INTRODUÇÃO
As correcções cirúrgicas perineais após parto vaginal estão geralmente associadas a dor e desconforto local,
os quais podem interferir com as actividades de rotina no puerpério. Existe actualmente uma extensa evidência
científica de que o encerramento perineal com sutura intradérmica contínua utilizando poliglactina 910 de
absorção rápida está associado a menor intensidade da dor nos primeiros 10 dias do puerpério, menos necessidade
de remoção dos pontos, menor número de deiscências da ferida, melhor satisfação da puérpera com a sutura e
uma redução no número de fios utilizados. Nas mulheres com lesões perineais de extensão moderada e sem lesões
perineais prévias a sutura intradérmica contínua não está associada a maior incidência de equimoses, hematomas
ou infecções perineais, tendo como única desvantagem o facto de a sutura ser ligeiramente mais demorada. A
poliglactina 910 de absorção rápida perde a sua força tensil aos 10º-14º dia e é totalmente reabsorvida até ao 42º
dia. A sutura contínua com encerramento perineal intradérmico é o método de primeira escolha para execução de
episiorrafia e de correcção das lacerações perineais de 2º grau, nas feridas de moderada extensão e sem lesões
perineais (varizes vulvares, condilomatose perineal). Nos restantes casos deve ser realizada a técnica de
encerramento com pontos separados.