Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
I E D
1 – OBJETO E FINALIDADE DA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
No entanto, para Miguel Realli, “direito é a ordenação bilateral atributiva das relações sociais
na medida do bem comum.”
Para Santi Romano, existe uma forma de convivência social denominada “experiência
jurídica”, que é a relação entre dois homens, denominada ainda de relação intersubjetiva.
Apresenta-se neste tópico o quarto objetivo do IED, que é localizar o direito no mundo da
cultura.
No entanto, Miguel Reali define IED como uma ciência de conhecimento logicamente
ordenado segundo o objetivo preciso de natureza pedagógica.
1
Direito
A jurisprudência (ciência do direito) estuda o fenômeno jurídico tal como ele se concretiza no
espaço e no tempo. É considerada ciência de um direito positivo (é o direito que em algum momento
histórico entro em vigor ou ainda esta em vigor.).
A sociologia tem por fim, o estudo do fato social na estrutura da funcionalidade a fim de
descobrir como os grupos humanos se organizam e se desenvolvem.
3 – DIREITO E MORAL
A teoria do mínimo ético consiste em dizer que o direito representa apenas o mínimo de
moral declarado obrigatório para que a sociedade possa sobreviver. Pelo fato de a moral ser
cumprida espontaneamente, se faz possível o descumprimento dessa moral, eis então que surge o
direito para regular essas quebras de conduta. Alguns autores afirmam que tudo o que é direito é
moral, mas nem tudo que é moral é direito.
As regras morais são regra que nos dispomos a cumpri-las espontaneamente, sem que haja a
necessidade algo ou alguém nos obrigar a isso. A moral autentica ocorre quando de forma
espontânea, o individuo realiza atos previstos na norma, sem que seja forçado.
De maneira contraria funciona o direito, o direito ira impor aos indivíduos suas regras
fazendo com que sejam cumpridas por bem ou por força.
Existem três posições diferentes que apresentam a relação do direito com a força. A primeira
definida como eticismo, garante que o direito não tem nada haver com a força; uma outra teoria, a
de Jhering, afirma que a força é uma expressão do direito, o direito se reduz a norma + coação.
Tobias Barretos afirma o direito ser a organização da força, daí, pode-se definir o direito como
ordenação coercitiva da conduta humana.
Coerção: é a força usada pelo direito para impor a regra a ser cumprida, é o ato, o fato típico,
onde o direito exercera a punição possível. Na coercibilidade há a possibilidade, na coerção há a
aplicação.
Define-se que a moral é autônoma e o direito heterônomo, devido ao fato de que não
importando se estamos ou não felizes com as leis, elas estão ai para serem cumpridas por todos,
2
Direito
adeptos ou contrários, mas devem cumprir. Surge então mais uma afirmação de que o direito é a
ordenação heterônoma e coercível da conduta humana.
É a possibilidade de relação jurídica entre dois ou mais indivíduos, atribuído uma relação de
direitos e deveres entre os indivíduos.
A bilateralidade atributiva ocorre quando duas ou mais pessoas se relacionam segundo uma
proporção objetiva que as autoriza a pretender ou fazer garantidamente algo.
a) Bilateralidade social: define-se que sem a relação entre uma ou mais pessoas não há o
direito.
b) Bilateralidade Axiológica: deve ser de igual teor a qualquer uma das partes.
Para que seja possível a concretização de um fato jurídico, se faz necessário o cumprimento
de três requisitos básicos:
a) Agente capaz: para ser capar o sujeito dever estar de acordo com a normatização do
código civil.
b) Objeto licito:
4 - ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL
O fim do direito é ordenar a sociedade em busca do bem comum, no entanto o que vem a ser
o bem comum?
O bem comum segundo Luigi Bagolini, é uma estrutura social na qual sejam possíveis formas
de participação e de comunicação de todos os indivíduos do grupo.
O direito pode ser aplicado de varias formas distintas, podendo ser fato: considerada a
experiência humana; com o significado de justo: quando a busca em questão se trata da busca pela
justiça; sentido subjetivo/objetivo: quanto se trata de uma ação reguladora, fulano possui o direito
de educação.
Sabendo-se que o direito se baseia no fato, valor e norma, pode-se apresentar a seguinte
estrutura da norma jurídica:
3
Direito
Se não for cumprida (se não for P), devera ser punida (S).
Segundo kelsen, toda regra contem previsão de um fato típico, e toda vez que o
comportamento estiver ligado a esse enunciado, devera haver uma conseqüência, que por sinal
trata-se da sanção.
De outra forma, as normas jurídicas podem se apresentar através do juízo categórico, onde
as normas impõem ao individuo o fato sem deixar qualquer possibilidade de escolha em aceita-la ou
não, é o caso das normas que definem as capitais, por exemplo, o individuo não pode escolher entre
aceitar ou não.
Normas primarias são normas que enunciam formas de ação ou de comportamento licito ou
ilícito. As normas secundarias são normas de natureza instrumental.
Para Jhering, as normas eram diferenciadas apenas por sua aplicação, sendo umas a fim de
estabelecer o que deve ou não ser feito e outras destinadas aos órgãos do Poder Judiciário e
Executivo.
Bobbio apresenta a distinção das normas primarias e secundarias duas significações uma
cronológica que indica uma precedência de tempo, e a cronológica, com base numa ordem
valorativa. Bobbio define então que as normas se dão em valores de primeiro e segundo grau.
Kelsen define a norma primaria como a que traz no enunciado uma forma de sanção, e as
secundarias as supérfluas.
Para Hart, normas primarias referem a uma ação ou criam obrigações, e as secundarias se
reportam a primarias e delas são subsidiarias. Para Hart ainda, as normas secundarias apresentam
três denominações, de reconhecimento: são normas que se destinam a identificar as normas
4
Direito
Para Miguel Reali, norma jurídica não são modelos estáticos e isolados, assim, modelos
dinâmicos que se implicam e se correlacionam, dispondo-se num sistema, no qual umas são
subordinantes e outras subordinadas, umas primarias e outras secundarias, umas principais e outras
subsidiarias ou complementares.
Se F é, C deve ser
Benedetto Croce afirma que a lei é um ato relativo a vontade que tem por conteúdo uma
classe ou serie de ações.
Para que a lei venha a ordenar um comportamento, é que ela se parta do pressuposto de
liberdade de escolha do seu destinatário em cumpri-la ou não, podendo ela aplicar sua sanção.
Do ponto de vista hipotético, a norma não deve se ater apenas na lógica, mas também na
axiologia, devendo ter um valor a ser atingido.
Se F é, C deve ser.
De maneira que, ao se regular o fato-tipico, deve-se agir em tal conduta, caso a conduta não
seja a regulada, o individuo sofrera uma sanção punitiva.
5
Direito
Se F é, C deve ser: ou seja, se o fato é regulado, a conduta deve ser a prevista na norma.
Surge então um terceiro elemento, alem apenas do fato e da norma, surge o valor, que vem
dar importância a aplicação da norma, expressando assim um objetivo axiológico da norma, que
passa a se basear nos seguintes elementos: fato, valor e forma lógica.
De tal forma que a norma passara a se apresentar não mais em uma estrutura apenas lógica,
mas terá ainda um terceiro elemento que a tornara valorativa ao fato.
A validade de uma norma deve ser analisada sobre três aspectos: vigência: validade formal;
eficácia/efetividade: validade social; e o fundamento: validade ética.
Para ser valida, é necessário que a elaboração da norma cumpra três requisitos básicos:
1 – Quanto à legitimidade do órgão: a norma só pode ser criada por um órgão competente,
o Poder Legislativo, podendo assim que sem o órgão competente não existe a lei, no entanto existem
formas de normas que podem ser oficializada a fim de complementaridade sem que haja a
necessidade de passar por todos os tramites legais de uma lei como é o caso do decreto que pode ser
vigorado pelo presidente ou governador a respeito de alguma outra lei já em vigor. Esse poder de
constituir leis é definido como legitimidade subjetiva, atribuída ao órgão legislador.
A eficácia da norma refere-se a sua aplicação, ou seja, a regra jurídica como momento de
conduta humana. A norma para ser aceita juridicamente ela deve ser formalmente valida e
socialmente eficaz.
6
Direito
O fundamento nada mais é do que a finalidade, o porquê da norma estar sendo criada,
agregando a si sempre um valor a ser buscado. Entende-se assim que para real validade da norma
jurídica, ela deve necessariamente ser composta de três elementos básicos, a eficácia (de ordem
social), a validade (de ordem formal) e o fundamento (de ordem valorativa).
Através desse aspecto identifica-se uma relação entre os requisitos da norma e a estrutura
tridimensional, onde a eficácia refere-se ao fato, o fundamento com ligação ao valor e a vigência
ligada a norma.
7 - FONTES DO DIREITO I
2 – fonte de direito: são fontes obrigatórias dotadas de vigência e eficácia. São os processos
ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legitima força obrigatória,
isto é, vigência e eficácia de uma estrutura normativa.
Toda fonte de direito implica em uma estrutura normativa de poder, pois a gênese de
qualquer regra de direito só ocorre em virtude de certo poder. Define-se então 4 formas de poder,
processo legislativo: representa a expressão do Poder Legislativo; jurisdição: trás a representação do
Poder Judiciário; costumes jurídicos: representação do poder social, ou seja, o poder do povo; fonte
negocial: expressão da autonomia da vontade.
Apresenta-se ainda, a tradição anglo-saxônica, trazendo uma forma de direito mista, com
costumes e jurisprudência. No entanto, na Inglaterra, o direito era coordenado e consolidado em
precedentes judiciais, baseada em uma serie de decisões baseadas no uso do costume prévio.
O direito foi em primeiro lugar um fato social bem diferenciado, confuso com outros
elementos de natureza religiosa, mágica, moral ou meramente utilitária. Nas sociedades primitivas, o
direito Le uma processo de ordem costumeira.
Existem duas possibilidades de direito como costume, o primeiro pelo uso da fora: tanto fora
física quanto moral. A segunda forma foi através da religião ou da mágica.
De tal forma, pode-se dizer que o direito costumeiro é um direito anônimo, sem paternidade,
consolidado em virtude da força, habito ou de comportamentos exemplares.
7
Direito
Os órgãos de jurisdição (jurisdicere) eram órgãos que diziam o que era o direito de cada caso
concreto.
Mais tarde, a ciência jurídica começou a exigir a elaboração de categorias lógicas, próprias; o
processo legislativo passa a prevalecer sobre o processo jurisdicional.
Pode-se dizer que o direito costumeiro deriva de duas fontes básicas, a religião e a magia.
Tendo o aspecto religioso, por exemplo, o casamento, onde a mulher só poderia integrar a família do
home a partir do momento em que ela praticasse o culto aos deuses da família do marido, da mesma
forma, as terras eram guardadas pelos deuses liminares, a terra possuía um vinculo divino com os
ancestrais e deuses, portanto, não poderiam ser vendidas, existia ainda a imagem da divindade dos
mortos.
No aspecto de magia, podemos citar os empréstimos que davam por garantia a figura do nó,
pois se entendia que ao dar um laço com um nó na ponta ao credor, o devedor estaria pondo como
condição de pagamento a sua alma.
O jus gentium/direito das gentes foi a expansão do direito romano aos estrangeiros, e mais
tarde gerou a ideologia do jus naturae/direito natural.
Surge ainda a figura dos glosadores: que são os analistas do direito, que fazem considerações
através da analise de fragmentos do direito, essas considerações são chamadas dês glosas. Existem
duas formas de glosas, as glosas interlineares quando as considerações eram feitas nas entrelinhas
dos textos jurídicos. E as glosas marginais quando as observações se encontravam nas margens dos
fragmentos.
Foi através dos glosadores que a ciência jurídica se reconstituiu ate a época do renascimento.
A ordenação foi à primeira forma de lei consolidada, eram as ordens dadas pelo rei na
intenção de coordenação.
Para Rousseau, direito é a lei, porque a lei é a única expressão legitima da vontade geral.
A noção de que uma nação necessitava de um direito único para ser considerada nação
surgiu com a revolução francesa, essa forma de ordenação se deu o nome de direito nacional, o
principio da igualdade perante a lei pressupõe o da principio da existência de uma única lei igual para
todos, somente assim se poderá garantir a igualdade.
8 – FONTES DO DIREITO II
8
Direito
A aplicação da lei seda da seguinte forma, a vigência é pirus e a eficácia é posterius, ou seja, a
vigência vem primeiro e depois a eficácia. O costume seda de forma contraria primeiro ele é aceito
pela sociedade, é eficaz, e depois ele será normatizado partindo para a vigência.
Para direito, a lei é uma regra ou um conjunto ordenado de regras. No entanto, no sentido
técnico, lei só vem a existir quando a norma escrita é constituída de direito, ou ela introduza algo
novo com caráter obrigatório no sistema jurídico em vigor, disciplinado comportamentos individuais
ou atividades publicas.
I. EMENDAS À CONSTITUIÇÃO
II. LEIS COMPLEMENTARES
III. LEIS ORDINÁRIAS
IV. LEIS DELEGADAS
V. MEDIDAS PROVISÓRIAS
VI. DECRETOS LEGISLATIVOS e
VII. RESOLUÇÕES.
No sentido próprio da palavra, fonte legal é todo ato normativo abrangido pelo processo
normativo, de forma especifica, fonte legal é o processo legislativo.
9.1 – JURISPRUDÊNCIA
9
Direito
O novo código civil traz uma uniformização da jurisprudência usando de duas possibilidades
de entendimento:
a) Ou o próprio juiz julgador solicita o pronunciamento do tribunal para que se firme seu
entendimento;
b) Ou as partes fazem ao tribunal, no mesmo momento em que recorrem a solicitação d
julgamento preliminar.
As fontes do direito produzem modelos jurídicos, enquanto que a doutrina produz o modelo
dogmático, ou seja, esquemas teóricos cuja finalidade é determinar: como as fontes produzem
modelos jurídicos; o que os modelos jurídicos significam; como os modelos jurídicos se relacionam a
fim de compor modelos de amplo repertorio jurídico.
A doutrina indaga o papel histórico e a função atual das normas, refere-se ainda sobre SUS
significados ou suas derivações.
A autonomia de vontade é o poder que cada homem tem de agir e omitir-se nos limites das
leis em vigor, tendo por finalidade o bem jurídico, podendo ser econômico, religioso, recreação,
qualquer coisa amparada judicialmente
Abuso de poder é exerce poder alem do necessário a satisfação do seu direito causando dano
a terceiro.
10
Direito
Os atos nulos são aqueles que necessitam de validade formal ou vigência, por apresentar
falta de alguma exigência da lei;
Os atos anuláveis são atos que cumprem os requisitos da lei, porem apresenta alguma
anomalia, como por exemplo, o uso da força para que uma das partes aceite o negocio.
Os atos jurídicos inexistentes carecem de algum elemento constitutivo, permanecendo em
estado de formação. Um exemplo é uma separação feita apenas na igreja, para o direito ele inexiste
por não ter um âmbito judicial que o ampare, ou seja, para a justiça, ele não existe.
11
Direito
Como já dito, o negocio jurídico é um ato jurídico que alem de se originar da vontade entre
partes, deve ser expressa em declaração de vontade, com o objetivo protegido pelo ordenamento
jurídico, ou seja, um acordo entre partes previsto em lei.
De forma contraditória, nos atos jurídicos, em âmbito estrito, não existe o acordo de
vontades, e sim desacordos, como uma ocupação de posse de um terreno.
As questões de fato são questões relativas ao contexto histórico, ligadas as provas do fato
que se deu.
As questões de direito equivalem-se a aplicação da norma ao fato dado, de outra forma,
também, é o entendimento de que norma será utilizada para o julgamento do fato em questão .
11 – Da Relação Jurídica
As relações jurídicas são relações sociais que reúnem em si, vários requisitos previstos em lei
e outras normas jurídicas.
De acordo com a teoria tradicional, as relações jurídicas seriam relações sociais postas por si
mesmas, apenas reconhecidas pelo Estado, com a finalidade apenas de protegê-las. Outra visão, tem
o Estado como instaurador de modelos jurídicos, condicionando e orientando a constituição das
relações jurídicas, como é o caso das relações do Fisco com os Contribuintes, se o Estado não
proporcionasse esta relação, de forma natural ela não viria a existir.
O que resta saber é que mesmo relações sociais quanto relações impostas pelo Estado só se
caracterizam relações jurídicas se estiverem inseridas numa estrutura normativa.
Para a ocorrência de uma relação jurídica, é necessária a existência de dois requisitos,
primeiro uma ligação entre duas ou mais pessoas, depois que essa ligação adequada a uma hipótese
normativa.
Sujeito Ativo: titular ou beneficiário da ação; como em toda relação jurídica, existem direitos
e deveres, aqui o sujeito ativo não se constitui apenas de direitos, mas também de deveres;
Sujeito Passivo: o devedor da ação; da mesma forma que o credor, o devedor também não
se forma somente de deveres, mas também de direitos;
Vinculo de Atributividade: ligação objetiva entra as partes, as vezes recíprocas ou
complementar; por exemplo, em um acordo de prestação de serviço, existe a vontade do
contratante e a vontade do contratado, o que ira concretizar a ligação entre uma vontade e
outra será o contrato firmado entre as partes, sendo este o vinculo de atributividade. O
vinculo de atributividade confere a cada uma das partes o poder de pretender ou exigir algo,
dando-lhes assim, titulo ou legitimação para exigir o seu direito.
No direito não se permite a relação jurídica entre uma pessoa e uma coisa, ou seja, somente
pessoas podem ser sujeitos de uma relação jurídica, as coisas são consideradas como objetos, que
podem ainda ser uma prestação ou a própria pessoa. O objeto da relação jurídica é de fato o motivo
pelo qual se estabelece o vinculo atributivo.
Faz-se possível a existência de uma relação jurídica sem que haja o sujeito passivo, por
exemplo, o individuo faz uso de uma propriedade, só tem a posse, não existe o sujeito passivo, nesse
caso caracteriza-se o direito real, aplicado como o direito da sociedade, nesse caso, a sociedade
torna-se o sujeito passivo.
Da mesma forma, cogita-se a existência de relação jurídica sem a existência de um sujeito
ativo. Caso das fundações.
12
Direito
A interpretação da lei passa a ser objeto de estudo sistemático a partir de duas verdades
firmadas. A primeira o Direito positivo é a lei; o segundo de que a Ciência do Direito depende de
interpretação da lei para adequação do processo. A escola exegese é aquela que defende que no na
lei positiva em especial no código civil já se encontra a possibilidade de solução para todos os
eventuais casos da vida social, bastando a boa interpretação do direito. Sendo assim, o papel do
jurista se baseia em entender o significado do texto da norma.
Os costumes e os usos não deveriam ser considerados, tendo o jurista de julgar o que a
norma expressa sem que ocorra estranheza entre a norma e a solução obtida. A essa forma de
interpretação define-se a jurisprudência conceitual, pois esta vai se ater em dar atenção aos
ensinamentos contidos na lei, sem levar em consideração a estrutura social.
As normas expressam a vontade do legislador, porem, essa vontade não vem expressa no
texto normativo, por isso a necessidade de que se faça uma análise sistematizada.
A norma é interpretada em dois prismas:
Prisma literal ou gramatical: aqui será feita uma analise do vocabulário da norma, o
interprete define com rigorosidade o sentido expresso pela norma, fazendo a analise de seu texto, da
gramática apresentada.
Prisma lógico-sistemático: após analise textual da norma, dá-se a ela um valor lógico, ou seja,
a norma deve ser relacionada ao conjunto do sistema jurídico.
Alguns autores da escola exegese dizem ser necessária uma distinção entre a analise lógica e
a sistemática; para eles, a analise lógica se atem apenas ao sentido lógico das frases contidas na
13
Direito
norma, já a analise sistemática atentar-se-ia a possíveis duvidas que venham a existir mesmo após a
analise gramática e lógica.
Porem, com o passar dos tempos, percebeu-se que se faz impossível uma analise lógica sem
que seja feita uma analise sistemática da norma.
Nessa forma de interpretação, deve-se analisar o momento histórico em que a norma foi
criada para se ter melhor compreensão de qual era a intenção do legislador.
Os juristas alemães tomaram como principio o uso dos costumes para a interpretação das
normas, devido ao fato da falta de um código civil.
Foi Windscheid que definiu que a norma deve ser interpretada levando em consideração a
vontade do legislador, porem, no seu contexto histórico, ou seja, a norma foi criada no século XIX
com um objetivo X, mas ao ser interpretada atualmente, ela da a possibilidade de um objetivo Y,
nada impede de que essa norma seja aplicada.
Para Gabriel Saleilles, através da interpretação histórica evolutiva da norma, depois de
emanada, a norma deixa de ter sentido estrito da intenção do legislador e passa a ter proporção
elástica, ou seja, ela vem a se adequar aos fatos de acordo com suas necessidades, sem extrapolar os
seus limites.
Geny vem dizer que o julgador não ser limitado apenas ao que a norma lhe arbitra, mas sim
que ele tenha a possibilidade de uma analise cientifica e técnica da norma para que assim sendo, ele
tenha a possibilidade de dar um julgamento a tal fato. Geny defende a tese da escola exegese de que
a lei deve ser aplicada de acordo com a vontade do legislador, e de que a norma possui apenas uma
vontade, não podendo ser inventadas novas vontades, porem, ele defende ainda que o juiz tenha a
possibilidade de uma analise dos costumes para que ele possa julgar fatos que ainda não sejam
regulados pela norma, de tal maneira a não deixar fatos sem julgamento. A essa teoria deu-se a
definição de livre pesquisa do direito.
Geny define então sua teoria em: “alem do codigo civil, mas através do código civil”.
Para garantir ainda mais a afirmação de Gery, Zetelmann em sua obra “Lacunas do Direito”
define que o Direito não se confunde mais com a norma, de que esta é apenas um instrumento de
revelação do direito. Zetelmann defende ainda que, o juiz deve recorrer aos costumes para que faça
o seu julgamento, Zetelmann trazia um conselho de que se deveria buscar meios técnicos fora da lei
para fazer com que as lacunas do direito fossem sanadas, porem, sempre baseado na lei do direito.
Ehrlich traz uma ideologia de que sempre que a lei for insuficiente para proporcionar um
julgamento justo e adequado, faculta ao juiz estabelecer livremente uma solução própria desde que
baseado em estudos sociológicos, ou seja, desde que se conheça a sociedade e seus costumes, é
possível a utilização do costume para tal julgamento.
No entanto, o mais radical dos orientadores foi Hermann Kantorowicz, afirmando que,
mesmo que exista uma norma reguladora, o fato deve ser julgado de forma a proporcionar um
direito justo, sendo ele legal ou contra a previsão da norma.
14
Direito
13 – Divisão do Direito
Essa é a primeira distinção feita entre a divisão do direito, entre direito publico e privado. O
direito publico baseia-se em defendes os interesses do Estado, em quanto que o direito privado vem
representar os interesses individuais. Diferem-se ainda através da relação, se tratado como relação
de coordenação, teremos o direito privado; já em caso de relação de subordinação, apresenta-se o
direito publico.
De forma contraria, o direito privado sofre uma regulamentação pelo estado, no entanto, as
relações, os interesses são individuais a cada individuo.
2. Direito administrativo
15
Direito
Esse campo do direito tem o objetivo de eliminar os conflitos existentes entre regras jurídicas
estabelecidas por países diferentes em determinados casos.
16