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YOGA NA VIDA

Quarta, 8 de Abril de 2020

Energia do Dia: Branco Cristalino,


Quarto Raio – Purificação, Retidão, Paz,
Tranquilidade, Centramento, Harmonia,
Pureza, Cristal, Transparência,
Consciência em Expansão, Presença,
Força das águas doces, Leis Universais

Anjo do dia: Anjo da Contemplação


“Há um maravilhoso templo interior, de vastidão desconhecida,
que nos acolhe e encanta o nosso olhar. Toda vez que
visitamos, compreendemos o sentido de estarmos unidos a
tudo, numa teia de vida infinita. A contemplação com a Alma
nos preenche com os significados mais profundos que
buscamos para a vida. O silêncio, na mente e no coração, abre
portas e as janelas do templo no qual o nosso encontro com
Deus já está marcado”. (Sônia Café)

Afirmação (Repita mentalmente 3 vezes):


“A luz da contemplação ilumina os meus dias e me enche da
alegria de viver” (do livro “Meditando com os Anjos”, de Sonia
Café)

“Não estamos interessados em abrir mentes... Estamos


interessados em abrir corações”. [Palavras dos Anjos a Ken
Carey, em ‘Estrela Semente – A Vida no Terceiro Milênio’.
Pensamento]
MANTRA DO DIA (Enviarei
músicas e mantras por
whatsapp):

Ong Namo Guru Dev Namo

Significado:

Ong Namo – Me inclino diante


da sutil sabedoria divina
Guru Dev Namo – Eu me curvo ao professor divino interior.
Ong: Energia de Criatividade Infinita em manifestação e
atividade.
Namo: Saudações reverentes, humildade insinuada.
Guru: professor ou sabedoria.
Dev: Divino ou Deus.
Namo: reafirma a humildade e reverência.

“Saúdo com reverência a Infinitude dentro de mim.”

Mais Informações:
ONG NAMO, GURU DEV NAMO – Adi Mantra
É o Mantra que precede a prática de Kundalini Yoga,
sintonizando a pessoa com o seu Ser Superior ou Mestre
Interno. Este mantra sagrado nos abre o canal espiritual.
Também nos une a todos os Mestres espirituais que
aperfeiçoaram esta ciência sagrada. Estabelecendo esta
ligação com os Mestres do Oriente, somos protegidos e
guiados em nossa prática. A transmissão de informação e
consciência aos estudantes pelos Mestres que nos precederam
é chamada de Cadeia Dourada.
Yogi Bhajan ensinou que este é o antigo mantra yóguico como
uma ferramenta para se relacionar instantaneamente com o
professor divino interior. Adi significa primal ou primeiro. No
yoga Kundalini, este é o primeiro mantra que deve ser usado
para qualquer prática ioga ou meditativa. É usado para
sintonizar antes das aulas de Kundalini Yoga, para nos centrar
no eu superior, e para guiar espiritualmente tanto o professor
como os alunos durante a aula. (FONTE:
http://esquecerpradescobrir.com/mantra-ong-namo-guru-dev-
namo/)

Postura (Ásana) do Dia: Balasana (Postura da Criança),


também chamada de Sasankasana (lê-se Shashankassana,
Postura da Reverência)

Balasana : o retorno ao ventre da mãe (Postura da Criança)


Quem nunca, nos momentos mais difíceis da vida não sentiu
aquela necessidade de sentar no colo da mãe? De longe, este
é o melhor remédio para acalmar uma criança (e a nossa
criança interna também). Não é à toa que essa postura é muito
usada no Yoga para descansar o corpo, principalmente em
práticas mais vigorosas, em que precisamos de uma pausa
entre um movimento e outro. Vamos experimentar? É uma
delícia!
1. Ajoelhe-se no chão com os joelhos juntos ou separados
(Joelhos separados é uma variação recomendada se, ao
inclinar o tronco para frente, perceber que seu quadril sobe,
ou ainda, se você sentir desconforto nos quadris ou joelhos);
2. Traga o topo dos pés para baixo, e vire os calcanhares um
pouco para as laterais de fora dos quadris, sem torcer os
tornozelos;
3. Alongue os braços para frente, cotovelos fora do chão. Se
quiser alongar a coluna, relaxe bem os ombros e deixe o
pescoço longo. Já, se quiser apenas descansar, deixe seus
braços caírem para trás ao longo do corpo e solte os ombros;
4. A testa se move da direção chão. Caso não seja possível
tocar a testa no chão sem tirar o quadril dos pés, então apoie
um antebraço sobre o outro e descanse a testa em cima
deles, ou ainda, coloque um bloco até que dê altura
suficiente para encostar a testa nele sem esforço;
5. Os ombros ficamlonge das orelhas;
6. Pescoço longo e relaxado;
7. Relaxe os olhos, a testa e toda a musculatura do rosto;
8. Feche os olhos. Permaneça aqui por quanto tempo precisar.
Benefícios:
– Acalma, relaxa e centra o corpo todo;
– Ativa o sistema nervoso parassimpático ;
– Alonga a coluna lombar e relaxa os ombros;
– Fortalece os quadris;
– Alivia o stress;

Contraindicações
– Quadris e virilhas tensas;
– Gravidez;
– Problemas nos joelhos;

Balasana também é uma postura de reverência, é usada em


muitas culturas para saudar o mestre ou a terra, ou o que quer
que seja. Ela é uma postura de humildação onde colocamos
nossa testa no chão, ou seja, a mente sob o coração e
saudamos com devoção e sabedoria a terra onde pisamos.
Boa Prática,
Namastê!

FONTE: https://fernandacunhayoga.com/balasana-o-retorno-ao-ventre-da-mae-postura-
da-crianca/
ENSINAMENTO FILOSÓFICO: CONTEMPLAÇÃO

Contemplação: Reflexão à Luz da Filosofia (Escrito


por Ana Farache)

Contemplar é ver o que está latente e intocável no


contemplado. É ver nele o que percebo e sinto que
também está em mim. É aceitar como o visto está
envolto e não deixar que o invólucro cegue a visão. O
que contemplo vai além do que apenas meus olhos
seriam capazes de enxergar. Nas palavras de São
Tomás de Aquino: “onde está o amor, aí está o olhar”...
Toda alma torna-se o que contempla
Plotino: 2008, p. 75.
Assim, reflito: Contemplar é ver o que está latente e
intocável no contemplado. É ver nele o que percebo e
sinto que também está em mim.
É aceitar como o visto está envolto e não deixar que o
invólucro cegue minha visão. O que contemplo vai além
do que apenas meus olhos seriam capazes de
enxergar. Nas palavras de São Tomás de Aquino: ubi
amor, ibi oculus, “onde está o amor, aí está o olhar”…
Os princípios da contemplação têm sustentações
históricas que se estabelecem num total entrosamento
com a abordagem científica.
Portanto, não por acaso, e justamente por esse motivo,
a palavra contemplação – do latim contemplatio, que
significa ação de olhar atentamente, reflexão,
meditação – seja equivalente ao termo grego theoria.
Mas, apesar dos dois vocábulos serem sinônimos, a
expansão do império da razão no Ocidente,
notadamente, marcou fortemente o conceito de
contemplação como algo alheio ao pensamento.
Voltando-nos para os primórdios da filosofia greco-
romana, iremos constatar que Pitágoras, por exemplo,
não afastava a dimensão contemplativa do pensamento
científico.
Foi ele quem criou no sul da Itália, em torno de 450
a.C., uma das primeiras comunidades contemplativas
conhecidas, ao mesmo tempo religiosa e marcada,
sobretudo, pela abstração matemática.
Pitágoras acreditava na imortalidade da alma e na sua
transmigração através de vários corpos com a
finalidade de realizar sua purificação.
A conexão entre a transmigração da alma e a
contemplação era firmada a partir da concepção de que
“por meio da contemplação (theoria), a alma avança no
conhecimento (gnosis) de Deus, que a transforma,
segundo Platão, até tornar-se divina” (Citado por
WALLACE, 2009, p. 25).
Um conhecimento que, para o texto da filosofia
hindu, Śiva Saṁhitā [1], é a própria iluminação:
Somente o Conhecimento é eterno. Ele não tem início
nem fim. Não existe nada fora ele. A aparente
diversidade do mundo é resultante da limitação dos
sentidos. Quanto esta limitação desaparece, apenas o
Conhecimento, e somente ele, resplandece (Citado por
KUPFER, 2009, p. 51)

Esse conhecimento poderia ser despertado justamente


pela prática da contemplação. Para o teólogo do
cristianismo primitivo [2], Orígenes de Alexandria[3], o
homem já carrega consigo, ao nascer, esse
conhecimento de Deus.
Quase três séculos após os escritos de Orígenes, essa
visão da reencarnação e imortalidade da alma será
condenada através de um édito publicado pelo
Imperador Justiniano, em 543, no qual ia de encontro à
ideia do teólogo da preexistência:
“Quem sustentar a mítica crença na preexistência da
alma e a opinião, consequentemente estranha, de sua
volta, seja anátema” (ATKINSON, 1997, p. 47).
O édito foi posteriormente referendado durante o V
Concílio Ecumênico de Constantinopla II, de 553,
quando é declarada como herética a doutrina da
reencarnação e passa a ser rejeitado todo o
pensamento do filósofo e teólogo da Alexandria.
Antecedendo essa proibição, o tema já havia sido
abordado por Santo Agostinho [4] que, pouco antes de
sua conversão ao cristianismo, defendia a existência da
alma a partir do pensamento platônico: teríamos um
tipo de conhecimento adquirido pelos órgãos sensoriais
e outro captado pela alma.
O primeiro estaria condicionado aos sentidos e
relacionado aos objetos/imagens exteriores, ou seja,
estruturado a partir de qualidades instáveis.
Já o conhecimento adquirido pela alma não teria
influência dessa ação e estaria apoiado em regras
imutáveis, que não podem ser diferentes do que são,
uma vez que são permanentes e, desta forma,
verdadeiras. Esse contato com o pensamento platônico
chegou a Agostinho recuperado e apresentado
principalmente por Plotino.
Para o filósofo, o silêncio é um estado inerente da
contemplação. Quando contemplamos, o silêncio se
apossa do nosso interior. Nossa mente se cala. Escuta.
“A alma, então, atinge a tranquilidade e nada busca por
estar plenificada, e a contemplação, nesse estado,
repousa no interior, por confiar possuir” (2008, p. 65).
A experiência mística estaria relacionada a um
crescimento espiritual com base num esforço não
apenas moral, mas, também, intelectual Um intelecto
não circunscrito a um indivíduo, pois
“[…] o intelecto não é o intelecto de alguém, mas é
universal e, sendo universal, é intelecto de todas as
coisas”. Uma universalidade que pode ser relacionada a
uma passagem da Isa Upanisad[5], que afirma que
aquele que percebe o Ser em si mesmo e a si mesmo
em todos os Seres, não conhece o medo (Conf.
KUPFER, 2009, p. 254).
Plotino também anula a diferença que Aristóteles
propõe entre a theoria (contemplação) e práxis (ação),
ao considerar que toda ação é o resultado do ato
contemplativo.
Portanto, o conceito plotiniano de contemplação
criadora – onde não existe separação entre ação e
contemplação – não está mais preso ao pensamento
grego nem, tampouco, se caracteriza como um
pensamento cristão.
Uma união que seria, segundo a tradição hindu,
propiciadora da própria imortalidade: “… aqueles
capazes de combinar ação e contemplação,
atravessando o mar da morte pela ação, alcançam a
imortalidade através da contemplação” (Citado por
KUPFER, 2009, p. 255).
Mas é, sobretudo, na Idade Média que a contemplação
passa a ser fortemente associado à dimensão religiosa,
o que explica, em grande medida, as reações de
oposição à ideia de contemplação a partir da ruptura
cartesiana.
Apesar disso, verificamos que a teoria como ação de
ver, contemplar e meditar está voltada para uma atitude
na qual não se percebe nada da intenção de Descartes
de tornar o homem, a partir do conhecimento, senhor e
proprietário da natureza.
Concepção que nos leva às reflexões de Michel
Foucault, para quem o procedimento cartesiano
requalificou o lema grego clássico conhece-te a ti
mesmo em prejuízo de outro lema com qual fazia
parte, cuidado de si:
“Em primeiro lugar, pois, volver o olhar para si é desviá-
lo dos outros. Desviá-lo dos outros quer dizer: desviá-lo
da agitação cotidiana” (2004, p.268).
Um olhar que se dirige ao autoconhecimento, assim
definido pelo Yoga: “Quando os cinco sentidos e a
mente estão parados, e a própria razão descansa em
silêncio, começa o caminho supremo” (Citado por
KUPFER, 2009, p. 242).
Que assim seja. Contemplar, para mim, é como
meditar. Meu olhar, atento, é capaz então de tornar
presente e significativo o que nele me falta. O que nele
me completa.

॥ हर िः ॐ ॥
Filosofia – Referências bibliográficas
ATKINSON, William Walker. A Reencarnação e a Lei do
Carma, São Paulo, Pensamento, 1997.
BEZERRA, Cícero Cunha. Compreender Plotino e
Proclo. Petrópolis: Vozes, 2006.
FOUCAULT, M. A Hermenêutica do Sujeito. São Paulo:
Martins Fontes, 2004.
KUPFER, Pedro. Formação em Yoga. Bombinas:
Yogabindu, 2009.
PESSANHA, J.A. Motta. Santo Agostinho. São Paulo:
Nova Cultura, 1987 (Os Pensadores).
PIEPER, J. Philosophie und Weisheit. ANO II No 4
(Suplemento) Jan-Abr 98 .
www.hottopos.com/mirand4/suplem4/filosofi.htm.
Acessado em 2007
PLOTINO. Enéada III. 8 [30] Sobre a natureza, a
contemplação e o Uno. Introdução, tradução e
comentário de José Carlos Baracat Júnior. Campinas:
Editora Unicamp, 2008.
REALE, Giovanni. Plotino e Neoplatonismo: História da
Filosofia Grega e Romana, Vol VIII. São Paulo: Edições
Loyola, 2008.
WALLACE, B. Allan. Ciência Contemplativa: onde o
budismo e a neurociência se encontram. São Paulo:
Cultrix, 2009.

॥ हर िः ॐ ॥

[1] Texto sobre Haṭha Yoga datado de século XVII.


[2] “A denominação ‘cristianismo primitivo’ compreende
o período que vai da morte de Jesus em 33 A.D até a
chamada “conversão de Constantino” (306-337)
ocorrida ao que parece no ano de 337 d.C. Cantareira –
Revista Eletrônica de História – Volume 2 – Número 2 –
Ano 3 – Ago. 2004. www.historia.uff.br/cantareira
[3] 185-254 d.C.
[4] 354-430 d.C
[5] Texto da tradição védica, com cerca de 3500 anos

FONTE:
https://www.yoga.pro.br/contemplacao-breve-reflexao-a-
luz-da-filosofia/

Compilação: Ricardo Henrique (Casa Paz)

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