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SITUAÇÃO ECONÔMICA ATUAL DO JAPÃO

Tendências Macro-Econômicas

As taxas de dois dígitos de crescimento econômico real que o Japão manteve


durante os anos 60 e o início da década de 1970 terminaram com a primeira crise do
petróleo em 1973-74 e, desde a segunda crise do petróleo (1979-80), têm sido comuns as
taxas de crescimento de menos de 4%. A indústria japonesa, que enfrentou aumentos
dramáticos tanto nos custos de energia como nos de mão-de-obra resultantes das crises
do petróleo, fez esforços desesperados para reduzir as necessidades de energia e mão-
de-obra e para introduzir uma nova tecnologia. Esses esforços colocaram, realmente, o
Japão em uma posição de competitividade no plano internacional mais forte do que antes
das crises do petróleo.
No início dos anos 80, uma recessão econômica global fez com que caísse o
consumo de petróleo e enfraquecesse de maneira acentuada a solidariedade da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Em março de 1983, a OPEP
reduziu seus preços divulgados e isto marcou o início de um período de petróleo mais
barato.
A combinação desses acontecimentos com outros fatores, tais como o dólar forte e
o iene fraco e uma recuperação da economia americana, também teve um efeito benéfico
sobre a economia japonesa no início dos anos 80. Dramáticos aumentos em investimento
de capital no setor privado e o crescimento nas vendas da exportações tiraram finalmente
a economia do longo túnel de recessão, e a taxa de crescimento real ascendeu para um
nível satisfatório de 5,1% no ano fiscal de 1984 (abril de 1984 – março de 1985) e 4,3%
no ano fiscal de 1985.

PRODUTO INTERNO BRUTO E TAXA ANUAL DE CRESCIMENTO


PRODUTO INTERNO NOMINAL 2003 TAXA DE CRESCIMENTO REAL (%)
($ Bilhões) Per Capita ($) 2000 2001 2002 2003
Suíça 319,9 37.400 3,7 1,0 0,2 -0,5
Estados
10.933,5 36.200 3,7 0,5 2,2 3,1
Unidos
Noruega 468,4 512,2 3,5 1,2 0,2 -0,7
Japão 4.300,9 31.200 2,8 0,4 -0,3 2,7
R. F. da
2.403,1 24.100 3,1 1,0 0,2 -0,1
Alemanha
Canadá 853,8 23.100 5,3 1,9 3,3 1,7
França 1.757,5 23.500 4,2 2,1 1,1 0,5
Itália 1.468,3 20.400 3,2 1,7 0,4 0,4
Austrália 518,7 20.700 3,3 2,7 3,4 3,3
Reino Unido 1.795,0 26.400 3,8 2,1 1,6 2,2
Espanha 838,6 16.200 4,2 2,8 2,0 2,4

Em setembro de 1985, as cinco principais nações industrializadas concordaram em


empreender ação conjunta para baixar o dólar, que estava muitíssimo alto. Nos 12 meses
seguintes, o dólar teve uma queda dramática de mais de 240 ienes para menos de 160. O
impacto deflacionário desse aumento do valor do iene teve um efeito sério sobre a
economia japonesa.
Apesar de a taxa de crescimento ter tido seus altos e baixos, a economia do Japão
continua em segundo lugar no mundo livre em termos do tamanho total. De acordo com a
estimativas publicadas em setembro de 1987 pela Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico, o Produto Nacional Bruto do Japão em 1986 totalizou
1.985,5 bilhão de dólares, superado apenas pelo PNB dos EUA que foi de 4.166,8 bilhões
de dólares. O PNB per capita do Japão de 16.127 dólares é o quarto mais alto entre as 24
nações do OCDE. Compare-se esta cifra com os 17.246 dólares dos Estados Unidos e os
22.800 dólares da Suíça, que está em primeiro lugar. A posição do PNB per capita do
Japão é bem mais alta hoje em dia do que em 1968, quando ele alcançou pela primeira
vez a República Federal da Alemanha e se tornou a segunda maior economia do mundo
ocidental com base no PNB per capita, ficando bem atrás dos Estados Unidos e das
nações da Europa ocidental.
Durante 1985, o Japão tornou-se a maior nação credora do mundo e, no final de
1986, seus ativos líquidos no exterior tinham alcançado a cifra de 180,4 bilhões de
dólares. Os Estados Unidos, que antes eram o maior credor mundial, tornaram-se
devedores no final de 1985, com os passivos líquidos chegando a 111,9 bilhões de
dólares, e no final de 1986 esses passivos haviam inchado para 263,6 bilhões de dólares.
A coordenação política e o ajuste estrutural das principais nações industrializadas
são essenciais a fim de corrigir esses desequilíbrios na economia mundial e atingir um
crescimento constante sem inflação. Os participantes da reunião da cúpula de 1986, em
Tóquio, concordaram em aumentar seus esforços nesses campos e decidiram que o
"Grupo dos Sete", constituído pelos ministros da Finanças e pelos presidentes dos bancos
centrais das sete nações representadas na reunião de cúpula, realizasse consultas
periódicas para assegurar a efetividade da coordenação política.

CONTAS NACIONAIS
VALORES EM TRILHÕES DE IENES ANO FISCAL
2001 2002 2003
Produto Nacional Bruto (A.F. 2003 =
505,8 498,3 497,8
100%)
Consumo privado 294,2 296,9 299,3
Aumento nos estoques privados 0,0 -1,3 0,5
Consumo estatal 87,1 89,2 90,1
Exportações de bens, serviços e
56,0 60,6 66,7
transferências
Importações de bens, serviços e
46,2 47,1 49,4
transferências
Taxa de Crescimento Nominal -1,1 -1,5 -0,1
Taxa Real de Crescimento 0,4 -0,3 2,5

Decidiram também estabelecer um sistema de fiscalização multilateral das taxas de


câmbio e outros indicadores econômicos.
Durante 1987, nas reuniões do Grupo dos Sete, nas conferências ministeriais da
OCDE e na conferência de cúpula de Veneza, as nações participantes concordaram em
reforçar a coordenação política e explicitaram a responsabilidade dos países com
superávits em seus balanços de pagamentos quanto a formular políticas destinadas a
fortalecer a demanda interna e reduzir seu superávit externo, e a responsabilidade dos
países com déficits em reduzir seus desequilíbrios fiscais e externos.
No momento, o Japão está trabalhando para corrigir seus desequilíbrios externos o
mais rápido possível, através de um firme processo de ajuste estrutural em direção a uma
economia voltada mais para a demanda interna do que para as exportações. O governo
está dando ênfase especial neste contexto à expansão da demanda interna nas
categorias em que o Japão ficou para trás das nações avançadas da América do Norte e
da Europa ocidental, em particular na construção de moradias e na infra-estrutura.
Em maio de 1987, o governo anunciou um pacote de medidas econômicas de
emergência, que incluíam um gasto adicional em obras públicas de cinco trilhões de ienes
e cortes no imposto de renda, cujo valor atinge a mais de um trilhão de ienes. E, no
orçamento fiscal de 1988, o governo aumentou os gastos em obras públicas em cerca de
20% a mais do que no orçamento fiscal inicial de 1987. O setor privado também está
trabalhando para sustentar a posição do Japão na comunidade internacional através do
desenvolvimento de uma estrutura industrial voltada para a demanda interna.

Disponível em: http://www.rio.br.emb-japan.go.jp/caracteristicas/economia.htm

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