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Engrenagens

Prof Paulo Boccasius


Engrenagens

• Estes elementos estão presentes em quase todos os


sistemas que transmitam potência de uma unidade
motora para uma unidade consumidora. Uma
característica extremamente importante é o fato que em
função da configuração ou arranjo destes elementos,
podemos variar (aumentar ou reduzir) variáveis da
transmissão, como por exemplo a rotação, velocidade
angular e principalmente o torque.
Histórico

As primeiras engrenagens eram provavelmente feitas cruamente de


madeira e outros materiais fáceis de serem trabalhados, os seus dentes
sendo meramente uns pedaços de madeira inseridos em um disco ou
roda.
Engrenagens

• Roda dentada(engrenagem) é um elemento de


máquina dotado de vãos e utilizado com
vantagem na transmissão de movimentos,
eliminando provável perda de rotação pelo
deslizamento e transmitindo grandes esforços.
Engrenagens
• As engrenagens, também chamadas rodas dentadas,
são elementos básicos na transmissão de potência entre
árvores.
• Elas permitem a redução ou aumento do momento
torsor, com mínimas perdas de energia, e aumento ou
redução de velocidades, sem perda nenhuma de
energia, por não deslizarem.
• A mudança de velocidade e torção é feita na razão dos
diâmetros primitivos. Aumentando a rotação, o momento
torsor diminui e vice-versa. Assim, num par de
engrenagens, a maior delas terá sempre rotação menor
e transmitirá momento torsor maior. A engrenagem
menor tem sempre rotação mais alta e momento torsor
menor.
Engrenagens

• Classificação quanto ao posicionamento do


eixo:
• Engrenagens de eixos paralelos
• Engrenagens com eixos que se cortam
• Engrenagens com eixos que se cruzam
Tipos de engrenagens
Engrenagens dente reto
Cremalheiras

Engrenagens de formato reto, conhecidas como cremalheiras.


Engrenagens dente reto

• Engrenagens Cilíndricas Retas: Possuem dentes


paralelos ao eixo de rotação da engrenagem.
Transmitem rotação entre eixos paralelos.

Dentes internos
Engrenagens Helicoidais

Possuem dentes inclinados em relação ao eixo de rotação da engrenagem.


Podem transmitir rotação entre eixos paralelos e eixos concorrentes (dentes
hipoidais). A inclinação dos dentes induz o aparecimento de forças axiais.
Engrenagem cilíndrica com dentes em
V

Conhecida também como engrenagem espinha de peixe. Possui dentado


helicoidal duplo com uma hélice à direita e outra à esquerda. Isso permite
a compensação da força axial na própria engrenagem, eliminando a
necessidade de compensar esta força nos mancais.
Para que cada parte receba metade da carga, a engrenagem em espinha
de peixe deve ser montada com precisão e uma das árvores deve ser
montada de modo que flutue no sentido axial.
Usam-se grandes inclinações de hélice, geralmente de 30 a 45º.
Parafuso sem fim

O sem fim é um parafuso acoplado com uma engrenagem coroa,


geralmente do tipo helicoidal. Este tipo de engrenagem é bastante
usado quando a relação de transmissão de velocidades é bastante
elevada
Engrenagens Cônicas

Possuem a forma de tronco de cones. São utilizadas principalmente


em aplicações que exigem eixos que se cruzam (concorrentes). Os
dentes podem ser retos ou inclinados em relação ao eixo de rotação
da engrenagem.
Engrenagens Cônicas com dentes em
espiral

Estas engrenagens são parecidas com as cônicas helicoidais, mas


os eixos são deslocados de um determinado valor. Estas
engrenagens aparecem a partir da década de 50, devido a
necessidade de abaixar o centro de gravidade dos automóveis.
São muito usadas atualmente em diferenciais de veículos.
Engrenagem planetária

São trens de engrenagens em que os eixos de uma ou mais engrenagens


se movem relativamente à estrutura.
A engrenagem central é chamada sol
As engrenagens que se movem, planetas.
Perfil
Perfil Cicloidal

• Curva ciclóide: "trajetória descrita por um ponto sobre


uma circunferência que rola sem escorregar sobre outra
circunferência."
• Características:
• menor número mínimo de dentes (interferência)
• menor pressão nos flancos dos dentes
• fabricação mais difícil
• variação na distância teórica entre centros produz erros
de rotação periódicos
• Aplicações: rotores de bombas; engrenagens de
relógios; transmissão por pinhão e cremalheira.
Perfil Evolvente
• Curva evolvente: "trajetória descrita por um ponto sobre
uma reta que rola sem escorregar sobre uma
circunferência, chamada circunferência de base.”
• É o perfil utilizado em engrenagens para a engenharia
mecânica
• Características:
• usinagem com ferramentas simples
• relação de velocidades não se altera com variação da
distância entre centros
• facilidade na obtenção de dentes corrigidos
• direção da força normal ao flanco do dente é constante.
Curva Evolvente

• ψ:: ângulo entre o vetor


radial e a tangente a
• curva evolvente (ψ = ε−θ)
• r : raio vetor
• θ : ângulo do raio vetor
• ε : ângulo através do qual
a linha é desenrolada
• rc : raio de curvatura da
curva evolvente
• rb : raio base
Equação da curva evolvente

• O ângulo vetor pode ser escrito da seguinte forma:

A Equação é a definição, em coordenadas polares, da


curva evolvente. Alguns autores chamam esta equação de
involute ψ ou inv ψ
Portanto:
invψ = tgψ −ψ
Perfil do dente evolvental

O perfil do dente de engrenagem é definido por uma


curva conhecida como evolvente. Esta curva permite
que o contato entre os dentes das duas engrenagens
aconteça apenas em um ponto, permitindo uma ação
conjugada, suave e sem muito deslizamento, próximo a
uma condição de rolamento.
A medida que as engrenagens giram, o ponto de contato
muda nos dentes, mas permanece sempre ao longo da
linha de ação. A inclinação desta linha é definida pelo
ângulo de pressão.
Perfil do dente evolvental
Perfil do dente evolvental
• O perfil do flanco do dente é caracterizado por parte de
uma curva cicloidal chamada evolvente. A figura
apresenta o processo de desenvolvimento dessa curva.
• O traçado prático da evolvente pode ser executado ao
redor de um círculo, marcando-se a trajetória descrita
por um ponto material definido no próprio fio.
• Quanto menor for o diâmetro primitivo (Dp), mais
acentuada será a evolvente. Quanto maior for o
diâmetro primitivo, menos acentuada será a evolvente,
até que, em uma engrenagem de
• Dp infinito (cremalheira) a evolvente será uma reta.
Neste caso,o perfil do dente será trapezoidal, tendo
como inclinação apenas o ângulo de pressão.
Perfil do dente evolvental

Contato entre duas


curvas evolventes
Geração de evolvente

Imagine a cremalheira citada no item anterior como sendo uma


ferramenta de corte que trabalha em plaina vertical, e que a cada
golpe se desloca juntamente com a engrenagem a ser usinada
(sempre mantendo a mesma distância do diâmetro primitivo).
É por meio desse processo contínuo que é gerada, passo a passo, a
evolvente.
Ângulo de Pressão

O ângulo de pressão  num engrenamento é definido


como o ângulo entre a linha de ação e a direção da
velocidade angular, de modo que a linha de ação está
rotacionada a  graus da direção de rotação da
engrenagem movida. As engrenagens são fabricadas
atualmente com ângulos de pressão padronizados para
diminuir o custo no processo de fabricação.
Os ângulos de pressão são 14.5, 20 e 25, sendo o
mais usado 20.
Influência do Ângulo de Pressão
no formato dos dentes
Geometria de contato entre
engrenagens

A figura mostra um par de engrenagens imediatamente antes e depois do


contato entre os dentes. As normais destes dois pontos de contato se
encontram num chamado ponto primitivo. A relação entre o raio da
engrenagem motora e da movida permanece constante durante o
engrenamento.
Lei fundamental das engrenagens
Lei fundamental das engrenagens

• O movimento dos dentes entre si processa-se de tal


modo que no diâmetro primitivo não há deslizamento,
havendo apenas aproximação e afastamento.

• Nas demais partes do flanco, existe ação de


deslizamento e rolamento. Daí conclui-se que as
velocidades periféricas (tangenciais) dos círculos
primitivos de ambas as rodas são iguais (lei fundamental
do dentado).
Lei fundamental das engrenagens
• As condições que um perfil de dente deve satisfazer são:
• para que a razão entre as velocidades de um par de engrenagens
seja constante, as curvas dos perfis dos dentes que se engrenam
devem ser tais que a perpendicular comum aos dois perfis no ponto
de contato passe pelo ponto primitivo
• deve haver apenas um ponto de contato entre dentes (atrito de
rolamento)
• Assim, o perfil de um dente pode ser escolhido arbritariamente,
sendo o perfil do dente conjugado montado a partir das envoltórias
das posições relativas ao perfil escolhido. Tal construção não é
viável,pois os dentes seriam diferentes e necessitariam de
ferramentas especiais, além de serem influenciados pela distância
entre centros.
• Na prática, usamos dois perfis, o cicloidal e o evolvente
Lei fundamental das engrenagens

A velocidade angular v entre duas engrenagens deve ser


constante. Ela é igual tanto na engrenagem movida
quanto na motora.

Onde V é a relação de velocidades. Os raios na equação correspondem aos


raios primitivos. As circunferências primitivas de duas engrenagens acopladas
são tangentes. O sinal positivo é para engrenagens que mantém o mesmo
sentido de rotação (engrenagens internas ou correias e correntes) e o negativo
para engrenagens que mudam o sentido de rotação (engrenagens externas).
Lei fundamental das engrenagens

O torque transmitido T se relaciona com velocidade


angular pela fórmula:

Assim, um engrenamento é essencialmente um dispositivo


de troca de torque por velocidade e vice-versa. Uma
utilização comum de engrenamento é reduzir velocidade e
aumentar o torque para grandes carregamentos, como em
caixa de marchas em automóveis.
Nomenclatura – engrenagens
cilíndricas retas
Nomenclatura – engrenagens
cilíndricas retas
Nomenclatura – engrenagens
cilíndricas retas

• Circunferência Primitiva: É uma circunferência teórica


sobre a qual todos os cálculos são realizados. As
circunferências primitivas de duas engrenagens
acopladas são tangentes. O diâmetro da circunferência
primitiva é o diâmetro primitivo (d).
• Passo frontal (p): É a distância entre dois pontos
homólogos medida ao longo da circunferência primitiva.
• Passo Diametral (P): É a grandeza correspondente ao
módulo no sistema inglês. É o número de dentes por
polegada.
Relação entre Módulo (mm) e tamanho
de dente

Módulo (m): É a relação entre o diâmetro primitivo e o número de dentes de


uma engrenagem. O módulo é a base do dimensionamento de engrenagens no
sistema internacional. Duas engrenagens acopladas possuem o mesmo
módulo. A figura mostra a relação entre o módulo e o tamanho do dente. O
módulo deve ser expresso em milímetros.
Módulo

• A tabela a seguir mostra os principais passos diametrais


(P) e módulos (m) padronizados, necessários, pois às
ferramentas usadas para usinar os dentes são também
padronizados em função destes números.
Nomenclatura – engrenagens
cilíndricas retas

• Altura da Cabeça do Dente ou Saliência (a): É a


distância radial entre a circunferência primitiva e a
circunferência da cabeça.
• Altura do pé ou Profundidade (b): É a distância radial
entre a circunferência primitiva e a circunferência do pé.
• Altura total do dente (ht): É a soma da altura do pé com
a altura da cabeça, ou seja, ht=a+ b.
Nomenclatura – engrenagens
cilíndricas retas

Ângulo de ação ou de pressão (φ): É o ângulo que define a direção da força


que a engrenagem motora exerce sobre a engrenagem movida. A figura a
seguir mostra que o pinhão exerce uma força na coroa, formando um ângulo
(φ) com a tangente comum às circunferências primitivas (tracejadas na figura).
Processos de fabricação
Processos de fabricação

• Fabricação:
• Os processos utilizados normalmente para
produção de engrenagens são:
• Usinagem,
• Fundição,
• Conformação,
Processos de fabricação

• Usinagem,
• Pode ser divido em dois grupos:
• Usinagem com ferramenta:
• A usinagem com ferramenta de forma consiste na
utilização da fresa módulo, fresa de perfil constante,
brochamento entre outros.
• Usinagem por geração:
• É efetuada com a utilização de fresa caracol (hob),
cremalheira de corte entre outros. Consiste no processo
mais utilizado na industria.
Processos de fabricação
Formação de dentes por fresamento
• Para o processo de conformação, a ferramenta tem o formato do
espaço que deve ser usinado (vão do dente), portanto para este
processo a usinagem,na maioria das vezes, é feita dente a dente.
Fresas até módulo 10
Formação de dentes por fresamento

Processo lento;
A precisão depende:
do estado da afiação da ferramenta;
da centragem da peça;
do batimento da ferramenta e da
peça
Processo é simples.
Geração de dentes
O processo Renânia

Trata-se de uma máquina utilizada para a produção, em larga escala,


de engrenagens cilíndricas com dentes retos ou helicoidais e coroas
para parafusos sem-fim.
Basicamente, a máquina Renânia é formada por um cabeçote porta-
fresae uma mesa porta-peça. Nesse tipo de máquina a mesa porta-
peça está ligada a uma grade de engrenagens que funciona como um
aparelho divisor.
Geração de dentes

Nesse processo, a fresa e o disco de aço onde são usinados os


dentes da engrenagem apresentam movimento de rotação. Isso
significa que é possível submeter, ao mesmo tempo, vários dentes
ao processo de corte e assim reduzir o tempo, em relação aos
processos convencionais,de fabricação da engrenagem .
Caracol

No processo Renânia, a ferramenta utilizada é a fresa caracol. A fresa


caracol é cilíndrica e dispõe de uma hélice com ângulo de inclinação
definido. A hélice pode ter sentido à esquerda ou à direita. Na hélice
encontram-se ranhuras.São as ranhuras que geram os dentes de corte
que se sucedem em toda a espiral. A escolha da fresa caracol é
determinada basicamente pelo número do módulo da engrenagem e o
ângulo de pressão.
Cremalheira de corte ou sistema Maag

Cremalheira de corte

Do ponto de vista cinemático se trata de um engrenamento entre uma


cremalheira de corte, e a engrenagem a fabricar. Ocorrem dois
movimentos simultâneos da cremalheira: um tangente ao blanque a ser
usinado que gira com velocidade ω constante e sincronizado com a
velocidade tangencial da cremalheira, outro no sentido de entrada do
plano, onde ocorre a retirada de material. A usinagem com
cremalheira de corte é usada principalmente para grandes peças, que
precisam ser produzidas em lotes pequenos.
Fresamento Fellows

A ferramenta de corte e o blanque (engrenagem) são posicionados de modo


que seus eixos de rotação apresentem um afastamento. À medida que a
ferramenta (“shaper”) gira em relação à engrenagem, a ferramenta avança
axialmente na direção do centro do blanque, tal como indicado na Figura.
Fresamento Fellows

• Movimento alternativo
vertical.
• Movimento de
• Rotação (sincronizado
para helicoidal).
• Profundidade de avanço
(altura do dente).
• Afastamento para recuo
da ferramenta.
Fundição
Consiste na deposição de
material metálico liquefeito em
formas.
Grandes quantidades de
engrenagens pequenas.
Engrenagens de baixa
resistência
Conformação

Os processos mais
utilizados são o forjamento,
extrusão, trefilação,
laminação e a estampagem.
Laminação

Os dentes são formados


por deformação plástica.
-Pode ser feita a frio ou a
quente.
- Dentes retos e
helicoidais.
Rodas Montadas
Agora engenheiros do Instituto Fraunhofer,
Alemanha, desenvolveram uma nova geração
de rodas dentadas que utilizam os mesmos
dentes metálicos - mais resistentes -
montados sobre um corpo de plástico ou
alumínio. Os dentes podem ser construídos
de forma separada, em processos mais
rápidos e eficientes e, a seguir, montados
sobre a estrutura de sustentação.
A idéia não é nova: há cerca de um século
atrás, quando ainda não havia máquinas
automatizadas, capazes de produzir
engrenagens de corpo único, com alta
precisão, os engenheiros utilizavam um corpo
de madeira, sobre o qual eram montados os
dentes metálicos. O que os cientistas fizeram
foi substituir a madeira por materiais muito
mais resistentes
Contato entre os dentes
Contato entre os dentes
• O modo de contato é responsável pela alta capacidade de carga
que as engrenagens oferecem.
• Como existe contato entre os dentes, a capacidade de carga vai
depender da velocidade de contato entre as superfícies, pois o calor
gerado varia com a carga e com a velocidade.
• Pressão de contato e velocidade, possuem uma influência critica no
desgaste dos dentes.
Contato entre os dentes
Grau de recobrimento
Grau de recobrimento

• O grau de recobrimento, ou o número de dentes em


contato, é o quociente do arco de ação dividido pelo
arco entre sucessivos dentes de engrenagem. O grau de
recobrimento é um outro fator importante para o projeto
de engrenagens.
• O arco de ação é o arco através do qual um dente
caminha desde o primeiro ponto de contato com seu
dente casado até que os dois dentes deixem de estar
em contato.
Materiais para Engrenagens
Materiais para Engrenagens

• aço laminado (aço de baixo carbono)


• aço para cementação (aço de médio carbono)
• aço liga (maiores tensões admissíveis, mesma rigidez)
• aço inoxidável (aplicações especiais – custo elevado)
• ferro fundido (baixa solicitação, grandes dimensões)
• bronze (para parafuso sem fim – devido ao alto atrito)
• plástico
• material sinterizado.
Materiais para Engrenagens

• Normalmente se utiliza materiais metálicos resistentes


na produção de engrenagens tais como o aço de baixo
ou médio carbono laminados a frio ou a quente, Ferro
fundido nodular, Bronze e aço inoxidável.
• Dentro os principais aços padrão SAE/AISI utilizados,
estão o 1020, 1040, 1050, 3145, 3150, 4320, 4340, 8620
e 8640.
Materiais para Engrenagens

• Para se escolher o aço leva-se em consideração o


tratamento que se pretende fazer. Os dentes
temperados (0.35% a 0.50% de carbono) são usados
freqüentemente. Os dentes carbonetados cementados
(0.15 a 0.20% de carbono) tem resistência ao desgaste
excelente com uma superfície de 58 HC ou melhor. O
aço fundido pode ser também endurecido, inteiramente
ou superficialmente.
Polímeros Sintéticos
Tratamento térmico

• Os aços de 0.40% a
0.45% de carbono são
endurecidos na superfície
para 50 HC ou mais, por
têmpera superficial por
maçarico, têmpera por
indução ou cianetação.
Os aços especiais são
melhores para o
endurecimento superficial
por possuírem alta
temperabilidade.
Cementação em engrenagem
Para algumas aplicações mecânicas,
torna-se necessário endurecer de
maneira diferenciada a superfície e o
interior da peça. Como nas peças de
aço a concentração de carbono é
constante no material, se adota um
tratamento termo-químico, conhecido
como cementação, que introduz uma
quantidade “extra” de carbono na
superfície do componente e provoca,
conseqüentemente, seu
endurecimento local. A cementação
de engrenagens é um exemplo de
difusão no estado não-estacionário,
uma vez que a concentração de
carbono em determinada
profundidade da peça varia com o
tempo de tratamento.
Cargas Operacionais

Regiões de alto valor de tensão


Tensão de Contato: Diâmetro
Primitivo
Tensão de Flexão: Raiz do Dente
Danos nas engrenagens
Danos nas engrenagens

• Segundo as especificações da AGMA (American Gear


Manufactury) dividimos as falhas de engrenagens em
quatro grupos:
• Quebra
• Desgaste
• Fadiga Superficial
• Escoamento plástico
• Existem dois problemas fundamentais que podem
causar danos a uma engrenagem. Fratura por fadiga
causada pelas cargas alternadas e desgaste na
superfície.
Danos nas engrenagens

• Também podem ocorrer falhas devido a erros de projeto


e de fabricação.
• Qualquer falha de engrenagem deve ser tratada como
uma anormalidade.
• Engrenagens devem sempre ser substituídas aos pares,
uma vez que o ajuste entre o par será perdido caso seja
substituída apenas uma das engrenagens.
Inspeções

• As engrenagens devem ser inspecionadas


periodicamente.
• Devem ser registradas folgas, dimensões,
trincas superficiais, etc.
• Esses dados permitem acompanhar o desgaste
das engrenagens além de possibilitar a tomada
de decisão sobre futuras substituições.
Desgaste dos Dentes

• Desgaste ocorre quando há


remoção de material dos
dentes das engrenagens.
• Os mecanismos de desgaste
são classificados da seguinte
forma:
• Amaciamento;
• Desgaste Moderado;
• Desgaste Acentuado;
• Corrosão.
Desgaste dos Dentes

O desgaste como aparece na figura


destrói o perfil evolvental do dente da
engrenagem.
O desgaste como aparece aqui se deve
ao contato direto do dente, não tendo
relação direta com abrasivos ou
corrosão.
Pode ocorrer por carga excessiva no
lubrificante em uso.
O desgaste destrutivo em geral causa a
quebra dos dentes.
Amaciamento

• Processo que ocorre devido ao contato metal-metal durante a


operação normal, resultando em uma superfície bastante lisa.
• Normalmente ocorre quando as engrenagens trabalham em baixa
velocidade e o filme de óleo é fino.
• Em geral não constitui um problema, podendo ser reduzido por
qualquer modificação que facilite a formação do filme de óleo, tais
como utilização de óleo com maior viscosidade.

Utilizar um sistema de filtragem para


o lubrificante.
Sempre que possível retirar o
lubrificante filtrá-lo e limpar o filtro.
Remover as particulas retidas por
filtragem magnética.
Desgaste Moderado

• Padrão de desgaste onde ocorre remoção de material do Adendum


e do dedendum, sem que ocorram alterações na região do diâmetro
primitivo.
• O fato ocorre devido ao deslizamento entre os dentes que ocorre
nessas regiões.
• A região do diâmetro primitivo está apenas sujeita ao rolamento
entre os dentes.
• As causas podem ser sobrecarga, dureza insuficiente dos dentes,
falta de óleo, etc.
Desgaste Acentuado

• Semelhante ao desgaste moderado, porém possui uma


maior velocidade de remoção de material.
• A vida da engrenagem é muito reduzida.
• As causas desse tipo de desgaste são deficiências de
lubrificação como viscosidade muito baixa, filtragem
inadequada, vazão insuficiente, etc.
Fadiga Superficial

• É o modo mais comum de falhas de engrenagens.


• Ao contrário do desgaste que está associado a algum
problema de lubrificação, a fadiga pode ocorrer mesmo
com lubrificação adequada.
• Ocorre devido as tensões de contato entre as
superfícies com o agravante da existência do
deslizamento entre os dentes.

Aspecto inicial da
fadiga superficial na
engrenagem.
Quebra por fadiga do material
• Podem ocorrer por fadiga ou por sobrecarga.
• No caso da fadiga ocorre a existência de concentração
de tensões que facilita a nucleação e propagação da
trinca.
• Sobrecargas normalmente são oriundas de impacto,
gripamento dos dentes devido a falhas nos mancais,
empeno de eixos e entrada de corpos estranhos.
Desgaste abrasivo
• É provocado pela presença de impurezas ou corpos estranhos que
se interpõem entre os dentes da engrenagem. As impurezas ou
corpos estranhos podem estar localizados no fundo da caixa de
engrenagens, ou no óleo usado nas engrenagens. Esse óleo pode
estar contaminado com areia, carvão o que provocará a abrasão
nos dentes.
Desgaste por interferência
• Ocorre por uma falha no engrenamento dos dentes e esta
relacionada ao número mínimo de dentes requeridos para a
transmissão. Ocorre a interferência quando a cabeça do dente da
engrenagem tende a penetrar no flanco do dente do pinhão. Muitas
vezes os dentes são corrigidos (mudança na geometria do dente)
para eliminar a interferência O desgaste por interferência é
provocado por um contato inadequado, em que a carga total está
concentrada sobre o flanco impulsor, e a ponta do dente da
engrenagem impulsionada.
Códigos de projetos e associações
técnicas
• Algumas associações de engenharia e/ou agências governamentais
desenvolveram códigos de projetos e/ou normas de aplicações específicas.
Alguns destes códigos são recomendações, outras têm valor legal.
Exemplos destes organismos:
• Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT
• American Gear Manufacturers Association – AGMA – Normaliza
dimensionamento de engrenagens.
• American Iron and Steel Institut – AISI – Normaliza aços.
• American Society of Testing and Materials – ASTM – Normaliza
propriedades mecânicas e ensaios de materiais.
• American Welding Society – AWS – Normaliza procedimentos e
propriedades de juntas soldadas.
• International Standard Organization – ISO – Normas técnicas
variadas.
• American Society of Mechanical Engineers – ASME – Vários
códigos de projetos, principalmente vasos de pressão.

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