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INCT-ECCE 2014: Relational Learning and Symbolic Functioning: Basic and Applied Research View project
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Ana Cláudia dos Santos Camargo; Priscila Benitez; Carlos Eduardo Rocha dos
Santos, Hadassa Rodrigues Santos, Rogério Timóteo Tiné
Resumo
O uso de Tecnologia Assista (TA) tem favorecido o processo inclusivo de
estudantes público-alvo da educação especial. Nessa direção, o presente
trabalho teve como objetivo mapear as TAs presentes no Núcleo de
Acessibilidade da Universidade Federal do ABC (UFABC), instituição pública,
situada na região metropolitana de São Paulo, enquanto estratégia educacional
favorecedora da autonomia ao estudante com deficiência matriculado em tal
universidade. O estudo considerou o conceito de TAs e modelos de abordagem
da deficiência de Bersch e Tonolli (2006), a partir da perspectiva do outro descrita
por Amorim (2004) e Sassaki (2007). O mapeamento das TAs propiciou a
discussão sobre os objetivos do Núcleo investigado, bem como as políticas
inclusivas estabelecidas na universidade. Os dados mostraram que as TAs criam
condições de autonomia para os estudantes com deficiência matriculados na
universidade investigada.
1
Baseando-se em Marília Amorim – O pesquisador e seu outro – Bakhtin nas Ciências
Humanas, (2004) – o presente trabalho adotou esses conceitos por entender a interação
entre a Universidade e o público alvo da Educação Especial e Inclusiva.
relação faz com que a UFABC se ressignifique no sentido de atender às
especificidades educacionais desses alunos inseridos na Educação Superior.
Entende-se que “a ‘palavra do outro’ se transforma, dialogicamente, para
tornar-se ‘palavra pessoal-alheia’ com a ajuda de outras ‘palavras do outro’, e
depois, palavra pessoal” (BAKHTIN, 2003, p. 405-406). O processo
transformacional da propriedade da palavra do outro, acontece pela interação
mediada pelo outro, voltada à (re)construção de novos saberes e novos
discursos. Mediante essa perspectiva, o aluno com deficiência deve atuar como
protagonista do seu próprio processo educacional e de escolhas que visam sua
autonomia, dando voz ao movimento “Nada sobre nós, sem nós” (SASSAKI,
2007). É nesse contexto, que se justifica o uso de TAs enquanto favorecedoras
do processo inclusivo, em contexto de sala de aula, devido à autonomia que tais
recursos tecnológicos podem favorecer para cada aluno.
No âmbito educacional considerando o uso das TAs como recurso
pedagógico para inclusão, o artigo 3º da LBI (BRASIL, 2016) estabelece
conceitos que apontam a necessidade de uma mudança de paradigma e uma
nova organização didático-metodológica para as IES, a destacar:
Método
Procedimento de coleta e análise de dados
Primeiramente foi realizado o contato com o Núcleo de Acessibilidade da
UFABC. Após autorização da coordenação do Núcleo, foi realizado o
mapeamento das TAs disponíveis para uso dos alunos e docentes. E, por último,
foi realizada a categorização de tais TAs, em relação às principais características
que cada uma delas apresentava e possibilidade de uso, de modo a favorecer a
autonomia do aluno com deficiência matriculado em tal universidade.
Resultados
Buscando atender aos dispositivos legais no que concerne os preceitos
da educação inclusiva e às suas diretrizes institucionais, a UFABC, por meio da
Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas (PROAP) criou no
ano de 2014, o Núcleo de Acessibilidade que tem como objetivo:
2
Trecho retirado de http://proap.ufabc.edu.br/acessibilidade-ufabc/o-nucleo-de-
acessibilidade-educacional.
3
A monitoria inclusiva é realizada por alunos bolsistas de graduação, em sala de aula,
em conjunto ao aluno com deficiência.
podem assumir papéis como ledores, copiadores de matéria das disciplinas,
entre tantas outras funções que desempenham.
Nesse sentido, é fundamental retomar a importância das TAs,
compreendida segundo Bersch (2008, p. 02), como “[...] um termo utilizado para
identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para
proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e
consequentemente promover vida independente e inclusão”.
O Núcleo de Acessibilidade da UFABC atualmente conta com um grupo
de TAs, dentre as quais foram mapeadas as seguintes: Lupa Eletrônica Portátil,
Gravador de áudio, Vídeo Ampliador, Scanner de Voz, Display Braile,
Impressora Braile, Software de Voz JAWS 2015, Termo formadora e Cadeira de
Rodas Motorizada, conforme apresentado na Tabela 1.
Conclusões
Na visão de Rezende (2005), as TAs potencializam as habilidades de
pessoas que possuem algum tipo de limitação, física, cognitiva ou sensorial,
sendo considerada qualquer aparato ou ferramenta tecnológica com a qual o
indivíduo possa interagir. Essa ferramenta pode ser um hardware, um software
ou mesmo um instrumento desenvolvido em casa, com o objetivo de facilitar a
vida do limitado.
A introdução das TAs no ambiente educacional é de extrema importância,
principalmente quando se tem como objetivo a democratização da informação e
a redução de barreiras de acesso ao conhecimento para pessoas com
deficiência e com outras limitações que comprometem a aprendizagem
(SANTOS, 2012)
Estudos futuros podem investigar diretamente com os estudantes a
funcionalidade de cada TA disponível no Núcleo supracitado, assim como avaliar
a viabilidade e o potencial educacional para cada um deles. Por fim, entende-se
que as TAs do Núcleo de Acessibilidade da IES investigada podem
proporcionam, de alguma forma, um bem estar, uma melhor qualidade de vida,
incluindo-os na vida social, na vida acadêmica ou mesmo criando condições que
favoreçam o devido suporte que visa a autonomia (REZENDE, 2005) dos
estudantes, na universidade investigada.
Referências
BRASIL. Lei Brasileira de Inclusão – LBI. 2016. Acesso em: 21 mar 2017.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13146.htm