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Materiais de Construção I

04 - AGLOMERANTES (1)
Definição
É um material capaz de endurecer por simples secagem ou através de reações
químicas, aderindo-se firmemente aos materiais com os quais se acha envolvidos.
Ou seja, é um material ligante que promove a aglomeração de outros materiais
entre si.
Definição
• Pasta: mistura entre aglomerante e água.

• Nata: pasta onde há excesso de água. Tem a consistência de uma “lama”.


Definição
• Argamassa: material resultante da mistura de aglomerante, água e agregado
miúdo.
Definição
• Concreto: material resultante da mistura de aglomerante, água, agregado miúdo
(areia) e agregado graúdo (brita).
Definição
Apresentam-se sob a forma pulverulenta e, quando misturados à água, formam uma
pasta capaz de endurecer por simples secagem ou como consequência de reações
químicas, aderindo às superfícies com as quais foram colocados em contato.

➢ Cimento
➢ Asfalto
➢ Cal
➢ Gesso
Classificação
Quanto ao processo de endurecimento, classificam-se em:
Classificação
INERTES: seu endurecimento ocorre devido à simples secagem do material:
➢ ou pela evaporação e secagem da água (ex.: argilas)
➢ ou processo de sensibilidade térmica (ex.: betumes)
Classificação
ATIVOS: endurecem através de reações químicas. Podem
ser:

➢ Aéreos: Aglomerantes que endurecem pela ação química


do gás carbônico do ar. (ex.: gesso e cal aérea - hidratada ou
cal extinta).
➢Hidráulicos: O endurecimento ocorre pela ação exclusiva
da água. (ex.: cimento Portland e cal hidráulica).
Tempo de Pega
PEGA: fenômeno físico-químico que identifica as reações químicas e o consequente
endurecimento do aglomerante ao entrar em contato com a água.
A pega é dividida em duas partes (início de pega e final de pega).
Tempo de Pega

Estado líquido

Estado plástico

Estado sólido
Tempo de Pega
➢ Tempo de Início de Pega (TIP): corresponde ao intervalo de tempo decorrido
desde o lançamento da água no aglomerante, até o instante em que a pasta
começa a perder sua plasticidade.

➢ Tempo de Fim de Pega (TFP): corresponde ao intervalo de tempo decorrido


desde o lançamento da água no aglomerante, até o instante em que a pasta
perdeu completamente a sua plasticidade.

Transcorrido o tempo de fim de pega não significa que a pasta tenha


adquirido toda a sua resistência, pois terminada a fase de pega tem
início a fase de endurecimento.
Tempo de Pega
➢ O fim da pega significa que a pasta não pode mais ser manuseada e, terminada essa
fase, inicia o endurecimento.
➢ Apesar de no fim da pega a pasta já ter alguma resistência, é durante o
endurecimento que os ganhos de resistência são significativos.
Classificação de acordo com o tempo que o aglomerante desenvolve a pega na pasta:
• Aglomerante de pega rápida: quando a pasta inicia sua solidificação num intervalo de
tempo inferior a 30 minutos.
• Aglomerante de pega semirrápida: quando a pasta inicia sua solidificação num
intervalo de tempo entre 30 a 60 minutos.
• Aglomerante de pega normal: quando a solidificação da pasta ocorre num intervalo
de tempo entre 60 minutos e 6 horas.
Cal

Concreto asfáltico

Solo estabilizado (solo-cal)


Argamassa

Blocos sílico-calcáreos

Neutralização de
resíduos ácidos
Tratamento de água Pintura à base de cal
Cal
Nome genérico de um aglomerante simples resultante da
calcinação (queima) do calcário.
Cal Virgem
Na calcinação da rocha calcária natural, o carbonato de cálcio (CaCO3) (principal
componente de rochas como os calcários) é submetido a ação do calor à
temperatura aproximada de 900 °C, decompondo-se em óxidos de cálcio (CaO) e
anidridos carbônicos (gás carbônico).

900 °C
CaCO3 CaO + CO2
100% 56% 44%

Cal virgem se apresenta


em pedras com dimensões
de 10, 15 ou 20 cm.
Cal Virgem
➢ A cal viva ou virgem apresenta-se em forma de grãos de grande
tamanho e estrutura porosa.
➢ O produto resultante (CaO) (cal viva ou cal virgem) não é
aglomerante utilizado na construção.
➢ O óxido de cálcio deve ser hidratado, transformando em hidróxido.
➢ Há forte desprendimento de calor e após certo tempo as pedras se
esfarelam transformando-se em pasta branca.
➢ O resultado é a formação da cal aglomerante, encontrada em
forma de flocos ou em pó.
➢ Ambas apresentam a coloração branca.
Obtenção da Cal - Aglomerante
O processo de adicionar água à cal virgem ou cal viva, desencadeia uma reação química
altamente exotérmica onde o óxido de cálcio se transforma em hidróxido de cálcio,
reação denominada hidratação.

muito
calor
CaO + H2O Ca(OH)2 +

Cal Hidráulica
+ =
Cal Hidratada
Cal Aérea
Cal Extinta
Obtenção da Cal - Aglomerante
O hidróxido de cálcio formado (Ca(OH)2) é um pó finíssimo denominado:

Cal aérea
Cal hidráulica Aglomerante utilizado na construção civil

Esta é a cal encontrada no comércio para tantas aplicações e


matéria prima para tantos produtos. Nas edificações será aplicada em:
✓ pinturas;
✓ confecção de argamassas para assentamento de tijolos;
✓ confecção de argamassas para revestimento de alvenarias.
Cal Aérea
Quando este processo :
➢ acontece na fábrica, o hidróxido formado é
denominado cal hidratada.

➢ acontece no canteiro de obras, chama-se cal extinta.


Cal Aérea
✓ Ao ser misturado com a água, a cal aérea (aglomerante ativo) irá posteriormente
endurecer através de reações químicas, prendendo-se aos materiais ao qual entra em
contato.
✓Endurecimento por recombinação do hidróxido de cálcio com o gás carbônico da
atmosfera, reconstituindo o carbonato original.

Ca(OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O (evapora)


✓Endurecimento lento, exigindo uma certa porosidade que permita, de um lado, a
evaporação da água, e de outro, a penetração do gás carbônico do ar atmosférico,
dando-se o nome ordinário de cal aérea.
Cal Aérea
Parede revestida com argamassa mista (cal, cimento e areia)

Água não consumida na reação Este mecanismo de


evapora.
endurecimento que depende do
ar atmosférico explica o nome
de CAL AÉREA, o que diferencia
de outras variedades de cales
Dióxido de carbono (CO2) presente na hidráulicas que endurecem pela
atmosfera penetra no revestimento ação conjunta da água com o ar
carbonatando o mesmo. atmosférico.
Classificação da Cal Área
As cales aéreas se classificam segundo dois critérios:
1) Quanto à composição química classificam-se em:
◦ Cal Cálcica: teor de MgO < 20%
◦ Cal Magnesiana: teor de MgO > 20%

Em ambos os casos, a soma de CaO e MgO deve ser maior que 95% e os componentes
argilosos como a SiO2 (sílica), Al2O3 (alumina) e Fe2O3 (óxido de ferro) somam no
máximo 5%.
Classificação da Cal Área
2) Quanto ao rendimento da pasta podem ser classificadas em:
◦ Cal gorda: são necessários menos de 550 kg de cal virgem para produzir 1 m3 de
pasta.

◦ Cal magra: são necessários mais de 550 kg de cal virgem para produzir 1 m3 de pasta.
Ciclo da Cal Aérea
Cal Hidráulica
✓ A cal hidráulica é um aglomerante cujo processo de fabricação é muito semelhante ao
da cal aérea, ou seja, o material é obtido a partir da calcinação de uma rocha calcária.
✓ A diferença é o material de origem: a rocha calcária que contém uma maior proporção
de materiais argilosos dá origem a cal hidráulica.
✓ Assim como a cal aérea, a cal hidráulica, depois de calcinada, deve passar pelo
processo de hidratação.
✓ O endurecimento dos aglomerantes hidráulicos se dá por ação exclusiva da água.
Cal Hidráulica
ROCHA CALCÁRIA (materiais argilosos: sílica, alumina, óxido de ferro)

CaCO3 + (SiO2, Al2O3 e Fe2O3)


ELEMENTOS ARGILOSOS
Norma
ABNT NBR 6453:2003
Esta norma especifica os
requisitos exigíveis no
recebimento da cal virgem a ser
empregada na construção civil.
Norma
ABNT NBR 7175:2003

Esta norma especifica os


requisitos exigíveis no
recebimento da cal hidratada a
ser empregada em argamassas
para a construção civil.
Norma
➢ NBR 6473:2003 - Cal virgem e cal hidratada - Análise química
➢ NBR 9205:2001 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da estabilidade
➢ NBR 9206:2003 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da plasticidade
➢ NBR 9207:2000 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da capacidade de
incorporação de areia no plastômetro de Voss
➢ NBR 9289:2000 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da finura
➢ NBR 9290:1996 - Cal hidratada para argamassas - Determinação de retenção de água
➢ NBR 14399:1999 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da água da pasta de
consistência normal
Cal: óxidos livres
➢ Óxidos livres podem ser hidratados após a aplicação da argamassa.
➢ Isto é um inconveniente nas argamassas, pois há uma parte de CaO que não desaparece
completamente e que ao extinguir-se dá origem a expansões, visto que a hidratação se dá com
aumento de volume.
➢ Aumento de volume gera uma força expansiva na camada de revestimento:
➢ Destruição da ligação argamassa-base (desplacamento)
➢ Empolamento superficial
Aplicação
➢ Na construção civil, a cal é utilizada principalmente em:
➢ argamassas de assentamento e revestimento,
➢ pinturas,
➢ misturas asfálticas,
➢ estabilização de solos,
➢ fabricação de blocos sílico-calcários.

➢ A adição de cal às argamassas proporciona melhorias em muitas características da mistura. O


uso da cal propicia o aumento de trabalhabilidade da mistura (melhor plasticidade). A cal
também confere maior poder de retenção de água à argamassa, evitando destacamentos entre
a argamassa de assentamento e os componentes da alvenaria .
➢Nas misturas asfálticas, aumenta a resistência de deformações permanentes, reduz o
trincamento nos revestimento, promove melhor adesividade entre os agregados e o ligante e
diminui a quantidade de CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) com isso reduz custos.
➢ O custo reduzido da cal também contribui para tornar seu uso atrativo.
Tintas a base de cal
➢ Tipo de pintura utilizada há bastante tempo
devido as suas características extremamente
econômicas.
➢ Impróprias para superfícies lisas ou pintadas.
➢ Adequadas para superfícies rugosas.
➢ Baixa resistência às intempéries.
➢ Pouca possibilidades estéticas.
Blocos sílico-calcário
➢ Fabricados com cal e agregados finos.

➢ Produzidos em autoclave (pressão e


temperatura controladas).

➢ Empregados em alvenarias estrutural e


não-estrutural (blocos de vedação).

➢ Resistência à compressão de 4,5 a 35 MPa.

➢ Especificado pela norma ABNT NBR


14974:2003.
Exemplo de emprego de blocos sílico-cálcarios em
edifícios de alvenaria estrutural

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