comecei a me sentir grato por estar ali, e apreciar no frio aquela montanha maravilhosa.

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E isso me confirmou como a natureza pode ser um grande gatilho para a gratidão.
Botão da autocrítica. A autocrítica é uma reclamação interna, é você reclamar pra dentro.
São aqueles diálogos que a gente tem com a gente mesmo e que a gente quase nunca é
gentil. Imagina se você fosse tão amoroso e acolhedor com você, quanto você é com o teu
filho?
Esse parece um pouco com o primeiro, mas é uma coisa mais interna, mas como eu falei,
são só palavras.
Auto Gentileza . Esse ano eu tava com o Gof lá no Texas, e surgiu uma palavra entre a gente
que eu achei bonita que é, auto gentileza, ser gentil consigo mesmo.
Negação e Aceitação
“Então tá, também pode ser assim”
Quando acontecer uma situação que você não tem controle, aceita que dói menos, que tem
que ter cuidado pra não virar um “eu aceito tudo o que acontece”...mas se tudo fugiu do
controle e não tem mais o que fazer, aceita!
No livro “O novo mundo” de Eckhart Tolle ,
ele fala das 3 modalidades de “Awakened Doing” “Agir consciente”
“Precisamos estar atentos para garantir que uma modalidade permaneça sempre que
estivermos envolvidos na execução de algo- da tarefa mais simples à mais complexa.
Caso não estejamos em nenhuma das 3 modalidades, é porque estamos causando
sofrimento a nós mesmos e a outros.”
1- Aceitação.
Fazer algo de má vontade, não é um jeito desperto, e consciente de fazer nada.
2- Alegria, encontrar prazer naquilo.
3- vou falar depois
Esses não muito intra. Mas agora tem os outros 3 que envolve os outros:

Comparação:
Quando você começa a olhar os outros. Eu tenho muitos amigos, que têm sucessos,
reconhecimentos, muitas habilidades f@das e sempre tenho muito cuidado em não
transformar isso em dor pra mim. Tipo, como esse cara consegue ser tão disciplinado?
O outro tem que ser fonte de input e não de dor.

Julgamento e Empatia:
Todo julgamento é uma confissão.

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POSITIVO NEGATIVO

Sempre que a gente julga o outro, sempre tem uma pista de algo sobre a gente.
Temos que cavar o julgamento pra ver o que está por trás.

“Todo mundo que a gente encontra na vida está enfrentando uma


batalha que você não sabe nada a respeito. Seja gentil com todo mundo.
Sempre!”

Quando a gente lembra disso, a gente se conecta mais com o outro.

Vingança e Perdão:

“Você não consegue perdoar alguém porque esse alguém não se


arrependeu? Eu espero que você se perdoe pelo tempo que perdeu.
Porque se for parar pra pensar, são coisas diferentes, a culpa pode estar
no outro, mas o perdão está sempre na gente.” Papo de Anjo, Reverb.

Tem duas palavras que aprendi com com o Tranjan no livro o velho menino:

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PERFEITO X CORRETO

A gente foi educado, a ser perfeito, a não ter erro.


O Tranjan traz um aspecto maravilhoso que

Você tá na trilha, ai da uma merda, você sai da trilha, daí você corrige.
Então se quiser ser perfeito, só vai causar sofrimento. Mas precisa aceitar que se eu sair da
trilha, porque sou imperfeito, eu corrijo.

Eu entrevistei especialista em felicidade Tal Ben-Shahar que criou a disciplina de Harvard


sobre felicidade, ele conclui:

“Felicidade não é evitar o stress, que seria a desviada da perfeição. A


felicidade não está em retirar o stress, e sim fazer stress manager, a gestão
do stress.” Através de práticas como gratidão, meditação, vale a pena ver a
entrevista...https://www.youtube.com/watch?v=XfMy3mTQ4IY

Uma coisa muito simples que eu aprendi nos últimos anos qual a Tania Mujica, é que você
não é os teus pensamentos. Você é quem observa os seus pensamentos. Se você observa
e ouvi os seus pensamentos e suas conversas internas, então esse que ouve é você, o
resto é um blá blá blá.

Também tem os diálogos externos, através de verbalizações e aí tem mais dois botões, o Botão
da escuta ativa, que está ouvindo ,as não está escutando. A gente não tem interesse
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genuíno em escutar as pessoas. Todos têm o que dizer, basta você saber perguntar.
A escuta ativa é quando você está ativamente escutando o outro, você está levando amor
ao outro, porque você está entregando a sua existência para o outro.
O amor habita na presença.
E tem a outra parada da comunicação, que é a comunicação violenta versus a comunicação
Não-violenta. Como a gente coloca violência em nossas palavras..
Eu li um livro chamado Metaphors We Live By.
Ele fala que Argumentar, é uma guerra. A metáfora pra nós é que argumentar é uma guerra.
Por exemplo, quando a gente fala que tempo é dinheiro, a gente começa a usar palavras
que são do universo do tempo, no universo do dinheiro, tipo:

“Você está gastando o meu tempo”,

ou,

“Eu estou investindo o meu tempo em você”…

E quando a gente faz essa apropriação de palavras de um universo para outro, a metáfora
não é perfeita, e por mais que represente o outro em uma camada, vai ter um monte de
outras camadas que não é verdade, o tempo não é igual a dinheiro, e quando aquilo começa
a deturpar a linguagem, começa a derrubar o outro conceito ao trazer coisas de outro
universo que não é verdade.
Por isso que às vezes em uma argumentação, já que a metáfora é guerra, e como é que
guerras acabam? Um morto e um ferido.
O autor sugere uma metáfora: Imagine uma civilização em que o argumento não for visto em
forma de guerra, a metáfora de argumento é uma dança, e o objetivo é performar de um jeito
balanceado, bonito pra todos…
Pra mim esse livro explica a comunicação não-violenta.
Sou um aprendiz nível um em Comunicação não violenta, mas começando, eu aprendi que
saber o framework disso é 3%, tem tanto pré requisitos para conhecer sentimentos,
observar sem julgar. Você precisa apertar um monte de botões antes pra poder entrar nesse
jogo, mas é essencial buscar esse assunto na vida, um put@ assunto nas academias.
Tem outra metáfora que eu fiz Creative is a Machine, Criatividade é uma indústria.
Alinhar é linear, sintonizar é complexo, alinhar com meu time, é sintonizar. Alinhamento pode
até funcionar, mas sintonia vira mágica.
Tem outra metáfora louca. 70% do idioma inglês está baseada em uma metáfora:
Idéias são complexas, as palavras são um container e a comunicação é o envio.

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Um exemplo muito simples disso é a educação, a educação caiu nessa metáfora, e
começou a ver conhecimento como uma transmissão de conhecimento. Fala assim: “Aquele
cara é muito bom em transmitir conhecimento”, como se ao falar uma palavra, ao ter uma
idéia, eu mandasse pra vocês como fosse energia elétrica.
E a aprendizagem não é só isso, aprendizagem é a explicitação do conhecimento por meio
de uma performance melhorada. Absorver conteúdo não quer dizer nada, aprendizagem é
quando você bota pra fora. Por isso que instituições de ensino, ao se auto denominarem
“instituição de ensino”, elas estão preocupadas em SEND, eu dou aula, se você não
aprendeu é porque você é um bosta, porque eu Send… se fosse instituição de
aprendizagem, estariam comprometidas com o resultado, e não só com ensinar.
Por isso a gente sempre teve compromisso com a aprendizagem e conectar pessoas.
Essa frase

“Amor habita na presença” ,

faz sentido pra mim, de que a sintonia do amor, nessa busca pela rádio do amor, a rádio do
amor pra mim está na Presença, é como você estar todo dia na presença, não futuro, não
no passado, no presente. É como se naquele minuto de presença você sintonizasse a
sintonia do amor.

A meditação é uma técnica, mas o que está por trás dessa técnica é a respiração.
Quando alguém está passando mal, a gente fala, respira fundo, a pessoa melhora.
Quando a gente tá num caminho, e se perde, o que a gente faz? Respira fundo, melhora.
Quando a gente vai entrar em uma reunião difícil, treta com chefe, o que a gente faz?
Respira fundo, e melhora. Porque você só acessa a respiração quando tá fudido, na hora da
treta?

A presença também tem a ver com a busca pelo silêncio, às vezes a gente está muito
ansioso, barulho mental, e quantas vezes eu já fiz isso, pra curar o barulho, fui ver a Globo
News, ou ver os gols… a gente quer curar barulho com mais barulho. Mas barulhos se cura
com silêncio e não no barulho.Se o amor habita na presença, quem são os professores de
amor? Os professores de meditação. Mas tem o maior professor de amor de todos, que são
as crianças, elas vivem na presença. A minha filha de 5 meses vive no amor, vive na
presença, ela não conhece o conceito passado e futuro. A minha filha de 4 anos, aprendeu
pra viver em sociedade o ontem e o amanhã, ela ainda confunde, ontem vamos pra lá?
Porque ela só conhecia a presença.
Ou seja, nós adultos somos grandes desprofessores de presença nas crianças, e os

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professores de meditação ajudam adultos e crianças a voltarem para a presença.
Minhas filhas viraram gatilho pra presença, assim como a natureza virou gatilho pra gratidão,
minhas filhas também viraram gatilho para presença.

E pra terminar, Maria Valentina respondeu o que é Criatividade:

“Criatividade é quando você fica muito atento!


E dentro da criatividade, tem sabe o que? A nossa imaginação!”

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A Grande Potência
Conectando com aquela história que falei da Terra, aquela put@ viagem que falei do planeta
e das ilusões, alguém me falou essa analogia:” O planeta está ferido!” “O Planeta levou uma
facada!” E como se fecha uma ferida? É quando nós estamos na borda dessa ferida e
“fechamos” como “pontos”, a gente “tece”, a gente dá as mãos, e se o pessoal da margem
de cá da ferida e o pessoal da margem de lá da ferida, fizer um esforcinho e der as mãos, a
gente fecha a ferida. Por isso a história da grande potência é tão forte, por isso que nesse
evento, a gente prepara umas palestras, umas trocas, mas por favor, acreditem: O maior
valor não está nas pessoas que sobem no palco, o maior valor está em vocês, porque é
onde estão os parceiros, que moram na sua cidade, que se conectam com o seu chamado.
O nosso problema, a frase que nos desafiava pra fazer o HWP era:

“Como conectar pessoas?”


Aí a gente teve a idéia: Vamos chamar um bocado de convidados pra subir aqui, porque as
Eu participei da história da internet desde o começo.
pessoas vêm pelos convidados. Mas o maior valor aqui, presta atenção papai, o maior valor
aqui está entre vocês, não é uma fala bonita, é verdade, vai por mim!
Agora vou falar sobre a história da internet.
A gente desenhou isso aqui:

HISTÓRIA DA INTERNET

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A internet nessa época tinha os sites e tinha o Mirc, quem aqui lembra do Mirc?
Só galera raiz lembra.
O Mirc era tipo bate papo do Uol, só que várias salas. O Mirc foi interessante porque ele
promovia os encontros, e era muito forte isso, os encontros de cada grupo de conversa, ou
seja, era a internet, conectando pessoas ao vivo, baseado em interesse comum.A internet,
em uma das primeiras manifestações serviu pra conectar pessoas presencialmente.
Aí veio um racha grande, que foi o ICQ e MSN. Eles transformaram um bagulho que
conectava pessoas, num bagulho de conversar só com quem se conhece, tirou o lance da
sala de bate papo, virou só conversas individuais, não tinha a pegada de você conhecer
pessoas novas no MSN. Você tinha que conhecer off line, pra conversar no MSN, antes não,
você conhecia e depois marcava o presencial.E a internet parou de conectar pessoas
presencialmente.
Aí veio o Orkut, e no Orkut bombou os grupos. Quantos colégios, faculdades se
reencontraram por causa de grupo do Orkut? Quantas pessoas se encontraram e se
conectaram por causa dos grupos? O Stand Up Comedy no Brasil, surgiu no Orkut.
Surgiu num grupo Stand Up Comedy Brasil, que o Danilo Gentili ficava fazendo piada, o
Diogo Portugal, o Rafinha, eu, o Fábio Rabin, todo mundo lá, compartilhando vídeo
gringo,compartilhando vídeo do Diogo Portugal, todo mundo começou a se conhecer, e foi
no Orkut que o Rafinha conheceu o Danilo, e começaram a fazer show, e surgiu o stand up.
A internet conectando pessoas através do Orkut.
Aí veio o Facebook, e rachou de novo, porque os grupos não vingou no Facebook, os
grupos de facebook, serviram para alguns fenômenos específicos como por exemplo,
cursos online, cria um grupo no face, mas aquele fenômeno do Orkut acabou.
E aí vem agora nesse ano(2019) ,Mark Zuckerberg faz a maior mudança da história do
Facebook, uma campanha focada em grupos. O homem chegou e falou: “Meu irmão, é
grupos, conectar pessoas por interesses. O “feedzão”, que junta a vó, a tia, e a amante, não
dá certo não juntar no mesmo canto, da treta. É grupo segmentado de interesses, focar total
nisso!”
Aí comecei a olhar, tem a ver com leis herméticas, tudo tem um ritmo, tudo vai e volta, e
então eu falei: Cara, estamos agora num momento da internet conectando pessoas pra
encontros presenciais.
E aí eu fiquei pensando, a frase que a gente traz sempre pra gente, “Despertar vidas
criativas”, é uma frase que foca no individual, representa um despertar de um ser, e eu
comecei a pensar: Cara, se a pequena potência, na alta performance conecta pessoas, e a
máxima potência é conectar pessoas, a nossa jornada quanto a gente se dedicou a
pequena potência e a grande potência? Eu diria que 90% da nossa dedicação foi para a

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pequena potência, cursos para desenvolvimento pessoal, individual na área da criatividade.
10% foi algumas iniciativas, por exemplo, HWP, desde o primeiro ano, a frase é: Como
conectar pessoas? Em nossa plataforma desde o começo tem a função de networking, o
Ranieri, o Doe, mas se a gente computar toda energia para conectar pessoas foi muito
pouca.
Eu fico pensando, a pequena potência tá aqui, a grande tá ali, qual a diferença entre de 30
elevado a dois, e de dois elevado a trinta? É ridícula!

PEQUENA POTENCIA X GRANDE POTENCIA

Toda indústria da educação, faculdade, pós graduação, cursos livres, eles podem até
conectar alunos, a indústria multibilionária da educação, está focada na pequena potência.
Quem está no jogo de conectar pessoas?
A gente tem 17 mil alunos, a gente tem várias empresas, e vários alunos que trabalham na
mesma empresa, e eu fico pensando, o cara ta na empresa, e faz um curso de
desenvolvimento pessoal, fica pilhado, e aí, quando olha ao redor dele, tem um ambiente de
resistência, de medo, e na mesma empresa, no andar de cima, está uma menina lá, também
pilhada, e os dois no almoço, se esbarram um no ombro do outro, e esse esbarrar de
ombro, cai moedinhas de grande potência..perderam, porque se eles tivessem parado ali pra
falar, o negócio começava a mudar.
Pode ser que não seja na mesma empresa, pode ser a mesma rua, mesmo prédio, na
mesma cidade, A gente tem 500 cidades com pelo menos 2 alunos, que podiam estar

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trocando.
Existe o paradigma do medo, nesse desenho:

CONECTAR PESSOAS

A gente as vezes da uma despertada, e olha ao redor, e a gente quer trazer os amigos para
o mesmo ambiente que o nosso, só que é difícil porque a gente não pode mudar quem não
está “grávido”, como falou Lucia Helena, você pode até voltar a dormir, porque se você
desperta, olha pro lado e fudeu, aí é melhor voltar ao estágio inicial.
Então por que que ao invés de transformar os amigos que não estão “tão graves” , não
buscar novos amigos, novas pessoas que já estão na onda.

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CONEXÃO

Então porque gastar 90% da energia num bagulho que não dá resultado?

90% DA POTENCIA

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Interessante que a 3 anos atrás a gente contratou o Ranieri para ser o “Alumini Community
Leader”, e as pautas do dia a dia não permitiram, empresa pequena sabe como é que é né,
“Rani vem cá, Rani faz isso aqui, ele virou outra coisa, tal não sei o que”, não pode exercer. E
a gente nunca conseguiu focar nisso. Eis que da nossa incompetência e negligência, surge o
movimento natural, orgânico, natural, brota.

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Start - Aula Inaugural
Essa é a aula inaugural do Curso de Reaprendizagem Criativa, eu chamei de aula Start.
Geralmente nas aulas inaugurais de alguns cursos, os caras falam como que vai ser a
programação do curso, o que as pessoas vão aprender, como vai ser o método de avaliação
do curso. A minha vai ser diferente, a primeira aula em vez de ser sobre adquirir
conhecimentos, vai ser uma aula sobre esquecimento. Por que uma aula sobre
esquecimento? Porque esquecer é tão importante quanto lembrar e muita gente esquece
disso. E por que esquecer é tão importante quanto lembrar? Lembra o que eu falei lá na
quarta habilidade do futuro?

"As nossas crenças, as nossas experiências, os ambientes em que a


gente vive, tudo isso molda a nossa forma de pensar sobre o mundo, você
é o que você acredita, o que você aprendeu, o que você viveu. Até aí tudo
bem, o problema é quando o mundo começa a mudar, e o mundo está
mudando de uma forma muito louca, nunca antes vista. E o mundo
começa a mudar requer você também mudar sua forma de pensar e ver o
mundo pra se adaptar à nova realidade, é tipo atualizar seus softwares, se
não você está rodando a versão antiga do software e vai ficar para trás.”

Por isso a gente é o que a gente acredita, se a gente quer mudar pra acompanhar o mundo,
a gente tem que mudar o que a gente acredita, e tem que esquecer algumas coisas, pra
acreditar em coisas novas e quando falo acreditar, não to falando de crença e religião não, to
falando de como você forma seu sistema de pensar, uma frase muito boa do Rubem Alves,
que é um expert em esquecimento, um cara que eu sou muito fã. Ele falou:

"O que sabemos torna-se habito de ver e de pensar, o que nos faz
ver o novo, através dos óculos do velho e o transforma no que sempre
vimos e tudo continua do jeito de que sempre foi."

Conseguiu entender? Não, eu também não na primeira vez que eu li. O que sabemos, quem
é que sabe? Torna-se habito de ver e de pensar, de ver o mundo e de pensar sobre o
mundo e esse habito de ver e de pensar, baseado no que a gente sabe, nos faz ver qualquer
coisa nova com óculos do velho, um óculos embaçado, que vê o novo só que com os
óculos do velho e transforma esse novo no que sempre vimos, se transforma no velho e que
tudo continua do jeito que sempre foi, não tem um tipo de mudança.
Meu complexo é mais genial, então para mudar a forma de pensar, não basta só botar coisa
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nova para dentro, tem que remover coisas também, eu falei o exemplo de atualizar software,
sabe no seu celular, quando aparece atualizar software e você mete avançar, aí você tenta
executar o software, aparece memória cheia, que significa isso? Para atualizar o software
primeiro tem que apagar algumas coisas, tem que esquecer.
Machadão (Machado de Assis) falava:

"Esquecer é uma necessidade, a vida é uma lousa em que o destino


para escrever um novo caso precisa apagar o caso escrito"

e o grande Rubem, outra frase sobre esquecimento,

"O esquecimento é uma graça, muito mais difícil do que lembrar é


esquecer, fala-se de boa memória, mas não se fala de bom esquecimento,
como se esquecimento fosse apenas memória fraca. ”

Isso é muito interessante, esquecer sofre um preconceito, porque esquecer é sempre


associado a coisa ruim, a doença, Alzheimer, amnésia, esses filmes de terror, esquecer as
paradas.
O Inferno de Dante, para você entrar no Inferno de Dante, tem um rio Letes, que é o Rio do
esquecimento, que você esquece. Então esquecer é doença, é ruim é inferno, é terror.
Memória não, memória é fofona, a memória comanda tudo, tem o livro da memória, memória
é brilhante, super memória. E eu consegui encontrar um autor, que ele é especializado em
esquecer.
A arte de ser flexível - Valter Rizo,
psicólogo Argentino, ele é especializado em falar sobre esquecer. O caso dele, ele
segmentou para esquecer sobre amor, então, ele faz um livro sobre desapegue-se, amores
com direito de dizer não, ensine não sofrer. Esse cara ficou famoso, como um cara que
prega que o apego, alguma coisa é o maior motivo de sofrimento da humanidade e olha
como ele define apego.

“O apego é uma vinculação obsessiva, que pode ser pessoas,


objetos ou ideias. ”

(Walter riso)

Pode ser uma ideia, pode ser pessoas objetos, ele falava muito sobre apego a pessoas, mas
eu descobri os livros dele, o livro que não fala de desapego as pessoas, e sim desapego a
ideias, a arte de ser flexível, vou recomendar muitos livros durante o curso, esse é um dos
primeiros depois vou deixar tudo listado, um livro muito interessante, o subtítulo do livro é:

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“ De uma mente rígida a um ambiente livre e aberta a
mudanças. ” E o conceito básico do livro é isso " Mente Rígida X
Mente flexível".

Mente rígida é aquela que é ancorada no passado, não quer mudar suas crenças, tem até
orgulho de dizer não:

“Eu to sempre muito firme, mesma forma de pensar”,

se auto convence a continuar assim. E a mente flexível é a mente aberta a mudanças, aberta
a se auto questionar, a ter pensamento crítico sobre o que você pensa. Pensamento crítico
sobre os seus pensamentos. E lembrando que o Darwin ele falava:

"Que não é o mais forte nem o mais inteligente sobrevive é o que


mais se adapta as mudanças”,

quem mais se adapta as mudanças é a mente flexível, a mente que tá aberta a mudar.
Eu queria compartilhar agora com vocês duas historinhas de dois exemplos de desapegos a
ideias, que eu tive recentemente, coisas que eu era apegado, e que eu fico feliz de ter
desapegado, e ter mudado essa minha crença. O primeiro apego, lembra que eu falei lá do
segredo do fracasso na palestra sobre esse site, que eu criei, o Vamos Trazer, que é um
conceito muito massa, é o conceito de mudar o mundo da produção de eventos. Hoje em
dia no mundo da produção de eventos, um produtor corre muito risco, porque ele tem que
contratar o artista, o lugar e depois arrumar as pessoas que compraram ingressos. E o site
criava campanhas para já juntar as pessoas, e depois o produtor entra em cena atrás do
artista reduzindo muito o risco de produção.
Uma ideia muito boa que não era nem Crowfunding e compra coletiva, eu chamava de
Crowd-Demanding” ou demanda coletiva, e teve uma puta repercussão na imprensa, revista,
no site e saiu diversas coisas legais. Os artistas também, Oscar Filho, entraram na
brincadeira, teve sites falando sobre modelos de negócios, que vamos falar sobre. O cara fez
o Canvas do negócio e eu nem eu fiz o Canvas do meu negócio. Por que essa ideia tão legal
deu errada? Sabe qual foi o motivo, foi culpa dessa cabra aqui, esse era eu na época.
Eu era comediante a uns quatro, cinco anos e eu nessa época tinha me convencido que a
vida e a carreira, era melhor assim sozinho, eu sozinho. Quando eu digo sozinho é com
empresário, com alguns colegas, sem empresa, sem equipe, quer dizer com empresa só
para ter um CNPJ, para emitir nota fiscal. Sozinho porque sozinho vou mais rápido, então eu
era muito apegado a isso e era uma coisa que eu repetia muito. Repetia para as pessoas. Eu
tive duas empresas antes, cada um que conversava, eu repetia:
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“Ainda bem que eu não tenho, ainda bem que eu não tenho, agora
eu to bem demais.”.

Eu repetia isso, falava para as pessoas, falava para mim durante muitos anos. Eu tinha um
apelo do McQuade, apelo do lobo solitário, fazia tudo sozinho. Até que o que começou a
mudar esse meu apego essa minha crença quando eu fui na Singularity University e lá eu
arrumei um time massa. Susan, Paul e Alex, os caras geniais, a gente fez um monte de coisa
massa junto lá. Ganhamos prêmios, nos apresentamos em vários lugares, criamos diversas
coisas e aí eu compreendi um provérbio africano muito conhecido que é:

"Se você quer ir rápido vai sozinho, mas se você quer ir longe tem
que ir acompanhado",

isso é muito foda, isso é muito verdade, realmente sozinho você é mais rápido, mas se você
fica limitado.
E mesmo depois de muitos anos repetindo essa crença para pessoas e pra mim mesmo, eu
resolvi me desapegar e dizer não. Não, não é melhor ir sozinho não, vamos desapegar eu
acho que é melhor ir com um time foda, eu fui atrás de buscar, contratar um time foda e deu
certo e eu consegui construir o que a gente ta construindo agora a escola, porque arrumei
um time excelente.

E engraçado como tem pessoas que falam assim:

“Oxi, tu não é o cara que dizia que levava tudo sozinho? ”.

E eu falava era, mas agora eu sou outro cara, eu mudei, eu me desapeguei aquilo ali e as
pessoas acham um absurdo,

“Oxi tu não era o cara que não sei o que rapaz? ”,

mas em fim.
Outra história de apego, eu fui no começo de 2016 pra Londres, participar da Learning
Technologies, uma feira de tecnologias de aprendizagem. Fui com o objetivo de comprar o
melhor software para minha escola on-line. Eu tenho conteúdo legal, eu quero criar outros
cursos massa, um software massa, eu quero o melhor do mundo, então reservei uma verba
e fui para a feira. Visitei todos os stands. Três dias rodando na feira, até conto no episódio
Gun Cast o que eu fiz lá e eu fui para lá com um apego muito grande, o apego de que
software não é o meu negócio. E isso é uma coisa também que eu repetia muito:

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“Meu negócio não é software eu trabalhei com software, não deu
muito certo e tal, não é minha praia, eu não tenho o background, de
engenharia de ciências de formação, nada.”

Só que lá na feira, todo software que eu via, eu pensava,

“Putz velho, mas ele não tem isso, putz mas ele não tem aquilo, putz
eu faria assim.”

E eu comecei a conectar umas coisas, poxa eu participei de vários softwares na minha vida
que deram certo. O Vamos trazer foi um software, O pensa comida foi um software, o
Bobflash foi um software que eu criei para um terceiro cliente, mas com meu
desenvolvimento, o negócio teve bastante sucesso, teve podcast sobre isso. Eu criei o
software do meu marketing que bombava, então esse apego de software não era o meu
negócio, ele estava me limitando, eu resolvi me desapegar, desapega, desapega, OLX e
comecei a pensar, putz software é core do meu negócio, sabe por quê? porque velho, não
dá pra criar uma experiência de aprendizagem se você não tem controle sobre a plataforma,
não dá só pra pegar seu conteúdo e encaixar dentro de um padrão que já existe.
O Google ele era muito apegado a dizer que hardware não é negócio dele, até que começou
a fazer hardware, porque descobriu que o software precisa de integração completa com
hardware para funcionar em alta performance.

Então foram dois exemplos de coisas que eu era extremamente apegado que eu repetia
constantemente para mim mesmo pra outras pessoas que eu me desapeguei, tive que ouvir:

“Oxi, tu falava que, não era tu que fala que não ai se intrometer em
programar, agora tá programador já, rapaz, que que houve. ”

Pois é eu mudei, acabou. Eu fiz também podcast sobre qual era a opinião, eu queria fazer
um questionamento, uma reflexão:

1. Qual foi a última vez que você mudou de opinião?


2. Uma opinião que você tenha firme sua, e que você alimentou durante muito tempo, e que
repetiu ela muito para você, pros outros e que você recentemente mudou
completamente?
Aqui na parte esquerda do vídeo, tem uns posts it, que você pode clicar, escrever, o vídeo
aqui vai dar uma pausa para você não perder nada, e der Enter o vídeo continua. Anota aí e
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isso fica só para você, o que você anota aqui, fica só pra você, se você quiser comentar algo
que todo mundo vai ver, você comenta lá debaixo do vídeo.
Eu falei que vivia repetindo para mim mesmo essas coisas né, esses apegos, e tem um livro
muito interessante que aborda isso,
os Quatro Compromissos, o livro da filosofia Tolteca,
e eu vou falar durante o curso quais são os Quatro Compromissos, eu queria falar de um
compromisso primeiro que tem muito a ver com isso. Ele fala

“Seja impecável com a sua palavra. ”

E esse impecável, claro, tem a ver com integridade, liberdade e honestidade, mas tem muito
a ver também com o cuidado com a palavra, eu até renomearia por

"Fique atento ao poder da palavra”.

Porque a palavra cria coisas, quando se começa a falar uma coisa, vai virando realidade a
parada, aquilo vai para o mundo essa parada, e retrai e alimenta em você, e entra aqui atrás,
então muito cuidado com o que você repete toda hora, porque as palavras acabam virando
verdade.
Bem como eu comecei a falando, esquecer sofre um preconceito, impressionante. E eu
queria explicar esses dois tipos de preconceitos: Preconceito X Pré-Conceito. Esse
preconceito aqui de uma palavra só, normalmente é relacionado com aqueles preconceitos
discriminatório, contra minorias, essa coisa negativa, criminosa né? Se você escrever assim
Pré-conceito, já muda um pouco o conceito da palavra preconceito, no sentido de um
conceito pré-estabelecido, que pode ser positivo ou negativo.
Se você parar pra pensar, tudo que a gente faz, tudo que a gente fala, cada ação nossa,
tudo isso é baseado no que a gente acredita, portanto nos nossos conceitos. Isso quer dizer
que nós, tudo que fazemos na vida, fazemos com pré-conceito, sim os pré-conceitos que
formam nossa forma de pensar. E eu queria falar sobre alguns conceitos que sofrem
preconceitos e que a gente precisa esquecer esses pré-conceitos sobre esses conceitos.
Então por exemplo: Autoajuda.
Autoajuda é uma parada que neguinho, ouve falar em autoajuda, e a pessoa já pensa.

“A bullshit, bobagem, a blabla, a esses papinhos, a charlatão. ”

Cara olha se você for na prateleira de autoajuda na livraria saraiva, eu apostaria que talvez
mais da metade, 50,01% dos livros daquela prateleira são muito bons. Eu diria que cara, a
maioria, é 50,1% são muito bons. Agora, 49% é livro pra caralho, é muito livro. E esse
excesso de porcaria, tem muita porcaria sem dúvida, muita porcaria, e nós somos

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obcecados com tudo que é negativo, a nossa amídala quer nos proteger, já rejeita, a gente
faz uma coisa muito feia que é generalizar, ou seja, baseado no conceito que você tem, você
agir com preconceito de

“Autoajuda não, eu vou em negócios, eu vou em marketing,


autoajuda é para os fracos.”

Isso é um grande preconceito que se você tem você precisa esquecer. Autoajuda ela sofre
preconceito, tanto que ela, teve de mudar de nome eles botaram de " Desenvolvimento
pessoal", mesmo assim, foi queimado também. É muito loco né, desenvolvimento pessoal

“Não é aqueles papinhos de”,

não cara são livros pra te desenvolver como pessoa, você vai ignorar todos eles velho, não
pode né. Tem um monte de palavras que sofre preconceito PNL, meditação, tem
preconceito com psicólogo, coach, alta performance terapeuta, mindset, em fim, e eu quero
te apresentar um conceito que vai te ajudar a esquecer pré-conceito sobre alguns conceitos;
Sho shim
Sho Shim, significa mente de principiante, um conceito muito popular na filosofia budista,
que significa estar com a mente livre a mente aberta, é a capacidade de conseguir
momentaneamente esquecer alguns conceitos pra não agir com pré-conceito e fingir que
está vendo aquilo pela primeira vez na vida, é ter a mente de principiante, é interessante eles
falam que

"A acumulação de conhecimento pode levar a uma fossilização do


processo cognitivo".

O excesso de conhecimento, ele é prejudicial, e no mundo ocidental ficou muito batida, essa
coisa de o conhecimento é tudo, né? O conhecimento é que o poder, quanto mais se
conhece, melhor o conhecimento, isso é muito aqui do ocidente, no oriente o Sho Shin já é
mais presente, nesse sentido de não, é importante conhecimento lógico, mas é importante
também ter a mente aberta.
É engraçado, no mundo do Stand Up, sempre que alguém vai fazer um show pela primeira
vez, o cara iniciante né. O cara Open Mike, várias vezes eu já vi Open Mike bombando, super
bem, incrivelmente bem e na segunda vez que ele vai fazer, na terceira, ele já manda mal e a
gente já criou a lenda, sorte de principiante sorte de Open Mike, segundo os orientais isso é
sho shin, é mente de iniciante, na primeira vez você não tem experiência, isso é ruim mas,
você não tem experiência , isso também é bom, porque você está mais aberto, você não
tem pré conceito, ansiedades pré julgamento, expectativas, já na segunda vez você já entra
com conhecimento da primeira vez que muitas vezes acaba te prejudicando.
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É fácil perceber como uma criança pequena aprende muito mais tranquilidade um idioma
novo do que um adulto né. Tem vários motivos pelos quais isso acontece, mas um dos
motivos é Sho Shin. Porque? A gente nasce com capacidade de emitir muitos tipos de
sons. Só que durante muitos anos, a gente só ouve os fonemas que fazem parte do nosso
idioma, e a gente acaba esquecendo, outros tipos de sons, o th do inglês a gente tem
dificuldade, porque a gente não pratica. Quando a gente é adulto e vai aprender novo
idioma, os nossos conhecimentos sobre o nosso atual idioma nos dificultam em conhecer o
próximo idioma. Enquanto que a criança, Sho Shin, mente de principiante tem muito mais
facilidade. Em fim essa primeira aula, eu queria falar sobre esquecimento, assunto muito
pouco falado, mas que vai ser muito importante no processo de reaprendizagem criativa.
Você pode estar pensando agora, a que legal, aula sobre o esquecimento, , mas não que
legal, mas não adianta só achar legal, tem que colocar em pratica, essa é a parte que
geralmente as pessoas travam.
Muita gente sabe disso, ouve falar sobre isso, mas não faz, e aí não adianta. Sabe porque
não faz? Porque fazer, colocar em pratica significa, mudar, fazer mudanças e mudar significa
sair da zona de conforto. E nós seres humanos, nós somos muito bons em nos
autoconvencer a continuar na zona de conforto.

"A gente é muito bom em enrolar a gente mesmo. ”

Isso é uma grande verdade, a gente é muito bom nisso, as nossas voizinhas que ficam aqui,
o diabinho, que fica falando pra gente as paradas, ele tem uma persuasão incrível. Esse
negócio de anjinho e diabinho, tem uma história que meu pai me contou, esse negócio de
anjinho diabinho, a Sophia Loren, aquela atriz que antigamente era a mais linda e tal ela foi
se encontrar com o Papa Paulo, a piada é que o anjinho e o diabinho do papa, ficava falando
assim pra ele.

“O diabinho falava, papa Paulo, papa, e o anjinho falava, papa Paulo,


papa Paulo, papa Paulo. ” Enfim nada a ver.

Já que a aula é de esquecimento, até esse negócio de anjinho e diabinho a gente devia
esquecer. Sabe porque esquecer isso, porque essa visão de anjinho diabinho é uma visão
muito maniqueísta do mundo de bem ou mal, anjo diabo. É verdade que nós temos vozes
que falam com a gente, nossos diálogos internos, mas não são só duas, são muitas é uma
gradação, é muito simplista querer dizer que anjinho diabinho, na verdade tem a voz do
perfeccionismo, ela é anjinho ou diabinho? Depende. A voz do perfeccionismo de vez em
quando ela te ajuda, de vez em quando ela te sabota.
Eu diria que uma das 5 principais variáveis de qualidade de vida do ser humano é a
qualidade dos seus diálogos internos. Quando você está resmungando, chateado, ou feliz,
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ou preocupado, que tipo de conversas você tem consigo mesmo. Eu gosto de dar nome, e
lá vem o perfeccionista dizer que não está bom o suficiente, lá vem o não sei o que, pra eu
rotular eles, pra ter clareza de que, quem está conversando agora aqui dentro, a é fulano, é
sicrano, ok.
A famosa frase de Descartes

"Eu penso logo existo",

criou a sensação de que nós somos os nossos pensamentos, mas isso não é bem verdade,
nós somos acima dos nossos pensamentos e a prova disso é que a gente consegue
observar os nossos pensamentos, a gente consegue. Se a gente quiser observar, os nossos
diálogos internos, ou seja, tem uma coisa maior aqui, vai ter mais na frente uma aula de
meditação pra falar mais sobre isso. Queria deixar uma reflexão:
Como tá a qualidade dos seus diálogos internos?
Já parou pra pensar nisso?
Tenta exercitar, e sempre que tiver com conflitos mentais, se colocar acima, se imaginar
acima, identificar, quem tá conversando, quem tá nessa reunião, e começar a controlar
porque você manda nessas pessoas.

"A gente é muito bom em enrolar a gente mesmo. A gente é muito


bom em nos convencer a ficar na zona de conforto."

Essa palavra zona de conforto, eu sei que é um negócio meio clichê. Todo, aí eu Deus, zona
de conforto, se fala-se muito, ai zona de conforto, tá muito na baldia. Eu queria trazer aqui a
minha abordagem, o meu jeito de falar sobre zona de conforto. É o seguinte, vamos lá.
Zona de conforto - Pela lógica semântica qual o nome da zona que tá aqui fora. Lógica
semântica é a zona de desconforto, não há dúvida.
Beleza, a cara que inventou esses dois nomes e popularizou, esse cara é um trouxa, ele
cagou tudo, porque? Porque ele deu um nome bonito, pra um negócio que não é
sinceramente é ser bonito. Ele deu um nome feio um negócio que não sinceramente é
sempre feio. E nomes criam rótulos, e rótulos viram crenças, e a gente age baseado nesses
rótulos.
Então o que que acontece. O conceito de zona de conforto que é o conceito de tudo que
você já conhece, já tá acostumado e é confortável, e é oposto ao conceito de aprendizagem.
Lógico. Porque você tá aprendendo uma coisa nova, essa coisa obrigatoriamente não tá na
zona de conforto, tá na zona de desconforto. Se você tá aprendendo é porque você não
sabe, se você não sabe tá aqui fora.
Resumindo todo processo de aprendizagem, de crescimento, de melhoria, de

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desenvolvimento, de mudança, todos eles estão aqui, tudo acontece aqui, aqui é onde
acontece a magia da vida velho. Só que esses nomes cagaram tudo desse jeito, e um
detalhe interessante é que sempre que surgem fatos na nossa zona de conforto, uma coisa
que a gente precisa aprender, uma coisa que a gente precisa esquecer, também é um
desconforto esquecer, uma coisa que a gente precisa se acostumar, uma coisa que a gente
precisa aceitar, enfim, tudo que nos conforta eles começam na zona de conforto, mas nós
temos uma capacidade incrível de pegar essas linhazinhas e começar a esticar, transpira um
pouco, mas dá, você estica de repente ela fica, e aquilo que uma vez é desconfortável passa
a ser conforto.
Estava vendo um documentário com milha mulher falando que em Taiwan eles comem língua
de sapo, aí ela falou

" aí é um absurdo, comer “língua de sapo"

ai eu falei

"Coração de galinha”

é tão escroto quanto língua de sapo, a diferença é que lá em Taiwan a pessoa acha normal,
para o conforto deles, e aqui coração de galinha tá no nosso conforto". Se o cara vier pra cá
ou a gente for pra lá, provavelmente com o tempo se a gente quiser a gente estica a bicha,
tem que suar um pouquinho pra esticar mas dá e aquilo passa a virar confortável. Simples
assim.
Chegam para ti e perguntam assim:

”Brother tem a zona de conforto e a zona de desconforto quer ficar


em qual? ”

“Ochente, de conforto, sou trouxa?”

Eu proponho uma nova nomenclatura para essa zona de conforto, chamada zona de
estagnação (uma parada ruim) e zona de diferenciação (parada boa) que aí você pensa,
porra, tem duas zonas quer ficar em qual? Zona de estagnação ou zona de diferenciação. É
outra história né. Eu sei que minha história é muito bonita, mas que na pratica é muito difícil.
E é difícil mesmo, eu tenho muita dificuldade, sempre que eu preciso fazer algo que me
desconforta, mas a gente vai.

"Coragem não é ir sem medo, coragem é ir mesmo com medo"

Eu falei das vozes que falam com a gente, tem uma voz especifica que atrapalha muito isso
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aqui, atrapalha muito nosso crescimento. É a voz da resistência.

É tem um livro muito interessante, "Guerra da arte (The War Of Art)”,

ele não tem em português, mas dá pra comprar na internet, audiobook e é um livro apenas
sobre resistência, que fala sobre como brigar com essa outra voz da resistência que impacta
a gente de fazer muitas coisas.
Bem pra finalizar essa aula de crescimento, de abertura, eu queria propor um exercício que é
o seguinte. Eu queria propor você de desconfortar, vai na livraria ou no site e compra um livro
de um assunto que você tem algum tipo de pré-conceito discriminatório, pode ser um
desses que eu falei aqui, pode ser outro qualquer. A, mas como eu vou saber que livro eu
vou comprar? Se você é expert em algum assunto que costuma sofrer preconceito, comente
em baixo dessa aula:

“Pessoal quem tiver preconceito sobre tal assunto recomendo


começar por esse livro aqui.”

Dito tudo isso sobre esquecimento, vamos começar agora a esquecer, a gente vai ter agora
4 aulas, são os 4 mitos sobre criatividade, que você precisa esquecer urgentemente sobre
criatividade. Esses mitos eu cheguei a abordá-los no terceiro vídeo da série 4 habilidades do
futuro, mas agora eu vou aprofundar muito neles, porque não dá pra gente começar a fazer
o de bloqueio criativo sem antes eliminar esses 4 mitos. Então simbora papai.
Só um pequeno extra. Mais uma frase de Rubem Alves, genial, poeta do esquecimento.

"Esquecimento é perdão, o alisamento do passado, igual ao que as


ondas do mar fazem com a areia da praia durante a noite"

Lindo, não é? A areia está lá e a agua do mar vai toda noite, passa e esquece aquilo ali. Em
homenagem a essa cena, para fechar em grande estilo, a nossa primeira aula.

Música: Luan & Vanessa – Quatro Semanas de Amor.

Quando eu virar cantor, eu vou virar cantor, eu vou só focar em músicas que bombaram
antigamente, pegar a letra dessa música, regravar, mudar o arranjo. E cara já foi testado no
mercado esse produto, essa música ela tem uma musicalidade que eu gosto
Tá bom tá bom, já deu.

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Box Mitos
Neste módulo irei falar sobre os quatro mitos sobre criatividade que você precisa esquecer
urgentemente.
#01 Mito do Artista
#02 Mito do Dom
#03 Mito da criação
#04 Mito do Acaso
Eu já falei muito sobre os 3 primeiros, principalmente na série 4 habilidades do futuro, mas
aqui vou aprofundar bastante neles.

Mito do Artista
Primeiro vou falar sobre o Mito do Artista.

“A criatividade é coisa pra arquiteto, pra designer, pra publicitário, pra


humorista, pra artista, não vai fazer diferença pra mim, eu não sou um cara
criativo, a minha área não é área criativa então não adianta, Não preciso da
criatividade”.

Você precisa sim. Criatividade sofre um pré-conceito de achar que criatividade só serve pra
coisas meio artísticas, mas a verdade é que todo mundo precisa ser mais criativo porque
criatividade é uma ferramenta pra resolver problemas e todo mundo tem problemas.
Quando eu digo problemas, não estou falando necessariamente de coisas ruins, problema
não é só dificuldade, qualquer coisa que demanda uma solução é um problema, qualquer
coisa. Se tiver que ter uma solução, é um problema. Você pode chamar de desafio, você
pode chamar de oportunidade, pode chamar de dificuldade. Um problema pode ser pessoal,
pode ser profissional, pequeno, grande, simples, complexo, qualquer coisa que requer você
gerar uma solução é um problema.
O primeiro mito é esse negócio de que criatividade é coisa só pra artista, publicitário ou
inventor.
O fato é: criatividade é uma coisa pra quem tem problemas, ou seja pra todo mundo.
Criatividade é uma ferramenta pra resolver problemas.
É legal pensar sempre que você vê um cara que é considerado um artista. Quando você vê
um arquiteto, pensa que o arquiteto nada mais é do que um cara que resolve de forma

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criativa um problema de espaço. Quando você ver o inventor Thomas Edson, pense que é
um cara que resolve de forma criativa um problema de grupo de pessoas e um publicitário é
um cara que resolve de forma criativa um problema de comunicação. Até os artistas e o
comediante, é o cara que resolve de forma criativa um problema de tédio das pessoas,
então todos somos soluções de problemas.
Então quer dizer que tudo é problema, qualquer coisa? Segundo o dicionário: problema é
uma questão levantada pra consideração discussão decisão ou solução. Em outras
palavras, qualquer coisa que demanda uma solução é um problema, portanto sim, tudo é
um problema.
Eu já falei de alguns sinônimos de problemas, pode chamar de dificuldade pode chamar de
oportunidade ou decisão. Coincidentemente ou não, minha palestra

"O segredo do fracasso”,

leva como subtítulo

“Oportunidades, dificuldades e decisões de carreira”,

ou seja, os problemas que eu tive na minha carreira e quais soluções criativas eu dei pra
cada um, sejam os bons que são as oportunidades ou os ruins, que são as dificuldades.Tem
outros nomes também importantes, os sinônimos de problemas.
✓ é um problema. Pode ser bom, pode ser ruim.
✓ Toda necessidade é um problema cuja solução é satisfazer a necessidade.
Então se criatividade é uma ferramenta para solução de problemas e uma necessidade é um
problema, então da pra concluir, obviamente, que criatividade é uma ferramenta pra solução
de necessidade. Por isso que dizem que necessidade é a mãe da criatividade.
Detalhe importante sobre esse

“necessidade é mãe da criatividade”.

É um conceito muito falado, mas tem que ter cuidado porque essa palavra (necessidade),
nesse contexto normalmente significa uma necessidade muito básica, como por exemplo, é
falado na pirâmide de Maslow. Quando fala necessidade nesse contexto, é sempre uma
necessidade fisiológica, de segurança, é sempre uma pessoa que muito pobre, passando
por necessidade, ai vem a criatividade nos momentos difíceis. Tem que ter cuidado porque,
apesar de ser verdade isso, se você buscar “pobre é criativo” numa ferramenta de buscas,
realmente você vai ver uma grande quantidade soluções criativa.
Contudo, o conceito de necessidade é muito mais amplo. Nós temos necessidades
profissionais, por exemplo, como melhorar o produto ou serviço isso é um problema ou

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necessidade. Ou como reduzir custos, desperdícios, como se diferenciar no mercado como
empresário, como criar uma piada sobre um assunto sobre um guarda chuva, qualquer
coisa. Eu recebi esses problemas e tinha que dar soluções que era no caso criar as piadas.
E tem também necessidades pessoais: como ensinar seu filho a gostar de ler ou de comer
legumes; como driblar o transito no caminho do trabalho; ou como pegar gente na balada. É
um problema que você pode resolver de forma padrão ou de forma criativa, como dar um
presente legal pra sua esposa.
Por exemplo. O problema pessoal de como fazer seu filho comer verduras e legumes, você
pode mediante esse problema ir por um caminho padrão. Qual o caminho padrão? É uma
ameaça:

“se não comer não vai jogar video game”.

Qual pode ser um caminho criativo?


Eu vi um negócio muito legal que pessoal chama de fun food. É você fazer pequenas
decoraçõeszinhas e pequenas historinhas usando os alimentos da comida em cima do
prato. Da pra fazer um bonequinho, da pra fazer uma historia, da pra fazer um boneco, e
muitas vezes isso adicionando uma ludicidade no simples ato, porque na verdade se você
pegar um palmito e botar um brócolis em cima é uma arvorezinha. Um brócolis já é uma
arvore, é um bonsai em miniatura comestível né?
Então assim se você colocar o tomate no canto superior esquerdo já vira um solzinho,
entendeu? Se botar uma alface em baixo, você cria uma floresta. E muitas vezes assim você
faz o seu filho querer brincar e comer aquilo, sem necessariamente ter que se contentar com
um caminho padrão que é fazer ameaças.
Eu particularmente gosto muito desses micros problemas, esses problemas pequenos,
como esse exemplo que dei. Porque quando eu falo de problema e criatividade, muita gente
acha que é só pra coisas grandes, para criar empresa, aplicativos revolucionários. Não cara,
ser mais criativo é você resolver todos os seus problemas da vida profissional e pessoal
sempre tentando um caminho novo, um caminho criativo, não se contentando apenas com
caminho padrão.

“Ah! Então, vou fazer tudo diferente, agora vou fazer tudo loucamente
diferente”.

Importante: A criatividade é quando você faz algo novo, diferente e


com valor. Não dinheiro, mas que tenha um valor, que seja bom. Não pode
piorar, não pode fazer diferente para piorar, ai não é criatividade entendeu?

Eu gosto muito do que eu chamo de Micro problema, da Micro criatividade, dessa


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EXEMPLO DA TORNEIRA

criatividade pequena, que surge de pequenas necessidades que a gente tem.

Aqui não é uma questão de pobreza, é uma questão da necessidade que meu filho alcance

EXEMPLO DO CELULAR PRESO NO PAINEL DO VEÍCULO

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a torneira. Eu fico muito bravo quando a torneira é muito próxima da pia, vou lavar a mão e
fica batendo. Então eu vou usar isso, como na imagem pra resolver esse problema.
Ou aqui, você quer prender o celular, usa aquelas bugigangas que vende na 25 de março,
usa 3 vezes depois cai, aqui sem gastar dinheiro você uma uma liguinha e você alivia a
parada.
Essa fila do banco é uma solução criativa. Tudo isso são coisas pequenas, micro-problemas,
micro-criatividade.

EXEMPLO DA FILA DO BANCO

Essa Tv, por que está na vertical? Essa TV na vertical surgiu de uma necessidade nossa de
fazer as coisas sempre diferentes e fora do padrão. Claro desde que tenha valor. Então
queríamos que a aula fosse gravada diferente e os slides e não lembro como tivemos a ideia
de virar a televisão, isso é uma coisa simples, um micro problema que nós tivemos uma
micro solução criativa, porque é diferente, tem valor é um negocio legal, abre um universo de
possibilidades as explorações desse novo formato. Esse é um exemplo de um micro-
problema e uma micro necessidade e de uma micro criatividade.

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EXEMPLO DA TV NA VERTICAL

Beleza! Mas, Murilo se tudo é problema então tenho que ser criativo toda hora? Não, se não
você enlouquece e fica improdutivo. É o seguinte, vamos supor 100% dos seu problemas,
todos, os micro e os macro pessoais e profissionais todos os pequenos desafios,
dificuldades, decisões, oportunidades, necessidade, a sua vida inteira. Eu diria que a grosso
modo, 99% deles não requer criatividade.
Não precisa, o problema de como abrir a porta, você abre na maçaneta entendeu? Você não
precisa cada coisa, como eu passar o slide, o controle remoto, aperta. Você não precisa em
todos os problemas ser criativo, ou você enlouquece.
Nós precisamos usar também os padrões pra poder progredir em sociedade e poupar
energia pra que a gente possa focar naqueles problemas que fazem a diferença. Então
grandes partes dos problemas, a gente tem que acessar o banco de dados, pegue aquela
solução, entregue a solução. Então você gasta essa pouquíssima energia, porque o
processo já é automatizado, ai foca naquele 1% que vai fazer a diferença positivamente se
você fizer e negativamente se não fizer. Porque se você resolve todos os problemas da sua
vida, só com soluções do banco de dados, soluções padrões, você vai viver a vida
quadrado. Você está quadrado, você está vivendo a vida pelo automático. Você está vivendo
a vida sem a variação dela, você ligou no piloto automático, delegou a vida pro sistema de
crenças da sua cultura, da sua sociedade que estabelece os padrões de respostas e quando
o problema vier você devolve ele do mesmo jeito seguindo o padrão.
Isso é delegar a vida para o piloto automático, tá e qual o problema eu colocar no piloto

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automático? É o seguinte, tem um cara que é uma grande referência pra mim em
criatividade, Roger Von Oech, escreveu o livro
Um Toque Na Cuca,
no ano que eu nasci, é de 83 esse livro. Genial.
Ele tirou uma onda que existem 2 tipos de pessoas no mundo.

" As pessoas que gostam de dividir as coisas em dois grupos e as


pessoas que não gostam de dividir as coisas em dois grupos."

Eu sou do tipo um que gosta de dividir as coisas em dois grupos, então eu acredito que tem
dois tipos de problemas. Duas grandes categorias:
1. Os problemas que um "computador" consegue resolver;
2. Os problemas que um "computador" não consegue resolver.
Temos 100% dos problemas. Então vamos chutar ai que metade o computador consegue
resolver, ou seja, são problemas estruturados, lineares, programáveis, parametrizados.
Problemas que seguem uma lógica, que dado um problema, você já tem uma regra que
acessa um banco de dados X com um tal critério que entrega tal resposta e você consegue
deixar isso em looping, programar e prever porque é linear.
E tem os problemas não estruturados, não lineares, não programáveis, não parametrizáveis,
que são os problemas que são abstratos, eles nunca ocorreram, eles são novos problemas,
eles não têm no banco de dados, ou aquele banco de dados não serve mais porque o
problema mudou. E esses problemas o computador não consegue resolver. O que está
acontecendo no mundo?
Está acontecendo o seguinte, nós estamos ficando cada vez melhores em estruturar,
linearizar e programar os programas pra que a máquina resolva. A gente está ficando bom
em empacotar os problemas e parametriza-se e entregar pra máquina. O que acontece é
que uma parcela maior dos problemas a máquina passa a conseguir executar.
Mas tem outro fato acontecendo também. A “máquina” está ficando cada vez melhor em
resolver esses problemas aqui. Quando eu falo máquina eu coloquei entre aspas, só pra
deixar claro que quando eu falo máquina, estou falando obviamente da inteligência artificial,
junto com a robótica do software, não a máquina hardware, é no sentido de uma coisa
artificial. Então a máquina está ficando boa em resolver problemas desse tipo, que a gente
achava que ela não ia se meter nunca, porque ela está começando a ficar cada vez mais
inteligente, então aqui ó e cada vez ela ocupa mais coisas.
Em uma matéria da revista veja diz que “os robôs alimentados por algoritmos nos
substituirão em tarefas padronizadas e repetitivas”. Cara, quando um assunto desses chega
na veja, com várias páginas em matéria especial é sinal que não é mais tendência, já virou
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realidade. Eu acho que você já deve ter ligado pra uma central de atendimento, por exemplo,
quem te atende é um software, é um computador que te atende. E aquele computador ele
está substituindo uma pessoa, na verdade substituindo milhares de pessoas.
Isso é a inteligência artificial atuando. Veja o caixa eletrônico do banco, já é uma coisa velha,
não acha mais moderno, mas ele também substituiu pessoas, é uma maquina substituindo
pessoas. No aeroporto de Londres eu fiquei impressionado, a livraria não tem caixas. Todos
os caixas, as pessoas, elas mesmo pagam, fica só um segurança monitorando 10, 15
caixas, ou seja, em vez de 15 funcionários apenas um funcionário.
Você foi ao shopping center e precisa pagar o estacionamento, hoje em dia não tem mais
pessoas, você paga na máquina. Você vai ao pedágio para abrir a catraca tem agora o “Sem
Parar”, que já detecta e abre também, eliminando uma pessoa.
Nos Estados Unidos hoje em dia já tem algumas cabines de pedágio que são 100%
automatizadas. Não tem nem cabine é só a câmara em cima passou já computou
automaticamente.
Vou deixar um link de um paper muito legal, de 2013:

“Quão Suscetíveis os Empregos Estão Para Máquinas”

em que ele faz um ranking de 702 profissões e da uma probabilidade deles serem
substituídas. Só por curiosidade a profissão com maior probabilidade é operador de
telemarketing. Claro, operador de telemarketing padrão, aquele que repete padrões, se você
é um vendedor com habilidades bastante humanas pra vender, você já não entra nesse
critério.
Explicando quais são os 3 critérios que eles usam pro ranking, São as três coisas que
quanto mais a profissão tiver essas coisas menor a chance da máquina se meter. Mais
protegido você está.
Esses critérios são:
1 - Perception e Manipulation.
Na verdade tem muito a ver com habilidade, ele subdivide em destreza dos dedos, destreza
manual, destreza fina, destreza dos dedos manual fina e a flexibilidade em relação a
posições difíceis, ou seja, tudo que envolve uma habilidade que seja extremamente manual,
minuciosa, precisa, mas ao mesmo tempo, envolva flexibilidade, envolva ter que se adaptar,
envolva surpresas, e a máquina tem dificuldade. A maquina é boa em precisão, mas alguns
tipos de precisão.
A mão humana, o sistema de ossos, a quantidade de ossos que temos e como eles se
conectam, é uma coisa de extrema perfeição que a robótica ainda está longe de conseguir.
E tem outro fator que é a sensibilidade, o tato humano, a percepção, não no sentido do

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olhar, mas mais no sentido manual. Então isso é uma parada que eles viram que as
atividades que tem requer um tato muito individualizado, sensibilidade a pequenas destrezas
manual dos dedos, as máquinas vão ter dificuldades de simular.
Eu concordo com a teoria, apesar de que faz muito sentido esse item nesse paper, mas não
faz sentido dentro da minha teoria das habilidades do futuro. Eu acho que se o seu trabalho
tem, demanda disso muito aqui, bacana, mas eu não acho uma coisa que todo mundo
agora tem de buscar se desenvolver e tal. Assim como eu falei da musical da corporal e
naturalista eu acho que essa não é uma habilidade tão genérica que deve ser colocada
como prioridade de ser desenvolvida.
2- Social Intelligence
Em outras palavras, inteligência interpessoal. Eles dividem capacidade de negociação.
Negociação realmente é uma coisa muito humana, persuasão, persuadir as pessoas,
empatia, em pensar com as pessoas, se conectar com elas, carinho, assistência, que
trabalha com o social, que envolve carinho, envolve cuidar das pessoas, o robô pode servir
comida mas ele não serve carinho né? Essa é a verdade. É muito inteligência interpessoal,
um pouquinho de intra pessoal também.
3- Creative Intelligence

Eles dividem no paper, creative intelligence em duas partes, eles chamam


de artes finas que é a parte artística e a outra parte é originalidade que é
o que eu gosto, é a criatividade não pra fins artísticos, mas aplicada pra
pensar diferente.
Os exemplos do paper americano, já estão rolando no Brasil também. Já
tem caixa automático disso no mercado, self-service, sou seja profissões
que já estão sendo trocadas pela máquina. Eu mesmo já postei uma vez
que eu vi o caixa da Bob’s, para você pagar e o negócio da Faber Castel
para você comprar sem precisar de atendente ou caixa. Já vi na Fnac
também, sabe esse robozinho que limpa o chão, limpa piscina também,
então poeira velho é um problema que a gente achava que ele era
humano, limpar poeira e o bichinho é rochedo, já tem há muitos anos nos
Estados Unidos, e funciona.
O que mais impressiona atualmente nesse negocio da maquina e de
empregos urbanos é a questão dos carros. Lá no vale do silício sempre
que saia do parque da NASA e ia à rua eu sempre via aquele carro
autônomo do Google, o carro que dirige sozinho. É um software que está
fazendo a tarefa humana, dirigir. A conclusão é: depois de 200 anos da
invenção do carro, agora percebemos que nós não somos bons em dirigir,
dirigir é uma tarefa repetitiva e padronizada que você pode delegar pra

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um software fazer e ele faz com muito menos acidente e muito mais
eficiência que você.
Essa discussão que tem de Uber com Taxi, o que está sendo discutido hoje
é fichinha perante as brigas que vão dar quando começar os carros sem
motorista.

E já tem teste do Uber, o carro sem motorista em Pitsburgo, já tem teste


em São Francisco. Quando eu conheci em 2014 esse projeto e fui lá ao
Google e conheci o pessoal e eles explicaram pra gente ele era um carro
normal adaptado, tinha volante, tinha tudo, apenas com a adaptação em
cima que era a câmera 360. Dois anos depois quando eu voltei a
Singularity para o evento deles já era outro cenário, já era um carro de
verdade feito só para isso: sem volante, sem painel nenhum, e engraçado
porque não só a tecnologia evoluiu, o que mais impressiona é a
legislação. Na época a legislação dizia que tinha que ter um volante e um
ser humano habilitado no volante para caso de problema, 2 anos depois
já mudaram e aqui rodando direto. É louco pensar que se você tem um
filho pequeno, um filho com 5 anos pra baixo, tem uma grande
probabilidade do seu filho nunca aprender a dirigir, a não ser que ele
queira muito por uma questão de hobby. Essa habilidade conduzir o
automóvel não seja mais necessário quando o seu filho e a minha filha
tiver 18 anos. Louco pensar assim né?
“Ah Murilo esse papo todo, uma profissão mais simples assim você falou pessoal de
telemarketing pessoal de caixa motorista e tal”
Da uma olhada nesse trecho aqui da matéria da veja:

“Esses textos foram escritos por maquinas ou humanos? Algoritmos


já são capazes de simular a habilidade humana de escrever noticias,
romances ou mesmo poemas”.

Eu acho interessante esse trecho, habilidade humana de escrever, o que ele quer dizer com
isso? Quer dizer que até então escrever era uma habilidade humana que parece que agora
os software estão começando a adquirir essas habilidades, igual ao maior poeta do mundo,
ainda não, mas melhor do que a grande maioria de jornalistas com certeza. É como se
existisse uma lista fictícia de todas as habilidades humanas que os computadores não
conseguem fazer, só que ultimamente todo dia está se riscando alguns itens, porque os
computadores começam a aprender a fazer. Muito louco isso.
Analisando muito otimista os relatórios em relação as listas, a concatenação de fatos feitas
pelo um software automaticamente, eu acho um máximo, a forma como que ele assina em
baixo, através da sua plataforma de inteligência artificial própria, transforma dados em

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historias e insights mercado de bolsas de valores, assim como de futebol que ele também
fazem são universos cheios de dados, cheios de estatísticas, quanto mais dados o
computador, ele é bom em processar dados mais ele consegue criar historia e insights
diferenciados.
Sabe o que é mais louco? É ver vários jornalistas de verdade escrevendo, falando sobre
startup falando o quanto ela é foda, ou seja, o próprio jornalista divulgando que pode tirar o
seu trabalho, enfim.

Essa notícia é forte “o jornalista que nunca dorme”. É um diferencial da


máquina. Mas além de jornalismo tem outras profissões consideradas
complexas que a máquina também está se metendo, por exemplo, robô
advogado, como assim um robô vai chegar no juiz e vai argumentar com
o juiz e vai persuadir o pessoal, então veja bem, não quer dizer que o robô
vai tomar de conta todos os advogados do mundo, e nenhuma profissão
pode ser muito assim “vai acabar tudo”, vai impactar o mercado muito,
vai tirar uma parcela das profissões daquelas pessoas que não estiverem
usando habilidades humanas que não estiverem sendo criativas. Porque o
advogado que sempre escreve a petição sempre igual dentro do padrão,
esse ai a maquina faz lindamente, se for pra seguir padrões, não temos
como competir com eles.
“Novo sistema de inteligência consegue prever julgamentos” analisar muitos dados e prever,
no mundo dos brinquedos, também, já tem um robozinho que é um caminhãozinho que
conversa com você.

A Hot Wells está colocando inteligência artificial dentro dos brinquedos.


Isso é interessante: Um jogo chamado AlphaGo é um jogo muito popular
mais no oriente e o Google criou um algoritmo pra disputar com
jogadores humanos e eles venceram e a Coreia do Sul que é forte nesse
jogo pegou o A e agora, investiu 800 milhões em negócios depois de ser
derrotado na parada. Imagine a reunião dos caras: “e agora pessoal
perdemos pro Go, vamos investir um bilhão agora”.
Olha, até artista velho, um filme escrito por algoritmo. O Watson da IBM
criou um trailer de um filme, é muito louco esta historia, ele analisou todos
os filmes de terror e analisou o filme em questão e propôs um trailer, um
desafio pra uma maquina fazer um TED talk, tão oferecendo 4.5 milhões até
2020.

E é engraçado que até a capacidade de falar de se expressar que é uma coisa muito
humana, é o Google Translate, cada vez ficando mais poderoso e saiu um paper já dizendo
que estamos atingindo paridade humana em reconhecimento de conversas. Estamos
atingindo paridade com um ser humano na capacidade da máquina de reconhecer uma
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conversa e entender. E ai o mundos dos robôs também conecta tudo isso a parte mais física
de hardware, o negocio é tão sério que a casa branca criou um plano estratégico, um comitê
só pra entender esse negócio. Eles lançaram um relatório dizendo que a inteligência artificial
vai tirar o emprego sim, mas também vai ajudar a resolver problemas globais.

Eu vou deixar o pdf, são 48 paginas do relatório que a equipe de Obama,


diretamente do gabinete de Obama preparou. Eu li uma boa parte bem
interessante, e eu concordo plenamente que vai tirar empregos mas também
vai ajudar a resolver grandes problemas. Já está ajudando, tem também
inteligência artificial em controle, mapeando pobreza, ajudando a combater
lavagem de dinheiro, descrevendo coisas pra deficientes visuais.

Agora também surgem algumas broncas sérias, como por exemplo, o


Google criou inteligência que conseguiu criar seu próprio algoritmo de
criptografia que só ela sabe. Ai é meio assustador né?

Aqui deu a noticia que uns hackers conseguiram tomar o controle dos freios de
um carro em movimento, eles hackearam o freio do carro.
São os riscos da Internet das coisas né? Eu tenho uma visão otimista que vai dar tudo certo,
já tem uma movimentação de muitas empresas grandes, Google, Facebook, IBN, Microsoft,
se juntando pra criar algumas diretrizes, alguns limites, algumas questões éticas, e pra mim
esse é o veredito de toda essa historia, o veredito mais importante.

Pra finalizar de noticias ai, o vice presidente da IBM falou que a inteligência
artificial pode ajudar profissionais em vez de tirar empregos, é como eu vejo
bastante a gente se unindo a essas inteligências e colaborando com elas, e a
conclusão é que a profissão final demandar criatividade vai sofrer mudanças
drásticas, o bicho vai pegar.
Esse papo todo parece meio ficção cientifica, né parece coisa de filmes e tal. Parece ficção
cientifica, mas não é coincidência. As pessoas quando veem uma coisa que parece ficção
cientifica, pensa assim: “A isso é conversa, não vai acontecer isso, isso é coisa de filme”.
Não é porque o filme retrata que não vai acontecer, muitas vezes é o contrario, os roteiristas
de Hollywood bebem da fonte dos futuristas, os caras que estudam o futuro, eles bebem
dessa fonte.
Por exemplo em Star Trek, lá nas antigas já tinha bluetooth, ja tinha tablet rolando, em Jetson
ja tinha skype rolando, já tinha e-book rolando. Nos Simpson já teve Google Glass, em De
Volta Para o Futuro ja teve videogamezinho que você interage. Então hollywood, bebe da
fonte dos futuristas, adiciona camada de imaginação, de drama na historia, muitas vezes a
imaginação de Hollywood retro alimenta o mercado e acaba virando realidade, né? É como
aquela historia do primeiro compromisso, o poder da palavra. Hollywood tem a palavra, e a
palavra de Hollywood também cria realidade. Resumindo Hollywood é como Nelson Rubens,

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aumenta, mas não inventa. Não temos que olhar com os olhos do tipo, “se está no filme não
vai acontecer”, não, tem que olhar com a mente flexivel, com a mente aberta.
“Beleza Murilo, o futuro vai dar merda, vai faltar problemas, não
estruturados, não lineares não helps, será que vai faltar esses
problemas pra gente resolver”.
Seguinte, tem uma linha de pensamento que acredita que cada vez mais, as maquinas vão
ficando melhores, estruturando e ai a gente vai pra matrix. A matrix é isso, inclusive, quem
emprega mais ou menos isso é o Ray Kurzwel, um dos sócios da Singularity, e escreveu um
livro, esse livro aqui eu não recomendo não, acho ele meio chato demais, veja o filme

Transcendet Man, ai é legal.


Sobre o filme:
A minha visão é que cada vez mais vão surgir novos problemas não estruturados, não
lineares, nem programáveis que a máquina não consegue resolver, e eles vão surgindo,
então isso aqui vai subindo. E eu também acho que vai subir mais porque nós somos muito
bons em criar novos problemas não estruturados, não lineares, não programáveis. E a gente
gosta de criar, vamos continuar criando, então resumindo o mundo está mudando muito
rápido, a essa altura eu imagino que está claríssimo pra você. Na verdade o mundo está
mudando rápido e acelerado, isso aqui é o pior, tá crescendo num ritmo exponencial, não
mais linear como era antigamente porque as tecnologias crescem num ritmo exponencial,
isso significa muita mudança, então, o mundo está mudando rápido e acelerado. Os
problemas do mundo estão mudando muito rápido e estação acelerando e soluções antigas
não resolvem problemas novos.

Soluções antigas não resolvem problemas novos.

Criatividade é que resolve problemas novos.


Esses aqui, esses problemas aqui, você precisa de criatividade pra resolvê-los. Então
primeiro mito, a gente tem que esquecer completamente, definitivamente é, criatividade não
é nada pra artista, publicitário esse pessoal, criatividade é pra todo mundo, porque é pra
resolver problemas, e pra finalizar só curiosidade, eu falei que a profissão que é mais
ameaçada é telemarketing, eu queria mostrar o outro lado do ranking, qual é a profissão
menos ameaçada de todas, segundo a teoria. A menos ameaçada é terapeuta recreacional.
Terapeuta recreacional, de fato né? O cara que é um recreador, ele, com os problemas que
ele resolve, é um entretenimento dos outros, isso é uma coisa muito humana, requer muita
percepção dos outros, leitura das pessoas, muita criatividade, porque é um trabalho de fazer
aquelas pessoas terem momentos positivos, envolve mexer nos sentimentos da pessoas.

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Da pra dizer que o terapeuta recreacional é um comediante. “É nós papai, estou protegido”.
A pergunta que eu faço: como é que você está nessa história? Já parou pra pensar nisso?
Então eu vou te propor duas reflexões:

Primeira reflexão, pega 100% dos seus problemas da sua atividade profissional
atual, tudo que você faz nos seu trabalho na sua profissão, pega tenta listar,
assim que tipo de problemas lhe pedem soluções, e tenta dividir quais
problemas são mais estruturados, lineares, programáveis, parametrizáveis e
portanto, uma maquina inteligente poderia até fazer melhor que você, e
quantos % mais ou menos, aproximando isso, são realmente abstratos e que
requerem essa ser humanidade e criatividade e outras habilidades. Pode ser
que eu descubra “putz, quase todos meus problemas são mais abstratos e não
estruturados”, ou eu descubra o contrário, “a maioria dos meus problemas são
bem estruturados, são bem lineares, então tem que ficar atento”.
Segunda reflexão. Uma vez que você encontrou alguns problemas, eu imagino
que todo mundo tem alguns problemas que são não estruturados. Uma vez
que você encontrou esses. Como você vem se saindo pra solucionar esses
problemas. Porque também não adianta dizer, não, grande parte dos meus
problemas realmente são não estruturados, a máquina não tem como
solucionar. E como é que você vem solucionando, eu estou dando solução
mesmo do banco de dados, o mais óbvio. Ai não adianta ai você também esta
correndo risco, então, é importante também questionar, quão criativo você está
sendo, na hora de dar soluções pra os seus problemas que demandam
criatividade.
Esse é o mito, esse é o novo fato, é pra todo mundo. Então até agora o importante é que
esteja 100% claro que criatividade é muito importante.
Se você tá nesse curso é lógico que você já suspeitava pelo menos disso, mas a gente
precisa considerar isso como um fato, e esquecer qualquer outro mito, e agora surge um
questionamento:
“Tá, beleza é importante, mas, será que eu sou criativo?”. Encerramos o mito do artista
vamos agora Mito do Dom é a próxima aula.

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Mito do Dom
Vamos lá, continuando a falar de mitos. Os 4 mitos que você tem que esquecer
urgentemente. Aqui estão os 4: Mito do Artista; Mito do Dom; Mito da Criação e Mito do
Acaso. Vamos agora aprofundar aqui: mito do dom.
Beleza Murilo, tá bom, eu acho que eu preciso ser mais ser criativo, porque seria bacana,
seria importante pra eu dar soluções mais criativas pros problemas da minha vida e tal, mas
será que eu consigo ser mais criativo? Será que eu tenho este dom?
Quem disse que criatividade é um dom? Você leu isso em que paper científico? Me diz! Ou
você só ouviu dizer por aí e acha que é isso aí e nunca parou para averiguar, então “é isso aí
mesmo”.
Cara, criatividade não é um dom de algumas pessoas especiais. Sabe o que é criatividade?

Criatividade é a aplicação prática de uma habilidade que é inata da


espécie humana.

Sabe qual é a habilidade?


Imaginação.
O que diferencia a gente dos outros bichos, é a capacidade de imaginar. Imaginar coisas,
imaginar objetos, imaginar situações, imaginar cenários que não existem, mas que você está
imaginando essas coisas. Todo ser humano consegue imaginar, concorda? Pode ser pobre,
pode ser rico, pode ser extremo analfabeto pode ser um mega intelectual: todo mundo
consegue imaginar.

E criatividade é a imaginação aplicada para resolver problemas.

Quem é capaz de imaginar, é capaz de ser criativo. Todo mundo é capaz de imaginar, logo,
todo mundo é capaz de ser criativo. Lógica aristotélica básica.
O mito 2 é esse! Esse papo de que é o dom de pessoas especiais... Portanto, o fato é que é
uma “capacidade inata da nossa espécie” que tem que ser desenvolvida e trabalhada.
Eu comecei com a definição de criatividade na aula anterior como ferramenta pra solução de
problemas. Vamos agora ampliar um pouco: criatividade é a imaginação aplicada como
ferramenta pra solução de problemas. Por falar em imaginação aplicada, a bíblia da
criatividade chama-se
IMAGINAÇÃO APLICADA 1953, Alex F.Osborn.
No ano seguinte, ele criou o CPSI, aquele evento sobre criatividade: princípios e
procedimentos de Creativity Problem Solving” (criatividade para solução de problemas). Eu

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gosto dessa definição “applied imagination”, porque ela reforça isso aqui: o “imagination”,
que é a variável que diferencia os homens dos animais.
Cara, você já parou pra pensar que a gente morava nuns lugares cheios de bichos que eram
maior que a gente, mais rápidos, mais ferozes, mais loucos e a gente: menor, mais lento,
mais trouxa... e a gente conseguiu dominar tudo! Por que? Porque a gente tem essa
habilidade, de imaginar situações, cenários que não existem, e com isso a gente aplicou
essa imaginação para resolver nossos problemas. Qual é o nosso problema? Como é que
caça um animal mais rápido do que eu? Isso é um problema.
Com a imaginação, eu apliquei e dei uma solução criativa. E criei armadilhas, criei
ferramentas e o homem dominou, todos os animais: os maiores e os menores do que ele.
“Dominou” entre aspas né?
Tem um filme da Dreamworks, que não ficou muito muito famoso, de animação, chamado
The Croods, que é como se fosse a primeira família moderna. É interessante ver no filme
essa visão do ser humano resolvendo os problemas que eram super complexos com essa
capacidade da imaginação.

Filme: The Croods


"O novo é sempre ruim, nunca perca o medo" – frase do filme.

Eu acho que aquele moleque lá, o boyzinho (personagem do filme), ele foi o primeiro Creative
Problem Solver. Porque ele que criou o sapato, ele deu a solução pro problema: por
necessidade, ele resolveu manipular o fogo, usou o fogo pra resolver problemas, de forma
criativa pra ele né?
E tem um livro que eu recomendo muito: Sapiens, livro incrível!
“Uma breve história da humanidade”
e a teoria base deste livro é “o que diferenciou a gente de outros animais foi a imaginação”.
Por que? Porque os animais, eles só conseguiam se reunir em bandos, em comunidades,
muito pequenas, porque, pro leão poder comandar outros da espécie, esses outros tinham
que tá por aqui na redondeza, na área. Não dá pra ter um leão a 10 mil Km e ele tá
conectado a mim, liderado por mim.
O homem, com a sua imaginação, criou, imaginou lendas, crenças, pátrias, religiões,
doutrinas. Doutrina: reinados, conceitos abstratos, imaginados, que muitas pessoas
passaram a imaginar juntas. E isso manteve esse povo coeso, criou comunidade, criou
colaboração e surgiu a civilização. Muito louco né?
Um trechinho:

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"Toda cooperação humana - seja um Estado moderno, uma Igreja
medieval (...) - se baseia em mitos partilhados que só existem na
imaginação coletiva."

Conceito de patriotismo né? Então, a imaginação, velho, ela vem com a gente, vem com
tudo, é padrão da espécie humana.
O Abraham Maslow da pirâmide, ele dizia que o

"homem criativo não é um homem comum, ao qual se acrescentou


algo. O homem criativo é o homem comum do qual nada se tirou".

Nós nascemos criativos e nós desaprendemos a ser criativos.


O padrão é ser criativo, porque nós nascemos com a imaginação e nascemos com
problemas, mas a gente desaprende ao longo da vida a ser criativo.
Infelizmente, a gente ao longo da vida, é convidado a pensar dentro do padrão, a imaginar
menos e se contentar com as soluções já previstas que estão no banco de dados. Esse
negócio de que “ah temos que pensar fora da caixa”... mas a gente nasceu fora da caixa.
Depois é que a gente foi botado na caixa, e agora tem de sair da caixa!
Eu gosto de fazer uma analogia com a Pietá, de Michelangelo. Porque Michelangelo falava
que, quando ele recebia o bloco de mármore para esculpir, ele dizia o seguinte,
praticamente: que a obra prima já estava ali dentro, naquele bloco de mármore. Ele apenas
iria tirar o excesso para que ela surgisse. Muito lindo isso aí né?
Eu acho que nós somos uma Pietá ao contrário. Nós nascemos Pietá, nós nascemos obras
primas da imaginação, da criatividade e ao longo da vida vão se colocando coisas e a gente
vai voltando a ser o bloco de mármore, voltando a pensar quadrado.

“Ah Murilo, mas tem pessoas que nasceram mais criativas.”

Como é que você sabe disso? Como é que dá para medir que a pessoa nasceu criativa?
Assim que ela nasceu, ela já deu a solução criativa para cortar o cordão umbilical. Não teve
isso, entendeu?

“Ah Murilo, mas tem as pessoas que têm o hemisfério direito mais forte. ”

Ó, tem dois tipos de pessoas. A maioria gosta de dividir as coisas em dois tipos e então,
criaram esses dois tipos de pessoas com esse conceito (esse rótulo né?!): ele é mais
hemisfério esquerdo, ele é mais hemisfério direito.
E tem os testes, né?! O povo adora testes. Testes da revista Claudia:

“ah eu sou criativo, eu sou do hemisfério esquerdo”. “Qual o lado mais


dominante?” Aí bomba no teste não sei o que...

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Mas cara vários livros já mostram que isso é um mito. Não um mito que cada hemisfério tem
funções diferentes - isso de fato é - mas é um mito desse jeito de dizer que você é left
brained, de rotular você como um lado ou outro. Todos nós somos todos os lados. Eles se
misturam toda hora e se conectam e nenhum faz nada 100% sozinho.
E aí tem vários papers científicos interessantes fazendo essa hipótese: será que a pessoa é
mais isso ou não? Neste paper ele fala sobre a hipótese de que, tanto as tarefas de
criatividade visual como as outras tarefas, todas elas ativaram uma variedade de áreas
bilateralmente. Ou seja, não dá mais pra rotular essas coisas.
“Ah, Murilo, mas tem pessoas que são naturalmente mais criativas.”
Beleza! Eu concordo que sim, que as pessoas nascem com os genes diferentes, o DNA
diferente e tal.
Agora vamos analisar friamente essa criatividade natural que algumas pessoas nascem com
“muito mais que as outras”. Então vamos supor: tem uma pessoa aqui: esse cabra nasceu
com a criatividade natural, num nível X. A segunda pessoa nasceu menor, a terceira menor
ainda, a quarta menor ainda.
Primeira questão: você tem controle sobre isso? Tipo você consegue no momento atual,
influenciar de alguma forma, alterar ou diminuir o nível de criatividade natural ao nascer?
Não.
Cara, se não dá pra influenciar, então FODA-SE (então foda-se no sentido de não ficar
falando sobre isso ... porque já foi!).
Agora, beleza, estão aqui essas 4 pessoas com suas criatividades naturais. Agora, ao longo
da vida essas pessoas vão sofrendo bloqueios e aí está a base deste curso, vocês vão ver.
Esse módulo de mitos é um módulo de introdução. A base do curso são os bloqueios (e
também as técnicas, né?).
Então eu adicionei os bloqueios a esse gráfico. Eu adicionei os bloqueios em escalas
diferentes porque não é porque você nasceu mais criativo que necessariamente você vai ser
mais ou menos bloqueado. Não. Depende da sua condição de vida, família, pai, sociedade,
ano, país que você nasceu, as variáveis bloqueiam mais ou menos. Então, eu coloquei aqui
uns níveis de bloqueios aleatórios.
O 1 foi mais bloqueado, o 3 e o 4 menos e o 2 um pouco mais. Que aconteceu?
Depois dos bloqueios mudou a ordem: o mais criativo agora é o 3,
depois o 1, e o 2 e o 4 empataram.
Aí vem a pergunta: você tem controle sobre isso? Você consegue, agora, influenciar no
passado o quanto você foi bloqueado ou não?
Não tem controle sobre isso = então foda-se!
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Você pode influenciar o quanto você vai ser bloqueado a partir de agora, e o quanto você vai
bloquear os seus filhos. Inclusive a gente vai ter aqui o módulo “CriCriCri” (criando crianças
criativas), que é como evitar esses bloqueios, mas não dá pra voltar atrás e mudar o quanto
você já foi bloqueado.
Então, vimos a criatividade natural mais os bloqueios. Agora e se nessa situação eu
adicionar hardwork?
Hardwork:
estudo, treino, intensidade, aprofundamento, prática, desconforto.
Se eu adiciono tudo (que é o que você está fazendo agora, né? Você está nesse curso aqui,
você pagou o valor significativo para o curso on-line de criatividade, você está a fim de
colocar intensidade e hardwork pra desenvolver essa habilidade).
Se você adiciona hardwork nesse gráfico, e aí eu adicionei em níveis também aleatórios.
Então o que aconteceu, novamente mudou o ranking.
Agora, o cara que estava em quarto ficou primeiro, o segundo voltou para segundo, o
terceiro ficou último. Agora, mudou tudo. Aí vem a pergunta chave: Você tem controle sobre
isso?
Sim, você tem controle sobre isso! Então MOVA-SE.
Aí que entra o hard work, cara! Eu acho lindo a gente saber que a habilidade mais
importante, uma das mais importantes pro futuro da humanidade, depende da gente.
Depende da gente porque a gente nasce naturalmente. A gente foi bloqueado, ok, mas a
gente pode botar intensidade e desbloquear. Tem uma frase que acho incrível do Tim Dolkt,
um técnico de basquetebol americano:

"HardWork beats talent when talent doesn`t work hard" (o trabalho


duro ganha do talento quando o talento não trabalha duro). É aquele lance
“criatividade natural x hardwork”.

Eu adorei o poster do Cary Later, ele botou “não existe substituto para o hard work”.
Eu acho muito legal ver histórias e biografias de atletas, vale a pena sempre ler biografias de
atletas e de alta performance porque, velho, não existe um atleta de sucesso na história
desse planeta que não tenha uma história de hardwork que você fique assim: chocado.
Inclusive eu vi uma entrevista do Hernandes, jogador de futebol, que inclusive é meu
conterrâneo, que ele fala um negócio muito legal

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Entrevista

"Noriogun chandjerê ninganda" papai, (" Se você não nasceu sendo,


trabalhando muito você pode se tornar").

Eu achei incrível essa frase. Inclusive olhando essa tradução existe uma possibilidade desse
“gun” significar hardwork em sul coreano
Já que existem dois tipos de pessoas (e que eu sou o tipo que gosta de dividir em dois
grupos)…
Eu gostei muito desse livro aqui da
Carol Dweck, MINDSET, livro que eu recomendo também,
tá aqui na minha lista Mindset da Carol Dweck. É um livro em que ela basicamente divide as
pessoas em dois tipos. Ela fala: as pessoas que tem o mindset fixo e o mindset de
crescimento.
Essa palavra mindset pode ser que você nunca ouviu falar, então vou te explicar: mind =
mente , set = configuração. “Configuração mental”. É só mentalidade.
Conta como é configurado seu sistema de crenças e como você vê o mundo. Quem tiver já
de saco cheio, “ah, só se fala de mindset hoje em dia”, cuidado pra não tá sendo
preconceituoso e deixando de se expor a um conceito super poderoso.
Então a Carol fala que tem o mindset fixo e o mindset de crescimento.
As pessoas com mentalidade fixa são aquelas que evitam desafios, desistem fácil, pessoas
que veem o esforço hardwork como “não vale a pena”. Já as pessoas com mentalidade de
crescimento, são as pessoas que sabem que as inteligências podem ser desenvolvidas e
não são algo estático que a gente nasceu com essa inteligência x, de tal jeito e acabou.
Então as pessoas com mentalidades de crescimento vão atrás de desafios. Elas persistem
mais e elas veem o esforço como um caminho da maestria. Adoro a palavra maestria:’ o
esforço é o caminho da maestria”.
É interessante falar uma coisa: quando fala hardwork muitas pessoas falam “quer dizer
então que é pra ser loucão, ficar trabalhando a vida toda, morrer trabalhando”. O hardwork
tem essa tradução literal, mas o hardwork que eu falo, e eu comecei a falar hardwork junto
com uma gíria de recife, “papai”, eu criei um novo conceito que é o “hardwork papai”. É um
hardwork diferentemente do trabalho duro tradicional, é o smart hard work. “Hardwork
papai” é um hardwork com intensidade do hardwork na direção certa. Tem que ter uma
direção. Intensidade com direção, com foco com estratégia, não é toda hora, são momentos
de intensidade, porque esse é o caminho pra maestria.

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Entrevista
Quem acha que consegue fazer metade dessas coisas mediante estudo e treino?
Eu digo metade porque realmente tem algumas coisas que requer um tipo específico, uma
idade específica e tal. Mas eu acredito que eu consigo fazer mais da metade daquelas coisas
todas, mediante estudo e treino. Mediante hardwork.
“Hardwork papai” porque é direcionado claro. Eu vou direcionar minha energia com
intensidade pra atividade que eu quiser masterizar, virar mestre. É o caminho da maestria.
E eu digo isso porque sempre falo sobre criatividade e já perguntei várias vezes na internet:

“Você acha que a criatividade é um dom ou é algo que se aprende?”

Normalmente as respostas são dom, dom, dom, dom, dom, dom, com certeza dom, sem
dúvida dom. E se eu ver no dicionário a palavra ‘dom’, é uma dadiva, é um presente dado
por alguém, é um bem ou graça recebido por divindade, é uma aptidão inata pra fazer algo.
Esse assunto de dom é interessante. Eu, quando fazia muito show de comédia, quando
acabava o show, muitas vezes, as pessoas falavam para mim: “Velho, muito legal o show,
velho!. Você tem o dom da comédia e tal”. E eu sei que era um elogio, eu entendo que era
boa intenção mas me causava um mínimo incômodo: “puxa, a palavra ‘dom’ não é bem
encaixada nesse contexto”.
Porque, veja só, eu contei minha história do segredo do fracasso. Eu era empresário de
tecnologia já há mais de uma década e por causa da colação de grau resolvi fazer humor. E
quando eu comecei com o humor, cara, eu era loucura. Eu ligava para os bares pra explicar
o que era Stand Up, pra pedir pra fazer show de graça, pegando carro a noite pra ir pra
João Pessoa, pra Caruaru, chegava no bar fazia show pra plateia que estava comendo
batata e que nem sabia o que estava ou o que ia acontecer no bar. O cara comendo batata
frita e eu contando uma piada e muitas vezes passando vergonha, experimentando piadas
novas, desbravando os mercados. Eu gravava o áudio dos meus shows no celular pra abrir
o áudio do show no computador porque o gráfico do áudio do show era o gráfico do show:
mostrava os picos de risadas, de aplausos e tal. Eu conseguia ter um gráfico da densidade
de risadas por minuto pra identificar os pontos de baixa e masterizar aquilo ali pra
novamente retroalimentar, ir pro campo de batalha, desbravar mais e me expor mais... aí o
cara fala que é dom! É Hardwork, papai!
É hardwork! Não tem dom em lugar nenhum. Você pode ter aptidões em algumas coisas,
mas é muita intensidade colocada na direção certa!
Oscar Schmidt dá muitas palestras. Ele fala que ele é conhecido como mão santa. Só que
ele fala:

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“Pô... acaba o treino, acabava o coletivo. Acabou o coletivo, todo
mundo ia embora cansado”.

Ele ficava e fazia centenas de arremessos de três, ele crivava:

“só saio daqui quando fizer tantos seguidos”.

Ficava lá uma loucura, todo fim de treino, todo mundo foi embora e o cara ficava lá fazendo
isso, durante 10, 15 anos. Aí você diz que a mão dele é santa? A mão dele é treinada papai!
A mão dele é treinada, é calejada, é hardwork, é intensidade numa direção. Então, é assim: é
até um desmerecimento você falar que a mão dele é santa, e falar que é um dom, né?!
Eu gosto muito do Thomas Edson:

"Talento é 1% inspiração e 99% transpiração". Pra mim, criatividade é


isso. Criatividade é 99% transpiração. 99% hardwork, 1 % inspiração.

Picasso falava que a inspiração existe, mas ela tem que te encontrar trabalhando, tem que te
encontrar no hard work na intensidade. Na minha visão, pra ser criativo não precisa ter uma
pré-disposição, uma coisa natural, muito incrível... Basta não ter uma pré-indisposição, algo
que realmente te impossibilite, de você transpirar e de adicionar intensidade.
Eu gosto de ver esses atletas. Por exemplo o Usain Bolt: alguém tem dúvida que ele colocou
muita intensidade? Ele teve o talento natural, mas ele colocou muita intensidade nisso aí. E é
engraçado que esse brasileiro aqui o Alan, ele nasceu sem perna, tem como você nascer
com uma pré-indisposição maior pra ser um corredor do que nascer sem pernas?
É uma grande pré-indisposição. Mas aí: hardwork papai! Ele colocou intensidade.
Provavelmente esse cara teve que ralar mais que o Usain Bolt, porque ele já nasceu com um
negativo, tendo que recuperar. O Usain Bolt já nasceu com as pernas e com o biotipo
perfeito num país que tem tudo a ver (muitas condições, é claro), tudo combinava nessa
parada. Provavelmente o Alan tinha um amigo sul coreano que falou "Noriogun Chandjerê
Ninganda” pra ele.
Você se considera que está numa boa forma física? Você se considera extremamente
satisfeito com a sua forma física?
Bem eu não estou 100% satisfeito com minha forma física, a maioria das pessoas hoje em
dia no mundo não está, mas aí vem a segunda pergunta.
Você acha que consegue ficar em uma boa forma física mediante estudo e treino? Eu acho
que todo mundo concorda que sim. Eu acho que sim.
Mediante estudo de treino eu acho que sim. Tô falando isso porque (sempre uso 2 tipos de
pessoas, então) tem 2 tipos de pessoas: as pessoas que acreditam que conseguem ficar em
boa forma mediante treino e decidem transpirar; e tem as pessoas que também acreditam
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que conseguem ficar em boa forma mediante treino, mas não decidem. Então, para mim,
forma física é uma decisão, que você toma grande parte das vezes. Decide se vai ou não vai,
porque se você quiser vai.
Trazendo pra criatividade: quando eu pergunto se é o dom algo que se aprende, tem gente
que fala: “Pra mim é um dom. Não adianta uma pessoa tentar, se não leva jeito.” Vê o
tamanho da gravidade disso? Comparando com forma física: forma física o povo pelo menos
acredita que pode mediante hardwork; criatividade tem gente que acha que nem mediante
hardwork dá. O problema é maior ainda. Então vamos agora pro momento autoajuda.
Você precisa acreditar que é criativo. Acredite!
Tô tirando onda mas realmente o primeiro passo é acreditar. O cabra que nem sequer
acredita, ele nem entra no jogo, ele nem bota o pé em campo. Acreditar é botar o pé em
campo. OK, botei: beleza, acredito!
O primeiro passo, velho, parece besteira, mas o primeiro passo é realmente achar que sim.
Tem gente, eu sei, que entra no curso de criatividade, ainda desconfiando que não.
Tem dois livros que falam sobre isso
“Confiança Criativa” de Tom e David Kelley
e
“Você é criativo sim senhor” do Henrique Szklo.
Dois livros que eu recomendo muito sobre criatividade A minha visão em relação a essa
coisa de acreditar é a seguinte:

"Não basta acreditar que é criativo para ser criativo, mas basta não
acreditar que é criativo pra não ser criativo"

Entendeu?
Tem que acreditar para ser, mas se você não acreditar então você nem começa a
brincadeira, você não desce para o play. Em outras palavras, acreditar que é criativo é o pré-
requisito para ser criativo, é o pré-requisito acreditar. Mas não é uma garantia. Pré-requisito
difere de garantia. Em contrapartida, não acreditar que é criativo é uma garantia que você
não vai ser.
Então, pra finalizar: esse papo de dom você deve esquecer completamente. Criatividade
vem da capacidade inata de imaginar que a gente tem, que também tem que ser
desenvolvida. Nós nascemos criativos, desaprendemos a ser criativos. Nós nascemos obra
prima da criatividade e ao longo do tempo vamos colocando bloqueios, mas mediante
hardwork, ou melhor “hardwork, papai” a gente pode superar esses bloqueios porque
“Noriogun Chanfjerê Ninganda”. Se você parar pra pensar, velho, se o ‘gun’ pode vir a ser

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hardwork, pode ser que o ‘norio’ seja papai 😉

Vamos lá: finalizamos mito do Dom e vamos passar agora para o mito da criação. Até então
o importante é:
➡ Ok criatividade é para mim.
➡ Ok eu acredito na bagaça.
Agora a pergunta é esta, como é que eu faço? É meio complicado, né não? Como é que é?
Até o próximo mito.

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Mito da Criação
Simbora continuamos falando de mitos, os quatro mitos que você precisa esquecer
urgentemente, este são os quatro depois de mito do artista, mito do dom vamos agora para
o mito da criação.
A minha teoria é que a culpa dessa percepção que é complicado é da palavra criatividade, a
palavra criatividade é uma merda por que o prefixo cria, ele cria um peso nas costas o cara
pensa assim: “Nossa tenho que criar tem que ser um criador fazer criações eu não sou um
cara que faz criações eu não sou esse cara.”
Por isso que eu criei a palavra COMBINATIVIDADE, porque tudo vem de alguma coisa.
Esquece esse mito que criatividade é só criar coisas novas, sempre ser originais inéditas o
fato que criatividade é apenas combinar de forma diferente coisas já existentes. A gente
começou com a definição de criatividade simples aí ela foi ampliando. E agora vou definir
criatividade é a imaginação aplicada para imaginar uma combinação nunca antes feita entre
coisas que seu repertório para imaginar uma combinação nunca antes feita entre coisas que
estão no seu repertório com o objetivo de resolver um problema. Eu postei no Instagram
está capa da revista do Steve Job com a frase dele que é isto

"Pessoas criativas são aquelas capazes de conectar experiências


que tiveram no passado para criar algo totalmente novo.”

Eu adoro estudar a história das invenções, tenho vários livros sobre essas coisas, porque
toda invenção é uma solução criativa e é uma combinação. Por exemplo a imprensa, a
prensa de tipos móveis criada por Gutemberg. Já parou pra pensar se fomos fazer uma lista
das dez maiores invenções da humanidade dentre as dez maiores, estaria lá a roda, estaria
lá a linguagem, a escrita, estaria o carro, a internet, estaria ali no meio à imprensa, a prensa
de tipos moveis de Gutemberg é uma invenção do mesmo patamar de todas essas
invenções porque até então o conhecimento era só o manuscrito e ficava sempre restrito a
uma comunidade a um grupo pequeno de pessoas. A imprensa permitiu multiplicar a
produção criar os livros, alfabetizar as pessoas e disseminar o conhecimento para gerar
muitas combinações. Antes as pessoas criavam as soluções para os problemas e só ficava
sabendo aquele universo e a solução não se combinavam com outra solução de outra
comunidade e outra civilização.
Qual é a história da prensa?
A história da prensa é que Gutemberg ele morava numa região vinícola. Então ele já tinha
visto vários lugares de espremer uva, e nesses lugares havia uma prensa uma prensa de
espremer uva, que era gigante e que pra espremer uva ele não precisava de muita força era

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tranquilo espremer uvinha de boa e isso era informação que ele tinha no repertório dele
funcionamento da prensa de uva, o pai dele trabalhava na casa da moeda e isso deu acesso
a ele a um novo item de informação do repertório dele que era a informação de como se
fazia uma moeda, que também envolviam uma prensa. Só que no caso de uma moeda.
A prensa é muito mais forte que a de uva, e tinha lá marcado o número e aí botava na
moeda. E aí Gutemberg combinando com conhecimento dele de engenharia, e com a
necessidade de criar coisas que ele gostava de fazer isso ele usou as duas palavras mais
poderosas da língua portuguesa, e que da língua portuguesa as duas palavras juntas só têm
três letras. Duas palavras somadas só tem três letras e que na minha opinião são as mais
importantes da história da humanidade. E se que é o What if? Por que tão poderoso? Por
que o what if?
O e se é o gatilho da imaginação, já parou para pensar nisso, toda vez que você fala. E se?
A gente fizer isso e isso e isso, logo depois do e se? Vem sempre uma solução que está
sendo imaginada que tá se criando imagem daquela solução que ele é nova o e se? É o
gatilho que abre as novas possibilidades, e Gutemberg fez e se? Eu pegar a lógica da prensa
de uva, uma prensa grande, mas com a pressão da prensa de moedas e fizer algumas
modificações ele combinou várias coisas e através do e se? Criou a parada que mudou o
mundo e a humanidade.
Eu postei no Instagram, o trecho de uma revista:

" A inovação não é aquela ideia do gênio solitário, ser criativo ao


processo o indivíduo usa seu conhecimento prévio para construir uma ideia
nova, o exemplo é o capacete para ciclista, inspirado no designer casco
dos navios que projetado para absolver grandes impactos, uma ideia
estabelecida levou a uma parada nova. ”

E como eu falei antes nem sempre é obvio, muitas vezes a inspiração ele é bem sutil por
exemplo: Steve Jobs, incluía nos treinamentos da Apple mostrar a série de gravuras do touro
de Picasso, porque Picasso pegou o touro, foi desenhando várias vezes. Cada vez mais ele
ia simplificando até chegar nesse aqui, isso fazia parte do treinamento da Apple para inspirar
as pessoas a ser cada vez simplificar, que foi o grande diferencial da Apple que é o exemplo
do mouse, como a Apple foi desenhando o mouse para ele ficar cada vez mais simples, isso
surgiu de uma obra de arte de Picasso, que inspirou o mouse.
A combinatividade está em tudo. Se parar para pensar os Angry Birds? Eles são a mistura
do Vila Sésamo, como os Muppets. Você vai embaralhando e você criou os Angry Birds. O
velcro tem uma história muito legal também, em 1941, o engenheiro Suiço George
Menestrel, ele estava dando um rolé na mata, de boa na lagoa, ai o carrapicho grudou na

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calça dele, e ele o cara curioso chegou em casa, meteu um lupa ali no carrapicho começo a
observar o bicho, e sacou o motivo que a plantinha grudava nos tecidos é que, ela tinha
micro ganchinhos, que muito , muito pequenos, e leves não muito resistente, e somando
aquilo tudo, em contato com alguma superfície que fosse também, composta de fios um
pouco áspera, ele grudava. E essa informação foi para o repertório dele, e ele combinou com
uma coisa, que havia sido criada alguns anos antes que foi o zíper. O velcro é o zíper mais o
carrapicho. É o conceito do zíper com os buchinhos que fazem parte do conceito do
carrapicho, e o George de Mestral, com essas duas coisas, ele usou aquelas palavrinhas.
What if? E se eu fizer tipo um zíper, só que ele gruda através de micro ganchinhos.
Interessante porque o velcro surgiu da observação da natureza, e a natureza foi nossa
primeira inspiração. O homem chegou lá tinha a natureza para ele observar, ele viu o coco
rolando, pensou na roda. Ele viu não sei o quê, ele foi combinando até porque a história da
natureza é uma grande história de combinatividade, de combinando as espécies, inclusive
tem um joguinho pra celular muito legal, que você pode baixar Doodle God, onde você
combina elementos pra criar o seu universo. Você cria um mundo, misturando a arvore, mais
isso aqui, mais um machado, cria a madeira, e você tem que ir criando o mundo.
Adoro tudo que envolve observar a natureza e se inspirar na natureza, tem até um livro, que
eu recomendo Biomimetismo, Biomimética é a arte de imitar a natureza. Biomimética. Se
inspirar na natureza.
Livro: Biomimetismo
Eu sou um cara extremamente empolgado e com a certeza que a energia solar vai mudar o
mundo com a tecnologia. Com a energia solar atingir um patamar preço performance,
estamos perto disso ocorrer, porque lembrem-se as coisas crescem exponencialmente.
Energia solar vai mudar o eixo da economia porque, o eixo da economia é baseado em
energia, vai mudar o eixo da economia. E a energia solar velho, é fotossíntese, tá ai por ai já,
o conceito de puxar energia do sol, tá rolando por ai a muito tempo.
A gente demorou um pouco pra observar na natureza isso, mas pele menos observou.
Leonardo da Vince, o grande criativo, ele era o cara, que se inspirava muito da natureza,
inclusive um dos seus principais rascunhos, o do helicóptero na verdade parafuso aéreo, foi
baseado numa observação da natureza.
Vídeo: Slide 32
Ele estava lá de boa começou umas paradas, isso velho, não é um morcego não. É uma
semente que tem umas asas e quando ela cai da arvore, esqueci o nome, ela tem essa
aerodinâmica que parece um bumerangue, um cabide e baseado nisso combinando com
outras coisas né, isso aqui é uma super inspiração pro helicóptero, a libélula, o beija-flor.
Ele começou os primeiros desenhos do parafuso aéreo, que também ele combinou com
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alguns outros conceitos, já existia o ventilador o próprio parafuso, porque ele usava esse
conceito de do parafuso para penetrar no ar. E isso foi o precursor do helicóptero, tudo isso
aqui parece com a libélula mesmo né?
Engraçado que as coisas da natureza, vai combinando, cria coisas incríveis, mas continua
tendo combinações, porque o cara pega a libélula, o helicóptero e já vira um brinquedo, aí
vem outro cara genial e faz isso aqui ó.
Vídeo: Slide 38
Aí vem outro maluco e já combina isso com super-heróis, aí vem o gênio da humanidade e
faz isso.
Vídeo: Slide 40
E aí pesquisando pelo Pirocópito eu mede deparo com as loucuras da humanidade, eu
preciso compartilhar vê isso.
Yahoo respostas o cara botando:
Você acha o Pirocópito uma coisa interessante na hora H?
A melhor resposta foi: “ Brincadeiras com pênis bastam as que a gente já conhece. Ficar
inventando pode até ser legal para alguns, mas qual foi a graça, ficar vendo o cara rodando
o membro dele sem parar, mesma coisa é aquela outra brincadeira de pegar o membro
mole, postar para que lado ele vai cair, já fizeram comigo e eu achei ridículo, mas em fim tem
gosto para tudo. ”
Bem abrindo parênteses rápido e voltando para falar do helicóptero, surge um
questionamento interessante porque Da Vince desenhou aquilo em 1493, o helicóptero só
surgiu em 1937, quase 500 anos, por que aconteceu isso? Porque faltava uma peça na
equação de combinatividade Da Vince, sabe como é que ele queria fazer para levantar o
helicóptero a energia?
Vídeo: Slide 44
Aí é hard work papai, tem que bater a gravidade.
Mas Henry Ford, ele falou o seguinte:

"Eu não inventei nada novo, eu apenas juntei as descobertas de


outros homens, séculos atrás trabalhando, e se eu tivesse trabalhado, 50,
10 ou 5 anos antes teria dado errado. Assim é com cada coisa nova, o
progresso acontece quando todos os fatores que contribuem para isso
estão prontos ".

E aí o progresso, ele é inevitável.


Esse finalzinho aqui:
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"O progresso acontece quando todos os fatores necessários na
equação existem”.

E aí é inevitável que alguém vai chegar naquilo, alguém vai fazer aquela combinatividade,
somar aquelas coisas. Sabe qual o fator que faltava pra Da Vince? O motor, faltava o motor,
só isso.
Precisava inventar o motor, aí fechava né.
E é interessante que muitas vezes a gente faz coisas e que não dão certo, não porque eram
ruins, mas porque faltava o fator. Aquele site que eu criei “ Peça comida”, eu acho que
faltava uma coisa na minha equação, internet abundante, banda larga no mundo para eu
poder me comunicar com os restaurantes. A gente dependia de Pager, depois de Fax, e aí
não dava era muito rudimentar, não dava. Faltava esse elemento para a combinação. Um
dos melhores livros de criatividade, Steve Johnson, de onde vem as boas ideias, muito legal
mesmo, e Steve Johnson criou o conceito que ele chama de:

“O possível adjacente”,

De onde vêm as boas ideias: Uma história natural da inovação


que ele fala o seguinte, que as coisas seguem uma ordem, o que pode ser criado é que já
existe e mais o que está possível nas adjacências. Não dá para sair daqui para aqui. Desse
estágio o possível adjacente é evoluir isso aqui, adicionar um pouco mais na equação e
evoluir. Por isso que não dava para fazer esse salto, esse aqui não é possível o adjacente,
várias coisas aconteceram nesse caminho, varia possíveis adjacentes aconteceram, até para
chegar aqui, fecha parênteses.
Voltamos ao Pirocóptero.
Queria voltar pro Pirocoptero, só pra falar que o mundo dos brinquedos, é um mundo repleto
de exemplos de combinatividade, inclusive um dos brinquedos mais famosos do mundo dos
jogos Minecraft. Quem tem filho, pequeno, até 10, 12 anos com certeza já ouvir falar muito
disso aqui, ou tem um sobrinho. E você já parou para entender o que é o jogo, Já parou pra
realmente uma horinha pra entender. Porque eu vejo muita gente que tem pré-conceitos
estabelecidos em relação a esse joguinho chato, as crianças, não querem saber disso e tal,
e nunca pararam pra se abrir "Sho Shim" bloquear isso ai.
E cara resolvi fazer isso com o irmão da minha mulher, meu cunhado Gabriel, a gente fez até
um vídeo, vou deixar um link completo, explicando, ele me explicando, e eu entendendo
esse universo.

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Vídeo
E eu adorei, cheguei até a comprar um livro das técnicas de fabricação, e eu descobri que
Minecraft é um jogo puramente de combinatividade. Você entra num mundo vazio, que você
pode pegar coisas, juntar uma coisa na outra, meter fogo ali. O jogo da criação da
humanidade. Sensacional. O Minecraft é um lego, infinito e digital, porque você pode
construir coisas muito mais complexas e infinito e é colaborativo e é on-line. E a lego deveria
ter pensado em algo do tipo e não pensou porque, realmente parece quadradinhos, e alego
resolveu então se combinar, e existe um lego do Minecraft.
Guia de Fabricação Minecraft.
Agora Murilo esse negócio de combinar, qual é o limite ai do plágio?
Isso é uma parada delicado, um dos livros mais populares de criatividade, também
recomendo é:
Roube como um artista, do Austin Kleon.
O livro é basicamente um livro sobre combinatividade, só que ele usa outras palavras, ele fala
nada é original. Ele usa esse termo roube como um artista, mas ele explica como é esse
roubo.
Esse roubo é inspire-se nas coisas e ele fala que um bom roubo: rouba, estuda, rouba de
vários, credita e transforma as coisas. O maior roubo que é o plagio, é o que degrada, que
rouba de um, que plagia que imita. Sobre esse assunto o Joaquim Lorenzo, nesse livro
porque não tive a ideia antes, ele tem um trecho que eu acho muito legal sobre os
plagiadores. Ele fala assim:

"Talvez o máximo que caiba dizer dos copiadores e limitadores


compulsivos e que para o desenvolvimento do mundo, eles representam
tão pouco que são incapazes de representar-se a si mesmos."

Gostei da parada.
O Austin Kleon ele fala que o artista é o coletador, ele está sempre coletando, inspirações
porque

"Toda solução criativa é uma combinação de itens coletados".

Por isso que as pessoas os ditos artistas, design, arquitetos e os cineastas, eles adoram o
Pinterest. Publicitários chama de referência. Referência de marketing, referência publicitária,
referência sonora, referência arquitetura, referência decoração, referência de desenho e
referência fotográfica. No fundo isso aqui é um estoque de coisas que eles vêm coletando.
Toda solução criativa é uma combinação de referências, é uma combinação de espirações.
Tu gosto de falar é uma combinação de inputs.
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Porque eu não tive essa ideia antes - Joaquin Lorente
Bem combinatividade é essa palavra que eu criei para representar isso, é a palavra que na
verdade tem várias outras expressões que significam no fundo a mesma coisa. Bom o
Steven Johnson, O Possível Adjacente, tem muito a ver com conceito de combinatividade, O
Roube Como Artista, tem muito a ver com o conceito de combinatividade.
Olha 1964 o Artur Kostler fez esse livro,
The Act Of Creation
e ele traz um conceito que ele chama de Bissossiação. Ele fala que o Bissossiação é
quando dois sistemas de referência, dois universos, eles se colidem e ao se colidir, esses
universos, eles criam algo novo e ele categorizou em três tipos.
Quando esses universos, eles fazem uma justaposição cria-se a arte. A arte é isso. Existe um
conceito uma escola. A escola vem em cima se deposita, vai fazendo justa posição. Quando
tem uma fusão de conceitos é a inovação, quando as paradas realmente se juntaram e o
que eu acho interessante, é quando tem a Colisão de humor.
Perfeito, humor é a colisão de coisas. Humor é os conflitos do universo. É você pegar dois
sistemas de referência, se possível mais distante possível e botar eles pra chocar, pra brigar,
você juntar o universo aparentemente injetáveis e isso é extremamente cômico.
Outro conceito o Remix, que criou o documentário Everything is a Remix, que fala da mesma
coisa.
Vídeo
O framework deles é você copia, transforma e depois combina. E uma palavra do mundo da
tecnologia Mash-up, a primeira definição do Google já gostei. Mash-up serviços criados pela
combinação de diferentes aplicativos. Você pega o Flickr e faz combinação de diferentes
aplicativos, é quando você pega um Flickr e faz uma interação no Maps para mostrar, é um
Mash-up.
É a combinatividade de serviços de internet.
Combinatividade, possível adjacente, roubo como artista, Bissociação, remix, Mash-up,
nomes diferentes para desmistificar o mesmo mito que a gente tem que esquecer que
criatividade, é essa coisa, a criar as coisas 100% inéditas, originais.
O fato é que criatividade é combinar de formas diferentes coisas já existentes.
Até agora o importante, ok. Criatividade é importante para mim. Eu acredito que posso ser
criativo. Não é tão difícil assim basta combinar coisas. E aí vem a pergunta final pra encerrar
os Mix, tá e agora como é que eu faço que o universo gire Então tá acaba o mito da criação
vamos agora para o Mito do Acaso até a próxima aula.
Tarefinha do Tio Murilo
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Seguinte eu quero propor um exercício que é algo que eu já faço no meu dia a dia, adoro
fazer, é um vício já, é um habito de fazer, que é fazer engenharia reversa de soluções
criativas. Toda solução criativa é a combinatividade de input, referencias ou expirações.
Então proponho você a pegar uma solução criativa, pode ser um produto, um serviço, uma
coisa física, uma coisa conceitual e tentar imaginar, usar sua imaginação para imaginar quais
foram provavelmente os inputs, as inspirações, as referências que foram combinadas para
chegar na solução criativa. Pode ser algo do seu dia a dia, você pode procurar aqueles blogs
que tem dicas criativas, aí você pesquisa no blog, pesquisa no Buzzfeed da vida. É quase
desmascarar a criatividade, fazer a engenharia reversa do que foi combinado. De um modo
que você olhe e diga e fale não é tão genial assim. Se para você já está claro o exercício e
você já quer começar a fazer, diga aqui em baixo “Fazer Exercício”, quando você fizer o
primeiro exercício, você vai ter acesso a solução de todo mundo da turma para se inspirar.
Se ainda não está claro para você, eu vou comentar aqui, algumas equações de
combinatividade criadas por alunos de turmas anteriores.
Olha aí. Manteiga bastão, parece ideia genial, mas é simplesmente a combinatividade da
manteiga com aquela cola bastão que todo mundo conhece. Porta treco para pendurar
coisa mais carregador de celular é aquele suporte de carregador, que é uma mistura de
porta treco, para guardar o celular e carregar ao mesmo tempo. Abridor de vinho e o registro
do hidrante. Você cria um abridor de vinho com formato de registro de hidrante. Você
empresta a forma de outro universo par a esse produto e ele vira um produto diferente e
criativo. Uber mais Personal Trainers, Uber Fitness. Um aplicativo que conecta educadores
físicos com pessoas que precisam esse tipo de serviço. Não sei se existe ainda, mas é uma
boa combinatividade.

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Mito do Acaso
Vamos lá pro quarto e último mito dos 4 mitos que você precisa esquecer urgentemente, a
gente falou do artista, do dom e da criação, vamos agora pro acaso.
O do acaso ele é um pouco diferente dos outros porque os outros sempre começavam
fazendo uma retomada de um trechinho do “quatro habilidade do futuro”, mas o mito do
acaso eu não falei dele lá, eu vou começar com outra história, eu vou começar com uma
história que talvez você conheça.
Eureka é essa história de Arquimedes, que saia correndo nu gritando eureka, eureka, eureka,
e eureca. Virou um sinônimo de Hideki, surge assim do nada eureka e pra contar a história
desse fato da eureka eu vou usar com apoio de um vídeo que eu encontrei com uma
dublagem do português de Portugal. Esse vídeo explica como foi essa história, e ela começa
com o rei Hierão chegando pra Arquimedes que era um grande matemático e dando pra ele
um problema.
Vídeo.
Dado esse problema qual é a primeira coisa que Arquimedes foi fazer? foi consultar o banco
de dados dele pra ver do repertório de matemática dele o que que ele poderia usar para
resolver esse problema.
O banco de dados dele não conseguiu resolver o problema, porque existia um desafio
grande que é o fato da forma da coroa ser irregular e aí é complicado matematicamente
calcular. E então ele falou,

“vou pensar no problema”,

e ele foi pensar no problema, e ele foi lá pra casa de banho, que era uma coisa muito
comum na época.
Surgiu a idéia na casa de banho e ai veio àquela cena clássica, ele saindo correndo, e depois
ele foi apresentar a ideia dele para o rei.
Sim, é genial esse fim né, a expressão, os personagens.
Como eu vi a situação, ele, acionou o banco de dado dele, mas faltava um input nesse
banco de dados, e esse input ele teve lá na banheira, quando ele entrou com o corpo dele,
viu a parada subindo e aí surgiu o princípio do “input”, o Arquimedes que criou e aí sim
combinando o conhecimento matemático dele e combinando aquele input que ele acabou
de ter, ele usou aquelas palavrinhas mágicas. E se... E se eu pegar as moedas e comparar o
peso juntando a água e tal é onde entra o what if? Dando as soluções.
E essa é a história de Eureka, e a história de eureka eu quis contar porque? Porque a história
de eureka as pessoas muitas vezes só associam eureka com aquela “lampadazinha” ah!
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Teve a idéia, na hora né. E causa um mito muito grande de que a criatividade é algo
espontâneo, que surge do nada, você tá assim e de repente, eureka. o meu Deus de
repente, ai e tal.
E tem um livro de 1926,
The art of thought,
ele cria um framework que seria o processo criativo. Processo criativo clássico. Seguinte,
preparação, incubação, iluminação, verificação.
Vou explicar cada etapa.
Detalhe: se criatividade é uma ferramenta para solução de problemas, então o processo
criativo sempre começa com um problema. Então assim, aquele é o processo criativo, mas
aquilo só começa as etapas dado um problema, uma oportunidade, um desafio, nesse caso
o rei falou

“aqui está o problema”,

e ai começa as etapas.
Vamos lá.
ETAPA 1:
a preparação - A preparação é quando você recebe o problema, e você faz duas coisas,
você acessa o repertório e faz pesquisa, então ele aqui acessou o repertório dele, que ele já
tinha. Sherlock Holmes, um grande “resolvedor” de problemas, dado o problema ele vai, um
crime tal, um situação, ele vai preparar, vai pesquisar esse repertório que ele já tem.
ETAPA 2:
incubação - é uma etapa extremamente importante, porque ela é extremamente ignorado,
por ser abstrato, ele é ignorado, as pessoas acham que não existe, e é a etapa fundamental,
a incubação é a combinação inconsciente. A gente combina as coisas constantemente, a e
seu eu fizer isso e isso? Existe um processamento inconsciente muito mais poderoso e que
ocorrem meio que em segundo plano, sabe, na parada, que no caso da historinha ocorreu
quando ele foi na casa de banho, porque normalmente a incubação é quando a gente se
distancia do problema. Naquela historinha ele foi lá ao rei, falou com o pai e foi direto pra
casa de banho. Foi muito linear aquela historinha né? Provavelmente não foi tão linear assim,
a casa de banho não foi necessariamente logo depois. Mas a casa de banho representa o
distanciamento do problema, porque para o processamento inconsciente pode entrar o
processamento consciente tem que sair, enquanto você estiver com o consciente pensando
em alguma coisa, o inconsciente não está pensando naquela mesma coisa, você sai daquele
problema e começa a rodar em background.

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É quando Sherlock, por exemplo, vai lá tocar o violino dele, sair do problema. Arquimedes
falou "preciso pensar no problema" É o famoso, vamos deixar o problema dormir.
ETAPA 3:
a iluminação - é o momento da Revelação da combinação. Genial aqui. Uma vela né,
antigamente era uma velinha, hoje em dia o símbolo virou aquela lâmpada incandescente, o
próximo símbolo tem que ser uma lâmpada solar led.
Adoro essa frase do Maslow simples e poderosa:

"O acaso favorece as mentes preparadas".

Quando as mentes estão preparadas, elas chamam o acaso, é sorte, é sorte, ou é


preparação esse lance de acaso. De ah veio do nada, aqui como eu falei já do Mito do Dom,
o hardwork né, cara, tem acaso, tem preparação, tem hardwork. Eu adoro o conceito que

Tiger Woods fala: “quanto mais treino, mais sorte eu tenho”.

Claro que não é, é uma piada né, na verdade quanto mais você trabalha mais sorte, mexe
nas variáveis para o acaso acontecer, para você estar preparado para que ele aconteça.
Então é assim, sempre que me fala é o acaso, é sorte, eu não gosto quando a gente dá
crédito à essas variáveis. Apesar de que sim o acaso é uma variável.

Winston Churchill disse "A sorte não existe, aquilo que chamas sorte
é o cuidado com os pormenores”.

É o cuidado com detalhes, ele chama de pormenores, eu chamo de hardwork papai, ou


então de Nori Ogun.
Detalhe interessante e essa etapa aqui da iluminação, eu queria só abrir parentes que é o
seguinte: eu vi um vídeo que é o resumo de um TEDtalk no canal oficial do Ted falando sobre
a história de Arquimedes, contando essa história, sem a genialidade do sotaque português
de Portugal, não o americano, chato, mas enfim... a historinha lá bonitinha e no final tudo é
lindo, bem feito, no final, nos segundos finais, ele falou uma coisa no texto, que eu acho que
ele queria dar um final legal, mas é uma coisa que ele falou que eu acho perigoso.
Na próxima vez que for tomar um banho, você vai ver o princípio de
Arquimedes em ação, e você talvez possa ter uma grande ideia.
Eu não gosto desse finalzinho de você vai ter uma grande ideia, é porque mistura as coisas,
não é o banho apenas que faz ter as ideias, o mérito principal é da preparação. A
preparação, ou seja, você está com o repertório bem nutrido, e isso é todo dia trabalhando o
repertório. Receber um problema e ter o problema bem claro, bem definido, é aprofundar
com hardwork na pesquisa do problema, é isso que permite que a iluminação ocorra num
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momento de incubação, no momento de lazer, como num banho por exemplo.
O banho sem dúvida é um momento incrível de relaxamento em que a gente para pra pensar
em que o processamento do subconsciente pensa em background, lá que surgem muitas
ideias, se e somente se, você estiver um problema e você tiver preparado, e deixar aquele
problema incubado. Tem que tá no momento certo do processo para poder ocorrer a
iluminação.
Vou falar mais sobre isso lá frente, bloqueio ocupado, também na aula de meditação da
Tânia, vamos voltar a falar de incubação.

Risca e sai da alô bebê


Eu particularmente adoro o chuveiro como um momento de iluminação. Por isso que eu me
“armo” pra ir tomar banho, eu tenho lá o lapisinho para poder escrever na parede, quem
quiser comprar tá pra vender na internet no “Alô bebê” é baratinho, eu também tenho isso
aqui, comprei nos Estados Unidos é o papel que pode bater a água, você coloca lá no
azulejo e pode escrever. Voltando agora para a etapa 3, iluminação que eu concluo e vem à
última etapa 4.
ETAPA 4:
a verificação - que é onde você vai mostrar a sua ideia para ser validada, pra testar, foi
quando ele foi lá validar a combatividade dele, junto com ele e esse é o processo criativo
clássico, preparação, incubação, iluminação e verificação. E o mito do acaso é esse mito de
criatividade, algo espontâneo que vem do nada, eureka e tal.
O fato que a criatividade surge de um processo criativo composto de etapas, e é o processo
criativo clássico, preparação, incubação, iluminação, verificação. Só que eu resolvi combinar
o processo criativo com alguns inputs meus e criar uma variação de processos mais
criativos.
Aquela tela clássica do computador, a tela azul né, como é que chama isso? Chama-se
BIOS: Base Input Output System: sistema básico de entrada e saída, como tudo na indústria
né, é o sistema de entrada e de saída, tem os inputs, processo, saída, e output, e todo o
sistema BIOS bacana tem o input the feedback que é o que retroalimenta e dá o feedback.
Então como é que eu pensei. Input, combinação, auto input e feedback. Input é tudo que a
gente tem no nosso repertório, representado aqui pelo olho que é as principais fontes de
inputs, então você vai colocando coisas no seu repertório, o cérebro combina aquelas
coisas, processa, mistura, faz justas posições, faz fusões, faz colisões, lembra? Bissociação.
E aí depois representado pela boca que é o principal veículo para expor as coisas, tem o
output que é quando você joga pro mundo a parada pra testar pra validar e é essencial pro
negócio, pra masterizar o processo é o looping do feedback que é de fato o resultado que
gerou, você tem que retroalimentar input.
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É interessante que a palavra feedback ficou meio banalizada no mundo. Feedback é toma aí
é o feedback. Na verdade a própria palavra feedback. Feed tem a ver com alimentar, back
tem a ver com voltar, então a tradução seria retroalimentar. Para haver uma retro
alimentação, não basta apenas você ouvir a opinião, mas precisa também botar pra dentro o
input, de fato processá-la, se não é um feed sem back.
Do processo criativo clássico de 4 etapas eu também fiz o meu em 4 etapas, só que alguns
detalhes essa etapa minha eu divido em duas, a combinação consciente e a inconsciente,
essa aqui é a incubação, mas a consciente também que é onde entram as técnicas, que
vocês vão ver a parte mais legal, eu acho do curso, as técnicas, muitas coisas interessantes
que é você conscientemente combinando aquilo. A iluminação do processo clássico ela ta
nesse caminho aqui a vela, a combinação que ilumina e output já é a exteriorização pra
mostrar pros outros aquela sua iluminação já para obter feedback.
Então tá aqui processo criativo clássico, o meu processo combinatório, e as fontes também
combatividade a the art of thought e a BIOS do computador.
E você lembra da biomimética né? Pois um aluno nosso o Isaac, ele fez a combatividade
métrica com o bios e ele criou uma empresa de design e arquitetura, chamada bios, que é
focada em criar artefatos de design, arquitetura. E também cursos, o bios dele, ele diz que é
um acrônimo de biologic, com input output, soluction. Muito legal né? Eles fizeram esse
projeto de essa cobertura, inspirado em coisas da natureza, e eles tem esse projeto muito
louco, que não foi colocado em prática ainda que é inspirado numa arraia, um espaço no
meio da água, com apoio de lanchas e tal, uma puta viagem.
Mito 4, esse fato de ser espontâneo, o fato é que não, tem o processo sim.
Bem estamos chegando ao final deste módulo introdutório de mitos, você já me ouviu falar
duas vezes disso aqui, criatividade é uma ferramenta para solução de problemas e eu queria
fechar esse módulo introdutório com uma provocação grande. Como vocês sabem tem dois
tipos de pessoas, as que dividem em dois grupos, e eu acho que as pessoas do mundo são
divididas em dois tipos, em relação a como elas encaram os problemas.
Tem as pessoas que veem os problemas e ficam reclamando os responsáveis. “Eu quero,
um absurdo isso aí, como poder ser assim, ai meu Deus, em Paris não é assim, isso é culpa
do PT”. E tem as pessoas que são focadas na solução, são as pessoas que veem os
problemas e pensam nas possíveis soluções e aí a parte mais importante vem agora, mesmo
não sendo responsável. Parece meio louco né, “pera ai o problema não é meu, porque eu
tenho que pensar em possível solução?”.
Sabe por que tem que pensar? Para treinar, se criatividade é uma ferramenta para resolver
problemas, como é que se treina criatividade. Resolvendo problemas. “Ah, mas eu já tenho
muitos problemas pra resolver, só basta os meus”. Não. não basta os seus só, não basta.

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Todo mundo tem seus problemas, mas para realmente treinar criatividade, não são
suficientes os seus problemas.
A gente precisa de uma demanda artificial de problemas para treinar. Vou fazer uma
comparação com a academia, é o seguinte: a sua demanda natural de andar é suficiente
para treinar o seu corpo e lhe deixar queimando as calorias? Normalmente não, a gente
anda muito menos do que deveria para consumir as calorias, como a gente não tem a
demanda natural suficiente a gente procura a demanda artificial, a gente vai à academia pra
fazer o que? Ficar na esteira andando, sem ir para lugar nenhum.
É louco porque Deus deu as pernas para o homem andar, e o que o homem fez? O homem
criou carro para poder andar, agora o homem mesmo com perna passa o dia sem andar,
então quando chega à noite ele pega o carro pra ir pra academia pra andar. E é louco
porque muitas vezes pra você ir de carro pra academia demora 40 minutos, chega lá faz
meia hora de esteira. Sabe o que era melhor? Ir andando pra academia e chegando lá,
voltar. Nem paga a academia, só vai andando, volta, já andou e economiza dinheiro.
Porque é necessário ter essa mentalidade? Porque ao fazer isso você aumenta o seu
repertório de bancos de soluções. Você vê o problema da lixeira na rua, e pensa “esse
problema não é meu é do prefeito”, e o que você faria se fosse prefeito? Você pensa na
solução por brincadeira, pra se divertir, pra treinar, pra se desafiar, e quando você faz isso
como uma rotina na sua vida, você começa a ter um banco de dados, soluções de
problemas que não eram os seus mas que agora são inputs seus que você pode combinar
para resolver outros problemas realmente seus. Então ter essa mentalidade de vida.
Criatividade não é algo que a gente liga agora, a gente vive uma vida criativa, viver a vida
criativa é viver uma vida com problemas sem enlouquecer, é encontrar o tesão o prazer em
ser um “resolvedor” de problemas, passar pelos problemas, pelos processos dos problemas.
Isso faz toda a diferença. Muita gente ouve isso: “puts, mas ai da um puta trampo, esse
negócio de criatividade, quem foi que falou que era fácil?” Eu falei que era simples, simples é
o oposto de complexo, não é porque é simples que é moleza. É hardwork papai, não tem
jeito, é Nori Ogun.
Bem chegamos ao último mito, o mito do acaso.
Conclusão:
Criatividade é importante pra mim.
Eu acredito que eu posso ser criativo.
Não é tão difícil, basta combinar coisas.
Só preciso estudar e treinar o processo criativo.
Os 4 fatos, criatividade é pra quem tem problemas, criatividade é uma capacidade nata que

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pode e precisa ser desenvolvida, criatividade é combinar coisas, fazer combinações
diferentes do que tem no seu repertório e surge de um processo criativo composto de
etapas.

"Criatividade é uma capacidade nata que precisa ser desenvolvida


através de hardwork, estudo e treino, e combatividade é resolver problemas
através da combinação de ideias e seguindo as etapas do processo
criativo”.

É isso encerramos este módulo introdutório sobre mitos, é eu imagino que quem está nesse
curso já havia esquecido, alguns desses mitos, mas eu acho essencial, fazer esse
aprofundamento e esse alinhamento e garantir que esse esquecimento esteja 100% pra
gente entrar agora na parte mais legal: os bloqueios e as técnicas.

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Introdução aos Bloqueios Educacionais
Falamos de mitos, vamos falar agora dos bloqueios. Essa é a aula de introdução aos
bloqueios educacionais. Na verdade, é aula de introdução a todos os bloqueios porque
estamos começando os bloqueios agora.
Quando falam em bloqueio os criativos, as pessoas sempre pensam numa coisa que não é
exatamente o que eu me refiro aqui. Eu coloquei no Google imagens...eu adoro o Google
imagens, ele meio que representa um pouco do que as pessoas estão pensando, porque ele
é baseado no que as pessoas buscam, no que as pessoas postaram, então o Google
imagem ele é meio que o inconsciente coletivo das pessoas; por isso que eu adoro colocar
coisas lá. Aqui no Google imagem, os primeiros resultados eles mostram um padrão. E
criatividade tem a ver com quebrar padrões.

E o primeiro passo para quebrar padrões é ser bom em perceber os


padrões então vê que fato interessante tem, olhem essas imagens aqui.

DEU BRANCO

Essas imagens, elas têm um padrão em comum. Todas elas tem a ver com o ato de criar,
escrever, e aquele bloqueio que deu na hora “meu Deus o que é que eu escrevo” e papel
amassado, “estou bloqueado, não consigo, o papel em branco, ai meu Deus”. Sem
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motivação, sem inspiração... o desespero com monte de papéis, todos eles na hora de
escrever, no ato de criação, essa imagem estava lá. Ilustra bem aquele momento que você
olha para o papel em branco por horas, é o bloqueio criativo.
Esse bloqueio que o Google imagem interpreta é o bloqueio que eu chamo de “deu branco”.
É o bloqueio do tipo “até sabia, eu até conseguia, eu sou criativo, mas na hora deu um
branco”. Sabe quando falam assim: “ah, Paulo Coelho está a dez anos sem escrever um
livro, ele está passando por um processo de um “bloqueio criativo” uma época... ah,
Caetano Veloso está compondo”. É mente das pessoas que já são criativas, que já são
artistas, os escritores... se vê só tinha exemplo de escrever lá e que no momento específico
deu aquele branco. Não é desse bloqueio que eu estou falando. Quando eu falo de
bloqueios lembre-se: nós nascemos criativos e desaprendemos a ser criativos.
Lembra, a criatividade natural das pessoas nasce um pouco maior um pouco menor, aí vem
os bloqueios, elas são bloqueadas. Nós nascemos obras primas e vão se colocando coisas
por cima. É como se fosse um casco de navio, acho uma boa analogia um casco de navio,
porque, já parou pra pensar que um 0 navio, assim como um automóvel ou um avião, ele
também tem uma aerodinâmica, no caso uma hidrodinâmica, ou seja, o desenho do navio
ele é projetado de um jeito perfeito para cortar a água, assim como um carro de fórmula 1 ou
um avião é projetado, é desenhado para cortar o ar.
Então, a hidrodinâmica é muito importante, e a medida que vai sedimentando essas coisas
no casco de navio, o que acontece, ele perde performance. Ele fica mais limitado. Porque o
atrito aumenta, ele tem que consumir mais combustível pra ter o mesmo desempenho.
Então nós nascemos com o casco zerado, com design perfeito pra ter grande desempenho
criativo, e ao longo do tempo, vão sedimentando coisas que vão grudando na gente e
começam a deixar a gente mais lento, menos capaz de fazer mudanças, mais limitado,
preso as nossas performances.

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Esse negócio que gruda aqui no casco do navio... eu queria só abrir um parênteses rápido
pra falar, porque eu me interessei a aprofundar nesse assunto. Isso se chama biofouling.
São esses organismos que começam a colonizar e grudar no casco do navio, e isso é um
dos maiores e mais antigos problemas do mundo da náutica. Solução pra isso é o que?

BIOFOULING

Mandar um mergulhador para raspar.


É engraçado que eu falei do mito do artista, lembra? Sobre o robozinho que limpa o chão.
Pois criaram uma mesma versão desse robô, só que para o casco do navio, para eliminar o
trabalho humano que é estruturado, linear e programado.
Vídeo slide 19
Tem outras soluções para esse problema. Então, já inventaram uma tinta que você pinta o
navio, já inventaram isso aqui que emite não sei o quê, ultrassônico... Aí veio a
nanotecnologia, a tecnologia no nível atômico, e como você pode criar uma película. Nano
porque chama de “nano coating”. É a capacidade de você revestir uma superfície, com uma
parada invisível no nível atômico, mas uma parada que consegue fazer alguma coisa, no
caso, eliminar a atração dessas substâncias marítimas.

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Vídeo slide 23
E outra solução veio da natureza. Como combater o biofouling com lições da natureza?
Lembra que eu falei biométrica? Que é baseado na pele do tubarão, como podem criar um
casco de navio que repele? Porque o tubarão não fica preocupado com as coisas grudando
nele né? “Estou devagar, os negócios estão grudando em mim”. Não tem isso. Então fecha
parênteses, eu queria só falar sobre esse assunto, mostrar soluções existentes para esse
universo.
Voltando para o casco do navio... Eu compararia também que o trabalho de remover esses
bloqueios é como se fosse eliminar uma catarata, o que é catarata? Catarata é basicamente
um negócio que embaça nossa vista, que não permite a gente ver com clareza, sela esse
olho em que a gente está vendo, limita nossa visão e ,consequentemente, nossa forma de
pensar, então, eliminar uma catarata pra que? Para voltar a enxergar o mundo como criança,
o olhar da criança... Mente aberta, mente livre.
“Ta Murilo, mas qual a diferença de mitos e bloqueios?”
Eu diferencio da seguinte forma. Pra mim mitos são lendas urbanas coletivas, ou seja, são
coisas que inventaram por ai, que falaram muito e que virou meio que consenso no
inconsciente coletivo das pessoas. Já bloqueios não, bloqueios eu vejo como lições erradas
e individuais. Não é só uma coisa que eu to falando, é uma coisa que nos foi realmente
ensinado, nós recebemos essa lição desde pequeno, só que essa lição ela tá errada pelo
menos para o mundo de hoje, talvez na época não, mas hoje em dia algumas coisas que a
gente aprendeu no passado não servem para o mundo louco exponencial que estamos
vivendo hoje. E diferentemente de mitos os bloqueios são mais individuais. Cada pessoa
sofreu um pouco mais bloqueio do que outra.
Os bloqueios não tem uma coisa assim de que todo mundo tem, não. Basta um bloqueio
criativo, que isso pode limitar sua capacidade de fazer diferente totalmente, mesmo que os
outros, você não tenha. Os mitos são as coisas coletivas. Inclusive quando eu vou assim
num programa de TV, eu vou dar uma palestra, sempre foco nos mitos, porque os mitos são
coletivos e eu sei que todo mundo... é meio que um consenso da maioria das pessoas, a
gente fez até um hardwork papai, um santinho tirando onda dos 4 mitos, porque essa é a
primeira mensagem que a gente fala pras pessoas porque elimina as lendas urbanas. E
depois a gente vai para o aprofundamento dos bloqueios que são paradas individuais. Então
beleza, mitos são lendas urbanas coletivas e bloqueios são lições erradas individuais.
Os mitos a gente tem que esquecer. Os bloqueios a gente tem que desaprender. É meio
parecido, mas quando eu falo desaprender é o esquecimento nível hard, nível mais profundo,
porque não é uma coisa que você só ouvir falar, é uma coisa que você ouviu a vida toda
durante 10, 15, 20 anos de pessoas importantes como pais, professores, pessoas que você

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respeita e você internalizou aquilo como verdade absoluta que depois de 15 anos, não é fácil
remover. Então, eu falei muito na aula de start, esquecer é tão importante quanto lembrar,
desaprender é tão importante quanto aprender.
Eu vi essa notícia aqui de Silvio Meira, grande mentor meu,

"desaprender dá mais trabalho do que aprender".

Silvio Meira tem uma explicação incrível sobre a diferença de inovação e


criatividade, ele fala que:

inovação é a criatividade emitindo “notas fiscais”.

Eu acho muito interessante. Eu costumo dizer que criatividade é a imaginação aplicada e


inovação é a criatividade empacotada. Empacotada para que? Para oferecer ao mercado, a
um grupo de pessoas; para gerar um valor para terceiros, e eu acho muito legal dizer que
inovação é a criatividade emitindo notas fiscais, ou seja, jogada no mercado e gerando
interesse das pessoas.
E você pode ser criativo apenas pra uma coisa específica sua, dar uma solução criativa para
algo que só serve para aquela situação, pra você, naquele contexto. Isso é muito legal, é dar
soluções criativas, não se contentar com padrão pra cada pequeno problema da nossa vida.
Quando você consegue pegar uma solução dessa e empacotar para oferecer ao mercado e
isso gerar notas fiscais vira inovação.
Agora essa frase de Alvin Toffler eu acho brilhante:

"o analfabeto do século XXI não é aquele que não sabe ler nem
escrever, mas aquele que não sabe aprender, desaprender e reaprender".

Muito conectado com aquilo que eu falei de start né, só que quando falar aprender e
desaprender é um nível mais profundo até do que simplesmente esquecer uma coisa. Por
isso que eu chamo de bloqueios e por isso que o nome do curso é reaprendizagem criativa.
Então nos bloqueios... a gente vai ter que aprender quais são os bloqueios para poder
desaprender esses bloqueios. E eu criei um Framework para explicar isso, um framework
próprio meu, que eu usei uma linha do tempo, 10 anos, 20 anos, 30 anos em diante, e eu
dividi em três tipos de bloqueios, eu considerei os bloqueios educacionais, aqueles que
ocorrem durante o nosso processo de educação, é aquele processo que vai até os 15, 20
anos e que a gente tá sendo preparado para entender a cultura vigente, as regras vigentes,
como o planeta funciona, como o mundo funciona né; é o processo que a gente se civiliza e
nesse processo ocorrem muitos problemas... porque o que era pra ser um processo de
construção do indivíduo, acaba sendo um processo de padronização do indivíduo e é aí
que vem o problema.

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Depois eu criei os bloqueios mercadológicos, ocorre ali dos 20 e poucos até em diante, que
é ali quando você entra no mercado de trabalho. Normalmente aqui nesse período dos 20
aos 35, é normalmente o período que as pessoas entram no mercado, e o mercado de
trabalho também é cheio de coisas que nos “convida” a ficar no padrão, a se contentar com
o óbvio.
Por último tem os bloqueios cerebrais. Os bloqueios cerebrais, eles englobam tudo, a gente
nasce com ele, e continua com eles até sempre, são bloqueios relativos à forma como nosso
cérebro funciona e como isso, parece um paradoxo falar, como isso é contra a criatividade.
E aí repete o módulo que eu vou explicar mais a fundo bloqueios cerebrais, esses bloqueios
cerebrais na verdade justificam todos os outros.
Bloqueios cerebrais estão por trás de bloqueios educacionais e os mercadológicos porque
fazem parte da forma como meu cérebro está basicamente configurado. Bem, esse é meu
framework. Dentro dos bloqueios educacionais, a gente vai ter bloqueio do gabarito,
bloqueio do sucesso e bloqueio do tesão, cada bloqueio com as suas técnicas respectivas.
Depois dos bloqueios mercadológicos vai ter o bloqueio de especialista, o bloqueio do
adulto e o bloqueio do ocupado. Cada um com suas técnicas específicas, e os cerebrais a
gente vai ter o bloqueio da lógica, bloqueio das tradições e o bloqueio do implícito, cada um
com suas técnicas.
Quando eu falo “framework”, pra quem não conhece essa palavra, “framework”, em outras
palavras, é o jeito em que você empacota uma coisa. O jeito que você cria uma estrutura,
um template, um formato, né, então tudo que eu falo aqui nesse curso poderia ter outro
framework, outra forma de dividir de empacotar de classificar, de agrupar.

A Marta Gabriel ela tem um framework né,


como ela trabalha muito com marketing, ela emprestou, fez essa combinatividade dos 4p´s
do marketing e criou os 4p´s bloqueadores da criatividade:

Pai, Professor, Padre e Patrão.


Achei bem interessante ser pai, professor e padre tem a ver com os bloqueios educacionais
é aquele processo de construção do indivíduo aqui simboliza a família, aqui simboliza a
escola e aqui simboliza qualquer tipo de líder religioso, não só padre católico. E o patrão
simboliza os bloqueios mercadológicos.
No final do curso, eu vou apresentar outro framework, do Alvim. Vocês vão ver depois do
curso inteiro, como o framework dele diz quase a mesma coisa que eu digo, só que com
outra classificação.
Então é isso aí, esses são os nossos três grupos de bloqueio, a gente vai ver individualmente
cada bloqueio, com suas respectivas técnicas, como eliminar, começando pelos bloqueios

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educacionais. E eu queria fazer uma pequena introdução em relação aos bloqueios
educacionais, rapidinho, só pra deixar muito claro a diferença de educação e escola.
Educação é um processo maior, na qual a escola é um dos agentes que trabalham e
colaboram no processo educacional do indivíduo. Educação é muito maior do que escola,
porque educação não é só na escola que ocorre. E um processo educacional, ocorre com
um vizinho, com o cinema, com a televisão, com os pais, com a internet, com os jogos, com
tudo, toda cultura, pop, todos os amigos, com a vizinhança, cidades, estados, viagens, tudo
isso faz parte do processo educacional.
O que está acontecendo muito atualmente, é a escola cada vez mais está ocupando um
espaço maior dentro do processo educacional, então eu vou falar muito sobre escola nesse
módulo. Mas o motivo que eu falo de escola, é esse, é porque escola cada vez mais está
ocupando um espaço maior, as crianças cada vez mais, estão mais cedo nas escolas,
ficando mais tempo na escola.
Eu sei que isso tem a ver com a necessidade do mundo atual, a dinâmica dos pais, da
família, mas tem que ter muita clareza de quais são os riscos enquanto isso ocorre. A partir
do momento em que você pega e deixa a escola ser responsável de grande parte do
processo educacional, você está terceirizando a educação.
É um debate que já rodou em uns programas e tal, os perigos de você terceirizar a criação
dos filhos. É importante lembrar que a responsabilidade educacional é dos pais. A escola é
um parceiro na qual a gente pode sim delegar algumas coisas, mas a gente não pode
transferir total responsabilidade pra escola. Bem, essa é a introdução que eu queria fazer a
uns bloqueios como um todo, diferenciando de mitos e também introduzir os bloqueios
educacionais. E agora na próxima aula começamos o primeiro bloqueio, o bloqueio do
gabarito.

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Bloqueio do Gabarito
Primeiro dos bloqueios, um dos bloqueios educacionais. E eu falei lá em mitos, que o mundo
está mudando muito rápido e cada vez mais acelerando. Muito legal esta frase do Murdoch,
magnata da mídia:

"O mundo está mudando muito rápido e o grande não vai mais
vencer o pequeno, o mais rápido é que vai vencer o lento. ”,

muito louco. O grande não vence mais o pequeno, é o rápido que vence o lento. Faz muito
sentido né, num mundo que está mudando, exponencialmente as coisas, o ser grande não é
o grande diferencial o grande diferencial é ser rápido, é mudar rápido, é a capacidade de
você mudar de estratégia, de você se mover de você mudar tudo. Por isso que fala-se tanto
em startups, startup... a grande sacada da startup é que ela é rápida e por isso que muitas
startups estão vencendo os gigantes.
A startup ela é resiliente. A cada mudança do mercado ela se adapta enquanto os grandes
são engessados e ficam mais lentos. Isso vale pro mundo empresarial startup e empresas,
mas também vale pra vida pessoal. Hoje em dia a gente precisa ter uma grande capacidade
de se adaptar às novas situações.
Sempre se falou que os empregos públicos, são lugar da estabilidade perfeita, eterna e
conquistável e com as crises que vieram, não dá mais para garantir estabilidade total e nem
em empregos públicos. Sabe qual é a maior estabilidade? É a capacidade de lidar com as
instabilidades. Se você tem, consegue ser rápido com a startup para que no meio de
qualquer instabilidade você se adaptar àquilo ali, você agora tem estabilidade por você se
adaptar à instabilidade.
Eu queria abrir um parêntese sobre isso, só para falar uma coisa interessante. A Pepsi,
recentemente resolveu lançar um novo produto, querendo reinventar o ato de beber líquidos,
e o que que ela fez? Ela criou um startup, para poder lançar um produto disjuntivo. E o que
que ela fez, que é até o que eu uso o DrinkFinity, é um sistema que basicamente, você tem
uma garrafa e que você compra os sabores e adiciona água na sua casa. A grande sacada é
“pra que ficar um caminhão transportando várias de latas que são compostas basicamente
por 80% de água talvez, se a água você tem na sua casa?”, faz mais sentido só transportar
a essência do negócio. E água é o commodity que você tem em qualquer lugar.
Eu achei interessante essa proposta, resolvi comprar. Esse aqui só está com água mesmo,
mas eu achei interessante é a forma como a Pepsi lançou isso. Ela viu que por ela ser
grande ela não tinha a velocidade que um projeto inovador precisa, de estar mudando toda
hora, e perceber que esse caminho está ruim e já mudar a estratégia, então ela criou meio

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que uma unidade como se fosse uma empresa a parte, uma startup, com autonomia, com
verba própria, tudo próprio pra poder ter velocidade de locomoção.
A Ambev, do mesmo segmento de bebidas, também criou uma outra unidade, só para fazer
projetos juquitivos totalmente desassociados. Inclusive fisicamente. Talvez seja até um outro
CNPJ da matriz para poder velocidade. E a Ambev lançou um E-commerce de serviços
especiais, lançou um sistema de delivery. Todos estes projetos novos. E como novo não
existe um histórico para dizer o jeito certo de fazer, como faz, como não faz e aí você precisa
tentar, errar, voltar a mudar e por aí vai, tem que ser rápido. Então fecha parênteses só para
aprofundar um pouco na frase do Murdoch.
E eu quero trazer, lembra daquele graficozinho, aquele clássico gráfico exponencial e linear?
Eu vou trazer uma versão desse gráfico, só que povoado com alguns dados. Esse é um
gráfico que fizeram em uma eleição de quais foram as grandes inovações do planeta nos
séculos, e começaram a posicionar essas inovações numa linha do tempo. E vê que loco,
percebe. Aqui a imprensa, uma grande inovação que mudou o mundo das oportunidades,
sem dúvida. A próxima grande, no critério deles, foi o telescópio. Depois de centenas de
anos, veio a máquina a vapor, o telégrafo, a lâmpada elétrica, o telefone, o carro, o homem
na lua. E aqui começa, um perto do outro, o microprocessador, o DOS, o Apple,o Windows,
o celular e vai numa velocidade incrível.

ACCELERATING GROWTH IN THE TECHNOLOGY

Eu queria dar um zoom nesse começo aqui, só para falar sobre isso aqui: telégrafo. Vê que

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loco, esse aqui foi o primeiro tipo de telégrafo. Era o telégrafo óptico, basicamente era um
sinalizador. Então esse pau aqui com dois negócios assim que se movimentava num monte
de posição. Cada posição representava uma letra. Como que funcionava? Tinha um posto
de observação, onde ficava o sinalizador, e esse cabra aqui, ele olhava no monóculo lá para
o outro posto, lá longe, via qual era a letra que colocou, anotava, colocava aqui também
para passar pro próximo, uma loucura né.
E esse tipo de comunicação, apesar da gente olhar hoje e falar “que coisa absurda”,
Napoleão usou muito isso. Napoleão sambou na cara da sociedade com essa parada,
porque o telégrafo óptico ou o telégrafo semáforo, como eles chamam, foi uma das grandes
inovações que Napoleão utilizou como ferramenta de comunicação para vencer as batalhas
que ele venceu. E aí eu não poderia deixar de falar nesse nome semáforo aqui que, se você
parar pra pensar, esse telégrafo óptico combinado com as cores, é o semáforo que a gente
vê hoje em dia, é um sinalizador, só que em vez de ser baseado em movimentos é baseado
em cores.
Depois do telégrafo óptico veio o telégrafo que você mandava lá o código Morse, já era uma
versão mais avançada.
Beleza, falei rapidamente desse momento da humanidade durante o telégrafo. Agora eu
queria dar um zoom nessa parte mais aqui, e falar sobre isso aqui: O homem na lua. Pouco
tempo depois, um bocado de tempo depois, o homem foi para a lua, lá em 69, era aquela
loucura” meu Deus vamos pra lua, com foguete e tecnologia.”.
O homem foi para a lua com um computador que de tinha 2 KB de RAM. Tem noção o que
é isso 2 KB de RAM? Qualquer notebook simples de hoje tem 2 GB de RAM. 2 GB de RAM
equivale a dois milhões de KB. E o homem foi para a lua com um computador de apenas 2
KB. Voltamos para cá, beleza. Aí você pergunta “o que isso tem a ver com criatividade?”
Imagina se Napoleão naquela época, ele entrasse num túnel do tempo, e fosse parar aqui na
caravela aqui na praia, Praia Grande. Praia Grande não, Santos vai, parou em Santos.
Napoleão ia ficar louco. Ia olha pro bagulho e dizer: “Onde é que eu tô? Meu Deus ” Ele ia
ficar frenético, ele ia ver helicóptero, escada rolante, “que que é isso, semáforo, ele ia dizer,
opa semáforo, você se inspiraram em mim que eu to ligado.”
Enfim ele ia ficar muito chocado com esse monte de inovação. “Meu Deus, esse Shopping
Center o que é isso, que mundo é esse? ” Até que ele entrasse para uma sala de aula numa
escola e ele dizia: “Não aqui está ok, aqui, né muito estranho não, aqui não está muito
diferente. ” É muito louco que da época de Napoleão, da época daquele telégrafo semáforo
ridículo, até hoje o sistema educacional, a base do sistema educacional, não mudou muita
coisa. Talvez, fosse a única coisa no mundo inteiro que Napoleão ia dizer: “Opa, isso aí está
ok, isso aí está na minha zona de conforto. ”

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E que modelo escolar é esse que vem desde a época do telégrafo semáforo? É um modelo
que vem basicamente de um ser humano está na frente dos outros, num quadro, em que ele
copia um monte de coisas no quadro e aí outros seres humanos estão lá ao monte tendo
que copiar o que o professor copiou no quadro, pra que as pessoas decorem aquilo, pra
que elas façam uma prova. Em que o professor irá para perguntar se elas realmente
decoraram aquilo que ele mandou elas copiarem que estava escrita no quadro branco.
Depois essas pessoas checam no gabarito, se elas conseguiram acertar exatamente o que o
professor esperava que elas respondessem, baseado no que elas copiaram do quadro
deles. Esse é o modelo da grande maioria das escolas até hoje, não é de todas as escolas,
mas da grande maioria das escolas continua com essa modelo base.
O mundo daquela época do telégrafo, o homem da lua estamos aqui e continuamos com
esse modelo base. Enquanto que hoje em dia a gente tem na nossa mão os Gadget, que
são mais potentes que o sistema que levou o homem à lua, será que isso não é motivo
suficiente para mudar completamente esse modelo? O mundo inteiro mudou, menos a forma
como os seres humanos são educados em larga escala através da escola. Apesar de já ter
alguns casos de escolas diferenciadas, elas são minorias, e o que está ocorrendo muito é o
que eu chamo de Kit escola inovadora, aquela escola em que distribuem Tablets pra todo
mundo, que botam robótica,

“nós somos muito inovadores”,

mas o modelo continua o antigo e a prova disso é que tem aluno que em vez de
copiar o quadro, tira foto. Fica a dica professor, que é a coisa que está acontecendo.
Queria contar agora duas histórias rápidas em relação a educação.
Primeira história é a seguinte: o filho recebeu uma tarefa, ou seja, um problema, que o
objetivo era resolver esse problema, era colorir. E a criança coloriu o céu todo de cinza e
recebeu a tarefa dela como errada. Por que errada? Porque todo mundo da turma tinha
preenchido o céu de azul. E essa era a resposta que se esperava, essa resposta certa. E
esse é um exemplo simples de como a escola, se você parar pra pensar, basicamente ela é
um jogo de adivinhar o que o professor espera que você responda. Esse é o jogo da escola.
As, respostas estão previamente definidas. É aquela resposta e pronto. E você tem que
basear no que você copiou do professor, dá um jeito de assim como todo mundo da sala,
chegar na mesmíssima resposta para que todo mundo acabe igual. Então ninguém quer ser
diferente. O objetivo da escola é que as pessoas sejam iguais, que as pessoas acertem
exatamente o gabarito como estava previsto e todo mundo em busca daquela mesma
resposta.
A segunda história é sobre João Gabriel meu cunhado, irmão da minha esposa, quando ele
tinha 7 anos, ele tinha uma tarefa que era perguntando o que você acha dos índios? E ele
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respondeu " Eu acho que os índios são idiotas.". E a professora claro colocou errado na
tarefa. E eu perguntei para ele. “Por que você acha eles idiotas?” E ele falou assim: “Murilo,
eu vejo os índios em Brasília, protestando na casa da Presidenta, protestando as coisas e
eles tudo sem roupa não sei o que. E em Brasília lá tem roupa, porque minha tia mora em
Brasília. Então eles são bestas de ir lá sem roupa.”
E é engraçado que essas respostas de crianças, essa que a gente ri né, é divertida, “aí como
criança é engraçada”. Na verdade, essa é uma resposta extremamente verdadeira e
considerando que a pergunta foi “o que você acha dos índios.” Não devia ter resposta certa
ou errada. Você não pode começar um problema com “na sua opinião” e depois julgar se
aquela opinião não está enquadrando as pessoas a pensarem num único jeito. Talvez a
professora poderia considerar que a resposta era incompleta porque ele não justificou. Se
ele colocasse: “os índios são idiotas porque, eles e tal e tal, porque em Brasília tem roupa”, aí
talvez a resposta correta. Não dá para exigir que todos respondam o que eu acho dos
índios, “acho que o índio tem um papel fundamental na cultura.” Então a professora ela
pergunta “o que você acha dos índios”, mas ela espera o que, a resposta que está prevista
no gabarito, não é para ninguém criar respostas, não é para ninguém pensar, não é para
ninguém raciocinar, é simplesmente, para ele acessar o banco de dados, que você tem e
que você deveria ter, porque ele colocou no quadro, e entregar aquela resposta que todo
mundo fez igual.
Eu como adoro imagens, coloquei a seguinte imagem.

ENCONTRE X

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Alunos burros. Aparece um bocado de coisas engraçadas, eu gostei desse aqui ó
É, já viu isso aqui: Triângulo, tem dois valores absolutos e um x e aqui tem. O problema é
encontre o X. Aí o moleque colocou, ele está aqui. E aí isso ficou errado.
Fiquei pensando assim, será que o aluno é burro ou a professora que é burra e não sabe
colocar o enunciado direito? Porque se ela bota encontre X, o X foi encontrado, agora se ela
coloca encontre o valor de X ou coloca calcule X aí já é diferente. No modelo educacional
tradicional, o professor ensina apenas que onde tiver esse triangulo com dois negócios, um
X você aplica essa fórmula e chega no resultado, e chegando no resultado o mais rápido
possível você avança para a próxima questão e agiliza. No máximo vai para outros nove, que
você acertou e aí, é só correr para o gabarito e ter certeza que você colocou igual a todo
mundo. O gabarito lembra o que, o cartão perfurado, que é um recurso que a máquina
utilizou, porque a máquina precisa de linearidade, precisão, só que criatividade é uma
ferramenta para resolver problemas, e o que acontece na escola... Sempre abrindo
parênteses, quando vou falar da escola, quando falo dos professores eu estou generalizando
para àquelas escolas e aqueles professores que trabalham seguindo esse modelo tradicional
de escola que ainda é a maioria infelizmente.
Criatividade é uma ferramenta para resolver problemas, na escola nós recebemos muitos
problemas para resolver, mas ninguém nos dá a oportunidade de resolvê-los de forma
criativa. As pessoas obrigaram a gente durante 10, 15 anos de quase todos os problemas
sempre resolver de um jeito padrão.
Até problemas matemáticos podem ter mais de uma solução que não seja do gabarito. Por
exemplo: O pedreiro constrói uma casa em 30 dias, enquanto tempo 2 pedreiros constrói a
mesma casa?
Qual é a resposta esperada? Metade do tempo, 15 dias. Mas ele podia responder 2 meses
porque, eles ficam conversando os dois, eles perdem produtividade, essa é a real. Mas isso
na prova tem que colocar assim. Ok, mas na prova não é para gerar aprendizagem para a
vida real? Na vida real o que que acontece? Qual a resposta mais próxima da vida real? Na
vida real pode demorar 2 meses.
Outro exemplo, uma pessoa que come um saco de pipoca em meia hora enquanto tempo 2
pessoas comem o mesmo saco de pipoca?
Qual é a resposta esperada? Metade, 15 minutos. Eu podia responder, 5 minutos porque vai
aumentar a velocidade média que você pega a pipoca, porque agora tem concorrência,
papai, mesmo que seja sua mãe, fodasse, agora tem que agilizar. Então na vida real essa é
uma variável, só que se uma criança pega um problema desse, dá uma resposta, mesmo
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que justificando nesse nível, provavelmente, na escola tradicional, ele vai levar um errado.
Eu adoro esses exemplos que tem no Google de erros em prova, esse aqui é um erro meio
bizarro, meio exagerado, nesse caso eu não concordo com o aluno, acho que o aluno tirou
onda, a pergunta é.
Faça um resumo da segunda guerra mundial.
Ai o moleque colocou “ta,ta,ta,ta,ta,ta, bomba, evacuar”. Ai, realmente, foi piada, mas o que
eu achei interessante é que, ele levou um zero, mas do lado do zero a professora colocou,
parabéns pela criatividade.
Só que os parabéns pela criatividade em letras vermelhas do lado do zero é um parabéns
meio sarcástico né. É meio que “parabéns pela criatividade, mas se continuar a fazer assim
vai se prejudicar. Não é isso que valorizamos aqui, então se continuar assim é zero.”
Exagerando um pouco, mas inconscientemente, subliminarmente, é isso aí, essa é a
mensagem que vai.
Se eu fosse professor eu não ia botar isso como certo, realmente, porque avacalhou, mas
será que não dava para mandar um 0,1: “parabéns pela criatividade de verdade. Vai ser
reprovado, mas parabéns pela criatividade, muito bom isso aí.”
Esse educador, Neil Postman, ele fala que quando a criança entra na
escola, ela é um ponto de interrogação, mente aberta, cheia de
perguntas, cheia de questões e ela sai com um ponto final. Ela sai com
as respostas prontas. Mas como é que sai com as respostas prontas se
o mundo está mudando e cada vez tem problemas novos? Soluções
antigas não resolvem problemas novos. O modelo que eu estudei já
estava atrasado e ele ainda vigora hoje em dia.
Esse é o que eu chamo de bloqueio de gabarito, e eu resolvi homenageá-lo com esse nome
“gabarito”, porque eu acho que o gabarito da prova, ele simboliza essa busca incessante,
por chegar naquela resposta igual a todo mundo. Resposta previamente definida, e quando
chegar naquilo se contentar, isso é o pior, achar que está bom, pronto cheguei, passa para a
próxima.
A gente aprendeu algumas lições erradas nessa vida. A gente aprendeu a lição de que cada
problema só tem uma resposta. A gente aprendeu que as resposta já foram previamente
definidas, e ai ao encontrar uma primeira resposta, que resolva o problema, se o problema
só tem uma resposta, para de procurar. Se contente com aquilo ali, se contente com a
primeira resposta que encontrar, é aquela resposta que eu já sei. O cara tem um problema,
“a já sei”, e aí só porque encontrou uma resposta, já se contenta com aquela e aceita
aquela. O “já sei”, é a resposta que vem de primeira é uma resposta óbvia é aquela resposta

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que estava no banco de dados, porque já foi usada por muitos, porque já foi validade,
testada, porque é confortável. E as soluções criativas elas só surgem quando você não se
contenta com a resposta certa.
A solução criativa ela sempre surge depois da primeira resposta certa. É sempre assim.
Mediante um problema, aquela ideia do “já sei”. Se você aceita essa ideia, já parte para
aquilo ali, você não se abre, para o que vai vir para outras possibilidades. A gente tem que
quando encontrar a primeira resposta que atenda ao problema, ficar feliz, “Que bom que
encontrei”, mas ficar feliz porque agora começa a brincadeira. Agora começa a busca, a
busca para fazer diferente.
Isso é um negócio, velho, que tem que raspar muito isso, é um negócio que é incrustado nas
pessoas. Esse vício do “já sei”, de querer agilizar as respostas, foi a vida toda assim nas
provas. A vida inteira das provas, você aprendeu que passo para a próxima, não tem que
mudar, tem que agilizar logo, fica pensando, não inventa moda, não cria nada, vai agiliza.
Isso não foi uma vez, isso não foi duas vezes, isso foi centenas de vezes, durante 10, 15
anos, e não foram 10, 15 anos quaisquer, foram os 10, 15 anos de construção da
mentalidade como pessoa. O negócio é muito, muito sério.
Essas foram as lições erradas, e qual é a reaprendizagem disso? A reaprendizagem é

“cada problema não tem só uma resposta”.

Todo problema tem várias opções de solução, outras mais fáceis outras mais difíceis, alguns
com mais risco, com menos risco, com menos gente, com mais gente, mas sempre tem
múltiplas soluções para o problema.
Ai também precisa reaprender que as respostas não foram previamente definidas. A gente
não fica apenas dar soluções que já estão no banco de dados, a gente se acostumou muito
a consultar o guia de melhores práticas, que é muito legal saber as melhores práticas, mas o
mais importante é saber quais são as próximas práticas, é criar as próximas práticas para
atualizar o guia de melhores práticas com coisas novas.
Ao encontrar a primeira resposta certa não pare de procurar, continue procurando. Trazendo
para o lado afirmativo, todo problema tem mais de uma resposta, sempre existe mais
resposta além daquela previamente definida e continue procurando mesmo depois de
encontrar pela resposta certa.
Eu acho que isso é a mensagem mais importante dessa aula e talvez uma das mais
importantes desse curso inteiro.
Se você incorporar como hábito de vida para mediante todos os problemas pessoais,
problemas profissionais, e lembrando que problemas não é só dificuldade, é oportunidades,
decisões, necessidades. Também dificuldades, mas pode ser coisas boas também, qualquer

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coisa que demanda solução. “Ok encontrei a primeira resposta”, descarto ela, descarto
temporariamente, vou atrás de outras que cabem realmente, ou seja, é possível, esgote as
possibilidades, eu posso voltar àquela primeira claro, mas nunca sem antes procurar pelas
próximas, porque as criativas estão lá, sem entrar lá você não encontra elas.
“Tá Murilo porque a escola faz isso? Porque a escola é tão malvada assim então?”
Cara é o seguinte, um dos grandes vilões de Napoleão era a Prússia, e a Prússia estava
perdendo a guerra, e eles começaram a ficar preocupados e tiveram uma ideia. A ideia de
criar um ensino obrigatório, desde cedo, pra que o Estado conseguisse ter um maior
controle sobre as pessoas. Para criar pessoas obediente, disciplinadas que não questionem
as coisas. Submissa ao Estado para que futuramente eles pudessem ter militares de alto
nível de obediência perfeitos para o contexto guerra da época.
Então criou-se esse modelo aqui, todo mundo sentado, ouvindo as coisas, hoje não é muito
diferente, é quase a mesma coisa. O modelo em que o aluno muitas vezes, ele não é o
protagonista do processo de aprendizagem. O aluno está ali silenciosamente pedindo ajuda,
porque ele não tem chance de se expor, chance de abrir outras soluções, ele apenas ouve
de forma passiva, obedece e tem que acertar aquilo que o professor espera que você
responda lá no gabarito.
Livro muito bom Creating Innovators,
que tem uma frase que ele fala:

" Qualquer um que já passou um tempo numa escola fundamental


sabe que todo estudante começa a escola com uma imaginação sem
limites. ” Imaginação, a base da criatividade, a capacidade de imaginar
coisas. “Começa com uma imaginação sem limites, com curiosidade.”

Vou falar sobre curiosidade no programa especialista.

“Até que ele ou ela aprende que, saber a resposta certa é muito mais
importante do que fazer a pergunta inteligente."

A gente chega na escola, assim com uma imaginação sem limites, com curiosidade, com
criatividade. Até que a gente aprende que o que importa para a vida é saber as respostas
certas. É isso que vai te fazer bem, saber as respostas, está tudo lindo, e você vai fundo. Se
você acerta o gabarito em todas as provas é a melhor garantia que você vai fazer sucesso
na vida. O que? Gabaritar as provas? Isso é só alegria, papa.i E que isso é muito mais
importante... saber as respostas das coisas, é muito mais importante do que saber fazer
perguntas. Você já teve alguma aula no colégio, sobre fazer perguntas, sobre como fazer as
perguntas certas? As perguntas certas, geram respostas certas. A arte de fazer pergunta,
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nós vamos falar sobre isso mais, no bloqueio do implícito, na técnica de ABCPS, vou falar
sobre isso. Ouve ai essas palavras do mestre Rubem Alves.
Vídeo slide 84

“A missão do professor não é dar as respostas prontas, as respostas


estão nos livros, estão na internet. A missão do professor é provocar
inteligência, provocar o espanto, provocar a curiosidade. ”

“A missão do professor é provocar a inteligência, é provocar o espanto,


provocar a curiosidade”.
No contexto de mundo atual que a gente tem um clichê na palma da mão, o mundo na
palma da mão, é um clichê verdadeiro, nós temos um mundo de conhecimento na palma da
mão. Naquele computador que é um milhão de vezes melhor que o da NASA e a internet
com todo conhecimento acessível para buscar a todo momento. Precisamos de
conhecimento é claro, vou falar no bloqueio dos especialistas, é importante para o repertório,
mas será que a gente precisava de todas aquelas horas de conhecimento foi jogado na
gente, jogados de um jeito que ninguém nunca se preocupou de verdade se a gente estava
aprendendo.
Escola não deveria ser uma instituição de aprendizagem.
A preocupação deles era garantir que estavam ensinando, afinal são instituições de ensino.
Deveria ser instruções de aprendizagem. Uma simples mudança de rótulo ( igual quando fala
da zona de conforto, zona de estagnação), ao mudar o rótulo de uma coisa, muda toda a
visão. E no ensino tradicional as instituições nunca se viram construções de aprendizagem, o
objetivo deles é ensinar, aprendeu, aprendeu, não cara, tem que estar comprometido com a
transformação na outra ponta, ver se realmente aquilo foi aprendido, nas palavras de Rubens
Alves.
Vídeo slide 87

“Eu gostaria que a avaliação do ensino não fosse feita imediatamente


depois que termina. Eu gostaria que fosse feito dois anos depois de
terminado o ano, porque o aprendido é aquilo que fica depois que o
esquecimento faz o seu trabalho. ”

“O aprendido é aquilo que fica depois que o esquecido faz a sua


parte”, poeta do esquecimento Rubem Alves.

Esse aqui é o mapa da Prússia na época, e essa linha vermelha aqui era a linha que eles
tinham de telégrafos, semáforos, esse sinalizador. E eles se orgulhavam muito. “Olha que
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incrível nós construímos um mega sistema de comunicação, baseado num negocinho que
fazia assim.” E nessa época surgiu isso aqui, que ficou até hoje e é um padrão.
Aí você pergunta, “Murilo porque esse modelo prussiano, que é horrível, porque ele foi
replicado no mundo?”
Foi uma questão time, de tempo, tudo é uma questão de time. De tempo certo na hora
certa.
Um pouco depois surgiu a revolução industrial. E a revolução industrial, adorou esse modelo,
achou o máximo, porque um ambiente extremamente industrial que estava ali construindo
pessoas, dentro de um padrão, obedientes, disciplinadas. Tanto que até hoje a gente chama
de disciplinas, as matérias das escolas são as disciplinas, porque vem desse contexto. E
perfeito porque a demanda de trabalho, eram demandas padronizadas, estruturadas,
lineares que não havia necessidade de criatividade, era realmente um trabalho mecânico que
eles não tinham tecnologia para fazer, precisavam de pessoas mesmo, aquele modelo era
perfeito.
Vou mostrar agora um trechinho de um documentário chamado “educação proibida”, vou
deixar um link completo aqui como referência da aula, um trechinho bem interessante que
fala do modelo industrial da escola.
Vídeo slide 95
Meio chocante essa linha de produção né?
O ensino educacional ele produziu, continua produzindo na maioria, pessoas assim, pessoas
iguais, padronizadas que pensam parecido enquanto que o mundo precisa de pessoas que
pensam diferente, e foi sobre esse mesmo assunto do documentário que o Pink Floyd
cantou no “Another Brick In The Wall”.
Vídeo slide 97
Essa parte que diz:

“We don´t need no education”

é a mais famosa, mas a parte que eu acho mais profunda é

“a gente não precisa de controle de pensamento” (We don`t need no


thought control),

a gente não precisa que nos controlem, traduzindo literalmente é mais profundo, controle do
pensamento, a gente não precisa de pessoas que controlem a forma como a gente pensa.
Eurípedes já dizia,

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"Não dizer o que pensa esta é a condição de um escravo", e o Hitler
ele ainda falava que "a sorte dos governantes é que os homens não
pensam."

E por isso que essa mentalidade industrial, militar, dominante que criou esse modelo
tradicional que foi ficando.
Eu queria esclarecer uma coisa, você que tem filho ou um sobrinho um afilhado que gosta
muito, eu sei que ouvir essas coisas vai você pensar: “a escola do meu filho, será que lá é
assim, será que não é, eu tenho que verificar não sei o que”, traz algumas frustrações. Eu
queria lembrar que é assim, nós vamos ter um Hangout, só sobre isso. Não existe resposta
certa para esse problema, não existe resposta certa, esse é um problema com múltiplas
respostas, mas eu tenho que lembrar que, apesar de ser inevitável durante essa aula não
pensar em crianças, o objetivo é olhar para a criança que você foi, para o seu passado, para
ver até que ponto isso tudo lhe bloqueou, nessa coisa de se contentar com a primeira
resposta certa e o que se pode fazer agora para raspar para melhorar isso. Nosso foco aqui
é você e o seu passado, porque pode ser que seu filho, sua filha, não esteja nesse modelo
exato, mas eu tenho quase certeza que você passou por isso porque eu passei.
Um dos livros mais clássicos de
Foulcault “vigiar e punir”,
ele fala do ser prisional e fala como o modelo da prisão foi replicado, para o exército, para
hospícios e para a escola.
“Tá Murilo, então é tudo culpa da escola? A escola é o mal do mundo, temos que acabar
com a escola a humanidade”.
Lembrando daquilo que eu falei:
Educação é um conceito muito maior do que escola. A escola é apenas um agente que
trabalha num processo educacional, mas que cada vez mais esse agente, tem maior
participação por tá ocorrendo essa terceirização da educação. E a escola, apesar que a
grande maioria ainda tem esse modelo clássico, não é só ela que causa esse problema,

EDUCAÇÃO

ESCOLA

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porque em casa muitas vezes os pais estão ainda mantendo a mesma lógica de vai estudar
com o filho, ai decora o questionário pra aprender pra ver se tá decorado, cobra pelo
gabarito, cobra pelas notas, pelo gabarito, não cobra pelo aprendido, simplesmente olha
aqueles número ali e acredita que aquele número ali representa o aprendido e você sabe que
não é verdade.
“Tá Murilo, então é tudo culpa da escola e dos pais? Escola e os pais são o mal do planeta e
tal.”. Ainda não, tem outras variáveis também.
Um exemplo simples. Por exemplo. Você vai comprar um lego hoje em dia, você vai
comprar um lego, tem o lego do Batman, tem o lego do Star Wars, tem o lego do Minecraft.
Quando eu era pirralho, o lego era assim, era assim, um monte de peças soltas, e te vira
papai, nós pegávamos essas peças e começamos a usar nossa imaginação para criar
imagens que a gente representava através daqueles tijolinhos.
Isso era um jogo de extrema imaginação. Isso aqui é um jogo de memorização, a gente
memoriza o que tem que ser feito, na capa do jogo vem o gabarito do que tem que ser
construído, e a gente pega aquelas peças e começa juntá-las, não para imaginar, não para
criar imagens e sim para chegar na imagem previamente criada, previamente definida de
modo que todo mundo ao final da brincadeira chegue no mesmo resultado. É o gabarito. O
que ocorre muitas vezes é que a crianças pega o lego do castelo do Batman, compra né
empolgada, constrói o castelo do batam, e quando ela acaba de construir sabe o que ela vai
fazer? Ela quer destruir o castelo do Batman para misturar com as peças do Star Wars e aí
começar a imaginar o que poderia ser feito.
O problema é que muitas vezes o pai ou a babá, alguém que está por perto, vai dizer assim,
“não filho você é louco, acabei de comprar pra você o castelo do Batman e você vai destruir
já isso foi caro, tem que valorizar o dinheiro. O dinheiro é suado, não é fácil não. Eu não
posso comprar um castelo, você monta um castelo, e em meia hora derruba o castelo, e
joga meus R$300,00 reais fora” dando lição de moral. Então a mãe chega e fala “vamos
botar uma Super bonder para grudar para não derrubar nunca”. Claro, sempre pessoas
bem-intencionadas, mas que nunca pararam para pensar nisso, que é um é jogo de
imaginação, e o outro é um jogo de memorização e que tipo de habilidade você quer
desenvolver. Memorização já desenvolve toda hora, será que aquela não é a oportunidade
do moleque de desenvolver a imaginação? Faz muito mais sentido eu acho.
Enfim, eu chamo de “bloqueio do gabarito”. Dá para chamar também de bloqueio do “já sei”.
Acho que o “já sei” representa bem, “já sei” essa pressa de querer ser pratico demais, de
querer seguir na linha industrial, que não pode parar tem que está produzindo. As lições
erradas foram essas. A gente já negou elas, e transformou em frases positivas, o fato é que
todo problema tem mais de uma solução sempre, problema pequeno, grande e pessoal,
profissional, sempre tem. A gente não tem que se contentar apenas com as respostas
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predefinidas, além das que já tem, a gente pode sempre criar novas, e eu acho que essa
última aqui resume bem o desbloqueio, “não se contentar com a primeira resposta certa”.
Isso resume essa aula, essa frase,

não se contente com a primeira resposta certa, ao encontrar a


primeira resposta certa, vá sempre além.

Isso não é uma coisa para você, “ ah, eu vi essa aula hoje, vou lembrar, hoje à noite quando
eu for em tal lugar eu vou lembrar”. Isso é para você injetar na veia, injetar para sempre e
virar um hábito na sua vida.
Eu criei um hábito já que de vez em quando irrita as pessoas que lidam comigo aqui na
empresa, lá em casa, que é, sempre que eu ouço falar: “Ah tem que fazer isso, aí eu pensei
em fazer isso, pode ser? ” Eu falo, “cinco opções, abre cinco opções, coisa simples, se todo
problema que você tiver, quando chegar no ‘já sei’, vou abrir cinco opções de solução.
Normalmente a segunda é fácil encontrar. A terceira é mais ou menos. Para encontrar a
quarta e a quinta você começa a suar, não tem mais quarta e quinta, realmente é isso ou
isso mesmo”. A gente tem uma mania né, maniqueísta, bem ou mal, é isso ou isso.
Vocês vão ter duas técnicas interessantes que falam sobre isso. A técnica Brainwriting e a
técnica Da Vinci, não deixe de ver é muito importante.
Bem para finalizar eu queria só contar uma história do início da minha carreira de comediante
de como eu decidi ser diferente, fora do padrão, me aproveitando do fato das empresas se
contentarem com a primeira resposta certa.
O que acontecia, teve alguns anos que Stand Up estava muito na moda, tinha acabado de
surgir e todas as empresas que tinham um problema, que toda tem, de “como tornar o meu
evento mais divertido?”
Todas elas se contentavam com a primeira resposta certa que era: “Já sei põe um Stand Up
no jantar, porque eu fui em Comedians. Eu fui num lugar num bar e no meio do jantar eles
ficam lá contando umas piadas é muito legal.” E cara, virou uma enxurrada de pessoas
contratando os humoristas e eu fiz muitos trabalhos desse, isso aqui, no meio do jantar da
galera você chegava lá e começava a falar, a turma jantando e você lá falava. E eu comecei a
questionar o pessoal das empresas. “Será que a única solução, para o problema, animar o
evento, é colocar um humorista no jantar?” Na verdade, para mim essa nem a solução para
esse problema, porque um evento que é chato o dia inteiro, a tarde inteira, aí na noite no
jantar tem um cara contando piada. Isso é apenas uma ilusão de que o evento foi divertido,
porque o evento continua chato a manhã inteira ne? E eu comecei a propor a eles o
seguinte, “se o humor é para descontrair, o pré-requisito para poder descontrair é ter uma
contração”. O lugar tem que estar contraído, o jantar não é contraído. No jantar é um lugar

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de descontração naturalmente, é hora que rola a birita, você pode ver se pega alguém, a
hora que está todo mundo se conhecendo. Normalmente durante o dia o povo está divido
em grupo, isso é descontração. Sabe o que acontece quando você pega uma descontração
do humor e coloca dentro de um ambiente já descontraído? Você cria uma contração,
menos com menos da mais, as pessoas em vez de poderem ficar mais à vontade
descontraídas, tem que se contrair para ouvir a descontração. Ela se contraiam para
descontrair não faz sentido nenhum. E eu comecei a mostrar para as empresas que o humor
tinha que estar durante o trabalho. Então eu comecei a fazer isso aqui, comecei a fazer
shows na empresa, durante o ambiente de empresa. Eles contraídos, em ambientes meio
que de sala de aulas, ambientes relativamente sérios, ambientes de paletó, que precisam de
descontração, precisavam de humor.
As empresas que se contentavam com a primeira resposta certa, e para mim isso foi a
oportunidade que acabou evoluindo. Para eu fazer mestre de cerimônias, porque ali eu
estava costurando o evento inteiro, e aí sim fazendo que o evento fosse todo divertido.
Depois evoluir pra consultoria. Eu comecei a dar consultoria para alguns executivos em
relação ao Storytelling deles. E depois evolui para eu dar palestras, porque aí eu dando
palestra eu misturava com Stand Up, como eu faço até hoje e aí aquele momento, meu pelo
menos, seria o momento que ao mesmo tempo teria conteúdo e também eu faço piadas e
faço graça lá.
Queria dar outro exemplo interessante da comédia, dessa história de não se contentar com
a resposta certa. A forma mais simples talvez de piada, é o trocadilho. O trocadilho (aqui no
google) é um jogo de palavras que apresenta som semelhantes ou iguais, mas que possuem
significados diferentes e que resultam em equívocos por vezes engraçados, também pode
ser trocadilho: “É uma expressão que dá margem a varia interpretações. ” Quase todo
trocadilho ele brinca exatamente com o segundo significado de uma palavra. Todo mundo
espera daquela palavra um significado X porque esse é o padrão, a primeira resposta certa,
e o humorista coloca a palavra numa situação que o que vale é o segundo significado não é
mais a primeira resposta certa.
O meu Podcast quando o pessoal vai postar na internet, nas redes sócias, algumas vezes,
não sempre, o pessoal faz trocadilho visuais, como isso aqui é uma entrevista com um cara
chamado Israel, então bota a bandeira de Israel, confunde, mas a gente confunde de
propósito para ficar confuso mesmo. Aqui ó “faça coisas não escaladas”, esse escalável tem
a ver com escalabilidade, não com escalar coisas né.
Aqui, “cauda longa, não tem a ver com o gráfico da cauda longa”. “Afiar o machado, não
tem a ver com machado de Assis”, mas tudo isso são exemplos bobos, idiotas, cômicos,
mas é exemplo de não se contentar com a primeira resposta certa. Por que eu gosto de
revista? Revista normal. Fortaleza, a cidade de Fortaleza. Enfim, é a forma mais simples de
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piada de comédia, mas que também vem de não se contentar com a primeira resposta
certa, no caso o primeiro significado, o primeiro símbolo certo, e ir atrás de uma segunda
resposta.
Eu diria que na comédia, dependendo dos trocadilhos, quase toda piada se encaixa nesse
conceito de que... a grande sacada da piada é a segunda resposta certa. É levar o
expectador para um caminho óbvio é fazer ele achar que ele vai pra aquele caminho padrão
de depois o humorista vem e dá uma rasteira e traz uma segunda resposta certa no caminho
não óbvio.
Bem, esse é o final do primeiro bloqueio, a mensagem principal é não se contentar com a
primeira resposta certa, se acostume a abrir 5 opções para tudo, não só pros grandes
problemas, mas também pros pequenos, pros pessoais, profissionais, pra qualquer decisão,
qualquer necessidade, qualquer oportunidade. Quando você pensar no “Já Sei”. Pensar o
que “Já Sei”, que bom que eu já sei, mas agora eu quero me abrir a mais oportunidades.
Tarefinha do tio Murilo.
Tarefinha número 4.
Você para fazerem a tarefinha número 4, vocês vão precisar recordar aquela tarefinha
número 2. A gente vai querer aquele problema que você tinha preenchido aqui no macro
lembra?
Esse é o problema que você vai colocar aqui no centro dessa tarefinha 4.
Você vai colocar esse macro problema que é recorrente na sua vida. E como a gente acabou
de ver sobre o bloqueio do gabarito,a gente vai fazer agora um esforço de pensar em 10
soluções possíveis para esse desafio. E ai pensa, tenta 10 soluções que talvez elas não
resolvam 100% dos seus problemas, mas que elas podem resolver.
A ideia é encontrar 10 soluções e cada uma delas você vai colocar nesses balõezinhos aqui.
Depois que você fizer do macro, faz dos micros também, pega papel em branco, mete o
problema no meio e começa a abrir. Pelo menos 5, cinco é o mínimo, que todo problema.
Você tem que abrir pelo menos 5 caminhos diferentes antes de começar a escolher quais
caminho seguir.
Não esquece de ver técnica Brainwriting e técnica Da Vinci para finalizar finalmente,

Música Gabriel o pensador. Tudo errado.

Vídeo slide 131

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Bloqueio do Sucesso
Vamos lá, bloqueio do sucesso, esse é nosso segundo bloqueio. É estamos em bloqueios
educacionais apenas lembrando aquele framework meu, a timeline. E eu queria começar
esse segundo bloqueio falando da escola: Murilo de novo falar da escola, já falaste mal da
escola no bloqueio dos gabaritos dessa vez, é para falar bem da escola, falar coisa linda da
escola, uma coisa que a escola ensinou para a gente linda chamada, Método científico,
lembra do método científico, mais ou menos é o seguinte.
O método científico é tem um problema, uma questão, começa uma investigação daquele
problema preparação. Constrói-se uma hipótese, Ok tem uma hipótese, testa-se aquela
hipótese com experiências. Analisa-se os resultados e conclusões da experiência. E então
abre uma bifurcação, muito importante aqui, que é a hipótese é verdadeira, ou a hipótese é
falsa. Se a hipótese ela for falsa ou verdadeira em parte, você pensa tenta novamente
constrói nova hipótese e roda isso aqui você vai rodando. Infinitamente até a hipótese
verdadeira e você faz um relatório dos resultados. Esse é o método científico, a escola
ensina para a gente isso, não sei se a gente aprende, é outra história isso, mas eles ensinam,
pelo menos.

FLUXOGRAMA DO MÉTODO CIENTÍFICO

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É interessante que o método científico, a gente aprende na escola, mas é uma coisa muito
natural nossa por exemplo: Eu vi essa imagem e gostei, como a criança usa o método
científico toda hora. A criança está lá engatinhando andando, ela vê uma coisa no chão ele já
observa aquilo faz observação. Ela começa a mexer querer entender o que é aquilo,
experimentar. E começa a formular uma hipótese do que é faz o experimento ou come ou
mexe ou testa joga para cima, analisa os dados o que aconteceu. Comunica o que
encontrou ou no caso chora ou sorri, ou faz alguma coisa, ou chama papai sei lá e ainda
convida outros a reproduzir experimentos, chama outras criancinhas. É uma coisa natural da
criança e achei massa o vídeo que encontrei de uma criança fazendo uma besteira, tentando
colar um imã na geladeira, mas que o que ela fez ali, demonstra claramente o método
científico sendo utilizado na prática vê aí

MÉTODO CIENTIFICO É NATURAL

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Vídeo slide 9
Uma criança brincando com os imãs de geladeira, ela está brincando com aquele imã e tirou
da geladeira todos os imãs. E agora ela vai tentar entender como é que funciona esses imãs
de geladeira. Como é que eles grudam. Ela começa a colocar e coloca errado aí não
funciona, já deu hipótese errada. Na segunda tentativa hipótese verdadeira legal. De novo
hipótese verdadeira, e aí ela começa aos poucos, entender um padrão, que é o padrão ali
que dá, ela não sabe se é aleatório ela colocando ou não agora ele percebendo ou não, mas
ela vai colocando. Só que chega uma hora que a hipótese é falsa “ôpa esse não grudou”
Então ela começa a retroalimentar e pensar está o que preciso fazer de diferente então para
grudar já que outros grudaram esse não grudou, como é que eu faço para esse experimento
ser um sucesso. Virou e o negócio desgrudou e aí com isso, ela passa de fato a ter uma
hipótese, uma teoria verdadeira. E ela começa a ganhar confiança, de que assim vai mesmo
o bagulho vai eu agora eu captei vossa mensagem, em cima não um em cima do outro,
agora vamos comemorar os resultados, método científico acontecendo naturalmente num
experimento simples em casa.
Isso é método científico ou popularmente conhecido como tentativa e erro, tentativa e erro,
algumas coisas, grande parte das coisas da vida na verdade a gente aprende fazendo.
Richard Branson grande mega bilionário, empresário disse

"Você não aprende a andar seguindo regras, você aprende fazendo,


caindo levantando e fazendo de novo”.

Não tem aulas sobre andar, aulas sobre falar o idioma, já parou pra pensar os alemães,
aprendem alemão sem ninguém ensinar. Eles aprendem alemão de tanto falar alemão e
errando tentando de novo errando e a andar. E sempre tem aquela tia que fala só aprende
fazendo meu filho, só aprende fazendo.
Aristóteles, também falava

“É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a


fazer.”

Sófocles,

“Deve-se aprender fazendo a coisa. Porque pelo pensamento você


acha que sabe, você não tem certeza até que tente”.

realmente a gente pode construir hipóteses, mas para a certeza tem que tentar tem que
fazer os experimentos, e os experimentos vão dar errados. E você aprende com o
experimento roda de novo faz de novo e aí uma hora você acerta e faz sucesso né.

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Esse é o famoso tentativa e erro que é o método, em que se cria piadas. Se juntar os dez
maiores humoristas do mundo num lugar numa sala, vamos agora criar um show de Stand
Up de uma hora e vai ser o melhor do mundo, porque nós somos os melhores do mundo.
Não vai dar certo não é assim que funciona, eles vão ter que fazer algo, jogar para o palco,
testar no campo de batalha, tem que mandar para o campo de batalha de verdade, vê o que
aconteceu, pegar o feedback retroalimentar.
Fazer de novo inclusive esse nome tentativa e erro, foi o nome de uma série que eu fiz para o
Youtube, vou deixar a playlist aqui. É uma série que cada episódio, eu escolhi um tema para
desenvolver sobre aquele tema. Chamava um comediante amigo meu para dar feedback,
para rodar ciclo rápido comigo. E mostrava eu indo para o palco errando aprendendo
processando erros melhorando e depois de vinte e quatro episódios com vinte e quatro
assuntos, eu acabei criando um show tentativa e erro, meu segundo show solo, que eu vou
deixar disponível para quem quiser, meu primeiro show tem no Netflix, Propaganda
Enganosa, meu segundo show tentativa e Erro. Eu vou deixar o link também nessa aula
quem quiser assistir na íntegra e é um show como o próprio nome diz, criado baseado tentar
é fracassar e por aí vai e não é só comédia que funciona assim tudo funciona assim tudo se
cria através de experimentação de testes. O grande desafio é aprender a arte de testar as
coisas de fracassar pequeno para retroalimentar rápido, aprender e a gente vai ter uma
técnica chamada lean startup nesse módulo a gente vai falar sobre isso.
Esse método tentativa e erro eu usei na comédia, mas as coisas mais diversas, por exemplo
sabe esse óleozinho aqui Wd-40 é bem clássico, sabe o que significa WD? Quer dizer

"Water Displacement 40th, quadragésima tentativa.


Ele foi mudando a combinação química da parada até encontrar nessa
tentativa a quadragésima que deu certo.
Nós fomos criados no processo, tentativa e erro e a seleção natural vai lá, vai indo e assim
vai, aí você me pergunta: “Murilo se é tão natural, então a gente está bem tá lindo o negócio
é natural. A gente nasce assim e de criança, evolução da espécie. ” Não porque apesar de
ser natural e de ensinarem isso para a gente. A gente não usa muito o negócio,
conhecimento sem ação não serve pra nada. A eu tô ligado nisso, mas você tá colocando
em prática, não é só está ligado, conhecimento sem ação não vale nada tem que ter uma
ação. Não adianta “a não eu tô ligado no método científico”, mas não entender o que é na
prática mesmo você não sendo cientista, usar o método científico na sua vida né.
Bem, eu sempre falo sobre nós nascemos criativos e desaprendemos ser criativos pois nós
também nascemos cientistas e desaprendemos a ser cientista. Sabe por que
desaprendemos, porque aqui o método científico. Então eu vou dar um zoom aqui nesta
parte beleza hipótese verdadeira hipótese falsa. Em outras palavras dá para dizer que aqui é
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sucesso e aqui é fracasso, hipótese verdadeira de sucesso, hipótese falsa de fracasso.
Quando eu falo em fracasso, assim como eu falei dos problemas, não são apenas o macro
fracassos o macro. Problemas, fracasso é qualquer coisa que deu um resultado negativo,
não tô falando que fracasso é falir, é sofrer acidente, é sofrer coisas muito graves é quebra a
empresa, é não qualquer coisa que deu resultado negativo é um fracasso, e assim como eu
adoro a micro criatividade os micros problemas, eu adoro os micros fracassos
Então o que aconteceu com isso aqui, aconteceu que o método científico bonitão ao longo
da vida foram mostrando para a gente, que a gente devia eliminar isso aqui. Eliminar a
possibilidade do fracasso quem pode ser otário de não velho não pode correr riscos, tem
que mendigar os riscos. E quando você elimina essa possibilidade o negócio que está aqui
bonitão rodando limpo ele fica capenga, fica capenga, fica capenga o negócio. Não é o
método científico mais, se é um método científico que só vai na boa só vai no certo não está
aberto a nenhum tipo de fracasso e nenhum um micro fracasso. Isso aqui não é um método
científico, não é. Isso aqui não é um método científico, isso aqui é um método de mão única,
isso é que é.
Lembra o mito do acaso, processo criativo input combinação, output, o looping de
feedback, seria como tirar o input do feedback, o negócio vem para acaba, não roda. A
beleza do processo de criar uma solução é que ele nunca acaba a criação, você está
sempre retroalimentando, testando, porque, se ficar assim é um negócio em linha reta né.

PROCESSO DE COMBATIVIDADE

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Tem uma comediante americana, comediante das antigas, que diz

“O caminho do sucesso está sempre em construção.”

O momento autoajuda.
O caminho para o sucesso está sempre em construção. É um caminho que está sempre em
construção. Sendo sempre feito. Muita gente acha que, o caminho do fracasso é esse. O
caminho do sucesso é aquele, então, procura o caminho do sucesso, o jeito que dá certo.
Quando encontrar esse, você vai nele e acabou. Mas não pratica é assim. O caminho para o
sucesso é um, e no meio estão os fracassos. E agora se você mediante esse fracasso já
para. Aí você parou aqui. Se você insiste um pouco mais vem aqui. Se você persiste um
pouco mais vem aqui. E por aí vai. E claro, tem fracassos maiores e tem fracassos menores.
Muita gente pensa que sucesso é uma linha reta, mas sucesso é uma linha totalmente
maluca.
Nós nascemos cientistas e desaprendemos a ser cientistas, nós perdemos essa coisa de
querer explorar novas possibilidade. De fazer aquele teste mesmo que de errado, apenas
para retroalimentar e aprender mais. Nós nascemos exploradores e desaprendemos a ser
exploradores.
Já pensou o que é ser explorador? Explorador é muito útil. O cara que entra num barco, uma
caravela, e vamos cruzar esse oceano. Ver o que tem lá. O explorador, esses caras são
muito machos viu, que a chance de fracasso é muito, muito alta e o cara foi. Eu até brincava
com a minha filha pequena, chamava ela de Maria exploradora, eu ficava muito brincando de
explorar porque eu acho que explorador é uma palavra muito legal que define o
comportamento de querer se abrir ao novo testar coisas novas e no mundo da exploração
sempre a incerteza nós nascemos exploradores desaprendemos a ser exploradores. Nós
nascemos corajosos e desaprendemos a ser corajosos. Quem quer explorar tem que ter
coragem, para se abrir a um fracasso. Tem que ter coragem. Quando eu falo coragem, é
muito importante. Coragem não é não ter medo. Coragem é assim:

“Eu vou eliminar todos os erros. Todos os riscos. E aí eu vou ter


coragem de ir. ”

Coragem é ir mesmo com medo, coragem é isso. Porque eliminar todos os


riscos, na verdade isso não é coragem é paralisação é procrastinação. Sempre
vai deixar para depois e criar uma situação perfeita. No momento que Deus
desce na sua cama e fala agora é a hora o momento perfeito. E não vai ter
esse momento, entendeu. E fazer é fazer. O que se aprende, o que deve fazer
como dizia Aristóteles.
Eu gosto muito desse livro:

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A Coragem de Criar para ser criativo.
Tem que ter coragem. Quando eu falo em coragem a pessoa só pense em coragem em
entrar na jaula do leão, de pular de Bungee Jump, não é só uma coragem extrema. As
pessoas fazem isso, elas têm medo. Ela trabalha com o leão lá, mas ela vai mesmo com
medo, mas esses são medos extremos. Essa é a coragem Hollywoodiana, coragem de
Indiana Jones, não é a coragem simples. É coragem de se expor ao pequeno fracasso.
Aí você pergunta “Murilo e quem é que desensina isso para a gente, a gente nasceu
explorador cientista corajoso e quem foi que te dês ensinou?”
Eu dividi em três categorias.
➡ Nossa família:
É verdade, nossa família que nos ama, nossos familiares e ao redor da gente.
➡ A mídia:
A mídia ela obviamente, essa influência sobre nosso pensar.
➡ A escola.
Sobrou um pouquinho para escola também.
Eu vou entregar logo os três. Primeiro família, eu falei lá sempre tem uma tia que fala:

“Só se aprende fazendo meu filho tem que fazer. ”

Mas sempre tem um tio que fala aquele conselho:

“Você desperta meu filho para que arriscar vem aqui este caminho
certo esse caminho aqui na hora que você vai lá e só alegria, mas vai dar
tudo certo, estabilidade, vai nisso não inventa não. Não inventa moda não.
É, eu fiz assim funcionou, faz assim também. ”

Normalmente o pai da gente, os avós eles querem comparar o passado deles, que foi em
outro mundo. Não foi no mundo exponencial, de hoje.
A solução do passado, não necessariamente serve para o futuro o caso mais clássico disso
é o universo, que hoje em dia agora, nos anos que nós vivemos, agora na década que nós
vivemos não é a estabilidade plena, mas que se vendia antigamente. Que a gente sabe que
hoje em dia as coisas, o mundo está mudando e até o governo deixa de pagar algumas
situações. Não em todas, mas em várias situações e as coisas estão mudando. O que
funcionava ontem pode não funcionar mais no futuro, isso não é crítica ao funcionário
público. Quando eu vejo os alunos que entra na turma se apresentando. E vejo os
funcionários públicos eu fico muito feliz. Muito feliz em saber que tem cara que é funcionário
público, que quer continuar sendo mas quer fazer diferente dentro do funcionalismo público

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eu que também tem vários que vem para o curso porque eu tô querendo sair, mas eu fico
muito feliz quando eu vejo o cara que não, eu só quero fazer melhor. Eu quero fazer melhor
aqui. Eu quero dar uma solução mais criativa para os problemas que tem aqui no meu órgão
e por aí vai.
Bem esse só vai na boa meu querido, tu é muito preocupante, é aquele que diz ó tem um
caminho espera o caminho chegar, espera a hora certa e dar um tiro, é o método de
tentativa única, não inventa outros caminhos não lembra que o pai.
Vídeo Trailer Croods
Nunca podemos explorar o mundo lá fora por causa da única regra do meu pai,

"o novo é sempre ruim. Nunca perca o medo."

essa regra até hoje muita gente segue. Nunca perca o medo. O medo é um negócio louco.
O medo ele manda na gente. Ele orquestra nossa vida. Se a gente permitir né. A nossa
amígdala está sempre atenta a seguir a diretriz primária da vida que é sobreviver. Vou falar
mais sobre isso em introduções de bloqueios cerebrais. Só queria dizer que nessa época,
essa era uma época que a gente tinha que realmente obedecer ao medo, porque é uma
época que a qualquer momento o elefante pisava em você. Hoje em dia nós temos medo.
Vivemos com medo, mas não se compara com essa época e é esse cérebro dessa época
que ainda tá até hoje tentando tirar nossa atenção e fazer com que nossas decisões sejam
baseadas no medo. Sabe aquele exercício que você fez primeira tarefa o segredo do
fracasso, da timeline da sua vida. Tenta agora olhar para ela olhar para as decisões que você
tomou. Identificar quais foram a tomada em função do medo e quais foram tomadas em
função do amor. Eu digo que o contrário de medo não é a coragem, medo o contrário de
medo é amor, porque coragem não é o contrário de medo, coragem é ir com medo não o
contrário. Então quais as decisões que você tomou pôr o medo e quase as decisões que
você tomou por amor. Para pensar falamos nisso depois.
Bem quanta gente fora família e que também colabora para degolar o método científico e
fazer a gente criar. Esse medo obsessivo pelo fracasso, essa preocupação, a própria mídia.
A gente sabe, que como tudo que envolve medo. Tudo que envolve como evitar o fracasso.
O problema de televisão o Datena representando toda essa classe, a mãe assassinada, o
estupro do não sei o que, a mãe morre no hospital, e estado de alerta a mídia deixa a gente
em estado de alerta o tempo todo. Está sempre falando para a gente ter medo, ter cuidado
e vai criando um clima que só loucuras. Só traz suspeito e fuga, Datena de cueca na
televisão, e aí surgiu o universo inseguro, tudo se segurado para a gente eliminar o fracasso,
vamos segurar tudo, e a mídia só fala dos cases de sucesso e os livros só são os livros que
a lei do Sucesso ciclo do sucesso o sucesso.
É ser feliz livros muito bons conheço autores livros bons, mas que pregam apenas o sucesso
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e ninguém fala do fracasso e poucas pessoas falam do fracasso.
A lei do sucesso - Napoleon Hill
O ciclo do sucesso - Brian Tracy
O Sucesso ainda é ser feliz - Roberto Shinyashiki
As 25 leis bíblicas do sucesso - Rubens Teixeira

Da importância do fracasso de porque precisamos do fracasso para rodar ciclos de


aprendizagem de experimentação e quanto mais rápido você consegue fracassar e mais
bonita e claro. Você aprende mais e evolui mais rápido. A minha palestra o segredo do
fracasso. Eu quis ter essa abordagem exatamente para não me contentar com a primeira
resposta certa que era fazer uma palestra contando minhas coisas de sucesso, então resolvi
fazer diferente. E fiz uma palestra sobre os meus fracassos que claro também fala dos meus
sucessos eu fiz a segunda palestra, tem uma história interessante nessa palestra que,
porque eu publiquei dois livros no Brasil, um sobre e-mail marketing 2008 e sobre internet
em 2000, e aí essa palestra quando eu fiz e funcionou. Eu pensei vai ser muito legal lançar
um livro O Segredo do fracasso e eu busquei contato com Editora eu coloquei aqui e vê a
resposta que eu tive da editora uma editora de médio porte médio para grande porte aqui no
Brasil ele falou, o Segredo do fracasso, a ideia é muito legal, não sei o que, não acho bom
nem prudente utilizar a palavra fracasso.
Pense numa pessoa normal, um cara levando seu livro debaixo do braço, na escola na
faculdade no aeroporto, shopping. Será que ela seria confortável com isso ou temeria que as
pessoas ao redor sem conhecer o livro o histórico, posso julgá-la ou ter alguma ideia
preconceituosa uma ideia distorcida. Ver como criou-se um culto de fuga do fracasso de
qualquer coisa que possa mostrar fragilidade. Fracasso é uma loucura hoje em dia tem no
mercado 2 livros:
O Poder do fracasso
eo
Poder dos Imperfeitos.
Eu tenho esses dois muito legais vou falar de ambos nessa aula ainda, mas agora eu queria
rapidamente abrir um parêntese só pra contar uma historinha interessante de como surgiu a
palestra do fracasso. Em 8 de março de 2012 o professor Pierre lá de Recife mandou e-mail
para mim, dizendo ó vai ter um evento da USPE é negócio de estagiário. Feira de estágio e
eu sugeri que eles contratassem para fazer um stand up, porque se não me engano, você
tem algum trabalho ligado a empresa. Estagiários que foi um vídeo que eu fiz na empresa
com estagiários, então no primeiro dia vai ser uma palestra no segundo dia você. bla bla bla,
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vai ser dia 11 de abril.
E quando ele perguntou isso a primeira resposta certa qual é? É dizer ok, tá aqui o
orçamento do meu stand up. Mas na época eu não sei porque. Por que não né? Eu sempre
tive uma coisa com o conteúdo com palestra com educação desde quando era pirralho.
Quando comecei a dar palestra com 17 anos. Eu pensei poxa será que essa é oportunidade,
uma oportunidade e aí. Ao ver como oportunidade, é como se eu tivesse trazendo mais um
problema para você. É porque é muito mais fácil de beleza eu faço stand up, textinho pronto,
vou lá falo, todo mundo fica feliz eu pego a grana no final e é nós papai. A partir do momento
que eu vi como oportunidade. E oportunidade é um do sinônimo de problema. Eu criei um
problema para mim, mas um problema para o meu crescimento que é

“E Se”.

Eu fizer essa palestra, um evento de palestra, se eu não posso misturar um pouco de stand
up com palestra eu conto a história eu faço resenhas aí surge essa palestra o segredo do
fracasso. Acabou ocorrendo 10 de abril de 2012, minha estreia com palestrante neste século
pelo menos.
Eu abri um parênteses, dentro do parênteses, para contar uma curiosidade que é o seguinte
essa palestra ocorreu dia 10 de Abril 2012 vê que loco o dia, que eu ganhei o meu primeiro
prêmio de internet, que eu conto lá no segredo do fracasso, no site que eu tinha um Ibest,
foi 10 de abril de 1997 quinze anos antes exatamente. Eu estava estreando a minha vida
digital, a cerimônia de premiação, foi nessa quinta dia 10 de abril na matéria do dia 11, 10 de
abril. Exatamente 15 anos depois que eu estava estreando o novo ciclo de vida e outra
curiosidade dentro ainda desse segundo parênteses. É que eu fui no Jô Soares em 17
dezembro de 1997. E fui no Jô Soares em 17 dezembro 2014; 17 anos depois então fecha o
segundo parêntese.
Era para fechar na verdade, não abri de novo, mas enfim, falei então primeira influência muito
grande família, segunda influência a mídia e a terceira escola a escola também é um
ambiente que não valoriza o fracasso não dá condições pro fracasso acontecer, é o
ambiente muito de gabarito só de sucesso encontrar as portas certas, é claro que tô
generalizando sempre que eu falar de escola sempre que eu falar de tudo entenda tudo tem
exceções, mas quando algo mais de 90% daquele universo segue o padrão a gente pode
falar de forma generalizada mas considere sempre um risco baixo tão pequenininho que
você não está vendo, beleza, uma coisa da escola simples que traumatiza em relação a
fracassar, quem nunca levantou a mão fez a pergunta e por algum motivo levou um “eeeeer”.
Isso traumatiza tua vida você depois daquele dia aprende que “velho eu nunca vou falar algo
ousar algo que possa ter algum tipo de... Eu só vou na boa, eu só vou no certeiro”, aí vem
aquele problema que eu falo do Brain... das pessoas estarem julgando as ideias antes de
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sequer compartilhadas com o mundo isso é um grande atraso para criatividade bem método
científico nascemos com ele em ensinar ensinam pra gente. O bicho ficou assim o método
de única tentativa, e a gente sabe que a vida para atingir nossos objetivos, é assim papai vai
ter os fracassos no meio e é uma questão de onde você vai decidir parar ou se você vai
querer continuar tentativa e erro, tentando errando e indo mais. Você vai perguntar assim
“Murilo essa tentativa e erro é aquele mesmo papo de hardwork, não sei o que?” Não, nem
todo hardwork é um processo de tentativa e erro porque o seguinte hardwork, é
transpiração, hardwork é velocidade, só que isso aqui também é velocidade, papai. A turma
lá tá no hardwork também, a turma estava na velocidade, não basta velocidade, já falou
sobre isso. Qual é a direção? Dizem que Clarice Lispector falou isso,não sei essas frases, é
difícil saber a direção é mais importante do que a velocidade lembrar sempre disso é o que
eu falei, hardwork papai, é o hardwork, com direção, ou um Norio Gun ,hard work papai.
Tem dois tipos de hardwork, dividindo as coisas em dois grupos, tem o insistente e o
persistente, o insistente é o cabra que rala sempre, na mesma direção, insistindo ali, fica lá, o
persistente é o cara que rala sempre trocando de direção tentando caminhos o insistente é o
que sempre tenta do mesmo jeito, é aquele provérbio, água mole em pedra dura tanto bate
até que fura, ele fica ali ó, até v só que muitas vezes esse não é o melhor caminho os
provérbios muitas vezes são usados como muleta para reafirmar algum tipo de crença que
não necessariamente é verdadeira.
Os provérbios foram criados a ‘trocentos’ anos time que tá ganhando não se mexe.
Quem disse que time que tá se ganhando não se mexe?
Tem que se mexer em time ganhando, para continuar ganhando sempre, agora muitas
pessoas preferem dizer, não, não vou deixar tudo assim, porque você sabe né, provérbio.
Você já ouviu né, time que tá ganhando não se mexe rapaz, vou falar mais sobre nos
bloqueios das tradições.
O persistente, diferentemente do insistente, é o que tenta sempre de um jeito diferente, ele
não fica muito dando murro em faca, ele vai tentando, e o criativo é um leve a mais que o
persistente, enquanto o persistente tenta sempre fazer diferente, o criativo é o que tenta
criar novos jeitos de tentar, você pode ser persistente, dentro de um banco de dados de
possibilidades de tentativas já existem, persiste nas possibilidades, escolhe só uma, e fica
no hardwork, o persistente, sabe está aberto às possibilidades, no gabarito, vê várias
possibilidades, mas se contenta com aquelas que já foram testadas validadas, existe um
banco de dados dela, que vai o criativo é o que realmente tenta criar usando a imaginação o
novo jeito de resolver.
Vou dar um exemplo, imagine aqui um monte de tesouro cavado lá embaixo, então esse é o
problema é cavar e pegar o tesouro o hardwork é o que decide cavar hard, é o cara que

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pega a pá, vou lá papai, hardwork, vamos nessa, vamos nessa. Beleza o insistente é o que
resolve uma vez que com a pá na mão cavar no mesmo lugar sempre, vamos cavar, cavar,
tem muita fé, tem muita fé, o insistente tem muita fé, o persistente é o cara que já busca vou
cavar um pouco ali um pouco ali vou testar novas hipóteses ele já está usando pouco de
método científico aí e de opa, ops falso ou verdadeira, vou aqui mais e uma hora “bum”...
Ele consegue, o criativo ele tá sempre buscando ele é persistente, mas, além disso, ele tá
buscando sempre criar novos jeitos de achar aquilo ali interessante né que eu botei aqui
achar. Enquanto que aqui antes, estava muito focado em cavar, o criativo é o cara que
também percebe qual o problema exatamente que estamos resolvendo o problema é cavar
ou problema é achar tesouro vou falar mais sobre isso no bloqueio do implícito, na técnica
de BCPS, a importância de ter clareza sobre o problema porque se você taxa o problema
como meu problema é que eu preciso cavar, você vai ficar focado em métodos de
escavação se você definir como meu problema é achar o tesouro ai te abre a mais
possibilidades, uma delas é através do método escavação então criativo, ele dá uma tentada
aqui tenta ali até que ele faz uma combinatividade de coisas que estão no repertório dele e
usa a imaginação para combinar, fazer uma combinação nova e criar uma nova
possibilidade. Então nesse caso o exemplo viajando no meu repertório eu sei que tem
aqueles cão farejador da polícia que vê as drogas e eu também vi uma superinteressante da
vida que tem os ratos que detectam minas terrestres já é mais avançado, e aí de repente
Eureka veio o estalo, e se eu pegasse minhocas e fizesse uma modificação nas minhocas,
para as bichas ir lá dentro e sair catando o tesouro para mim e as minhocas vão muito louca,
cavando no chão em tudo que é lugar, e de alguma forma eu sei que chegou eu encontro
tesouro, pode ser um jeito novo de resolver esse problema.
Bem esse é o segundo bloqueio eu chamo de bloqueio do Sucesso quais foram as lições
erradas que a gente aprendeu durante a nossa vida que geraram esse bloqueio do sucesso?
A gente aprendeu que o fracasso é feio, o fracasso não, evite qualquer coisa que possa dar
errado, a gente aprendeu que o caminho mais curto entre dois pontos e a reta matemática o
óbvio, aqui fala papai, vai na reta, é o caminho mais curto não inventa não, não fique
inventando moda não menino, foi assim que eu fiz foi assim que meu pai fez foi assim que
sua tia fez, não fica inventando modo, vai na minha meu filho, vai no garantido, aqui ó, o
caminho é esse, é só dar o tiro certo.
A terceira aprendizagem, espera a hora certa e vá só na boa, vai ficar esperando chegar a
hora, a oportunidade. E aí usar o método da tentativa única de dar o tiro e aí tem que ser
isso, tentativa única quando eu falo, pode ser claro mais de uma, mas de poucas tentativas,
eu diria, qual a reaprendizagem o fracasso não é feio, o caminho mais curto entre dois
pontos não é a reta, não espere a hora certa, e não vá só na boa, trazendo pro afirmativo.
Fracasso é lindo papai, fracasso é uma maravilha, o fracasso é quanto mais você fracassa
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mais perto você tá do sucesso, porque cada vez que você fracassa você encontra um jeito
novo de como não fazer, uma pista mais pra saber qual o caminho certo, o fracasso que te
diz não é por aqui não, então vou por aqui, e uma hora se chega papai. A hora certa se
decide tentando. Ou seja, a busca não tem hora certa tem que tentar estar sempre tentando
e ai encontrar a hora certa é a hora que você tiver tentando bem, já tiver aprendido com os
erros, essa é a hora certa não tem um milagre, um sinal, uma porta que se abre e você entra
naquele momento entendeu não é assim.
A minha experiência no Vale do Silício, na Singularity, a gente ouve falar muito no vale do
silício, e eu achava meio H, eu achava meio, a tem que abraçar o fracasso criativo, a
celebrar o fracasso, fracassou vamos estourar um champanhe que legal não é assim, as
pessoas, existe uma coisa de ai, se, eu tinha esse preconceito de achar que blá blá blá,
como assim valorizar o fracasso como assim celebrar, celebrar é poético é lógico que
ninguém fica estourando champanhe, deu errado, deu errado porra, não é assim, é está
aberto ao fracasso, é entender que o bicho faz parte e fracassar bonito, fracassar certo,
como eu vou explicar nesse box da técnica lean startup.

A Silicon Valley Conference About Failing Is Big Success


Muita revista, com capa Failure, fracasso, fala muito disso tem um evento chamado
FailCon:

conferência sobre o fracasso,

chegou até no Brasil já, esse evento, que só fala de fracasso, roda o mundo inteiro, só fala
do fracasso, e o que é meu paradoxal, no evento do Vale do silício, sobre o fracasso foi um
grande sucesso.
E esse aqui é um livro muito bom que eu mando trazer do Vale do Silício
“Fail Fast Fail offten”,
como perder pode te ajudar a vencer, esse livro é muito interessante não tem tradução no
Brasil, ate onde eu conheça. Eu extraí só um trechinho do livro, fala o seguinte, o pessoal
me pergunta pô tu fala muito em inglês, porque não traduz? Porque eu não falo muito inglês,
eu falo 0,5% das palavras em inglês, não é muito, mas é mais do que a média, eu falo
muitas palavras em inglês porque eu leio muito em inglês, 90% do que eu leio é em inglês,
então você tá sempre acostumado a ler as coisas em inglês, e as traduções eu não me sinto
confortável tá traduzindo as coisas todas assim, uma coisa é traduzir lendo, outra coisa é
escolher que palavra certa vai ser usada para cada coisa, enfim Então em vez de reclamar
que eu falo muito Inglês, minha sugestão é aprenda Inglês.
Esse texto interessante do Fail Fast Offten, a verdade é que grande parte dos
acontecimentos com que insignificantes elas vêm de centenas de erros e fracassos, por

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exemplo, um comediante como Seinfeld, ou Chris Rock, ele tenta milhares de ideias de
piadas, a maioria delas, Which flop, que dão errado, e eles vão ao Small clubs, tem um
documentário do Seinfield, os bastidores da comédia, que mostra ele querendo criar um
show novo, ja sendo a celebridade, e que ele não pode simplesmente escrever uma hora do
show, e mandar as pessoas comprarem ingressos de mil dólares, e ir lá, e aí vai ser um
grande fracasso tem que testar, o que que ele faz, ele testa pequeno, mentalidade já enxuta,
ele vai em vários clubes cheios, chega em última hora sem avisar, todo mundo deixa ele
entrar , lógico, pô, Seifeld. Vários amigos meu, eu nunca tive essa oportunidade, mas nos
Estados Unidos já encontraram, porra eu estava lá, e de repente, veio Chris Rock, de
repente veio Denis Cup, de repente veio não sei o que. Acontece muito é um método de
tentativa e erro, errando inteligente fracassando pequeno e aí apenas algumas ideias que
eles testaram depois de muita revisão e aperfeiçoamento, vira, eles começam a polir, polir,
muito interessante, polir as ideias e vir ao show que ele vende para o grande público venda
especial do Netflix, e vira tudo.

Embracing creative failure


Celebrating Failure: How to make a hit out of Mises
É assim que se constrói comédia e esse não é um livro de comédia mas dá esse exemplo,
pela incrível conexão que existe, entre comédia e qualquer outro tipo de processo criativo.
Processo é tudo igual o processo criativo. Os princípios por trás são sempre os mesmos,
seja qual for o objetivo.
Esse é um livro
Art and fear
que é citada Fail fast offten, e que tem um trecho do livro muito interessante, ele fala o
seguinte, querer a perfeição é um convite para se paralisar muitas pessoas, eu tenho até
uma piada que eu uso no stand up né, que surgiu no vídeo do estagiário, que eu me
apresento com vários adjetivos legais, bonito, e que uma das grandes piadas do texto, é a
hora que eu falo, meu único defeito é que eu sou muito perfeccionista, que o perfeccionista
que eu falei na aula start lembra a voz do perfeccionista ela pode ser muito boa, ela pode ser
muito ruim, ela pode te trazer sabedoria ou ela pode sabotar, a bicha ela é perigosa.

“Querer perfeccionismo é o convite a se paralisar o padrão é


previsível você vê um erro que você fez um micro fracasso, e aí você se
agarra em querer fazer só o que você já sabe tirando de lado o risco e,
exploration”

você deixa de ser explorador, porque você encontrou aquele, paralisa quero perfeição acabei
de errar volto então pra só o que eu sei, só o básico, só o padrão, só o que já foi testado só
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o que está em banco de dados e isso possivelmente vai te afastar de um trabalho de
coração né, é engraçado falar work of your heart. Do trabalho com paixão, do trabalho foda,
a palavra heart é interessante está aqui porque coragem que eu falei, a origem etimológica
de coragem é a força que vem do coração porque a chave que a capacidade de fazer algo
mesmo com medo vinha do coração, mas a gente sabe que hoje em dia vem tudo aqui né.
Enfim, aí você encontra um bocado de razão pra não fazer pra procrastinar, porque não fazer
é não cometer erros. Cara isso é segredo da vida se você não quer cometer erros não faça
nada não crie nada não seja nada é batata papai vai na minha vai na minha não quer ter
problema não faça nada não crie nada não construa nada não faça nada aí você passa
despercebido na vida, lindo fica a dica. Olha esse trecho do Zeca Baleiro.
Vídeo
Legal ver o papo dois cabra que Carpinejar e Balero, a obra não se acaba não tem fim essa
aula aqui, ela é a melhor que eu posso fazer hoje eu uso a pulseira aqui, eu uso as pulseiras
como gatilho, eu tenho uma pulseira, um olhar do comediante que na verdade é uma coisa
que eu não preciso mais, então muitas vezes eu uso já para associar alguma outra coisa,
mas eu também estou usando essa aqui que é do meu amigo Gabriel G.
A frase que tem aqui tem muito a ver com isso, é muito importante pra mim, sempre
contente, mas nunca satisfeito porque eu tenho tendência de ser nunca contente e nunca
satisfeito é o perfeccionismo querendo sempre fazer mais e melhor e quer acabar a obra,
nunca acaba. Isso é coisa que eu luto muito com isso e eu uso essa pulseira para lembrar
que velho você tem que estar contente tem que estar grato pelo que tem e tem que estar
feliz no presente, mas sempre com fome continua Hungry nunca satisfeito de querer mais, é
uma grande diferença de estar sempre contente, mas nunca satisfeito de estar nunca
contente e nunca satisfeito, que é ruim, assim como é ruim estar sempre contente e sempre
satisfeito, aí você está parado na estagnação não tá crescendo né.
Outro livro de português que fala sobre fracasso é esse aqui. O poder dos imperfeitos, esse
é um livro interessante porque parece que é sobre valorizando as pessoas que lidam bem
com as imperfeições, mas na verdade é um livro para as pessoas que são muito
perfeccionista para elas aprenderem a ser mais imperfeitas nós precisamos ser muito
imperfeitos eu esse perfeccionismo é um grande sabotador meu, uma coisa que essa auto
exigência, autocrítica e a mentalidade enxuta, que vocês vão ver foi parada que me ajudou
muito a balancear essa autocrítica exagerada e começar a fazer as coisas rodar círculos
rápidos de teste nas coisas.
E sobre esse assunto uma coisa interessante é minha mulher ela tá me contando que todo
ano a gente combina uma parada de um fazer um pedido para o outro, um pedido de uma
coisa, assim, qualquer coisa qualquer esfera e ela me pediu para o próximo ano que eu

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fosse menos autocrítico comigo mesmo, menos exigente menos duro comigo mesmo, e eu
achei muito legal era uma coisa que eu já estava atento a isso, mas uma coisa que ela me vê
sofrer por isso e ela sofre por tabela, e ela oficializou com um pedido do ano, porque aí me
força a da mais hardwork nisso. O interessante é que ela comentou com um analista dela o
terapeuta dela e ele falou assim, “Daniela, é Murilo como está falando que ele é muito
autocrítico, exigente com ele mesmo, melhor. Mas você também é muito autocrítica porque
autocrítica também é quando a gente por medo de não fazer perfeito nem sequer faz”.
E não dá para julgar o que é pior é melhor, mas ela me contou isso tudo, “putz eu nunca
imaginei que eu era autocrítica porque eu só vi autocrítico de melhoria contínua”, o
autocrítico de querer sempre mais o autocrítico da Gula que é o meu, mas também tem o
autocrítico que talvez seja mais grave que é o do freezer do paralisar do nem sequer do só
começar as coisas quando você tem 100% de certeza que vai ter sucesso Ou seja, é o
método de tentativa única, se tiver a oportunidade de fracasso, você nem começa, no fundo
isso também é perfeccionismo de sequer conseguir fazer. Aí normalmente as pessoas assim
como a minha mulher uma vez que descobre que sabe fazer algo e que são boas naquilo
vira obsessiva é um exemplo bobo minha mulher ela tinha medo de dirigir quando ela tirou a
carta, morria de medo de dirigir, dirigia mal e tal, enfim, chegando aqui em São Paulo com
filho com várias coisas eu não gosto de dirigir dirijo muito mal ela virou a motorista da casa e
viu que ela é boa nisso e agora ela adora dirigir e quer dirigir toda hora porque pra ela agora,
não tem fracasso em dirigir para ela agora ela dominou a parada geral, enfim.
“O poder dos imperfeitos” é um livro que eu recomendo para quem tem esse perfeccionismo
negativo porque perfeccionismo também é uma grande arma se você usa bem e essa coisa
de perfeccionismo faz mal a gente também, e faz mal a quem convive com a gente porque
quando você é perfeccionista e muito exigente com os outros você cria expectativas em
relação aos outros. E ai expectativas não atendidas gera frustrações.
Uma frase incrível que ouvir não sei de quem é em inglês tá?

“all suffering comes from the gap between expectations and reality” -
todo sofrimento vem do gap, (tem que ter o gap, ‘lacuna’ é escroto) entre
expectativas e realidades.

Todo sofrimento vem desse gap expectativa e realidade por isso a importância de alinhar a
expectativa do marido, com esposa, com filho, com equipe, com todo mundo e alinhar
expectativas, isso que evita a frustração e quando você é muito exigente com os outros você
eleva expectativas e isso tende a gerar frustração e a gente sabe que expectativas gera
muita frustração propaganda gera na gente expectativa e aí a gente frustra as pessoas já
imaginam que expectativa, você dá um lápis para uma criança, até parece que ela vai ficar
assim, a verdade é essa, ela fica assim você quer dormir com cachorro ate parece que é
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assim na prática o cachorro dorme de tudo que é jeito, pra lá e pra cá e tal.
Outro livro que fala de fracasso no Brasil o poder do fracasso é um livro basicamente de
coletânea de histórias de fracassos tanto de pessoas desde Martin Luther King até Samuel
Mors, que inventou o telégrafo elétrico, o código morse, até pessoas mais conhecidas e tem
muitas histórias nesse livro que eu gosto muito, virei fã desse cara né.
Essa aqui é uma matéria sobre o livro a americana Sara Lews reuniu histórias pra mostrar
que o caminho do sucesso não é uma linha reta, falamos sobre isso, e que cada erro
cometemos pode ser uma catapulta para a próxima ideia pro próximo nível e a história desse
cara aqui, André que ele é o único cientista, ou um dos únicos a ganhar o prêmio Nobel e
também ganhar o ignóbil, quem não conhece o ignóbil é o prêmio tem tipo prêmio,
framboesa de ouro, é tipo premio pra experimento científico idiota, pra bobagem, pra coisa
besta, e esse cara ganhou o ignóbil e o Nobel, ele ganhou o Nobel por causa de estudos
com grafeno que é uma parada muito louca, o grafeno muito foda, e ele é o mestre disso,
mas 10 anos antes, em 2000 ele ganhou também por um experimento em que ele fez um
sapo levitar é um experimento sobre magnetismo e tal sobre campo magnético e ele fez um
sapo levitar meio piada e esse cara eu gosto dele sabe porque, ele criou uma parada que é o
seguinte, ele é considerado o amador deliberado, aqui ó, como experimentação em loucas
levaram esse cara a ganhar o Prémio Nobel o que esse cara fez, esse cara criou a sexta-
feira, a friday night dos experimentos toda sexta-feira à noite é o dia, que lá no laboratório,
ele chama os amigos dele só para fazer experimentos sem pé nem cabeça só para fazer
loucura isso tem muito a ver com pensamento do comediante vocês vão ver “bloqueio do
adulto”, ele tem uma cabeça de comediante, esse cara tem, a forma que ele pensa essa
matéria “Os segredos da criatividade científica revelados por André”. Sabe qual o segredo
dele? Rodar muito métodos científicos rodar muito tentativa e erro, ousadas com coragem
mesmo que possa vir esse fracasso, que não é ne, ganhar o ignóbil, não é tão fracasso é
interessante ganhar o ignóbil né. Enfim então esse cara que eu acho muito interessante.
Pra encerrar esse assunto de fracasso, eu queria contar uma parada minha, lembra que eu
contei no segredo do fracasso, lá em 94 eu ganhei um computador do meu pai, Esse aqui
foi o momento chave da minha vida o momento que aquela historia né, cada coisa que
acontece na vida cada decisão cada oportunidade, cada fato aleatório que tem que
independe de você. Cada passo desses dá uma pequena desviada no seu rumo, um pouco
pra lá um pouco pra cá e essa desviada pode ficar mais perto do que você quer ou mais
longe do que você quer, pode te atrapalhar, nessa época aqui meu pai me deu um
computador nessa época em 94 a família era de funcionário público meus pais tinha uma
renda familiar bacana e na época em 94 poucas pessoas tinham computador em casa, em
94 em recife poucas pessoas tinham computador em casa, meus amigos do colégio que
tinha o meu nível social, um nível social bom como meu eles, muitos deles tinham é uma
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amostra não muito normal mas tem um detalhe sempre o computador, ele sempre era o
computador da casa na época, era o computador que ficava no escritório, ou ficava na sala
aquele computador cheio de pano, cheio de plástico, capa para cá, encapa tudo né, é pra
não pegar vírus, encapa né tipo camisinha, bota encapa aqui, tipo notebook, comprar um
estabilizador, era o computador da casa, normalmente do pai ou da mãe, e normalmente
nessa época dos 14 anos, 94 né, ela podia entrar no computador só pra jogar aqueles dois
jogos acessar um diretório não pode colocar disquete para não pegar vírus era o maior nóia,
e o meu pai ele me deu mais um computador, ele me deu um computador, mas tinha uma
licença pra fracassar, até hoje meu pai mais de 70 anos não sabe usar o computador não
tem, não sabe ligar mas me deu nessa época porque viu, teve uma visão de que isso era
uma parada importante, dai ele é ele falou assim ó, tomai ai, não me peça ajuda não sei lhe
ajudar não entendo nada se der pau você vai ter que se virar ou vai ter que pedir uma
assistência técnica eu até levo para você posso pagar não conte comigo e isso me deu carta
branca para tentativa e erro, formatei meu computador várias vezes, pegou um monte de
vírus deu um monte pau, perdi um monte de coisa mas aprendi então meu pai eu vejo ele
como se ele fosse sabe, no circo, quando aquele cabra salta para dar pirueta mortal louca
mas lá embaixo tem uma rede meu pai era aquela rede aquela rede que dizia brother vai lá
tenta fazer uma coisa, tenta fazer uma coisa nova, tenta fazer uma coisa ousada porque eu
vou ficar aqui de olho e se fracassar eu seguro o que é muito diferente de dizer não vá não
fracasse não é bom para você faz toda diferença.
Esse é o segundo o bloqueio o bloqueio do sucesso lições erradas que o fracasso feio, o
fracasso não é feio, e nada do caminho reto, e nada de esperar. E numa visão positiva o
caminho tortuoso provavelmente é o melhor, e a hora certa a gente tem que aprender
tentando e errando. Esse é o bloqueio do sucesso se você resumir em uma frase uma frase
pra resumir eu diria que é

“fracasse mais e mais rápido de forma diferente para chegar logo ao


sucesso”,

e para finalizar eu queria iria fazer uma metralhadora de frases interessantes sobre isso.
Isaac Newton:

“se fiz descobertas valiosas foi mais por ter paciência do que
qualquer outro talento” paciência de tentar observar o experimento talvez
corrigir aquele erro que deu, e novamente.

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Obama:

“livre-se dos bajuladores mantenha por perto pessoas que te avisem


quando você erra”,

é a gula pelo erro, eu preciso do erro porque o erro é que retro alimenta. O humorista
quando acaba o show ele acaba e faz e aí, como é que foi, o que deu errado, o que devo
melhorar e esse caras, nessa posição como Obama é muito comum eles serem blindados
de feedback, muitas vezes pai de família já recebem uma blindagem de feedback, a babá
muitas vezes eles brincam de feedback com o filho, ou cara que é o chefe, líder da empresa
ele é blindado, Faustão eu fui no Faustão algumas vezes fazer stand up, é difícil fazer humor
no Faustão, ele atrapalha pra caralho, stand up com obstáculos, tem de ficar desviando as
paradas e tal. Sabe o que eu acho que ninguém nunca falou pra ele, brother, Faustão porra,
para com isso brother, está atrapalhando as pessoas, velho, isso é chato, todo mundo é
muito, a o Faustão vai passar, é muito não me toca, a não, não fala isso pro Faustão, não
fala isso pra ele, e o cara Michael Jackson, acho que ninguém falou pra ele, meu irmão seu
nariz está ridículo, tá ridículo o nariz, se liga brother, ninguém fala para o cara. Então muito
cuidado pra não deixar de receber a parte mais valiosa do fracasso que é a aprendizagem.
Mark Zuckerberg

"se você é bem sucedido grande parte das suas ações já não deu
certo".

Não tem jeito, a prova disso é que, adoro ver biografia de pessoas história da invenção das
coisas porque as histórias das invenções das coisas a história das pessoas de sucesso é
uma história cheia de merda.
Bruce Lee

"O que importa não é o que acontece, mas como você reage
algumas pessoas reagem ao fracasso de paralisar”.

O primeiro fracasso parei aqui, não, ou se você reage, tipo, “puts porque aconteceu isso, o
que eu posso aprender como eu posso agora evitar fracassos tão grandes assim e fracassar
menor?”.
Jobs

"às vezes ao Inovar você comete erros é melhor reconhecer logo,"

fail fast, e partir para melhorar suas paradas, fail fast, muito mais rápido você fracassar, e
você retroalimenta a parada.

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Senhor Miyagi

"o sucesso está um pouco mais além de onde as pessoas comuns


costumam desistir. "

O sucesso está um pouco mais além de onde as pessoas normais costumam desistir. Miyagi
é ninja literalmente, né. É isso velho, as pessoas desistem aqui e se tivesse mapa do
sucesso eu tentaria um pouco depois.
Eu tenho um vídeo que eu vou deixar aqui como referência uma história da piscina de
bolinha e que eu estava quase desistindo quando me lembrei dessa frase do Senhor Miyagi
e ela me fez persistir um pouco mais mudei o jeito de tentar, tentei de um jeito diferente e
obtive sucesso e provou que “putz eu ia desistir um pouquinho antes do sucesso daquela
operação”.
Edson

"muitos dos fracassos da vida ocorre quando as pessoas não


percebem o quão próxima estavam do sucesso quando desistiram.”

Igual o seu Miyagi, estava pertinho.


Osho

"O risco é a única garantia de estar verdadeiramente vivo”

o risco é a única garantia de estar verdadeiramente Vivo se você eliminou todos os riscos
macro, médio e micro da sua vida, confere se está vivo mesmo, pode ser que você não
esteja, porque que a vida é isso a vida é você tá aberto sempre pequeno sempre pequeno
sempre trazendo para o pequeno nesse Box eu vou compartilhar uma técnica de análise de
risco técnicas e BWA tem uma coisa mais dolorosa que aprender com a experiência e não
aprender com a experiência aí não adianta rodar métodos científicos fracassar e não
processar aprendizagem, ai não adianta, aí realmente velho eu estou muito aberto a fazer as
coisas erradas e agora uma vez errar é humano errar duas vezes é burrice pra mim a
diferença entre uma pessoa cometer uma coisa errada uma vez e cometer a mesma coisa
duas vezes isso aqui para mim a diferença de um bilhão, porque cometer uma vez você
passa cometer duas vezes o mesmo erro é burrice aí e não está atento ao método científico
lá no Vale do Silício tinha esse lance de valorizar o fracasso de fato tem desde que o cara
tem lá 5 fracassos na vida massa, desde que seja 5 fracassos, diferentes e sem
roubalheiras, sem folgarem, limpo esse é o grande currículo do Vale do Silício o cara que
fracassou 5 vezes de jeito diferente cinco modelos de negócio diferente e o cara fracassou 5
vezes na mesma coisa ele é um insistente, um bom currículo.
No Brasil até esse cabra que fracassou 5 vezes diferente é mal visto, a mãe pensa aí meu
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filho nem fale de Murilo, Ave Maria nem me fale dele porque ai meu Deus ai meu Deus vai
abrir o negócio é ser visto como um problema na família muito louco. E o que é legal é
Celebrar o sucesso mas é mais importante absorver as lições do fracasso.
Ford

Fracasso é apenas uma oportunidade para começar de novo só que


agora, melhor mais inteligente,

Thomas Edison

eu não fracassei, apenas encontrei dez mil maneiras que não


funciona e isso me deixou mais perto do sucesso,

assim como Benjamim Franklin

eu não fracassei no teste só encontrei cem maneira de fazer errado.

Churchill

sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder entusiasmo.

Aristóteles

só existe uma maneira de evitar as críticas, não fazer nada, não dizer
nada e não ser nada.

Gandhi

não vale a pena ter liberdade se ela não inclui a liberdade para
cometer erros

aí na Liberdade a verdadeira liberdade é aquela em que você pode errar se não é liberdade,
senão é um caminho reto com uma única diretriz segue só isso aqui a liberdade e a
possibilidade de sair do caminho, claro saídas que você, eu falo rápidas, sem fazer loucuras.
Ford

O único erro verdadeiro é aquele a partir do qual não aprendemos


nada

mais uma vez tem que processar a aprendizagem, mas tem quem nunca cometeu um erro
nunca tentou nada novo Lógico tá no método de tentativa única, que é o método se fazer
novo, envolve possibilidade de fracasso.

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Wood Allen

se você não fracassa, às vezes isso é um sinal que você não anda
fazendo nada diferente.

Pra finalizar, grande Seth,

“o custo de estar errado é menor do que o custo de não fazer nada”

o custo de tá errado hoje em dia no mundo exponencialmente mudando, o custo de estar


errado, é menor do que o de não fazer nada, porque não fazendo nada vai dar merda tá
garantido não fazer nada ficar parado não se adaptar ao novo vai dar merda, a esteira vai te
levar para trás o custo de pelo menos tentar mesmo dando errado é menor do que o de ficar
parado E aí velho eu coloquei essas frases todas sabe para quê? pra você pensar se você
quer seguir, a forma como a maioria pensa entre sucesso e fracasso. Ou se você quer seguir
o que esses caras pensam em relação a esse assunto. Então a partir de agora,, fracasse
mais e mais rápido de forma diferente, pra chegar logo ao sucesso. Esse é o bloqueio do
Sucesso que eu queria mais ou menos finalizar com a música dessa vez de Pitty que é uma
cantora que eu tinha preconceito sem motivo nenhum só puro preconceito de graça aquele
preconceito que é de graça mesmo até que procurando sobre fracasso eu encontrei essa
música dela achei massa e aí entrei no universo da Pitty, hoje em dia sou um grande fã dela
eliminei os preconceitos, esqueci isso, desapeguei dessa ideia, e com muito orgulho com
você Pitty.
Vídeo - Pitty (Fracasso)
Essa música é uma musica bem poética, ela começa bem complexa, ela começa dizendo o
êxito tem vários pais, órfão é o seu revés, meio complicado assim, mas, o êxito tem vários
pais, todo mundo quer ser o pai do sucesso, agora órfão é o seu revés, o revés do fracasso
é órfão, ninguém quer se meter com isso ai. E o refrão quis trazer aqui, vive tão disperso,
olha pros lados demais,, ou seja, em vez de olhar pra dentro, olha muito pros outros, se
comparando, não vê que o futuro é você que faz, está sem o controle da parada, porque
fracasso lhe subiu a cabeça. Muito bom essa frase né, porque a pessoa fala, a aquele cara
ali depois que ficou famoso o sucesso subiu a cabeça. ele acha que tanto sucesso, que ele
ta,, que acha que vai ter sucesso pra sempre né. O fracasso lhe subiu a cabeça é, só porque
fracassou algumas vezes, teve alguns fracassos,, o fracasso subiu a cabeça, e ele acha que
vai ser um fracassado, atribui ao outro a culpa por não ter mais, sempre delegando a culpa,
nunca assumindo as coisas, declara as uvas verdes mas não fica em paz. As uvas verdes, é
aquela história da raposa e das uvas,, que a raposa viu la o negocio de uva, e queria pegar a
uva mas não conseguia pegar e tal, e a raposa esperta o que é que fez pra pegar a uva, ela
olhou e pensou assim, não quero mais uvas não, tão verdes, tão ruins, declarar as uvas
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verdes quer dizer, é se auto enganar, a gente é bom em enrolar a gente mesmo, só porque
não consegue, apenas mudei de opinião não quero mais, pronto, acabou.
Porque o fracasso lhe subiu a cabeça. Genial Pitty, encerramos aqui, o bloqueio do sucesso.

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Bloqueio do Tesão
Oi vamos lá bloqueio do Tesão. Lembrando daquele Framework, que eu fiz de bloqueios
educacionais, mercadológicos e cerebrais, a gente está agora nos educacionais é o terceiro
e último bloqueio educacional. Teve bloqueio do gabarito bloqueio do Sucesso e agora
vamos ter o terceiro bloqueio do Tesão.
Queria começar a mostrar uma coisa muito normal, muito comum a todos nós, que é o
conceito de semana. Sociedade a nossa vida é baseada no conceito de semana, a nossa
vida funciona nesse ritmo e esse é um conceito bem antigo mais de 2000 anos, vem da
Roma antiga das antigas, mas a pouco tempo atrás ocorreu um pequeno detalhe nesse
conceito de semana. Está vendo aqui, olha o detalhe o que aconteceu. Aqui houve, de
repente aconteceu isso aqui, houve uma separação. Uma separação que dividia os 5
primeiros dias e esses dois últimos dias. É a separação de dias de trabalho e no fim de
semana; e essa separação, ela tem menos de 100 anos essa separação ocorreu mais ou
menos quando o McDonald's foi fundado. Essa divisão: dia de trabalho e final de semana,
ela foi consequência sabe do que? Da Revolução Industrial, ela surgiu de novo.
Lembra do bloqueio de gabarito? Vê que louco: há dois mil anos, semana assim; apenas há
75 anos surgiu essa divisão.

CONCEITO DE SEMANA ACIDENTAL

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E daí que que isso tem a ver? Se eu te der essas palavras aqui: feliz, prazer, bônus, triste,
dor e ônus. E pedisse para tu botar essas palavras, onde tu acha que deveria estar? O que
você faria? Vejo que a maioria faria isso aqui. É essa associação que esses dias de trabalho
são dias de tristeza de dor, de ônus e o final de semana são os dias felizes de prazer, é o
bônus, para algumas pessoas, na verdade, é bem maior até. E não é estranho essa
associação ocorrer, essa associação está muito conectada inclusive com a origem da
palavra trabalho.
A palavra trabalho vem de tripalium, três paus. Três paus era um instrumento usado para
tortura. Esse aqui é o tripalium. Trabalho vem de tortura, ou seja, dava para trocar isso aqui
por isso aqui. São cinco dias de tortura para ter dois dias felizes e aí quando chega no final
aqui, do segundo dia feliz, mesmo aqui, acontece um fato muito importante, que é o
fantástico.

CONCEITO DE SEMANA DE TRABALHO

As pessoas hoje em dia, cada vez assistem menos TV, mas todo mundo tem aquela
memória da musiquinha do Fantástico, encerrando o domingo e simbolizando começo de
Segunda-feira. Eu chamei isso de síndrome da vinheta do fantástico. Inclusive para divulgar
esse curso, eu fiz um vídeo sobre isso e era interessante é que esse vídeo, ele só era exibido
como anúncio, quando o fantástico começava no domingo. Uma das maravilhas desse novo
jeito de fazer marketing, que inclusive vamos ter um boxer aqui no curso chamado “Novo
Marketing”, vamos falar um pouco mais sobre isso. Queria mostrar um comecinho desse
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vídeo que usei sobre síndrome do Fantástico.
Vídeo slide 22
Domingão essa hora, começa a bater a depre. Você começa a pensar que amanhã é
Segunda-feira e acabou a coisa boa da vida e vai começar a parte ruim da vida. E ele tem
um nome, ele é globalmente conhecido como

síndrome da vinheta do Fantástico


e universalmente conhecido como síndrome do Domingo Espetacular. E esse sentimento é
causado em pessoas que vivem no modo cinco por dois. Cinco dias tristes e dois dias
felizes. Cinco dias de trabalho, de sofrimento e dois dias felizes. E o domingo, representado
pelo Fantástico, no final Domingo, representa o final da felicidade e o início da tristeza. O que
eu queria dizer é que, não obrigatoriamente temos que viver no modo cinco por dois. É
possível viver no modo sete por sete, onde todos os dias podem ser felizes. Eu acho que as
pessoas vivem há tanto tempo nesse modo cinco por dois e elas se acostumaram. Acham
que a síndrome da vinheta do Fantástico é normal. Não é normal tá? Se isso é algo que te
incomoda, eu queria te recomendar a acessar ao conteúdo meu, chama as Quatro
habilidades do futuro.

Entendeu a piada, do globalmente, universalmente, Record e Domingo


Espetacular? Não entendeu? Deixa para lá.
Eu falei da vida cinco por dois, cinco dias tristes, dois dias felizes, ou seja, menos de um
terço da sua vida é legal. Menos de um terço da única vida, que você tem é legal. O resto é
uma bosta, o resto é tripalium, é tortura. Eu falei em vida sete por sete lá vídeo, é muito
louco sete por sete, porque é como se a semana tivesse 14 dias, mas enfim. O que eu quis
dizer é que todos os dias poderiam ser legais. Claro, sempre alguma tristeza, mas de
preferência a parte boa sendo maior, seria a vida dois por cinco que dois terços da vida pelo
menos é legal. É engraçado que eu falo do Fantástico, só que mais do que a síndrome do
Fantástico, existe a síndrome da Segunda-feira.
Segunda-feira, ela já faz parte da cultura da sociedade, como a segunda-feira é o começo
do tripalium, da tortura, tanto que virou meme. Meme de internet, ele representa o conceito
coletivo. Assim como o Google Imagens também representa um pouco do que as pessoas
pensam, o meme também representa e a Segunda-feira é o meme clássico. Aí tem gente
que é igual Segunda-feira, ninguém suporta mais é obrigado a suportar. Na frase

“Eu amo segunda-feira o sujeito é louco aposentado ou está de


férias”

é porque não pode, o cara, não pode gostar de segunda-feira, vai gostar de tortura? Só se

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for louco, aposentado ou está férias. A frase “A amanhã é segunda” tristeza.

“Não estou preparado psicologicamente para Segunda-feira. ” “Tava


tudo bem até eu descobri que amanhã é segunda-feira. ”

Enfim tem muitos desses.

“Já acabou o fim de semana”,

“A segunda-feira tem gostinho de quero mais, quero mais que passe


logo”

É louco esse negócio eu quero que passe logo, quero que a semana passe logo. Você só
tem uma vida; e aí ele fica torcendo para a vida acelerar, passar logo, dois terços da vida
cinco dias para chegar nos dois dias felizes e para quando chegar no Fantástico começar
tudo de novo para passar logo. Não parando para pensar, não parando para refletir, como eu
falei do vídeo lá que isso não é normal, quer dizer é normal porque é a norma das pessoas,
mas não deveria ser o normal. A gente pode questionar isso e não aceitar isso como sendo
um único jeito, o jeito de ser de Viver a Vida.
Vários livros:
Segunda-feira nunca mais - Dan. Miller
Sem medo da Segunda-feira - David Cottrell
O que fizeram com a sua Segunda-feira? - Bruno Mendes
Segunda-feira de novo - Joep Schrijvers
Segunda-feira é dia de ficar triste e o pior de tudo: as pessoas acham que isso é normal,
isso é muito louco. A gente se acostumou achar que tem que ser assim e eu gosto muito o
meu mentor executivo Succi que vocês vão conhecer. Vai ter um mini curso do Succi dentro
desse curso. Ele tem uma crença que eu também acredito. Ele fala:
Vídeo slide 37
Concordo com ele, dá para ser feliz no trabalho. Trabalho não tem que ser só tortura. Não
to dizendo que é só alegria, só felicidade, só anjinhos voando e que não sei o quê. Não; eu
tô falando que na média geral tem que ser positivo tem que ser feliz, não pode ser
considerado: “A passe logo, ai meu Deus”, vão ter dias difíceis, dia de hard work, dia de
cansaço, mas na média tem que ser legal. A gente não pode viver assim; e sabe qual é a
solução para isso? Para esse Exército de seres humanos, que sofrem com a Segunda-feira e
que querem que passe logo?
Uma das soluções mais comuns dadas pelo mundo corporativo é botar os palestrantes
motivacionais, botar os caras para falar: “Não as pessoas estão desmotivadas, estão meio
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tristes, bota logo na segunda feira, assim começa bem a semana”. E olha a palestra
motivacional ele não é solução para resolver esse problema. Ele pode ser até uma solução,
mas não pode ser considerada a única solução. Isso seria se contentar com a primeira
resposta certa, porque o cara para ir lá e dá uma pilha na galera, isso é paliativo, isso acaba
logo isso é um Viagra, o pau está subindo, o cabra dá um Viagra ali. Isso é paliativo, depois
é bom entender a origem do problema.
Eu recebo alguns contatos de empresas dizendo: “Eu quero que você faça uma palestra
motivacional, divertido. Data é essa, o lugar é esse, bom lançamento”. E aí você
pergunta assim:
Para motivar quem?
A fazer o quê?
Motivação, não existe uma palestra motivacional padrão. Motivação é o verbo, fui pesquisar,
“motivação” e é dar motivos para engajar alguém e algum empreendimento. E ele é o verbo
transitivo direto ou transitivo direto e indireto. Ou seja, você motiva o que? A que? Você quer
dizer, eu quero motivar as pessoas a fazer o quê? Porque motivar é dar motivos para levar
ação. Então resta saber quais são os problemas daquelas pessoas, para ser motivada, para
que você de os motivos que elas precisam. Eu adoro esse conceito de que motivação, é um
motivo que gera ação. Eu acredito que o motivo, a razão de fazer as coisas, quando você
tem uma razão e você não faz apenas faz porque disseram que é para fazer, você entende o
porquê por trás. Isso muda tudo; inclusive um dos TEDs mais famosos do Simon Sinek,
sobre o círculo de ouro.

CIRCLE GOLDEN

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TEDs Talks Golden Circle de Simon Sinek
E ele fala que as pessoas focam muito no que fazer aqui e algumas vezes no como, mas
poucas vezes para pensar no “Why”, no porque estou fazendo aquilo. No realmente, no
motivozinho, raiz de tudo, porque quando você encontra isso aqui, você encontra o motivo,
e aí isso te leva à ação e você ganha motivação.
Tipo de desmotivação:

Aguda Crônica

Surge de vez em quando Está sempre presente e é


e fica pouco tempo. antiga.

Murilo esta aula então é uma aula sobre aquele papo de propósito de fazer as coisas, o amor
é isso?

Não essa é uma aula de criatividade, mas eu preciso falar sobre isso aqui. Seguinte,
motivação tem dois tipos, tem a aguda e a crônica. Aguda é a que surge de vez em quando
e fica pouco tempo; para essa aqui até serve um paliativo, então, por exemplo, muitas vezes
eu tô meio desmotivado a fazer uma coisa, tô meio sei lá, tá me faltando um bom “Why” e aí
algumas vezes eu assisto um Ted talk e eu lembro, de uma frase. Uma frase que você
lembra, que essa frase te resgata e você se reconecte e você encontra um motivo ou
relembra, o motivo que você já havia encontrado e você segue em frente. O problema é
quando a desmotivação é crônica. A crônica é a que está presente sempre. Ela é antiga,
está ali a muito tempo e aí não resolve isso aqui, aí isso aqui é um paliativo você tu vai ficar
tomando toda hora. Aí vem a grande pergunta, de onde surge essa desmotivação crônica?
Dá uma olhada nesse vídeo é uma campanha do HSBC. Apesar de ser um banco a
campanha é linda, maravilhosa dá uma olhada.

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Vídeo - propaganda HSBC
Bacana, massa essa campanha, genial. Queria é só falar de alguns pontos. Primeiro um
moleque falando

“quero ser explorador, quero explorar”.

Lembra que eu falei, nós nascemos exploradores e desaprendemos a ser exploradores?


Outras duas frases que marcaram, ele falou:

“Como toda criança eu tinha mil sonhos”

e ela falou:

“Mas o pessoal comentava muito que não valia a pena.”

Juntando as duas frases, sonhos não valem a pena. E nessa mensagem, sonho não vale a
pena. É uma mensagem que a gente ouve muito a vida inteira. Todo mundo talvez com
algumas exceções, grande parte das pessoas ouve a vida inteira, em vários momentos da
vida de várias pessoas, talvez não com essas palavras, mas de uma forma parecida e
indireta, subliminar, sonho não vale a pena. Mas Fernando Pessoa já dizia:

“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.

Sabe por que sonho não vale a pena? Porque sonho implica em risco, sonho implica em
risco, tanto que ele falou

“Medo de largar o certo pelo duvidoso”,

“medo de correr riscos”

e por que isso ocorre? Porque disseram para a gente para eliminar o
fracasso, eliminar completamente, vai no garantido, vai no caminho
certo. Elimina qualquer tipo de risco, sonho tem risco? É para eliminar o
risco? Então elimina o sonho e acabou-se.
Duas coisas que eu postei no Instagram recentemente:

“Vi os sonhos se prostituindo na zona de conforto”.

Legal, vi os sonhos se prostituindo na zona de conforto. E a outra frase é

“O oposto de coragem não é covardia, o oposto de coragem é


conformidade”.

Inclusive eu já falei muito de coragem em outras aulas, mas é legal coragem como oposição

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a conformidade. A você se conformar, que a vida é assim mesmo, a vida é trabalho é
tripalium, é tortura é isso mesmo, é Segunda-feira é sofrer, é isso mesmo a vida é assim; tem
que ser assim, não tem outro caminho não, sonho não vale a pena não. É se conformar com
algo que disseram para a gente, mas que a gente pode questionar.
Mestre Wall Disney diz:

“Se você pode sonhar, você pode fazer”.

Se você pode sonhar, se você consegue imaginar, é possível executar. Cara, tudo que foi
construído na humanidade de coisa foda, seja um produto ou serviço, conceito, uma marca,
uma solução criativa, todas elas começaram com um sonho com imaginação. Não tô
falando só de coisas grande não, criar a Disney, criar a Apple, mas de qualquer coisa que foi
criada começou como imagem, imaginação, um sonho. E se você consegue imaginar, você
consegue mover os pauzinhos necessários para aquilo acontecer.
Lembra que eu falei na outra aula? Sempre tem aquele Tio

"Só vai na boa meu querido, só vai na boa, o sonho não vale a pena
não” ,

pois é daí que surge a desmotivação crônica. É daí, é lá atrás que a ela surgiu, lá atrás e foi
influenciando as decisões que a gente deu para cada questão, para cada problema da
nossa vida. Aí você pergunta “Murilo então é tudo culpa do meu tio”, não, também é culpa
da escola, lá vem a escola de novo, porque a escola é o lugar que a gente passa grande
parte do nosso processo educacional e a escola é que nos abre as portas do mundo dos
possíveis, e ela diz tem esse caminho aqui, normalmente são três: exatas, humanas e saúde.
São os caminhos da vida. Aí eles fazem aqueles guias de profissões que é como se fosse o
cardápio da vida.

Nasce

Estuda
Cresce Reproduz Aposenta

Pré
vestibular Morre

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“Ó meu filho se já tem aí, 16 anos já está na hora de escolher aqui
nesse menu de opções, qual opção você quer seguir, clique aqui nessa
opção, você marca aqui no gabarito o que você quer fazer”.

E aí você vai e “aqui suas opções” e aí você tem que tomar uma decisão com 17 anos de
idade, a decisão talvez mais importante da sua vida que direciona o rumo da sua vida.
E todo sistema educacional é todo desenhado (todo que eu digo é quase todo, sempre
considera exceções, focar na regra) então é tudo desenhado para chegar nessa decisão,
nesse cardápio. Tanto que essas escolas, o próprio marketing das escolas, sempre dizendo:
“A conseguiu entrar”, “Não conseguiu entrar”. O vestibular que é a abertura para o portal de
virar adulto. É importante lembrar que o vestibular é uma invenção nossa. Enem ,essas
coisas, é uma invenção nossa e muito recente, não parte do círculo da vida. O círculo da
vida é nascer, crescer, reproduzir e morrer. Tem gente que não quer nem reproduzir, tudo
bem outros reproduzem e da conta, mas parece que as pessoas começaram a acreditar que
o ciclo da vida na verdade, é nascer, crescer estudar, fazer vestibular, reproduzir, arrumar um
emprego, aposentar e morrer. Esse não é o ciclo da vida. Isso aqui são adendos que a gente
foi colocando mas que acabaram virando um padrão, mas não é porque é a norma, que é o
certo e que a gente tem que seguir cegamente isso ai. Eu queria agora fazer um pequeno
momento autoajuda.
Vídeo slide 76
Você é quem cria o gabarito da sua vida. Na estante do meu escritório, biblioteca, eu tenho
esse quadro,

“a vida não é sobre se encontrar, a vida é sobre se criar”,

não é sobre se encontrar no sentido que já tem um gabarito, uma solução, uma caixa para
você se enquadrar, e você tem que encontrar essa caixa. Não, você pode criar uma nova
caixa. A melhor forma de se destacar no mercado, seja como
Arruma emprego
pessoa física, ou como empresa, é criar um novo mercado, é o jeito
melhor. Eu quando comecei a fazer Stand up, eu não
almejava ser o maior comediante do Brasil, mas acabei
criando um novo mercado, que eu liderei, que era o mercado de comedia corporativa. Criei
esse mercado e como eu criei, só tem eu por enquanto aqui, fico aqui mesmo.
E eu lembrei também no meu Instagram que eu fui ver o filme do Pequeno Príncipe, essa
última versão aí francesa. Foi o último filme que eu vi antes da minha filha nascer, minha
mulher estava mega, ultra gravida, e esse filme ele é uma adaptação baseada no livro, mas
adicionaram uma outra história, uma menina, novas camadas.
Eu queria mostrar um pouquinho do trailer, nem é a parte que mostra o Pequeno Príncipe, é
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a história da menininha e da mãe, que criaram lá, porque é o exemplo muito clássico de uma
mãe com uma educação voltada para o gabarito, voltada pra “a vida está definida”, eu tenho
um plano, o caminho é esse, só seguir que vai dar tudo certo.
Vídeo - Trailer o Pequeno Príncipe

“Não vamos deixar nada ao acaso”.

Significa eliminar qualquer tipo de aresta, que envolva qualquer tipo de risco, de qualquer
tamanho, qualquer micro fracasso, vai ser aqui ó, tem que ser de chuah. Muita gente pode
estar se perguntando agora: “Murilo, mas e aí, eu já fiz vestibular faz tempo”, as pessoas que
estão aqui a maioria delas já fez vestibular a muito tempo, já tomou essa decisão. ” Mais um
momento autoajuda.
Vídeo - Slide 76
Nunca é tarde pra mudar papai.
Nunca é tarde para mudar, não tem isso não. Eu falei do Mc Donald’s lá atrás, da criação do
final de semana.

O cara do Mc Donald’s, que fundou, ele até os 52 anos, ele vendia copo de
papel, até os 52 anos;

sem esse auto enrolação de “Ai mas agora não dá mais pra mim. ” Então sem essa tá?
“Murilo o que isso tem a ver com criatividade? Até agora você não falou em criatividade,
você falou e amar, ser feliz, ai meu Deus.”. Em 1975, esse psicólogo Húngaro, Mihalyi
Csikszentmihalyi. (eu vou explicar como é que fala o nome dele depois) ele fez esse livro
“Beyond Boredom Anxiety”, além do tédio e da ansiedade. Vou explicar qual é a teoria base,
além do tédio e da ansiedade, então vamos lá.
Beyond Boredom and Anxiety: Experiencing Flow in Work and Play
Imagine isso aqui, são dois eixos, aqui é um eixo de desafios e aqui de habilidades. Como
assim? Aqui são os problemas, os problemas da vida, ou seja, problemas grandes,
problemas pequenos, desafios grandes, desafios pequenos, aqui você são suas habilidades
em relação a esses problemas, alta habilidade, baixa habilidade. O que acontece quando a
gente encara um problema grande e a gente tem pouca habilidade para esse problema? Isso
gera ansiedade, porque o negócio é mais do que você é. “Meu Deus, não dá, não sei.” O
que gera ansiedade, isso não é positivo. O que acontece quando você tem uma alta
habilidade em uma coisa, mas está encarando um problema um desafio muito baixo? Isso
gera tédio. Você fica meio que, é isso que tem que fazer, não tem emoção nenhuma nem
positiva e negativa simplesmente fazer aquilo. Agora e quando você tem uma alta habilidade
e encara o problema a altura da sua habilidade? Ou seja, um desafio grande que está
conectado com o tamanho da sua habilidade naquilo ali. Aí surge o que o Mihalyi chama de
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flow, estado de fluxo, que na verdade, não é necessariamente só esse ponto aqui é toda
essa área, tudo que tiver equilibrado o desafio e habilidade.
Equilibrado alto são momentos de estado de fluxo, momentos. Momentos de alta
performance, que ele começou a chamar isso de além do tédio e da ansiedade e acabou
virando um best-seller mundial flow.
Flow: The Psychology Of Optimal Experience
E uma das teorias mais incríveis na minha opinião no mundo da Psicologia é ele tem alguns
componentes que ele define para o estado de fluxo, não necessariamente tem que ter todos,
mas ele fala que no estado de fluxo é um momento. E é importante lembrar: o estado de
flow não é um rótulo que você tem na sua vida, o flow ele é situacional. Durante o dia cada
atividade sua, ela pode ser enquadrada dentro daquele gráfico de estar usando uma grande
habilidade é um desafio grande é um desafio pequeno é por situação, é por atividade, muda
todo dia, a cada hora, trocou de atividade tá mudando, a mesma atividade ao longo tempo
pode mudar naquele gráfico. Então não é um rótulo definitivo, uma maldição “a você está
aqui acabou” não. Cada atividade tem um caso diferente. Componentes do flow: quando
você está fazendo uma atividade, resolvendo um problema, fazendo algo, em que você
esteja completamente envolvido no que você está fazendo, foco e concentração, essa é a
primeira dica que você pode estar em flow. Você está em êxtase: pilhado super feliz tesão, é
tesão, é pau duro mesmo. Terceiro: clareza sobre o que deve ser feito, ou seja, você sabe o
que está acontecendo você não está fazendo só uma pequena parte ali desconectada, você
tem ideia do todo e o que bem você está fazendo, ou seja, você tem feedback rápidos, nem
que seja feedback de você mesmo, se auto avaliando, mas você consegue medir, o que não
pode ser medido não tem como ser melhorado. Quarto: as habilidades suas são adequadas
para aquele problema, há aquele equilíbrio. Quinto: há o sentimento de serenidade sempre
preocupação, ou seja, mesmo que seja um desafio difícil existe uma certa serenidade uma
certa não tem tanta preocupação crítica, preocupação negativa porque, você tem habilidade
o desafio é grande, mas sua habilidade para aquilo também é. Você está totalmente focado
no momento presente e aí acontece uma coisa incrível, que eu acho que a melhor descrição:
“As horas parecem passar como se fossem minutos.” Sabe aquelas coisas que a gente faz o
tempo passar rápido? e quando a gente era criança a gente fazia dele direto, toda criança
quando brinca o tempo passa rápido quando a gente brinca, porque brincar é um estado de
fluxo. Brincar é um estado totalmente de fluxo que a gente quando criança faz direto ou seja
nós nascemos em flow e desaprendemos a viver em flow, que cada vez mais a gente vem
fazendo menos coisa que nos colocam nesse estado de fluxo que a gente não vê o tempo
passar. Muitas vezes isso acontece quando no final de semana, naqueles dois dias lá, mas
não nos cinco dias, em dois terços da vida você raramente vê o tempo passar pelo contrário
o tempo demora para passar e não acaba nunca. Outra característica há uma motivação
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intrínseca: o flow é a própria recompensa. Claro que aquela atividade pode ser uma atividade
que você vai ganhar uma remuneração, ou seja, uma motivação intrínseca, mas mesmo que
não tivesse aquilo ali, você também faria, talvez na mesma animação porque o ato de fazer
aquilo já é a própria recompensa.
As recompensas não necessariamente tem que estar lá no final da jornada, a recompensa
tem que estar durante a jornada, durante o caminho. O caminho tem que ser massa, se o
caminho for um saco, só para chegar no resultado massa, resultado esse que não sabe que
se vai acontecer, quando vai acontecer, a vida fica um saco. Bem o flow é um negócio que
foi crescendo muito na verdade, o tédio ansiedade e o flow acabaram se multiplicando em
várias possibilidades então criou uma situação de controle. O controle é uma situação em
que o desafio é médio e a sobriedade é alta. Então não é tédio ainda, você está no controle,
então o que você pode fazer? Como eu posso aumentar um pouco o desafio para entrar no
flow?
Tem um estágio também em que você, o desafio é alto e você a habilidade é média, então
você tem um estágio que meio uma estação, você está num estado assim, porque não é
uma ansiedade ainda mas é uma certa insegurança, porque você não tem uma habilidade
completa. É engraçado que
Steven Kotler é o cara que escreveu “Abundancia”,
junto com Peter Diamandis, um livro que mais recomendo na minha vida, e o
Steve Kotler escreveu também esse livro, Super Humanos,
é um livro sobre flow, ele pega exemplos de atletas radicais, atletas de alta performance e
mostra que, velho, pro cara se uma atleta radical de alta performance ele só vira, essa
pessoa se ele tiver uma motivação intrínseca naquela atividade que ele faz, se aquilo deixa
ele em flow, porque senão, ninguém aguenta porque senão seria insuportável ser uma atleta
de alta performance. Se Neymar entra em campo e ele goza ele está vivendo ali, se não você
não consegue virar um Neymar você não consegue ter uma excelência numa coisa, se não
há motivação intrínseca um processo genuíno. E o Steven Kotler, ele diz que nesse equilíbrio
aqui, o desafio tem que estar ainda um pouquinho acima da sua habilidade. Ele chegou num
número de 4%, tem que estar 4% acima da sua habilidade para gerar aquele mínimo
desconforto, e aí 4% parece pouco, mas isso aqui é como se fosse juros composto. Se você
não mantiver sempre buscar na sua vida desafios, que te deixa um pouquinho acima da
sobriedade para aquilo. E você faz isso continuamente constantemente dia a dia, como diria
Kotler “every foken day”, depois de um período aquele 4% vai acumulando e vira os juros
composto.
Meus estados de flow, desenhar uma aula, desenhar uma palestra, desenhar no sentido, de
ver qual a ordem dos fatos, pesquisar um pouco, mudo a ordem. Para mim o flow é muito
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importante, não ter interrupção, para quase todas as pessoas é importante, porque tem
gente que não entende, interromper você no estado de fluxo, “mas é só dois minutinhos. ”
Mas será que depois de dois minutinhos eu vou conseguir retomar com aquela mesmo foco,
aquela concentração que eu estava? Então, aqueles dois minutinhos muitas vezes podem
durar horas podem representar um atraso de horas. Então eu quando quero me concentrar
numa coisa eu venho para escritório no final de semana, no contra turno da equipe ou até
peço para galera fazer home office. Eu preciso do espaço, eu estou aqui sozinho, eu desligo
o celular e abro os papéis aqui e troco as ordens e não vejo o tempo passar. Já fiquei 12, 14
horas aqui sem sair, comendo só água café e Club Social, porque eu não vejo o tempo
passar, eu vou fazendo aquilo quando eu vejo é de noite e já anoiteceu já não comi, você
perde a noção de tempo.
Esse caso 4% são situações, por exemplo, numa situação recente que foi acima da minha
habilidade foi porque o meu grande amigo Bruno Aracati, que vocês vão ter uma aula com
ele interessante sobre propósito, ele vai dar a visão dele sobre esse assunto, ele me
convidou para eu ser o celebrante do casamento dele então, apesar de eu ser um cara
acostumado a criar histórias, a criar textos e a falar em público era uma zona desconhecida
para mim uma coisa era o palco Stand up, onde a palestra, estúdio de uma gravação para
uma TV, isso tudo tá dentro do meu Flow. Alguns até eu diria que é controle no sentido de
que tem algumas coisas hoje em dia que muitas vezes, gravar um vídeo de 5 minutos
explicando uma coisa, eu faço isso tranquilo, é controle para mim. Hoje em dia como eu tô a
quase dois anos assim sem um ritmo de comédia para mim criar um Stand up agora já me
deixa um pouco ansioso, um pouco excitado, porque humorista é igual atleta, fica fora de
forma; a gente fica fora de forma e aí a medida que você pega a forma você vai deslocando
aqui para o flow até acontecer de se o desafio não aumentar desce pra cá.
Na época, comédia... A comédia está dentro do controle para mim. Eu fazia piada, assim,
para mim era tranquilo. O flow vinha quando o desafio aumentava e eu tinha que criar a
piada sobre o tema para uma empresa, aí o desafio aumentou e conectou melhor. É legal
essa frase de Ellen Johnson.

“O tamanho dos seus sonhos deve sempre exceder a sua


capacidade de alcança-los. (sempre tem que ter um pouco). Se os seus
sonhos não te assustam eles não são grandes o suficiente”.

Sonho tem que assustar mesmo, tem que assustar, mas e aí eu fico com medo. Coragem é
ir mesmo com medo, papai. É engraçado que na primeira vez que eu gravei esse curso, foi
em 2015, eu tinha incluído essa frase desse sujeito aqui.

“Já que você vai estar pensando de todo jeito, pense grande. ”

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Esse cara aqui, pode não gostar dele, é controverso, mas que o ele pensa grande, ele
pensa. É tem muito a ver isso com aquilo que a gente falou zona de conforto, esse 4% a
mais eles estão aqui fora, estão na zona de conforto que é zona de crescimento.
Voltando ao Mihalyi eu queria explicar como falar o nome dele né, Mihalyi Csikszentmihalyi. É
um Húngaro, é um cara que criou o conceito de flow. E ele é um dos pais da psicologia
positiva. Psicologia positiva é um conceito massa, porque a psicologia tradicional é muito
obcecada nos distúrbios, nos problemas, nos défices, de como reparar.
Flow and the Foundations of Positive Psychology: The Collected Works of
Mihaly Csikszentmihalyi
A psicologia positiva é uma escola que estuda a psique humana sobre a ótica de como
melhorar a performance, de quem está bem já. A psicologia positiva é o estudo da felicidade.
Tem gente que ouve isso, e diz “o estudo da felicidade”... a felicidade é um conceito.
Cuidado com o preconceito, em? A felicidade é um conceito que vale a pena entender ele
sobre o ponto de vista filosófico. Clovis Barros Filho fala muito sobre isso, Portela, grandes
oradores que nós temos, os filósofos antigos também e psicólogos da psicologia positiva
que também aborda muito esse assunto. Eu trouxe um trechinho, um TED do Mihalyi, em
que ele fala sobre felicidade e ele fala uma coisa que eu adorei.
Vídeo slide 97 - TED do Mihaly
Ele queria que estudar a felicidade. Ele foi atrás de quem? Ele foi atrás dos criativos. Focou,
obviamente, nos que vivem da criatividade, 100%, como artistas, como cientistas, mas eu
acho massa esse conceito dele tem pensado, “puts, quem é o exemplo de felicidade?” As
pessoas que vivem da criatividade.
“A Murilo, então esse negócio de flow é só para artista? ”. Por favor, né. A essa altura, é um
primeiro mito... “criatividade é coisa para artista?” não. Criatividade é para quem quer
resolver problemas. Então voltando à pergunta, se flow é coisa para artista, não. Isso é para
qualquer um que quer atingir a excelência criativa. Lembra o livro “quatros compromissos” lá
dá aula star, do primeiro compromisso? Lembra? Eu vou agora pular pro terceiro
compromisso; vou pular o segundo, pra fazer na ordem do livro. Terceiro compromisso: é
sempre fácil ser o melhor e se você quer seguir esse compromisso de sempre fazer melhor
as coisas, para você ter essa excelência criativa, você tem que está em estado de flow.
Voltando aquela pergunta “se flow é um negócio para artista”, eu respondi não, mas dá para
responder sim também. Dá para responder sim, considerando que todo mundo pode ser um
artista. Mas eu gosto mais da visão de artista com aquela pessoa que vive da sua arte, ou
seja, que vive da habilidade única que ela tem, que vive em flow, que vive fazendo as coisas
com motivação intrínseca, porque esse é o artista. Você não encontra nenhum artista por aí
que diz, “ai velho, eu odeio que eu faço, eu odeio pintar, pinto porque, puts, é um saco
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pintar”. Ele pode até reclamar da remuneração, que é difícil viver daquilo, mas ele não
reclama da obra dele, do processo de fazer. Aquilo é o que ele ama, e que ele faz mesmo
que não tenha a remuneração que ele gostaria de ter, ainda, porque ele busca. Então o
artista... nesse sentido, todos podem ser um artista.
Então, eu falei uma técnica do Braian Carson, o médico pode ser uma artista, Brian Carson é
um artista da cirurgia plástica. Um grande cirurgião, um cirurgião excelente, ele entra em flow
na hora que ele pega no bisturi. Pode ser estranho para você, é estranho para mim, mas é
arte dele. A minha cunhada, irmã de Dani, é uma advogada, ela é uma artista. Natália é uma
artista. Na hora que ela vai escrever uma peça, ela entra no flow dela. É o momento que ela
não ver o tempo passar momento que ela tá extremamente presente para aquilo.
O Engenheiro pode ser uma artista. Eu tenho uma piada no stand up que eu tiro onda desse
livro “Concreto Armado Eu te amo”. Como assim amar concreto armado? O meu mestre
de obras, Daniel Paulino, é o cara que faz tudo para mim, montou meus dois apartamentos
que eu já morei em São Paulo, a casa, o escritório... ele é um artista de obras, de dar
soluções de gambiarras, ele é aquele cara...e eu perguntei para ele, “cara você sempre foi
assim?” ele falou “a vida inteira.”. Eu vi a matéria, no Globo Repórter, falando de pessoas que
fizeram transições de carreira complexas, executivos deixou a estação da capital pra plantar
orgânicos, um agricultor pode ser uma artista. Provavelmente esse cara aqui, agora tá
vivendo arte dele. No mesma programa, tinha uma história de um mecânico, mecânico pode
ser um artista; no caso, uma mecânica. Ela era de TI e saiu para ser mecânica e viver a arte
dela.
Esse livro do Daniel Pink (Daniel Pink é um cara que é um grande Expert nesse assunto
motivação) e ele fala dos novos fatores motivacionais para reavaliação pessoal e profissional.
E ele fala, dos fatores motivacionais, para a realização pessoal e profissional, e ele conta as 3
eras da motivação.
Teve a motivação 1.0, que é à base de chicote. É a motivação pelo medo, usando o medo, é
a tortura é o tripalium, é dando chicotada, vai... é fazer as pessoas... O motivo que leva elas
à ação é evitar dor é o medo. Esse é o motivo. Aí vem a motivação 2.0, que é motivação
cenoura. Dá uma recompensa se você fizer isso ganha aquilo, e as pessoas vão atrás da
cenoura, ou seja, não é por medo, é melhor do que por medo, mas ainda é uma motivação
extrínseca, uma motivação que vem de fora, que não vem de dentro, que pode até gerar
momentos de flow, mas não na densidade que a gente gostaria que fosse. E a motivação
3.0 que o prazer, é a motivação de fato intrínseca, que é esse assunto que se fala hoje em
dia de você viver o que ama, amar o que faz e ter uma vida de propósito, que algumas vezes
isso desvia para o papo meio “bullshit”, mas a gente já viu aqui na aula start, a importância
de não deixar algumas maçãs podres contaminarem a nossa percepção sobre o assunto
incrível que é motivação.
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Aristóteles:

“o prazer no trabalho aperfeiçoa a obra”.

Das antigas, totinho já mandava bem. Eu trouxe um trecho de uma entrevista de um amigo
meu, Marcio Mussarella, que ele fez com o Daniel Pink, e ele fala sobre motivação 3.0 ver aí.
Vídeo - Motivação do Século XXVI
Em menos de 2 minutos o Daniel Pink falou ‘creativity’ duas vezes. Você percebeu o quão
conectado está com tudo o que a gente falou, da habilidade do futuro, lá no mito do artista,
sobre os problemas estruturados, lineares, programáveis, parametrizáveis? Como cada vez
mais a máquina está fazendo estes... e tá sobrando para o homem problemas complexos,
que demandam criatividade e a motivação para esse tipo de atividade. Ela mudou, não é
mais aquela 2.0, agora vem a motivação 3.0 que ele resume em autonomia, excelência e o
propósito.
Motivação 3.0 - Daniel Pink

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Ou seja, a pessoa tem que ter não autonomia total, mas tem que ter alguma autonomia
sobre o que ela está fazendo, alguma capacidade de tomar decisão, de ir para o caminho,
porque autonomia zero significa caminho pré-definido. Aí você é uma máquina, só segue. Ter
um pouco de autonomia, é poder tomar decisão de vir para cá de ir para lá.
Não estou falando de ser dono de empresa não, você pode trabalhar na empresa ter
autonomia de fazer do jeito, de poder buscar excelência, de você ter no ambiente os
estímulos, pra buscar excelência naquilo que você faz, pra você está, sempre sendo
convidado, a fazer melhor, porque cara, quando a gente faz uma coisa que a gente gosta, a
gente adiciona aqueles 4% lá no desafio, além do que a gente faz, aquilo é a busca pela
excelência porque uma hora você conquista aqueles 4% e você vira 4% melhor e no outro
dia é mais 4% sobre aquilo e vai...

4%
Flow

Ansiedade
Desafios

Tédio

Habilidades

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É composto. E propósito que é você ter um “why” um porquê; propósito é porque.
Propósito, na minha visão, não tem que ser, “ai, a missão de salvar o planeta meu Deus, as
plantas” e não tem que ser assim, é você tem um why um porque você faz aquilo, você tá
contribuindo numa parada maior. Eu não acho que isso tem que ser uma regra para todo
mundo, mas é muito legal quando você faz alguma coisa que é maior que você, é muito
massa, fazer algo está participando de algo que é maior do que você. Isso é um grande
porque. Eu diria que é o melhor porque que uma pessoa pode ter, é o melhor propósito para
entrar em flow, em excelência, ter essa motivação 3.0.
Esse é o terceiro bloqueio: bloqueio do tesão. Eu chamo de bloqueio do tesão que é dentro
daquela analogia né, do Viagra. É a falta de tesão genuíno nas coisas e está precisando de
um estímulo externo e não ter motivação intrínseca. As principais lições erradas foram
“Trabalho e Prazer tem que ser separado”, trabalho é uma coisa prazer é outra. Tem pessoa
até com o sentimento de culpa, que se tiver gostando do trabalho se sente estranho. Aqui é
tripalho papai, aqui é tripalho, aqui é tortura, prazer tem alguma coisa errada. “O tempo
passa rápido apenas no final de semana” a gente aprendeu isso, que a não, é assim mesmo
a semana demora mesmo, final de semana passa rápido, a semana demora a vida é assim
mesmo. Outra lição “trabalhe sem prazer e se aposente depois”. Esse é o segredo da vida
tem que ralar mesmo é isso mesmo meu filho, tem que ralar lá duro e tal. Tem que fazer
mesmo não querendo tem que fazer, mais um dia você se aprosenta aí depois minha filha,
depois que você se aposentar é só alegria... isso não faz sentido né.
Qual é a reaprendizagem? Trabalho e Prazer não tem que ser separado. O tempo não passa
rápido apenas no final de semana, ele pode passar rápido também nos dias de trabalho.
Não trabalhe sem prazer e não se aposente depois. Cara eu tenho uma crença de que as
pessoas que vivem no flow constante conectada as suas habilidades com os seus desafios
ela nunca se aposentam. Trazendo para o afirmativo Trabalho e Prazer, podem andar juntos
e devem andar junto. O tempo passa rápido quando a gente tá no flow, não tem nada a ver
com semana, no dia de semana, é tá nesse estado aqui e trabalho com prazer e nunca se
aposente. Eu tenho essa criança que se aposentar não é uma regra da vida, cada vez mais a
gente vê a Previdência, que tá ficando incontrolável isso aí, as pessoas estão vivendo mais,
os cálculos mudaram, e as pessoas que vivem uma atividade, que conecta as habilidades
com os desafios, elas não querem parar de trabalhar.
Meu pai ele se aposentou da Fazenda e ele já aposentou cedo né, aquelas regras antigas 55
anos, então ele tem quase 20 anos que é aposentado. E desde que ele se aposentou ele
vive no flow, o tempo todo escrevendo poesia dando as palestras maluca, e todo dia ele
trabalha, todo dia ele lê, ele já tem setenta e poucos anos e não quer parar, ele quer
continuar produzindo. E aí é muito triste quando eu vejo um senhor de idade, um idoso que
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está meio que ocioso no sentido que, esperando a vida passar meio que esperando ali
naquele looping infinito. Hoje em dia, uma pessoa com 70 anos ela tem uma grande chance
de viver mais 20 anos. 20 fucking years.
Fazer o quê tempo todo? vai ficar esperando o tempo passar? Por isso que eu falei, nunca é
tarde para mudar. O meu pai ele era funcionário público, mas ele era um funcionário público
diferente porque ele trabalhava no sindicato dos fiscais da fazenda, grande parte da carreira
dele foi nessa parte, e ele era o cara que cuidava dos eventos então meu pai foi um
funcionário público organizador de eventos; dava palestra, fazia curadoria dos eventos
organizava logística da espera das pessoas, e abrir a mesa, ele sempre era aquele cara que
compõe a mesa, chama as pessoas e tal entã o ele viveu no flow, e é legal essa coisa né de
desmistificar. “Não que funcionário público é entre tripalium mesmo, não tem jeito”, conheço
várias pessoas que entraram nessa parada porque é o que elas gostam de fazer e atingir o
estado de flow (como meu pai atingia) mas meu pai, mesmo saindo desse trabalho,
continuou a jornada dele não quer parar, não quer parar nunca e temos muitos casos disso
né pô, Niemeyer o bicho, trabalhou até os finalmente, Thomas Edison, Washington Olivetto é
um idoso e Washington Olivetto. Eu vou aos eventos o bicho está lá capenga, falando.
Eu queria voltar (já chegando, no final dessa aula) numa história daquele Globo Repórter
(lembra que eu falei do caso da mecânica que era do mundo do TI. E ela resolveu seguir a
arte de ser mecânica?) e eu queria mostrar essa matéria porque é uma matéria 3 minutinhos,
mas muito interessante depois eu vou fazer várias análises sobre essa matéria.
Video - Slide 113
Legal a história dela hein, muito louca a história dela, eu queria fazer algumas análises aqui a
História dela. A matéria começa assim: quando foi para faculdade Taís escolheu o curso de
Ciências da Computação, estava decidida a fazer carreira na área e fez, foram 15 anos,
aquilo que a gente falou né. Será que uma pessoa com 17 anos pode tomar uma decisão
que vai repercutir na vida inteira? Tá preparada para tomar essa decisão, né.
O caso dela mostrou que não. Nem sempre não estar preparada, mas muitas vezes não está
preparada. A outra parte falava assim: estava muito bem, já tinha uma carreira constituída,
certificações. Tá ok, mas Thais não estava satisfeita, ou seja, raramente entrando em estado
de flow... Mihalyi, sempre Mihalyi, ele falando que a relação disso com a felicidade, psicologia
positiva... ela guardava em segredo um sonho antigo até que há 2 anos, criou coragem,
jogou tudo para o alto e foi assumir o lugar que sempre quis embaixo de um carro, aquela
história né. Sonhos, provavelmente disseram para ela também que sonhos não valem a
pena, guarda o sonho aí o deixa em segredo, nem conta para ninguém para o pessoal não
fica zuando entendeu, então fica quieta com seu sonho, sonho não vale a pena, bota ali e
fica só sonhando mesmo.

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Criou coragem, e coragem é isso aí, ir mesmo com medo, não é ir de qualquer jeito, mas é
psicologicamente meio com medo... Essa parte aqui: “jogou tudo para o alto” é que eu
tenho alguma ressalva. Lembra lá, no bloqueio do sucesso? O caminho da vida ele tá
sempre em construção não é uma linha reta quando fala “jogou tudo para o alto” dá uma
percepção em algumas pessoas do tipo “ah então se meu sonho é esse então amanhã eu
vou pedir demissão, vou em busca do meu sonho” e é importante deixar claro que o
caminho, ele é assim louco e por ser louco por não ser fácil, mas possível. Eu não gosto
muito dessas histórias que fala assim, “ah não, resolvi chutar o pau da barraca do nada.”.
Eu acho que “do nada” não é a melhor estratégia. Quem viu a técnica lean startup, lean
startup, aquela teoria de você mediante uma hipótese de estar pequena e depois evoluir.
Pode ser aplicado há uma transição de carreira: como você pode testar pequeno, uma
hipótese paralelo ao que você já faz e não necessariamente jogar tudo para o alto de uma
hora para outra. Então continuando aqui a história dela: para a família e os amigos foi um
choque, mas a verdade é que desde criança ela era fascinada por carros e motores. Mas se
desde criança a bicha era fascinada como é que foi o choque a família e os amigos, não
viram o fascínio dela, muito louco né? como as crianças o tempo todo, elas vão dando pista
para a gente, pistas muito loucas, de vez em quando, mas vão dando pistas e a gente como
é pai, educador, professor, tem que dar atenção a estas pistas, procurar conexões entre as
pistas, tentar entender qual é a motivação intrínseca, que está por trás daquilo que aquele
ser humano, essa criança, esse adolescente tá fazendo.
Lembra da campanha do HSBC esse molequinho falava

“eu gosto de me sujar de entrar debaixo do carro”,

provavelmente ela também era assim, mas ao dizer isso as pessoas vão dizer:

“tá doido. Você tá doido. Que conversa é essa?”

Voltando para Taís: e no final de semana finalmente ela descansa. Nem pensar. Vai para a
escola. Ela é professora de uma turma de marmanjos. Sabe por que ela faz tudo isso no final
de semana? Flow.
O flow é o orgasmo da mente criativa. E por ser orgasmo, envolver para ver as pessoas que
encontram caminho do flow elas vão atrás do caminho do flow. Final de semana, durante a
semana, não importa! Ela apenas quer viver a arte dela que é ser mecânica. “Eu venho feliz
trabalhar estou muito realizada”. Esse “eu venho feliz” subentende-se que nos 15 anos
anteriores ela não era tão feliz. “Eu era uma pessoa doente literalmente.” É muito louco né,
como as doenças surgem até em função dessa falta de motivação intrínseca, falta de Flow, o
flow ele vai literalmente limpando a mente, limpa seu corpo também. “A asma, tudo me
atacava antes hoje em dia eu só tenho calor na oficina, mas tudo bem.” Você acha que a
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Tais precisa de Viagra para animar ela? Se ela precisa dessa motivação empolgante, que eu
chamo de animação. É a motivação axé da Bahia, né que os cantores da Bahia, eu sempre
ficava meio puto, assim a quantidade de vezes que eles ficavam forçando a barra do tipo
“tira o pé do chão da bota a mão pra cima e bate(...)”... cara “tira o pé do chão” não era pra
você falar para a gente fazer não. O sujeito fazia uma música tão legal que a gente quer tirar
o pé do chão, não é para mandar ficar tirando o pé do chão não, toda hora devia ter uma
regra na legislação da Bahia da quantidade de vezes em uma hora, que o cantor tira o pé do
chão levanta palminha bate na palma da mão, se não ficar avacalhando a parada. E sabe
por que ela não precisa disso? Porque ela tem autonomia, porque ela pode buscar
excelência e porque ela tem o porquê de fazer aquilo simples assim. Confúcio:

”escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um só


dia de sua vida.”

Esses dois posts do Instagram que eu fiz eu achei muito legal,

“O Mestre na arte de viver não faz distinção entre seu trabalho e a


sua diversão”.

O Mestre na arte de viver não faz distinção entre o trabalho e a sua diversão.

“Seu a fazer e seu lazer não tem diferença”,

o a fazer e o lazer, sua mente e seu corpo, sua educação e sua recreação, ele mal sabe qual
é qual, ele simplesmente persegue sua visão de excelência no que tiver fazendo.

“Todo homem morre, mas nem todo homem realmente vive.”

Eu acredito que as pessoas que não que têm oportunidade de estar no flow com frequência
elas não estão vivendo de verdade. Não tão explorando o potencial existente em todos
dessa habilidade humana que é a imaginação e uma vez aplicada para resolver problemas
vira criatividade.
Dostoiévski:

“O segredo da existência humana reside não só em viver, mas


também em saber para que se vive”,

saber para que se vive é encontrar porquês, encontrar motivos, encontrar propostos para
encontrar o “why”
Esse post aqui que eu fiz no Instagram também,

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“o trabalho ideal não é aquele que você ganha muita grana e para,
mas aquele que nem toda grana do mundo te faria parar “.

O que se faz sem obrigação é o que define quem nós somos por isso que uma grande
forma de começar se auto conhecer e entender suas motivações intrínsecas é ir nos
hobbies, quais os seus hobbies? Aquilo que a gente faz sem obrigação é uma grande pista.
Não quer dizer que necessariamente todo Hobby pode e deve ser convertido no trabalho,
alguns tem que ser hobby mesmo. “Eu adoro aviação, adoro voar”. Virar piloto de avião não
necessariamente é o que vai lhe fazer feliz. Talvez seja realmente. No final de semana... eu
fico tirando onda, mas final de semana eles são dias realmente diferentes já faz parte da
cultura; algumas coisas funcionam, outras não funcionam; a rua tá diferente. Então realmente
é um período diferente. E quando eu falo viver uma vida sem distinção na prática é
impossível eliminar a distinção de semana e final de semana. Claro, porque final de semana
você percebe. Se você me botar numa rua num dia qualquer e olho e descubro se é final de
semana ou dia de semana você consegue sentir a vibe da cidade enfim.
Osho:

“opte por aquilo que faz o seu coração vibrar. Apesar de todas as
consequências, apesar do medo e tenha coragem”.

Arianna Huffington:

“O que tiver que fazer mesmo que você esteja com medo” coragem
né.

Bloqueio do Tesão, terceiro bloqueio. Lições erradas e a reaprendizagem, que é o que


importa. Trabalho prazer podem andar juntos. O tempo passa rápido quando a gente está
em flow.
Portanto vamos tentar estar cada vez mais em flow, trabalhe com prazer e nunca se
aposente. Esse é o teu bloqueio tesão.
Se for resumir em uma única frase, que eu sempre gosto de fazer uma frase que resume
tudo o que eu quis falar aqui hoje, a mensagem mais importante para passar é:

faça coisas que te façam entrar no flow.

Procure entender, em encontrar para aumentar a densidade de flows que você tem no
período. É engraçado que na primeira vez que eu fiz esse curso, o resumo desse bloqueio
eu dizia que era “faça algo que lhe faça entrar no flow” e qual foi a mudança que eu fiz? a
mudança que eu fiz foi: eu troquei “algo” por “coisas” coloquei no plural para acabar com
essa visão de que tipo flow é uma coisa só.

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Eu acredito que todos nós somos em níveis diferentes, muitos potenciais temos múltiplas
potencialidades potência internas e, portanto a gente não tem que encontrar aquilo que me
faz entrar no flow; tem que encontrar aquelas coisas que fazem entrar no flow, não tem que
ser só um caminho. Essa é a visão gabarito da vida, a visão gabarito é isso escolha aqui
esse é o caminho e tal. Eu passei muitos anos da minha carreira viajando loucamente e eu
ficava danado quando chegava no hotel. Primeiro preencher aquela ficha é um saco, para
quem feito eu muitas vezes trocava the hotel dia sim dia não, toda vez que preencher eu
achava o saco aquilo e eu achava impressionante que na fichinha do hotel, tá aqui a fichinha
padrão o campo aqui profissão .Olha o tamanho do bicho só cabe duas palavras uma
palavra grande, putz e eu que sou várias coisas? Como é que eu faz? O que eu escrevo
aqui? Isso reflete essa visão de que a gente é uma coisa só, tem uma função. Eu queria até
abrir um parênteses aqui, eu queria compartilhar um vídeo interessante aqui, que foge um
pouco do assunto tesão, mas é porque tem a ver com isso aqui; esse meu problema de
preencher o hotel é um problema que eu tinha e que eu criei uma solução criativa para
resolver esse meu problema, eu queria mostrar o que eu fiz.
Vídeo - Slide 165
Isso aí foi uma solução criativa, mas não é uma inovação porque inovação é a criatividade
emitindo notas fiscais; é a criatividade empacotada pro o mercado. Até então eu dei uma
solução não muito replicável, escalada, sem modelo do negócio, mas eu usei a minha
imaginação e apliquei-a para resolver um problema, e se eu fizer um adesivo e colocar aqui?
Para virar inovação teria que se criar um software, uma tecnologia, um aplicativo alguma
coisa que resolvesse globalmente ou nacionalmente, estatualmente, enfim, o problema de
preenchimento de sistema integrado da Embratur e tal, ao criar isso seria uma inovação
Fecha o parêntese.
Desbloqueio:
Faça coisas que te faça entrar no Flow, esse é o bloqueio do Tesão. Queria finalizar como a
música maravilhosa de Arnaldo Antunes sobre interpretação de Cássia Eller.
Vídeo Slide 168 - Cassia Eller

“Socorro alguma rua que me dê sentido”:

algum caminho que me dê sentido faz sentido é dar motivo. Essa música fala das pessoas
que tão sem emoções, vivendo a vida no automático, vendo a vida passar, torcendo para
passar logo e a vida vai passando sem emoções. E essa música é um “socorro” eu quero
sentir uma emoção, eu quero sentir um flow.
Essa musica tem uma historia muito louca comigo, lembra dessa época que eu tinha, la
minha empresa de site e foi em 2002 até 2008 e tal, a W3, e tal eu tinha um software e meu

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Marketing; e que em 2005 eu fiz parte do comitê de estudante da internet o cgi, uma
comissão que falava sobre spam, as regras políticas e tal... e eu fui para o Rio de Janeiro em
2005 dar uma palestra no evento do Rio info para falar sobre o meu marketing, sobre spam.
Fui pro Rio, e... eu tenho uma tia minha irmã da minha mãe, tia Ieda, que estava lá, foi lá me
assistir (séria bonitona e tal) e 20 de outubro de 2016, em 20 de outubro de 2016 eu
completei 10 anos de comédia. comecei minha primeira vez no palco em 20 de outubro de
2006 isso daqui foi 2005, nesse momento nessa época desta palestra eu nunca tinha feito
nada cômico, nada ligado ao humor, a fã, nada na minha vida. Eu estava há um ano de
subir no palco pela primeira vez e quando eu completei os 10 anos de comédia, eu mandei
para minha tia um áudio que eu quero compartilhar com você esse áudio que eu mandei
para ela.

Áudio - Slide 175


Você deve estar se perguntando: “E aí essa sua tia faz o quê para estar essa cara de séria,
aparece executiva e tal” a minha tia, aqui ó, minha tia é palhaço, minha tia ela é uma atriz fez
novelas até na Globo e ela tem esse palhaço “gira mundo”, que é um dos espetáculos
teatral, ela tem o maior bloco de carnaval infantil do Rio de Janeiro, ela criou “gigantes da
Lira”, ela comanda essa agremiação carnavalesca e faz espetáculos e produções ela é uma
artista. E ela era funcionária concursada, do Banco do Brasil lá em João Pessoa, quando eu
era pequenininho e eu vi bem pequeno essa mudança acontecendo. Ela tomando decisão
de sair do Banco do Brasil ela já fazia coisas lá em João Pessoa indo morar no Rio de
Janeiro. Imagine né uma família tradicional da Paraíba ela era mais nova, todos os irmãos
mais velhos incluindo minha mãe vários médicos, advogados, enfim ela foi para o Rio de
Janeiro foi um ato de coragem.
E eu queria mostrar no meu celular (cadê meu celular vou botar aqui na TV para poder
aparecer todo mundo ver). Eu queria que no WhatsApp Tia Ieda, cade, eu mandei esse
áudio para ela e ela colocou “que lindinho é coragem que aparece quando não se tem saída,
a única saída para a vida” - o que que tem a ver a história da música de Cássia Eller? Ve que
louco: nessa minha ida para o Rio de Janeiro em 2005 para dar uma palestra eu fui na casa
da minha tia e ela me levou para o sítio de Nelsinho diretor da Globo e o sítio lá um
churrasco tomar um e tal e lá estava a Lan Lan que era a percussionista de Cássia Eller e
Lan Lan lá a gente fazer numa roda não sei o quê bebendo Começou a cantar essa música
Socorro que foi quando eu vi a primeira vez olha o que minha tia colocou aqui em baixo:
“Lembro de tudo e sobretudo quando você veio aqui e eu te apresentei as músicas de
Cássia Eller você não parava de cantar Socorro eu já não sinto nada Socorro alguma coisa
que me dê sentido e eu percebi que precisava acontecer alguma coisa que te salvasse e
você foi salvo; assim como eu também fui beijos da titia parabéns por ter revertido a tragédia

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e uma grande comédia que é viver” foda né. Muito louco né ver como as coisas acontecem
estava indo para uma coisa foi procurá-lo, a Lanlan cantou essa música e eu sempre gostei
dessa música e quando eu ia colocar uma frase na descrição do Twitter ou no Facebook eu
lembro que várias vezes eu coloquei trecho dessa música, mas eu nunca tinha parado para
pensar o sentido da música. Eu apenas gostava do Ritmo, sei lá, eu gostava
inconscientemente e depois eu recebi essa mensagem eu fiz uau.
É incrível e esse trecho da minha tia “é a coragem que aparece quando não se tem saída” a
coragem é a capacidade de ir mesmo com medo, ela aparece sempre quando não tem
saída. Deveria aparecer antes, a gente não deveria ter que esperar a situação que não tem
mais saída para vir coragem; ela tinha que aparecer antes.
Uma frase que eu sempre falo muito

“toda crise é um convite forçado a mudança”.

Não estou falando sobre crise econômica, até crise de acabar com marido com a esposa até
a crise de brigar com alguém. Todo o processo de mudança é sempre doloroso e lento; sem
agonia, sem não “eu quero não sei o que não sei que lá” é lento papai, é lento calma. O
caminho é tortuoso demora anos o importante é ter progressão sempre; tem que ter
progressão, tem que progredir 0,1% cada dia mais próximo e consistência na evolução disso
ai
Bem encerramos os bloqueios educacionais bloqueio educacionais encerramos, eu quero
fazer uma pequena recapitulada, bloqueio do gabarito.
Algumas lições erradas que a gente reaprendeu aqui,

“todo problema tem mais de uma solução”

sempre existem mais respostas além daquelas previamente definidas. Continue procurando
as respostas mesmo depois de ter encontrado a primeira resposta certa. Bloqueios do
gabarito a frase que eu resumi foi “não se contente com a primeira resposta certa, acabar
com essa coisa do já sei já sei, vai, não” vamos abrir possibilidades.
Abrir cinco opções, de caminho 10 opções de caminho. Segundo bloqueio: do Sucesso.
Lições erradas: a reaprendizagem foi

“fracasso é bonito fracasso faz parte desde que seja fracasso


pequeno”.

Fracasso inteligente: caminho tortuoso pode ser o melhor. Raramente o caminho reto
funciona é tortuoso mesmo, é demorado, a hora certa se descobre tentando; não adianta
ficar esperando a hora tem que ir. E você indo você descobre a hora certa na hora errada.

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Bloqueio do Sucesso a frase que eu resumi foi

“fracasso mais e mais rápido de formas diferentes para chegar logo


ao sucesso”

é o clássico, Fail Fast Fail Often ontem.


E agora o bloqueio do tesão, lições erradas cuja a reaprendizagem é

“trabalho e prazer podem andar sim andar juntos.”

“O tempo passa rápido quando a gente está no flow.”

Busque esse flow para você entrar nesse estado é um êxtase, e trabalhe com prazer e
nunca se aposente; porque você já vive a sua arte e não faz sentido parar de viver.
Bloqueio do tesão ,se eu pudesse resumir é esse o resumo mais importante para mim: auto
conhecimento para se conhecer melhor, para poder encontrar as situações de flow porque
nessas situações que você vai atingir a sua excelência criativa e fazer as coisas. Não é fácil,
não é rápido mas é possível. Beleza encerramos então. Nos vemos nos bloqueios
mercadológico.
Tarefinha do tio Murilo
Tarefa: ó que massa, botei uma tarefa grandona aqui para explicar para você aqui no papel
e essa tarefa tem a ver com gráfico que o Murilo apresentou ainda aula de bloqueio do
Tesão. Aquele gráfico de desafio e habilidade, e a gente não colocou as palavras escritas
nele porque aí a gente já ia denunciar qual era a brincadeira né. Então a sua primeira tarefa é
voltar lá naquele slide de Murilo explica qual é o desafios e habilidades e aqueles nomes
todos que tem ali no meio e escrever; então eu vou fazer uma mágica vai aparecer tudo
escrito aqui.
Bom, já escrevi tudo, e essa primeira tarefa que vocês vão ter que fazer agora a ideia que
você tem por tarefa do seu dia-a-dia: coisas que você realiza, ou do dia ou do trabalho e
pensar que desafio aquilo representa para você e que nível de habilidade você já tem para
fazer aquilo. E com isso pensar nesse gráfico em que ponto você está o que aquilo esta te
despertando.
Então, por exemplo, em relação ao trabalho que eu realizo aqui na LX eu entendo que
quando eu estou elaborando a cadencia das aulas os exercícios e tudo mais, eu entendo
que eu tô bem aqui o que é entre o flow e a excitação, porque para mim é um desafio alto,
mas ao mesmo tempo eu tenho uma habilidade já em relação a isso, então em vários
momentos eu fico no flow. Exceto quando o Murilo fica pedindo para eu mudar e fazer muita
coisa diferente aí eu fico muito aqui nesse nível de excitação porque diminui meu nível de
habilidade. Quando eu tenho que, por exemplo, escrever um e-mail (que já é uma coisa que
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Inclusive a Carina me ajuda) e lembra lá daquele exercício que ela tem muita clareza e
comunicação? Então, eu fico aqui na parte de escrever e mails para você, eu me sinto aqui
no controle, é um desafio baixo para mim; eu acredito que eu já tenho habilidade maior.
Quando o Murilo me pede uma análise de indicadores, eu preciso pedir ajuda para o Ranieri,
porque realmente eu fico nessa zona aqui de ansiedade então eu vou colocar aqui o Excel.
Sim, porque para mim é um grande desafio é uma coisa que eu tenho pouca habilidade. Na
verdade eu gosto pouco também, então eu fico aqui.
Então falando de trabalho tem isso; se eu for pensar na minha vida pessoal, eu posso dizer
que quando eu estou costurando, realizando tarefas manuais eu estou completamente aqui
no flow; costurando aqui, eu tenho muita habilidade. E na verdade é para mim um desafio é
mediano porque costurar não é fácil. Então eu fico aqui no Flow.
Agora quando a minha irmã me pede para pensar na festa no batizado do filho dela e que é
uma coisa que eu gosto de fazer, mas que exige todo um planejamento, custos, e do que eu
tenho que fazer primeiro e tudo mais, aí eu fico aqui entre a ansiedade e a excitação. Então
planejar festa de criança para mim tá aqui. E quando eu estou propriamente com crianças
mesmo brincando, relaxando me divertindo, aí eu estou aqui no Relex porque eu tenho muita
habilidade e para mim é um desafio pouquíssimo. Porque afinal eu adoro trabalhar com
criança brincar com criança.
Então essa é a tarefa, você pensar em coisas que você faz, no seu dia-a-dia, ou no seu
trabalho, ou qualquer área da vida que você quiser ir colocando elas aí no seu gráfico é a
mais um exercício de autoconhecimento e de auto reflexão é isso.

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Introdução aos Bloqueios
Mercadológicos
Vamos, lá, vamos começar os Bloqueios Mercadológicos. Essa aqui é aula de introdução.
Lembrando que os bloqueios a gente divide em um framework de Bloqueios Educacionais,
Bloqueios Mercadológicos, Cerebrais. A gente passou nos Educacionais, Bloqueio do
Gabarito, Bloqueio do Sucesso, Bloqueio do Tesão. E agora vamos começar, os Bloqueios
Mercadológicos, vamos falar de mercado, obviamente não é esse mercado, mas quando eu
falo mercado é mercado de trabalho, é o mercado que movimenta o mundo capitalista que
a gente vive.
Pra falar disso, queria começar mostrando um framework do Michael Porter, As Cinco
Forças Competitivas de Michael Porter, muito interessante. O que ele viu, tem um
mercado, tem uma força intrínseca que é a rivalidade entre os concorrentes e mais quatro
forças que tão ao redor impactando. Então, a ameaça de novas entrantes, os novos players
que podem entrar no mercado.

Poder de
barganha dos
Fornecedores

Ameaça de
Ameaça de Rivalidade entre
produtos
novos entrantes Concorrentes
Substitutos

Poder de
barganha dos
Clientes

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A ameaça dos produtos substitutos, ou seja, não são produtos do mesmo mercado mas
que atendem as mesmas necessidades do cliente e acaba substituindo. E essa é a parada
que tem que ficar muito atento porque normalmente a gente olha muito as coisas do nosso
mercado e a gente num vê que tem outros tipos de categorias de produtos e serviços que
substituem a gente.
Um exemplo muito clássico. O mundo das operadoras de telefonia celular, eles tinham lá um
grande produto que era o sms, telefonia em si, e eles olhavam entre si. Ou seja, eles olhavam
entre só aqui, a rivalidade entre os concorrentes, novos entrantes é muito difícil, tanto que
tem poucas empresas de telecomunicação, é um negócio que envolve muito dinheiro, capital
expressivo. Então, em relação a isso tava bem protegida, mas, a ameaça dos produtos
substitutos, por exemplo, o WhatsApp.
O WhatsApp ele veio de outro lugar, ele veio e acabou com o sms e tá acabando também
com as ligações da telefonia. Você liga pelo WhatsApp. Então, atenção a isso aqui porque a
gente olha demais pra isso aqui e pra isso aqui, mas esquece de olhar pra isso aqui.
Bem, outras duas forças impactando: o poder de barganha dos fornecedores e o poder de
barganha dos clientes. Resumidamente, o quanto você tá na mãos do clientes, porque você
tem poucos clientes e você depende deles, ou o quanto você está na mão dos fornecedores
porque você tem poucos também, por qualquer outro motivo, depende deles. Essas são as
5 forças competitivas do grande Michael Porter, beleza.
A gente já viu desde o começo do curso que o mundo tá mudando muito louco, hoje ele é
acelerado, a parada exponencial, bagulho é louco e tal, então eu resolvi inspirado nesse
framework aqui do Porter, criar as 5 forças exponenciais por eu mesmo, né. Então, além do
mercado em si ser uma força, né, 4 variáveis influenciando. Conectividade, população,
automatização e o planeta.

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Conectividade

População Mercado Planeta

Automatização

E eu quero agora, nessa aula de introdução, entrar um pouquinho, em cada uma delas.
Então, vamos lá, em relação a automatização, eu já falei muito sobre isso. Já falei muito
desde Quatro Habilidades, Mito do Artista, toda aquela questão da robótica, inteligência
artificial e tal. Como os problemas estão ficando cada vez mais estruturados, lineares porque
nós estamos ficando melhores em estruturar, linearizar e programar os problemas.
Ao mesmo tempo, a máquina está ficando melhor em resolver os problemas não
estruturados, ou seja, cada vez mais automatização vai se apossando de problemas que
anteriormente eram nossos. E o objetivo de saber disso não é ter medo e sim de aliar.
Como eu disse nas Quatro Habilidades do Futuro, a quarta, a gente chama de Inteligência
Interartificial que é a capacidade de interagir com a artificialidade, ver a máquina, o software,
a robótica, como um parceiro do seu negócio, saber o que tá acontecendo, ou seu negócio,
pra sua carreira, pra sua vida. Então, não vou falar muito desse assunto mais,
automatização.
Vamos pular pra conectividade. Beleza. Conectividade é uma coisa meio óbvia. “Ah, eu ando
muito conectado, muito atualizado, as coisas tudo junto, o mobile e tal”, mas eu quero é
adentrar um pouco mais nessas práticas do mundo conectado.
Então, é, isso aqui é um esqueminha de antropologia de redes que mostra o modelo de uma

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rede centralizada, um modelo de uma rede descentralizada e um que é muito legal que é o
modelo de uma rede distribuída, em que todos os pontos se conecta com quase todos os
outros pontos e cada vez mais a gente vive num mundo assim distribuído. Essa questão do
mobile, velho, essa questão da internet onipresente, chama opicoa, agora os objetos vão ter
internet nas coisas, isso gera uma loucura que tudo está tão conectado de um jeito nunca
antes visto.

CONECTIVIDADE

É engraçado que meu primeiro negócio, minha primeira Start Up, foi aquele peça sua
comida, que era um negócio que a gente dependia muito da conectividade da época que
era ridícula. Era o pager e o fax.
Pager é um negócio que como eu vou explicar pra minha filha pager, vou dizer “amor, minha
filha, é um seguinte, era um bagulho que cê mandava mensagem pra outra pessoa, você
ligava pra uma moça, você falava pra moça qual era a mensagem, podia ser uma mensagem
de putaria, você tem que falar pra moça a porra da mensagem, aí a moça digitava e
mandava pra pessoa destino”.
É inconcebível pensar que existia essa comunicação e desde que o mundo começou a ficar
mais conectado, ou seja, numa era mais dependendente da moça que distribuía, todos os
pontos se conectam com o outro, a gente não precisa mais da moça do pager. Assim como
não precisa mais, cada vez mesmo, da moça do disque de pedir comida, ou do cara que a
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gente ligava, agora não, agora a gente vai direto, via aplicativo, via site, ao destino final. Em
outras palavras, os intermediários estão sendo, cada vez mais, eliminados porque num
mundo distribuído em que todo mundo se conecta a todo mundo, não precisa mais, o
intermediário passa a não mais gerar valor, sentido na cadeia.
É engraçado que esse primeiro de pedir comida pela internet, o meu negócio de peça
comida na época, em 2000, quebrou porque as opções de comunicação que a gente tinha
na época eram ridículas.
Hoje em dia, o iFood, Restaurante Web se juntaram e já valem 1 milhão de reais no Brasil. E
é engraçado que quando eu falo do peça comida, muita gente fala “ah, você perdeu a
chance de ficar, você fica muito frustrado quando pensa e tal?” claro, claro que eu gostaria
de ter feito o peça comida um pouco depois e ter já utilizado a banda larga pro negócio e tal,
mas sabe o que me deixa frustrado em relação a ideia de negócio? É quando eu tenho uma
ideia, é possível fazê-la, eu não faço e depois fazem, isso me frustra mais.
Muitas vezes você tá lá, vendo TV com a sua mulher e passa uma notícia de um negócio que
foi criado e você fala “tá vendo, amor, a minha ideia, oh, fizeram, sou foda, hein” e cara eu
não gosto dessa sensação, eu não gosto porque fica “por que eu não fiz?” fica vivendo no
mundo das ideias, no mundo que “ah, minhas ideias, porra, viraram um negócio bilionário”,
porra, por que você não fez? Cara, o que faz a diferença no mundo é a execução, não é ter
ideias, é por em prática, né? Enfim.
Eu falei da história do pager, o pager faz um tempo já, mas o mais bizarro ainda é pensar
que há pouquíssimos anos, quando a gente queria um táxi, a gente também tinha que ligar
pra uma pessoa pra poder chamar pra gente. E agora, a gente tem essa parada aqui.
E eu queria voltar uma palavra, reler, um livro que eu escrevi em 2000, foi lançado pelo
Sebrae, em 2000, faz um tempo já. Tem um trecho do livro que eu falo uma parada muito
utilizada que nem pegou muito que eu achei muito de infomediários, os intermediários da
informação. Então, os infomediários são os profissionais que fazem a ponte para tráfego de
informações entre comprador e vendedor, eles não vendem produtos, eles não vendem
produtos, eles vendem informação. Num mundo conectado, na era da informação, a
informação tem valor, eles vendem informação é como juntar a fome do visitante com a
vontade de comer do vendedor pelo cardápio da informação.
Engraçado, que eu dou exemplo de comida e nessa época que eu escrevi esse livro, o peça
comida nem existia ainda, pouco depois ele passou a existir.
O Uber, ele entrou nesse mercado de comida. Cara o uber, ele não é uma empresa também
de transporte, pra mim ele é uma empresa de informação, a parada é informação,
informação é valor e ele conecta informação entre motorista e pessoas, entre deliveres e
pessoas, é uma empresa de informação.

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É interessante ver que os intermediários sumiram em vários mercados. Antigamente pra você
investir, você tinha que ligar pra pessoa, pra pessoa investir pra você, hoje em dia home
broker já vai direto. Agência de viagens, dependia de um intermediário, hoje em dia, várias
opções não dependem mais de intermediário. Ou seja, se você é intermediário de alguma
coisa, se o seu valor é esse, fica atento, papai. Fica atento, que o bicho tá mudando. E se
você não é, não trabalha nesse segmento, fique atento às oportunidades de ser, de eliminar
um intermediário que já existe, de ser um infomediário, esse é um negócio muito
interessante.
Outros exemplos interessantes de repercussão do mundo conectado são essas plataformas
tipo We do Logos, tipo o Fiverr, Get Ninjas são plataformas que conectam profissionais, ou
seja, conectividade. Hoje em dia você pode ser um profissional, um design, não só da
multimídia, aqui nesse site você pode encontrar até o cara pra furar a parede e tal, o
marceneiro, o eletricista.
A gente vive num mundo que não precisa mais, necessariamente tá associado a empresas,
negócios pra ter uma carreira, cada vez mais é possível como profissional liberal, como a
gente autônomo, você ter uma oportunidade de trabalho, conseguir jobs. Cara, isso aqui é
muito louco,
assistente virtual,
secretária virtual, ou seja, você é uma secretária virtual que pelo mundo estar conectado,
permite ela faça pra você os serviços pontuais, mas que também ela atenda outras pessoas,
ou seja, otimiza a ociosidade de trabalho dela.

A Amazon tem uma parada que chama mechanical truck, olha que viagem.
A parada é um seguinte, simplesmente a Amazon reúne um bocado de tarefas que são
pequenas, mas não são automatizadas, ou seja, precisa de humanos, eles até chamam de
HIT - Human Intelligence Tasks - mas são tarefas simplesmente, por exemplo, sei lá, tem
empresa que precisa processar nota fiscal de reembolso.
Aquele monte de papelzinho, muitas vezes impresso pequeno, cê bota o software pra ler, ele
não consegue ler. Meio que tem que ter um humano pra interpretar essas coisas escritas à
mão, mal escritas ou então uma imagem que tá meio riscada. Enfim, as empresas que têm
essas tarefas, jogam no Amazon Mechanical Turk e qualquer pessoa, qualquer humano que
queira, claro, ganhar alguns centavos por cada tarefinha dessa, entra lá e fica só.
A maioria das vezes é transcrever, transcrever o que tá vendo e é uma tarefa que a máquina
não consegue, ficou pra gente. E o mundo conectado permite que crie um ambiente de
tarefas inteiras que as pessoas possam trabalhar.
Se eu fosse desempregada ficaria no Amazon Mechanical Turk, só fazendo as parada lá e
ganhando centavo de dólar. Enfim, os americanos chamam isso de
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GIG Economy, a economia dos GIGs, a economia dos pequenos trabalhos,

é a economia do freelancer, a economia do profissional liberal e eles falam

“a força que pode salvar o trabalhador americano”.

Sempre que fala em profissional liberal, eu gosto sempre de deixar claro que todo
profissional liberal é um empreendedor do tipo individual. Porque quando eu falo
empreendedor, não é só o cara que tem uma equipe e várias pessoas e tal. Cara, ser
profissional liberal, ele é um arquiteto, ele simplesmente trabalha sozinho e aí ele pega os
clientes, atende os clientes, é um profissional liberal, esse cara é um empreendedor
individual. É importante sempre lembrar isso.
Quem gosta desse assunto, recomendo ver um debate criativo, vai tá aqui nessa aba de
coisas citadas,
debate criativo que eu fiz com o Tiago Mattos da Perestroika,
um cara muito importante na minha vida, ele que abriu porta pra mim, me trilhou pra ir pra
Singularity. E um cara que eu admiro muito e a gente fez uma conversa massa que a gente
fala muito exatamente desse assunto, novas divisões de trabalho, novas formas de trabalho
que o mundo conectado permite.
Tem uns exemplos clássicos também, meio antigos, o próprio Mercado Livre, o próprio OLX
são ambientes que porra, você pode ter um negócio, uma profissão sendo uma loja ou
comercializando coisas nessas ferramentas. Tem uma que eu acho incrível, Elo 7, que é
especializada em coisas artesanais. Que que eles fizeram, eles perceberam que tem muito
cara que é artesão, eles perceberam que tem muita gente que é artesão, que faz umas
paradas massa e tal, mas não tem um canal de venda.
Então é uma espécie de Mercado Livre, mercado de coisas artesanais e cara, dentro do Elo
7, hoje em dia, tem artesãos que tão criando um grande negócio utilizando a internet sem
necessariamente entender de internet. A plataforma tá lá, eles entendem de artesanato,
claro, tem que entender a plataforma, mas você consegue entrar lá e o que antes era muito
difícil como artesão, hoje em dia tá muito mais fácil, claro, os artista que se abrem à essas
plataformas e se conecta a outras pessoas e se abrem à novas formas de se comunicar, de
fazer marketing, de atrair clientes, de vender.
Bem, isso é conectividade. Você percebe que conectividade é diferente de automatização,
ambos têm a ver com tecnologia, claro. Automatização é sobre como trabalhos humanos
estão cada vez mais automatizados, com processos e como você pode usar a seu favor. A
conectividade, ela existe independente da automatização. Primeiro que não existe isso de, é,
artificial intelligence, robótica, blablabla, pode existir conectividade se as pessoas estão
conectadas, facilmente acessíveis e tal, beleza? Beleza. Então, vamos lá.

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Outra parada, população. Muito se fala que tá crescendo a população, muita gente e tal e o
fato de crescer a população traz muitos problemas, a gente vê aí as necessidades e por isso
que a força daqui, contrária à população é planeta, o planeta, mas o crescimento da
população também traz oportunidades bem interessantes.
Todo o mundo com muita gente, surge o poder dos nichos, os nichos agora são o mercado,
tem nicho hoje em dia que eles são do tamanho de um mercado de massa de algumas
décadas atrás. É muita gente, um nicho pequeno que passa a ter muito valor.
Um dos livros que mais influenciou a minha vida, já tem uns 10 anos já,
A Cauda Longa, do Chris Anderson.
A Cauda Longa é um conceito que resumidamente diz que, aqui, cauda longa. Esse eixo
aqui é o eixo de volume de vendas e nesse eixo aqui é o eixo de quantidade de produtos.

LIVRO CALDA LONGA

Então, tem poucos produtos, poucos, que vendem muito, são os mercados de massa,
poucos produtos que vendem muito, mercado de massa é esse aqui. Uma hora, esses
produtos que vendem muito acabam. São poucos os que vendem muito e começa uma
cauda super longa de muitos produtos que não em massa, que são de nicho e que, ok, eles
vendem menos e essa cauda é tão longa, mas tão longa, que a teoria é que a área, se você
somar a área de toda essa cauda, ela seja igual ou quem sabe superior, à área do mercado

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de massa.
Uma coisa muito interessante de perceber… a gente muitas vezes, quando vai se
reposicionar, vou nem falar montar negócio, porque montar negócio já lembra o
empreendedor coletivo. Se posicionar como profissional, a gente muitas vezes quando vai
posicionar, a gente muitas vezes pensa em ampliar. Não, não, assim que eu surgir eu vou
ampliar. E cara, muitas vezes, restringir, focar no nicho, atuar no nicho, muitas vezes é a
melhor forma de se posicionar, pelo menos na hora de começar porque os nichos, eles têm
muito poder.
São mercados grandes e quando você foca no nicho, ele se posiciona e se empacota no
cérebro, como os americanos dizem buzzeye, aquele tiro na testa e aí você entra mais fácil
no mercado e depois, pode até se expandir. Então, crescimento da população traz algumas
questões, claro, mas também traz essa questão do mercado de nicho que passaria a ser
muito relevante.
Outra questão com relação a população que fala-se menos, fala-se menos em relação à
crescimento da população. O outro fato é o aumento da expectativa de vida. Eu trouxe aqui
um graficozinho de um aplicativo chamado Gap Minder que estuda estatística.
Você pode pegar estatística do mundo inteiro, de várias áreas do mundo, tanto em relação à
natureza, em relação à população, em relação à vida, sei lá. E você coloca em dois eixos e
ele monta aquele gráfico e você pode pedir pra ele animar e mostrar a evolução daquele
gráfico ao longo dos anos, eu fiz um eixo em que de um lado tá a população, né, na vertical
e na horizontal tá a expectativa de vida. Eu resolvi gravar a tela do software com áudio por
trás, pra ficar sincronizado, então, roda aí, vocês vão meu áudio, um pouco diferente.
Vídeo Slide 49
E daí que está aumentando a expectativa de vida? O que é que isso tem a ver? Velho, sabe
essas coisas de gerações baby boomers, X, Y e tal. Os baby boomers se você pegar a
expectativa de vida entre 40 e 50, eles já deveriam ter morrido, ainda bem não morreram,
meu pai é dessa época e quando meu pai nasceu a expectativa é que ele morresse com 50
anos, já tem mais de 70, por quê? Porque o mundo melhorou, a saúde, tecnologias.

A gente próprio vê esses caras já com idades avançadas continuam na ativa,


publicitários, arquitetos e tal. Galvão Bueno, por exemplo, desistiu de se aposentar,
porra, Galvão e vai ficar até 2019, Galvão já é idoso, Galvão, mas continua aí com saúde,
quando ele nasceu, a expectativa de vida é que ele tivesse morrido há muito tempo já e ele
não morreu.
A grande implicação disso tudo é que se essas pessoas experientes não morrem e querem
continuar no mercado de trabalho, eles tão ocupando a vaga de alguém que vai entrar. E tão
ocupando com experiência, com a sabedoria, com muitos anos de erros e acertos pra
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colocar na mesa. Então, essa é uma variável muito importante pra se considerar sobre vários
aspectos.
Eu já cogitei aqui na empresa contratar uma pessoa com mais de 60, 70, só pra ter no
nosso time uma pessoa com outro tipo de repertório, um outro tipo de cabeça. Tem até um
filme do Robert de Niro, O Estagiário, que mostra um pouco isso, o cara tá lá em forma
começa gerar muito valor pra empresa. Tem esse lado de pode ser uma oportunidade ter
uma pessoa mais cena na equipe e tem o lado também de quem tá no mercado de trabalho
entender que esse fenômeno ocorre e que isso pode ser uma dificuldade a ser superada
dentro do mercado de trabalho.
Quem quiser saber mais sobre esse assunto recomendo o
livro do Sindei Oliveira, Jovens para Sempre,
ele analisa muito bem essas repercussões das gerações de conflito. Essa aula de
introdução, ela é uma aula de criatividade, então, vê que essa aula eu vou indicar muitos
livros, uma aula, uma aula de assuntos bem diversos, de forças que influenciam o mercado,
dei uma aprofundada em uma delas, por isso, vou indicar vários livros.
Bem, a última força, planeta. É um assunto que eu tenho muita expertise pra falar, mas a
gente sabe que o planeta é finito. O universo pode ser infinito, os buracos negros podem ser,
mas o planeta da gente é finito. Ele tá lá, o bicho é grande mas ele é finito e a gente usa os
recursos dele e se os recursos são finitos, um dia eles acabam.
Esse é assunto que coloca muita pressão, mas que já tem várias tendências de mercado
acontecendo em relação a isso aqui. O fato da parte ligada diretamente à tecnologia, à
sustentabilidade e tal, mas fenômenos interessantes, tem um chamado low consumerism
que é o consumerismo, o consumismo, é o contrário do consumismo, é o consumismo
lento, é consumir pouco, é consumir consciente, isso também é um negócio extremamente
crescente.
Dois livros muito interessantes que parece não ter nada a ver com o planeta, mas tem tudo a
ver com o planeta que são livros sobre comportamento.
O que é meu é seu, consumo colaborativo
e
The Mesh: também sobre sharing economy.
Dois livros que mostram como o consumo colaborativo pode ser uma solução de modelo de
negócio pra gente, pelo menos, retardar o fim dos recursos finitos do nosso planeta finito.
Esses dois livros serviram de base pra minha palestra no
TED que talvez seja a maior popular que é Life is a service,
aquela minha teoria, quem não viu, vale a pena ver.
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O Que É Meu É Seu: Como o Consumo Colaborativo Vai Mudar o Nosso
Mundo
Então, vamos lá, 5 forças! Conectividade, tudo conectado. Automatização, todos os
processos sendo automatizados mais o crescimento populacional, expectativa de vida
aumentando e o planeta restringindo esse crescimento.
Eu chamei de forças exponenciais porque essas forças todas têm como propulsor as
tecnologias exponenciais, tecnologias exponenciais é como a Singularity chama as
tecnologias que crescem num nível exponencial que vai duplicando, né.
Então, um exemplo, você vê, automatização tá ligado obviamente à robótica, artificial
intelligence. A conectividade tá ligada aos sensores, como os sensores, as redes, as redes
tão crescendo e os sensores que viabilizam a internet nas coisas.
É louco você pensar, o que é um sensor? Pra ficar claro, quando eu falo sensores, que pra
mim é uma linguagem normal, mas sensores são qualquer coisa que mede uma sensação.
Então, por exemplo, hoje em dia você coloca, pode colocar aquele sensor no sapato da Nike
que ele mede os seus passos, sua velocidade, sua distância, então, esses sensores quando
estão plugados em pessoas, com aquelas braceletas ou em objetos, eles colocam mais
objetos, mais itens no jogo da conectividade.
Bem, quem quiser saber mais sobre essa questão de forças exponenciais, esse livro aqui é
do Salim, diretor da Singularity, Organizações exponenciais, mostrando como empresas, é
um livro muito sobre empresas, podem se adequar a essas forças exponenciais. Ele tem um
framework muito bem feito, eu adoro framework, ele tem esse ideas scale, muito
interessante. Quem trabalha principalmente assim, quem tá no universo de multinacional ou
em empresas de médio grande porte, tem que ler esse livro Organizações exponenciais,
beleza?
Organizações Exponenciais - Malone, Michael S.
Outras indicações de livros, tem a ver com psicologia, mas tem a ver com tendências do
mundo,
O mundo é plano?, best seller clássico que é um livro de macroeconomia.
E esse aqui que eu considero meio que o oposto Microtendências, que é um livro sobre as
pequenas forças por trás das grandes mudanças. São as pequenas tendênciasinhas,
tendência de casais separados, tendência de família com três pessoas, enfim. Ele mostra
vários tipos de tendências, enfim, muito interessante. É um livro que tem de sei lá, umas 10
grandes macrotendências e esse aqui tem umas 200 microtendências.
MICROTENDÊNCIAS - Mark J. Penn
Bem, tudo isso que eu falei, essas novas formas, automatização, conectividade, população,
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planeta, em cima da onda, tudo isso junto traz novos problemas, problemas com grandes
desafios, novos desafios, são variáveis novas no jogo. E novos desafios, a gente sabe que
não dá pra usar soluções antigas pra resolver desafios novos. O que resolve desafios novos
é criatividade, é criar coisas, nunca antes feitas, criando esses inputs, essas variáveis.
Então, essas 5 cinco forças exponenciais, eu falo sempre 5 mas aprofundei em 4. Vou
aprofundar então nessa aqui, mercado. Quando falo em mercado, em inglês a gente sabe
que é market e a gente sabe que o gerúndio, o gerúndio, ele é um tempo verbal que indica
movimento, que indica ação. E a gente tem uma palavra muito famosa que é marketing, que
o que é marketing? É o mercado em ação, o mercado no gerúndio. Tô falando sobre isso
porque marketing é um assunto que muitas pessoas nunca tiveram a oportunidade de
estudar.
O cara faz faculdade de arquitetura e estuda tudo sobre o universo de arquitetura, mas não
estuda como o mercado funciona, estuda marketing, não pra fazer propagandas pra
televisão. Estudar marketing é estudar como o mercado se movimenta, como o mercado
acontece e hoje o mundo é um mercado. O mundo capitalista é um mundo que é um
mercado em que tudo são transações acontecendo com ou sem dinheiro, é um mercado de
compra e venda, oferta e demanda.
Tem um amigo meu, Leo Capanema e Dani que eles têm um curso que chama Arquitetos
de Sucesso, que é um curso que não ensina nada sobre arquitetura em si, é um curso que
ensina tudo sobre marketing, negociação, que não é ensinado na faculdade de arquitetura
porque pra você sobreviver no mercado, você tem que entender não só da sua expertise,
mas de mercado.
Não tô falando que todo mundo tem que ser um grande marketeiro, um profissional de
comunicação, mas tem que saber o básico, quais são as variáveis que moldam o mercado.
Bem, esse assunto, marketing, é muito importante na minha opinião pra todo profissional,
inclusive vai ter um box extra aqui no curso, no final chamado O Novo Marketing em que vão
ter várias aulas falando de maneira geral de novas oportunidades de capacitação, de
captação de clientes, de divulgação que você pode ter, coisa que é cada vez mais essencial
já que estamos, como eu falei, na GIG Economy, economia em que você pode ser um
profissional, freelancer, isolado e que pra isso, você pode ser, entender de mercado, tanto
marketing do que você faz, quanto da sua imagem, da sua marca pessoal e por aí vai,
beleza?
Então, essa foi a Introdução aos Bloqueios Mercadológicos, na verdade uma aula meio louca
de vários assuntos, mas de coisas importantes que tão moldando o mercado, então vamos
lá começar os Bloqueios Mercadológicos que são Bloqueio do Especialista, Bloqueio do
Adulto e Bloqueio do Ocupado. É, esses Bloqueios Mercadológicos, claro, eles se iniciam
muitas vezes antes, quando a gente tá mais jovem, mas eles ficam mais quentes a partir dos
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20 e poucos anos quando a gente entra no mercado de trabalho e o mercado de trabalho
nos fala um monte de coisa que não necessariamente são verdades, são coisas, mas que a
gente acabou se acostumando de tanto ouvir como sendo verdade e agora a gente precisa
raspar essas paradas. Não é fácil porque muitas vezes são coisas que a gente ouve desde
criança, mas precisa raspar agora, desbloquear, beleza? Simbora, papai, Bloqueios
Mercadológicos.

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Bloqueio do Especialista
Vamos lá: Bloqueio do especialista dentro daquela estrutura né. A gente está em bloqueios
mercadológicos e eu queria começar voltando lá com os outros mitos, lembra aqueles
quatro mitos? Para o último mito, o mito do acaso.
Lembra aquela história que criatividade é algo espontâneo, que surge do nada? E que, na
verdade, o fato é que criatividade é um processo que tem etapas e tal? E que eu mostrei o
processo clássico Graham Wallas: P
reparação;
Incubação;
Iluminação e
Verificação,
e lembra que a gente mandou o envelope para vocês com aquela reguinha com as quatro
etapas e faz o exercício de explicar para uma criança pequena ou para um idoso aquelas
quatro etapas, se possível filma e posta no grupo do Face.
Bem, esse processo do Graham Wallas, eu fiz uma combinatividade com a BIOS do
computador (Basic Input Output System) e peguei um processo clássico e dei uma mexida
nas palavras.
Input; Processamento; Output; Feedback. Botei aí uma carinha mais bonita: os inputs, o
processamento, o output e aqui a retroalimentação. Só que eu fiz umas mudanças, troquei
a palavra “processamento” por “combinação” dentro do meu linguajar de combinatividade,
ou seja, o processamento é combinação dos inputs e eu queria agora propor mudar uma
outra palavrinha aqui, esse feedback.
Essa quarta etapa, “feedback”, a verificação, a validação, que eu prefiro chamar de feedback
porque dá um sentido de movimento daquela aprendizagem, digo, daquele input que
realmente retroalimente o input. Essa etapa, eu quero falar um pouco dela no começo desta
aula porque é uma parada que as pessoas esquecem muito. Não adianta você ter muitos
inputs, combinar esses inputs e expor se você não extrai as aprendizagens de cada
exposição e bota para dentro realmente, não basta conhecimento sem ação, realmente bota
para dentro do seu repertório para recombinar novamente e ir cada vez mais, eu chamo de
masterizar.
O que é masterizar?
É o termo que vem dos infográficos, é criar o disco máster que vai ser copiado mil vezes,
mas que na verdade é criar a obra prima, a obra mestre. Já que vai ser copiado, tem que ser
fodona. Masterização no sentido que eu uso, é o sentido de você buscar a melhoria

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contínua, é o processo de virar mestre: Masterizar. É o processo de pegar, por exemplo,
essas aulas aqui, elas já existiam uma primeira versão e eu fiz uma masterização, ou seja, eu
assisti as aulas que eu tinha, eu anotei minhas percepções sobre a aula, meus novos inputs
que eu posso colocar aqui na aula, eu combinei isso com comentários de alunos, combinei
com episódios de casts que eu fui ouvindo e com tudo isso eu masterizei a aula, tornei ela
mais mestre e o processo não acaba nunca. É o processo de pegar o feedback dessa turma
e daqui a alguns meses novamente entrar em masterização e rodar o núcleo de feedback.
Por isso eu quero passar a chamar isso aqui de masterização, ou seja, é o processo de
pegar as aprendizagens e botar para dentro para gerar um output melhor e pegar as
aprendizagens e botar para dentro do input combinar e gerar um output melhor ainda, é um
processo contínuo, eterno.
Beleza. Queria só lembrar que esse processo criativo, dessa nomenclatura nova e depois
que a gente falou de processo criativo, entra os bloqueios que a gente tem que “raspar” e eu
queria agora pegar os bloqueios que a gente formou até agora e encaixá-los dentro desse
processo aqui. Então vamos lá.
O bloqueio do gabarito, tem a ver com o que? Tem a ver com não se contentar com a
primeira resposta certa, de mediante o problema, quando você fizer uma combinação que
gerar uma resposta que já seja válida, você não faça mais combinações. É aquela história do
“Já sei!”. “Já sei” significa que fiz uma combinação e me contentei só com ela, não busquei
divergir e abrir mais possibilidades então esse bloqueio é muito ligado à combinação, é um
problema de combinação. No momento da combinação, a gente combina pouco, diverge
pouco. Faz só uma combinaçãozinha ali e já fica satisfeito.
O bloqueio do sucesso é toda aquela história de ter que se expor, ter que falhar mais vezes
de formar diferentes, falhar pequeno para chegar ao sucesso para poder ter feedback. Ele é
um bloqueio, claro, que output. Tem a ver com essa exposição com você desovar suas
coisas, testar, com testes reais suas coisas, suas hipóteses e tentar, e meter a mão no peito
e fazer as coisas. Então tem a ver com se expor.
O bloqueio do tesão tem a ver com a importância de a gente fazer coisas que nos coloque
no flow. Eu digo que o bloqueio do tesão é quase que o mais importante de todos porque
ele dita a velocidade em que o bagulho gira. É isso. Você pode não fazer uma atividade que
nunca lhe deixe em flow e nunca tenha a sensação do tempo não passar, de você estar
pilhado, sem querer sair dali e estar intrinsicamente motivado, você pode nunca ter isso. e
mesmo assim rodar o processo criativo, sim, está adquirindo inputs, está combinando
inputs, gerando soluções, pegando feedback. Mas sem tesão, sem flow, você vai fazer isso
num ritmo muito devagar. O flow é que faz o negócio girar, move uma cidade incrível, é com
tesão que você faz aquilo. Eu diria que o tesão ele tem a ver com a masterização. Não existe
ninguém que é mestre em alguma coisa que não tenha um tesão naquilo. Dá muito trabalho
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masterizar algo que você não liga. Porque masterizar é doloroso, não é fácil, mas a gente
aguenta porque gostamos, porque estamos na pilha. Então a gente aguenta. Agora
masterizar uma coisa, tornar uma coisa mestre, rodar esse looping inteiro várias e várias
vezes em melhoria contínua sem motivação intrínseca é um esforço muito alto que eu diria
que ninguém é capaz de suportar. Então o bloqueio do tesão tem a ver com masterização.
E agora vamos para o quarto bloqueio que tem a ver com o input. Você vai ver que esses
quatros bloqueios já se encaixam com as quatro etapas e a partir de agora, nos próximos eu
vou encaixar ele em cada etapa dessa.
Primeiro de tudo, eu falei do bloqueio do tesão, a importância do motivo, porque o motivo
gera motivação. Então eu vou igual Simon Sinek, start with why. Eu vou começar com o
“porque”. O porquê dos inputs serem tão importantes. É meio óbvio a essa altura, eu espero.
Eles são importantes porque é combinatividade papai, toda solução criativa é a combinação
das referências, das inspirações, dos inputs que você tem no seu repertório. Por isso é
importante. O tio Jobs:

“A inovação geralmente é resultado de conexões entre experiências


pessoais”,

na minha linguagem: a criatividade é normalmente resultado de combinações entre inputs e


do seu repertório. Se você tiver as mesmas experiências, os mesmos inputs que todo
mundo é improvável que você consiga olhar em outra direção, ou seja, fazer uma
combinação diferente. Inputs iguais geram outputs parecidos.
O Austin Kleon do livro “Roube como Artista” ele sempre fala muito “Problemas de output
são problemas de input”. É tipo indústria, se você uma indústria lá, por exemplo, uma fábrica
de biscoito se você bota como matéria prima um input uma massa ruim, mal feita, é difícil a
máquina fazer mágica e gerar um output incrível. É muito difícil.
Como eu fiz essa analogia de processos criativos com a BIOS do computador é interessante
que o pai do computador, o pai não, o tataravô que é o Babbage que é o que criou o
primeiro computador programável, a primeira máquina programável e esse cara criou um
conceito que ele chamava de GIGO (Garbage In, Garbage Out), ou seja, se entra lixo, saí lixo
papai. Se você pega e bota para o computador, os inputs que você coloca são lixo, ele pode
ser o processador mais incrível do mundo mas vai gerar lixo. Dados ruins num modelador
brilhante gera resultados ruins. Assim como um input brilhante num processador ruim,
também gera resultados ruins. Em outras palavras, ele disse a mesma coisa que o Austin
disse: problemas de output são problemas de input. Detalhe: Austin nasceu em 1983 e
Babbage 1791. Séculos de diferença e eles falaram a mesma coisa, universos diferentes,
mas assim se você não tem inputs bons para trabalhar não adianta combinar bem, se expor
muito, rodar o looping de feedback. Todas as etapas são importantes mas tudo começa
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com os inputs e o repertório.
Falando um pouco mais de computador, eu até diria assim, é como se a inteligência
humana, naquele sentido clássico a inteligência lógica e matemática. A inteligência fosse
igual o computador, ou seja, é a capacidade de adquirir coisas novas e de processar essas
coisas, de forma lógica, rápida. Agora a criatividade tem mais a ver com o teclado, ou seja, é
o input que você coloca, ou seja, se o que você escreve, tem a ver com a capacidade de
diversificar a aquisição de conhecimentos processar de forma diferente do padrão, ou seja,
tem a ver muito com os inputs sempre estar escrevendo, botando coisas boas ali para poder
a inteligência ou o processador, processar. Esse é o “why” do porque os inputs são tão
importantes.
Como eu falei lá sobre desbloquear aquela analogia do casco do navio, de raspar e tal eu
também falei do olho, lembra? Da catarata, que embaça nosso olhar e ao embaçar nosso
olhar, atrapalha a nossa capacidade de obter os inputs porque a principal forma de captar
inputs é através do que a gente vê. E quando começa a ver embaçado a gente começa a
prejudicar o que a gente capta, ou seja, o limpar o embaçado do olho, em outras palavras é
voltar a ter o olhar de criança, o olhar limpo para tudo, interessado em tudo, estar aberto a
tudo.
Na minha experiência na Singularity, uma das coisas mais importantes que eu levei para mim
foi uma aula de um cara, que eu não lembro quem, era e ele falou que o profissional ideal, do
futuro tem que ter o conhecimento de forma de T que é o “tchip nolagy” isso aqui: l é o seu
conhecimento vertical, seu conhecimento especializado sobre um assunto que você domina.
Isso aqui: -- É o seu conhecimento superficial seu conhecimento pequeno sobre vários
assuntos. Esse vertical lembrando, não quer dizer que é só uma única coisa que você é
especialista, pode ser especialista em muitas coisas, normalmente não é milhares de coisas,
várias que você é especialistas, são algumas poucas.
O que acontece?
Se a combinatividade vem da combinação dos inputs então é natural que, se você tem um T
bem distribuído, você tem mais opções de combinatividade, de combinar coisas de
universos bem diferentes. Quando você tem um vertical grande e horizontal muito pequeno,
você diminui as possibilidades de conexões. Então, em outras palavras, dá para dizer que o
de cima é o conhecimento generalista e o de baixo é o conhecimento especialista. Ou em
outras palavras a linha horizontal é curioso e vertical é estudioso.
A gente a vida toda é ordenado a ser estudioso, ser especialista, e a gente não é muito
“mandado” a ser curioso, não. Pelo contrário, essa curiosidade é bloqueada na maioria das
vezes. E a curiosidade é muito importante porque ela aumenta repertório, e repertorio
aumenta a chance de combinatividade em questão probabilística, portanto curiosidade

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aumenta criatividade.
Eu vejo muito assim em blogs muitas vezes “10 coisas que pessoas criativas fazem” e aí tem
lá uma lista de várias coisas e tem “pessoas criativas são muito curiosas”. Normalmente esse
povo não fala o porquê, tem que ter o porquê, o why, comece com o why e esse é o why.
Porque curiosidade traz inputs, e inputs aumenta a chance de combinação. É isso.
E curiosidade é uma coisa que a gente era, muito curioso, todos nós éramos muito curiosos,
questionadores. Questionador é o curioso plus, advanced porque o curioso a princípio é
aquele que se interessa por assuntos diversos, o curioso questionador é o avançado que se
interessa e ainda pergunta, questiona, ele é o curioso proativo. É o nível advanced de
curioso.
Por falar nisso, uma campanha que eu achei muito bonita, acho que é da vivo, em que a
criança fazia umas perguntas para o pai.
Video Slide 99
E eu já falei muito que nós nascemos criativos e desaprendemos a ser criativos. Já falei que
nós nascemos cientistas e desaprendemos a ser cientistas. Já falei que nós nascemos
exploradores, e desaprendemos a ser exploradores. Nascemos corajosos e desaprendemos
a ser corajosos e agora mais um, nós nascemos curiosos e desaprendemos a ser curiosos,
mais dois na verdade, nós nascemos questionadores e desaprendemos a ser
questionadores.
“E quem é que desensina isso?” Um monte de gente desensina isso. Desde nossos pais,
familiares, avós, tios, que falam pra gente “não é da sua conta não, menino!”, “não tem nada
a ver isso com você não” ou que respondem pra gente quando a gente questiona: “porque
sim!” ai a gente aprendeu a informação “porque sim não é resposta”. E ainda pedem para a
gente parar de fazer pergunta “pare de perguntar coisa”. Foque apenas em responder as
coisas que nos pedem para responder no gabarito igualzinho, esse é o foco da vida. Não é
pergunta, é respostas, respostas certas, respostas previstas, é isso que você tem que saber.
Não é bem assim né.
“Mas Murilo, então porque isso não é um bloqueio educacional? Se você está falado que
vem do pai, da família dos professores? Porque isso é mercadológico?”. Olha, é claro que
isso começa na infância, no processo de educação. Mas, bloqueios mercadológicos, são
bloqueios que eles crescem exponencialmente quando a gente entra no mercado de
trabalho.
Olha, aqui está o ciclo da vida, lembra? Nasce, cresce, estuda, presta vestibular, reproduz,
arruma emprego, aposenta e morre. Na verdade essa parte de prestar vestibular ela
aumentou um pouco, na verdade é faz graduação, faz mestrado, faz pós-graduação, faz
doutorado e é assim que a gente, a maioria da gente ouve né que esse é o ciclo da vida, em

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outras palavras se especializar cada vez mais. E toma se especializar, e toma se especializar.
É o que o mercado quer, é o que as empresas querem. A gente viu essa história a vida toda,
de que o negócio é especializar cada vez mais e não perca tempo com essas coisas não,
“vai ficar se importando com essas coisas ai? O que isso tem a ver? Não é da sua conta
não, esquece isso e foca nisso aqui”.
É engraçado que eu vejo pessoas que essa frase eu já ouvi duas vezes de formas diferentes
que é:

“Rapaz, não consegui me posicionar no mercado então resolvi fazer


um mestrado”.

Cara, nada conta fazer mestrados, claro. Mas assim, esse não é o why correto. O why
correto é “quero fazer mestrado porque eu quero virar mestre em tal assunto, masterizar em
tal assunto” e não porque “ah, o mercado está ruim então vou me especializar mais ainda”,
não necessariamente é uma forma de usar o seu tempo né. Muitas vezes sabe porquê isso
ocorre? Lembra lá na introdução dos bloqueios mercadológicos? Ocorre essa dificuldade de
posicionamento porque os baby boomers não saíram do mercado ainda é acontece que
muitas vezes os jovens, por demorar mais para entrar no mercado de trabalho acham que a
única coisa que pode ser feita, e esse erro, achar que a ‘única’ coisa que pode ser feita é se
especializar mais e mais.
Eu queria deixar aqui um aviso muito importante, para tudo, pausa tudo: Nada contra
especialistas. Por favor, nada contra especialista. Esse é o discurso a favor do generalismo.
Não briga de generalista ou especialista. A minha crença é que tem que ser os dois, é uma
questão de equilíbrio. Você tem que ser generalista e especialista o mesmo tanto, não tem
que extrapolar um, tem que equilibrar o seu conhecimento especializado em alguns poucos
assuntos e o seu conhecimento curioso, repertório de vários universos. Porque muitas vezes
aquilo que você viu num universo totalmente diferente, combina com aquele seu universo
especialista e vem grandes coisas.
Eu chamo de bloqueio especialista isso. Essa obsessão que as pessoas têm em ser
especialista e isso causa até outras coisas. Causa fixação profissional, “que diabo é isso?”.
Eu vou primeiro explicar o que é fixação funcional. Para quem não sabe é quando a gente
fica fixado numa função de alguma coisa. Então o caso mais legal, a Ariel que ela pega lá o
garfo e usa como pente porque ela não conhece a função do garfo, para ela é novo ela é
principiante, enquanto que a gente que sabe a utilidade daquele objeto, garfo é para comer,
a gente muitas vezes não se abre a outras possibilidades da uso do garfo porque a gente
fica fixado na função daquilo ali, obcecado que é aquilo ali e acabou.
Adultos tem fixação funcional, crianças pequenas normalmente não têm porque, assim
como a Ariel, elas estão se expondo pela primeira vez nas coisas e não tem uma pré-
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informação e com isso elas podem usar a imaginação e imaginar usos diferentes para aquele
objeto. Isso aumenta as possibilidades.
A minha filhinha, por exemplo, minha sereia, ela pega o varal. É um dos brinquedos que ela
mais gosta, esse varal terrestre deitado. Porque para ela isso não é um varal, para ela isso é
uma espaçonave e quando você bota em pé ela acha estranho, porque ela agora já imagina
um novo universo que é o olhar infantil. Sho shin, mente principiante é você estar aberto.
Como Walter Riso diz, com a mente flexível porque ele falou e eu falei na aula start: apego a
pessoas, apego a objetos, apego a ideias, também tem o apego a função das coisas. Como
isso aqui só pode ser isso. Isso bloqueia muito a criatividade.
E voltando agora para a fixação profissional, eu queria mostrar um treixinho, dois minutos, de
uma palestra do Sérgio Cortella em que ele conta uma história que é bem lendária. Eu não
sei se é verdade mesmo, se os fatos são esses, mas o que importa é a mensagem da
história.
Video Slide 99
Essa história clássica no mundo corporativo tem muito a ver com bloqueio de especialista
porque essa mentalidade de especialista causa a fixação profissional de a gente achar que
determinados problemas só podem ser resolvidos pelo profissional, ou seja, por quem tem a
profissão de resolver aquele problema. Ou seja, um problema de engenharia só se resolve
com engenheiros. Como se engenheiros não pudessem resolver problemas de marketing.
Sim, eles podem colaborar muito. E assim como outra pessoa de outra área, até mesmo um
peão também pudesse resolver um problema de engenharia. É a fixação no profissional, na
profissão e isso limita você de ter acesso ao que o Cortella falou no final: estoque de
conhecimento. Cada ser humano tem um estoque, um repertório de conhecimento e talvez
no estoque de fulano haja um input que é o que estava faltando nessa salada mista de
combinação pra gente ter uma grande ideia. Uma referencia que ele tem uma viagem que ele
fez, uma coisa que ele viu, de uma coisa que ele trabalhou.
Esse livro de um cara da Pixar,
Criatividade S.A.
ele conta um pouco dos bastidores da Pixar como uma fábrica de criação e uma das partes
mais importantes do livro é o que ele fala do banco de cérebros.
O que é esse banco de cérebro? Era um pequeno grupo de diretores de animação que eles
se encontravam quando um deles estava com alguma dificuldade de fechar uma história, de
uma animação, um personagem então era em outras palavras, sabe o que? Uma rodada de
feedbacks. Era um encontro de masterização.
Eu participo de um grupo que chama MasterMind do elenco Rocha que é um grupo que se
encontra três vezes por ano, quarenta pessoas, todos atuam no mundo online com o
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negócio na internet e é um grupo que é tipo um banco de cérebros. São mentes mestres,
máster mind. Como assim mentes mestres? São mentes com a mentalidade de
masterização. Todo mundo que vai nesse encontro assim como o banco de cérebros da
Pixar, são pessoas com a mentalidade de melhoria contínua. São especialistas em algo e
estão sempre rodando aquele fluxo porque estão no flow e sempre buscando melhorar cada
vez mais. São mentes mestres de seguimentos um pouco diferentes, mas que juntas acaba
virando um repertório mega ultra gigante e é o que a pixar fazia com o banco de cérebros,
juntar esses diretores para um dar feedback para o outro.
Tem um livro um pouco mais antigo
A sabedoria das multidões: Porque muitos são mais inteligentes que
alguns.
É um livro que em outras palavras sobre crowdsourcing. Crowdsourcing é quando você
terceiriza alguma coisa para um grande número de pessoas, para uma multidão. E ai você
percebe que a inteligência de cinco ou dez engenheiros ou cientistas ela sempre perde ou
quase sempre, pra inteligência de um grandíssimo número de pessoas. É uma questão de
quantidade num volume muito grande acaba gerando qualidade.
É engraçado esse assunto porque sempre que tem algum fato do mundo do futebol muito
grande que gera piada, gera meme. “Zidani era cabeçada no cara”, sei lá, essas coisas que
acontecem no futebol ou o placar, como o 7 a 1 do Brasil e Alemanha. É engraçado que
quando tem essas coisas assim, eu sempre como comediante tentei evitar, não me
preocupei muito em buscar piadas. Por que eu nunca me interessei? Porque futebol é um
negócio que interessa muita gente e como eu tenho um fato desses, como o 7 a 1 da
Alemanha, significa que tem milhões de pessoas no momento pensando em como fazer
piadas e memes sobre esse assunto. Eu aprendi que a sabedoria das multidões é imbatível.
Que eu mesmo sendo comediante profissional, mesmo que eu me junte com cinco
comediante profissionais a gente não vai conseguir criar tantas coisas criativas do que a
multidão tentando criar sobre esse mesmo assunto. Por isso que eu sempre optei fazer
piadas sobre guarda chuvas, sobre hotel, sobre sandálias, sobre coisa que as pessoas não
estão parando para pensar nisso.
Essa é uma coisa que eu postei no meu Instagram:

Diversidade inspira criatividade.

E essa é uma das grandes sacadas da Singularity: a forma como eles selecionam a galera. O
que acontece, a maioria das faculdades, das escolas... Eles querem chamar só as pessoas
que tem um grande potencial nessa área ou que tem um currículo nessa área, ou seja, você
acaba trazendo um bocado de gente foda, mas todas fodas no mesmo assunto. Todas com

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uma grande interseção de conhecimento entre elas, não os mesmo, mas uma grande
interseção de conhecimento e a singularity tinha como visão exatamente o oposto. A minha
turma em 2014, eram oitenta pessoas de trinta e cinco países diferentes, e cara, era
impressionante a diversidade. Era impressionante como as pessoas eram de universos assim
inacreditável, a prova é que eu fui aceito como comediante, é a prova que eles estão
buscando diversidade.
Eles olharam as aplicações, um monte de aplicação e talvez pensaram, “Esse comediante aí
deve ter uma cota para riscos, para apostas arriscadas” e eles pensaram: “Bota o
comediante para dentro vai. Comediante com experiência com empresa e não sei o que,
bota o comediante, vamos ver o que acontece”. Mas realmente eu tenho esse sentimento,
porque era uma coisa assim, a diversidade de assunto, cientistas, economistas, biólogos,
comediantes, entre outros, cara, incrível, porque como qual é a visão deles?
A visão deles é, nós queremos que um grupo de pessoas, cuja soma dos inputs dela, dos
conhecimentos delas, tanto especialistas, como os conhecimentos generalistas, sejam
capazes de fazer qualquer coisa. A gente com esses conhecimentos somados dá para fazer
qualquer cosia. A gente tem o físico nuclear, a gente tem o engenheiro mecânico, hidráulico,
robótico e tudo que você precisar, um cara para fazer as piadas, para fazer o Storytelling da
campanha. A gente tem tudo na visão deles, ou seja, é como se estivesse buscado um
processo seletivo, uma grande base de “T”. Na verdade, eles queriam muitos especialistas,
mas entre tantas coisas, que acaba que na Singularity, o especialista acabou se tornando
parte do T. Muitos especialistas em muitas coisas.
Enfim, esse Quarto Bloqueio, o Bloqueio do Especialista, eu acredito que as lições
erradas, que nós aprendemos ao longo do tempo foram: Primeiro ser especialista em uma
coisa e evite distração em outras áreas, isso me distrai, não perca tempo. Outra coisa evite
criar perguntas, perguntar muito, utilize apenas os questionários prontos, ou seja, aquelas
perguntas que sempre são feitas. Ninguém a vida toda estimula a gente na arte de fazer as
perguntas certas, como criar umas novas as perguntas, como não fazer as mesmas
perguntas de sempre. Eu vi um histórico do meu Podcast, que ocorreu lá em Recife, um
negócio de futebol, sempre tem briga de futebol, essas brigas de estádio. Qual é a solução
normalmente adotada? “Á só um time vai ter torcida o outro não vai ter.”, isso é ruim para o
espetáculo, poxa só uma torcida? “Ou então separa elas e deixa um buraco gigante”, fica
aquele buraco no meio do negócio e que não pode entrar. “Ou então bota 1 milhão em
policiais.
Uma vez em Recife fizeram uma parada que eu achei massa, meio arriscado, mas que eu
achei interessante e que na verdade é uma solução simples, se você faz a uma pergunta
certa. Sabe o que eles fizeram? Eles mapearam os principais líderes de torcidas organizadas,
não necessariamente os baderneiros que iam ou foram presos e sim as lideranças das
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torcidas e convidaram as mães deles, para atuar como seguranças no jogo. Então mãe do
cara estava lá com a roupinha, como uma segurança meio que figurativa. E aí gerava um
sentimento de primeiro “proteger a minha mãe, não quero brigar aqui” e segunda de
vergonha, gera vergonha de “poxa minha mãe me ver brigando aqui com os caras.” É
engraçado que, é tudo a ver com pergunta, se você fizer uma pergunta assim: Como a
gente faz para separar as torcidas? Essa pergunta teve uma resposta que é: “bota uma
divisão no meio”, se você pergunta: Como a gente faz para, parar as brigas, para que elas
sejam apaziguadas muito rápidas? Ai você já pensa “já vai ter briga” bota os policiais para
apaziguar as brigas. Agora se você pergunta: Como eu faço com que as torcidas tenham
vergonha de tretarem, de brigarem? Fazendo a pergunta certa já te abre a possibilidade de
buscar uma resposta diferente, eu não sei se a solução é sustentável, é legal, mas eu achei
diferente, foi uma forma de pensar, que tudo começa a fazer a pergunta certa, mas a gente
nunca foi orientado a fazer perguntas, pelo contrário, “cala boca e não pergunta muito,
quando for perguntar, pergunta sempre aquelas mesmas coisas. E por último, a gente
aprendeu erradamente, que um problema de uma área, tem que ser resolvido por um
especialista da área. E nem sempre tem que ser assim, nós podemos responder que NÃO.
✓Não evite distrações de outras áreas.
✓Não evite criar perguntas.
✓Não utilize os questionários prontos.
✓Não precisar ser resolvido por um especialista desta área.
Seja especialista e generalista ao mesmo tempo, crie novas perguntas e questione, pare
para pensar qual é a pergunta certa. A pergunta certa muda tudo, a fala assim “precisamos
fazer tal coisa”, “a não tem verba” e encerra o assunto. Não, já muda a pergunta. Como
fazer isso com a verba que temos? Uma coisa simples assim, é só você fazer a pergunta
certa, faz as pessoas irem buscar o caminho certo. Vou falar muito sobre isso ainda, no
ultimo bloqueio, no bloqueio do implícito, então acompanha os novos bloqueios papai,
chegou até aqui vai até o final, bloqueio do implícito é “puff” os 8 primeiros bloqueios, eles
têm meio que uma lógica que parecida, o nono, ele muda tudo.
Todo mundo já ouviu a clássica expressão pensar fora da caixa e eu queria explicar um
pouco mais sobre esse assunto, que tal de caixa é essa? Muita gente viaja no que significa
essa expressão, mas a lógica é um seguinte.
Tem até um livro que contraria um pouco
Inside The Box.
O livro é o seguinte: tudo depende de você fazer a pergunta de que caixa que estamos
falando. Essa caixa é a caixa do meu repertório ou é a caixa dos padrões coletivos da
sociedade? Porque de fato para ser criativo precisamos pensar fora dos padrões coletivos
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da sociedade, do que a sociedade vê como padrão essa é a caixa da sociedade e
criatividade é fazer diferente do padrão, claro, sempre com valor. Agora se consideramos
essa caixa é a nossa caixola, é o nosso repertório não dá para pensar fora da caixa, por isso
esse livro chama “Inside The Box”, ele mostra algumas técnicas de criatividade, mas a
principal premissa é o fato de que as coisas já estão aqui, você vai trabalhar com os seus
inputs e com o seu repertório é só questão de como você vai trabalhar eles, como você vai
mexer neles. Por isso a importância de ser um caçador de inputs. O que é um caçador de
inputs?
É uma pessoa que está sempre com um olhar direcionado para colocar coisa novas para o
repertório dela, sem o preconceito de “á isso é útil e isso não é”, coloca isso para dentro,
deixa que seja interessante. O cara que é caçador inputs, ele não é caçador de qualquer
coisa, ele é caçador daqueles inputs, que você sente o cheiro, que aquilo pode ser útil,
porque é um inputs que solucionou um problema, não necessariamente da sua área, mas
solucionou o problema e você quer ter essa solução no seu banco de dados para amanhã
combinar com outros inputs. As pessoas me perguntam muito, por rotulo, as pessoas
gostam de rotulo, “a você é comediante, a você é palestrante, a você é professor, a você é
empreendedor”. Eu gosto de dizer que eu sou aprendedor, mas é sério, eu adoro aprender.
É, muita gente acha “ah que depois que acaba a pôs graduação, o mestrado, terminei os
estudos eu paro de aprender. Michelangelo quase 90 anos dizia “

Eu ainda estou aprendendo”.

E é interessante porque eu descobri que a comedia é uma ótima ferramenta, que ajuda você
no ato de ensinar, a experiência de palco, de storytelling’s, de construção de história, de
fazer exemplos. E eu descobri que ensinar é uma grande estratégia para aprender. A melhor
forma de aprender é ensinando, por isso eu resolvi investir as minhas energias e criar uma
escola online, porque no fundo eu quero aprender. Tudo que a gente faz, tudo que a gente
ensina, eu e os outros professores da escola, tudo começou com a vontade de aprender, de
ser um caçador de inputs profissional, ter como profissional ser aprendedor e para você ser
um bom caçador, você precisa aprender a caçar. Se você está falando em caçador de
inputs, em aprendedor, você tem que aprender a aprender.
Ninguém nunca na nossa vida para pra ensinar a gente a aprender. Simplesmente somos
jogados em um lugar, que te ensina muito, mas não necessariamente você aprende muito,
falamos sobre no “O bloqueio do gabarito” sobre isso, nunca ninguém te parou para dizer
“velho como funciona o processo cognitivo de aprender? Como é que funciona, quais são as
técnicas que podem ser melhoradas? ” E uma das coisas, que é uma das variáveis mais
importantes para aprender é ensinar. E quando eu falo ensinar, não é que todo mundo tem
que virar um professor, um palestrante, não. É ensinar para sua esposa, para o seu marido.

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É pegar aquela régua do processo criativo e ensinar para o seu avô, para o seu sobrinho,
para sua filha e quando você ensina uma coisa, explica uma coisa, aquele conhecimento, ele
está tão consolidado em você, que você aprende. Por isso quando a gente faz cola para
prova, aquela colinha pequena e muitas vezes quando a gente acaba de fazer a cola, nós
decoramos e não precisamos mais da cola. Gastamos tanto tempo explicando para si
mesmo, que a cola é escrever no papel uma explicação para a gente mesmo e precisa ser
pequena, concisa e perfeita. E aí você acaba e entendeu tudo, porque já explicou demais,
ensinou para você mesmo aprender.
Tem que ensinar a caçar papai, eu queria dar umas dicas sobre caça de inputs. Primeiro de
tudo, três categorias, eu chamei de três idades de inputs, mas idades não tem nada a ver
com idade cronológica e sim apenas com o final. Quantidade, diversidade e raridade. É
lógico que temos que ter vários inputs, uma grande quantidade de inputs. Uma grande
quantidade sempre faz diferença. Quantidade gera qualidade, mas tem que estar junto com
diversidade, não basta também ter muitos circuitos de apenas alguns universos, tem que ter
uma diversidade de universos diferentes. Cada vez expandindo os universos que você
conhece, pelo menos um pouco. Conhecimento generalista e... raridade. Raridade é aquela
referências que pouca pessoa tem. É aquelas referencias que “puts não está em qualquer
lugar”, você viu naquela viagem pro interior de Goiás, que você fez você viu uma coisa que
ninguém viu, aqueles livros malucos que você encontrou no sebo, aquele site louco que você
viu, é aquela pessoa que você conversou sabe? São aqueles inputs que são raros. Eu viajo
muito de avião, e olhando no avião sempre tem algum jogando Sudoku. É engraçado que eu
já questionei algumas vezes, a primeira vez eu não sabia o que era Sudoku, hoje em dia eu
sei, mas a primeira vez eu estranhei e como era esse negócio. Ai a pessoa me respondeu,
era uma senhora e ela respondeu “Á” de um pouco, “um jogo de inteligência” como se ela
fosse especial por jogar Sudoku “estou aqui jogando minha inteligência”, e eu senti uma
coisa. Estou exagerando um pouco, tá? E eu perguntei outras vezes, para outras pessoas,
mesmo sabendo o que era. E eu senti de uma forma muito leve, de que todas as pessoas
estavam muito felizes de estarem fazendo aquilo e vários utilizando o argumento de que é
inteligência. Eu concordo que é um jogo que estimula a inteligência, mas é uma inteligência
de lógica matemática. Aquela inteligência de processador do computador. Inteligência
importante, mas uma inteligência que eu acho que a gente treina demais. A gente treina
demais essa inteligência no dia a dia.
E eu no avião, decidi, quase sempre faço isso, que eu queria treinar criatividade. O que que
eu faço? Eu no avião, no aeroporto, procuro sempre comprar revistas que não me interessa.
Capricho da vida, Cães e gatos, Pesca e Companhia. São universos que eu não faço parte
desses universos. Eu não sou adolescente, eu não tenho cachorro e eu não gosto de
pescar, mas eu gosto de me abrir para esses universos. E muitas vezes cara, o universo
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cachorro e gato é um universo cheio de soluções, criativas, interessantes, que eles fazem,
desde casinha do cachorro ou do lugar que ele pula e brinca, da coleira, entre outros.
Pescaria também, é cheio de pequenas soluções, um negócio para pendurar no barco, para
colocar isca no anzol. Soluções e eu não gosto muito de pescar, mas eu não quero saber
aquilo para executar do mesmo jeito que ele executou, eu quero entender o que ele fez, para
ter no repertório, porque eu tenho a confiança de que um dia, daqui 10 anos, eu vou ter um
problema, que eu vou combinar com o meu repertório e vou trazer aquela solução usada na
isca da pescaria e aquilo vai compor a minha combinatividade e na hora eu vou dizer “Nossa
velho, que genial, como você teve essa ideia? Pesca e Companhia papai, tem que ler a
revista, tem que entendeu, lá é que está o segredo da vida”.
Essa coisa de revista, é um exemplo simples, mas a mensagem maior não é “a solução
agora então, para ser curioso, é comprar revista loucas?” não é só um exemplo. Um
exemplo interessante, é a revista Capricho de menina, é hilário, meio que engraçado, é
divertido de ler isso aqui e segundo, que ler capricho é uma aula para entender as gerações.
Entender uma geração que não é sua, de um sexo que não é seu. É entender marketing um
pouco. Lê isso aqui é entender o movimento do mercado, porque são essas pessoas que
são os novos consumidores! Daqui cinco ou seis anos, esse pessoal vai estar recebendo
salário já, vai estar ganhando dinheiro. Vai estar no mercado, fora a mesada que já ganha.
Tentem ler Capricho, Jonas Brother da vida. E uma coisa interessante, como eu falei não é
só lê revistas, é no fundo ter uma mente aberta a universo novos. Eu contei uma história em
um evento do Gabriel Borges, que é um evento que acontecido no mesmo dia, no taxi vindo
para o evento, bem interessante.
Vídeo Slide 130
“Dar uma chance, a gente precisa de vez em quando dar uma chance para acontecer
alguma coisa diferente na vida.” Podia ser que desenrole e outro entrasse e um universo. Eu
adoro conversar assim com pessoas de ramos aleatórios. Eu tive muitas oportunidades, que
na minha vida de ampliação de repertório, foi o meu trabalho, eu quando eu tinha uma
produtora de sites, eu atendia empresas de diversos segmentos e como agencia nós temos
que entender o problema de cada cliente, a realidade. E isso é uma experiência incrível de
repertório, você começa a entender um pouco de cada tipo de empresa. E mais
recentemente como comediante e palestrante, eu sempre fui muito focado no ambiente
coorporativo, stand up para empresas e palestras para empresas. Então sempre participei
de muitas convenções de empresas, eventos e os mais diversos segmentos. Quando eu
atuo como mestre de cerimonias, eu preciso ouvir cada palestra, porque eu conecto os
assuntos. Foi uma grande oportunidade que eu tive, em função ao me trabalho, de adquirir
inputs de vários universos. E você pode perguntar “Murilo, o tempo é muito louco hoje em
dia, qual é o grande why de eu me interessar por esse assunto?” Curiosidade não precisa
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de why, quer dizer precisa de why, mas sabe o que é why? É só curiosidade mesmo, esse é
o why, acabou. E se você quiser falar mais bonito, só para adicionar esse input no meu
repertorio mesmo.
Essa camisa aqui é do Tomatera, “só sei que nada sei”, do grande Sócrates. “Só sei que
nada sei”, tem tudo a ver com bloqueio especialista, é a frase que eu sempre me pego
pensando quando eu entro em um novo universo. Um universo de empresa de carne bovina
que eu faço evento, e eu descubro o quanto é complexo a cadeia desse segmento de
suprimento e não sei o que. E quando eu vejo a complexidade tudo eu penso: “cara tudo
que eu sei é que nada sei, eu não sei nada sobre isso aqui, o universo, esses caras, essa
loucura”. Eu vou em evento de mercado de vestimenta e eu olho essas blusas e eu penso
“só sei que nada sei mesmo viu, eu realmente não sei de nada.” E eu adoro ter essa
sensação, na minha cabeça é como se eu acabasse de abrir uma porta nova e tem uma
parada muito louca lá dentro, que eu olho e fico: “nossa que legal, mas eu abri e dei uma
entradinha, dei uma olhada e fechei, daqui a pouco tem outras portas”. E se um dia mais
para frente eu descobri que aquela porta, que eu abri, eu devia me aprofundar mais eu vou
nela e aprendo um pouco mais. Quem não tem essa oportunidade de participar de muitos
eventos, a minha dica é um seguinte: vá a feiras, feira de iluminação, feira de odontologia.
Em uma cidade grande como São Paulo tem todo dia feiras monstruosas, vai uma vez por
mês, uma vez a cada três meses, seis meses na Expo Norte para ver o que está
acontecendo lá. Não é porque você é do ramo de odontologia que você só vai nas feiras de
odontologia, é legal a feira de odontologia, mas é legal de vez em quando ir na feira sobre o
mercado de energia solar, porque pode ser que na feira da energia solar tenha alguma
referência, alguma inspiração, que pode lhe ajudar na odontologia. É se abrir a esses novos
universos de vez em quando. Muita gente não sabe, mas a frase de Sócrates ela não é
apenas

“Só sei que não sei que nada sei” ele também complementa, “e o
fato de saber disso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham
que sabem alguma coisa.”

Muitas pessoas elas não têm consciência de o quanto elas não sabem, elas acham que o
que elas sabem é tudo, porque elas são muito especialistas naqueles assuntos, elas
dominam tudo e sabem de tudo. E na verdade quando você se abre para ser generalista,
você descobre que não sabe de nada papai.
Lembrando do Mindset, falei lá no começo do curso da mentalidade de crescimento, da
mentalidade fixa. Mindset, palavrinha bem na moda, traduzindo é: a configuração da sua
mente, como está configurada a sua mente. E eu inventei uma nova palavra que é o
Lookset: como está configurado o seu olhar. Você passa o dia com seu Lookset no modo
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paisagem. O modo paisagem é aquele modo, que você deixa as coisas passarem, que tudo
passa aqui e você não vê nada acontecer. Você não está presente na situação, você está
com Lookset só especialista ou com Lookset generalista. O Lookset é como você define
como vai funcionar aquele olhar. O que o seu olhar via estar buscando e acho que a gente
tem que ter o olhar sempre presente nos ambientes, eu postei no instagram, eu estava em
Buenos Aires e eu fui lá e vi uma propaganda do banco Itaú. “Descubra Buenos Aires com
os olhos de um turista. ”
Olhos de turista, sabe esse outro olhar de turista que a gente tem, esse olhar de “nossa, que
legal” vê umas coisas que acha massa e umas coisas que não tem muita necessidade, que
você se interessa, quer saber a história daquilo, aquele olhar curioso. Olhar de turista é
curioso. E a gente esquece de ter esse olhar na nossa cidade, é muito fácil ter olhar de
turista em uma cidade em que estamos indo pela primeira vez. O desafio é ter olhar de
turista na sua cidade, no seu dia a dia, é você olhar diferente daquilo que todo mundo vê. O
desafio não é olhar para aquilo que ninguém vê. É olhar para o que todo mundo vê e
enxergar algo diferente, porque as pessoas estão no modo paisagem, elas estão olhando,
mas não estando vendo. Olham, mas não veem, essa frase também temos no instagram.

“Qualquer um procura moda em butique e procura história em


museu. O explorador criativo procura história em loja de ferragens e moda
em aeroporto.”

Ou seja, é você buscar referencias. E para buscar referencias raras, você tem que procurar
em lugares, que ninguém está procurando, se não é raro, se não, é abundante. As três
“idades” dos inputs, eu também criei os três “infinitivos” dos inputs:

✓Extrair o conceito
✓Guardar o bem
✓Acessar sempre

E vocês vão ter duas técnicas ligadas ao bloqueio do especialista, uma técnica para extrair o
conceito de técnicas zoom out e uma para armazenagem de inputs, que é o método
Gunddens. E aqui não tem técnica, porque se você extrair bem e guardar bem, você vai
querer acessar. Você vai querer revisitar os seus inputs toda hora, se eles forem massa e
estivesse bem guardados e acessíveis. Então não deixa de ver a técnica zoom out sobre
olhar, é uma técnica de como olhar para as coisas e extrair não o que você está vendo e sim
o conceito genérico que está por trás daquilo. Também dá uma olhada na técnica
Gunddenseu compartilho os meus métodos e como gerenciar e armazenar os inputs, eu to
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sempre buscando masterizar o meu próprio método. E eu te convido a conhecer o meu
método Gunddens e criar o seu método de armazenagem e esse foi o bloqueio do
especialista. Aqui as lições erradas que a gente aprende, esquecer isso aqui. E no lado
positivo, seja especialista e generalista ao mesmo tempo, faça perguntas novas, lapide,
pense bem nas perguntas que você faz e não apenas use perguntas padrões. E problemas
de uma área podem ser sim resolvidos com pessoas criativas mesmo que sejam de outras
áreas.
Esse é o Bloqueio Do Especialista, se fosse resumir em uma frase seria: “Seja o especialista
que lê Capricho, ou seja, o especialista curioso.” Eu queria finalizar com essa aula com duas
coisas, primeiro uma homenagem que eu queria fazer, homenagem e uma música, a
homenagem que eu quero fazer é um cara chamado Roberto Menna Barreto.
Cara, eu tenho uma história com esse cara interessante, ele escreveu esse livro aqui,
Cultura de Verniz, é um livro de curiosidade.
É um monte de pequenos fatos curiosos, sobre os assuntos mais loucos de história, biologia
de tudo que vocês podem imaginar tem aqui. É 2015 formações para você brilhar em uma
reunião e ilustrar o seu discurso enfim. Inputs, um monte de inputs e cara meu pai me deu
esse livro aqui, esse livro em 99 ou foi em 2000, há muitos anos atrás e eu descobri
recentemente, quando fui me aprofundar em criatividade, que esse cara é um dos maiores
autores de criatividade, ele criou “Criatividade e Propaganda”, clássico, depois criou
“Criatividade no trabalho e na vida”. É um cara que durante 40 anos fez workshop de
criatividade para empresas e foi uma das grandes referencias minhas, vou falar sobre eles
nas próximas aulas agora. E assim que eu comecei a trabalhar com criatividade, com aulas
de criatividade, mais fortemente em 2015, eu mandei e-mail para ele. Março de 2015,
começo de 2015 eu mandei para ele: eu já li seu livro, vamos marcar um café? E ele nunca
me respondeu, até que eu descobri recentemente, no site da editora, que ele faleceu em
2015. Ele faleceu dois meses antes daquele e-mail que eu mandei. Ele estava falecido, e não
tive a oportunidade de conversar com ele, mas quero fazer esse agradecimento, pós túmulo,
em memorio, para Roberto Menna Barreto, obrigada papai valeu.
E para finalizar essa aula eu queria falar. Conhece George o Curioso? eu sempre gosto de
finalizar com uma música. E o George o Curioso é um personagem antigo, que é um
macaquinho historiador. E o Jack Johnson, aquele cantor, quando foi fazer o filme do George
o Curioso, ele que era fã, fez a trilha sonora, junto com alguns amigos. E tem uma música do
Jack Johnson, que é linda, que eu nunca tinha parado pra pensar na letra da música.
Descobri foi a trilha do filme, quero compartilhar com vocês, Jack Johnson Upside Down.

Música – Jack Johnson Upside Down

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Bloqueio do Adulto

Vamos lá, Bloqueio do Adulto! Bloqueio do Adulto a gente continua dentro daquela estrutura
dos bloqueios mercadológicos, esse é o bloqueio seis.
Cê lembra daquele livro que eu falei, Act of Creation, lá no mito da criação? Pois vê que
louco, nesse mesmo ano do Act of Creation foi lançado um outro livro chamado Games
People Play. Um livro sobre um assunto que chegou a ser muito da moda Análise
Transacional.
Há uns vinte anos atrás era um assunto super falado no mundo do RH ,da psicologia, da
coisa comportamental, era uma espécie de PNL, que PNL teve uma moda também há uns
dez anos, isso foi antes de PNL e tal. Chegou a ser lançado no Brasil, um pouco depois,
com o nome Análise Transacional.
Livro - Análise transacional - Eric Berne
Esse é um assunto que eu nunca tinha ouvido falar na minha vida até que através do
Roberto Menna Barreto, falei dele, lembra? Fiz uma homenagem à ele. E ele abordou esse
assunto porque na época que ele atuava com curso de criatividade era um assunto forte e
eu achei muito interessante e queria compartilhar.
Seguinte, o Eric Berne, o autor da teoria, ele foi o cara que meio discípulo de Freud. Então,
quem conhece as paradas de Freud vai perceber que esse framework dele é totalmente
inspirado, é uma “combinatividade” do Ego, Superego e ID de Freud, né. Então, seguinte, o
Eric Berne, ele fala que a gente tem três estados dentro da gente tá, o estado pai, o estado
adulto e o estado criança. Não é você como pai, você como adulto, não. Todo mundo tem o
momento pai, o momento adulto e o momento criança: P, A e C.
Games People Play: The Psychology of Human Relationships -Eric Berne
Então, o que é o estado pai? O estado pai, ele é dividido em pai protetor e pai crítico, é o
estado que dita as grandes normas, a questão médica, a questão moral, os grandes valores,
essa coisa mais macro, essas regras mais macros, essas crenças macro que ditam o que
você pensa.
O estado do adulto é uma parada mais racional, o adulto, o lógico, o que usa os dados e tal.
E o criança é o lado mais louco, o lado mais lúdico, o lado mais viajado. A criança pode ser
livre ou pode ser a criança modificada, adaptada que subdivide em criança rebelde e criança
submissa.
O grande lance da análise transacional é que são transações. Não é uma questão de você
ter o pai assim ou o adulto assim e a criança assim e tá decidido que é assim, não. A cada

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momento, cada vez que você tem conversas internas com você mesmo ou cada coisa que
você faz, você transaciona de um estado pra outro e naturalmente alguns tipos de pai
automaticamente chamam em você alguns tipos de criança e por aí vai.
Todos esses estados tem a versão que eles chamam de ok e não ok. É a versão meio que
certa e errada, do bem e do mal, né. Então, por exemplo, o pai crítico tem a versão ok que é
o crítico exigente, ordenador, justo, sério e ético. Já o pai crítico não ok, ele é agressor,
preconceituoso, déspota, desrespeita.
O pai protetor tem a versão ok que é o protetor apoiador, orientador, afetuoso, dá
autonomia. E o protetor não ok que é superprotetor, muito meloso, permite dependência e
por aí vai. Aí todos tem a versão ok e não ok, o adulto ok ele é objetivo, é responsável,
autônomo. O não ok já é desligado, meio avoado. Aqui a criança livre ok é a criança alegre, a
criança curiosa, afetuosa e a livre não ok, ela é egoísta, ela é cruel e por aí vai.
Mas assim, eu não sou expert em análise transacional, esse assunto é bem profundo, mas
eu queria chegar nessa parada aqui. Roberto Menna Barreto, ele dá um exemplo de como
seria a distribuição desses estados, né, numa média, do que seria uma pessoa criativa,
espontânea e independente. Então, teoria dele é a seguinte:
A pessoa criativa, espontânea e independente, ela tem um pai crítico médio. Faz sentido?
Porque faz parte também, você ter um olhar crítico das coisas, crítico sobre você mesmo,
sobre os outros e tal, para você contestar as coisas. O pai protetor mais baixo,
protecionismo normalmente, é, gera um zona de conforto, e veja que não é zerado, apenas
mais baixo. Claro, em algum momento tem que ter um pai protetor também, a gente precisa.
O adulto médio também, mais pra baixo, ou seja, menor que o pai crítico, ou seja, a parte
lógica, racional, bem mais ou menos da metade até a baixo. Criança livre boom, criança
livre, espontânea, curiosa, bloqueio do especialista. A criança adaptada, submissa baixa
também, porque submissão também lembra, é, se contentar com as coisas do jeito que são,
não questionar. E a criança rebelde, questionadora alto também, bastante alto.
Vê que louco, esse é o exemplo de uma pessoa, não é uma criança, uma pessoa, um
adulto, que ele é criativo, espontâneo e independente. Resumidamente, ele é muito criança e
pouco adulto, pouco pai.
A gente já falou mil vezes né? Nós nascemos criativos, desaprendemos a ser criativos, e aí
quando a gente vira adulto, qual o problema? Temos que virar adulto, mas é porque “a
gente vira adulto e a gente vira adulto demais”. O problema é o demais.
Sabe o que acontece analisando em relação a análise transacional, vamos supor que se
tivesse a mesma quantidade de bloquinhos aqui cinzinha apenas para realocar, ou seja, eu
não posso simplesmente subir um nível desse, eu tenho que redistribuir. Vamos supor essa
redistribuição, eu diria que o que acontece com as pessoas é quando elas ficam adultas,

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esse criança livre desce e meio que vai pro adulto, há uma troca aqui. Adulto demais, muito
lógico, muito racional, muito sério. Quando a gente vira adulto, o pai também sobe bastante,
talvez tire aqui da criança rebelde e vai pro pai crítico. E essa distribuição, já bem diferente
do que ele entende como a descrição perfeita da pessoa criativa que é o ser criança.
Queria voltar agora aquelas quatro etapas: Input, combinação, output, masterização e
analisar como o adulto e a criança se saem em cada uma daquelas etapas. Então vamos
supor aqui, oh, aqui tão as quatro etapas.
A criança ela é boa nessa e nessa, ela é boa nessas duas. A criança, ela é boa em combinar
e misturar coisas e fazer combinações não imagináveis, diferentes. Ela é boa em output, em
si expor, claro, têm crianças mais tímidas, mas na média, criança se expõe mais que os
adultos, na média também. Mas criança, ela não tem repertório ainda, não tem input e ela
não consegue masterizar porque ela não consegue julgar as coisas, não sabe pegar um
feedback e avaliar, retroalimentar, não entende de método. Então, ela é ruim nessas duas
partes, ou seja “criança é um expert em combinações e em se expor, mas não tem
inputs para combinar e nem tem razão para poder avaliar, retroalimentar,
masterizar”.
E o adulto? O adulto é o contrário. O adulto, velho, ele é bom nessas duas, ou seja,
naturalmente, o adulto tem muitos inputs. Mesmo que você não tem aquele olhar curioso,
aquele look set, né, mas você adquire inputs com a vida. E tem a capacidade de julgar as
coisas, de pegar feedback, de entender, mas aqui vem um problema.
A gente vira adulto demais e a gente perde muito a nossa capacidade de combinar
coisas. A gente vira adulto e só aceita combinações meio óbvias. Não aceita que tal
coisa se misture com tal coisa, a gente também, é, tem dificuldade de se expor, se expõe
cada vez menos, né, bloqueio do sucesso. Ou seja, o “adulto tem os inputs suficiente
para combinar, a razão para avaliar, mas ele perdeu a expertise de combinar de
forma louca e de se expor” e aí, ficou assim.
O ideal é você ser bom em todas as etapas e como esse curso é para adultos. Eu queria
analisar as duas deficiências do adulto. Focar mais nessa aqui (combinação) por que nessa
aqui? Porque essa aqui (masterização) foi muito falada lá no bloqueio do sucesso, a questão
do expor, a técnica Lean Start Up, essa aqui (combinação) eu quero aprofundar mais nessa
aula, me inspirando em quem? Em quem é bom nisso, nas crianças.
Se parar para pensar, qual é a coisa que crianças mais fazem? Qual é a atividade que as
crianças mais querem fazer? E mais fazem, qual é o verbo que elas gostariam de tá
conjugando toda hora? Brincar. Crianças são obcecadas a brincar. Elas querem brincar
toda hora, irritam a gente, “ah, tá bom de brincadeira já”, “aí, para que continuar brincando?”
“essa bateria não acaba” e quer brincar, quer brincar. É uma motivação intrínseca e não dá
pra entender de onde vem tanta vontade de brincar. E claro que brincar é bom, não precisa
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de estudo.
Tem um livro interessante do Eduardo Sá, Brincar faz bem à saúde,
mas nem precisava, a gente sabe, a gente consegue entender que brincar é bom para as
crianças. Agora, e pros adultos? Será que brincar também num é bom? Será que quando a
gente deixa de ser criança e vira adulto demais a gente num perde essa grande capacidade
infantil? Então, eu vou começar com o por quê: por que que brincar é importante? Por que?
Porque “brincar é imaginar”, num concorda?
Quando você brinca, você está imaginando um contexto, você pega aquele objeto, aquele
boneco junto com a boneca, o carrinho e você brinca com aquele carrinho aqui e você
imagina que isso aqui é uma cidade e você bota obstáculos e você cria imagens brincando.
“Brincar é combinar” porque você mistura coisas de universos diferentes, um objeto que é
usado pra tal coisa, você vira aqui e já vira a base dos soldados e tal. “Brincar é viajar”,
brincar é você aceitar qualquer coisa viajada, de qualquer jeito, você pode... na hora da
brincadeira, não tem limites, se você quiser você pode viajar e pirar e tal. Resumindo,
“brincar é imaginar combinações viajadas” é imaginar, criar imagens de
combinatividades viajadas. Brincar é brincar de What If?
Já parou pra pensar que a criança é um “What Ifer” profissional? Ela passa o dia inteiro
brincando de What If..., ela passa o dia brincando de What If… eu jogar esse carrinho dentro
disso aqui. What If… eu pegar a comida e fizer num sei o quê. What If… eu fizer isso aqui
com essa caixa, ela passa o dia brincando de What If… Ela passa o dia viajando, viajando na
maionese, né.
No livro do Arthur Koestler, ele fala da bissociação que é o nome dele pra combinatividade.
E ele fala que a bissociação é o que? É quando dois sistemas de referência, dois universos
se cruzam. É o que mais ocorre quando a criança brinca. Ela pega dois universos loucos ou
três ou quatro e sai misturando porque “brincar é imaginar combinações viajadas” e
“quando a gente vira adulto, a gente vira adulto demais e quando vira adulto
demais, a gente deixa de brincar e deixando de brincar, a gente deixa de imaginar
combinações viajadas”. Então esse é o Bloqueio do Adulto.
Como já disse algumas vezes

“nós nascemos criativos e desaprendemos a ser criativos”,

“nós nascemos cientistas e desaprendemos a ser cientistas”,

“nós nascemos exploradores e desaprendemos a ser explorados”,

“nós nascemos corajosos e desaprendemos a ser corajosos”,

“nós nascemos curiosos e desaprendemos a ser curiosos”,


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“nós nascemos questionadores e desaprendemos a ser
questionadores”,

“nós nascemos brincativos e desaprendemos a ser brincativos”.

Eu gosto de brincativos porque é uma mistura de brincador criativo, é um brincativo. A gente


quando criança era brincativo, algumas crianças mais, outras menos, mas, assim, toda
criança é em essência, pelo menos, mesmo que ela seja extremamente podada, bloqueada,
ela teve, um grande tempo, de extrema brincatividade durante sua vida e vai crescendo e vai
perdendo isso “e quem é que nos ‘desensina’ isso?”
Muitas pessoas começam, é claro, o processo educacional, né. Essa chargezinha, é uma
mãe falando
“Meu filho já sabe inglês, francês, japonês, violino, xadrez, judô, futebol
e karaokê!”
e a outra mãe pergunta
“ah, sim, e sabe brincar também?”.
Acontece muito? Criança pequena já é adultizada, muita agenda cheia de coisas e tal, e faz
um monte de coisa, mas esquece de brincar. Ai começa já virar adulto cedo demais,
enquanto que era pra virar criança eternamente e não ficar tão adulto.
É, eu gosto muito de riscar as paredes e tal. Uma vez eu postei minha parede riscada e
alguém colocou assim “ele não teve infância kkk, escreve nas paredes até hoje”. Ou seja, a
sociedade em geral tem essa visão de que adultos é “ah, se você faz coisas de criança
porque você não teve infância”, sabe, ou seja, próprio sociedade já meio que contesta você,
“parece que não teve infância” e tal, mas o principal bloqueio ocorre quando a gente
entra no mercado de trabalho.
Quando a gente entra no mercado de trabalho é que essa mensagem de seja adulto, não
seja criança vem muito, muito, forte para gente. O próprio ambiente das empresas, ele
convida a gente a ser muito adulto, a ser muito sério, a ser muito pai.
E se você ousa brincar é capaz de você ouvir assim “oh, aqui trabalha, aqui tem tempo pra
ficar brincando não, aqui o bagulho é sério, tem tempo de ficar viajando, brincando nas
coisas, num sei o quê não, aqui é sério”. Tem uma coisa que a gente fala até meio que sem
querer, quando a gente tá falando uma coisa que é mais brincadeira e aí a gente uma hora
fala “ah, brincadeiras à parte…” porque brincadeiras tem que tá a parte.
É importante deixar claro, oh, vou deixar a parte aqui as brincadeiras. A gente fala uma coisa
mais infantil tem que “oh, tô brincando”, tem que já desculpar, tem que dizer tô brincando, o
just kidding em inglês né, kidding kids.

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Eu tenho muita experiência em reuniões corporativas. Desde a minha empresa que eu tinha
uma produtora de sites, até como comediante, fazia muito evento pra empresa, ia nos
eventos. Quase toda reunião que eu participo tem como um padrão que no começo tem
aquelas amenidades, o pessoal “opa”, “num sei o quê”, “e aí, pá”, rola umas piadas uma
coisa meio informal, “isso aí, ah, fui num show, blá, blá, blá”, até que chega uma hora que o
dono da reunião, o chefão lá, ele faz uma coisa que bem marcante, que quando ele dá o
tapa na mesa e ele fala assim “vamos lá, vamos falar sério agora”.
O que significa vamos falar sério agora? Significa que crianças, saiam da sala, saiam da sala
que agora é hora dos adultos, que aqui num brinca, aqui trabalha sério, tem ninguém
brincando aqui não, por favor se retirem pros outros poderem trabalhar e aí, é nessa hora
que a criatividade vai embora, tchau…
Essa frase eu acho massa,

“o adulto criativo é a criança que sobreviveu”,

muito louco, né? Isso aqui eu tinha postado no meu Instagram, é, esse bonequinho, todo
empacotado, né, de adulto e ele meio que triste lembrando como era bom ser criança.
Esse aqui também achei engraçado “ser adulto é chato”, não deveria ter que ser, mas
acaba virando porque a gente fica adulto demais e esse é o bloqueio do adulto.
As grandes lições erradas que a gente aprendeu são, primeiro, “as brincadeiras devem
estar à parte da vida profissional”. Não, aqui não é lugar de brincar e quando a gente
deixa a brincadeira a parte, a gente deixa de imaginar combinações e viajadas e vai no
caminho padrão.

“Tem coisas que não podem, nem devem ser misturadas e


combinadas”,

a gente tem muito isso que parece que não, isso com isso não se mistura, eu vou dar vários
exemplos aqui de como o jeito infantil aplicado ao mundo real, adulto, ele traz pra você a
possibilidade de misturar coisas aparentemente não misturáveis.
E também “evitar se expor falando ou fazendo ‘bobagens’” entre aspas, porque quando
eu falo bobagens, num é coisas ridículas, é ser mais informal, é ser mais normal, é ser mais
lúdico, sabe? E tudo isso é mentira. Tá tudo errado isso aí, uma versão positiva é que “as
brincadeiras podem fazer parte da vida profissional”, “tudo pode e deve ser
misturado e combinado”, “você pode sim se expor mais falando e fazendo
‘bobagens’”.
É, eu falo muito da Singularity, meio, eu falo pacaralho, fica meio repetitivo porque pra mim
foi uma experiência, é... não foram três meses normais, foram três meses intensos, segunda

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a sábado, doze horas por dia.
Lá tinha uma parada que ninguém queria muito sair, tinha um negócio chamado F.O.M.O.
F.O.M.O é fear of missing out, é medo de ir tomar um sorvete ali e acontecer alguma coisa,
aparecer alguém ali e você perder, medo de perder, então fica todo mundo lá. E cara, eu em
três meses, em três meses, eu saí do lugar, de onde a gente dormia, estudava, trabalhava,
fazia as coisas lá, eu saí daquele ambiente, talvez umas dez, quinzes vezes em três meses,
era muito intenso.
Lá na Singularity, logo na primeira semana rolou um desafio dos alunos darem uma aula pros
outros, é… falando sobre algum conhecimento que ajude na missão da Singularity que é
resolver grande problemas globais de impacto mundial, blá, blá, blá. Quando veio essa coisa
da palestra, era a primeira semana ainda, eu meio inseguro no inglês, minha primeira ideia foi
putz, nem fudendo.
Mais, logo depois, acho que um segundo depois, eu falei “não, tenho que fazer, porra. Tenho
fazer pô, dar palestra, eu sou comunicador, agora é a hora que eu preciso fazer uma coisa
legal”. Mas era aquela coisa de primeira semana, todo mundo se conhecendo ainda e tal e
eu meio até que constrangido de me apresentar.
Eu ia falar com os cara assim “ô velho, tudo bom? Que que cê faz?” Ai o cara falava, tinha
um cara lá, Iran, cara de Israel “não, eu sou de Israel, sou das Forças Armadas de Israel, fui
piloto de caça e agora eu tenho uma Start Up que a gente criou uma tinta que você pinta a
casa e ela capta energia solar, e você, faz o quê?” Que que eu vou dizer pro cara, mano?
“Faço pegadinha no SBT, Amigos da Onça”, vou dizer isso, sabe? Eu ficava meio
constrangido, mas eu ia fazer.
E eu fiz uma palestra lá que foi muito massa, é um ambiente informal assim, foi no próprio
laboratório, foi uma palestra “Três formas que a comédia pode te ajudar a resolver
problemas”. Fiz isso num tempo recorde, foi uma das palestras mais bem avaliadas. Isso
aqui era um mural que tinha lá com todas as palestras de todo mundo, aqui tinha horários e
as salas e a minha é essa aqui oh, a minha é essa aqui, é a mais votada, quase que
empatada com essa aqui, mas a minha ganha ainda, que era do italiano lá, Ricardo, e acabei
repetindo minha palestra.
E o que era essa palestra? Eu simplesmente peguei a minha experiência como comediante e
me fiz a pergunta: tá, o que eu como comediante posso falar de relevante para esse seres
humanos aqui, cada um um universo diferente, que pode ajudá-los a resolver problemas? E
aí surgiu o que eu chamo de Comedy Thinking, foi nesse dia que surgiu essa conexão de
pegar as coisas do universo de comediante e aplicar pra galera. É muita coisa que surgiu
nesse dia é a base desse curso aqui, esse curso Comedy Thinking. Acabei fazendo isso na
Argentina, workshop nos Estados Unidos, virou minha palestra de trabalho em eventos em

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empresas e tal.
E o Comedy Thinking em poucas palavras é “pense como um comediante”, velho, é isso,
pense como um comediante pra ser mais criativo, porque o comediante, ele é muito bom
em todas as etapas do processo criativo, porque ele é adulto, ou seja, ele tem repertório, ele
tem capacidade de julgar, de masterizar, mas ele tem uma criancice.
Todo comediante é uma criança que sobreviveu, todo comediante, ele pode ser sério, num
quer dizer que só os comediantes podem ser bem infantis não, ele pode ser sério, mas ele
tem a mente de. Rafinha Bastos é um cara muito sério, mas ele tem mente de criança.
Diferente do Victor Sarro, Murilo Couto, que são bem crianças mesmo.
Mas a questão não é nem como você se comporta, mas como você pensa. É o quão você é
capaz e costuma frequentemente imaginar combinações viajadas e é só isso que
comediante fazem a toda hora.
Uma grande referência minha é o John Cleese, um dos caras do Monty Python, um dos
maiores grupos de humor da história da humanidade, da Inglaterra. Ele foi humorista, ainda é
humorista, num deixa de ser humorista, mas algumas décadas ele também virou professor e
um palestrante em criatividade. E ele fala

“Criatividade não é uma posse ou talento especial,

você já sabe, Mito do Dom,

criatividade é sobre o desejo, a vontade de brincar”.

Play, brincar.
É engraçado… Porque play em inglês significa brincar e também significa um peça de teatro,
um play. Engraçado... É uma palavra que o brincar tá ligado também ao teatro. Por que,
cara, qual que é a expressão, é… de tipo de teatro, é uma brincadeira. O que que é ser
ator? Ser ator é brincar de ser alguém. Eu sou ator, eu tô brincando de ser alguém, é imitar,
é imitar, criança adora imitar. Crianças são imitadoras natas. E atuar é isso, é brincar, é imitar
os outros, é um exercício de empatia, porque pra você imitar o outro tem que saber se
colocar no lugar do outro, é um exercício de empatia, de criatividade, de como você
entender o outro e fazer a sua versão, a gente quando imita, principalmente no lado cômico,
a gente imita e distorce, dá uma distorcida, adiciona uma camada, faz uma combinação com
outro universo, enfim, isso não é dessa aula não.
John Cleese, isso aqui ele lançou um livro e saiu no jornal aqui no Brasil

“a sátira faz as pessoas pensarem”,

afirma John Cleese.

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“o que é importante é as pessoas estarem abertas às novas
possibilidades”,

Bloqueio do Gabarito, lembra da aula de bloqueio, abertura às possibilidades.

“Nada vai te impedir de ser criativo mais eficientemente do que o


medo de cometer um erro”,

Bloqueio do Sucesso. Frases do cara que resumem o curso todo, por quê? Porque a
mentalidade do comediante, ela é mentalidade criativa, não tem jeito.
O bobo da corte é comediante, muita gente não sabe, mas o bobo da corte não era só um
idiota que ficava lá fazendo macaquice. Ele era um idiota sim, mas ele era um idiota que
tinha uma função estratégica para alguns reis. Ele era a única pessoa que tinha autorização
de questionar o rei, autorização de falar de assunto que ninguém podia falar lá no reinado. E
ele era o cara que ele era louco, de vez em quando, morria, cortava a goela de um ou outro,
mas enfim, ele tinha meio que essa autorização de falar coisas.
Ele era o cara que dava um toque na cuca do rei, como gosta de falar o grande Roger
Voegue, aquele cara que dava uma chacoalhada no rei e ajudava o rei, a de repente,
perceber algo que ele não tava percebendo e as pessoas meio que “esse cara é louco, hein?
Ele gosta de falar isso e tal”. Inclusive, tem um livro chamado
O bobo da Corte Corporativo porque isso acabou virando uma profissão.
Tem um cara, o Paul Birch, o Linkedin dele, oh, ele foi bobo da corte corporativo da Britsh
Airways por um ano.
Era um cara que a função dele, junto com o CEO lá era desafiar algumas coisas que existiam
da organização, usando humor, usando criatividade e foi um grande sucesso e blá, blá, blá.
Fizeram uma matéria sobre ele, oh,

“ele não é bobo, mas ele faz papel de bobo dentro das empresas”.
As empresas contratavam o cara pra ser o bobo da corte, acho que todo empresa tinha que
ter um comediante. Toda empresa devia contratar um comediante, consultor pra ir uma vez
por mês lá, só pra dar umas ideias, pra trazer o olhar comediante e como eu falei, tem as
coisas do adulto, input e masterização, mas também tem as da criança que é combinação e
o output.
Mas você pode perguntar, “oh, murilo, adianta mesmo o cabra ficar falando loucura, e dá pra
colocar em prática, falar só falando loucura é muito fácil, como é que eu coloco em
prática?”.
Cara, eu vejo o seguinte oh, se tem um problema, tem vários caminhos pra resolver esse
problema, tem sempre um caminho óbvio, esse aqui é o caminho convidativo, a primeira
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resposta certa, é aquilo que você olha e dá vontade de, ah já sei, vou pra ali. Como é que
faz, problema, pra ir dali até aqui? Já sei, por ali, acabou, não tem o que pensar.
Existem muitas outras possibilidades de ir até o lado de lá e o comediante, através da
brincadeira, do humor, do pensamento idiota, ele é sempre o cara que quando vê isso, ele já
desconsidera isso aqui e ele quer inventar um jeito idiota de ir por aqui, de ir pulando, de
pegar o pong pong, de sei lá, de inventar um jeito novo, que talvez, o jeito que ele inventar
não sirva, não esteja pronto para ser executado, mas pelo menos abre novas possibilidades,
abre novos caminhos, novas portas que nem sequer estavam sendo consideradas, mas
quando você abre essas portas, abre a mente também. Sabe aquela história “toda
brincadeira tem um pingo de verdade”? Toda piada tem um pingo de verdade, toda
bobagem tem um pingo de verdade. Dá pra trocar verdade por utilidade, toda brincadeira
tem um pouco de utilidade.
Se você olhar um olhar advogado do anjo, daquela brincadeira, em vez de olhar pra parte da
brincadeira que não presta realmente porque é loucura demais, se você fizer aquele Will ™
— What I Like The Most —, o que eu gosto dessa brincadeira, essa partezinha aqui é
interessante. Como eu pego essa partezinha da brincadeira e combino com o mundo real,
com o que é viável, com os recursos e tal. Toda piada tem um pouco de utilidade, toda
bobagem tem um pouco de utilidade.
Roberto Menna Barreto, que eu homenageei, ele dizia que tem três ingredientes pra
criatividade. Primeiro ingrediente: “Bom Humor”. Esse não dá pra fazer coisas criativas sem
bom humor, sem o cenário infantil, que aceita as coisas, de dá uma pirada, que é meio
maluco né.
Isaac Asimov, grande escritor de ficção científica, ele falava que
“A expressão mais empolgante para se ouvir em ciência, aquela que proclama
novas descobertas, não é ‘Eureca!’ é ‘Engraçado…”. Sabe quando você fala, tá falando
alguma coisa e faz “rapaz, engraçado… eu misturei esse produto químico com aquele e eu
achava que, caralho”. Engraçado, engraçado é tipo engraçado isso hein… É uma espécie de
Eureca! é quando você percebe que ocorreu alguma combinação nunca antes combinada,
alguma mistura louca né.
Lembra que eu falei do Andre Geim, o cara lá que ganhou o IgNobel e Nobel ao mesmo
tempo, ele falou “Na minha experiência se a pessoa não tem senso de humor, normalmente
não é uma boa cientista”.
Então, pense como um comediante que também podia dizer pense como criança. O
comediante, ele é um adulto que sobreviveu, uma criança que sobreviveu. É… uma vez eu
fui visitar o Walter Longo, Presidente da Grey Brasil da Agência, e ele me contou que ele
havia feito isso aqui oh, ele juntou crianças pra fazer um brainstorm na agência, vê que

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louco.
Pegou alguns clientes, combinou com os pais das crianças, é lógico, e tal e juntou as
crianças pra começar a provocar elas com questões que claro, as crianças não têm
repertório, input pra entender direito qual era o problema da empresa, mas elas tem a
loucura infantil, de falar as coisas nada a ver e você tentar extrair ali um insight, daquilo que
as crianças falaram. Olha aqui oh, ele postou a foto das crianças reunidas.
Na época a gente chegou a discutir pra criar um comedy board, juntar uns comediantes e
falar sobre problemas em empresas pra trazer na mente do comediante que já tem a parte
boa do adulto e a parte boa pra criança. Acabou que ele saiu da Grey, foi pra Abril e não
falamos mais nisso.
E eu queria abrir um parênteses rápido, só pra falar uma pequena coisa. Eu falei lá atrás
sobre a ideia de gravar essas aulas agora com essa TV vertical, uma ideia simples que a
gente teve, mas que ficou diferente e tal, ficou interessante e abriu novas possibilidades pra
gente. E a ideia da TV vertical, uma das inspirações foi lá na Grey, eu cheguei lá e olha o que
tem na recepção, uma TV vertical escrito “Bem-vindo, Murilo Gun!”. E dessa pequena
experiência, eu tava com um look set de tudo que é solução criativa, seja qual for o
problema, não interessa, porque eu posso dar um zoom out, tanto me interessa que tirei foto
e postei no Instagram e disso aí o meu zoom out não foi nem TV vertical, porque isso aí é um
input que nem, muito mais comum, no aeroporto tem muito, mas foi a parada de putz, como
você pode usar uma TV para comunicar coisas, para personalizar alguma coisa e tal, isso tá
aqui incubado, tá no meu repertório, um dia quem sabe eu utilizo.
É interessante eu falar isso porque o Einstein falava que “O segredo da criatividade é
saber esconder as suas fontes”. É não revelar quais são suas referências e inputs que
você utilizou pra ter tal ideia e quando você revela parece que “ah, então foi fácil demais”. É
fácil quando você tem as referências certas, quando você passa a vida inteira com um look
set alinhado para soluções criativas e como estão disposto a fazer combinações, a se expor
pra testar, aí é fácil, fecha parêntese.
Pense como criança, ai eu te pergunto, isso aqui ajuda a pensar como criança?
Não muito, por isso que o Google da vida, o Facebook cria esses escritórios com essas num
sei o quê, mesa de ping pong, de pebolim, essas coisas loucas. Muita gente acha que isso é
migué, ah isso é migué, migué. Quem acha isso é porque normalmente trabalha numa
cultura corporativa que eu chamo de experiência corporativa muito adulta e num contexto e
numa cultura adulta, realmente, não adianta fazer isso.
O fato do Google, do Facebook ter sentido descontraído é a pontinha do iceberg de uma
coisa muito maior que é todo uma cultura corporativa e todo mundo ali recrutado já com
essa mentalidade infantil menos adulta e aquele ambiente é apenas um complemento a toda

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uma cultura infantil, louca, não uma adulta já instalada. Não adianta meter uma mesa de ping
pong, de não sei o que, num lugar que não tem essa cultura, não adianta.

“Criatividade é a inteligência se divertindo”, Einstein.

Essas frases a gente nunca sabe se é do cabra mesmo, mas a frase é tão boa que podia ser
dele. E criatividade é a inteligência se divertindo. É… poucas pessoas eu acho que
entendem essa frase profundamente, entende o que é se divertir. E se divertir não é
necessariamente, ah, se divertindo, jogando um jogo, é a inteligência livre, espontânea,
criança. O que é muito difícil, ter, se divertir num ambiente assim, né?
Eu acho essa charge engraçada, o chefe falando “volte lá pro seu cubículo e comece a
pensar fora da caixa”.
É ruim pensar fora da caixa quando você trabalha numa caixa. É danado. Esse ambientes de
empresas, o objetivo é trazer criança, é fazer a pessoa brincar pra trazer aquela mentalidade
infantil. Inclusive foi esse o objetivo da gente quando a gente criou o nosso kit, o nosso kit
físico, bem infantil também e deu resultado. Muitas pessoas que recebem o kit, elas postam
“tô parecendo uma criança que acabou de ganhar um brinquedo”, “estou encantado com
tudo, feito criança mesmo”. Aqui, “estou me sentido feito criança quando os pais
compravam material escolar do ano letivo”. “Mais feliz que criança com brinquedo novo”.
Essa aqui eu achei engraçado que “diálogo aqui em casa, ela falou ‘Eba, meu kit chegou’. Ai
o ‘marido faz cara de quem não tá curioso’.” Faz cara de quem não tá curioso é ótimo,
como é cara de quem tá curioso, hein. Como é, Bruno? A cara de quem não tá curioso.
Cara que tá… “Cara que tá cagando”. Não sei fazer a cara não, não sou tão bom ator não.
Aí ela falou “ah, amei meu avatar, olha amor, eu sou o Einstein ‘Que porra é essa, tá ficando
maluca?’” Maluca, louca né, que maluco o quê? Vai virar criança agora depois de adulto, é?
Rapaz, tá parecendo criança. Essa a pessoa colocou “virei nerd pela primeira vez na vida”.
Em outras palavras, quando ela fala nerd, quando fala maluco, pode trocar por criança.
Sabe o que eu acho interessante? Tava falando dos escritórios infantis, cheios de coisinhas,
o pessoal fala muito em escritório infantil? Mas poucos falam da casa ser assim. Por que a
nossa casa, ninguém, tem que ser normal? Tem que ser careta? Eu sou um cara que gosta
de riscar parede, quem disse que paredes tem que ser brancas? Quem disse que riscado
pode ser o novo padrão das paredes.
Eu sempre me preocupei, putz, eu quero ter um escritório também legal, mas uma casa
também legal, que me traga meu eu criança porque é difícil. A gente vira adulto, o mundo
pede que a gente seja adulto, a gente precisa de lembretes pra ser criança e o adulto, a
casa infantil. Meu apartamento era assim, tinha um ambiente só de criação, eu nem tinha
filho nessa época ainda e tinha um quarto de brinquedo, um quarto de criação, com lego,
com monte de coisa, pra me ajudar a pensar como criança.
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Eu tive uma grande oportunidade de entender de perto a mentalidade de uma criança
funcionando. É… porque durante seis meses, o irmão da minha mulher, Gabriel, veio morar
comigo em São Paulo. Eu sempre tive muito contato com ele desde pequeno. Mas quando
ele mora com você por seis meses, com onze anos de idade, onze anos ele já tem alguns
inputs, ele já tem um pouco de, do que é necessário pra poder ter as quatro etapas, mas
também tem uma mentalidade bem de criança ainda e foi o experiência massa os seis
meses com o Gabriel. O Israel também, virou amigo dele, o Israel oh, “Hard Work Papai 2”,
fica de olho nesse moleque, filho da Tânia Mujica, minha coach, moleque muito louco,
muito legal.
Na mesma época, meu pai veio passar uns meses com a gente, ficou meio com a Família
Buscapé, cheio de gente em casa, é... quem tem babá, ai tem a bebê e tal. E… uma coisa
interessante que rolou, eu tava falando pra, comentando com a Dani que é, putz, a gente
quer ter mais filho, como que vai ser quando tiver mais filho pra gente se deslocar de carro?
Num cabe esse povo todo no carro, considerando Gabriel, meu pai, babá, como é que faz?
Tem que trocar de carro já, mais um filho tem que trocar de carro já, comprar aqueles carro
com sete lugares né, com dois lugares atrás.
E eu até comecei a ver, um amigo meu Sutt com um carro de sete lugares e aí já vê preço,
tá, num sei o quê, enfim já comecei a ficar atento a isso aí. Ai Gabriel pegou, ouviu a
conversa e falou assim “Por que você não compra uma van?” Na hora, Dani falou “que van,
Gabriel” e na hora eu falei “Porra, uma van, velho…” Pode ser, na hora a reação da Dani, na
hora, foi meio “não, que loucura, van”. E eu van, me lembrei do
Pequena Miss Sunshine,
sabe? Essa van louca, essa família maluca, uma van que invada por que não? Tem van
confortável aí sim, pode ter uma van bacana, adesivar legal, ao fim eu me abri essa
possibilidade.
E eu fiquei pensando, isso é típico ideia de mentalidade infantil. É típica ideia do comediante,
talvez, daria, eu não dei, eu me contentei com a primeira resposta certa nesse caso, eu, é
isso que eu falo muito velho. Criatividade não é só pra empresa, pra promovido, pra ganhar
dinheiro, pra num sei o quê, criatividade é para os pequenos problemas da vida também.
E aí é difícil você adquirir o hábito de, lá no Bloqueio do Gabarito, de mediante de os
problemas, abrir possibilidades, divergir, o já sei, ele é muito louco, ele é muito convidativo.
Foi o que eu tive “ah, tem que ter um carro maior, sete lugares, ah, já sei, o carro do Sutt, ah
vai ser esse caro, num sei o quê”. E eu tava pronto, não abri e na hora a mente infantil ela já
abre, e já, talvez a van é uma coisa que as pessoas podiam pensar mas talvez nem falariam
porque já julgariam internamente que não pode, porque não pode combinar o universo

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família com o universo van, porque van é uma coisa mais profissional, mais esporte.
Não, pode sim, você pode ter uma van na sua família tranquilamente, ser o único carro da
casa, o carro principal da casa, não tem problema. Essa ideia da van é uma ideia meio
viajada, ele imaginou uma combinação meio viajada.
E eu queria dar alguns exemplos, exemplos são sempre poderosos, exemplos de pequenas
ideias, pequenas soluções de problemas que usam essa mentalidade infantil, essa
mentalidade de comediante, são ideias que Gabriel daria, Gabriel talvez chegaria nessa ideia.
Ou um comediante chegaria e provavelmente o cara que teve essa ideia.
Por exemplo, raquete de matar mosquito, porra, Gabriel teria essa ideia. Pô, Gabriel, a gente
sempre vem com esse problema de putz, quero tanto criar um acessório pra matar
mosquito, ah num sei o que e ouvi sua conversa e “ah, por que você não faz igual o tênis,
uma raquete mesmo, tal num sei o quê, sabe, o que é a raquete de matar mosquito?” É
você imaginar uma combinação viajada, é você pegar um universo tênis e um universo
mosquito, que aparentemente não tem nada a ver e você aceitar que eles podem ser
misturados. É isso. E adultos, normalmente, nem sequer, se abrem a essa possibilidade, eles
já julgam, antes de sequer falar, nem deixa chegar na superfície do consciente, já barra logo.
Outro exemplo, fui comer um sanduíche, aí oh, eles enrolam o sanduíche como se fosse um
bombom. Gabriel teria essa ideia, se eu falasse, “Gabriel, a gente tá querendo criar um jeito
melhor”, tem que ter um problema né? Tudo começa com um problema, que a gente tinha
uma lanchonete aqui e aí tá lá com a gente convivendo, a gente cria um jeito criativo de
enrolar o sanduíche. “Ah, por que não enrola feito o bombom?” Uma criança teria essa ideia,
um comediante talvez daria essa ideia.
É… porque é uma ideia brincadeira, é uma ideia que eu imaginei uma combinação viajada,
eu peguei o universo sanduíche com o universo bombom, bala, sei lá como é que chama
que ao que seja mais próximo de comida, mas são diferentes.
Outro exemplo, fui no bar, uma caipirinha, caipiroska, meteu um picolé aqui, puff, porra, deu
um puta H pro negócio, um sabor diferente. O picolé vai derretendo, eu posso chupar o
picolé, aí vira tangerina com num sei o quê, num sei o quê, típica ideia que Gabriel daria. Se
tivesse um problema, a gente num bar, putz, bebida, como que faz bebida diferente, num sei
o que, ele tá ali chupando picolé, “ah como que faz diferente Gabriel?” Ah, faz assim, ele
meteria, criança daria essa ideia. Um comediante talvez chegaria nessa ideia.
Outra coisa que eu vi, é uma escadaria, aí tinha a escada normal e a escada rolante. E aí as
pessoas querem ir pela rolante, é… Tem até o negócio fun theory, que é uma teoria, é uma
teoria que o pessoal da Volkswagen criou, uma campanha pra mostrar como o fun, como o
divertimento, como as coisas lúdicas conseguem mudar o comportamento das pessoas. E
um dos experimentos foi uma escada, uma escada que eles queriam que as pessoas

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fossem pra escada normal e não pra escada rolante e colocaram um piano na escada, puta
viagem.
E isso aqui é uma versão mais simples, simplesmente colocou um adesivo que era legal
dizendo “Economize energia, 5.4 calorias”, aí no outro degrau, 5.6 calorias, ou seja, uma
piada, claro que uma escada não vai economizar tantas calorias mas pela piada nos
adesivos, também legal, também ideia de criança, uma ideia infantil.
Eu fui com minha esposa num bazar, né, de roupa de mulher, não sei o que, roupas usadas,
sei lá. E aí, é tinha vários andares assim e um cara no terceiro andar, ele começou a
conversar comigo, começou a conversar e ele falou “puts, o elevador tá ruim o pessoal não
sobe, pessoal para no segundo andar, ali no pé da galera”. E aí eu peguei, “ah, mas por que
que não sobe?” “Ah, acho que é preguiça, não sei o que e tal”, aí falei pra ele, velho, por que
tu não bota um adesivo assim tirando ondas das calorias? De repente mulher, essa piada de
ah, quero emagrecer, sei lá e na hora ele falou assim “não, não”, tipo assim, ele nem sequer
quis ouvir e aí na hora eu pensei, ah deixa pra lá, não vou, se eu fosse fazer uma consultoria
pra ele eu me empenharia em evangelizar melhor.
Tem uma parada velho, que assim, pra ser criativo não tem jeito, a gente tem que ser
evangelizador. A gente tem realmente que ficar tentando sempre trazer pessoas ao nosso
redor para o lado criativo da força, porque se não, você fica sempre aqui.
Então, assim, pra forma de evangelizar não pegar e dar uma ideia criativa e a pessoal não
gostou e falar, ah, você é bloqueado, isso é o Bloqueio do Adulto, hein? É assim que
funciona, se começar eliminando os mitos básicos, um trabalho devagarzinho que vai fluindo
e tal, que você pode fazer na sua empresa, na sua família e por aí vai.
Bem, alguns exemplos nossos aqui da Keep Learning School. Pequenas coisas que a gente
fez nos últimos anos que mostram um pouco da nossa cultura, da nossa mentalidade
infantil, comediante. A nossa última confraternização interna, nosso evento, big coffee de
planejamento, o tema era Hulk. Era tudo festa infantil, coisinhas de criança e isso surge de
um What If...? What If a gente pegar o universo do Hulk, e a gente tem uma analogia do
Hulk, é claro, não é por nada e trazer pra nossa festinha da empresa e ela ser Hulk.
Outra coisa, a gente quando eu começou a fazer o GunCast, criei esse bordão no final “ah,
se você não fizer isso vai na brincadeira na tomateira”. Isso surgiu de uma música de
pagode dos anos 90, isso, esse tá de brincadeira na tomateira surgiu de uma música
desconhecida de uma banda de pagode dos anos 90, Art Popular, que muitas pessoas
diriam que não, não pode misturar um universo, uma música que ninguém conhece, dos
anos 90 de pagode com o universo negócio de inovação, criatividade. Pode, pode sim, tudo
pode ser misturado e aí você simplesmente bota num contexto legal e vira um bordãozinho
né. “Ah, Murilo Gun fala que tá de brincadeira na tomateira”. Aí teve gente fazendo camisas

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tomateira. Ai eu encontrei isso aqui, um site de inglês “como dizer brincadeira na tomateira
em inglês”, aí é um cara tentando dar uma solução pra isso ai, explicando Art Popular, enfim,
tudo isso surgiu de What If…? What If eu pegar o refrão de uma música de pagode e
transformar num bordão de um podcast de criatividade e inovação, por que não?
Ai o tomateira acabou explodindo. Ai montou uma tomateira de verdade, virou cenário pra
gente gravar coisas, virou um negócio no Hard Work Papai virou um negócio pra tirar foto. E
aí a gente foi mais ainda e a loja de roupa da gente chamou Tomatêra, você pega uma
brincadeira, é o contrário, você começa a levar a sério a brincadeira. Tudo porque a gente se
permite fazer o What If, esse gatilho da imaginação.
O Hard Work Papai a gente combinou o universo Praça é Nossa. Um evento pra adultos, é
que podia aparecer uma coisa, “ah, Praça é Nossa, num sei o que é, é um programa que
num é nem um programa que o público alvo do evento costuma assistir”. Então é uma coisa
que muita gente diria não, não, não, não vamos misturar isso aí não.
E mais uma vez, apesar de Einstein dizer “o segredo é saber esconder suas fontes”, eu
vou revelar minhas fontes, parêntesinho rápido.
Eu fui fazer um evento da empresa de energia do Maranhão, a SEMAR, fui ser o mestre de
cerimônias. E você pode pensar, porra, evento de empresa de energia, né, qual o primeiro
pensamento, é, é clichê, é num sei o que, é careta, empresa de energia, negocio chato né e
tal. Os caras pegaram os próprios funcionários e fizeram uma meio que uma divulgação do
planejamento estratégico em forma de Escolinha do Professor Raimundo. Foi genial, com o
Professor Raimundo já amarocava, cara já levantava bordãozinho da área, genial, genial,
fecha parênteses.
Esse input ficou lá incubado e aí, a ideia da Praça é Nossa sem dúvida teve uma influência
de trazer um universo de programa de televisão combinando com o nosso evento.
Ah, voltando do Maranhão, eu trouxe, claro, o Guaraná Jesus, lógico. E aí, eu fiz uma
combinação What If eu misturar Guaraná Jesus com vodka? Sensacional isso aqui, pode ser
sucesso na balada. As pessoas começarem aqui em São Paulo, porra, negócio rosinha, pa,
style na balada, entendeu. Você bota Jesus com Absolut, fica Jesus Absoluto e de repente é
uma combinação que muita gente não se aceita. Não, não se mistura Jesus com Absolut.
Mistura sim e é bom.
Você pode perguntar, Murilo, mas, aí tem os mas, “mas é porque você é comediante. Ah,
você é comediante, você pode fazer essas coisas, você pode fazer essas loucuras.”
Concordo, que tem algumas coisas que por eu ser comediante, eu tenho essa permissão de
fazer. Por exemplo, isso “Eu sempre fui muito fã de Batman porque o Batman é um dos
únicos super heróis que não tem de fato super poder, se bem que ele é rico, né, mas...”.
Realmente, isso talvez seja um pouco demais pra um na maioria dos contextos.

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Agora, vê como o mesmo Batman pode ser trazido pra um contexto de uma forma muito
mais viável pra qualquer pessoa. “E eu queria falar sobre três coisas, eu queria falar sobre
esteira rolante, eu queria falar sobre o cinto do Batman, eu queria falar sobre a cauda longa.
Só que antes de começar a falar sobre as três coisas…”. Nesse caso, o cinto do Batman,
quem quiser, vou deixar aqui o link desse TED, é só uma metáfora e metáforas todos podem
fazer. Talvez não se vestir de Batman, mas usar uma metáfora que venha de um outro
universo mais distante.
A gente sempre fica achando que esse pensar como comediante significa “ah, então só
imitar o Batman da história, só imitar o Super Herói da história, só imitar o desenho animado
da história, só representar tudo colorido, isso aí, só pensar como comediante”, não! Nesses
exemplos que eu dei não tem nada de super herói aqui, é simplesmente misturar universos
aparentemente não misturáveis, cê fez aqui.
A gente foi fazer a nossa primeira contratação, contratamos o Matoso, a gente fez uma
combinatividade. A gente pegou um vídeo estagiário que eu tinha feito há um tempão e
trouxe de novo o estagiário contrata um estagiário e ainda fez uma viagem de ficar
comparando as vantagens de trabalhar com a gente e trabalhar no Google. Enfim, uma
apelação.
Exemplos interessantes também de coisas pequenas, tá? Não tô falando de ai, as soluções
da humanidade. Não, coisas pequenas mas que surgiram nessa mentalidade de pensar
comediante, pensar infantil.
Por exemplo, o meu apartamento em Recife, a gente colocou um chuveirão, um banheiro, lá
na varanda. É uma coisa infantil, uma vontade minha, de ter aquele chuveirão, aquela coisa
de casa de campo na varanda legal e isso é uma coisa que Gabriel diria. Cê fala, “Gabriel,
problema, o que seria legal colocar na varanda, uma coisa diferente pra ter na varanda, o
que que você gosta de ter na varanda?”.
Nessa hora, muitos adultos nem sequer trazem a ideia do chuveirão porque já consideram
que chuveiro não se coloca em varanda de apartamento, isso é coisa de casa, de ter no
quintal. Mas a criança não, ela não tem esses filtros e talvez ela diria “ah, eu queria um
chuveirão”. E aí a gente pode ouvir mais as crianças e aceitar o que eles digam, o viés é
esse, que chuveiro não, não adianta, você se fecha. Se você se abre, ok, legal botamos o
chuveirão.
Outra coisa bem simples, tá? A gente fez uma turma, que era uma turma que a gente
divulgou apenas para um grupo de pessoas que não conseguiram se inscrever na turma
anterior porque as vagas fecharam em duas horas. Então, ficou muita gente querendo
participar do curso, mas encerrou muito rápido. A gente abriu, alguns meses depois, uma
turma fechada, só pra essa galera e a gente chamou de turma secreta. E é engraçado como

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a gente, até a comunicação aqui, Matoso fez turma secreta. Não era uma turma normal, era
uma turma normal mas a gente trata ela meio que secreta, turma secreta.
E aí essa coisa é uma coisa do comediante, porque o normal seria, não, essa é a turma 3.2,
não, essa turma, não, turma secreta. E nos eventos, pessoal turma secreta taí? Não, fala
baixo que é turma secreta. Ou seja, você aceita que pode ter uma turma secreta, é legal ter
uma turma secreta.
Aí você pode perguntar, Murilo, “mas será que brincar não faz deixar de ser levado a
sério?”, ficar brincando, você não é levado a sério. Velho, tem alguns exemplos de
universos que são sérios mas conseguiram trazer o brincar. Melhor exemplo pra mim, jornal
do Rio de Janeiro, Extra. Genial, cara, isso aqui, só comediante trabalha lá. “A Maratona
olímpica continua. Agora é tiro”. Ficam fazendo piadas com coisas sérias, tiro, guerra civil na
rua, fazem piadas meio ousadas, alguma vez até demais.
“Fidel chama o Raul”, porra, Fidel já morrendo já, chama o Raul é tipo vomitar, sei lá. “Mulher
oferece bola gato como propina para PM”. “Sem Hulk, jogo ficou meio bunda”. Enfim, é um
jornal, é sério, mas ele... é sério no sentido que é notícia, são fatos importantes, mas ele não
se leva muito a sério.
Eu descobri também uma marca de shampoos para mulheres. Shampoo pra mulher é um
assunto sério, cabelo pra mulher é um assunto sério. Pra mim também é que cabelo grande
começa a achar cabelo um assunto sério, tem que ter cuidados, mas é o assunto sério. Mas
essas marcas, oh, começando tirando onda, Forever Liss, U.T.I, T.P.M, Desmaia Cabelo,
minha mulher usa esse aqui, desmaia cabelo, vi no box e que porra é essa? Anabolizante, ai
tem o concorrente já, a Lola. Eu sei o que você fez na química passada, aperte o cinto que a
ponta dupla sumiu, abaixo a ditadura dos lisos, Lola de farmácia o shampoo, isso já é outra
empresa já. Já existe dois players no mercado de shampoo pra mulher que resolveram não
se levar a sério.
Vê o menu do site da Lola, é assim: home, por produto, contato, e tem aqui por drama. Por
drama, ou seja, por situação, drama, “pra quem andou fazendo besteira e está com tranquila
mas não favorável”. “Pra quem andou fazendo mais besteira e tá começando a se
preocupar”. “Pra quem tem problema de queda”, pra quem não sei o que, enfim, ela
conseguiu, prum negócio que é sério, cabelo, sério, trazer uma parada engraçada.
Uma Start Up de um amigo meu 99 Jobs, Dudu, eles fizeram um evento que todos os títulos
dos debates, em vez de ser, debate sobre viralização de vídeos, não, “meu deus, nosso
vídeo de programa de estágio ficou igual o da empresa concorrente”, “foda-se os puffs
coloridos e as mesas de pebolim, seja bem-vindo ao futuro do trabalho”. Como você pode,
sabe, simplesmente aceitar, fazer uma analogia com algum outro universo e tal. Aí você pode
perguntar ah “mas isso só funciona em empresa pequena”, start up, é difícil num

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negócio grande e tal.
Você lembra o que aconteceu no encerramento dos Jogos Olímpicos no Brasil? Num é um
negócio pequeno, é um negócio grande, é o maior evento esportivo do mundo. No
encerramento das Olimpíadas do Rio, rolou isso aqui oh. Vídeo. Eu fico imaginando a
reunião que o primeiro cara deu essa ideia. Cara fala rapaz, tive uma ideia… E se… a gente
bota o primeiro ministro fantasiado de Mário, saindo pelo cano, em muitos contextos…
primeiro, ele nem falaria isso, porque ele já julgaria antes ou ele falaria e receberia um “tá
louco, rapaz?”. Cara, sempre que alguma idéia gerar um “tá louco?” Fica atento, tem alguma
coisa aí, porque o tá louco significa essa ideia quebra padrões, essa ideia combina universos
incombináveis, como assim, primeiro ministro fantasiado. Fantasia e Primeiro Ministro do
Japão já não combinam. Combinam sim, podem combinar sim e criam um negócio como o
narrador falou lá, o cara do Canal Tech, sensacional.
Já que eu resolvi esculhambar o negócio do Einstein e revelar a fonte das coisas, eu vou
abrir um parênteses só pra revelar a fonte desse negócio aí, do Mário, do Japão. Na
olimpíada anterior, de Londres, na cerimônia de abertura, no caso a do mário foi a de
encerramento, na abertura, rolou isso aqui, lembra?
Vídeo.
Incrível também e aparentemente não é a mesma coisa, mas se você der um zoom out, você
pode extrair o que? O conceito de misturar uma grande autoridade, uma autoridade séria
como primeiro ministro, como rainha e misturar com o universo ficcional. Mário e James
Bond, apesar de não ser desenho animado, James Bond também é ficcional, ligado ao
cinema e como você pode misturar os dois universos e através de um jogo de telão e coisa
real criar uma mistura de ficção com realidade, usando autoridade. É a mesma coisa se você
der um zoom out, taí a inspiração deles, fecha parênteses.
Então, “pense como um comediante”, pode ser “pense como criança” e também pode
ser “pense como louco”, comediante é louco, criança são meio loucas também. E os
loucos são criativos, cientistas são sempre retratados como loucos, sempre ah, de volta pro
futuro, professor Beakman, todos criativos e todos loucos.
O próprio Einstein é sempre essa coisa visto como louco. Cê lembra da história do
Arquimedes lá, o processo criativo, quando Arquimédes grita Eureca! e sai correndo, sabe
o que dizendo dele? Vídeo. “Não bate bem, hehehe”. Ou seja, é louco. Pessoas criativas
loucas, aqui oh, tudo doido. Monk é um doido, Sherlock é um doido, House é um doido,
doidos criativos. Comediantes são doidos, os palhaços são todos loucos.
Essa frase aqui tinha no meu antigo apartamento

“as pessoas que são loucas o suficiente pra pensar que podem
mudar o mundo são aquelas que mudam o mundo”.
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Tem que ser meio louco. Tem dois livros que falam sobre isso, da Linda, que é fundadora
da Endeavor,
De empreendedor e louco, todo mundo tem um pouco.
Esse livro aqui, Seja Insensato,
seja meio louco, claro que estamos falando da loucura boa, da loucura que a gente usa só
pra abrir novos caminhos e claro que depois a gente combina com as leis, né, combina com
a ética, com a moral e por aí, vai.
A loucura ruim pra mim é essa aqui “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma
coisa e esperar resultados diferentes”. Isso pra mim é loucura, fazer as coisas do
mesmo jeito e esperar resultados diferentes, é muita loucura. É tratamento psiquiátrico
urgente. Porra, as coisas não melhoram, não consigo fazer nada diferente. Cara, você faz as
coisas do mesmo jeito, as mesma combinações, as mesmas tentativas de sempre? E espera
mágica? Isso é loucura, tem que procurar especialista pra resolver.
“Toda loucura tem um pouco de utilidade”, Osho dizia

“Ficar louco de vez em quando, é necessidade básica para se


manter são”.

Ficar louco é necessidade pra se manter são. Einstein “Se, a princípio, a ideia não é
absurda, não há esperança pra ela”. É a história do tá louco? Que loucura, tá louco? Que
é isso aí? Que a princípio, a princípio ela parece não possível porque ela mistura coisas não
misturáveis, porque ela quebra padrões, mas alguns segundos depois você pode concluir
que ela merece ser evoluída.
Júlio Ribeiro, da Agência Talent, “sempre é tempo de darmos mais espaço ao
marinheiro bêbado que temos dentro de nós, em lugar de ficarmos sob o comando
do implacável pastor protestante.” Dá espaço pro marinheiro bêbado, marinheiro
bêbado, esse cara, ele luta normal ou ele luta de forma criativa? Ele não luta assim “ah, vou
lutar” e dá um tiro na cara, mete a espada aqui. Ele joga a espada ali pra cortar o fio pra cair
em cima do cara, ele luta do jeito criativo, ele é o tal do marinheiro bêbado.
Vê esses personagens aqui: Jack Sparrow, Coringa, Máscara, Pernalonga, Pica-pau, Saci
Pererê. Que que eles têm em comum? Pode falar, fala aí, a gente escuta, tem uma
tecnologia que… Que eles têm em comum, todos são personagens ficcionais, são
personagens, todos são cultura pop, é… todos são meio cômicos, não são? Meio loucos,
meio diferentes, meio malandros. Concorda que todos esses caras, eles dão soluções
criativas pros problemas deles, seja qual for. Alguns mais do mal, outros menos do mal, mas
todos criativos.
E não é atoa que esses personagens parecem tanto porque todos são baseados no mesmo
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arquétipo, uma comédia antiga na Itália, Commedia DellArte, uma comédia de rua, uma
comédia muitas vezes improvisada de rua, que tinha um jogo de máscaras muito
interessante.
Vê que louco, cada máscara representava um personagem, então, quando entrava um cara
com a tal máscara, você já sabia que aquele cara tinha algumas características. Ou seja,
num precisava tá acompanhando a história tipo Friends que você precisa acompanhar
alguns episódios pra descobrir que Ross é meio assim, que Chandler é engraçadinho, que
Mônica tem mania de arrumação, você precisa de um tempo. Lá não, na Commedia DellArte
a máscara já trazia um monte de informação, já trazia um arquétipo pra aquele personagem
que quando entrava, você já conhecia.
E uma das máscara da Commedia DellArte era essa daqui, que essa máscara era o
personagem Brighella, que era uma das subdivisão do Zani, que em inglês tem um nome
muito interessante que é Trickster. O cara com essa máscara, ele era o cara que faz tricks,
que faz, era o malandro, era, no bom sentido, o carioca, o cara que desenrola as paradas e
tal. E todos aqueles personagens são trickster, alguns mais do mal, como eu falei, mas
todos soluções criativas e todos são meio comediantes, meio infantis, meio loucos.
Tem até um livro, A economia dos desajustados,
que só extraindo lições criativas dos desajustados que no caso são piratas, bandidos,
criminosos, traficantes, mas que muitas vezes são criativos.
Lembra? O homem que vestiu de Papai Noel que roubou um helicóptero? Porra, isso é uma
ideia que uma criança daria. “Oh, deu problema, precisa roubar um helicóptero, como é que
faz?” A criança chega querendo, “bota ele de Papai Noel, papai, diz que vai alugar pro natal”,
é uma ideia de comediante né.
Esse filmes de assalto a banco, esse filme aqui incrível.
Assaltos a banco são sempre soluções criativas. Por favor, eu não estou pregando fazer
coisas erradas, apenas estou dizendo que a gente pode aprender até com os criminosos,
com os desajustados, é. Bem, de tudo isso, muita gente quando ouve isso tudo pensa “ah,
mas o que vão pensar de mim?. Assim, se eu começar a ser assim, se eu começar a ficar
muito infantil”. Primeiro que de fato tem que ir aos poucos, tem que ir devagarzinho, não
pode mudar de um dia pro outro né, mas “será que vão deixar eu ser assim?”, ah, num sei o
que, como é que eu faço pra ser assim e eu queria lembrar uma coisa.
Lembra o livro lá, os quatro compromissos, eu falei do primeiro compromisso “seja
impecável com a sua palavra”. Eu falei depois, pulei pro quarto compromisso que é
“sempre faça seu melhor” e agora eu vou revelar o segundo compromisso. O segundo
compromisso é “não leve nada para o lado pessoal”.
É muito profundo isso aí, eu vou explicar por alto. Em outras palavras, é... releve um pouco,
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alguns tipos de críticas, comentários de outros. Quando alguém fala sobre você ou crítica
porque você tá agindo de um jeito diferente e tal, é sempre lembrar que essa é uma crítica
baseado nos inputs daquela pessoa.
Cada um, cada pessoa vive uma realidade, cada pessoa vive uma realidade baseado no que
ela acha, no que ela sabe e as pessoas quando elas falam algo é de acordo com a realidade
delas, entendeu? Então a gente pode levar menos as coisas pro lado pessoal e quando
você começar a se mostrar diferente, é… e ver que as pessoas tão começando a lhe criticar,
entenda isso como uma confirmação de que você está passando por uma formação de ser
um pouco menos adulto e um pouco mais criança livre.
É… essa frase é muito interessante, de um humorista, Ricky Gervais,

“é melhor criar alguma coisa que os outros criticam do que não criar
nada e criticar os outros”.

Então, pense como comediante, pense como criança, pense como louco, pense como
pirata, pense como artista.
Livro incrível esse aqui Pense como um artista,
tem vários livros de criatividade que pegam a mentalidade do artista no sentido clássico de
artista de belas artes, de pintor, de escultor. Esse livro aqui fala sobre isso, o jeito do artista e
mostra como o artista também tem essa mente que se abre a imaginar combinações
viajadas.
The Artist's Way: A Spiritual Path to Higher Creativity
Bloqueio do Adulto, esqueça essas lições, a gente tem que reaprender que as brincadeiras
podem fazer parte, devem, da vida profissional. Dá pra misturar tudo, papai, tudo pode ser
combinado, tudo pode ser misturado. Tem que se expor mais.
É, esse Bloqueio do Adulto se fosse resumir em uma palavra eu resumiria em “pense como
um comediante”, simples assim. Inclusive, pense como um comediante virou a razão
social da empresa, a razão Pense como um Comediante LTDA., que a ideia de colocar uma
frase, como razão social veio, já que tô revelando minhas fontes, por causa da Perestroika,
que é uma escola de atividades criativas de amigos meus, cujo CNPJ deles é uma frase que
é meio que o mantra deles, o CNPJ é “vai lá e faz LTDA.”
Inclusive vai lá e faz é um mantra incrível, virou um livro também Vai lá e faz, tá disponível
VLEF.ME em e-book gratuito.
Esse é um mantra incrível, um mantra de planejar um pouco menos, não é deixar de planejar,
é planejar um pouco menos e executar mais. É sair da camada das ideias e vai lá e faz. Vai lá
e faz é começar mesmo antes de estar pronto. É vai lá e faz, sabe? Num precisa estar tão

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pronto demais. O mundo hoje em dia permite, usando Lean Start Up, aquele, aquele jeito
enxuto de medir, executar as coisas, permite a gente, sabe, parar de falar que vai fazer, parar
de planejar demais, vai lá e faz, vai lá e faz! Não fica esperando um sinal eterno chegar. Tem
gente que parece que quer fazer uma coisas mas fica esperando o dia que vai amanhecer e
vai ouvir uma voz dizendo assim “hoje é o dia de você fazer as coisas” e aí a parada nunca
chega esse sinal e ela nunca faz, então assim, vai lá e faz! Vai lá e faz. Acabou. É isso.
Pra finalizar, queria deixar uma reflexão que eu vi um adesivo uma vez no computador, tirei a
foto e postei no Instagram, reflexão é “o que a criança que você já foi acharia do adulto que
você se tornou?” O que a criança que você já foi acharia do adulto que você se tornou
agora? Criança, imagine você, na idade de Gabriel, 11 anos, aqui na sua frente agora, olhe
pra você, o que ela acharia do adulto que você se tornou? É uma reflexão interessante.
Finalizar com uma musicazinha, eu lembrei daquela imagem lá do adulto lembrando como
era bom essas brincadeiras aqui de criança e ai eu conectei com Molejão aqui, oh, quando
eu era adolescente, encontrei o Anderson Leonardo e pra finalizar essa aula, brincadeira de
criança, Molejão! Vídeo.

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Bloqueio do Ocupado
Último Bloqueio Mercadológico, Bloqueio do Ocupado, a gente fechando educacionais,
fechei agora cerebrais, partiu agora fechar mercadológicos. Bloqueio número seis.
Queria começar perguntando. Já parou pra pensar que a tampa da pasta de dente é
exatamente do tamanho do ralo da pia? Num é foda isso, bicho. Num é bizarro? Parece que
eles calcularam direitinho pra bicha ficar ali, pra cair no ralo, pra gente se ferrar e não ter
como tirar, ai você não tem espaço pra colocar. Por isso que Deus criou o dedo mindinho,
pra tirar, Deus é genial, pessoa genial, pensou em tudo pra tirar e tal.
Já parou pra pensar que o nome daquela droga que faz a pessoa dormir chama Boa Noite,
Cinderela, mas quem dorme é a Bela Adormecida? É bizarro, os cabra erraram o nome da
droga. Era pra ser Boa Noite, Bela Adormecida. Boa noite não faz sentido, Boa Noite,
Cinderela. Ah não ser que você tome a droga e você esqueça o sapato, aí Boa Noite,
Cinderela, faria sentido.
Já parou pra pensar que ninguém faz hamburger quadrado pra comer com pão de forma e
queijo redondo pra comer com pão de hamburger.
“Já parou pra pensar que muitas piadas começam com ‘Já parou pra pensar?’” Já
parou pra pensar por que isso acontece? Isso acontece basicamente porque comediantes
são pessoas que têm tempo livre pra parar pra pensar em coisas que a maioria das pessoas
não param pra pensar.
Por isso, a gente ver tantos stand ups, já parou pra pensar num sei o quê, já parou pra
pensar com num sei o quê. As pessoas não param pra pensar, as pessoas vivem no modo
ocupado. Criou-se um mito já de que ser ocupado é estar bem, porque se você está
ocupado, você está bem. Porra, tá bem ocupada, hein, tá com agenda cheia, tá mandando
bem., agenda cheia, hein? Loucura, correria, correria. Tá na correria, tá bem. Criou-se esse
mito que o ocupado é o cara que tá bem, toda hora e tal.
Quando né, a gente divulgava o curso rolava muito a pergunta Qual é a carga horária do
curso? E a gente sempre responde que

“educação não se mede por horas de aula, educação se mede por


aprendizagem, na verdade se mede por aprendizagem por hora”.

Assim como produção não se mede por horas de ocupação. Produção se mede por
produção por hora, ou seja por produtividade. Então, não adianta tá ocupado se não tá
produzindo.
E esse mito do ocupado, ele foi muito incentivado pela velha Revolução Industrial que
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resolveu medir as horas das coisas, as horas de produtividade e cada etapa do processo.
Como tá a produção, o tempo de produção. Só que esquece um detalhe: criatividade, assim
como aprendizagem e produção, também não se mede por hora, sabe por que? Quantas
horas vale um insight, não dá pra saber, quantas horas vale um insight? Não dá pra medir.
Deixa eu primeiro diferenciar o conceito de input e insight. Pra mim input é a informação ali,
ainda bruta, você não sabe ainda a aplicabilidade dela, você sente que ela pode amanhã
gerar conexões. Enquanto que o insight já é o input aplicado. Daria pra trocar por dizer que
o input é uma informação e o insight é a sacada.
Quantas horas vale uma sacada? Quantas horas vale um insight? É difícil calcular porque
normalmente o insight, ele representa um salto, esse negócio de sacada lembra salto, né?
Você pode tá subindo aqui, um degrau da sua vida a cada 5 anos sobe um degrau, mas
você pode, em algum momento, ter um insight, uma sacada que te faça de uma vez pular
dez degraus. Insights são saltos de horas.
E normalmente, 99% das vezes, o tempo que você investe pra ter um insight é muito menor
do que a economia de tempo gerada pelo insight. Porque os insights são saltos de hora,
insights são poupadores de tempo, eles dão um pulo na parada. E quem vive nesse mito do
ocupado, nessa vida ocupada, muitas vezes nunca tem tempo pra parar pra pensar, pra ter
um insight que dê um salto, que você suba dez degraus de uma só vez. As pessoas
ocupadas vivem no piloto automático, fazer as coisas do jeito que sempre foi, pensando
ainda na mentalidade, de produtividade por hora, sem parar pra pensar mais nas coisas.
Eu chamo isso de Bloqueio do Ocupado, o fato das pessoas nunca pararem pra pensar nas
coisas. Em outras palavras, investir mais no tempo presente pra ter um insight, uma sacada
que te economize muito mais tempo futuro.
Essa charge aqui mostra a mãe falando “hoje as pessoas não tem tempo pra pensar, filho”,
ai o filho fala aqui “que pena, porque se pensassem, teriam tempo”.
Se a gente começa a parar pra pensar, por exemplo, a questionar a forma como a gente faz
algumas coisas, a gente pode ter uma sacada e encontrar um novo jeito de fazer aquela
coisa e que esse novo jeito te faça poupar muito mais tempo porque você dá um grande
salto.
Eu tenho uma teoria que o cartão de crédito, principalmente a cultura brasileira do
parcelamento, influenciou muito de as pessoas não quererem investir no tempo presente pra
ter um salto no futuro.
O cartão de crédito permitiu que as pessoas tenham o prazer antes da dor. Você compra
agora, obtém já o prazer agora, depois a dor vem em doze parcelas. E investir no tempo
presente, parar pra pensar, pra ter um insight no futuro é inverter isso. É primeiro ter a dor,
primeiro ter que arrumar esse tempo pra parar pra pensar, pra depois ter o prazer que é o

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que você vai ter mais na frente, ou seja “investir mais no tempo presente, é a dor, pra
você ter um insight que economize muito mais tempo futuro que é o prazer”.
Sabe o que que há de comum entre você e o Bill Gates. O que há de comum? É que
ambos tem um dia com 24 horas. Só isso. Todo mundo tem um dia com 24 horas, exceto o
Itaú que inventou 30 horas, eu nunca entendi essa porra. Todo mundo tem um dia com 24
horas. É, ou seja, tempo é a moeda mais escassa que existe, porque é a moeda que todo
mundo tem igual, no mundo todo, independente de qualquer coisa, por isso que falam
tempo é dinheiro.
E aí vem a importância de você saber gerenciar o tempo, administrar o tempo, investir no
tempo, nas coisas que podem te dar algum salto futuro porque insights poupam tempo. Ou
seja, se tempo é dinheiro, insights poupam dinheiro. Ai você me pergunta, tá, mas parar pra
pensar em quê? Eu tenho que parar mais pra pensar em quê? Em várias coisas, pode ser na
vida mesmo, só refletir. Eu acho que as pessoas param pouco pra refletir, auto-reflexões
sozinha, sabe? Eu quando viajava, sempre tinha aquele momento no hotel, que eu ia na
varanda, abria uma cerveja, ficava pensando na vida.
E existe esse mito do gênio solitário, que os cientistas, escritores, ficam sempre sozinhos,
criando as coisas e tal. Isso é um pouco de mito, que os gênios criam tudo sozinho, mas
não é mito a importância desses momentos de introspecção de ficar, parar pra pensar na
vida, no nada.

“Parar pra pensar mais nos seus hábitos”,

nós somos criaturas dos hábitos, nós somos aquilo que fazemos consistentemente.
Tudo que a gente faz, todos os hábitos que a gente investe fazem, tem até um Podcast
meu, o 105, em que eu falo sobre rotina e criatividade. Muita gente acha que rotina e
criatividade não combinam. “Não, que os criativos é vida louca, rotina é pras pessoas que
são centradinhas”. Eu também achava isso, mas descobri que não, tem algumas rotinas
que faz você economizar energia em coisas que você pode economizar pra sobrar energia
pra coisas que podem te dar saltos de tempo. Eu troquei rotina pela palavra rituais, tem
alguns rituais que te ajudam a ser mais produtivo porque você economiza, poupa
sua energia.
Parar mais pra pensar no método de como você faz as coisas.

Eu fiz um Podcast sobre isso Afiar o Machado, 106.


Afiar o machado no sentido de que machado não se afia, se afia é faca, mas afiar o
machado no sentido de de vez em quando parar de usar o machado ou a faca e tentar um
pouco melhorar o método. Porque muitas vezes você investindo em melhorar o método, ou
a ferramenta, você parou de produzir, mas aquela melhoria do método pode te fazer voltar a
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produzir e dar algum salto.
Coisas simples que muitas vezes quando eu uso um software, Power Point, eu de vez em
quando paro pra aprender, tem um detalhe, parar pra aprender tem um detalhe, eu
considero afiar o machado, porque você considera melhorar o método, você ganha saltos
futuros de tempo.
Parar mais pra pensar no futuro, Walter Longo fala uma coisa interessante
Vídeo - Walter Longo faz a Abertura do Exame Fórum 2016
Legal. A gente se preocupa muito com as pendências e pouco com as tendências. A
gente vive na vida louca, porque a vida realmente é cheia de coisa. Apagando incêndios, nós
somos bombeiros, toda hora apagando incêndio e são as tendências que é pensar no
futuro, pensar nas tendências e pensar que gestão é equilibrar pendência e tendência, não
dá pra só pensar em tendências, tem que resolver as pendências, a gente precisa equilibrar,
que é parar um pouco pra pensar no futuro. Em outras palavras, investir no tempo
presente pra pensar em algo que pode gerar um ganho futuro, primeiro a dor, depois o
prazer lá na frente.
Parar mais pra pensar em nada também. Quando eu falo pensar em nada é ficar livre. Isso
conecta um pouco com o assunto meditação, que é vale a pena ver o

GunCast 141, é eu entrevistando a Tânia Mujica sobre meditação e


criatividade.
É, tem muita coisa com a Tânia que eu já fiz com ela, o Hard Work Papai, ela foi
entrevistada,

tem um outro podcast, 75, que eu falo de meditação,


o 75 podcast e a Keep Learning School também tem um curso completo da Tânia de
meditação, Os Inquietos Meditam em que ela desmistifica um pouco sobre essa coisa de
parar pra pensar em nada e a importância da meditação para a criatividade. Ela vai fazer
uma aula específica sobre isso, aqui no box do ocupado.
Parar mais pra incubar. Lembra do processo criativo clássico? Preparação, incubação,
iluminação e verificação que eu troquei pra input, combinação, output e masterização. Que
tem que lembrar que a combinação tem a divisão. A combinação consciente e a
combinação inconsciente que é a incubação.
Eu queria falar um pouco mais sobre essa combinação inconsciente porque tem muito a ver
com gestão do tempo e parar mais pra pensar né. A combinação consciente eu falei lá do
exemplo Sherlock, é um momento que ele sai do problema e vai fazer uma coisa que ocupa
um pouco a mente dele, que leva ele pra outro universo. E eu queria, eu chamei os 5 C’s da
incubação.
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São 5 momentos que normalmente são muito bons para incubação, ou formas de você sair
do problema, sair mesmo, parar de pensar naquele problema pra que o processamento
inconsciente que é poderosíssimo possa atuar.
Primeiro C, caminhada, era o preferido de Jobs, ele sempre falava que quando o negócio
travava, ele dava uma volta no quarteirão. Lá na Singularity a gente fazia isso, o campus da
NASA lá era gigante, de vez em quando meu time lá travava alguma coisa, saímos pra andar,
ficar chutando pedra e tal.
Carro, outro C muito legal. Aí sempre pergunta, porra, mas carro… carro num é um negócio
muito tranquilo, esse trânsito louco. Cara, carro é ótimo pra incubação quando a gente tá
naquele caminho piloto automático, aquele caminho padrão, que a gente não precisa estar
atento, que o carro vai meio que sozinho.
Aí é um momento sim de introspecção que muitas vezes você taí preocupado com o carro
da frente, esquece dos problemas, e muitas vezes nessa hora do nada, sabe aquele meio
que do nado, do nada surgiu aquela ideia, eu tava dirigindo e tive essa ideia, vê que louco,
do nada.
Do nada não, tava preparado, tava bem, você cavou bastante o problema pra tá bem
preparado e você passou a vida calculando bem repertórios pra poder ter aquela
combinação inconsciente e saltar pra superfície e falar opa, agora eu tenho consciência dela.
Cama, não a cama em si, mas quando a gente vai pra cama, era pra ser sono, mas como
sono é com S, ia fuder meus 5 C’s ai eu botei cama.
Eu queria abrir um parêntese pra falar sobre isso, eu não vou nem abrir um parêntese não,
deixa pra lá. Não, não, eu vou abrir, eu vou abrir, pra falar desse
livro que eu li, chama Sonhos Lúcidos,
como é um assunto que tem muito a ver com isso, um guia para dominar a arte para
controlar seus sonhos.
Há alguns anos atrás, se eu visse esse livro, eu ia ficar porra nenhuma, rapaz, controlar os
sonhos, perai, mas povo inventa cada uma pra ganhar dinheiro. Eu já iria ter esse olhar
preconceituoso alguns anos atrás, mas, resolvi me abrir po rquem sabe quando a gente
mesmo fala assim, meio sem querer, “ah não, eu tô com um negócio pra resolver, eu tô
mandando esse e-mail aqui, acabei de escrever um e-mail importante, vou deixar o e-mail
dormir um pouco, vou deixar dormir o problema”. O que é deixar dormir? É incubar. A gente
já faz isso sem querer ou com outra expressão.
Deixar dormir é se você investir muito esforço naquilo, muita preparação, você pausa um
pouco, sai daquele problema, deixa ele dormir, pra que o inconsciente atue, faça com
combinações e numa hora aquilo salta. E esse livro me surpreendeu.

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Tem vários estudos mostrando que várias provas de que você dá espaço no cérebro, ou
seja, esvaziar a mente, a mente vazia deixa você mais efetivo, que o Soul in, o Rapid Eyes
Movement é uma etapa do sonho que você pode resolver problemas. E eu tive uma
experiência louca porque quando eu comecei a ler esse livro, eu tinha lido um terço do livro,
logo no começo ele fala que quando você entende alguns conceitos básicos chama
onironauta. Onironauta é você ser navegador dos sonhos, entende os conceitos pra ser um
onironauta, os conceitos básicos, você pode, na sua primeira noite, tentar fazer.
Nessa primeira noite, que eu li o livro e logo antes de dormir, eu tentei aplicar, fala da
intenção, se tá sonhando ou não, alguns detalhes. E cara, o problema que eu queria resolver
não foi o que eu acordei com a solução, mas foi outro problema que estava incubado, que
estava me preocupando que era o problema de como assistir o jogo do Real Madrid, a final
do mundial de clubes, porque eu tinha me mudado e eu estava sem internet e sem televisão,
como é que eu vou assistir domingo, 8h30 da manhã, jogo do Real Madrid.
E pra mim era um problema porque o plano de dados do celular não aguenta video direito,
eu ia ter que ver naquela timeline da Globo.com, só texto e tal e uma merda assim. Cara, eu
acordei com uma ideia, eu lembrei do meu GPS antigo, que fica no porta luvas do carro, que
ele tinha televisão e lá vou eu, dentro do carro, 8h30 da manhã do domingo, com a minha
filha assistir o jogo do Real Madrid no GPS
Vídeo Slide 75
Fecha parênteses.
E eu falei já de 3 C’s, falei de caminhada, carro, de cama, chuveiro, esse é hopus plus. Todo
mundo já passou por no meio do banho, ter uma ideia, eu já dei a dica, lembra? Lá no mito
do acaso. A nota, papai, anota, tá no meio do banho, pega aqueles negócios de escrever na
parede lá, escreve, compra no Alô, Bebê, “ah não, mas eu sou adulto, vou comprar coisa no
Alô, Bebê”, você não vai pensar nisso, lógico. Esse post it que aguenta água, legal também.
E o 5º C, falei carro, falei caminhada, falei cama, falei chuveiro. O 5º C é cheirar filho.
Cheirar filho é ótimo pra incubação, você sai do problema e surge as ideias também.
Lembrando um detalhe importante, Maslow falava já

“o acaso favorece as mentes preparadas”.

Ou seja, incubação só funciona com uma preparação linda, a preparação dois tipos: aquela
que ocorre a vida inteira, como o look set, acumulando inputs e aquela que colhe, assim que
você para com o problema, você investiga o problema, entende o problema, tem clareza do
problema, começa a pensar nas primeiras hipóteses, aí você pausa e vai incubar e aí vem o
acaso, já que você estava preparado.
Eu queria mostrar um trechinho de um documentário da BBC muito interessante que mostra

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exatamente o que ocorre no cérebro na hora em que ocorre um insight, vê aí.
Vídeo. - BBC HORIZON The Creative Brain. How Insight Works.
Esse final resume bem, um insight começa com várias ideias lá que tão lá sambando no
inconsciente até que rola, o shutdown de distrações visuais, um segundo antes, que
permitem a parada se conectar e ir pra superfície e vim um insight.
É por isso que os 5 C’s da incubação todos desenvolvem momentos de baixa distração
visual, por mais que o carro pareça que é grande distração, não é. Quando como eu falei o
caminho já é conhecido, uma caminhada é um lugar que você não tá distraído visualmente.
Distraído visualmente não significa fechar olhos, porque ele fala não é fechar os olhos, quer
dizer apenas não ter nenhum tipo de estímulo muito louco em você. Você precisa estar relax,
de boa pra que, de vez em quando sabe o que eu penso? É como se a gente precisasse um
pouco de silêncio. Silêncio, não só de barulho, mas silêncio até do que a gente vê, pra gente
ouvir a conexão acontecendo lá embaixo. Porque é como se ela subisse pra superfície do
consciente mas ela sobe devargazinho, sem você vê, se você tiver muito distraído você não
percebe, você não vê, você não ouve ela subindo e não consegue percebê-la, eu penso
assim.
Tudo isso tem muito a ver com um conceito conhecido
Ócio Criativo do Domenico de Masi,
ele dizia que “O Ócio Criativo é aquela trabalheira mental que acontece até quando estamos
fisicamente parados. Ociar não significa não pensar. Significa não pensar através de regras
obrigatórias, não ser assediado pelo cronômetro (estar livre), não obedecer ao percurso do
raciocínio” e por aí vai.
Eu gosto de diferenciar o ócio criativo do ócio distrativo, ambos são ócios, mas por
exemplo, assistir novela ou jogar videogame é ócio, mas não é ócio criativo, é ócio distrativo,
por que? Porque é um monte de distração visual, como é que vai ter o shut down da parte
visual com um monte de estímulos desse acontecendo. Não é que você não possa assistir
TV ou jogar vídeo game, apenas, você pode fazer com a clareza de que não é ócio criativo, é
ócio distrativo. É muito diferente disso aqui, por exemplo.
Em relação a televisão e vídeo game, eu não tenho nada contra, o Playstation, nem contra a
Globo, mas eu resolvi abandoná-los um pouco porque o que me incomoda é o aparelho
televisão em si, é o excesso de distrações que ele manda pra gente que hipnotiza a gente
com aquilo ali e naquele momento não há silêncio pra ouvir a conexão acontecendo e
subindo pra superfície.Por isso adoro ler, adoro rádio, podcast.
Já parou pra pensar que quando você vê televisão, a televisão, ela te entrega as imagens
prontas. Portanto, você não precisa imaginar, porque imaginar é criar as imagens e as
imagens já vem prontas. Quando você lê, não. Quando você lê lá, um livro de ficção do
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Harry Potter, você já imagina o castelo do Harry Potter, você cria imagens do seu jeito.
Quando você ouve a rádio, sabe aquela coisa você imaginar a cara do locutor. De vez em
quando, quando eu faço podcast, eu queria fazer mais isso, eu descrevia onde é que eu
tava, pra que o ouvinte imagine, crie a imagem que ele quiser e use a capacidade de
imaginação que a gente vê desde de nascença tem ela mas não desenvolve.
Todo mundo, como eu falei, tem o dia composto por 24 horas e por isso, eu tomei a
decisão, tirar da minha vida as novelas, eu acompanhava novelas, ficar vendo séries sem
parar, o tempo todo. Eu vejo, claro, mas resolvi, não cortar, mas trocar por livros. Isso não é
uma decisão que você tem que fazer agora, faça isso, não, é uma opção que pra mim
funciona porque eu gosto de ler os livros, eu gosto de ler e é uma troca que pra mim faz
sentido, me traz inputs melhores, e me permite.
Eu não acho que ler possa ser considerado um ócio criativo porque também te faz, é
barulhento, ler é barulhento, ler é barulhento, você pode ler em silêncio, mas aquilo que você
tá lendo gera barulho mental. Então, ler não é ócio criativo, mas ler é um hábito e nós somos
criaturas do hábito, muito melhor pra criatividade que jogar 30 horas de vídeo game sem
parar, o mesmo jogo de futebol sem parar.
Duas frases interessante de Groucho Marx

“eu acho televisão muito educador, toda vez que alguém liga a
televisão, eu vou pro outro quarto e leio um livro”.

É um gatilho.
E essa aqui

“quem mata o tempo não é assassino, é suicida”.

Muitas vezes a gente fala, não, só pra matar o tempo, é legal, de vez em quando fazer só
por diversão, lógico, mas esse conceito de matar o tempo é meio que matar a variável mais
importante, mais valiosa da vida, mais escassa que é o tempo. Quando você mata o tempo,
você não é assassino, você é suicida porque o tempo é o grande recurso que a gente tem.
Ainda sobre a incubação, esse processo de criação consciente, tem um detalhe que eu
acho muito importante, que tem muito a ver com o compromisso um

“seja impecável com a sua palavra”,

né ou como eu renomeei

“fique atento ao poder da palavra”.

Uma coisa muito importante é você verbalizar as etapas do processo criativo, principalmente
o da incubação. Como é verbalizar, verbalizar pode ser pra você mesmo, pra seu marido,
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sua esposa, pro seu sócio, pros seus colegas de trabalho, dá até pra dizer assim, putz velho,
tal coisa e tal, tô querendo fazer tal coisa, acho que vou dar uma incubada. É fazer o verbo
incubar e suas reflexões, fazerem parte da sua vida, do seu idioma, do vocabulário que você
usa, porque as palavras tem poder, velho e como você fala vão incubar, tô incubando, você
valoriza o processo criativo, você valoriza essa etapa que muita gente acha que é aleatória,
então é importante verbalizar as etapas.
Queria mostrar, um pouco na prática, na prática mesmo, como funciona essa dinâmica das
etapas de “ah, preparo, incubo, volto pra cá”. No meu dia a dia e todo mundo eu acho que
vive uma vida criativa, eu me sinto um pouco isso, me sinto aqui é, equilibrando vários
projetos. E é interessante diferenciar, não é equilibrando muitas tarefas é mais a nível de
projetos, por que que isso faz diferença.
Sabe essa coisa que fala de ser multitarefa “ah, ser multitarefa é mito, não adianta” “ser
multitarefa é improdutivo porque ninguém faz duas coisas ao mesmo tempo”, “não dá pra
ser multitarefa e tal”. É interessante, eu fui pesquisar sobre essas profundezas de ser
multitarefa e eu encontrei um livro antigo sobre software e tal.
E ele comparava um único projeto que você de uma vez faz 100% dele e se você ficar
fazendo aos poucos, vários projetos, alternando. Então, eu peguei todo esse tempo aqui e
dividi em vários projetos, ou seja, esse aqui eu fiz mais, esse aqui eu fiz menos, menos, esse
aqui menos ainda. E essa parte vermelha é a perda que você tem ao trocar de um projeto
pra outro, faz um projeto, aí você toca pra outro e você troca há uma perda.
Essa perda, ele chama no livro de tempo de set up, é o tempo de se adequar aquele novo
projeto e reconfigurar. Tempo de set up no mundo industrial, software é “período em que a
produção é interrompida para que os equipamentos fabris sejam ajustados”. Ou seja, o
tempo de você configurar pra produzir na esteira uma coisa nova. E nesse livro usava muito
esse contexto, aí eu fiquei me perguntando, rapaz, que tipo de tarefas e projetos são esses
que eu tô falando? Porque os exemplos de indústrias, me levam a pensar em tarefas
repetitivas, reprogramáveis, estruturáveis, lineares e não tão criativas.
Com tarefas criativas é diferente porque insights são saltos de horas, é difícil medir. Então, na
minha opinião,

“a melhor estratégia para resolver vários problemas criativos é ter


vários problemas criativos”.

Porque você pode preparar um, preparou, viu que começou a travar, incuba, outro aqui,
preparou, incuba, volta pra cá, continua, e você vai. Não é multitarefas, realmente, esse
negócio de parar, fazer um, parar, fazer outro, mas a nível de projetos, de problema maior,
começa aqui, pausa, vai pra esse aqui, opa.

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Eu gosto de ter, eu tenho na minha casa, na minha parede, eu escrevo todos os problemas
que eu estou trabalhando no momento e em que etapa, bom, esse aqui tem que pesquisar
mais, tem que preparar mais,tem que usar a técnica de brainwriting com equipe colaborativa
pra gerar mais ideias pra divergir. Esse aqui convergir, parou de divergir, tem que convergir e
por aí vai.
Ou seja,

“alternar entre problemas criativos bem diferentes é um estratégia de


incubação”.

Chegou naquele bloqueio, o bloqueio criativo naquele outro sentido, aquele momento em
que você olha pro papelzinho e não sai e cara, não insiste, incuba, deixa ele rodando,
incubando e vai pra outro. Ou seja, o

“multitarefas é improdutivo”,

mas o

“multiprojetos, ele é criativo”.

Ainda sobre a parada do tempo, uma parada muito interessante, é, a variável pressão. Como
essa variável influencia positivamente, negativamente. Vou mostrar um videozinho de um
exercício que fizeram com crianças com relação a pressão a medida de tempo.
Vídeo Slide 121
Esse vídeo, eu acho ele muito fofo, muito bonito, eu não concordo muito com resultado final,
é… a princípio quando eu vejo esse vídeo eu lembro logo do Bloqueio do Gabarito, em
função do tempo, as crianças se contentaram com a primeira resposta certa. Mas o que eu
acho errado nesse exercício é que o tempo também foi muito, muito pequeno. Porra, muito
pouco tempo eles tiveram, esse exercício tinha que ser feito com uma hora, com uma hora,
sabe, não um minuto, porque aí não dá. Houve um exagero, em relação a restrição de
tempo que foi colocada, mas isso leva a um assunto que eu adoro, que é a importância da
restrição de tempo, ou seja, da pressão das atividades.
Sobre esse assunto, queria palavras do grande Roberto Menna Barreto, é, só tem um
vídeo de Roberto Menna Barreto disponível na internet, que eu encontrei até hoje, é uma
entrevista curta, cheia de sabedoria e eu vou trazer aqui um trechinho dele.
Vídeo - “Sem pressão não há criatividade"
Isso é verdade, agência de propaganda sabe, mesmo quem não trabalhou que é um
ambiente de prazos loucos, de muita pressão que sai muita coisa incrível. Eu só não gosto
de agência de publicidade, é, dessa mania que eles têm de chamar os desinger, os

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redatores de “os criativos”. Eu acho isso preconceituoso. Porque e o cara da produção, de
atendimento que tem que lidar com o cliente complicado, o cara que tem que viabilizar o
negócio com a verba pequena, esse cara não é criativo? Esse cara também é muito criativo,
só isso que eu não gosto.
Mas acho que de fato agências é um grande exemplo de que com a pressão certa, igual
Roberta Menna falou, tem que ter um administrador, um gestor que saiba gerir pendência e
tendência, que saiba gerir bem, que tenha pressão certa, que saiba gerir pressão,
administrando nas pessoas certas, que saibam aguentar aquilo. Eu concordo,

“pressão é necessária”.

Um dos livros que mais me influenciou


Um toque na cuca, do Roger Von Oech,
do ano em que eu nasci, inclusive o livro. E esse livro tem como o prefaciador que o cara da
Atari, Noel Bushnell, o cara que fundou a Atari, foi o primeiro patrão do Steve Jobs e olha o
que o Noel fala nesse livro. “Eu acho que uma das coisas que levam a empresa americana
ao sucesso no cumprimento de prazos é o fenômeno da ‘Feira Comercial’.
Feira comercial que ele fala são feiras, essas feiras que ocorrem feira no setor de
odontologia, feira no setor de iluminação, essas feiras que todo mundo vai pro stand e tal. E
eu tive nos Estados Unidos há muito, muito tempo, não só as feiras grandes mas toda
cidadezinha tem sua feira comercial, normalmente a feira comercial, muitas vezes, reunia
empresas de vários segmentos, não são do mesmo segmentos e ele fala o seguinte é muito
bom para a economia ter o talento criativo do país trabalhando até meia-noite duas
vezes por ano, preparando as coisas pra feira. Sem esse tipo de pressão, tudo
ficaria num chove não molha”.
A teoria dele é que o fato de que duas vezes por ano ter que montar um stand faz adicionar
uma pressão necessária, é o que chamam de prazo hard, é o prazo que tem que acontecer
mesmo e a gente vai fazer acontecer.
Quem já viu algum filme de Steve Jobs, a biografia, sabe que as feiras que ele vai lá,
apresentar e mostra mesmo o hardwork deles, pré-feira pra poder apresentar as coisas lá e
tal.
Queria só abrir um parênteses rápido, pra falar de um assunto que esse é bem parênteses
mesmo que é sobre relacionamento, aproximação com pessoas. É, eu mostrei lá o e-mail
que eu mandei pro Roberto Menna Barreto, querendo conhecê-lo e acabei descobrindo que
ele havia falecido uns meses antes. E esse Roger de um toque na cuca, eu estava em Palo
Alto e descobri que ele morava lá, descobri o e-mail dele, mandei um e-mail pra ele me
apresentando, falando que eu me inspirei muito nele, queria conhecer ele, sabe o que

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aconteceu? Nada. Ele não respondeu, mas eu tentei. Fecha parênteses.
É, outro trechinho do Roberto de Menna Barreto.
Vídeo Slide 123
Em outras palavras, o que ele falou foi o seguinte, estresse, pode chamar de estresse sim,
porque o estresse pode ser positivo sim, a gente sempre vê o estresse como uma parte
negativa, mas a gente pode ver o estresse como positivo também e o que o cara tava
falando, velho, é o flow.
É quando você taca pressão em alguém que está com as suas habilidades e o problema no
mesmo nível, ou o problema 4% a mais, lembra daquela teoria de Steven Kotler, né? Nesse
caso, você pode tacar pressão. Quando a pessoa tá com tesão e motivação intrínseca, ela
tem habilidade pra aquilo, tem um bom desafio, tá pilhada, taca pressão na parada.
Ele falou que não ia dar tempo de falar os três ingredientes, um deles é pressão, mas você já
sabe um dos ingredientes, eu falei no bloqueio do adulto, é o bom humor, ele chama de
B.I.P, os três ingredientes, o outro é pressão e ainda no curso, você, em outra aula, lá nos
bloqueios cerebrais você vai descobrir qual é o 2, fica a expectativa.
Então,

“pressão só funciona com pessoas inspiradas”.

O que é estar inspirado, estar inspirado é estar com um bom repertório, são pessoas que
estão preparadas, que tem tesão, motivação pra combinar. Inspiração é repertório mais
motivação, simplificando, e pressão só funciona com inspiração, só funciona quando você
adiciona pressão onde há flow, senão, não adianta.
Tem um conceito que eu achei muito legal, aprendi com o Goffi no Moving Up que são os
coolers, closers e os cleaners. É uma escala de como as pessoas reagem se superam,
mediantes suas pressão. Eu adorei o conceito do cleaner, o que é o cleaner? O cleaner e o
autor do livro, ele é treinador de basquete, o livro que originou essa teoria e ele dá o
exemplo, ele treinou o Kobe Bryant, treinou o Michael Jordan, foi o personal trainer deles e
tal e dá o exemplo desses caras como o cleaners.
O que é o cleaner? O cleaner é o cara que ele funciona melhor sobre pressão, ele é o cara
que ele, claro, domina a arte dele, domina, e que ele funciona tão bem sobre pressão e esse
é um bom exemplo que quando falta ai, 5 segundos, joga a bola pra ele.
Eu sempre achei louco, esse pessoal não tá ligado que vai jogar a bola pro Jordan não, é?
Porra, é lógico, sempre jogam a bola, quase sempre, vai jogar pro Kobe Bryant, marca, ou
tipo o outro time dá uma despistada, joga pra outro, mas na maioria das vezes, joga pros
caras. E depois que eu entendi o cleaner caiu a ficha que sim, velho, esses caras eles
resolvem, eles são tão fodas na arte deles, na parada deles que quando você bota pressão,
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em vez de perder performance, eles crescem mais ainda e vão lá e resolvem.
Ai você me pergunta, “ah, Murilo, mas isso é muito difícil”. Se fosse fácil, todo mundo faria,
papai. Ser um cleaner requer muito tempo de dominar a arte de estar sempre flow de ter
repertório grande e você tá com problema alinhado com aquela arte, inteligência emocional,
e a pressão não importa a pressão e sim como você reage a pressão, como você cada vez
aprende reagir um pouco melhor.
Essa frase

“se fosse fácil, todo mundo faria”

é uma das frases que meu amigo Geronimo Theml sempre repete
e fala muito, um mantra pessoal dele e quando a gente tá fazendo uma
coisa que a gente precisa, putz, isso aqui é foda, num sei o quê, se fosse
fácil, todo mundo faria, papai.

Por isso, poucos fazem, porque poucos estão ligados ao hardwork e fazer isso. Esse
assunto de tempo, gestão de tempo, esse cara é muito bom nisso, tem um debate com ele,

podcast 140, produtividade e criatividade, vale a pena ver, quem quer ser
mais produtivo.
Não é a minha área de expertise de falar sobre isso, eu sou apenas um aprendedor e
aprendo muito com ele.
Então, bloqueio do ocupado, quais foram as lições erradas? Primeiro, achar que produção
se mede apenas por tempo trabalhado, não existe isso né. Produtividade. Achar que parar
pra pensar é perda de tempo, negócio é produzir, trabalhar, fazer mais. E outro, achar que a
pressão apenas atrapalha, não, a pressão, ela pode atrapalhar na situação errada, mas ela
também pode atrapalhar. Parar pra pensar não é perda de tempo, produção não se mede
por tempo trabalhado. Temos que reaprender que produção mede-se mais por tempo
produtivo do que por tempo trabalhado. Parar pra pensar pode gerar ganho de tempo, pode
gerar saltos de hora e a pressão pode contribuir sim pra criatividade, quando o pressionado
está inspirado, esse é um pré-requisito importante. Bloqueio do Ocupado.
Resumindo, o desbloqueio em uma única frase eu diria que é

“tempo amplo pra incubar e restrito para criar”.

Ou seja, é administrar as situações que você precisa de ócio, de tempo livre, de não
interrupções, mas ao mesmo tempo perceber que a situação precisa de pressão, é você
perceber que momentos tem que ter aquilo e essa oscilação de muito ócio e de vez em
quando pressão, ela é muito mais, faz muito mais sentido pra criatividade do que viver

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sempre numa única faixa de pressão versus ócio.
É interessante que a gente pode encontrar uma inspiração, ou seja, uma motivação pra
coisas que te botam pressão, ou seja, coisas que te pressionam muito e que você não tá
conseguindo lidar e você pode encontrar uma motivação naquilo, encontrar um why, um
motivo melhor ou ter uma situação em que você pode criar pressão pras coisas que já te
deixam inspirada, é o contrário.
Primeiro caso, é você faz, você tá recebendo uma pressão e não tá sabendo lidar,
provavelmente porque você não tem uma motivação intrínseca, não tá inspirado, você pode
tentar buscar inspiração, buscar um why ou o outro caso que é quando você já está
inspirado, mas falta pressão e você pode criar pressão, eu chamo de

“criar seu chefe pessoal”,

você pode. Isso é muito pra quem é profissional liberal que tem controle da sua vida e que
muitas vezes, sente falta de um chefe, alguém pra lhe botar pressão. E você pode criar
chefes fictícios. Tem três técnicas básicas:
A primeira é arrumar alguém pra ficar lhe cobrando, pode ser seu marido, sua esposa,
alguém que faça esse papel de chefe.
Prometer publicamente, isso é muito bom também, prometer pra família, prometer na
internet, sei lá, alguma promessa pública, se você tiver vergonha na cara, você vai querer
cumprir.
E a outra coisa é apostar com um amigo. Eu já fiz essa brincadeira uma vez com um amigo
meu, Toré, ele queria, ia fazer um curso em Harvard e ele queria fazer uma boa cobertura,
mas ele tava faltando um chefe, uma pressão e eu falei assim, “Toré, é um seguinte: Tu
transfere pra minha conta, não lembro na época, mil reais, falei com Toré mil reais. Se você
cumprir o que você quer fazer, eu lhe devolvo. Se você não cumprir, eu mantenho o
dinheiro”. É uma aposta que pra ele, a motivação dele, o que vai dar pressão nele é não
perder os mil reais e ele vai querer fazer.
Bem, ainda no livro do Roger, Um toque na cuca, ainda no prefácio do Nolan, tem outro
trecho muito interessante sobre isso.

“Descobri que os inovadores têm algumas características em


comum. Uma delas é o sentido de urgência, o desejo de querer pôr as
coisas em prática, vai lá e faz, papai gosto de fixar prazos difíceis pra mim
mesmo criar chefe pessoal, pois acredito que o próprio prazo funciona
como inspiração final. As pessoas, em geral, deixam que suas tarefas se
prolonguem tanto que acabam tomando todo o tempo disponível”.

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Tem a ver com criar o chefe pessoal.
Alguns podcast sobre esse assunto, quem quiser se aprofundar, tem o podcast 67, que eu
falo O caminho para alta performance, sobre produtividade. Esse 65, eu não sou produtivo,
também sobre isso.

Tem o 66, como está o seu life?


Que fala sobre o seu life no sentido da sua energia, como você gere a sua energia.
Um livro que eu li com a minha mulher recentemente,
O milagre da manhã, sobre a importância de rituais da manhã,
pra gente gerir energia e duas recomendações também: esse livro sobre Scrum, gestão ágil.
Vocês vão ter nesse box, uma aula extra do Tomás que deu uma consultoria pra gente
implementar a gestão ágil, isso é algo que pode ser aplicado pra vida. E isso aqui também,
uma coisa simples, que talvez, ninguém precisa de livro pra aprender fazer checklist, mas,
aqui ele diz o why e tudo começa com o why.
Pra fechar, duas frases que eu postei no meu Instagram que são mantras pra mim, é,
primeiro essa aqui da camisa

“focar é escolher, quando você foca, você escolhe e escolher é


sempre perder,

porque escolher é julgar, você escolhe uma, você perdeu as outras. Então, tem que aprender
a conviver com o sentimento de focar é abdicar, sempre quando querer alguma coisa tem
que focar. Tem essa aqui também,

“tempo é questão de prioridade, se você está sem tempo,


provavelmente, tá priorizando as coisas erradas”.

Tem que começar a ter mais clareza do que quer fazer, pra começar a definir as prioridades
e aí você começa a ter tempo pra aquilo que é prioridade.
Essa coisa de questão de prioridade, a maior prova disso, sabe que que é? É quando a
gente fica doente, você pode ser o cara mais ocupado do mundo, mais ocupado do mundo,
tem tempo pra nada,nem pra cagar, nem pra fazer nada.
Cara, teve uma doença mais foda, apendicite, apêndice é um negócio que não é grave, hoje
em dia é um negócio controlável, na maioria das vezes, mas é um negócio que não pra “não,
depois eu vejo isso aí”, não, tem que resolver, tem que resolver e você pra resolver
apendicite, vai precisar de uns dias, vai precisar de uns dias ai sumido e você consegue, por
que?
Prioridade, prioridade sobreviver, prioridade primária da vida é sobreviver, aí num instante
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tempo aparece, são as provas que tempo é uma questão de prioridade porque quando a
vida é prioridade, tá em jogo, você arruma tempo pra resolver.
Bloqueio do Ocupado, lições erradas, reaprendizagens
“produção se mede por produtividade”, temos que parar mais pra pensar nas coisas e a
pressão bem equilibrada pras pessoas inspiradas é um grande ganho pra criatividade.
Bloqueio do Ocupado a frase que eu resumi “tempo amplo pra incubar e tempo restrito
para poder criar”. Queria, é, finalizar essa aula, antes da musicazinha, queria só falar uma
coisa. Eu, na Singularity, eu sempre falo da Singularity, sempre tenho uma história pra contar
de lá, a gente ficava de segunda à sábado lá moendo.
Domingo era um dia livre e a galera sempre queria ir pra praia, esse povo que não conhece
sol direito, esse povo da Finlândia que fica feliz demais com sol, ai domingo vai pra praia,
tem sol na praia. Enfim, não me interessava muito ir pra praia domingo, e criou uma piada
interna já que domingo, eu no máximo ia na sorveteria, ia em São Francisco, mas a maioria
dos domingos dizia pra galera “não, galera, eu quero ficar aqui sem fazer nada” “mas por
que?” Nananan, não, quero ficar aqui sem fazer nada, aí o pessoal ficava “mas vai ficar ai
fazendo o quê?” “nada”.
E o pessoal ria né e eu lembrava muito, em outras palavras, ficar sem fazer nada, eu
precisava de um tempo pra ficar andando ali no parque, andar no parque sabe? Num fazer
nada, realmente, fazer nada, ficar sem fazer nada, ficar no ócio mesmo, isso eu lembrei de
um stand up do Jerry Seinfeld, Jerry Seinfeld uma das minhas maiores referências na
comédia, ele ficou mega celebridade mundial, aí ele voltou a fazer stand up depois que o
programa seinfeld acabou, o sitcom acabou e ele foi e deu um show, vê aí esse trechinho.
Vídeo - "What have I been doing?"
Bem, eu descobri uma música pra essa aula, que é uma música não sobre ócio criativo
exatamente, é mais sobre preguiça, mas tem a ver também com não fazer nada e me lembra
muito esse meu domingo na Singularity, Bruno Mars, The Lazy Song.

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Um Possível Fim
Estamos chegando no 1/3 final do curso e eu queria aqui fazer uma recapitulada do que
rolou até agora e também dizendo o que teremos neste um-terço final
Então, vai ser um pouco diferente pois eu farei no flipchart e queria focar principalmente nas
técnicas. Não vou falar muito das técnicas só porque eu acredito que os bloqueios são a
espinha dorsal do curso.
Então, vamos lá.
A gente começou com o Bloqueio do Gabarito e quem completou, foi lá no tabuleiro, pegou
o adesivo e colocou o adesivo de “abertura às possibilidades”. Então, basicamente o
Bloqueio do Gabarito é o bloqueio do “Já sei”, como eu resumi. A mania que a gente
aprendeu no sistema educacional principalmente de se contentar com a primeira resposta
certa das coisas, de não divergir, de aceitar uma opção ou duas, ou poucas opções, e não
pensar que qualquer pequeno problema, seja pessoal ou profissional você pode abrir
possibilidades, né?! Então este é o primeiro bloqueio e a primeira abertura.
Depois veio o Bloqueio do Sucesso que é essa obsessão maluca que a gente também é
educado, a buscar o sucesso, em procurar o caminho garantido, o caminho de risco zero...
e aí a gente viu que a gente tem que se abrir ao fracasso: “Abertura ao fracasso”. Entender
que o fracasso faz parte da aprendizagem e que muitas vezes a gente tem que buscar o
fracasso de propósito – que é buscar o teste rápido, para fracassar rápido, retroalimentar e
melhorar a parada.
Depois vem o Bloqueio do Tesão, que é o bloqueio em que muitas pessoas abrem uma
ferida neste assunto. Por isso a gente criou aquela travessia, o mini-curso “Como
reencontrar sua arte” de Gustavo Succi. Então quem se balançou aqui, deu um tempo no
curso. A gente viu que isso era uma dor comum que acontecia e fizemos o Box da Travessia.
E o Bloqueio do tesão tem a ver com as escolhas de carreira que a gente tomou lá atrás e
que muitas vezes tomou baseado em critérios externos sem ouvir a nossa motivação
intrínseca. E aí a gente fez a “Abertura ao Propósito” que é buscar trabalhos, ocupações, ou
vida profissional que tenham um porquê, um bom why, um propósito de você o estar
fazendo. Propósito não significa necessariamente “acabar com a fome no mundo”, não...
Propósito é qualquer coisa em que você tem um bom porquê para estar fazendo aquilo.
Desde que o porquê não seja simplesmente medo ou alguma motivação extrínseca.
Beleza! Estes foram os bloqueios educacionais e eu os chamei de educacionais por que são
os bloqueios que ocorrem mais fortemente no nosso processo educacional, principalmente
na escola mas também na educação que a gente tem em casa.
Aí vêm os bloqueios mercadológicos que são os bloqueios que, claro, começam muitas

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vezes no nosso processo educacional mas que encontram o joelho da curva exponencial
deles quando a gente entra no mercado de trabalho.
Então, primeiro, o Bloqueio do Especialista que é essa obsessão que o mercado impõe à
gente de ir verticalmente numa única área e ser cada vez mais especialista e esquece da
base de cima do “T”, por isso eu chamei de “Abertura à curiosidade”. Ou seja, a importância
da curiosidade. Curiosidade não é só uma coisa fofinha... “as crianças são curiosas”... é uma
coisa que todo mundo tem que manter e não deixar, por que isso abre a gente a novos
universos, a referências a novos universos, a inputs... que você pode fazer uma estrutura
análoga. Ou seja, pegar aquela solução criativa, dar um zoom out e aplicar no seu contexto.
Muitas vezes a grande sacada pro seu negócio, pro seu segmento, pode estar num outro
universo. Por isso, “se abrir a ser curioso”.
Depois veio o Bloqueio do Adulto. A gente quando fica adulto fica adulto demais da conta,
não precisava ser tão adulto, né? E aí fica muito sério e sisudo e perde aquela alegria infantil,
aquela loucura infantil. Então eu resumi este bloqueio como “Pensar como comediante”
mas eu chamei a abertura de “Abertura à Criança Interior”. Ou seja, voltar a ser criança
no sentido de ser “idiota” – entre aspas – de ser bobo de vez em quando, de se permitir
fazer criancices e não virar apenas um adulto chato.
Depois veio o Bloqueio do Ocupado. Também é outra obsessão do mercado de trabalho, de
achar que “estar ocupado é estar produzindo”. Esse bloqueio do ocupado se abre por dois
caminhos e tem a ver com gestão do tempo, em geral, mas se abre por dois caminhos: o
caminho de gestão do tempo, clássico (de como gerir suas atividades e como a importância
da pressão, do prazo colocada de forma correta para estimular a criatividade) e por outro
lado o “ócio criativo” (de como você dar oportunidade para o processamento ocorrer, para
incubação ocorrer se afastando um pouco do problema). Então eu chamei de “Abertura ao
ócio”.
Então, até aqui foi o que a gente viu dos bloqueios. As técnicas estão em cada um dos
bloqueios. Na verdade, são ferramentas que a gente dá para você colocar em prática o
desbloqueio e as aberturas de cada bloqueio desse.
O curso poderia acabar aqui! Por que se você de fato implementar na sua vida como um
hábito:

1. Sempre se abrir as possibilidades de um problema, nunca se limitar à


primeira resposta certa ou às duas primeiras e sempre divergir possibilidades;
2. Se você adquirir mais coragem de tomar algumas decisões sem medo do
fracasso e usando-o como aliado, se movendo de forma enxuta como a gente
falou na técnica;

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3. Se você buscar autoconhecimento para saber qual é sua onda de verdade e
tentar fazer um processo de transição para que sua atividade profissional esteja
conectada, para que você entre em flow com maior frequência;
4. Se você abrir o olhar curioso, de se interessar por diversos assuntos com
olhar de zoom out para extrair o que está por trás daquilo;
5. Se você for mais infantil, mais bobo, se abrir, deixar de ser sisudo e
6. Se você administrar seu tempo dando espaço para incubação
Se você colocar tudo isso em prática, você vai perceber como a sua capacidade de resolver
problemas, que é o objetivo desse curso, estará mais desenvolvida. Não sei se muita gente
sabe mas quando eu comecei a dar este curso presencialmente, o nome dele era
Criatividade para Solução de Problemas – inclusive esse é o nome da palestra que até hoje
eu dou em empresas. Por que essa é minha visão de Criatividade: prática e aplicada para
resolver problemas... grande, pequeno, pessoal, profissional... mas a gente acabou
mudando o nome para Reaprendizagem Criativa porque percebeu que é uma parada em
que a gente nasce criativo e desaprende a ser criativo e achou que este caminho era mais
interessante do que o caminho “criatividade para solução de problemas” que é um nome
muito literal. “Reaprendizagem criativa” é mais bonito, mais chique.
Agora, eu vou pegar esse framework:

FRAMEWORK RESUMIDO DO CURSO CRIATIVIDADE

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e enquadrar dentro de um outro framework. Um framework que vocês conhecem, que é o
framework lá do mito do Acaso, do processo criativo (que antigamente, no processo
clássico, chamava-se “preparação, incubação, iluminação e verificação” e que eu fiz aquela
mudança de input, processamento, output e retroalimentação.
Então: input, processamento ou combinação, output (que é a saída) e a retroalimentação
(que chamei de feedback ou também gosto de chamar de masterização porque é nesse
detalhe que tem o grande segredo. Porque se você faz o negócio linear, você não consegue
masterizar. Tem que fazer o feedback, essa voltinha pra melhorar o processo):

MODELO DE PROCESSAMENTO E FEEDBACK

Eu vou agora pegar aqueles 6 bloqueios e aberturas e enquadrar nestas etapas do processo
criativo. Então, vamos lá:
✓De cara, em INPUT a gente vê o Bloqueio do Especialista, ou seja a “abertura à
curiosidade”. Curiosidade é a máquina que faz aumentar o fluxo de inputs para o seu
repertório.
✓No outro extremo, OUTPUT (que é o fazer, o jogar para o mercado, é testar as coisas) tem
a ver com o Bloqueio do Sucesso, a “abertura ao fracasso” porque é aqui que muitas
pessoas travam. Você pode ter curiosidade e processar bem mas se você não expõe você
não vem para a etapa do feedback e aí o negócio não conclui. Mas, em vez de falar sucesso
ou fracasso eu vou resumir numa palavra mais bonita que é coragem.

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✓Agora vamos pro meio, o PROCESSAMENTO, que é o núcleo da história. É onde ocorre a
loucura aqui dentro. Nesse processamento, que é a combinação, quando você pega os
inputs e começa a combinar dentro do seu repertório para testar uma solução, aqui tem o
Bloqueio do Gabarito (ou seja, a “abertura às possibilidades”) porque você pode chegar em
processamento e fazer a primeira combinação, se contentar e ir em frente – mas não é isso
que a gente quer. Então a “abertura às possibilidades” fica aqui – as possibilidades de
combinatividade. Segundo, em relação ao Bloqueio do Adulto, “abertura à criança interior”
que tem a ver com as ideias malucas, o “pense como comediante” (pra quando chegar aqui
você fazer combinações aparentemente não combináveis. Aceitar que coisas dos universos
mais aparentemente distante possíveis podem se combinar sim... “posso juntar isso com
aquilo e porque não?” – coisas que as crianças fazem muito bem e que quando a gente é
adulto a gente começa com “não, isso aqui não tem nada a ver com isso”). Então, esses
dois processamentos (“abertura às possibilidades” e “abertura à criança interior”) são
processamentos conscientes. Você está consciente: “quero abrir possibilidades”, “quero
viajar e aceitar combinações loucas”. Mas também tem o processamento inconsciente que
tem a ver com a “abertura ao ócio” que é você entender a importância da incubação e
modelar o seu processo de criação permitindo esses momentos de ociosidade. Eu resumiria
essas 3 coisas e esse processo de combinatividade em uma única palavra. Uma palavra
que, assim como coragem (que eu já falei muito nesse curso) é a palavra imaginação. Aqui
é onde entra a imaginação. É o “what if?”. “What if” é imaginar: “what if eu combinar isso
com aquilo?”; “what if a gente tiver mais esta possibilidade?”. E essa imaginação ocorre no
plano consciente mas também no plano inconsciente porque a incubação é um processo de
imaginação só que a gente não tem controle sobre ele. Então eu resumi à palavra
imaginação.
Então ficou:

➡ Input: Bloqueio do especialista


➡ Processamento: Bloqueio do Gabarito, Bloqueio do Adulto, Bloqueio do Ocupado
➡ Output: Bloqueio do Sucesso
... e faltou apenas (para completar os seis) o Bloqueio do Tesão. O Bloqueio do Tesão eu
resumiria aqui: no processo de feedback que eu também gosto de chamar de masterização
(essa palavra que pouca gente conhece e que é o processo de se tornar mestre, você
masterizar. No mundo da indústria infográfica, criar o CD máster é criar o CD perfeito, tem
que ser mestre, porque ele é que tem que ser replicado um milhão de vezes pra gerar as
cópias. Então é o processo de você lapidar algo para virar mestre. E, cara, não existe
masterização sem paixão, que é o Bloqueio do Tesão. Sabe porque? Porque ninguém
aguenta! ninguém aguenta fazer um processo de masterização excelente, ou seja, de colher
feedbacks de algo para retroalimentar, é um trabalho que sem paixão é insuportável. Porque
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é muito “hardwork, papai”. Eu digo isso pois o meu próprio processo de masterização das
aulas é um processo extremamente cansativo, demorado, mas que eu só consigo fazer
porque eu tenho paixão. Se eu não tivesse eu teria desistido. Não dá pra fazer.
Então eu acho que estas 4 palavras (Curiosidade, imaginação, coragem e paixão) elas
conseguem resumir as quatro etapas do processo criativo: Curiosidade para aumentar o
repertório; imaginação para chocar este repertório e botar ele em conflito, misturar; coragem
para testar as hipóteses e paixão para retroalimentar. E aqui, em paixão, é o que dita a
velocidade com que isso roda. Porque você pode até fazer o processo de masterização sem
paixão mas vai ser lento, vai ser demorado. A paixão é o que faz isso rodar rápido e garante
a sustentabilidade. Garante que o negócio se sustente por um bom tempo, se não você
desiste.
Bem, este é o resumo que eu queria fazer. Foi isso que rolou até agora do curso. E, o que vai
rolar ainda neste 1/3 final do curso?
Agora no 1/3 final é uma parte mais avançada. A gente vai começar a falar sobre o cérebro –
uma aula básica pra entender o funcionamento do cérebro, principalmente a parte do
cérebro que se relaciona à criatividade. A gente vai entrar em mais 3 bloqueios e você vão
ver que eles estão bastante relacionados com os 6 que a gente já viu. Cada um dos
próximos 3 bloqueios se encaixam em algum dos 6.
A gente vai ter o Bloqueio das Tradições e o da Lógica. Eles são quase uma dupla pois o da
Tradição tem a ver com trazer o passado e o da lógica com construir o futuro. Como a gente
é bloqueado a sempre querer recuperar as soluções do passado, manter o status quo das
coisas (e o nosso cérebro é quem adora isso e manda a gente fazer isso) e, quando a gente
vai criar algo novo, como a gente sempre constrói as coisas dentro de um padrão lógico (e a
lógica foi extremamente exaltada no nosso mundo, principalmente o ocidental, como a
solução é a lógica, a lógica cartesiana, enquanto para a criatividade o diferencial são os
momentos de ilógica. Essa é uma aula muito interessante, porque fala de uma coisa que a
gente pouco ouve falar, que é a importância do ilógico. Muito legal. E a terceira aula dentro
dos Bloqueios Cerebrais é uma que eu chamo de Bloqueio do Implícito (ou do
subentendido). Essa é simplesmente, a aula mais importante do curso inteiro!
Se você acompanhar algumas aulas do curso mas não ver a do Bloqueio do Implícito, você
não viu o curso! Porque você perdeu a mais importante!!! E essa aula só ficará acessível na
plataforma para quem tiver visto os outros 8 bloqueios anteriores. Eles são pré-requisito para
poder ver esta última aula.
Nesta aula-resumo mostrar um pouco do que fizemos, do que vem por aí e lembrando que
depois de tudo isso ainda temos vários módulos complementares: CriCriCri, experts,
Explicabilidade, Novo Marketing e mais um bocado de coisas.

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Introdução aos Bloqueios Cerebrais
Começando Bloqueios Cerebrais, essa aqui é aula Introdução. Esse negócio de chamar a
aula de introdução, eu acho que desvaloriza a aula. Eu chamei de Introdução aos Bloqueio
Mercadológicos, não, vou dar um nome mais bonito, essa aula aqui vai ser “o cérebro e a
criatividade”, muito melhor que "introdução aos bloqueios”, “introdução”… puta aula
complexa que eu demoro fazer: “introdução?”… introdução, o caralho. E essa de bloqueios
mercadológicos eu vou mudar o nome, vai ser tendências mercadológicas, vou pensar num
nome melhor depois.
Mas enfim, começando a aula “o cérebro e a criatividade”. Lembrando que a gente tá nos
bloqueios. A gente passou pelos bloqueios educacionais, mercadológicos. E os
educacionais e mercadológicos, eu separei porque são bloqueios que ocorrem mais em
determinada fase da vida, enquanto que os cerebrais é tudo.
Os cerebrais tem haver com a forma como o nosso cérebro funciona, a forma como ele
processa, como ele conecta as coisas, então esses são os mais complicados né, porque é
uma luta da gente contra a gente mesmo, beleza. Recapitulando, passamos pelo bloqueio
do gabarito, sucesso, tesão. Depois especialista, adulto e ocupado e vamos agora pros
cerebrais, vamos falar desse bicho louco aí.
E este é um assunto que eu particularmente adoro, é o assunto que eu mais gosto de
estudar e de falar porque é o assunto que eu menos sei, é o que eu menos sei porque é o
assunto mais complexo do mundo e naturalmente é o que eu menos sei e por eu menos
saber, é o que mais me apetece, me instiga pra saber mais.
Eu sempre lembro do

“só sei que nada sei”,

clássico. E cada vez que você abre uma porta do universo do cérebro, você faz puta que
pariu, tem isso ainda que eu não tava ligado. E a frase de Sócrates que é o complemento
mais legal ainda só sei que nada sei

“... e o fato de saber disso me coloca em vantagem sobre aqueles


que acham que sabem alguma coisa”.

É… a maior ignorância é não ter consciência da sua ignorância, porque a gente precisa
saber aquilo que a gente não sabe e se declarar ignorante,né, porque quando a gente se
declara ignorante, a gente declara que tá pronto a aprender, portanto, né.
Queria começar falando da Teoria do Cérebro Trino. É uma teoria clássica que separa o
cérebro em três tipos de cérebros. Então: o cérebro reptiliano, o sistema límbico e o

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neocórtex. O reptiliano é esse aqui mais do meio, sistema límbico ao redor e neocórtex aqui
em volta. Vou falar rapidinho de cada cérebro desse.
Cérebro número um: cérebro reptiliano. É o cérebro mais primitivo que a gente tem e é o
cérebro que tem uma grande diretriz: sobrevivência. É, se fosse um software teria só uma
linha de código, survive, ponto é isso. Ele lida com as coisas mais básicas de controle do
medo, de fome, de sede, coisas ligadas à sobrevivência. E ele tem três tipos de respostas
básicas, né: fight, flight or freeze. Ou seja, fight que é partir pro combate; flight que é correr e
simbora; ou freeze que é paralisar e não saber o que fazer, ou seja, ou ele peita, ou ela trava
ou ele vaza, é isso que ele faz.
É, eu fui num congresso de atividades do SisPAE e tinha uma empresa lá, um curso de
criatividade que chamava A new improvement que toda a campanha deles era com esse
jacarezinho né, simbolizando o reptiliano e ele falava

“a reação de um jacaré ao novo é: atacar, correr ou ignorar, para


desenvolver a inovação, não haja como um jacaré”.

Uma mensagem de como a gente, muitas vezes, esquece o neocórtex, que eu vou falar
daqui a pouco, que é a nossa capacidade de racionalizar as coisas e age de forma primitiva,
como um jacaré, quando a gente é movido apenas por esses sentimentos muito primitivos,
de ir pra cima, ou ir embora ou paralisar e não saber o que fazer.
Bem, aqui é o cérebro mais primitivo, o reptiliano, ao redor vem o sistema límbico, o cérebro
número 2 e o sistema límbico é a parte do cérebro relacionada às emoções básicas e essa
parte do cérebro já existe em mamíferos, mamíferos chamados inferiores, meio escroto esse
nome, inferiores, mas que não são os primatas que são os superiores né. E… você percebe
que os mamíferos, eles já tem vários tipos de emoções, diferentemente de uma cobra, você
nunca viu uma cobra triste, chorando né. Mas os mamíferos como esses já fazem isso.
E por último, o neocórtex que é o cérebro primata de mamíferos superiores, incluindo nós
humanos, mas incluindo tem, incluindo também gorilas, orangotangos e por aí vai. Que é o
cérebro racional, o cérebro mais inteligente e o cérebro que controla.
Enquanto que o sistema límbico ele tem esse sentimentos, emoções, o neocórtex, ele
consegue ter sentimentos sobre os sentimentos. Ele tá acima da parada, é… controlando
tudo, mas o interessante é que apesar dele estar por cima e no aparente controle, o sistema
límbico ele tem uma capacidade de resposta mais rápida e muitas vezes, ele sobrepõe o
neocórtex, é quando a gente perde a razão.
Essa teoria do cérebro trino ela foi desenvolvida por esse cara aqui, o Paul Maclean.
The Triune Brain in Evolution: Role in Paleocerebral Functions
E ele criou, começou a criar esse conceito, criou esse nome sistema límbico. Tem papers
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dele, anos cinquenta, 54, 55 ou seja, há muito tempo, ele vem com essa conversa e o Carl
Sagan, o grande futurista, escritor, viajadão, ele pegou a teoria do cérebro trino e colocou no
livro dele, em 77 e bombou esse conceito.
Um livro sobre especulações da evolução da inteligência humana em 77.
Só em noventa, depois ainda que o próprio Paul lançou uma teoria sobre o cérebro trino e é
interessante que esse é o conceito que ficou muito popular, apesar de que, a teoria original
do Paul tem várias ressalvas. Principalmente, ele focou muito na questão evolucionária e hoje
em dia, já sabe-se que o negócio não é tão simples assim, como “ah, começou com
reptiliano e foram criado camadas em cima”. Na verdade, a gente, a nível didático é até legal
falar isso “ah, foi muito lógico, começou aqui, depois aqui e vem aqui”. Mas, já foi muito
derrubado esse conceito, dá forma como evoluiu, na verdade, vários animais já tinham parte
dos outros sistemas, mas que elas foram evoluindo todas ao mesmo tempo e tal.
Mais recentemente, esse cara aqui, Daniel Siegel, que é um pediatra, tem um
livro massa que é O Cérebro da Criança,
ele inventou um jeito interessante de explicar melhor, eu diria uma evolução a essa
explicação do cérebro trino que ele chama de hand model, o modelo da mão, vê aí.
Vídeo Slide 28
Eu acho essa uma ótima tática pra explicar o cérebro, uma coisa visual. Faz você lembrar, é
uma evolução da forma de explicar o cérebro trino, lá, do Paul Mclean. Mas esse vídeo, ele
na verdade tem outras coisas que ele traz que eu queria comentar. Então eu vou abrir o
parênteses pra fugir um pouquinho disso aqui, pegar uns trechos do que o Siegel falou.
Então, uma hora ele falou assim

“entender o que acontece com a comunicação emocional que temos


no curso do nosso dia a dia”.

Cê lembra da aula start, lá, a aula inaugural, que a gente falou sobre as vozes que tem, que
falam com a gente, o bem e o mal, ou várias outras vozes e eu questionei como dar
qualidade para seus diálogos internos. Pois é, isso que ele tá falando entender o que
acontece com a comunicação emocional que temos no curso do nosso dia, essa é a
importância da gente estudar um pouco como é que funciona, tecnicamente, cientificamente
o nosso jeito de pensar, permite que a gente entender essa comunicação.
Outra coisa legal que ele falou “quando nós, de fato, conseguimos ver na nossa frente o que
tá acontecendo no cérebro, então nós podemos mudar o que o cérebro faz”. Quando a
gente consegue perceber, visualizar, ver o que tá acontecendo, a gente consegue modificar
e no final, ele fala, “apenas por nomear esses processos, eles já se amansam”.

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Eu também falei isso na aula start, lembra? Eu falei sobre a questão de como a gente
começa a dar nome, essa aqui a voz da resistência, a voz da procrastinação, a voz do
perfeccionismo, é isso que ele tá dizendo. Quando a gente começa a olhar o cérebro na
nossa frente e dar nome aos sentidos e as emoções, a gente consegue amansá-los.
É engraçado que a Tânia Mujica, eu já falei muito dela, eu fiz um coach com ela, várias
sessões. E eu me lembro que nas primeiras sessões, ela deu pra mim uma lista de
sentimentos, com nome de sentimentos e falou estude os sentimentos, estude a diferença
entre esses sentimentos aqui pra você poder identificá-los melhor. E engraçado, como as
coisas se conectam porque eu tava lendo o filósofo que eu gosto o Spinoza, sem tá
procurando nada disso e olha o que Spinoza falou

“uma emoção, que é um paixão, ela deixa de ser uma paixão assim
que a gente forma uma visão, uma ideia clara e distinta do que ela é”.

Ou seja, é isso em outras palavras né, uma emoção deixa de ser quando a gente dá um
nome pra ela e torna ela uma ideia. E aí recentemente agora, eu fazendo meditação guiada
no Headspace, meu grande amigo Andy, que é o cara que eu mais ouço na minha vida,
que é a voz do Headspace. Ele também trouxe, entre as meditações guiadas, ele faz umas
técnicas e tal, uma técnica chamada Noting que é a mesma coisa.
Técnica que quando você tiver sentindo algo, dá o nome pra aquele sentimento, reconhecer
qual é aquele sentimento sem muito burocracia e tal. Ele dá o exemplo de imaginar como se
fosse um com um copo de cristal e uma pena e você tem apenas que tocar o copo, o
sentimento, não precisa botar ele numa caixa e tal, até porque é difícil você categorizar.
E aí conectando também, eu li sobre um cara chamado James Pennebaker, que ele criou
a teoria que ele chama de Expressive Writing, que ele descobriu que pessoas que tem
traumas grandes, problemas psicológicos conseguem muitas vezes melhorar só escrevendo
sobre o próprio problema. Que no fundo é uma forma indireta de fazer o que o Andy chamou
de noting, o que o Daniel Siegel chamou de name the motion. Quando você começa a
escrever, pessoas que engajam nessa escrita expressiva, reportando seus sentimentos, elas
ficam melhor e tal, enfim, ele tem vários benefícios provados nisso.
Isso que também conecta, o poder das palavras com
os quatro compromissos,
lembra? O primeiro compromisso

“seja impecável com a sua palavra”

que na verdade eu troquei para

“fique atento ao poder da palavra”.


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A palavra é tão poderosa que é capaz de você fazer um express writing, expressar seus
sentimentos e no caso, acalmá-los. E o cara que virou a maior referência no que eu to
falando agora, é esse cara aqui, Daniel Goleman, porque tudo que eu tô falando agora,
tem um parênteses aberto, tu tá ligado? Tem um parênteses aberto que eu vou fechar daqui
a pouco. Tudo nesse parênteses até agora pode ser resumido em uma palavra
inteligência emocional, capacidade de você gerir as suas emoções de
forma inteligente.
O Daniel Goleman, ele usa uma expressão que é sequestro da amígdala. A amígdala é essa
parada aqui, que faz parte do sistema límbico, que é responsável principalmente por perigo,
análise do perigo, medo.
E é engraçado como muitas vezes ela nos sequestra. Eu já falei isso já, no Bloqueio do
Sucesso também, como nós somos movidos pelo medo, muitas vezes a gente começa a
ver uma matéria na televisão que tem a ver com uma coisa ruim, um sequestro. Você quer
ver porque no fundo é sua amígdala sequestrando sua atenção pra dizer “velho, vê isso aí,
porque vendo isso aí, pode ser que tudo se proteje e não caí nisso que tá acontecendo aí”.
Então, o sequestro da amígdala, é quando a gente perde a nossa razão e fica movido
simplesmente pelo medo, pelo poder da amígdala e trazendo para uma situação bem do
que eu falei das técnicas. Lembra do advogado do diabo, do advogado do anjo.
Normalmente, o advogado do diabo, essa vontade que a gente tem incontrolável de
mediante de uma ideia querer julgar, querer criticar, tem um pouco a ver com isso também,
com a gente querer sempre encontrar o perigo das coisas, ver o que vai dar errado e
esquece de ser advogado do anjo, de construir em cima daquilo.
O Daniel Goleman chama inteligência emocional. Navy Seals, os americanos, chamam de
Mental Toughness, será como é que fala isso, toughness que é firmeza mental, dureza
mental.
Mas que no fundo tem a ver com a inteligência emocional de Goleman e achei muito legal
esse frameworkzinho aqui.
Que pega aqueles três F’s, que são as respostas que o cérebro reptiliano e o sistema límbico
ligam muito que é o fight, flight e freeze. Ele coloca no framework, e adiciona um face que é
encarar a parada né. E ele coloca num framework que é um seguinte, oh: Aqui pra cima, é
quando você engaja com a coisa, quando você se conecta. Aqui é quando você se
desengaja, aqui na esquerda e na direita é quando você repele, se afasta e quando você se
atrai.
Por exemplo, o fight é você tá querendo repelir aquilo, mas tá repelindo engajando, porque
brigar é engajar, é um engajamento negativo, mas é engajar.
Enquanto que o flight que é o vazar, é você repelir e desengajar, você tá indo embora e não
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tá engajando.
O freeze é o desengajamento, mas você tá atraído porque você tá ali perto, mas quando
você paralisa, você fica perto.
E o mais legal de todos é o face, ai vem a inteligência emocional, a mental dureza que é você
encarar as palavras, claro, com tranquilidade, com clareza, dando nome às coisas, sabendo
onde tá se metendo, sabendo os riscos, mas encarar. Fecha o parênteses que eu queria
abrir.
Voltamos aqui, ao que eu tava falando o cérebro trino e o interessante é o seguinte, quando
o Paul MacLean lançou esse livro que bombou a teoria, foi o ano de 1990. Nesse mesmo
ano, Bush, Bush pai, ele assinou uma lei lá, declarando, que 1990 estamos começando a
década do cérebro.
Que foi uma parada que, uma lei que implicou que várias instituições de pesquisa alocassem
uma verba grande a estudos do cérebro, porque chegou a hora de estudar o cérebro e tal.
Isso aqui era o site desse projeto, lá em 1990, tinha o site desse projeto já. E o que que rolou
de diferente nessa década do cérebro que Bush chamou? Duas tecnologias mudaram o jogo
das pesquisas em relação ao cérebro.
Primeira, todo mundo já entrou, eu acho, nisso. Eu já entrei várias vezes porque eu já tive um
tumor e tive que fazer mil vezes isso aí, que é uma máquina de ressonância magnética,
ressonância magnética funcional e isso é uma parada que começou a existir e ficar acessível
a partir dos anos 90, assim como o eletroencefalograma também.
E… por que essas duas coisas são tão disruptivas para pesquisa do cérebro? Eu
compararia até o que o telescópio foi para a astronomia e o que o microscópio foi pra
biologia, é mais ou menos o que a ressonância magnética funcional e o EEG, o
eletroencefalograma foi pra neurociência.
Porque velho, antigamente, os caras, só estudavam os cérebros mortos. Olhavam a
anatomia, ou conseguiam perceber o cérebro através de comportamentos externos das
pessoas, atitudes. O que mudou com aquilo ali é que agora você pode fazer pesquisas de
pessoas vivas, dentro da máquina ou com os eletrodos aqui na cabeça e isso muda o jogo,
você consegue ver o que acontece no cérebro e o EEG e o RMF, que é ressonância
magnética funcional.
Eles se complementam porque o EEG mostra a atividade elétrica, enquanto que a
ressonância magnética funcional te dá a imagem que você consegue ver com sangue, de
acordo com o fluxo de sangue no cérebro, ele bota lá em cores, as áreas. Então, o EEG que
mostra mais ou menos em que momento acontece as coisas, as necessidades e a
ressonância magnética te mostra onde está acontecendo, em que região do cérebro
também a intensidade.

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Cês lembram, lá no bloqueio do ocupado, que eu mostrei um trechinho de um documentário
da BBC mostrando aquele cientista que descobriu o que acontece no cérebro na hora do
insight? Ele fez isso utilizando essas tecnologias, se não seria impossível, eu vou botar só um
trechinho, um trechinho daquele comecinho só pra poder, é um trecho do trecho, daquele
documentário pra gente lembrar.
Vídeo.
Você vê, como é que ele sabe disso? Aqui é o paper dele né, “atividades neurais quando as
pessoas resolvem problemas verbais com um insight”. É, como é que ele descobriu isso?
“Ah, na hora do insight acontece isso porque tá tendo um mapeamento em tempo real de
pessoas vivas”.
Não só vivas, desempenhando em vivo, coma, as pessoas estão desempenhando ali
atividades, desafios que ele manda e de acordo com o desafio ele monitora o cérebro e
compara o que acontece em cada situação de acordo com a solução dada.
Toda essa pesquisa dele tá nesse livro aqui que é maravilhoso, um dos melhores livros de
neurociência que eu li até hoje, conectado com criatividade, claro.
The Eureka Factor, é, o estudo desse cara,
como ele conseguiu perceber o que acontece no cérebro antes do insight. Virou matéria no
mundo todo e eu diria até que foi um grande, ele, esse cara, ele foi um dos maiores
divulgadores da criatividade, do estudo da criatividade porque ele conseguiu Washington
Post, New Yorker, The Wall Street Journal, CNN, é… News Week, Galileu, tudo matérias
trazendo essa nova abordagem que ele conseguiu pesquisar usando aquelas tecnologias e
eu queria abrir um parêntese aqui, pra contar só uma coisa.
Cê lembra que eu falei do Roberto Limeira Barreto, várias vezes, ao longo do curso, o
cara que é uma grande referência pra mim, li vários livros dele e que eu tentei contato com
ele por e-mail e ele nunca me respondeu. E eu descobri que ele tinha morrido dois meses
antes de eu ter mandado esse e-mail. Ele já era um senhor de idade e tal, mas eu tentei
contato, tentei aproximação.
Engraçado que esse cientista, do livro, lá da BBC, eu tentei contato com ele e mandei “E aí,
John! Acabei de ler o seu livro e gostei, sou um comediante brasileiro e professor de
criatividade”. Sabe o que aconteceu, ele demorou não, ele me respondeu “E ai, Murilo,
beleza? Feliz ano e, tal, num sei o quê, minha avisa se você tiver alguma piada de
criatividade ou história”. E aí eu, opa, tenho um bucado de coisa, papai.
Ai eu peguei e mandei “meus pensamentos sobre comédia e criatividade” e mandei uma
palestra minha em inglês que eu tenho, resumindo meu pensamento sobre criatividade,
conexão com comédia e tal. E aí ele me respondeu “obrigado, eu e a minha esposa vamos
assistir agora”. Ai eu, legal. Aí passou, isso aqui, oh, isso foi no dia 12 de janeiro e tudo isso
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foi na mesma hora, ai passou uns dias, ele não falou mais nada, ai eu, caralho, vou dar uma
pequena cutucada.
Ai no dia 14 eu mandei, “Hi, John! Cê chegou a ver o negócio, tô curioso em relação ao seu
feedback”. Ai, ele respondeu, dois dias depois, aí eu pensei, ih perdi, deixa pra lá, tentei o
approach, aí dois dias depois, ele respondeu “sua palestra Comedy Thinking é excelente,
muito consistente com a pesquisa científica sobre criatividade. Realmente, eu gostei muito,
obrigado!”. Ai eu, massa. “Obrigado por receber seu feedback,tal, num sei o que”. E ai, oh,
ele pegou e postou no Twitter dele “Hey, everybody, aqui está o link de Murilo Gun, terrific
talk sobre criatividade e Comedy Thinking” e divulgou e um outro cientista assistindo a minha
parada.
E ai mais, eu descobri que uma cientista que segue ele, Carola, comentou, “eu gosto
quando ele pede para as pessoas comentarem a pior solução para um problema. Piadas e
bom humor, aumentam os insights e tal”. Ai eu vi que ela era cientista, peguei, vi o site dela.
Ela é uma cientista PhD, estuda criatividade, inclusive achei legal isso aqui no site dela tem
os links, tem click outside the box, haha que merda, mas eu achei engraçado.
Perguntei, mandei pra ela, “gostei do click outside the box do seu site, achei diferente”, ai ela
respondeu “hahah thanks”, ai eu também. Ai eu descobri que ela trabalha nesse laboratório
chamado Creative Brain Lab, que é um laboratório do coautor do livro Eureka! do John, que
é o Mark Berman. E agora, tanto o John, quanto a Carola estão me seguindo no Twitter e
eu tô conectado com eles.
Eu quis mostrar isso sabe por que? Porque eu, como palestrante, viajo muito dando
palestras. E engraçado como é que eu vejo que as pessoas elas tem medo de tentar
contato, de conexão com o cara que tá ali em evidência.
Eu sou um cara, que desde de adolescente, eu ia pra palestras, eu lembro que eu em 97/98,
ia na palestra do Marx Gehringer, o cara da palestra e eu falei, velho, eu vou falar com ele
no final, vou atrás dele no final, eu vou, se tiver fila, eu fico na fila, eu vou lá atrás. E cara,
grande parte das vezes, exceto talvez Madonna, você consegue falar com as pessoas, pelo
menos falar rápido, deixar cartão, deixar contato, ou então não consiga, mas tentar, tentar
pelo menos.
Tem uma história que eu vi numa matéria, a Anitta, cantora Anitta, ela falando que tá
solteira, num sei o quê. Ela falando que ela vai na balada e ela tava puta porque os cara não
chegam nela mais, ninguém dá em cima mais dela porque todo mundo fica ai Anitta, Anitta,
não vou dar em cima de Anitta, peraí, tô louco? Entendeu? E ela tava reclamando, porra, dê
em cima de mim, velho, eu num quero dar só pra global não, eu quero dar pra todo mundo,
pra outras pessoas normais também, entendeu e ela tava reclamando disso.
Então, é mais ou menos parecido, que as pessoas criam uma, “não, Anitta, não vou dá em

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cima dela”. “Ah, Marx Gehringer, eu não vou falar com ele”. “Ah, é o cientista americano,
autor de um best seller”. Cara, sempre tente a conexão, sempre que encontrar a pessoa,
tente, não se frustre se não conseguir. Eu mandei ali, não exagere, enchendo o saco, eu
mandei ele ali, ele me respondeu, esperei dois dias, vou mandar só pinguizinho, só mais um
contato, se ele não responder, vou deixar quieto.
Porque é melhor você também não ter contato do que você encher o saco. Então você tenta
rapidinho ali. Viu na balada Anitta, chega nela, papai, chega nela, troca uma ideia, vai lá, se
der certo, der errado, tudo bem, negócio é tentar. Então, fecha parênteses.
Voltando aqui, a história do cérebro trino, eu falei que o Sagan difundiu muito esse conceito
através desse livro dele. E esse livro dele, o subtítulo é “especulações sobre a evolução da
inteligência humana”. E aí veio uma dúvida que rola, mas e aí, beleza, mas, por que então o
nosso cérebro, como ele perguntou aqui, porque nossa inteligência humana evoluiu tão mais
que a dos outros animais?
E aí tem uma teoria pra isso que eu acho fantástica, né. É a teoria de que o que nos faz
humano, cozinhar. Cozinhar é o que nos faz humanos. A invenção do cozinhar fez com que
o cérebro vira-se um gradativo diferencial para os humanos. Como é que é essa história, vou
explicar melhor:
O cérebro, ele ocupa, a nível de espaço, ele ocupa um espaço muito pequeno do corpo
todo. Mas o cérebro gasta muita energia, consome muita energia.
Então, desproporcional até o espaço que ele ocupa e a comida é a nossa fonte de energia,
por isso, existe uma grande relação entre, pra poder ter um cérebro como o nosso, consumir
energia, nós precisamos ter uma grande fonte de energia. Dá uma olhada nesse TED dessa
cientista explicando essa relação do cozinhar com isso aí.
Vídeo - Suzana Herculano What is so special about the human Brain?
É interessante porque ela casa com esse gráfico, mostrando aqui, é… aqui o tamanho do
cérebro e aqui existe as espécies e mostrando que mais ou menos no cooking, quando
começou o cooking, ocorreu um crescimento incrível do tamanho do cérebro e é impossível
não olhar pra esse gráfico e não lembrar do gráfico que eu mostrei tantas vezes, né.
Ou seja, o cooking, o ato de cozinhar, a utilização do fogo para fins de tornar o alimento mais
pré-digerido, como ela falou, foi o joelho da curva exponencial da evolução da mente
humana. Foi o ponto que o negócio, puff, pipocou, o joelho da curva.

E esse aqui é o paper dela e o interessante não sei se perceberam é que ela
é brasileira,

sotaque nem parece, o sotaque, brasileira, carioca, Suzana, uma grande cientista. No
momento, não mora no Brasil, tá fazendo pesquisa no exterior, mas ela é brasileira.

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Ou seja, o que fez a gente ficar diferente, deste tipo de espécie,. Lembrando que o pessoal
fala muito,

“ah nós viemos do macaco”. Nós não viemos do macaco, não veio
do gorila, nós temos antecessores em comuns a eles, o que é diferente.

Mas, o que fez a diferença é que esses bichos tinham que passar cerca de nove horas por
dia comendo e num tinha tempo pra fazer nada mais, a vida deles era só procurar comida e
comer e depois procurar comida de novo e comer e não tinham tempo pra fazer outras
coisas até que a espécie humana começou a utilizar o fogo para cozinhar, isso permitiu
ganhar tempo e permitiu termos a energia necessária para termos o cérebro que é muito
como ela chama, caro, ela fala expensive, caro no sentido de gastar energia.
E aí, nós começamos a desenvolver o neocórtex, e aí, vem uma coisa que é exclusiva do
homem, que tá no neocórtex, que é a capacidade de abstrair, de imaginar, de criar imagens.
Como Alex Osborn, a imaginação aplicada em criatividade, a gente precisa criar pra quê?
Pra criar formas mais eficientes de caçar e criar ferramentas e coisas que cada vez mais,
otimizassem o nosso tempo e fossemos com ferramentas e por aí vai.
Quando eu vejo esse gráfico aqui, eu não consigo não lembrar da minha experiência na
Singularity e eu recuperei essa foto aqui. Isso é uma foto que eu tirei de um slide de uma aula
mostrando a evolução do preço pra conseguir sequenciar o genoma humano. É, vou
explicar o que é sequenciar genoma humano, vou explicar pelo menos, pelo primeiro gráfico
aqui.
Então, em 1990, começou o projeto do genoma humano em que eles gastaram 3 bilhões de
dólares, durante 13 anos, um esforço global pra conseguir sequenciar o genoma humano.
Aí oh, a partir de 2001, isso já passou a ser 100 milhões e aqui, quando vai diminuindo,
significa que o preço vai abaixando. Então em 2001, foi abaixando, até que em 2006, você
vê que a partir de 2006 o negócio começou a descer mais, ou seja, alguma tecnologia, algo
evoluiu aqui, fez o negócio ficar, aumentar o preço de performance como ele chama, que é
preço cada vez barato pruma performance cada vez melhor.
Começou a baixar muito até que em 2014, por mil doláres, já se tem, essa empresa aqui,
Illumina, foi quem deu a palestra pra gente lá, conseguiram sequenciar o genoma humano
por mil doláres. É interesse porque se você pegar esse gráfico aqui e inverter, é uma curva
meio exponencial.
Tem que inverter porque como é um gráfico de preço, ele diminui, mas o comportamento de
um fato, a gente tende a querer projetar isso aqui linear e projeta linear chegaria aqui, mas a
tecnologia não é linear, a tecnologia sempre tem esses saltos quando alguém tem um
insights. O que é esses insights, esse salto de lógica e esse salto de lógica faz o negócio

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acelerar, pisa no acelerador e acontece muito mais rápido. Então, aqui oh, parece uma curva
exponencial.
Deixa eu explicar esse negócio de que que é sequenciar o DNA. Sequenciar o DNA é
basicamente, colocar o DNA numa sequência, é simplesmente isso. No caso, os pares de
letras do DNA, que é GA, TC, quando você começa a pegar uma fita e consegue trazer ela
pra uma série de letras, você codifica a vida, você transforma a vida em dados, em
informação, em código fonte.
E isso tem uma repercussão muito grande, porque quando começa a ficar muito acessível,
como está hoje a possibilidade de você transformar a vida em um código. Acontece uma
grande mudança que a vida passa a não mais ser regida pela evolução biológica que é lenta,
a evolução biológica é lenta, as coisas vão modificando, são milhares e milhares de anos, pra
uma espécie ter alguma uma modificação. Por exemplo, não ter mais o siso. É como a gente
vê que tá ocorrendo uma mutação da nossa espécie em relação ao siso mas se demora
muitos anos, milhares e milhares de anos. Mas a evolução da tecnologia da informação é
diferente, ela cresce exponencialmente.
Então, esse fato aqui traz milhares de novas possibilidades, olha, “usos pro genoma, desde
usos médicos, até usos pessoais”. Então, porra, pra fazer doenças, remédios, você passar a
ter remédios pra você, específicos pro seu DNA. Pode quem sabe imprimir o remédio em
casa, na impressora 3D e ele funciona exatamente pra você ou como pra coisas mais
simples como simplesmente um shampoo. Um shampoo que é feito pro seu código genético
específico.
Lá no Vale do Silício, as Starts Garagens, sabe? As garagens do Vale do Silício que a galera
e ia lá e fazia no computador. Hoje em dia são Bayer - Bio Techoniques Labs -, o Bio
Curious, eles chamam de um hacker space para biotech. É um lugar que em vez de ficar
abrindo no computador, neguinho fica aqui. Até assustador porque eles ficam brincando
com a vida. E eu peguei, fui pesquisa, como tá atualmente essa questão do preço do
sequenciamento do genoma humano, porque aquele dado era 2014.
Eu encontrei um site que era um Buscapé, um site de comparação de preços para empresas
que oferecem o serviço de sequenciamento do genoma. Aí tem de 350 dólares à 99 mil
dólares, deve ser uma coisa mais avançada, e aqui oh, encontrou 35 laboratórios que
oferecem o serviço, a avaliação do laboratório, um Buscapé de comparação de preços pra
serviço de sequenciamento.
É engraçado que as pessoas se assustam com notícias assim, ah, os robôs estão criando
outros robôs, isso é assustador, “ah, os robôs vão dominar o mundo”. Cara, é pior é quando
os humanos estão criando outros humanos que vai, a tendência é acontecer né, a gente
conseguir manipular a vida a ponto de criar vida.

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É, quem não conhece o seriado West World, da HBO é maravilhoso, é exatamente o futuro
que a gente consegue criar vida, consegue criar robôs perfeitos, inclusive, robôs com
sentimentos e isso começa a dar vários problemas. É o que eu falei lá trás, no Mito do Artista
que é quando tudo vira dados e entramos na Matrix. É o que o Ray Kurzweil chama de
Singularity.
Então, enquanto Bush falou que 1990 era a década do cérebro, agora nós estamos na
década da biotecnologia, que é a capacidade de talvez não só estudar o cérebro, mas talvez
criar os cérebros. Tá perguntando agora, tá, Murilo, tá indo longe, qual a relação com
criatividade? Vai chegar, antes eu só queria abrir uma pequena polêmica aqui.
É… a pequena polêmica é o seguinte, o início da polêmica, eu tenho um aviso de início de
polêmica. A evolução das espécies ocorre através da seleção natural, não é os mais fortes
que sobrevivem, são os mais adaptados que sobrevivem, ou seja, a cada nova espécie que
chega, quem consegue se adaptar ao contexto vai ficando, os não adaptados vão
morrendo e não se reproduzem e surgem do mapa.
Então, aqui tá o exemplo.
Aqui você tem uma espécie, aqui você tem mutações, determinada mutação, por algum
motivo, não tá adaptada, por algum motivo ela não se reproduz e esse braço aqui não existe
mais. Então, esses dois crescem, até que chega em algum lugar, ou seja, a evolução
biológica, ela tem algumas ruas sem saídas que são as espécies que morrem aqui, porque
não tão adaptadas e não se reproduzem, beleza.
Já parou pra pensar e isso é bem difícil de pensar. Como nós, em função da nossa
inteligência, estamos desrespeitando a evolução da espécie. A evolução da medicina está
fazendo uma coisa muito louca com a natureza. Nós estamos agora conseguindo fazer com
que espécies não adaptadas sobrevivam e se reproduzam.
É bem escroto falar isso, mas, por isso que eu falei que é polêmico, mas vale refletir sobre
isso. Já parou pra pensar que seguindo as leis da natureza, Stephen Hawking, não era pra
ter sobrevivido, não era pra ter sobrevivido. E a gente não teria as ideias dele no mundo, por
que? Porque ele nasceu com uma doença que se ele estivesse na selva, ele não teria
sobrevivido, mas as tecnologias que temos hoje permitiu com que ele sobreviva.
É, tem até um filme chamado Idiocracy, que é um filme de humor que fala sobre isso, né,
como as espécies com menor Q.I se reproduzem mais do que as espécies com maior Q.I e
ai começa a viajar e o mundo vai ficando cada vez mais burro, burro, burro, burro, porque
nós permitimos que as espécies menos adaptadas sobrevivam e se reproduzam mais.
É claro que quando a gente vê essa minha reflexão a gente pensa todos têm o direito de
sobreviver. Lógico, os direitos humanos, direito à vida, liberdade, só lembrando um outro
detalhe, direitos humanos é uma imaginação nossa. Lembra do livro Sapiens? Direitos

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humanos não existem, a gente que imaginou isso aí, não fazem parte da lei da natureza, ou
seja, nós estamos de fato mudando o curso da humanidade, claro, muitas vezes pro bem,
mas pode acontecer muitas coisas negativas, fim da polêmica. Toma essa, papai.
Vamos, lá! Legal, bonito esse negócio de cérebro, num sei o que, legal curioso, singularity,
biotech, caralho a quatro, beleza, que que isso tem a ver com criatividade? Trazendo agora
pro nosso tema aqui.
Como eu falei, o cérebro ocupa um espaço pequeno, mas gasta muita energia. E qual o
problema disso? Lembra qual é a diretriz primária do nosso cérebro mais primitivo? A diretriz
é survive, sobreviver. E, pro cérebro, sobreviver significa gerir energia, poupar energia.
Já parou pra pensar o seguinte, que se fizesse uma linha do tempo dá existência do Homo
Sapiens no planeta, uma linha do tempo, como se fosse um jogo de futebol, pois bem, até
os 44 do segundo tempo, ou seja, grande parte da nossa existência, o acesso a energia era
muito difícil.
Energia, o quê? Comida. Por que? Porque cara, quando tinha, tinha que caçar um bicho
novo, não tinha sistema de refrigeração, não tinha como guardar, armazenar, a gente tinha
que todo dia tá caçando, tá preocupado se vai ter comida hoje. Grande parte da existência
humana foi assim que funcionou. De alguns séculos pra cá, séculos, que não são nada,
perante a nossa existência, de alguns séculos pra cá que a gente passou a ter acesso à
energia, a comida abundante, nem todo mundo tem ainda, mas grande parte do planeta
tem, a hora que quiser, quando quiser, conseguimos conservar e tal.
O problema é que o nosso DNA ele funciona num ritmo diferente, a evolução biológica é
muito lenta, então, o nosso DNA ainda acha que nós estamos na selva africana. Ele não
atualizou o software ainda pra perceber que nós temos energia abundante. Então, ele
continua obcecado em poupar energia, continua obcecado em buscar o caminho mais
curto, o caminho com menos gasto energético. Então, o cérebro é um gestor de energia e
criar soluções novas gasta muita energia, enquanto que usar soluções conhecidas gasta
menos energias, portanto, por mais paradoxal que pareça, “o cérebro não gostar de
pensar criativamente!”. Não interessa ao cérebro isso aí. O cérebro gosta sabe de que?
De acessar padrões.
Nós somos caçadores obsessivos e doentes por padrões. A gente adora padrões. Você
começa olhar pra uma nuvem, em poucos segundos você começa a ver um castelo. Não
tem porra nenhuma ali, mas você vê um elefante. Por que? Porque enquanto o seu cérebro
não conseguir encaixar aquela forma da nuvem num padrão que você conheça, ele fica
perriado. Na hora que ele vê um castelo e um elefante, ele fica, “nó, ai sim, hein papai, ai
temos um castelo, ai é nois”.
Eu gosto muito de viajar. Eu tirei umas fotos na viagem pra Turquia que achei engraçado que

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era na capadócia, um monte de morro, aquele monte de coisa e aí sempre tinha assim: um
morro, uma pedra, aí pedra do coelho, porque parece um coelho, olhinho do que coelho,
num sei o quê.
Ai o outro era isso aqui, parece dois olhos e uma boca. E os caras sempre, e isso cara, é um
exemplo do nosso cérebro caçador de padrões. Por que qual o padrão que a gente mais
conhece? O padrão que a gente é acostumado a ver desde o um ano de idade. O rosto
humano, que a gente tá lá, mamando na sua mãe, sua mãe olhando e esse é o padrão que
você vê, o padrão dois olhos e uma boca e um nariz, esse é o padrão mais básico nosso.
Por isso, algumas pessoas vêem rostos numa torrada vê o rosto de Jesus, num sei o quê, a
gente fica obcecado em encontrar rostos nas coisas porque esse é o padrão.
Então, é isso, a gente vê rosto em tudo que é lugar, olha pra uma pedra, vê um rosto, olha
pra um buraco vê rosto tudo quanto é lugar. É, resumindo então, os animais, os outros
animais, fora a gente, nós somos animais também, e os humanos têm essa diretriz de
sobrevivência. Só que os animais são comandados pelo instinto e eles não conseguem não
obedecer o instinto. Enquanto que nós, somos comandados por padrões, que seriam o
nosso instinto, com a diferença que nós conseguimos quebrar os padrões. Nós, se
quisermos, conseguimos quebrar os padrões e isso requer energia. Hard Work, Papai. Então
a questão é “vamos gastar energia?”. A única forma de fazer coisas diferentes, criativas é
desafiando o nosso próprio cérebros. Por isso, nos bloqueios anteriores falava muito de
raspar, ah, tem que raspar essa aprendizagem. Aqui, quando se lida com o cérebro na
verdade é uma luta, não é nem raspar, é lutar com o cérebro, tem que brigar.
Cê lembra o que eu falei lá na aula start “a gente é muito bom em enrolar a gente
mesmo”, a gente é muito bom em convencer pelo caminho que gasta menos energia. É o
objetivo do cérebro, poupar energia. “a gente é muito bom em nos convencer a ficar na
zona de conforto”, lembra? A zona de conforto, que eu mudei o nome, botei um nome
ruim aqui, zona de estagnação e um nome bonito aqui, zona de diferenciação.
Pra fechar essa aula, eu queria também retomar um outro círculo que eu também já
mencionei no curso, lembra o círculo de ouro, Golden Circle do Simon Sinek que primeiro
começa com why, depois o how, depois o when.
E na verdade você pode olhar com esse olhar de que o why comunica com o cérebro
límbico porque o why te dá o propósito, o why te dá o motivo e o motivo gera motivação. Ou
seja, pra gente conseguir ter forças pra lutar contra o nosso próprio cérebro, cujo objetivo é
poupar energia e a gente como fazer , que não papai, vamos fazer energia, nós precisamos
de um bom why, um bom por quê, porque senão fica muito caro, fica muito difícil, requer
esforço demais. Quando a gente já tem um bom motivo, a gente consegue ir de encontro ao
nosso próprio cérebro e gastar mais energia, já que a gente tem energia abundante, não
precisa ficar com essa pirangagem do cérebro.
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Por isso, a importância de um assunto que as pessoas, muitas pessoas julgam como
bobagem que é propósito, estar conectado com coisas que façam sentido pra você, que
você tem um motivo pra fazer aquilo e por aí vai.
Fechamos então bloqueios cerebrais, vamos agora entrar nos bloqueios: bloqueio das
tradições, bloqueio da lógica e o bloqueio mais importante do curso, o bloqueio do
subentendido ou bloqueio do implícito e que você só vai poder acessar o bloqueio do
subentendido se você tiver acessado e concluído os outros oito bloqueios. Então, se você
pulou algum, corre lá pra fazer e não deixa de acompanhar o da lógica e o das tradições.
Bem, como sempre, vamos encerrar como uma música, é uma música de uma banda que
eu não conhecia, quer dizer, ouvi falar mas nunca tinha me aberto, banda chamada

Korn, uma música chamada Evolution.


E ela tem um clip muito interessante que fala sobre essa questão da espécie está evoluindo
e na verdade está involuindo, ficando cada vez mais burra, claro, tem um exagero, tem uma
coisa meio cômica que eles fazem.
Eu coloquei aqui na aula um clipe da música que mostra uns gráficos muito interessantes
que ajuda a explicar a letra da música, que o povo fala muito gritando, não dá pra entender
muito bem o que eles falam. Nesse clipe não tem legenda em português, mas eu vou deixar
aqui embaixo, no coisas citadas, um link pra música deles, sem ser o clipe, com legenda em
português.
Também vou deixar nas coisas citadas, o trailer do filme que eu citei,
Idiocracy,
porque esse filme, essa música, eles têm mais ou menos essa mesa teoria, vale a pena ver o
trailer porque ele é bem engraçado.

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Bloqueio da Tradição
Valendo! Bloqueio das Tradições. Lembrando que a gente tá começando os Bloqueios
Cerebrais, a gente falou dos educacionais, dos mercadológicos, cerebrais e lembrando que
os cerebrais, vocês vão ver que na verdade eles justificam todos os outros.
A gente viu na introdução lá que o cérebro é um gestor de energia e criar soluções novas
gasta mais energia do que usar soluções já conhecidas. Portanto, podemos dizer,
paradoxalmente que o cérebro não gosta de pensar criativamente, porque ele prefere
acessar padrões. A gente viu isso e essa aula tem muito a ver sobre padrões, os padrões de
tradições, os padrões antigos.
Tradição vem do latim, passar adiante. Tradição é continuidade ou permanência de uma
doutrina, de uma visão de mundo, costume e valores, de um grupo social, uma escola de
pensamento. Então, a tradição tem a ver com costumes, comportamentos, memórias,
rumores, crenças, lendas, enfim, doutrinas e leis que são transmitidas pelas pessoas e que
passam a fazer parte da cultura.
O que é cultura? Cultura é o padrão coletivo, cultura é aquele, cultura não é só do país,
muitas vezes uma região tem uma cultura, o Rio Grande do Sul tem uma cultura,
Pernambuco tem uma cultura específica, mas tem a cultura brasileira, mas tem a cultura
latina e ai a cultura ocidental, vários níveis de cultura mas que no fundo são um bocado de
regras máximas que aquele grupo de pessoas respeita porque elas são tradicionais, são
tradições que foram se acumulando.
E a gente começou o curso na aula Start falando sobre a importância de esquecer. Lembra
lá no começo que Rubem Alves, aquela frase complexa

"O que sabemos torna-se hábito de ver e de pensar (a cultura


torna-se o ato de ver e de pensar), o que nos faz ver o novo, através
dos óculos do velho (com o óculos da cultura antiga, das tradições
antigas, dos padrões antigos) e transforma no que sempre vimos e
tudo continua como sempre foi."

E aí eu falei lá que pra mudar a forma de pensar não é só adicionar coisas novas, tem que
remover também.
Machadão falou que

“esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o


destino, para escrever um novo caso, tem que apagar o caso escrito”,

só voltando a nossa primeira aula sobre esquecimento, muito conectada ao Bloqueio das
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Tradições.
Quando fala em tradições e eu quis usar essa palavra porque a gente é acostumado a
sempre falar que uma coisa é considerada tradicional quando ela tá o que, ancorada no
passado.
Coisa tradicional é uma coisa que vem de um passado antigo e é um passado padrão que a
gente já começa o negócio, nem sequer discutindo isso questionando, é assim porque é
assim, é um padrão que tá estabelecido em função do tempo. E é legal quando fala de coisa
do passado, diferenciar antigo e velho. Pelo menos no linguajar popular porque a gente
sempre tem uma tia que fala assim

“eu não sou velha, eu sou antiga”,

porque, e normalmente. é uma tia velha que fala. Mas por que? O antigo ele tem uma
percepção de ser uma coisa do passado mas bacana, tem um charme, enquanto que o
velho já tem uma visão de ser coisa ultrapassada.
Tanto que tem loja de antiguidades. São coisas valorizadas, é o passado que tem valor e tal.
Eu vou falar muito desse conselho de antigo e velho, mas queria agora mostrar aqui um
vídeo das olimpíadas de 68 no México, que um atleta americano de salto e altura lá, aquele
de pular pra passar naquele sarrafo, ele fez um negócio diferente, ele pulou de um jeito não
tradicional e olha o que aconteceu.
Vídeo Slide 20
Que louco, bicho. Até 68, o padrão estabelecido desde lá Atenas, sei lá, era da galera saltar
de frente, fazendo a perna meio que com a tesoura assim e tal. E aí esse cara veio, você viu
o que ele falou new approach, uma nova abordagem que questionou o padrão básico
daquele negócio, que era um padrão tão básico, tão antigo que nem se quer, ninguém nem
chegava a questionar. Era assim e acabou e ele foi e pulou de costas que hoje em dia é um
novo padrão, desde 68 virou um novo padrão.
É... ele fala lá, o narrador, que o pessoal achou estranho, sim, claro, achou estranho. Eu
sempre falo, tá louco? Todo mundo que desafia um padrão, principalmente um padrão
estabelecido há muito tempo, um padrão tradicional que faz parte da cultura do esporte, ele
ouve um tá louco, mas os sucessivos sucessos que sucederam na sucessão dele fez a
plateia começar opa, opa, esse cara num tá louco não.
Louco era a gente, louco era a gente que tava ancorado no passado, no antigo de fazer as
coisas, ou seja, pular de frente era o jeito tradicional, pular de frente, pular de frente era um
padrão antigo, mas não só antigo, era um padrão velho, ele tava velho e precisava de
alguém louco, e aí vem o Fosbury, e aí a galera "tá louco, rapaz?". Ele falou "tô louco não,
papai, vou criar o novo approach da parada", como diz Albert Einstein que

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“loucura, insanidade é continuar fazer as coisas do mesmo jeito e
esperar resultado diferente”.

Essa é uma frase que eu acho que conecta muito com esse curso como um todo. O tipo de
pessoa pra fazer esse curso, são pessoas loucas, insanas, porque são pessoas que
imaginam o lado positivo de quebrar o padrão, não essa insanidade de Einstein de continuar
fazendo igual e esperar acontecer diferente, oxi, ele pegou e...
É engraçado que no vídeo lá o narrador fala que ele subiu a barra,
que a gente fala muitas vezes quando fulano faz um negócio muito diferente a gente fala que
ele subiu o sarrafo e Fosbury, ele literalmente subiu o sarrafo, porque de uma hora pra outra,
as pessoas, os atletas tavam tendo um desempenho um pouquinho melhor que o outro,
sempre, e de repente o cara vai e aumenta muito, um crescimento exponencial na altura
que o ser humano é capaz de saltar por quê.
E existem explicações físicas e aerodinâmicas de por quê é assim e por aí vai. Então, pular
de frente era um jeito tradicional e o que o Fosbury fez, é, fazer um questionamento que eu
acho que é quase que um resumo dessa aula, é, essas duas palavrinhas: Assim como E
se… lembra lá trás, o e se… são as duas palavrinhas, são o gatilho da imaginação, o gatilho
de começar a pensar, criar novas combinações. Pra o Bloqueio das Tradições tem duas
palavrinhas muito poderosas que é o Quem disse? Mas não quem disse no sentido de
saber quem foi a pessoa quem disse, quem disse isso, quem disse, quem disse? De não
aceitar só porque é, sim perguntar, quem disse? E isso é meio que por que sim?
É só se contentar com encontrar um bom motivo pra aquilo ser daquele jeito, questionar o
padrão e aí veio, oh, a terceira palavrinha da equação do Roberto Menna Barreto que ele
fala de três ingredientes da criatividade, a gente viu lá no Bloqueio do Adulto, o bom humor,
não o contar piada necessariamente, mas o estado de espírito, bom humor, porque humor é
brincar com as coisas e brincar é imaginar.
1. Bom Humor
2. Irreverencia
3. Pressão
A gente viu no Bloqueio do Ocupado, pressão, a importância de prazo pra fazer as coisas
sérias e o I, o I é irreverência. Irreverência é uma palavra maravilhosa, linda, a gente associa
com comédia. Você vê que ele colocou bom humor e irreverência diferente, apesar da
pessoa falar, “ah, o cara que é engraçado é irreverente, num é? Ah, muito irreverente e tal”,
mas irreverente num é engraçado. Irreverente é o oposto de reverente e reverente vem de
reverenciar, reverenciar é aceitar as coisas como são, reverenciar é não questionar e
irreverente é não aceitar, irreverente é questionar que é associado ao humor porque

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humoristas são irreverentes, eles questionam as coisas, tanto que muitas piadas começam
“por quê num sei o quê é assim?”, por que num sei o quê é assim?
O humorista tá sempre questionando as coisas, por isso que o Roberto Menna Barreto
colocou nos 3 ingredientes de criatividade, irreverente. Inclusive, oh, lembra lá que eu falei no
Bloqueio do Adulto, do bobo da corte? Ele é irreverente, literalmente. Enquanto todo mundo
reverencia o rei, o bobo da corte é irreverente porque até sacanear o rei ele pode, o único
que pode porque ele é o bobo da corte, ele é louco.
É engraçado que o meu primeiro trabalho em televisão ligado a comédia, trabalho na
televisão, na vida, porque na televisão eu só trabalhei com comédia, mas meu primeiro
trabalho na televisão foi lá em Recife, eu acho que em 2008 ou 2009 na Bandeirantes Local.
Meu amigo Roberto Tigre, me chamou pra fazer um quadro num programa que ele tinha,
um programa de entretenimento, de hora do almoço assim, lá na TV local e eu fazia um
quadro que chamava “Por quê?”, que era um quadro de irreverência. Mais que um quadro
de humor, porque não era extremamente engraçado, era um quadro de irreverência no
sentido de eu ficava questionando padrões, perguntinhas interessantes, eu ia na rua,
perguntas que as pessoas nunca se fizeram, vê uns exemplos aí.
Vídeo Slide 31
Eu vou deixar aqui no coisas citadas, o link da playlist no meu Youtube, tem os
episodiosinhos, uns 25/30 perguntinhas aí. Mas eu queria já que um dos por quês que eu
falei foi sobre o teclado, o computador, por que as letras do teclado não tão em ordem
alfabética, aquela ordem louca, eu quero abrir um parênteses pra falar sobre teclado e
máquina de escrever.
Esse cara aqui em 1868, esse cara era considerado o inventor da máquina de escrever.
Essa máquina aqui, Remington 2, era o padrão de mercado, todo mundo utilizava e ela já
utilizava o padrão de disposição das letras, a mesma disposição que o pessoa chama de
QWERTY, aqui caiu, deve ter caído a tecla, mas dá pra ver W, E, R, T, Y, QWERTY que o
pessoal chama, esse padrão, dá pra perceber que esse cara dominou a máquina de
escrever.
Algumas décadas depois, 1936, esse cara aqui August Dvorak começou a perguntar, quem
disse? Quem disse que a letra tem que ser nessa ordem? Era um padrão já tradicional, já
tinha 50 anos esse padrão, todas as máquinas de escrever do mundo eram assim e esse
cara veio questionar, porra, quem disse que tem que ser nessa ordem? E um dos motivos
que a ordem do teclado que as letras é essa é porque nas máquinas antigas, quando você
digitava lá, letra por letra, aquele ferrinho ia lá e dava uma porrada no papel.
Se as pessoas digitassem rápido demais, os negocinhos enganchavam, então, eles
tentaram criar uma ordem segundo os cálculos deles que uma ordem das letras deixasse

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mais lento o processo de digitar. Esse foi o objetivo, deixar mais lento o processo de digitar,
pelo menos na língua inglesa, de acordo com a disposição das letras, pra evitar enganchar.
E aí esse padrão foi ficando, foi ficando, até que o Dvorak questionou e ele criou um novo
padrão, o teclado Dvorak que as letras tão em outra ordem do padrão standard, standard
tradicional, e tem uma outra ordem e que, segundo ele, é possível digitar muito mais rápido
nesse padrão. Mas aí é muito difícil, é, um padrão tão estabelecido com esse, você
conseguir modificar, apesar que se vendem uma capinha, uma película pro teclado normal,
que muda a ordem das letras no computador, no Windows, no Mac, você pode ir lá e dizer
que eu quero o padrão Dvorak das letras.
E eu encontrei um Blog de um cara que resolveu testar. Eu acho massa as pessoas que essa
visão de você ser um cientista. A Tânia chama de introcientista, o cientista de si mesmo.
Acho que o Gabriel Goffi também, falo muito dele, assim de tá se testando e pra se testar
tem que medir, sem medir não dá pra melhorando, você consegue testando, desde
alimentação até habito, atividades e tal. E esse sujeito aqui, ele resolveu testar, usar uns
testes de datilografia usando o outro teclado e oh, foi em 2010 do mês de agosto, até o mês
novembro, foram 3 meses. E ele mostra a velocidade que ele digita no padrão normal aqui
em vermelho, ele foi, a cada semana fazendo testes, meio instável e aqui, a velocidade que
ele digita no padrão novo, bem ruim, mas que em 3 meses, ele igualou. Em 3 meses, ele
conseguiu se adaptar àquele novo jeito de escrever e não sei se ele continua até hoje, mas a
tendência aqui é crescer, o jeito normal era estável e esse aqui tava crescendo, de repente
ele começa… 3 meses, 3 meses de Hardwork Papai, 3 meses no Noriogun pra dentro, pra
poder se adaptar a isso aqui.
O teclado QWERTY é o teclado tradicional, todo mundo usa e o cérebro não gosta dessa
história? Invenção de ficar mudando os teclados, papai, perai, inventa outra coisa pra gastar
energia, bicho, tanta coisa aí, tu vai ficar mudando a porra do teclado que tá estabelecido há
muito tempo? Não inventa não?
Enfim, o esse padrão de Dvorak, ele não pegou, talvez porque o benefício que ele traz
versus o esforço da humanidade de mudar esse padrão, talvez ele não compense, seria
muito complexo, mas, existem, outros padrões, outras pessoas tentando quebrar esse
padrão das letras, mas agora em função de novos comportamentos das pessoas, então, por
exemplo.
Hoje em dia, tá normal a gente digitar no tablet? Ou no celular, que ai é a digitação de dois
polegares, você pega o negócio assim, vai digitando aqui, o cara criou um novo padrão
sendo estudado como digitar com os dois polegares, letras aqui, letras aqui, aí sim, é
mudança no jeito de digitar das pessoas que aí sim demanda uma mudança porque da
máquina de escrever, ao computador, até mesmo notebook, continuou-se igual, era aquele
negócio plano, na sua frente, você com as duas.
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Agora, a partir do momento que você fala de outro jeito, de segurar, de outra disponibilidade
de dedos, abre esse espaço, uma disrupção, uma mudança, uma quebra de paradigmas da
parada toda, e esses cara tão tentando fazer isso.
Tem um conceito muito interessante, que não tem uma tradução que é path dependence
que é dependência de caminho, dependência de caminho e que isso explica como algumas
decisões de algumas pessoas, em algumas circunstâncias são limitadas por decisões feitas
no passado, mesmo que essas decisões do passado não sejam mais relevantes.
Ou seja, no mundo dos teclados existe uma path dependence no sentido de que lá no
passado, tomou essas decisão de dispor as letras de modo que desacelere, essa decisão
não faz mais sentido hoje em dia, mas o caminho foi tão traçado já, que criou essa
dependência daquele caminho e nesse caso, um esforço muito grande, e isso continua
sendo.
Outro exemplo interessante de path dependence de como algumas coisas, algumas
tradições. Cara, eu tô falando tradições, não quer dizer que toda tradição tem que ser
quebrado, auriculada, vou falar mais sobre isso, tem que ser questionado, você pode
questionar e concluir que é pra manter. O que não pode é questionar e simplesmente fazer
só porque é.
Uma coisa interessante, quando a NASA lá, os caras resolvem disparar uma parada pro
espaço. Eles tem esses dois negócios aqui do lado que servem pra dar um impulso inicial,
são dois foguetes aqui do lado e eles são uma peça separa da questão, até porque eles não
pro espaço. Depois eles caem, é só pra dar o impulso inicial.
E o diâmetro desse bicho aqui, o diâmetro do porque ele é desse tamanho, porque ele é
mais grosso, porque ele é mais fino, o diâmetro disso aqui foi definido em função do trilho do
trem que levava da fábrica onde isso era feito até o local de destino e existiam trilho de trem,
isso aqui era transportado no trem, existia o trilho lá há muito tempo e aquele trilho tem uma
limitação, que naturalmente limita o tamanho do vagão, que naturalmente limita a o diâmetro
do negócio e em função do tamanho do trilho tiveram que limitar aquilo ali e acabou virando
padrão.
E por que o trilho tem esse tamanho? Sabe por que o trilho tem esse tamanho? A bitola que
chama, tem esse tamanho, porque os trilhos foram construídos nas estradas de barro. Antes
de ter trilho, já tinha as estradas, superfícies dos caminhos e essas estradas tinham o
tamanho parecido por causa das carruagens romanas de dois cavalos.
Ou seja, largura do foguete que leva os negócios da lua tem a ver com o tamanho de dois
rabos de cavalo, tem a ver com duas bundas de cavalo assim, que era mais ou menos do
tamanho do caminho que depois virou o tamanho da bitola da ferrovia, que limitou o negócio

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e acabou ficando, mais um exemplo de path dependence de como alguns caminhos é difícil
de quebrar porque gera um histórico aí de coisas.
Como eu falei,

“um coisa é considerada tradicional quando está ancorada no


passado”

e ela também, uma coisa é considerada bitolada quando tá ancorada no passado, num é?
Ah, aquela pessoa ali é muito bitolada, ou seja, muito dentro das regras, dos padrões, das
tradições, não tá aberta à mudança. Bitolada vem de bitola, bitola determina, enquadra as
pessoas numa parada. Fecha parênteses, porque aqui era um parênteses, tá, pessoal?
Parênteses que veio quando eu tava falando de irreverência e eu dei o exemplo do porquê,
do programa que eu tinha que falava do teclado e ai eu abri um parênteses pra falar do
teclado, pra falar de path dependence e do caminho lá.
E agora eu quero trazer um outro exemplo de reverência de não reverenciar as tradições, os
padrões antigos e perguntar quem disse. Que é daquela brasileira Suzana Herculano,
cientista, daquela mesmo palestra que ele fala do cooking, ela fala da principal feitio científico
dela que foi isso aqui.
Vídeo Ted da Suzana Herculano
Para, para, para, quando o papo começa em dissolver o cérebro em sopa a gente não
continua mais não, a gente encerra. Mas é maravilhoso isso aí, vê que louco, sempre foram
100 bilhões e 100 bilhões e cada mais novo cientista que entrava partia desse princípio,
dessa tradição, já tava na cultura científica e ninguém falava quem disse? Quem disse?
Quem disse? Aí ela pegou e falou, quem disse isso? Que conversa é essa? Cadê? Cadê a
contagem? Cadê o paper fazendo a porra da contagem? Como eu vou começar as minhas
pesquisa, me basear nisso, preciso certificar que isso seja válido, ou seja, 100 bilhões era
um padrão antigo, não só antigo, ele era um padrão velho. Tava velho e alguém precisava
fazer “quem disse?”.
E ela ficou conhecida, a descrição dela no site TED é a Suzana Herculano é a shorten,
diminuiu o cérebro humano em 14 bilhões de neurônios, desenvolvendo um novo jeito de
contar. E assim como Fosbury buscou um new approach pra pular, ela buscou um new
approach de como contar as paradas. Contou de fato, descobriu que não são 100, tem 14
bilhões a menos, ou seja, 86 bilhões e isso passou a ser o novo paradigma. E aí, engraçado,
quando a gente questiona um padrão, e vira um padrão, esse vira o novo padrão e daqui pra
frente quem vai vir, vai se basear nisso, nesse caso, foi contado.
É, tem um livro que é maravilhoso, esses livros assim que você compra numa viagem assim,
meio que no risco assim, um livro que dificilmente vai ser traduzido no Brasil que é esse cara,

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maravilhoso, é, John Brockman, e ele faz vários livros.
Todo ano ele faz uma pergunta, uma única pergunta pra vários cientistas, caras fodas de
várias áreas e vai e compilam um livro com todos respondendo aquela pergunta e é, ele fez a
pergunta, acho que foi 2014, é, ele fez a pergunta foi Quais são as teorias científicas que
estão bloqueando o progresso? O nome do livro
This Idea must die,
ou seja, quais são, podia ter um artigo da Herculano dizendo tem uma teoria dizendo que
são 100 bilhões, essa teoria must die, porque esse é o padrão não só antigo mas velho. E aí,
maravilhoso, vários caras, psicólogos, cientistas, economistas, contando sobre as teorias
científicas que viraram lendas demais e precisam morrer pra poder evoluir.
Na introdução desse livro ele fala que

“a ciência avança através do descobrimento de coisas novas e


desenvolvimento de novas ideias, mas, a maioria das ideias realmente
novas são desenvolvidas abandonando primeiro as ideias antigas”,

que eu falei do esquecer, primeiro tem que abandonar um ideia antiga. E essa frase no Marx
Plank, eu deixei em inglês porque quando é um cara muito foda assim e a frase é bonita em
inglês, eu acho que não me atrevo a querer traduzir, mas basicamente, de forma rápida aqui

“a nova verdade científica não triunfa convencendo os oponentes e


fazendo eles verem a luz, mas mais do que isso a verdade científica triunfa
porque os oponentes morrem e uma nova geração cresce achando aquilo
familiar com o tradicional”

que louco, foda isso? É, ou seja, em outra palavras, a ciência avança através de uma séries
de funerais de ideias, as ideias tem que morrer, algumas tradições são bonitas, mas outras,
elas bloqueiam a nossa forma de pensar, o nosso progresso, dá pra chamar tradições
também de paradigmas, seria o sinônimo.
Tem, eu vi uma vez, uma definição de paradigmas que dizia que

“são os policiais negativos que ficam guardando as fronteiras da


criatividade (ficam ali, na fronteira da criatividade guardando) e não
permitindo que qualquer pensamento diferente entre”.

Os cara que fica ali, oh, a gente pensa assim, qualquer coisa que vier aqui, não vem não,
num vem com conversa não.
E do mesmo jeito que eu falo desde o começo do curso que pra mim criatividade num é só

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fazer as coisas loucas e revolucionar o planeta, é a microcriatividade pros microproblemas
também, é você ser um resolvedor criativo de problemas pra qualquer problema da sua vida
pessoal, profissional, como eu chamei de microcriatividade, microproblemas,
microfracassos, microproblemas e também microtradições de microparadigmas.
Então, paradigma não é pra ganhar a medalha olímpica e revolucionar o esporte, quebrar o
paradigma pra contar o cérebro, botando o cérebro numa sopa, não é uma coisa do nosso
dia a dia ficar dissolvendo cérebro em sopa e nem tem que ser, mas existem muitas
oportunidades, de pequenas coisas do dia a dia que a gente pode questionar, não
questionar demais, senão a gente vira um chato, doido. Aquela história que eu falo lá no
começo, mito do artista, 99% dos problemas, a gente resolve no padrão mesmo, aquele 1%
safadão que faz diferença, e se você é 100% padrão, você tá no piloto automático, é igual
todo mundo.
Eu gosto de tudo que é micro, exceto algumas coisas. Exemplos interessantes: o jeito com
que a gente bota aquele suco de caixinha no copo, a tendência normal, a tradição, a cultura
que a gente viu nossos pais fazendo é sempre pegar e deixar a boca suco bem próximo do
copo, mas aí dá aquela engasgada e aí fica glup glup glup e aí derrama. Aí um novo jeito, um
new approach que é você inverter a caixa e o buraco de saída ficar na parte de cima e ele
desce mais suave.
O jeito que a gente tira o Tic Tac daquela caixinha, a gente muitas vezes fica batendo e sai
vários e tal, mas se você inverter a caixinha, ele sai também, um por um, na própria tampa
tem um lugar pra sair uma unidade.
Pô, post it também, post it é um negócio que muitas pessoas, é… fazem do mesmo jeito,
tiram do mesmo jeito, sem nunca questionar e, é um jeito engraçado, que a gente não tem
que questionar o que tá indo 100% bem, mas o Tic Tac toda vez é um problema pra tirar, é
o suco, toda vez, dá um problema e derrama. O post it, do jeito que a gente tira, muitas
vezes, fica isso aqui, oh, talvez tenha até tirado errado esse aqui porque a gente costuma
tirar assim pra cima, mas enquanto que o certo é tirar de lado, pra evitar dele ficar com esse
negócio pra cima assim.
Ou seja situações que a gente enfrenta um problema, ou seja, microproblema, mas que a
gente deixa pra lá e é assim mesmo e num se questiona e se a gente for um pouco
irreverente naquele momento, a gente encontra um jeito melhor sem gastar muito esforço.
Não precisa, é só inverter a porra do suco e acabou? Se abrir a pensar de um jeito diferente,
pesquisar e por aí vai.
Outro exemplo interessante do esporte, do mundo do esporte, não ligado a medalhas
olímpicas, mas simples. Teve um campeonato, tava vendo na TV em casa, um jogo do
Santos, final, Santos e Palmeiras, final do Paulistão, na Vila Belmiro, em casa. E quando deu

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intervalo de jogo, o Palmeiras foi lá pro banco, pro vestiário e o time do Santos ficou. Eles
não foram pro vestiário, eles ficaram no campo, uma parada meio mágica assim, de você ver
assim e eles trocando a meia, se arrumando e conversando e a galera lá, uma coisa meio
ficar com a torcida, porque não existe uma regra que diz que aqueles 15 minutos tem que
ser no vestiário, apenas tem o intervalo de 15 minutos, você pode fazer o que você quiser.
Então, eles não quebraram nenhuma lei, quebraram uma tradição, um hábito que todo
mundo faz no automático de ir pro vestiário e eles fizeram diferente.
Grande parte das piadas, pelo menos das minhas piadas, do meu estilo, pelo menos, de
fazer humor tem a ver com questionar padrão. Eu sempre falava que porra, por que não
fazem um queijo redondo pra comer com pão de hamburger ou fazer um hambúrguer
quadrado pra comer com pão de forma. Há uma disformidade aí das coisas.
E muitas vezes cara, o motivo do hamburger ser redondo e a gente não vê muito
hambúrguer quadrado, deve ter, mas a gente não vê muito. Essa de coisa, ah, não, mas
tem. Uma vez eu fui no Chile, no interior do Chile eu vi. Não. Tem que ter no Walmart aqui,
no Pão de Açúcar aqui de Moema, se não, num vale, tem que tá amplamente pra dizer que
tem, se não, fica um negócio meio perdido assim.
É, talvez o motivo deles fazerem redondo muitas vezes, eles têm um path dependence lá
trás, as primeiras máquinas, tinham alguma questão de redondo e tal e foi ficando, ficando,
ficando e o pessoal do queijo que faz quadrado, eles podem despadronizar, enfim.
Outra coisa que eu fiz um podcast, eu fiz um podcast,

podcast 40, Como cagar corretamente.


Como cagar, cagar, um negócio que a gente, tão importante na nossa vida, que todos nós
fazemos diariamente de preferência e que a gente faz de um jeito que a gente culturalmente,
foi ficando, ficando, ficando e a gente nunca questionou o jeito certo de cagar.
Vê que louco, a gente caga sentado. Quando a gente senta, a gente cria um ângulo reto,
entre a nossa barriga e as pernas, um ângulo reto. E esse ângulo reto ele gera essa dobra
aqui, tá vendo?
Na saída aqui, ele gera um dobra que dificulta a saída, enquanto que se você sentar
acocorado, você não cria um ângulo reto e isso aqui fica, é, não tem essa dobra, essa
curvinha aqui e o negócio sai muito melhor, ou seja, a gente não é pra cagar assim, é pra
cagar assim, oh. O que é uma coisa muito mais natural.
Na história da espécie humana, homo sapiens, durante quantos anos a nossa espécie cagou
acocorado na selva e durante quantos anos a gente cagou na privada. A privada surgiu lá no
final do segundo tempo, grande parte do tempo foi acocorado que é muito mais natural,
muito mais orgânico e natural do corpo mas hoje em dia, isso aqui não é um negócio muito
legal de se fazer, isso pode quebrar, pode dar uma merda.
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Mas hoje em dia tem uma técnica fácil, uma técnica simples que você pode pegar a própria
lixeira do banheiro e botar a lixeira, o pé em cima da lixeira e você já cria uma pequena
simulação de oposição de cócoras.
Algumas pessoas, existe, pra vender no mercado, um negocinho, um apoio de pé,
especifico pra isso, não faz isso aqui não porque pode quebrar, pode dar uma merda aqui.
Outros exemplos de padrões, tradições simples, mas importantes, num é como eu falei,
ganhar a medalha de ouro, nem contar o cérebro, mas são importantes.
Quando minha filha nasceu, a gente vai lá, recebe visitas, aqui, oh, acabou de nascer já tem
fila de visitas, aí o pessoal vai visitar, aqui os post it do pessoal que visitou e isso é um
padrão, sabe, um padrão cultural de visita que eu e minha mulher começamos a questionar.
O quanto é natural, os outros animais, eu lembro que eu tinha um hamster, eu tinha um
monte de hamster na minha casa em Recife e meio que tem uma gaiola a parte pra mãe, pra
quando a bicha tivesse grávida, pra quando a bicha ficasse o cão, ela ficava alterada, porra,
tem um outro bicho dentro de você, você fica alterada, em tudo, você tem isolar a bicha ali
pra num deixar ela e os menino quando nascia também, os bebezinhos, os hamsterzinho,
deixava eles quisto.
Será que é natural esse negócio de a pessoa passou por uma cirurgia ou parto normal, o
bebê acabou de vir no mundo e com 24 horas de vida tem neguinho entrando no quarto e
visitando, sabe? Será que isso é natural, falei pra ela “mô, próxima vez que a gente for ter
filho vamos dar um delay de lição pro mundo. Quando tiver no sexto mês, a gente fala que tá
no quinto, delay, de modo que quando nascer, as pessoas não vai saber e quando vê um
mês já vai ter nascido já, entendeu?” Aí você pode visitar lá em casa.
E eu acho que talvez a tradição mais interessante, mais impactante pra mim, pessoalmente,
que é, a gente questionou, que a gente foi irreverente, foi em relação ao quarto da neném,
que a gente tinha feito um quarto tradicional, tradicional, seguindo as tradições. Que é o quê,
a cama de apoio, é a cômoda, o berço e por aí vai e um belo dia eu tava vendo babá
eletrônica, a minha filha pequenina, ela chorando na cama, em pé, segurando as grades do
berço, meio que balançando um pouco assim e eu fiquei meio que porra, é um macaco, tem
um bicho na jaula ai, será que tá certo ser assim?
As pessoas num nasceram em berço também assim, assim como Deus num fez as pessoas
e falou “nasçam em berços e caguem em privadas”, num foi assim, surgiu muito tempo
depois que surgiu. E comecei a questionar, comecei a pesquisar e recebi umas indicações e
ai abri um novo universo que eles chamam de Quarto Montessoriano que é uma ideia de
Montessori que tem muito a ver com liberdade, autonomia pra criança e a gente reformulou
o quarto totalmente da minha filha, contratei uma aluna nossa, Andressa, que virou

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especialista de Design de Interiores e no método Montessori e a gente redesenhou o quarto,
em que a cama fica no chão, não tem berço, todas as quinas, ao redor entubadas e perigos
pra que a criança possa, se quiser acordar de noite, andar um pouquinho e dormir. E ela não
tá numa jaula, ela entra e sai tranquilamente da cama dela, ela pode daqui a pouco tá num
dia na sala e falar papai, eu vou dormir ou nem falar ou ir andando sozinha.
Pra gente foi muito legal, minha filha adorou, de vez quando a gente olha, de madrugada e
ela tá dormindo no chão, ela dorme no chão, tudo bem, ninguém morre de dormir no chão.
Então, esse é um exemplo também de uma tradição de uma coisa que as pessoas nem
sequer questionam, simplesmente faz. Ninguém nem sequer pergunta como é que vai ser,
hein? Como é que nosso filho vai dormir. A pergunta é onde vamos comprar o berço? A
gente sempre pergunta.
É óbvio que quando eu contei pra algumas pessoas que ia fazer isso, eu ouvi de pessoas da
família um “tá louco, Murilo?”. Sempre tem um tá louco, Murilo? Mas depois que tá lindo,
maravilhoso, aí é “que legal, Murilo”. E eu não tava louco não, na verdade louco é fazer as
coisas do mesmo jeito e esperar resultados diferentes. Como eu falei, sempre tem a tia velha
que diz “sempre foi assim e agora você quer inventar moda, menino?”. Sempre foi assim, aí
você quer inventar moda agora, sempre foi assim e agora você é inventor pra ficar
inventando moda aqui? O negócio sempre foi assim, sempre tem alguém que fala assim,
típico também, lógico.
É, e eu acredito que sempre foi assim, essa justificativa é a pior justificativa do planeta pra
alguma coisa ser feita de um jeito. Ela pode também ser uma justificativa, ela não pode ser a
única, não pode ser a única. Se você disser, não, isso é assim por isso, por isso, por isso e
também porque sempre foi assim, ok. Eu até uso sempre foi assim. Agora, se for só porque
sempre foi assim, merece ser questionado.
Essa coisa de manter as coisas como estão, sempre foi assim me lembra muito aquele trailer
do filme Os Croods, que tem uma parte que o pai fala.
Vídeo.

“O novo é sempre ruim, nunca perca o medo”. Ou seja, vá


sempre nas soluções antigas e velhas, nas tradicionais, não, e seja movido
pelo medo, nunca perca o medo, seja movido pela amídala cerebral.

E pra mim, inspirado naquela frase complicada de Rubem Alves, no começo, a minha frase
complicada pra isso é

“O novo pode ser bom, mas também pode ser ruim. Assim como o
velho pode ser ruim, mas também pode ser bom”.

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É isso, tudo pode ser tudo, não tem, também num é pra ah, não, isso aqui é tradicional,
então não vou fazer não, não, num é isso, você vai questionar e pode concluir que sim, eu
vou manter a tradição. Mas questionando primeiro.
Tem coisas muitas vezes que são valorizadas porque são velhas, por exemplo. Eu falei de
meditação, tem um podcast lá, 75, sobre meditação, muita gente fala assim, “ah meditação
tem que fazer porque é uma coisa antiga, tem que não sei o que”. Não, num é por isso que
tem que fazer, num é porque é antigo que eu tenho que fazer, isso pra mim é um motivo
irrelevante, depois que eu sei os motivos, e além disso, eu descubro que é milenar, eu acho
muito bonito, muito legal, um storytelling, mas assim, não é o why porque é antigo, tem
outros motivos.
Eu fui com a minha mãe pra um encontro de médicos, 45 anos de formados da minha mãe,
ou seja, todo mundo, acima de 70 anos, passei lá 2,3 dias com eles e foi muito legal a
experiência de conversar com tantas pessoas dessa idade ao mesmo tempo. Meu pai tem
mais de 70 e eu converso com ele, mas tantos ao mesmo tempo, durante 2, 3 dias... E o
engraçado é que deu perceber que claramente que é, tem vários tipos de mentalidade mas
eu sempre imagino, um espectro que vai dá meio que rígida pra a mente flexível, a mente
rígida, ancorada no passado, ancorada a flexões e a flexível aberta ao novo, irreverente e eu
vi gente todos esses estágios.
E o interessante que experiência é um negócio massa, a experiência ensina muita coisa, tem
coisas que realmente, hoje em dia, tenho, já tenho mais de 30 e olho pra trás e me vejo 10
anos atrás e como a experiência, as coisas que são a rodagem faz experiência pode ser
traiçoeira quando a experiência domina.
Porque experiência é passado e se ela domina seu jeito de pensar, suas decisões, você está
ancorado ao passado e eu vi lá, alguns são colegas da minha mãe, muitos são do tipo, não,
muito jogando na mesa suas experiências pra justificar que o jeito deles de pensar é o certo.
E eu num sei se é certo ou errado, mas essa cartada usando experiência, ela pode ser muito
perigosa porque ela pode ser traiçoeira e você pode ficar ancorado no passado, no Bloqueio
das Tradições.
Eu acho que as grandes lições erradas, uma única lição é que a gente aprendeu que as
soluções antigas, clássicas, tradicionais são sempre confiáveis. Tradicional, aqui é clássico. E
não, na verdade elas não são sempre confiáveis do jeito positivo, as soluções antiga,
clássicas, tradicionais sempre devem ser questionadas criticamente, sempre devem ser
questionadas criticamente.
A gente no Bloqueio do Gabarito, eu chamei o de Bloqueio do Já sei! Aquela coisa mediante
de um problema, a primeira ideia, ah, já sei e se contenta. E o Bloqueio das Tradições seria o
sempre foi assim que é diferente do já sei porque o sempre foi assim, nem sequer chega no

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já sei, o sempre foi assim é automático mesmo. Porque o já sei num é automático, o já sei
você pensou numa solução, apenas parou na primeira.
O sempre foi assim você nem chegou a pensar nessa porque você automaticamente já fez
aquilo seguindo o modo padrão, você nem percebeu que fez, você nem sequer parou pra
pensar que se tratava de um problema e quando você nem reconhece que é um problema e
sai fazendo você tá dando uma solução automática tradicional.
Tem uma história que é baseada no trabalho científico, mas acabou meio que virando uma
fábula bonitinha, porque, mas é uma fábula que uma grande moral da história interessante.
É a história é um seguinte. Os cara botaram cinco macacos dentro de uma jaula e tinha uma
escada e tinha umas bananas lá em cima da escada. Ai assim que botaram, o primeiro
macaco foi lá, foi logo pegar uma banana e subiu, quando ele subiu os outros quatro que
ficaram, os cientistas meteram um jato d’água na cara deles lá, um jato d’água forte, beleza.
Aí, passou, aí outro macaco quis subir pra pegar a banana, quando ele quis subir pra pegar
a banana os cara meteram outro jato d’água nos que ficaram.
Aí a pouco outro macaco subiu, outro jato d’água na galera. Até que, uma hora, os macacos
não deixaram mais ninguém subir porque encontraram um padrão, de que, oh, neguinho
sobe ali, a gente se fode aqui, então ninguém sobe mais. E aí ninguém mas subia.
Até, eles tiraram um macaco e colocaram um novo macaco, que chegou agora na história. E
esse novo macaco quis o que? Subir, lógico. Quando ele foi subir, ele levou uma porrada, os
cara seguraram ele, não, caralho, subir não, porra, que conversa é essa? A gente se fode
na água aqui e ele não subiu mesmo sem saber porque, ele não sabe porque ele não subiu,
ele só sabe que pô, levei porrada. Ele nunca viu água em lugar nenhum, ele nunca viu água
acontecer.
Aí, eles tiraram um segundo macaco e colocaram um segundo macaco novo que
naturalmente foi subir, os outros não deixaram, inclusive aquele que foi substituído
anteriormente também não deixou porque ele aprendeu que é assim. Até que em certo
momento, todos os macacos da primeira turma foram retirados e tinha cinco macacos
novos e nenhum subia mais. E nenhum deles havia visto água em nenhum momento. Eles
simplesmente entraram ali com essa cultura, tradição de que não é pra subir ali, por que?
Porque sempre foi assim e acabou. E eles não tem a irreverência de quem disse? De
questionar esse padrão, de mudar.
Isso é uma fábula interessante que pode ser aplicada a muitas empresas aí, que algumas
coisas são sempre feitas de um jeito porque sempre foi assim e o cara que resolveu ser
assim, decidiu que ia ser assim, foi lá trás, o cara que criou o teclado QWERTY ou a
carruagem do boi e criou a sua path dependence e o negócio continua sendo feito sem
ninguém questionar porque tá sendo feito assim, porque questionar gasta energia,

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questionar gasta energia. Deixa como tá que economiza energia, o cérebro fica feliz que só.
Lembra que eu falei que a Marta Gabriel tem esse framework, dos 4 P’s, ela é do
marketing, 4 P’s e tal: Pai, Professor, Patrão e Padre. 4 P’s, 4 P’s bloqueadores de
criatividade.
Falamos muito de Pai, de professor em Bloqueios Educacionais. De patrão nos Bloqueios
Mercadológicos, essa história também dos macacos tem a ver com o mercado também.
E o padre eu nem falei, é interessante dizer que religiões, é difícil falar de religião, corre o
risco de generalizar as coisas, mas a maioria das religiões tem dogmas, talvez todas tenham
dogmas, alguns muitos dogmas, outras menos dogmas, outras mais rígidas e tal. E dogmas
é um nome, um novo nome para paradigmas ou tradições. Porque dogmas são regras, leis,
tradições que já muito tempo foram feitas, sempre foi assim e não se questionam, e as
pessoas, sabe qual é o momento que as pessoas são irreverentes? Quando dá uma merda,
quando dá uma merda, aí quando dá uma merda… como falo, crise é um convite forçado a
mudança, tá parado lá, sem questionar nada, aí bateu a crise e começa a questionar as
coisas, ligar por que não ligar a irreverência antes da crise? Ligar questionamento.
Quando teve a peste negra na Europa, milhares e milhares de pessoas morrendo, loucura,
inclusive os líderes religiosos morrendo e quando passou aquilo, foi a crise. Crise não é só
financeira, crise é uma doença, que também vira crise financeira, lógico, também,
econômica. Mas a peste negra foi o monte de grande questionamento das religiões que as
pessoas ficaram assim, porra bicho, até os padres tão morrendo, até os bicho tão morrendo,
como é que é esse negócio de religião, como é que num protege nem os bichos, rapaz?
Todo mundo morrendo de um jeito bizarro, de um jeito que ninguém sabia na época de onde
vinha aquela loucura, qual era a origem daquilo.
Então, a crise é um momento das pessoas questionarem, crise tem um pouco a ver com o P
lá, crise é uma pressão, é um pressãozinha, essa imagem que eu coloquei lá da Peste
Negra, é engraçado como ela é parecida com a imagem da Revolução Industrial, da fábrica,
enfim, tudo meio parecido.
Então, paradigmas, tradições, dogmas, mais ou menos sinônimos e todos merecem um
“Quem disse, papai?”. Quem disse? Que nada verdade isso é pensamento crítico, e
pensamento crítico é uma palavra que ela sofre algum tipo de preconceito.
Igual quando eu falei em brainwriting, é sobre divergência, que divergir virou sinônimo de
briga, PT e PSDB divergiram e tal e divergir não é brigar, é ampliar. É, pensamento crítico,
análise crítica não é falar mal, também criou essa associação que pensamento crítico
também é falar mal, pensamento crítico é advogado do diabo que já chega logo
esculhambado, e tal, num sei o que.
Pensamento crítico não é isso, é você analisar criticamente aquilo e a conclusão pode ser

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positiva, lógico. Um crítico de cinema só fala mal dos filmes? Não, ele analisa criticamente e
após analisar criticamente ele pode concluir que o filme é nota 10, é maravilhoso, é lindo,
assistam, por favor. Pensamento crítico é apenas o pensamento de tentar olhar com o olhar
que não seja um olhar de paisagem, de deixar passar, um olhar de maluco ali, é, tentando ir
fundo naquilo.
É engraçado que o pensamento crítico ele tem associação negativa com desobediência,
com falar mal. O Raul Seixas ele falava que “desobediência é uma virtude necessária à
criatividade”. Eu acho que desobediência não quer dizer que tem que ser desobediente
quer dizer que faz parte, normalmente, do processo criativo, algum momento que você
desobedeceu alguma coisa e próprio Raul desobedecia, sabe como? Olha como ele cagava,
Raul Seixas, papai, cagando acocorado. Nem sei se ele cagava assim ou se era só uma foto
que eu achei, mas enfim, achei engraçado isso.
Então pensamento crítico, eu coloquei em vermelho de propósito, mas vou colocar em verde
pra gente mudar a visão de pensamento crítico que não é um pensamento negativo. É o
humor é extremamente crítico, lógico, o humor porque é olhar pras coisas com uma lupa
diferenciada pra encontrar padrões ali e no caso do humor a gente não quer encontrar
padrões pra poder melhorar, criar inovações, a gente quer encontrar padrões pra poder
sacanear com os padrões, mais ainda e tirar onda mais ainda.
É engraçado que, eu fiz uma série sobre os anos 80 no Comedy Central, série pela internet e
um dos episódios era máquina de escrever. Eu já falei aqui hoje, máquina de escrever em
que eu tive um pensamento crítico, um pensamento crítico sobre a máquina de escrever,
mas um viés positivo de encontrar um cado de coisa massa que tem na máquina de
escrever. Eu vou mostrar só o comecinho aqui, mas vou botar, deixar no coisa citada nos
link.
Vídeo - Máquina de escrever
É interessante, uma visão positiva do por que todo mundo deveria comprar uma máquina de
escrever, que é uma extrapolação cômica já, de olhar criticamente, olhar os padrões e querer
avacalhar as coisas.
Então, o pensamento crítico é o olhar questionador com o viés positivo ou negativo,
questionador, fazendo perguntas e como estamos numa mudança de era,

“muda-se de eras é um momento de oportunidade de questionar”,

é uma brecha, uma fenda, mudança de era é uma fenda que tem no mundo, na
humanidade, uma grande oportunidade de fazer diferente e por isso tanta Start up, tanta
coisa inovação, tanta disrupção, é um momento mudança.
Eu falei lá na Introdução dos Bloqueios Mercadológicos, nas forças a conectividade, a

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automatização, a população e o planeta que tão criando essa mudança. E eu chamei de era
digital, era pós-digital.
Esse nome digital, muitas vezes pode substituir por era da informação. Informação, dígitos,
tá relacionado e um dos grandes problemas da era da informação, inclusive, na Singularity.
Teve um momento lá que todo mundo tinha que subir no palco e falar 3 desafios, problemas
globais que você gostaria de resolver, cada um falava 3 pros outros ficarem falando “porra,
fulano também tá afim disso, legal” e vocês se conectarem.
E os meus foram: Melhorar a qualidade de vida dos idosos; Mudar o formato, modelo
educacional das crianças; e Resolver o Information Overload dos adultos. A sobrecarga de
informação, ou seja, era criança, adulto, idosos. Educação de crianças, excesso de
informação de adultos, como ajudar o nosso cérebro. É... não tá conseguindo, a evolução
biológica dele não acompanha a evolução tecnológica, a tecnologia da informação, e a gente
não consegue lidar, tem dificuldade de lidar.
Então information overload, era uma das coisas porque na era da informação, vai ter
excesso de informação, mas o pior, agora tá tendo misinformation overload que são
informações falsas, que na era da informação, temos muita informação, mas temos
dificuldade em ter certeza da procedência das coisas e aí o pensamento crítico passa a ter
um papel um bilhão de vezes maior, que é você criticar as suas próprias pesquisas e fontes.
Eu fico, eu tô fazendo toda hora, toda hora, tudo que eu estudo, tento encontrar, questionar,
ir mais a fundo, quem disse isso.

Eu tenho um site que chama Coach Investigator, investigador de frases que é um site
que essas frases famosas, elas ficam fazendo meio que uma pesquisa colaborativa
pra ter certeza e dizer “não, essa frase é de Einstein mesmo”. Muito interessante.
A gente tem no Brasil, talvez o maior site do humor no Brasil, seja esse aqui, o
Sensacionalista que é um site de só notícia falsa. E de vez por outra acontece de, o “UOL
publica notícia falsa de ‘Sensacionalista da Venezuela’ como se fosse real”. Um site de
notícias falsas da Venezuela postou um negócio lá e o UOL postou como verdade, depois o
UOL teve que retirar.
O Lindbergh, Senador, é, fez uma crítica à Dória baseada em notícia falsa também do
Sensacionalista. Ou seja, nós temos agora o misinformation, informações erradas nesse
caso, uma brincadeira. Aqui fala o Sensacionalista brinca com o noticiário. O que é brincar?
Brincar é imaginar possibilidades, é ficar brincando com as possibilidades ali e é isso que
eles fazem, fazem sucesso com isso.
Eu lembrei, velho, quando tava fazendo essa aula, que em 2007, eu inventei uma notícia
falsa, aí eu peguei e botei dentro do template do Folha de São Paulo e eu mandei pra uns
amigos meus, olha o e-mail que eu mandei pra uns amigos meus daqui de 2007. E eu criei

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um site, sabe quando você tinha, vou ler aqui, é viagem, olha a primeira notícia falsa:

“Nessa segunda-feira, 7 de maio, a Polícia Federal, através da Operação José


Cuervo, desarticulou uma quadrilha de garotas de 20 a 25 anos que estavam
praticando o golpe da tequila em 5 capitais. Todas as garotas são aspirantes a
modelos e eram contratadas para servir o destilados para frequentar bares e
boates de alto nível das cidades tal e aplicar o golpe. O crime consistia em
abordar homens de forma sedutora e convidá-los para tomar tequila. A grande
maioria topava o convite e seguiam-se várias rodadas da bebida, pagas pelos
homens. Ai o cara comentando ‘Ela era muito bonita, muito sedutora, não pude
recusar o convite, primeira coisa, como recusar uma dessa, depois de muita
tequila e tal, a gente vai sair, mas realmente ela é profissional e eu fiquei bêbado
e ela foi embora’, contando as vítimas e o objetivo da ação era estimular o
consumo da bebida alcoólica que vinha apresentando uma constante queda
nas vendas nos últimos anos, queda associada ao aumento crescente do
preço do produto devido as crises na plantação de agave, que é a planta da
américa central cujo o sumo é destilado para dar origem a bebida.” Então um
crise no consumo, em relação ao preço da plantação. E a indústria acionou as
mulheres para ir às baladas da ir ideia de tomar tequila. “Segundo o delegado
da polícia, Roberto Pires Costa, a quadrilha atuava há 5 anos, ia sendo
investigada”, enfim “as garotas e os envolvidos na indústria estão enquadrados
como formação de quadrilha” e no final tem “especula-se que a indústria de
cloreto de sódio também esteja envolvida”. Do sal, ai vende mais sal da tequila,
enfim. É, isso aqui, os sensacionalistas começaram em 2009, isso aqui eu fiz
em 2007 já, espalhando notícia falsa.
No meu caso era mais escroto porque eu botei o template do site da Folha de São Paulo, aí
é foda e eu mandava por e-mail pros amigos meus e tal. Isso eu tava começando na
comédia na época, enfim, hoje em dia a gente tem que ligar com isso.
Lembra na introdução dos cerebrais eu mostrei aquela música do Korn, que fala sobre
evolução. Eles criaram um documentário falso dizendo que a natureza tava dando uma curva
na evolução, que a gente fudeu a evolução. Um documentário falso, com direito à site,
diretor, trailer, fizeram um trailer, cada vez mais a gente vê isso.
Vídeo Slide 122
Isso ficou tão grande, essas brincadeiras, que a palavra do ano pra 2016, eleita pelo
Dicionário de Oxford. Todo ano tem palavras entrando e a palavra do ano de 2016 foi post
truth, pós verdade porque

“pós verdade é um adjetivo que se relaciona ou denota


circunstâncias nas quais fatos objetivos (ou seja a verdade, os fatos

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objetivos em evidências) tem menos influência (menos) em moldar a
opinião pública do que pela emoção e crenças pessoais”.

É meio que as pessoas quererem, é quando a mentira começa a ter, a gente teve a eleição
de Trump, muitas, as eleições americanas muitas estratégias envolvendo espalhar mentiras,
a história da inglaterra sair da União Europeia, envolveu muitas histórias falsas que circulam e
ninguém quer mais saber qual é a verdade e acaba que a pós verdade é o momento que a
verdade passa a ser o que cada um acha que tem mais cara de verdade, ai fudeu, papai, ai
o bicho pega. Se a verdade virar assim.
Tem um livro, eu não li esse livro ainda, mas já li um livro desse autor, um livro chamado
Mente Organizada dele. Um cara muito bom e agora pouco ele lançou um
livro chamado Como pensar criticamente na Era da Pós verdade.
O cara que é mais importante numa era cheia de, além das tradições culturais que a gente
carrega como o jeito de botar o suco, abrir post it, a gente agora tem que ficar atento
ainda,o pensamento crítico é mais importante ainda na hora de olhar as notícias e as
histórias. A história da humanidade é, também, é um negócio que eu sempre tento fazer
uma pergunta quem disse? Então, por exemplo, lembra a história do Arquimedes lá?
Contei lá no mito do acaso, e tal, como aquele grande desenho animado, vamos rever um
pouquinho em português, só um pouquinho, aquele trechinho das cabecinhas fazendo
“uhum” “uhum” “uhum”, vamos rever?
Vídeo Slide 127
Existe uma teoria, que essa história talvez não ocorreu com uma coroa. Coroa em
português, crown em inglês e em latim, corona. E a quilha de um navio, em inglês é keel, em
grego antigo é korone. Então, tem uma especulação que talvez, Arquimedes existiu, se
Siracura existiu, o Rei Eron existiu, se ele estava lá e tal, mas talvez o desafio dado pelo rei
pra Arquimedes era construir o navio Siracusa, o maior navio do mundo antigo, o Titanic da
época.
E pra construir aquele navio imenso, Arquimedes começou a calcular como fazer caber 2 mil
pessoas, 500 cavalos, uma loucura, cavala assim. E aí, ele começou os estudos, é, e talvez
que levou ao mesmo princípio, o princípio de Arquimedes, do empuxo porque tem a ver com
a quilha e com o tamanho que a quilha gera o equilíbrio com o peso de cima e tal, mas
enfim, o princípio de Arquimedes é o mesmo, mas talvez, pode, ter havido, ao longo da
história, a mistura do corona com com korone e não é uma coroa em si, e sim um navio, que
conecta com máquina de escrever, Corona, na verdade não tem nada a ver, só porque eu
achei engraçado ter uma máquina de escrever escrito, chamado corona, enfim.
Bloqueio das Tradições, lições erradas

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“as soluções antigas, clássicas, tradicionais são sempre confiáveis”,

não, não são sempre confiáveis, elas sempre tem que ser questionadas criticamente,
pensamento crítico.
E engraçado que pensamento crítico, além do viés negativo que existe de achar que
pensamento crítico é só falar mal, também tem o viés de achar que o pensamento crítico é
falar mal e dos outros, externo. É legal lembrar que pensamento crítico ele pode ser positivo
e pode ser também interno, autocrítico, que é você questionar, você mesmo, não também,
ah, pensamento crítico só vai ser positivo, mas só dos outros, não, também olhar pra dentro
e questionar criticamente suas crenças e como você pensa.
Bloqueio das Tradições, se fosse resumir num frase, sempre difícil esse trabalho, resumir
numa frase, eu diria que é

“confira se os seus padrões antigos não estão velhos”.

Lembra daquela diferença de antigos e velhos que a gente colocou. É engraçado que, antes
mesmo de lançar o curso online, a gente tinha criado um grupo de criatividade no Facebook
pra falar sobre criatividade, hoje em dia acabou abandonado, mudei pro GunCast, mas eu
me lembro que a gente criou esse topo aqui, Grupo de Criatividade e logo quando a gente
criou, oh, foi abril de 2014 e maio a gente criou a primeira turma do curso, ah não, foi em
2015 que foi iniciar o curso, foi antes da Singularity, olha o que ele colocou, “utilizar o
desenho de uma lâmpada em uma imagem sobre criatividade é criativo?”
Cara, isso ficou na minha cabeça, bicho. Interessante, realmente, que isso aqui é um padrão
antigo que talvez ficou velho também. Uma lâmpada incandescente, o conceito de luz
significar criatividade faz muito sentido, uma idea criativa é uma luz, tanto que chama
iluminação. Mas luz hoje em dia, a referência é isso? É engraçado que naquele desenho
português de Arquimedes, na hora da iluminação o que aparece? Uma vela, que era o
padrão mais antigo ainda, a vela virou incandescente e hoje em dia, quando for simbolizar
luz, a gente tem que por um LED, um LED solar, propaganda aqui do meu amigo, padrinho
da minha filha, ECOFORCE que ele tem uma empresa de luz solar, agora a luz tem que ser
uma luz LED solar, que esse é o novo padrão.
Bem, pra essa aula eu quero deixar um exercício. É um exercício interessante, eu chamo de
provérbios que atrasam o mundo. Eu queria colocar Provérbios que fodem o mundo, mas
escrito é meio feio, então quando eu vou escrever atrasam, mas vou falar fodem o mundo
porque eu acho mais chocante, assim.

O que são provérbios? P.f. – popularmente falando – um provérbio é


uma frase que durou no tempo, é uma frase que talvez foi verdade em

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algum contexto de local e de época e que ficou famosa, ficou pop, ficou
bonitinha, é chique e foi ficando, foi ficando, foi ficando. O contexto mudou,
o ambiente mudou, as condições mudaram e as pessoas continuam se
ancorado nessas frases antigas e muitas delas estão velhas, não
necessariamente todas, mas muitas estão velhas.

Se tiver apenas antiga, bom, mas muitas estão velhas, tipo

“time que está ganhando não se mexe”.

Quem disse? Quem disse que não se mexe? Talvez, por isso que grandes empresas da
vida como a
Kodak, a
Blackberry
quebrou porque tava lá ganhando, tava bem. Tem que se mexer enquanto tá ganhando,
rapaz, enquanto você tá ganhando você tá com energia, tá com capital, tá com disposição,
tá com pilha e você muda enquanto tá ganhando pra não ter que mudar no desespero, na
loucura, num ficar perdendo e de repente, nem tem chance de mudar mais. Mas, muita
gente toma decisões se ancorando nisso. Não, você nunca viu o provérbio?

“Em time que tá ganhando não se mexe, como sou esperto, hahaha”.

“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”,

Raul falou, a desobediência é necessária, não é toda hora, mas em algum momento, toda
inovação, todo jeito diferente, quando eu falo em desobediência não é só, oh, uma coisa
grotesca você desobediência em vez de tirar o post it assim, tirar assim, to desobedecendo,
é uma desobediência. Imagina se a filha lá do papai Crood fosse ser obediente, não teria
evoluído, se ela ouvisse, se ela fosse 100% obediente nas premissas do pai.

“É melhor um pássaro na mão do que dois voando”,

... pássaro é bom voando, né não? Pássaro na mão, pássaro conceito dele é voar, se for na
mão, se for um pombo correio? Pombo correio na mão é uma bosta, bom é pombo correio
voando mesmo, mané mão. E é uma frase usada muito para ancorar não mudar, não, eu tô
aqui garantido, não vamos trocar o certo pelo duvidoso não, porque melhor um pássaro na
mão do que dois voando, então, usa como muleta.
Então eu queria propor um exercício: Quem disse? Clica aqui embaixo e faz o exercício,
pensa em algum provérbio, pode ser, pode fazer várias vezes se quiser. Pensa em provérbios
clássicos, muito utilizados e questiona: Quem disse isso? Por que assim? E tenta fazer uma

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crítica, um pensamento crítico, que você pode até criticar e dizer, opa, esse é legal. Apesar
de que eu eu pedi provérbios que atrasem o mundo, nesse caso é pra analisar criticamente
e só postar os que dão merda, tá bom? E aí a gente vai criar uma coletânea de provérbios, a
gente pode ou tentar criar uma variação do provérbio mais atualizada ou simplesmente o
porquê daquilo que ele prega, que não faz mais sentido.
Pra finalizar essa aula, a música dessa aula, é uma música especial pra mim, foi uma música
do meu casamento, da minha valsa de casamento, eu coloquei essa música que é de um
comediante ameri… australiano, Tim Minchin, maravilhoso, o cara é o maior gênio, gênio,
gênio ao extremo esse cara, eu amo esse caro, Tim Minchin.
É uma música que chama

White Wine in the Sun,


vinho branco ao sol e tem. É uma música sobre natal, mas é uma crítica ao natal, mas é uma
crítica linda, tão linda que essa música, já foi colocada em CD de Natal, CD de Natal de
verdade, mas na verdade ela fala mal do Natal mas fala bem também. Ela critica uma parte,
mas também critica, critica e condena uma parte, mas também crítica e aprova uma outra
parte do natal e tem uma parte da música que ele fala assim

“eu não ligo, I don’t go for ancient wisdom, eu não ligo para a
sabedoria antiga, I don’t believe just ‘cause idea are tenacious ir means that
they’re worthy, Eu não creio que só porque ideias são resistentes ao tempo
quer dizer que elas sejam válidas”.

Questionar a lição, não é porque, ah, é antigo então é bom, não, ah faço meditação porque
é antigo. Não, não é porque é antigo, tem outros motivos pra se fazer. Então, não é só
porque as ideias resistem ao tempo que elas são 100% absolvidas. Então escuta aí, White
Wine in the sun, Tim Mitchell.

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Bloqueio da Lógica
Bloqueio da Lógica, penúltimo bloqueio do curso. A gente tá fechando os bloqueios
cerebrais, que como eu já recapitulei no Bloqueio das Tradições, a gente falou que o cérebro
é um gestor de energia e que criar soluções inovadoras gasta muita energia - enquanto que
usar soluções já conhecidas economiza energia. Paradoxalmente, o cérebro não gosta de
pensar criativamente porque ele é obcecado em padrões. Vários tipos de padrões: padrões
antigos, como a gente viu, e agora vamos falar dos padrões lógicos.
A gente viu no Bloqueio das Tradições (que é o bloqueio do sempre foi assim) e é
interessante destacar que o “foi” é um verbo no passado porque o Bloqueio das Tradições
tem muito a ver com as tradições que ocorreram no passado, com os padrões antigos,
afinal, uma coisa é considerada tradicional quando ela tá ancorada no passado.
O passado é um palavra chave, portanto, do Bloqueio das Tradições e agora no Bloqueio da
Lógica a palavra chave é futuro. A palavra chave é futuro. Eu queria explicar isso no flipchart,
é um seguinte...
Então, vamos lá, dado um problema, que obviamente, a essa altura, todo mundo já entende
que problema não é só uma coisa negativa, mas qualquer coisa que demanda solução,
desafio, oportunidade, necessidade.
Dado um problema, como nós somos obcecado com padrões, é a primeira coisa, a primeira
pergunta que nós fazemos é se existe solução para esse problema no nosso banco de
dados. Isso é uma pergunta ímpar que pode ter como resposta sim ou não.
Então, se sim, existe no banco de dados uma solução para esse
problema, a tendência no nosso cérebro pra poupar energia é mandar
ordem de então, repetir. Repita, essa solução porque pra esse
problema, já tem uma solução no banco de dados.

"Cérebro não gosta de pensar criativamente!"

A gente viu no Bloqueio das Tradições que isso aqui tem que ficar atento, é necessário, aqui
jogar um pensamento crítico e não ir automaticamente repetindo só porque foi assim, ou
seja, questionar se de fato deve repetir.
Agora e quando não existe, portanto aqui, tá no passado, acessar o passado, tá no banco
de dados, mas quando não existe no banco de dados, se não tem no seu banco de dados,
no seu repertório solução pra aquele problema.
Aí nesse caso é necessário construir um solução, é necessário você construir uma solução.

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CÉREBRO GESTOR DE ENERGIA

E o que acontece na hora de construir uma solução é que para também poupar energia, já
que ele não pode buscar padrões do passado antigo, o cérebro busca padrões lógicos, ele
busca construir essa nova solução usando o lógico porque temos que ser lógicos, somos
lógicos, é a lógica que nos faz evoluir, a gente aprendeu que temos que fazer as
logicamente. Então, a tendência é construir com lógica. Aí, é que começa o problema. Qual
é o problema? Voltamos pra cá.
O problema de construir logicamente é que sabe quem é muito bom, bom em construir
coisas logicamente? A máquina, os computadores. Quando se fala em concatenar as coisas
com a lógica, eles são bom demais. Tanto que em atividades extremamente lógicas como
xadrez, o homem foi superado pela máquina porque é um jogo totalmente conectado
logicamente às coisas.

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A gente viu lá no Mito do Artista, lembra? Que tem dois tipos de problema. Basicamente, os
problemas que o computador consegue resolver e os que o computador não consegue
resolver que eu chamei de problemas estruturados, lineares, programáveis – ELP. Eles
conseguem resolver e os não estruturados, não lineares, não programáveis.
Em ambos os casos, quando a gente depara com um problema, igual o computador, a
gente analisa os dados do problema, a gente consulta o banco de dados. O computador
também e a gente processa logicamente esses dados, existindo ou não.
Só que tem um pequeno detalhe que a gente aqui faz a mais que o computador que é a
imaginação. A possibilidade de imaginar, criar imagens e a imaginação ela é ilógica. A
imaginação, ela é infinita, ela tem casas infinitas, ela não tem errado, ela é capaz de tudo.
Tem um frase maravilhosa de Einstein que resume bem, diz que

“a lógica vai te levar de A para Z e a imaginação vai te levar pra


qualquer lugar”.

A lógica contracena do A pro B, do B pro C, do C pro D. Mas essa co-alternação a máquina,


puff, consegue processar muito mais rápido que a gente. Já a imaginação ela te leva pra
qualquer lugar.
No Bloqueio do Ocupado, lembra que eu falei sobre que o insight é um salto de hora? Um
insight ele é um salto de lógica, a lógica não dá saltos, a lógica vai de um passo para outro
de forma linear, rápida, o computador consegue ser rápido, mas linear. Enquanto que a
imaginação ela consegue dar saltos de lógica, um insight que ele não segue uma ordem
lógica, ele dá um salto de longe.
Eu fiz uma brincadeira no Excel. O Excel é um software extremamente lógico né, e eu fiz uma
brincadeira interessante para mostrar como o computador é obcecadamente lógico e que a
nossa imaginação e a nossa capacidade de abstrair de seres lógicos nos diferencia dele.
Vídeo Slide 24
Portanto, o oitavo bloqueio, é o Bloqueio da Lógica. Nós crescemos ouvindo que lógica é
bom, que lógica é tudo, que se uma coisa é lógica ela é positiva e que temos que ser lógicos
e quem foi que contou essa história pra gente?
Já faz alguns séculos, tem uns 500 anos que o pai da filosofia e da matemática moderna,
René Descartes, um cara fantástico, gênio que inovou em várias áreas, um cara que fez a
combinatividade da álgebra com a geometria e criando a geometria análitica.
E ele fez várias coisas incríveis, mas ele também implantou uma semente, principalmente no
mundo ocidental, uma semente que teve algumas repercussões não tanto positivas, né. Teve
essa visão dualista dele, dualismo cartesiano que separa a mente do corpo, como se fossem
coisas extremamente separadas. A visão também mecanicista dele do corpo.
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Mas a principal herança que Descartes deixou no mundo talvez tenha sido uma frase, mais
famosa de todas as frases de filósofos da humanidade pelo menos, assim, ocidental que é o

“penso, logo existo”.

Que trouxe pro mundo uma extrema valorização do pensamento, a


mente como sendo o dominante, que na verdade a gente existe antes de
pensar e não que a gente precisa pensar pra existir.

A Tânia Mujica, ela fala muito sobre isso, como a gente tem que separar a mente de nós
mesmo. Nós somos algo acima da mente, a gente é capaz até de ver os nossos
pensamentos se a gente conseguir dar zoom out maior. E inclusive, existe um livro chamado
O erro de Descartes que mostra como Descartes criou esse dualismo.
Lembra que eu falei na aula Start essa coisa do bem e do mal?
Descartes tem uma grande influência nisso, tenta implantar essa coisa
de emoção versus razão, de mente versus corpos, esse dualismo né.
Tanto que ele criou as Coordenadas Cartesianas. Tanto que quando alguém faz algo lógico,
totalmente racional, essa pessoa tá sendo cartesiana, por causa de Descartes e a 500 anos
atrás esse pensamento se impregnou na sociedade ocidental, essa hipervalorização do
pensamento, da razão e da lógica.
É interessante porque nem sempre foi assim. O mundo não começou agora, 500 anos atrás.
Muito antes de Descartes, 2 mil anos antes dele, ou seja, 2.500 anos antes de hoje em dia,
surgiu o pai da criatividade, o primeiro professor de criatividade da história da humanidade,
Heráclito de Éfeso. Um cara extremamente complexo, paradoxical, ele é pré socrático.
E tem um livro, do Roger Von Oech,
que eu falei dele em outras aulas, um livro só extraindo os ensinamento de Heráclito, uma
ferramenta de Criatividade baseada na ancestral sabedoria de Heráclito.
Heráclito que 2.500 anos atrás, 2 mil antes de cristo, e ele falava coisas como

“uma maravilhosa harmonia é criada quando juntamos o


aparentemente desconexo”.

Tem muito a ver com o que eu falo no Bloqueio do Adulto, a necessidade da gente fazer
combinações, aparentemente não combináveis e como essas aparentemente incombináveis
ilógicas podem ficar harmônicas enquanto a gente acha que as coisas perfeitamente
encaixam, fazem sentido.
Heráclito também dizia

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“a oposição traz benefício” “o conflito é o pai de todas as coisas”.

Ele sempre tinha essa pegada meio paradoxal, meio o oposto da racionalidade, a visão
contraditória das coisas.

“Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio. Tudo flui”.

Muito conectado até com as Habilidades do Futuro. As coisas mudam, o mundo hoje é
sempre diferente do mundo ontem. Assim, como um rio hoje é diferente do rio de amanhã,
porque são outras águas, o rio fluiu, flow, levou tudo pra lá.
É engraçado porque eu visitei na Túrquia, a cidade de Heráclito, Éfeso. Eu aqui bebendo
uma cerveja Éfisis em Éfeso. Conheci lá a biblioteca que Heráclito estudava e a parte que
mais me emocionou a privada que ele cagava. A privada que Heráclito cagava, lá os
banheiros públicos de Éfeso.
Engraçado que lá em Éfeso tem umas coisas bem criativas, talvez foi ideia que ele deu lá.
Por exemplo, essa estátua aqui sem cabeça, ela é sem cabeça porque os cabra lá já tiveram
a ideia de sempre que trocar o governante, troca só a cabeça que o resto é igual.
Otimização da parada, trocou de governante, troca de cabeça, bota lá e o corpo tudo igual,
as roupas são tudo iguais.
Outra coisa criativa é essa pegada aqui. Dizem que foi a primeira publicidade da história. É
uma pegada que simbolizava a direção do puteiro. Puteiro que tinha em Éfeso, isso ficou
conhecido com a primeira propaganda na história da humanidade.
É interessante que nessa mesma época, muito antes de Descartes vir com o racionalismo e
visão cartesiana, contemporâneo, a Heráclito só que lá no oriente, existia o grande Lao Tsé
que é cheio de nome, Lao Tsé, Lao Tze, Lao Tseu, Lao Tzi, Lao Zi, Lao caralho a quatro que
ele falava

“aprenda a ver as coisas de trás para diante, de dentro para fora e de


cabeça para baixo”.

Ou seja, um outro cara, do mundo oriental de 2.500 anos atrás, já pregava essa visão não
racional, não lógica, extremamente ilógica, olhar de cabeça pra baixo, inverter de trás pra
frente e por aí vai.
E também contemporâneo, o velho Confúcio. Que antigamente eu achava que Confúcio
não existia. Eu achava que quando o cara não sabia de quem era a frase, ele botava lá
Confúcio, meio que tô confuso, bota na conta do Confúcio.
Mas, ele foi um dos filósofos que é a base da filosofia oriental é Confúcio, é Lao Tsé. E

“o que destrói a criatividade é o senso do ridículo”.

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Lá trás ele já falava isso, então, esses cara, a 2.500 anos atrás, pregavam a criatividade, o
pensamento paradoxal, ilógico e isso virou a base das sociedade por muito tempo até vir
Descartes e trazer essa racionalidade, esse racionalismo, essa logicidade extrema,
exagerada que tomou conta do nosso jeito de pensar.
Eu queria só abrir um parênteses porque eu tô falando muito de história aqui. Realmente eu
venho muito interessado em estudar história e é engraçado a quantidade de literatura de
livros lançados de história, de best seller e todos eles tem uma coisa em comum, eles
combinaram a história com um jeito fun, um jeito legal, cool, um jeito interessante de contar
a história.
Um dos maiores best sellers de história do Brasil, são de Laurentino, que são todos a
história contada de um jeito legal. Vê o subtítulo:

“Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta,


enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil.”

1889 - Laurentino Gomes


1822 - Laurentino Gomes
Eu queria falar sobre isso sabe por quê? Cara, a gente sempre ouve falar que a melhor forma
de engajar as pessoas a ouvir alguma coisa é com histórias, é o storytelling.
As pessoas se engajam, se conectam, o ser humano é acostumado a ouvir histórias desde
que ele começou a existir e tal. E não existe storytelling e história mais maravilhosa que a
história real da humanidade, uma história cheia de heróis, cheia de heróis, cheia de vilões,
cheia de gente louca, cheia de reviravoltas, cheia de coisas legais.
E infelizmente, na história do colégio, essa história da humanidade que é o storytelling mais
incrível do mundo, eles conseguiram transformar em chata. Conseguiram transformar o
maior storytelling que existe, o mais verdadeiro, numa história que não interessa às pessoas.
Que a gente, a maioria claro, não todos, mas das crianças, adolescentes consideram as
aulas de história um saco porque faltou esse toque de fun, que não é contar piada, é só ser
não chato.
Não ser tão chato no mundo hoje em dia já é um grande diferencial. E essa sacada do
Laurentino, depois ele teve outro livro,

“como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco


por dinheiro ajudaram Dom Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo
pra dar errado”.

Ou seja, subtítulos que parecem escritos por um humorista né, depois lançou a trilogia
“Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado
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contribuíram para o fim da monarquia e proclamação da república. Ele contou a
história da independência, a história da proclamação, a história da vinda da corte pro Brasil,
só que de um jeito legal, explorando os personagens verdadeiros da história que são
incríveis.
E isso é uma sacada que vai além de livro, vai pra qualquer coisa tipo de produto, serviço,
negócio, online, offline, você pode adicionar essa camada de não chatice. E isso é um
grande diferencial.
Aí tem várias coisas, né. Tem essa série História do mundo sem essas partes chatas; História
da psicologia sem essas partes chatas; História da literatura sem as partes chatas; História
do sexo sem as partes chatas.
As pessoas conseguem, infelizmente, conseguiram transformar a história de tudo em
chatices e agora tem uma grande demanda de sucesso né, best sellers, mostrando que o
mundo quer as coisas menos chatas.
Nós viramos adultos demais, cartesianos demais, lógicos demais e agora o que diferencia, o
que diferencia é essa porre de menos chatice.
Aí o Leandro Narloch,
Guia politicamente correto do Brasil,
da América Latina,
do Mundo
na mesma pegada e não só os livros de história tiveram essa sacada.
Eu tô numa fase de história atualmente, mas, há um tempo atrás, quando eu começava na
comédia, a minha piração era uns livros de economia que trouxeram esse olhar interessante,
curioso, diferente, né.
E o mais famoso deles é
Freakonomics: O Lado Oculto e Inesperado de Tudo que nos Afeta
que abriu um novo segmento editorial de livrosde economia de um jeito diferente, né. É, o
lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta, prepare-se para ser confundido. A cara de
Heráclito isso né, prepare-se para ser confundido, aqueles epigramas dele. E o freakonomics
abriu um novo universo.
Esse livro aqui também, eu tenho,
Mais sexo é sexo mais seguro.
Como assim mais sexo é sexo mais seguro? Porque a lógica é dizer que mais sexo aumenta
chance de transmissores de doença e tal. E ele mostra um outro olhar sobre isso.
É engraçado que todos esses quase tem a palavra lógica a lógica econômica, mas na

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verdade, quando ele fala lógica econômica é uma ilogicidade, mostrando como a economia
tem uma lógica que muitas vezes difere do inconsciente coletivo padrão e vira uma
ilogicidade perante o padrão das pessoas. Aqui, oh, “adorei esse livro” - autor de
freakonomics, já foi na pegada.
Teve um brasileiro também, Carlos Eduardo,
Economia sem Truques, a versão verde e amarela de freakonomics.
Todos livros muito legais, aí vem Tim Marford, O Economista Clandestino,
A lógica da vida.
Eu descobri esse autor aqui hispânico também com essa abordagem e fecha parênteses.
Só queria falar sobre esse universo de livros de história e economia que tiveram a sacada de
adicionar esse pouco de fun e mostrar o lado ilógico de coisas normais na nossa vida.
Voltando lá nos cabra, a Lao Tsé, Heráclito, Confúcio, sabe o que esses três caras têm em
comum? Esses três caras foram grandes frasistas. Praticamente tudo que sobrou deles foi
frases, frases que despertam.
Em outras palavras, esses caras eram grandes Twitteiros. Eles eram Twitteiros da época.
Eles deixaram um monte de quotes com 140 caracteres.
E eu queria falar do Twitter uma coisa interessante que ele surgiu, a ideia, já parou pra
pensar, a ideia de um blog com uma restrição uma caracteres, ou seja, só pode escrever
140 caracteres e acabou, não pode escrever mais.
Num mundo que as pessoas escreviam blogs infinitos, parece uma ideia bosta, eles foram
muitos motivados pelo sms que já tinha essa restrição de 140 caracteres e eles queria que
as pessoas pudessem Twittar via sms. Agora se alguém chegasse pra mim, pra mim talvez
não, mas pras pessoas do mundo dentro da caixa e falasse “oh, velho, tô com uma ideia um
seguinte. Minha ideia é um seguinte, papai, minha ideia, os blog tão bambam ai, essa
história de blog e tal, vamos fazer um negócio, cara só pode escrever uma frase e acabou”.
Concorda, que é, a primeira pessoa que falou: vamos fazer isso, concorda que esse cara
ouviu um tá louco? Porque concorda que a princípio não faz sentido escrever 140, não tem
lógica de fazer isso acontecer. E foi um sucesso, mesmo a princípio não tendo lógica.

Tem uma história muito incrível de um incêndio que aconteceu nos Estados
Unidos, em 49. Conhecido como Mann Gulch Fire que foi um incêndio, no
meio da floresta, um incêndio e alta proporção, um incêndio gigante e aí a
equipe de bombeiros florestais dos Estados Unidos, ainda tava pequeno
quando eles chegaram, vieram de helicóptero, pousaram aqui, esse aqui era o
perímetro inicial do incêndio, mas na verdade depois ele acabou pegando uma

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área gigante, foi uma das maiores catástrofes naturais da história dos Estados
Unidos.
Interessante foi quando os cara pousaram, o negócio tava pequeno ainda,
eram 15/16 bombeiros, pousaram de paraquedas, ainda tava pequeno, mas
ocorreu uma mudança do vento e o fogo se alastrou pra uma outra área e
pegou uma área de novas plantas e tal e virou uma coisa exponencialmente
maior que eles não previam e acabou que dos 16, 15 morreram e só um
sobreviveu.
Sabe como esse cara sobreviveu? A reação lógica perante um fogo
descontrolado, qual é? Correr, lógico, correr, tentar fugir, se esconder na
caverna, sei lá, fazer alguma coisa. E o cara que se salvou, era um cara jovem,
ele fez uma coisa extremamente, aparentemente ilógica. Ele sacou do bolso um
palito de fósforo e tocou fogo. No meio do incêndio, ele acendeu fogo, pra
que?
Ele percebeu que não dava pra você fugir, o fogo seria mais rápido, iria pegar
uma hora. E ele percebeu que o fogo se alastra através de coisas para serem
queimadas. Quando ele levantou o fogo na mata onde ele tava e viu a direção
do vento, aquele fogo se alastrou pra lá, queimou uma grande área e ele ficou
no meiozinho dessa grande área queimada. Ou seja, ele havia aberto um vão
sem árvores, sem coisas pra queimar dentro do incêndio, de modo que quando
o fogão veio, contornou a área dele, afinal, não havia nada mais para queimar.
A estratégia dele pra se livrar do fogo, pra se livrar do incêndio foi criar um
incêndio.
Uma coisa extremamente ilógica que com certeza ele não teve tempo de fazer
o brainwriting, pegar um post it e fazer um brainwriting de ideias, mas que ele
intuitivamente teve essa sacada, fez e salvou a vida dele e ficou famoso.
Com certeza, diz, contou a história que ele gritou pros outros “venham pra cá, venham pra
cá” e quando viram ele tacando fogo no meio do incêndio, que que eles pensaram, tá louco?
Isso não faz sentido, isso não tem lógica você fazer isso.
É interessante quando eu falei aqui da imaginação, que é o que diferencia a gente das
máquinas, capacidade de imaginar. Existe uma outra palavrinha, importante falar, que eu falei
agora, vê se vocês captaram a mensagem que eu tava falando do cara do incêndio lá que é
a intuição.
Eu falei que com certeza ele não fez um brainwriting na hora com post it, que é uma coisa
lógica, um brainwriting é uma coisa racional. Na verdade ele teve uma intuição, ele teve um
feeling, uma sensação que trouxe aquela ideia, ele executou, e fez acontecer. E intuição é
algo muito pouco falado e valorizado, principalmente no mundo ocidental que foi
contaminado pelo penso logo existo que deveria ser complementado com o penso e intuo,

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logo existo.
Intuição é um negócio muito poderoso que não pode ser desprezado e que normalmente é
desprezado, sabe por que? Porque a intuição, ela não faz sentido e ela não precisa fazer
sentido, ela não precisa ter lógica, porque as duas ideias, elas adquirem lógica quando elas
passam pra mente racional, a mente racional julga, avalia e diz não, você é legal.
A intuição é aquela voz que vem e que realmente é sem sentido e que a gente precisa
aprender a ouvir. Não signifca que a gente tem que sempre obedecê-la, a gente tem que
sempre ouví-la. E aí, a gente pode analisá-la, não pode sempre fazer juízo de valor
extremamente racionais porque se você fizer sempre isso, você sempre vai condenar a
intuição porque ela nunca é racional, se não, ela não é intuição.
Tem muitos livros legais sobre isso, esse livro aqui:
Intuition: Awakening Your Inner Guide - Judee Gee
Aqui no começo ele fala que

“intuição é uma misteriosa e poderosa habilidade que todo mundo


tem e que pode ser desenvolvida, a gente nasce com ela (parece o que eu
falei) é uma habilidade inata que existe, mas por nossa decisão, a gente
pode ignorá-la ou seguir, a gente pode negligenciá-la ou desenvolvê-la”.

E a intuição, é, como criatividade, é uma espécie de músculo, entre aspas, que se a gente
sempre ignora, nunca ouve, sempre deixa pra lá, a gente não se familiariza com ela e não
entende como ela funciona.
Se você passa a ouví-la, passa a conseguí-la, você começa a se entender com ela, entender
que ela nem sempre é certa, ela também erra, mas quanto mais você aceitá-la e ouví-la,
aumenta cada vez mais sua chance de colocar em prática de forma positiva. E a intuição é
poderosa porque ela é um salto de lógica e isso, o computador, o IBM Watson não
consegue fazer.
O Osho também tem um livro Intuição, o saber além da lógica,
muito interessante esse trechinho do livro que é meio poético, que ele diz quando o corpo
funciona espontaneamente, isso é chamado instituto, instituto de reação, mediante do
perigo, mediante de alguma coisa, quando a alma funciona espontaneamente, isso é
chamado intuição. Eles são parecidos, mas diferentes, o instinto a ver com o corpo e a
intuição tem a ver com alma e entre os dois existe a mente, o pensamento que nunca
funciona espontaneamente, a mente não é espontânea, a mente que é cheia de
conhecimento, o conhecimento nunca é espontâneo e ele fala que o instinto ele é mais
profundo que o intelecto e a intuição ela é maior que o intelecto.

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A parte não consciente é muito maior que a parte consciente e a gente nunca aprendeu a
silenciar a mente. Tem muito a ver com meditação isso, pra poder ter acesso a essa outra
parte e também é, ouvir esse sussurro, whisper que é a intuição falando.
Eu encontrei, recentemente, um livro maravilhoso, esse livro aqui Intuição do Luciano Bivar,
um livro que eu diria que ele é nota 8 e que pra mim ele foi nota 9,5, pelo contexto. Eu
conheço o Luciano Bivar, ele é pai de alguns amigos meus no Recife, ele já foi Deputado
Federal, já foi candidato a Presidente da República, já foi candidato a presidente, há uns 10
anos atrás, foi presidente do Sport que é meu time em Recife e é pai de amigos meus, sou
amigo demais da família dele.
Enfim, fiquei muito curioso, Luciano Bivar, um grande empresário do ramo do seguro falando
sobre
Intuição, a terceira mente.
E eu cheguei a ver uma coisa muito interessante, como eu falei, principalmente, por
conhecer a história por trás. Novamente, o poder da história, pra qualquer um esse livro é
uma coisa, pra mim, que tem um contexto maior, ele já tem outra visão.
O livro começa bem interessante, oh, a filosofia nos ensina que a intuição é o ponto de
partida do conhecimento, a possibilidade de invenção, da descoberta, das grandes
conquistas.
A intuição é um pensamento puro e real porque ele é feito sem intermediários. O
pensamento é um intermediário, um pensamento que julga e a intuição é sem intermediários.
Um pensamento presente no espírito, enquanto o racional é discursivo, a intuição é real
e dói na carne e como uma martelada. O racional é discursivo, a gente converte o racional
em palavras e só convertendo em palavras já um grande, um grande filtro de linguagem.
O penso, logo existo, se o pensamento é convertido em linguagem e a gente existiu muito
antes da linguagem, quer dizer que a gente existiu antes do pensar.
E aí, uma parte que achei legal o insofismável é que ela existe. Ou seja, não dá pra criar
um sofismo, ou seja, sofismo é um lógica que induz ao erro, não dá pra argumentar que não
existe, ela existe e acabou.
É, eu vi um cara falando sobre Lao Tsé, falando que ele abandonou a Corte Imperial e
retirou-se como eremita para a floresta, onde viveu a segunda metade de sua longa vida,
estudando, meditando, auscultando a voz silenciosa da intuição. Achei legal esse ver
auscultando, sabe o que que é auscultar? Auscultar é esse negócio aqui.
Isso aqui é auscultar e eu achei genial esse verbo pra falar de intuição porque
metaforicamente falando, a intuição é aquilo que vem do coração e não da mente racional.
Meu grande parceiro, Gabriel Goffi, e todo mundo que me acompanha, eu falo muito dele,

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nós somos muito amigos aqui, amigos inclusive de cabelo aqui, o the coks, é, e… O Goffi no
Moving Up, o curso dele, um curso de autoperformance, ele aborda oito módulos:
Rituais,
inteligência emocional, i
novação e criatividade,
produtividade,
relacionamentos, a arma secreta do high stakes, daqui a pouco eu falo qual é, biohacking,
sobre hackear biologia e uma única pergunta que pode mudar a sua vida.

Sabe qual é a arma secreta do high stakes? O poder da intuição, ele


fala muito sobre isso, tem um frase de Napoleon Hill que ele coloca que é o
gênio é homem que descobriu como aumentar a intensidade do
pensamento a ponto onde ele pode livremente se comunicar com fontes
de conhecimento que não estão disponíveis através de pensamentos
comuns. Ou seja, essa fonte de conhecimento que vem do coração que é
a intuição.

Cara, intuição é um assunto falado por todos os grandes picas da humanidade. O próprio
Jobs,

tenha coragem de seguir o que seu coração e sua intuição dizem.


Eles já sabem o que você realmente deseja. Todo o resto é secundário.

É engraçado que a gente fala intuição, como eu já falei muito, a gente é muito moldado pelo
medo, pela amígdala comandando. A gente sempre pensa na intuição como aquela vozinha
pra evitar a gente fazer alguma coisa. Sempre que falam da intuição, meio que a intuição da
amígdala, num é “ai, to com uma intuição que é melhor eu não entrar nesse avião, que é
melhor eu não ir nesse lugar hoje”, sempre com uma visão de medo.
E a gente obedece essa intuição, essa do medo porque a gente é acostumado a ser guiado
pelo medo, mas não obedece aquela intuição criadora, aquela intuição construtiva, aquela
intuição louca.
Isso aqui interessante, Jobs, ele rodou o mundo, ele fez uns retiros em países orientais. E ele
falou que no interior da Índia, é, as pessoas não usam o intelecto, a mente, como a gente
faz, eles usam mais a intuição e a intuição é muito mais desenvolvida que o resto do mundo,
a intuição é uma coisa poderosa, mais poderosa do mundo na minha opinião.
E ele fala um seguinte que o mundo ocidental com o pensamento racional,

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"o pensamento racional do mundo ocidental não é um característica
humana inata, é uma coisa que a gente aprendeu,”

foi a grande conquista do mundo ocidental, yeah, porra, racionalismo. E as vilas da indía,
eles nunca aprenderam isso, eles nunca aprenderam, ninguém falou pra eles sobre
racionalidade. Descartes não chegou neles e eles aprenderam uma outra coisa, aprenderam,
foram modelados a forma de pensar, que

“tem uma coisa muito mais valiosa e essa coisa é a intuição, a


sabedoria que vem da intuição."

É, eu falei muito de Jobs nesse curso. Falei lá do Iphone da combinatividade, lembra? Com a
combinatividade do aparelho MP3 e tal, mas é importante lembrar que, o que trouxe Jobs
nessa segunda geração dele na Apple, primeira coisa que fez ele bombar não foi o Iphone foi
o iPod. O iPod que também surgiu de uma combinatividade, já existia o walkman, já existia
tela display, já existia HD, ele apenas juntou tudo num dispositivo.
E a história do iPod é interessante, porque começou em 2001, cabia mil músicas, uau, mil,
que revolução! O Walkman era só um cdzinho, um cacete. De repente mil músicas, no seu
bolso, pra você poder escolher a que você quiser. Aí em 2002, 4 mil música, boom, 4 mil
opções. Em 2003, 7.500 músicas, 7.500 opções. Em 2004, é, ele introduziu algumas coisas
e em 2005, ocorreu uma coisa interessante, ele lançou o iPod Shuffle que foi um estratégia
de criar um produto mais barato.
Mas foi uma estratégia que contraria um pouco a lógica porque cada vez mais o iPod ele
aumentava a quantidade de músicas sempre com o argumento de você ouvir a música que
você quer, na hora que você quer, aquele negócio que roda pra você escolher super fácil
suas músicas, aquelas habilidades e de repente ele lança um produto que você não escolhe
porra nenhuma. Com certeza, a primeira pessoa que falou: “Já sei! Vamos pegar e fazer um
iPod que as pessoas não podem escolher nada”. Tá louco, mano? A grande parada é poder
escolher, o que a gente trouxe pro mundo, uma revolução na música foi a possibilidade de
poder da escolha, do usuário poder escolher e como assim aleatório, isso não faz sentido,
isso não tem lógica ser assim. E foi feito e deu certo. Interessante essa coisa de valorização
da escolha, isso é um dogma também, um dogma, um paradigma que foi colocado na
mente da civilização ocidental.
Dá uma olhada num trecho desse TED do Barry Schwartz ele fala sobre isso, sobre
escolhas.
Vídeo TED - The Paradox of Choice
Eu acho muito legal a hora que ele fala water suply, um encanamento d’água. Essa falta de
pensar tá em um encanamento d’água. Ou seja, tá encostada na gente. E ele lançou um
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livro chamado Paradoxo da Escolha – por que mais é menos. Faz sentido, você chega no
supermercado, vê aquele tanto de opção, trava. Muitas vezes a gente precisa de falta de
opção, a gente precisa de poucas opções.
A campanha do iPod Shuffle era muito baseada em life is random, a vida é aleatória, a vida,
eles jogaram esse conceito, abrace a incerteza. Inclusive, acho que esse é um dos motivos
que o rádio sobrevive. O rádio é aleatório. Nem sempre a gente quer escolher tudo, de vez
em quando a gente não quer precisar escolher, esse é o diferencial do rádio e também o que
mantém o rádio vivo é o trânsito, quando acabar o trânsito, fudeu o rádio. Agora tem a rádio
Sul América trânsito.
Inclusive, eu tenho uma teoria que as pessoas ouvem a rádio de trânsito e obedecem ela de
modo que acaba criando um trânsito no caminho que a rádio mandou ir, por isso, a gente
precisa ter pensamento crítico de vez em quando, desobedecer a rádio trânsito,
desobedecer o Waze. Desobediência.
Essa coisa de escolha, lembra da frase que eu sei usei no Bloqueio da Tradições o novo
pode ser bom. Mas também pode ser ruim. Assim como o velho pode ser ruim. Mas
também pode ser bom. Veja, tudo aberto. Mesma coisa com escolha, poder escolher pode
ser bom. Mas também pode ser ruim. Assim como não poder escolher pode ser ruim. Mas
também pode ser bom. E foi nesse caminho ilógico que o iPod Shuffle fez um grande
sucesso.
Queria abrir um parêntesinho rápido aqui pra falar uma coisinha sobre a Apple e tal, não tem
muito a ver com o assunto, mas achei interessante. É, a Apple com o iPod mudou o mundo
da música, mas, uma década de iTunes, ai isso 2013, acabou com a indústria da música.
Por que?
Porque a Apple quando produziu esse conceito de comprar uma música separada por 99
centavos de dólar, acabou com a lógica que tava acostumada de comprar CD’s e isso foi
uma grande revolução, mas olhando o mercado como um todo, teve um impacto negativo.
Aqui mostra por exemplo, as vendas da música e a partir da era do iTunes começou a cair
muito as vendas totais, a Apple começou a dominar, mas o mercado como um todo diminuiu
porque o iPod ele foi uma revolução incrível, a Apple inovou e mudou o cenário, um dos
primeiros podcasts do GunCast, o episódio número 3, eu falei sobre

"não basta ser inovador uma vez."

Quando você faz uma coisa inovadora, você não pode, ah, agora eu tô bem. Porque uma
hora inovação vira um novo padrão e você tem que inovar novamente e continuar inovando.
E a Apple dominou o mercado da música, mas depois, ela não conseguiu inovar de novo e
ficou pra trás. A lógica que a Apple implementou da gente comprar música, isso aqui são as
minhas músicas, são as músicas que eu comprei, eu escolhi algumas músicas minha, meus
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pagode e comprava só aquela música e virava dono da música, a música é minha, eu
comprei, ela é minha, até que veio o Spotify que é o pequeno e rápido.
Faltou na época, talvez o “departamento destruir a gente mesmo” e o Spotify fez isso pra ela
e trouxe um modelo de negócio novo que acaba com essa história de comprar músicas com
propriedade, as pessoas querem acesso. Isso é uma coisa que eu falo na minha palestra Life
is a service, lá, um dos tellings que eu fiz. A importância do acesso às coisas.
É, 10 anos depois quase do Spotify, a Apple criou o Apple Music pra tentar bater com o
Spotify, com as tradicionais, você pode ver a música que você quiser, você passa a ter
acesso. E é engraçado, porque em 2001, ela veio com iPod revolucionando. Em 2006, 5
anos depois, veio o Spotify e só em 2015, quase 10 anos depois do Spotify que Apple foi se
movimentar o modelo de negócio dela, não conseguiu concorrer.
Enquanto Jobs foi considerado o cara que revolucionou a música no começo do século, o
cara, Daniel, do Spotify foi eleito a pessoa mais importante do mundo da música pela
Billboard, capa da Forbes, o cara do Spotify. Inclusive, é, a minha sócia da Singularity
também foi eleita, 30 pessoas abaixo de 30 anos que vão mudar o mundo e fecha
parênteses.
Voltando ao Jobs, eu dei o exemplo da ilogicidade do iPod Shuffle, da ilogicidade do Twitter
com essa restrição, da ilogicidade do bombeiro, ao tomar aquela decisão intuitiva. E como
eu sempre gosto de fazer, eu gosto sempre de trazer os exemplos micro também. Pra não
ficar só Apple, Twitter, incêndios catastróficos. Sempre trazer microcriatividade,
microproblemas, microfracassos, micropadrões, microtradições, microparadigmas e
micrológicas, uns exemplos mais micros.
Por exemplo, as pessoas que trabalham com redes sociais sempre buscam entender o
comportamento de redes sociais, qual melhor forma de postar, melhor hora. Se colocar aqui
no Google, melhor horário pra se postar no Facebook, aparece aqui oh, Facebook é das 13h
às 17h, dia de semana, é a hora melhor, e tal, num sei o que. Que que acontece? Todo
mundo, é lógico que eu vou postar na melhor hora.
Tem um amigo meu, comediante, há alguns anos atrás, fez uma coisa que eu nunca vou
esquecer, ele teve uma sacada. O Thiago Ventura, que hoje em dia é uma das maiores
referências do Stand Up e uso de redes sociais. E ele começou a fazer uma brincadeira que
é um seguinte. Ele postava uma piadinha, todo dia, bem cedinho da manhã, era um horário
específico, tipo 6h43, 7h21 da manhã, ele postava ali, um horário totalmente ilógico, porque
poucas pessoas,estão vendo aquela hora o Facebook. Mas essas poucas pessoas não tão
tendo nada legal pra ver, estão vendo só a rebaba da madrugada. E um monte de gente que
muitas vezes, tá no metrô, no ônibus, indo pro trabalho, ou acorda e quer ver a timeline e
essa sacada é meio que um bom dia, logo cedinho, contrariando a lógica, um exemplo de

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uma ideia criativa que contraria a lógica.
Outro exemplo pequeno, a cerveja que alguns alunos criaram, uma cerveja Hard Work Papai
que quando você pensa em criar o sabor de uma cerveja, você pensa em juntar aqueles
ingredientes que tem uma harmonização, que combinam ali com o sabor e eles optaram por
uma coisa ilógica que é juntar ingredientes baseado no nome do grupo. Foda-se o sabor, o
que importa é o nome. Vamos pegar nomes de grupos bonitos que tem a ver com Hard
Work Papai e tal, empreendedorismo, com inovação, com criatividade e vamos criar meio
que uma história líquida como eles falaram, usando esses líquidos, vou mostrar um trechinho
do vídeo do aluno nosso que ele conta como é que foi, como é que foi essa resenha.
Vídeo Slide 118 - Cerveja artesanal a partir de palavras
Que louco! Pedro e Daniel criaram um sabor de forma ilógica, apenas usando as palavras
que conectassem à história e fizeram uma parada diferenciada.
Outro exemplo interessante, o meu arquiteto, Amaral, tem uma coisa interessante que eu
acho que toda vez que eu tô fazendo algum projeto, eu falo assim “Amaral, tô com uma
ideia louca de pegar, botar isso aqui e fazer assim, assim assado, que que tu acha? Faz
sentido?” E ele responde “acho que funciona, acho muito legal isso”.
Porque não é questão se faz sentido ou não, funciona, porque o faz sentido é como se
perguntasse, você acha que isso é lógico? E se a gente for só fazer as ideias lógicas,a gente
faz no padrão. Podia colocar um software pra pegar o tamanho da casa, pegar a verba,
pegar os móveis da casa antiga e mandar ele logicamente ocupar a casa nova, os móveis
onde deveriam ser. Os saltos de lógica é que fazem diferença, por isso que eu acho legal
quando eu pergunto: faz sentido? E ele diz funciona, como é que não vai fazer sentido.
E eu acho que o maior exemplo de ilogicidade acho que é meu pai que criou a teoria dele
de poesia absoluta, que é a poesia que contraria a lógica. Todo mundo quer ler uma
poesia pra sentir emoção, uma parada, ai que coisa bonita, uma mensagem. E ele acha que
poesia não é pra ser mensagem, não é pra ter rima, não é pra ter lógica, é apenas pra
despertar uma sensação. A poesia dele, absoluta que ele chama, é como se fosse uma
música clássica. Você não ouve Mozart e acaba de ouvir e fala “porra, legal, vou voltar com
minha ex namorada”. Tem nada ver, você não interpreta Mozart, você apenas ouve e sente.
E ele tem essa pegada, vou deixar um trechinho de painho falando sobre a resenha dele, a
viagem.
Vídeo Slide 120
Eita, porra! O velho é doido pacaralho! Mas ele criou uma literatura totalmente ilógica,
totalmente que quebra o lógico que é pra ninguém entende nada e tal. Até tem uma poesia
aqui falando de dogmas.

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Didática dos Dogmas
Creio na cremação,
nas santíssimas engrenagens,
no imaculado dos maquinismos,
nos alicerces dos edifícios,
nos astros do poço,
nas salsichas conjunturais.

Creio na cromação,
na prata, no chumbo, nos autos e nos acessórios,
nos epitáfios dos vândalos,
no apodrecimento dos eruditos,
na volúpia do vanádio, no amor plástico,
nos ofendidos e nos humilhados,
na veemência dos mutuários,
nas escrituras registradas.
Creio na vida terna, na morte certa, na liquidificação.

Entendeu? Se entendeu teve algum erro porque não é pra entender não, papai. Entendeu,
fudeu o velho.
Bloqueio da Lógica, eu acho que as lições erradas que a gente aprendeu é de que as
soluções precisam sempre fazer sentido, ter uma lógica e a gente tem que tomar decisões
sempre usando a razão, evite se deixar levar pela emoção. Quem nunca viu isso? Não, não,
cuidado pra não se deixar levar pela emoção, ou seja, não ouça a intuição se tiver sussurro,
deixa pra lá, lógica, pensamento cartesiano.
E a gente tem que reaprender que, não, não tem que fazer sentido sempre, não que tem que
tomar decisões apenas com razão, não tem que evitar a emoção. Trazendo pra uma visão
positiva,

as soluções podem, a princípio, não ter sentido ou lógica.

Eu digo a princípio porque uma vez que alguém aceita o ilógico, coloque em prática e
funcione, aí virou lógico, aí é maravilha, ai você olha pra trás e pensa, realmente, faz sentido,
hoje que é colocado em prática. Lá trás não fazia sentido nenhum.
E

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ouça a sua intuição e combine com a sua razão.

Ouça, não quer dizer obedeça ela restritamente, mas pelo menos, ouça. Muita gente
pergunta assim, ah, mas os cientistas são extremamente lógicos e racionais. Sim, eles tem
uma lógica grande, o método científico é um método bem lógico, mas a gente já viu no
Bloqueio do Adulto que eles também são louco pacaralho, cientista é loucão.
É, cê vê um Sherlock Holmes, que não é um cientista, mas tem uma pegada científica, ele é
um cara extremamente racional, mas também extremamente intuitivo, extremamente
imaginativo. A gente quando pensa em Sherlock pensa logo em dedução, a gente não
pensa. Tem a indução e a dedução, a dedução é quando você pega uma coisa o maior e vai
reduzindo até concluir. A indução você pega uma coisa menor e vai induzindo até algo maior.
Normalmente, a indução leva pra falhas, tanto que a gente fala “induziu ao erro” quanto que
a dedução tem a ser mais precisa.
Mas, apesar de Sherlock ser conhecido como racional, lógico, o rei da dedução, ele é
extremamente ilógico, intuitivo, imaginativo. E aí existe um terceiro tipo de lógica, além de
intuição e dedução que é a abdução.
Abdução é aquele salto, como abdução, de ET, você de repente tá aqui e puf, tá em outro
lugar, você é abduzido, não tem lógica, você vai do lugar A pro lugar J, sem passar por um
caminho lógico e a abdução são essas coisas que vem pelo feeling, pela intuição que não
vem na hora que ele tá lá olhando o microscópio, muitas vezes vem no momento de
incubação, no momento que você sai do problema.
Um exemplo de abdução é o que ocorre dentro do átomo. O Elétron, ele é abduzido e passa
para uma outra órbita, quando ele ganha ou perde energia e ele simplesmente sai de um
canto e aparece em outro, simplesmente passou, qual foi caminho, não tem lógica, é uma
abdução, é um salto de lógica. Tanto que um dos grandes ativistas quânticos Amit
Goswami é um cara que tem um livro de criatividade muito interessante,
Criatividade pro Século XXI, uma visão quântica do processo criativo.
Outro cara meio polêmico, porque ele mistura ciência com religiosidade e tal, mas é muito
interessante o livro dele. Ele vem muito no Brasil, “físico ensina ‘salto de criatividade’”, é um
salto quântico, é um salto que vai do A pro F sem muita explicação, baseada em intuição e
feeling.
Vocês vão ter acesso a um debate criativo que rolou, eu, Wallace Lima, que é um cara que
também é um ativista dessa mentalidade quântica, inclusive ele tem um livro publicado com
o prefácio do Amit Goswami, eles são amigos. Esse mundo quântico tá se conectando com
o mundo dos computadores.
Lá na Singularity, eu visitei uma área de super computadores avançados da NASA que tem

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uns computadores pica das galáxias, lá e visitei um processador quântico, Tim Wave, que é
um computador que tem uma capacidade de processamento 100 milhões de vezes mais
que o computador normal, porque ele é baseado em princípios quânticos, é um negócio
ainda muito louco.
A gente sabe que o computador é baseado em 0 ou 1, tem um bit ele pode ser o 0 ou pode
ser 1. E na lógica quântica, o bit pode ser 0, 1 ou os dois ao mesmo tempo, é o Qubit.
Como assim os dois? Não sei, não me pergunte.
Isso aqui é uma foto minha dentro de uma sala da NASA, vendo uma aula sobre coisa
quântica e eu não tava entendendo porra nenhuma, tava totalmente viajando, tava brincando
de tirar foto ali e foda-se, com a cara “tá vendo, isso aqui? Entendo porra nenhuma”
É engraçado porque o pai da física quântica e também o pai da bomba nuclear, o Feynman
é um cara cientista, pai da bomba nuclear, pai da física quântica, extremamente lógico, mas
também extremamente divertido, criativo, imaginativo. Você começa a ler as coisas dele, vê
as aulas dele, ele era um grande explicador também, um orador, um cientista capaz de
explicar as coisas fácil.
E velho, você começa a ler as coisas dele, parece que ele fez um curso de reaprendizagem
criativa, tem uma coisa que ele fala, oh,

o principal é não enganar a si mesmo e você é a pessoa mais fácil


de enganar.

Lembra que eu falei na aula start, o enrolar a gente mesmo?

Tudo é interessante se você olhar o suficiente,

muito ligado ao Bloqueio do Especialista, a importância do olhar. Feynman também:

nós estamos tentado a nos provar errados o mais rápido possível


porque esse é a única maneira de encontrar progresso,

Bloqueio do Sucesso, a importância do fracasso, Lean Start Up, falhar rápido. Isso que ele
falou é o fail fast, fail often, o lema do Vale do Silício de vida, vamos falhar rápido pra ter
progresso logo.

Física é como sexo, é, vai te dar alguma resultado prático, mas não
é por isso que a gente faz.

E aí engraçado que esse negócio de comparar alguma coisa com sexo é uma brincadeira
que eu fiz quando dei um workshop no Comedy Think e eu fiz um exercício pra galera
“vamos todo mundo criar piada? Vamos”. Então pra criar piada, meu amigo, o jeito mais fácil

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é tal coisa is like sex e faz uma analogia porque sexo é o assunto mais fácil de fazer piada,
de fazer analogia e foi isso que ele fez aqui.
Existe um livro dele chamado
Peraí, você tá brincando Feynman?
Lembra que eu falo no Bloqueio do Adulto, ah, tá brincando, brincadeiras a parte e ele foi
conhecido como cientista, prêmio Nobel, um dos criadores da bomba atômica e da física
quântica, famoso por brincar, pela brincadeira. É, e… com certeza, olha o joking, cê tá
brincando? Tá louco, mano?
É, e aí tem muitas coisas, o Feynman é um cara interessante. A física quântica de Feynman,
o mais divertido dos gênios. Isso aqui é interessante, oh, alguns princípios, o que o stand up
comedians e Richard Feynman podem ensinar a gente sobre negócios. Um cara mito,
mostrando que é possível ser extremamente cientista, lógico, racional, mas também ilógico,
imaginativo, pensar como comediante.
Um parentesinho rápido, já que eu falei de comédia, lembra que eu falei no Bloqueio do
Adulto, o John Cleese, o cara do Monty Python, maior clube de humor da Inglaterra, um
dos maiores da história. E um grupo conhecido por fazer um humor non sense, que é o
humor meio maluco. Já parou pra pensar o que é non sense? Non sense é sem sentido, ou
seja, é ilógico.
E eu acredito, é um crença pessoal minha, que o humor non sense é o humor mais refinado.
É o humor que poucos entendem, porque muitas pessoas falam “não, isso aqui não tem
lógica nenhuma, qual o sentido disso?” Pois é, não tem sentido, ele é non sense. E aí, é
necessário estar num patamar de compreensão do humor maior para admirar o sem
sentido. Isso não quer dizer que qualquer coisa sem sentido é bom, existe o sem sentido
bom e o sem sentido ruim, não existe regra pro sem sentido. Mas o non sense, na minha
opinião, é o humor mais sofisticado porque não faz sentido, poucas pessoas aceitam e
apreciam algo sem sentido, já que a gente é acostumado no extremo lógico.
No Brasil, acho que o Comédia MTV tinha um pouco do non sense, o Tá no ar da Rede
Globo também tá um pouco da pegada non sense que você olha mas não faz nenhum
sentido, isso não tem lógica, pois é, é non sense, fecha parênteses.
Bloqueio da Lógica, recapitulando, as lições erradas é achar que tudo tem que ter lógica, é
sempre querer tomar decisões e criar com razão, não se deixar levar pela emoção e a gente
viu que não tem que ser assim, que a gente tem que sim aceitar que as coisas, a princípio
podem não fazer sentido e ouvir o sentido que normalmente vem da intuição que é esse
whispering, esse surro. E também, é claro, um ouvir mas combinar com a razão.
Eu resumindo em uma palavra o Bloqueio da Lógica, em uma frase, eu diria que é

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aceitar o sem sentido e sem lógica.

E quando eu falo aceitar, é aceitar as suas ideias sem sentido e sem lógica, mas também
aceitar as dos outros, porque não basta querer que aceitem a sua, você também tem que
aceitar a dos outros, é, sem fazer pré julgamentos de cara, ah, não faz sentido, não tem
lógica, aceita, aceita, combina com as suas percepções e você pode colocar em prática ou
não, mas pelo menos ouve.
No Bloqueio do Adulto, eu concluí como pense como um comediante, do mesmo jeito
que o Bloqueio das Tradições, tem, é primo do Bloqueio do Gabarito. Na verdade, os
Bloqueios Cerebrais, todos eles, tem muita conexão com os outros.
Como eu falei no começo, eles são, guarda chuvas, das tradições, muito focado no passado
e o da lógica muito voltado em construir o futuro. O do Gabarito que é o bloqueio do já sei
parece muito com o Bloqueio das Tradições que é o bloqueio do sempre foi assim.
Assim como, o Bloqueio do Adulto, cuja diretriz é pensar como um comediante tem muito a
ver com o da lógica, que eu poderia chamar de intua como um artista. Nem sei se existe
esse verbo intua, se não, enfim, use a intuição, assim como os artistas usam, não só os
comediantes, pode ser também.
Pra finalizar, trouxe aqui umas frases de uma galera massa falando sobre isso. Jung, sua
visão se tornará clara somente quando você olhar pra dentro do seu coração, auscultar
quem olha pra fora sonha, quem olha pra dentro, acorda. É Shopenhauer, A intuição não é
uma opinião, ela é própria coisa, ela é mais que uma opinião, ela é a verdade, muitas vezes.
E Thomas Edson, a melhor visão é a intuição. E o cara que mais fala em intuição sem
dúvida, que é obcecado, a única coisa realmente valiosa é a intuição. E isso aqui, a mente
intuitiva é um dom sagrado, é uma parada forte que faz parte da nossa espécie, enquanto
que a mente racional ela é um servo fiel. E nós criamos uma sociedade que cultua o servo e
esqueceu o dom, forte isso?
Pra fechar essa aula, como sempre uma música, eu trouxe o Supertramp, é pra quem usou
Molejo, é uma evolução bacana. E é uma música chamada The Logical Song que resume
muito bem tudo que eu falei, mostrando que nós nascemos extremamente ilógicos,
imaginativos, intuitivos, crianças e ao longo do tempo fomos contaminados por esse
pensamento cartesiano.
Coitado de Descartes, ele é um cara tão foda e eu fico sacaneando ele, virou sinônimo de
coisa negativa, mas ele é foda. E essa música tá com legenda em espanhol, mas dá pra
entender, mas depois da versão do Supertramp em espanhol, tem depois, uma versão
dessa música, que foi uma propaganda da HP que foi a coisa mais linda do mundo, vamos
botar a música aqui, só o comecinho, pra depois passar pro comercial que é maravilhoso,
beleza? Roda aí.
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Vídeo Slide 166
Vou passar logo pra propaganda da HP e ainda vou deixar no coisas citadas esse clip inteiro.
Propaganda da HP é só o começo da música, é a coisa mais linda do mundo, não tem
legenda, mas agora vocês vão entender, HP.
Bloqueio da Lógica, é nois, partimos agora pro Bloqueio do subentendido, que eu eu chamei
de implícito, subentendido, que é o último, mas que só será liberado pra quem tiver assistido
os outros 8 bloqueios, é o bloqueio mais importante, tem muito a ver com essa camisa aqui.

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Bloqueio do Implícito
Parabéns! Parabéns por estar fazendo essa aula porque significa que você viu as outras oito
aulas de bloqueios e agora você está aqui para nossa última e importante aula, desse Curso
de Reaprendizagem Criativa. Parabéns!
Bloqueio do Implícito, a gente passou já: educacionais, mercadológicos, cerebrais. É,
lembrando que eu falei muito já, mas não custa nada reforçar, é, aquele lance de que criar
soluções gasta muita energia, nosso cérebro é pilhado em poupar energia. Portanto, usar
soluções já conhecidas, testadas, gasta menos energias, portanto, fica mais convidativo pra
gente. E aí vem aquela conclusão, meio paradoxal, que o cérebro não gosta de pensar
criativamente. Apesar dele ser extremamente capaz em fazer isso, ele num gosta muito, ele
prefere ficar de boa na lagoa.
O cérebro gosta de acessar padrões, somos obcecados por padrões, padrões antigos,
como no Bloqueio das Tradições que a gente viu que a gente tem que passar a conferir o
pensamento crítico, se os nossos padrões antigos não estão velhos. Os padrões lógicos
também, na hora de construir soluções, consultar o padrão antigo é a tensão para
concatenar logicamente demais e virar previsível, então aceitar também o sem sentido, o
ilógico, ouvir um pouco a intuição, chegamos agora no nono bloqueio.
E o que isso tem a ver com o nosso nono bloqueio, que como eu falei, é o mais importante
de todos. E por que ele é o mais importante? Porque a gente começou esse curso, lá no
começo, primeira aula, primeira coisa que eu falei, depois da aula inaugural, da aula start, foi
falar que

criatividade é uma ferramenta para resolver problemas,

lembra? Esse é o, tudo começou assim.


A gente acabou os mitos, matou aqueles quatro mitos e construiu uma definição um pouco
mais complexa e completa, passando pelos quatro mitos, lembra?

“Criatividade é uma capacidade inata, da espécie, que precisa ser


desenvolvida de Hardwork, Papai, Noriogun, estudo e treino.

Cuja utilidade é resolver problemas através da combinatividade de idéias e seguindo as


etapas do processo criativo.
Vimos no processo criativo básico: preparação, incubação, iluminação, verificação. A minha
adaptação: input, combinação, output, feedback, que eu trouxe pra essa representação
gráfica e essa é a aula mais importante porque essa é a aula que vai adicionar uma nova

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etapa no processo criativo.
A essa altura do campeonato, depois de 20 horas de aulas, um turbilhão de coisas, na
última aula, eu venho com essa história que tem uma etapa a mais, bicho? Agora tu fala
nisso, velho? É. E vou usar a etapa mais, a etapa mais importante. Tchanananan, um
suspense, tchanananan, tchanananan.
Então a parada é um seguinte, aqui: input, repertório, Bloqueio do Especialista, abertura à
curiosidade, a gente viu lá, né. A Combinatividade, o choque, conflito, abertura às
possibilidades, abertura à criança interior, essas coisas bobas, diferentes, aparentemente
improváveis as paradas.
É, a combinação inconsciente também, lá da incubação que rola, o output que é jogar pro
mundo, testar, fazer, tem a ver com coragem, Bloqueio do Sucesso, se abrir ao fracasso e
experimentar as paradas. O feedback que é o que faz a gente alimentar tudo, tem a ver com
o tesão, realização, a paixão pelo negócio, que faz isso aqui conseguir girar sem você
enlouquecer.
Mas chegou a hora de adicionar uma nova etapa, que é a mais importante de todas, quer
conhecer a etapa mais importante de todo o processo criativo? PARA, PARA, PARA.
Vídeo.
Vamos pro intervalo e voltamos depois com a etapa mais importante do processo criativo,
direto dos estúdio da Rede TV, vamos lá.
Voltamos pra conhecer a etapa mais importante do processo criativo. Vou até pegar essa
pessoa aqui e jogar pra baixo, porque aqui vem a etapa mais importante do processo
criativo: Definir o problema, ou como o pessoal fala em inglês, frame the problem. Frame the
problem perfeitamente. Lembra de Applied Imagination, Alex Osborn, bíblia da criatividade
moderna, tem um trecho que ele fala

“a formulação do problema é distantemente mais constantemente


essencial, tradução escrota, do que a sua solução, muito mais essencial
que sua solução, porque sua solução, ela pode surgir meramente de uma
questão matemática experimental, até lógica”.

Se o problema for de forma genialmente, claramente, bem definido, a solução pode virar até
ridiculamente fácil, porque a própria pergunta desencadeia o próprio caminho da resposta
diferente, da resposta criativa.
É, lá no Bloqueio do Especialista eu falei que problemas de output são problemas de inputs,
né? Tudo começa no input. Na verdade, problemas no output são problemas, formas de
definição do problema. Tudo começa na definição do problema e nós pra poupar energia,
temos uma mania de não parar pra analisar profundamente o problema e sair buscando
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soluções sem a certeza, a clareza 100% de que o problema está perfeitamente definido.
Então, nesse caso aqui, o que acontece com muitas pessoas, ao ver o I e o X, muita gente
subentende que era pra responder com algarismos romanos. O um é I, X é dez, aí é nove,
como que eu faço pra colocar, muita gente subentende isso e se bloqueia e fixa em como
que eu boto algarismo romano aqui pra resolver.
Nesse exemplo aqui, muita gente subentende que é que tinha que submeter os limites do
quadrado imaginário, mesmo sem ninguém ter falado nada sobre isso, ninguém falou nada,
ninguém falou nada, assim como ninguém falou antes que tinha que ser algarismo romano, a
gente subentende.
Lembra lá que eu falei no Bloqueio do Gabarito, daquele exemplo, né, encontre o X, o X tá
aqui, calcule X. Nesse caso, o aluno, ele é obrigado a subentender que era pra responder o
valor de X. Professor colocou encontre o X, encontrei o X, tá errado porque era pra encontrar
o valor de X, mesmo que não tenha dito isso para solucionar o problema, ele é obrigado,
treinado, a subentender o problema.
Por isso, que esse último bloqueio, eu chamo de Bloqueio do Subentendido, na verdade, eu
chamo de Bloqueio do Implícito, sabe porque do implícito, eu quero que fique mais implícito.
E subentendido faz as pessoas, só ouvirem o nome e meio que entenderem e eu quero que
elas subentendam, então implícito fica mais implícito, fica mais como assim implícito?
E outro detalhe, subentendido é um tipo de implícito. As coisas implícitas, elas podem ser
basicamente de dois tipos: Ela podem ser pressupostas ou subentendidas. Qual é a
diferença? Em ambos os casos é implícito, ou seja, não está explícito.
Essa ideia de pressuposto, o pressuposto ele é um pouco mais verdadeiro, tende a ser
estatisticamente mais verdadeiro que o subentendido. O pressuposto é o seguinte: se eu falo
assim “eu acho que amanhã vai continuar chovendo”, o pressuposto é que hoje está
chovendo, se não, o cara que falou é doido. Amanhã vai continuar chovendo, não está posto
que hoje está chovendo, mas está pressuposto que se eu falei continuar chovendo, tá
pressuposto que hoje tá chovendo. Enquanto o pressuposto surge principalmente na forma
como o emissor fala as coisas, o subentendido tem muito a ver na forma como o receptor
recebe e as partes que ele não entendeu, ele ocupa elas com o que ele acha, é meio que o
Bloqueio do Achismo.
Vou dar um exemplo mais prático: vamos supor que aqui tem um problema. Isso aqui é seu
problema, um problema tem várias facetas, vários dados que compõe aquele problema.
Então, de cara, o problema tem alguma coisa que estão explícitas, verdades, é explícito, os
explícitos verdadeiros. São algumas partes do problema que é isso mesmo, é explícito.
Só que, o problema também tem aquelas coisas implícitas pressupostas, que não estão
explícitas, mas que a gente pressupõe que é isso porque o emissor fez a gente pressupor
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isso, não tá posto, tá implícito, mas tá pressuposto e a gente preenche também isso aí com
os nossos entendimentos, pressupostos.
Aí começa o problema, esses aqui que sobraram, que que se faz com esses aqui que
sobraram? Aí nessa hora entra o grande perigo que é o implícito subentendido, é ahora que
você pega as lacunas do problema e em vez de buscar conhecê-las profundamente a
verdade, você simplesmente substitui, preenche com seus achismos, com o que você acha
que é, com o seus pré-conceitos. Lembra da aula start, não preconceito discriminatório,
racial, falando seus conceitos pré-estabelecidos que você simplesmente ocupou os espaços
em brancos porque você quis.
Por isso, eu falei lá no começo, esquecer é muito importante. Começamos com a aula do
esquecer porque a gente precisa esquecer alguns conceitos que a gente tem pra ocupar
com as lacunas dos problemas com os conceitos que a gente acha, porque a gente é
muito bom em enrolar a gente mesmo.
Eu falei muito no Bloqueio das Tradições do pensamento crítico. Pensamento crítico, não
aceitar as coisas, cuidado com essa era do pós-verdade. O pensamento crítico, ele também
é muito importante assim que você recebe um problema, analisar criticamente tudo que está
implícito, pressuposto e implícito, subentendido previamente.
Então, vamos lá! Chegou aqui, o problema, tem os explícitos verdadeiros, é isso. Algumas
coisas são pressupostas, apenas por não pecar por omissão, pra garantir, vale a pena
analisar criticamente pra transformar o pressuposto, o implícito pressuposto em verdade
absoluta, é isso, chequei, conferi, é isso mesmo. Continua sobrando ainda essas partes
lacunas aqui. Em vez de subentender, “ah, eu acho que deve ser assim, deve ser assim”,
não, análise crítica também, investigação para também trocá-los por verdades e você ter
exatamente a clareza sobre qual é o problema.
Grande parte das vezes em que as pessoas dão soluções erradas pros problemas e que o
negócio dá errado, o troço não tá o desejado, sabe o que se ouve muito? “E aí, fulano?
Porra, deu errado, num sei o quê, por que o que foi que houve?” A pessoa fala “ah, é porque
eu imaginei que era pra isso, isso e isso”. Você imaginou o problema? O problema não é pra
imaginar, o problema é pra investigar, a solução que tem que ser imaginada.
Então, esse papo de “ah, é porque eu imaginei que…” sabe que que tem depois desse que?
Subentendidos, que é preconceitos e padrões sociais, que não é o imaginado e colocado
com o que você acha, é o que você tem investigado e descobrido qual é a verdade. Quem
disse que era pra imaginar? Mas imaginar num é criatividade aplicada pra resolver
problemas? Sim, criatividade é imaginação aplicada pra resolver problemas, mas criatividade
é uma ferramenta, solução de problemas na hora de solucionar, não na hora de definir o
problema.

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Aqui, oh, problema, solução. Simples. Pra encontrar uma solução, a gente usa imaginação,
pra definir um problema a gente usa a investigação. A gente num fica imaginando aqui
porque imaginar é criar imagens novas e criar imagens novas não é a verdade. Aqui ele
precisa saber a verdade investigar. Sherlock investiga o problema profundamente. A gente
até fez uma linha de camisas da Tomatêra, uma coleção chamada Sherlock, só batendo
nessa tecla.

“O problema não se imagina, problema se investiga”.

Essa que eu tô usando, “99% investigando o problema, 1% imaginando a solução”.


Tem uma coisa que foi atribuída à Einstein que se tivesse uma hora pra
salvar o mundo, ele passaria 59 minutos entendendo o problema,
porque se você entende o problema de forma perfeita, a solução muitas
vezes vem rápida de tão bem definido que o problema está e eu vou dar
alguns exemplos, tá?
Cê lembra lá no Bloqueio do Sucesso, lá no começo que eu falei daquela história de
encontrar o tesouro, lembra? Tal, a diferença de persistente. Hardwork é o cara que decide
cavar hard. Aí tem o insistente que fica cavando no mesmo lugar, batendo com a cabeça na
mesma tecla, sem parar. Tem o persistente que já é mais inteligente e cava em vários
lugares. E o criativo que cria um jeito melhor pra achar o tesouro.
Essa diferença do achar, antes eu colocava cavar. Aqui, eu não falei em cavar porque qual é
o problema? O problema não é cavar, o problema é achar o tesouro. Se você define o
problema como cavar, você vai ficar limitado a coisas que envolvam uma pá. Enquanto,
muitas vezes, o problema pode ser jogar na terra lá, uma minhoca, é, modificada
geneticamente que cheira ouro e que, sei lá, tem um bluetooth transmitindo. Se você ficar
obcecado em cavar, você vai ficar obcecado em pá, em escavação, em coisas assim, né.
É engraçado que nesse exemplo, em situações da vida muitas vezes, as pessoas começam
a cavar pra procurar o problema, tão cavando lá, caça ao tesouro. Aí você fala assim, “velho,
a gente acabou de descobrir que o tesouro não tá aqui, ele tá a um quilômetro pra lá”. Tem
pessoas nessa hora, que depois te terem cavado lá 3 metros, tá embaixo do buraco lá, olha
pra cima, lá, 3 metros. Tem gente que pode falar que o tesouro não tá ali, mas neguinho
pensa “foda-se, vou continuar cavando aqui, vou começar cavar de novo não. Olha o tanto
que eu cavei já, começar a cavar de novo?”
Adianta? Adianta? Adianta cavar bem no lugar errado é cavar mal. Você tá utilizando o
melhor método de escavação possível, a estratégia criativa de escavação, mas se o tesouro
não está naquela direção, não adianta. Cavar bem no lugar errado é cavar mal, por isso é
melhor passar 99% do tempo tendo clareza do problema, tendo certeza de onde está o
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tesouro, maior probabilidade e depois começar a cavar. A gente fez uma camisa

“cavar bem no lugar errado é cavar mal”.

Tem uma história interessante, umas décadas atrás nos Estados Unidos quando surgiram os
primeiros prédios arranha céu, aqueles prédios muito altos, 40 andares, 50 andares. O
pessoal reclamava do elevador, reclamava que demorava muito pra ir do 1 até o 40 e tal,
tecnologia de antigamente, lógico, diferente da de hoje, tecnologia diferente, era mais lento,
lógico. Demorava meia hora? Lógico que não, demorava pelo menos um minuto, enfim, um
tempo que demorava muito.
Reclamação chegando, chegando, chegando e tal. Quando você, trabalha lá, administração
do prédio, infraestrutura da empresa e recebe essa reclamação, esse problema de o
elevador está lento, o elevador está lento, o elevador está lento, o elevador está lento.
Qual é a primeira resposta certa pra esse problema? A primeira resposta certa é aumentar a
velocidade do elevador. Então, vamos abrir uma licitação de novos elevadores, trocar o
motor, fazer manutenção. Vira uma obsessão em aumentar a velocidade, já que o problema
é o elevador estar lento. Pois bem, sabe qual foi a solução adotada pra esse problema lá
trás? A solução foi simplesmente, simplesmente, colocar um espelho no elevador, um
espelhozinho.
Elevadores não nasceram com espelho, nasceram assim, sem espelho. Depois tiveram que
colocar o espelho. E por que o espelho resolveu? Porque o problema das pessoas não era
exatamente com o tempo gasto e sim a falta do que fazer naquele tempo, qual a ociosidade,
a falta de valor daquele tempo. Agora, com espelho, você vê o cabelo, a bundinha, a
gravatinha, tira uma espinha, tira uma selfie bacana. Passa a ter valor aquele tempo.
É, e aí vem a importância da frase do problema. Se você chama o problema de como
aumentar a velocidade do elevador para chegar mais rápido que os elevadores atuais, X
segundos. Se esse for o problema que você coloca na mesa, pra sua equipe, a tendência é
que todas as respostas, as soluções fiquem dentro do universo de velocidade.
Se você pega e investiga mais o problema, aí tem muito o design thinking de você entrar na
jornada do cliente. Será que você, responsável por esse problema, vive esse problema? Será
que você talvez não chegue num horário que não é muito cheio ou você num costuma sair
muito do escritório, e aí não tem essa dor. Porque o cara que só entra de manhã e sai a
noite, aí, porra, elevador é um negócio que pra ele só acontece duas vezinhas só e pá,
morreu. E o cara que trabalha numa área, talvez de vendas, que tá entrando e saindo do
escritório cinco vezes por dia.
Será que você não deveria tentar viver a jornada desse cliente pra você entender mais as
dores dele e, quem sabe, chegar na frase que defina o problema, que frame the problem

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com perfeição.Se você usa a frase, como reduzir a ansiedade das pessoas durante aqueles
X segundos do elevador, abre-se um novo universo de possibilidade de respostas só com a
mudança da pergunta.
Educador americano, John Dewy, ele falava,

“A problem well stated is half solved”, um problema bem definido está


metade solucionado.

Uma coisa legal é tentar pegar o problema, tentar reduzi-lo a uma única palavra, uma. Se
você pudesse usar uma palavra, não pode ser duas, uma só pra definir o problema, qual
seria?
É legal ficar pensando nessa palavra porque essa redução a uma palavra te faz “será que é
isso mesmo?”. Por exemplo, temos um problema de velocidade, pessoal, temos um
problema de velocidade. É velocidade a palavra chave, essa redução me faz pensar, será
que velocidade mesmo? Ou temos um problema de ansiedade? O que já abriria um novo
universo. Sabe qual é a evolução daquele espelho no elevador? A evolução daquilo é
elevador panorâmico.
Ele transformou a experiência de andar no elevador tão legal porque em lá Recife tem um
hotel, na Praia de Boa Viagem, o Atlântico Plaza, sempre que eu vou lá, eu aperto o
cobertura pra passear. Eu quero que aumente o meu tempo no elevador, vê que diferença do
problema inicial, só porque a experiência ficou boa demais, passear. Em São Paulo, como
não tem paisagens bonitas, eles metem ali uma TV com bolsas de valores pra dentro e o
povo acha legal. Talvez, pra chegar nessas ideias, talvez a pergunta tenha sido: Como
adicionar valor para a experiência de X segundos no elevador? Já é outra pergunta, nesse
caso, temos um problema de experiência. Não é de velocidade, nem ansiedade, é de
experiência.
Provavelmente, foi essa a pergunta que o Walt Disney quando foi desenhar os parques e
sempre se preocupou que as filas dos brinquedos tivessem algum tipo de experiência.
Sempre as filas na Disney, sempre tem um negocinho pra você ver, simplesmente poder ver
o brinquedo dos outros saindo, porque aí você vê, já tá meio que contando a experiência só
de você tá podendo ver o outro ali embaixo no carrinho ou ter uma brincadeira legal, um
palhaço, um personagem na fila. É o mesmo conceito do elevador só que com a pergunta:
como adicionar valor àquele tempo? Então, essa é a pergunta mais importante que você tem
que fazer a si mesmo pra resolver um problema, a pergunta é: você está resolvendo o
problema do jeito certo?
Tem um artigo na Harvard Business Review com o nome: Você está resolvendo o problema
certo? Esse cara desse artigo, ele é o criador dessa plataforma

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InnoCentive,

a forma que as empresas, as pessoas submetem problemas, desafios. Ou seja, como criar
um jeito de otimizar o cano do num sei o que do petróleo, um nome propriamente científico,
matemáticos, técnicos também de saúde, medicina, biológicas e tal.
E aí tem centenas de milhares de pesquisadores, cientistas no mundo que entram aqui,
tentar as soluções e aí vem as obrigações pra isso: escolha o seu caminho: escolha problem
solver ou eu quero run challange, eu quero criar uma competição, um desafio.
Nesse artigo, o senhor dessa plataforma fala o seguinte

“já recebemos mais de 2 mil problemas, problemas fodas, grandes,


científicos e resolvemos mais de metade deles. Agora sabemos que com
essa experiência, ele conclui que o rigor com o qual um problema é
definido é o fator mais importante para a descoberta de uma solução
adequada.
O intuito de rodar muitos problemas, o exemplo que rolou lá, isso aqui:
Derramamento de petróleo em zonas subárticas. 20 anos depois do derramamento que teve
em 89, em 89 que aconteceu esse derramamento e até hoje equipes de petróleo de zonas
subárticas ainda estavam penando porque o petróleo tava tão viscoso, em baixa
temperatura que tava difícil levar o líquido pra barcaças que coleta pra tirar o petróleo.
Como o problema foi definido?
Na busca da solução, a empresa lá formulou o problema como problema de viscosidade de
material, e não como problema de limpeza de derramamento de petróleo. Porque se você
diz que o problema é, temos um problema de limpeza. É um problema de como limpar
derramamento de petróleo, por que? Isso eles levam pra um caminho. Mas eles perceberam
que o grande barato era a viscosidade do líquido, então resolveram definir o problema sobre
viscosidade de materiais porque se focassem nisso e descobrissem um jeito de alterar a
viscosidade, com certeza resolveria o problema de limpeza do derramamento lá de óleo.
E aí, um químico, da indústria do cimento, de outro universo, o cara era. Talvez esse cara
percebesse, tivesse lá na hora de buscar o problema, “ah, derramamento de petróleo,
entendo porra nenhuma disso, industria do cimento, químico, entendo porra nenhuma de,
mas como era de viscosidade da matéria, ele falou “porra, isso eu entendo, trabalho com
vários materiais diferentes aqui, entendo de viscosidade”. Ganhou 20 mil dólares porque
propôs modificação de alguns equipamentos lá do mercado que fariam vibrar o óleo
congelado, mantendo o estado líquido do óleo. Ele encontrou um caminho pra alterar a
viscosidade, alterar o processo, o projeto de limpeza. Um exemplo da importância da
definição do problema.
Lembra lá no Bloqueio das Tradições que eu lancei aquele exercício provérbios que
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atrasam o mundo. Espero que você tenha feito lá, hein? Vai lá fazer o exercício, submete o
seu porque você vai ter acesso a todos os exercícios feito pelos colegas e é uma parada
bem rica, pra você navegar lá e ver o que você gosta.

E tem um provérbio também que atrasa o mundo relacionado ao


Bloqueio do Implícito/Subentendido que é “para bom entendedor, meia
palavra basta….

Ou seja, pra bom entendedor não precisa explicar o problema direito, basta explicar meia
boca que ele vai entender.
É bem arriscado isso aqui, isso é um provérbio que incentiva a falta de clareza, incentiva o
subentendido, porque na verdade, meias palavras deixam o subentendido e o subentendido
gera mal entendido. Então, é possível sim que a pessoa seja bom entendedor e entenda,
mas há sempre um risco ali de que ele complete as lacunas com seus padrões pessoais,
pré-conceitos, e não resolva com clareza. A gente também fez uma camisa

“o subentendido gera mal entendido”.

É interessante que essa questão de definição do problema, ela é tão importante, é a aula
mais importante mesmo, não é João Klebice, atoa não, é a aula mais importante.
Tão importante que quando a gente se juntou, a equipe inteira da Keep
Learning School pra fazer, definir nossos valores, a gente criou nosso
código de cultura, essa foi a primeiro versão Keep Learning School for
Dummies, versão feita nas coxas, é e a gente definiu quais são os 7
valores não negociáveis da empresa, coletivamente definimos e
“criatividade, comprometimento, masterização, clareza, flow, verdade e
serumanidade. Clareza é a palavra única que eu acho que resume tudo
que eu tô falando nessa aula, a importância de ter clareza do problema,
total, sem o subentendido.
A gente colocou uns exemplos aqui, oh, exemplos de como exercer o valor clareza:
levantar a mão para o subentendido. Agora mesmo, antes de começar a gravar, tava
tendo uma conversa aqui e eu falei pessoal, se tiver precisando de clareza, fala com a Solléro
lá, vamo ver.
Fazer rituais de alinhamento, alinhamento já é clareza, alinhamento macro, nós,
alinhamento micro de cada área e alinhamento pessoal, alinhamento gera clareza,
desalinhamento gera subentendido, subentendido gera mal entendido.
Ferramentas visuais de comunicação, a gente tá começando a implementar já, já estão a

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vista porque ajudam na clareza quando você tem coisas visuais no escritório para ajudar
nisso, né.
Já que eu chamei de clareza, talvez com esse exemplo aqui eu devia trocar pra branquinho,
bonitinho, tá claro. Esqueci de falar lá, você viu a sacada aqui, superentendimento. Então,
tem subentendido e o subentendimento. Superentendido, tá claramente entendido.
É, umas das inspirações nossa também pra, é, esse valor da empresa é o livro que eu
sempre falo Os quatro compromissos quem tá atento aí, percebeu que eu falei 3 ao longo
das aulas. Foram:
(I) seja impecável com a sua palavra, sobre o poder da palavra, falei
(II) não leve nada pro lado pessoal, a importância de você filtrar o que as pessoas falam
sobre você porque lembrando que o que elas falam tá de acordo com o repertório delas,
com as crenças delas, não necessariamente a verdade, faz parte do mundo imaginário
que cada um de nós vive. Todo mundo vive um mundo imaginário que seus inputs
nenhum é igual o outro e quando eu me expresso ao outro é meu mundo imaginário, é
minha imaginação, a minha loucura.
(III) Sempre faça seu melhor, a busca pela excelência, tudo que merece ser feito, merece
ser bem feito. Isso é uma palestra que eu falei lá no segredo do fracasso, há mais de
cinco anos atrás, esse era uma das mensagens da minha palestra, sempre faça o seu
melhor.
E o quarto compromisso da filosofia toutecas:
(IV) Não faça suposições.
O que é isso? Não subentenda, não aceite o que está implícito, nem
pressuposto, nem subentendido, solicite clareza, não suponha nada,
não imagine o que não tem que ser imaginado, imagine as novas
soluções, não o problema.
A gente também falou no Bloqueio do Especialista, voltando aqui algumas aulas, tudo se
conecta, né. A gente falou, lembra? Nós nascemos criativos e desaprendemos a ser
criativos, nós também nascemos cientistas e desaprendemos, nascemos exploradores e
desaprendemos, nascemos corajosos e desaprendemos, nascemos curiosos e
desaprendemos, nascemos questionadores e desaprendemos.
E esse questionadores tem dois sentidos. Tem o sentido de questionar padrões antigos,
bem ligado com o Bloqueio da Tradição, abertura, disrupção, questionar por quê, por que
tem que ser assim, por que sempre foi assim? Não, mas também esse questionador tem um
outro sentido, o sentido da arte de formular questões, a arte de formular problemas e
formular perguntas.

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Nós nascemos perguntadores e naturalmente você pergunta muito, você vira bom em fazer
perguntas mas desestimula isso e fez a gente ficar obcecado em só respostas. Achando que
saber a resposta das coisas é o que garante o nosso futuro, enquanto, na verdade, não é, é
saber fazer as perguntas que fazem a diferença.
Tem um livro maravilhoso sobre esse assunto
A More Beautiful Question,
é um livro muito legal, aqui diz, oh,

nós estamos todos famintos hoje em dia por melhores respostas,


mas primeiro a gente tem que aprender a fazer as perguntas corretas.

Eu queria até passar aqui meio que um trailerzinho que o autor fez que dá uma resumida no
livro e ele é só visual, eu vou narrando por trás, explicando.
Vídeo Slide 124
Legal, hein? O livro é muito bom, o livro é foda, num chegou no Brasil, não tem em
português ainda não.
Isso conecta com aquela técnica Sétimo Chapéu, lembra, lá? Perto do Bloqueio do Adulto,
em que eu falo aquele exemplo da charadas. Crianças adoram charadas, porque charadas
são perguntas, o que é o que é, qual é a diferença, qual é a semelhança e é engraçado que
no mundo das charadas, você pode investigar os problemas.
O que é, o que é? Que cai em pé e corre deitado? Você não pode chegar e peraí, quero
investigar o problema, quando você fala corre, significa exatamente correr com as pernas ou
qualquer tipo de deslocamento no mesmo plano considerado curvilíneo.
E cair, você considera cair de um lugar alto? Não vale isso, no mundo das charadas não vale
investigar porque é piada, é brincadeira de criança. E até isso é uma coisa que talvez mal
acostuma a gente a querer dar a solução pras coisas, não não, a pergunta foi dada, tem que
ver qual é, tem que responder agora, e não precisa ser assim, a gente pode investigar o
problema.
Todo mundo conhece o velho Roda Roda de Silvio Santos, “Roda Roda, ê êee”, eu imito
bem o Silvio Santos. E não foi que inventou. A gente tem o Merv Griffin, grande gênio do
entretenimento dos Estados Unidos que criou a wheels, spinner fortune, sei lá como é o
nome. E esse mesmo cara criou o Game Show de maior sucesso da TV americana de todos
os tempos que é o Jeopardy!, que é uma parada que não veio pro Brasil e que muitos
países têm, mas não desse jeito porque o Jeopardy! ele tem um detalhe que faz a diferença.
Diferentemente de um Game Show normal que você faz uma pergunta e os participantes
têm que ver quem consegue responder, no Jeopardy! o apresentador dá as respostas e os

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participantes, competidores têm que adivinhar qual é a pergunta que gera essa resposta.
Pequena diferença, mas que faz toda diferença e acaba, apesar de ser um produto de
entretenimento, acaba treinando a arte de pensar nas perguntas. E nesse caso é uma
cultura americana, tem várias décadas que rolam esse programa já, então é um bom treino,
um bom treino de valorizar as perguntas.
Inclusive, eu falei muito do IBM Watson, inteligência artificial, tecnologia da IBM, o IBM
Watson participou do Jeopardy! a máquina e dois participantes, o apresentador dava as
respostas e rolava uma competição e o Watson conseguiu ganhar dos melhores
participantes do Jeopardy! ele conseguiu ganhar adivinhando que pergunta geraria aquela
resposta que foi dada, viagem isso aí.
Esse assunto de fazer perguntas é uma das coisas que me admira muito o coaches, os bons
coaches porque coach, se eu pudesse resumir, eu resumiria coach como uma pessoa que
sabe fazer boas perguntas. Coach é isso, é o cara que já tem algumas perguntas lá, de
repertório, de algumas ferramentas, ele tem a habilidade de fazer as perguntas que
desencadeiam as melhores respostas.
Quem quiser saber mais sobre esse assunto, tem o podcast meu, 36, que eu falo sobre
coach e meu grande parceiro meu, Gerônimo Temel, fantástico que

tem um curso de formação de coaches

e também tem sobre produtividade, cara incrível,

GunCast 140,
vai tá disponível também, quem quiser ver o vídeo de criatividade em que ele fala sobre
clareza, clareza e fazer boas perguntas tão extremamente conectados.
Como sempre, eu gosto de trazer pro lado micro, microcriatividade, problemas, fracassos,
padrões, tradições, paradigmas, lógicas e micro implícitos também. Como assim?
Microhistórias, a gente fala muito sempre em histórias, as empresas grandes, o elevador nos
Estados Unidos, arranha céu, eu gosto de trazer pra exemplos mais do dia a dia porque a
minha filosofia é fazer com que as pessoas coloquem criatividade em todos os problemas,
de todas as esferas, não só na hora de criar o novo produto na empresa e tal, mas em
qualquer tipo de coisa que demanda uma solução, você pode usar os conceitos aqui do
curso e as técnicas.
Por exemplo, sempre tive cabelo meio grande, meio cumprido assim e aí eu tinha uma mania
de quando eu dormia, eu dormia e ficava mexendo no meu cabelo, ficava mexendo pra trás
assim, de noite dormindo teoricamente. Aí acordava com um monte de cabelo na cama, aí
cabelo oleoso, tá errado ficar assim e eu pensei, porra, vou dar um jeito de resolver isso. Aí
comecei a dormir com a touca de banho de Dani na cabeça, só que a touca, ela tem aquele

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elástico meio forte, né, aí quando ele começa a sair, porra, vai embora, aí ia embora.
Aí pensei, tenho que fazer uma coisa diferente, comecei a dormir com a cueca na cabeça, a
cueca tem um elástico um pouco mais frouxo pra proteger e tal, mesmo assim saía. Até que
eu mudei o problema, eu descobri que eu estava atacando o problema errado e cavar bem
no lugar errado é cavar mal. E eu mudei o problema e tive a sacada de dormir com meia nas
mãos porque o problema não era proteger o cabelo, era acalmar as mãos.
O cabelo coitado era vítima, o vilão é a mão, eu tava muito focado em como proteger a
vítima e não em como eliminar o vilão que são as mãos loucas. Então, se você diz que o
problema é como proteger o cabelo para que ele caia, essa é uma frase que define o
problema que vai te levar pro universo de cabelo, de proteção, de touca, de num sei o quê,
de proteger.
Se você chama o problema de como acalmar as mãos para que não atrapalhem meu sono.
Nem teve a palavra cabelo aqui, não é sobre cabelo o problema. E é aquela história um
problema bem definido, é metade resolvido. Quando você define o problema assim, você já
parte mais pra acalmar as mãos ou até uma coisa mais profunda porque temos um
problema de cabelo, é uma opção, temos um problema de mão, é uma opção, temos um
problema de sono, é outra opção, ter um problema de ansiedade é outra opção porque a
visão mais profunda, por que as mãos tão assim? Pode cavar mais profundo e descobrir que
é problema de ansiedade.
Ansiedade, Augusto Cury
define como o mal do século, ansiedade. Você vê que lá no elevador a conclusão foi
problema de ansiedade das pessoas, aqui novamente, ansiedade. Por isso que a gente
trouxe pra Keep Learning School, Os Inquietos Meditam, foi o primeiro curso
propriamente dito de criatividade que a gente trouxe pra escola, porque entendemos que
meditação é uma ferramenta, dentre muitas, importante, né. E não é algo meditação só pra
galera que já é muito zen, essa é a galera que não precisa, meditação é pros inquietos, sim.
Outro exemplo nesse mundo micro, eu mudei pra uma casa em Alphaville e a gente tava
acertando a questão da internet da casa e da TV a cabo da casa, aí o pessoal da NET foi lá
e deu um problema porque não tinha cabos da NET passados pela casa e o lugar de passar
cabos já estava ocupado por muitos cabos, teria que revisar todos os cabos da casa e a
casa era alugada, então, seria um puta rolo fazer isso.
Então, a gente ficou com um problema, porra, não conseguimos ter TV a cabo nessa casa,
só se for, a não ser se a gente revisasse tudo ou se colocasse a TV Alphaville, que é uma TV
a cabo, tipo a NET do Alphaville que ela já tinha cabos passados lá. Então, beleza, vamos
por TV Alphaville. TV Alphaville foi lá em casa e quando foram instalar as coisas
descobrimos que a internet deles era uma bosta, era ruim demais a internet. E assim, bosta

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pro meu padrão porque eu preciso de muita internet na minha casa. Eu trabalho, dou
hangouts, dou aulas ao vivo, dou Skype com a equipe, preciso de uma internet, uma internet
empresarial na minha casa e eles não tinham. O problema, eu, minha mulher, Kamila, nossa
secretária, como é que vamos resolver?
Aí começou a ver um orçamento de uma pessoa pra revisar todos os cabos da casa,
começou um rolo e tal. E aí, nessa discussão toda, eu falei pra minha mulher assim “amor,
que que a gente quer? Qual a nossa necessidade? A nossa necessidade é ter uma TV a
cabo normal, pra mim a nível de menu de programação, foda-se. Eu quero poder ter um
Sport TV ali, um Fox Sport, assistir um futebol, umas TV a cabo, os reality show tosco lá pra
ficar vendo de vez em quando. Internet, precisamos de uma internet pica. A TV Alphaville
supre nossa necessidade de TV a cabo, mas não supre de internet e a NET ou VIVO não
supre a outra e eu fiz a pergunta: como podemos ter o melhor de cada um?”.
E aí, Dani falou, “ah, simples, só a gente pedir pra NET pra contratar só internet da NET”,
acabou sendo VIVO e a Alphaville só a TV a cabo. E aí temos os dois fornecedores e temos
o melhor de cada um”.
Um exemplo simples, não é genial, mas esses são os que eu mais gosto, esses simples,
pequeno problema doméstico. E se você, pra cada pequeninho problema desse não se
contenta com a primeira resposta certa, busca formular as perguntas corretas, você vai ter
uma mudança de melhoria de soluções na sua vida gigante. Então não só na vida
profissional, mas na pessoal também. E aí a importância de você evangelizar, trazer sua
família, quem tá perto de você, sócios, equipe pra tá acompanhando esses assuntos, isso
de criatividade também.
Então, como podemos ter o melhor de cada um deles e aí, meu amigo, a ideia nessa hora
fica fácil. E aí, conversando com minha mulher depois, ela falou, falei “ah, porra,
encontramos uma boa solução”, ela falou, “ah, a ideia foi minha” também com a pergunta
que eu fiz, com a pergunta que eu fiz é fácil, né não, mô? Uma pergunta dessa, papai, aqui
oh. Problema well stated, half solved.
Portanto, Bloqueio do Implícito, eu acho que a grande lição errada é que a gente

aprendeu a preencher as lacunas de um problema com os nossos


padrões pessoais.

Então, o problema não tá claro, em vez de solicitar clareza a gente fica “não, é assim, eu
acho que é assim”, vem o achismo, vem imaginação na hora errada e a gente não pode
fazer isso, a gente precisa ter clareza, a reprendizagem é que a gente não pode aceitar
menos do que 100% de clareza, 100% da clareza possível, lógico, de um problema. Temos
que ser inconformados, questionadores, e não aceitar nada menos que a clareza total dos

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problemas.
Então, Bloqueio do Implícito resumido numa frase:

clareza sobre o problema.


E pra fechar essa nossa última aula, eu trouxe uma música que fala sobre subentendido num
contexto diferente, num contexto romântico de amor, mas que eu queria que vocês
observassem o clipe, o clipe é muito interessante, é uma história contada, nem tem muita
relação com indireta, a letra da música, é uma indireta, claro, mas não perfeita. Mas é um
clipe muito legal sobre um subentendido, um mal entendido na verdade, é a música

Missunderstood, John Bon Jovi.

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Dica de Livros
Dica de livros - livros citados e com links para acesso 1
No livro “O novo mundo” de Eckhart Tolle , 13
A arte de ser flexível - Valter Rizo, 26
os Quatro Compromissos, o livro da filosofia Tolteca, 30
Um Toque Na Cuca, 42
IMAGINAÇÃO APLICADA 1953, Alex F.Osborn. 50
“Uma breve história da humanidade” 51
Carol Dweck, MINDSET, livro que eu recomendo também, 55
“Confiança Criativa” de Tom e David Kelley 58
“Você é criativo sim senhor” do Henrique Szklo. 58
Livro: Biomimetismo 62
De onde vêm as boas ideias: Uma história natural da inovação 64
Guia de Fabricação Minecraft. 65
Roube como um artista, do Austin Kleon. 65
Porque eu não tive essa ideia antes - Joaquin Lorente 66
The Act Of Creation 66
The art of thought, 69
Livro muito bom Creating Innovators, 90
Foulcault “vigiar e punir”, 93
A Coragem de Criar para ser criativo. 104
A lei do sucesso - Napoleon Hill 106
O ciclo do sucesso - Brian Tracy 106
O Sucesso ainda é ser feliz - Roberto Shinyashiki 106
As 25 leis bíblicas do sucesso - Rubens Teixeira 106
O Poder do fracasso 106
Poder dos Imperfeitos. 106
“Fail Fast Fail offten”, 110
Art and fear 111
Segunda-feira nunca mais - Dan. Miller 124
Sem medo da Segunda-feira - David Cottrell 124
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O que fizeram com a sua Segunda-feira? - Bruno Mendes 124
Segunda-feira de novo - Joep Schrijvers 124
Beyond Boredom and Anxiety: Experiencing Flow in Work and Play 130
Flow: The Psychology Of Optimal Experience 131
Steven Kotler é o cara que escreveu “Abundancia”, 132
Steve Kotler escreveu também esse livro, Super Humanos, 132
Flow and the Foundations of Positive Psychology: The Collected Works of Mihaly
Csikszentmihalyi 134
Motivação 3.0 - Daniel Pink 136
A Cauda Longa, do Chris Anderson. 155
livro do Sindei Oliveira, Jovens para Sempre, 157
O que é meu é seu, consumo colaborativo 157
The Mesh: também sobre sharing economy. 157
O Que É Meu É Seu: Como o Consumo Colaborativo Vai Mudar o Nosso Mundo 158
Organizações Exponenciais - Malone, Michael S. 158
O mundo é plano?, best seller clássico que é um livro de macroeconomia. 158
MICROTENDÊNCIAS - Mark J. Penn 158
Criatividade S.A. 167
A sabedoria das multidões: Porque muitos são mais inteligentes que alguns. 168
Inside The Box. 170
Cultura de Verniz, é um livro de curiosidade. 176
Livro - Análise transacional - Eric Berne 177
Games People Play: The Psychology of Human Relationships -Eric Berne 177
Tem um livro interessante do Eduardo Sá, Brincar faz bem à saúde, 180
O bobo da Corte Corporativo porque isso acabou virando uma profissão. 185
De empreendedor e louco, todo mundo tem um pouco. 196
Esse livro aqui, Seja Insensato, 196
Tem até um livro, A economia dos desajustados, 197
Livro incrível esse aqui Pense como um artista, 198
The Artist's Way: A Spiritual Path to Higher Creativity 198
VLEF.ME em e-book gratuito. 198
livro que eu li, chama Sonhos Lúcidos, 204
Página 297 de 298
Ócio Criativo do Domenico de Masi, 206
Um toque na cuca, do Roger Von Oech, 210
O milagre da manhã, sobre a importância de rituais da manhã, 214
The Triune Brain in Evolution: Role in Paleocerebral Functions 223
livro dele, em 77 e bombou esse conceito. 224
livro massa que é O Cérebro da Criança, 224
os quatro compromissos, 225
inteligência emocional, capacidade de você gerir as suas emoções de forma inteligente. 226
The Eureka Factor, é, o estudo desse cara, 228
This Idea must die, 244
livro chamado Como pensar criticamente na Era da Pós verdade. 255
O erro de Descartes que mostra como Descartes criou esse dualismo. 262
E tem um livro, do Roger Von Oech, 262
1889 - Laurentino Gomes 264
1822 - Laurentino Gomes 264
Guia politicamente correto do Brasil, 265
da América Latina, 265
do Mundo 265
Freakonomics: O Lado Oculto e Inesperado de Tudo que nos Afeta 265
Mais sexo é sexo mais seguro. 265
Economia sem Truques, a versão verde e amarela de freakonomics. 266
A lógica da vida. 266
Intuition: Awakening Your Inner Guide - Judee Gee 268
O Osho também tem um livro Intuição, o saber além da lógica, 268
Intuição, a terceira mente. 269
Criatividade pro Século XXI, uma visão quântica do processo criativo. 276
Peraí, você tá brincando Feynman? 278
A More Beautiful Question, 291
Ansiedade, Augusto Cury 293

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