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BENTO GONÇALVES
2016
CARLOS RENAN VIECELI
BENTO GONÇALVES
2016
CARLOS RENAN VIECELI
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________________
Prof. Dr. Evandro Paese
Universidade de Caxias do Sul - UCS
____________________________________________
Prof. Me. Fernanda Bordin
Universidade de Caxias do Sul - UCS
____________________________________________
Prof. Me. Jean Greselle Balotin
Universidade de Caxias do Sul – UCS
Dedico este trabalho a minha mãe,
Maria Salete, meu pai, Geraldo,
meus irmãos, em especial à minha
noiva, Acácia e a todos os amigos
que sempre estiveram me
incentivando e apoiando nos
momentos difíceis, e para todos os
meus colegas e professores da
graduação. E, especialmente a
Deus.
AGRADECIMENTOS
Among the existing machining processes, by turning machining process is considered one of
the most important in the industry because it allows the fabrication of geometric shapes
Revolution quickly and accurately. With the evolution of this process, it became possible
turning of hardened materials, previously only performed in grinding operations. This change
has brought many benefits over machining times and costs, but for efficient machining is
necessary, in addition to using appropriate tools, the use of correct parameters of cutting
speed, feed and depth of cut. In this work was a study by machining cylindrical finishing
turning steel AISI D6 hardened between 60 and 62 HRC, with ceramic tools, cermet and
CBN. In carrying out the tests were various cutting speed parameters for different
combinations of feed and depth of cut for evaluation of the influence of these parameters on
the lifetime of the tool. During the testing, was timed cutting time until the tool reaches the
flank wear (VB) between 0.2 and 0.3 mm (adopted end of life criteria) is that the criterion of
specimen quality was not taken into account, so there was a criterion to tool life or
discontinuation of the trial. After the tests, from the Taylor equation were raised and analyzed
the tools curves of life and economic machining conditions for all tested inserts. The cutting
speed was the parameter that had a greater influence on the lifetime of the cutting tool, which
decreased exponentially with the increase of same. The increase in the advance also resulted
in reduction in tool life, even with the use of a fixed ratio of sectional area in the tests carried
out with inserts of the same class. The analysis of the economic machining conditions, the
simulation of the machining hole of a batch of 30 tubes forming roller units made of AISI D6
hardened with a thickness of 60 mm and 1 mm allowance to be removed in the finishing
machining , points out that in productive and economically ceramic class tools and CBN to
compete presenting costs between R$12.96 to R$14.12 and times from 7.24 minutes to 7.70
minutes working within the IME, but because with a longer life use of CBN inserts there is
the occurrence of fewer shutdowns for tool replacement, thereby reducing the possibility of
machining errors. The cermet inserts had low lifetime and within the economic conditions
showed costs and three times higher machining times compared to ceramic and CBN inserts,
which made them unfeasible for machining the established conditions.
Keywords: Machining, Turning hardened steels, tool life curves, economic machining
conditions, ceramic tool, cermet tool, CBN tool.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
A Área [mm2]
ap Profundidade de Corte [mm]
C1 Constante independente de Vc [R$/peça]
C2 Despesas com mão de obra e máquina [R$/h]
C3 Custo referente às ferramentas [R$/Ferramenta]
C Vc para T=1min
D Diâmetro [mm]
f Avanço [mm/rot]
K Constante de Taylor
KB Largura da cratera [mm]
KF Distância entre flanco e cratera [mm]
KM Distância do centro da cratera [mm]
KP Custo por peça [R$]
KPi Custo do inserto [R$]
KT Profundidade da cratera [mm]
lf Percurso de avanço [mm]
Nfp Vida do porta ferramenta [un.]
Ns \número de arestas [un.]
Ra Rugosidade Média [μm]
Sh Salário e encargos do operador [R$/h]
Sm Custo total da máquina [R$/h]
T Vida da Ferramenta [min]
ta Tempo de aproximação [min]
t1 Tempo improdutivo [min]
t2 Tempo para troca de ferramenta [min]
tc Tempo de corte [min]
tft Tempo de troca da ferramenta [min]
Tmxp Vida da ferramenta para a Vcmxp [min]
To Vida da ferramenta para Vo [min]
tp Tempo de preparo da máquina [min]
ts Tempo secundário [min]
tt Tempo total [min]
VB Desgaste de flanco [mm]
VBmáx Desgaste de flanco máximo [mm]
Vc Velocidade de Corte [m/min]
Vcmxp Velocidade máxima produção [m/min]
Vco Velocidade de mínimo custo [m/min]
Vsi Custo do porta ferramenta [R$]
x Constante de Taylor
Z Número de peças de um lote [un.]
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 15
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................................................ 15
1.2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA ........................................................................................... 16
1.3 AMBIENTE DE ESTÁGIO ............................................................................................... 17
1.4 TEMA ................................................................................................................................. 17
1.5 JUSTIFICATIVA DO TEMA ............................................................................................ 17
1.6 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 18
1.7 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 18
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 19
2.1 PROCESSO DE TORNEAMENTO .................................................................................. 19
2.2 PARÂMETROS DE USINAGEM ..................................................................................... 19
2.3 FERRAMENTAS DE USINAGEM .................................................................................. 21
2.4 VIDA ÚTIL DA FERRAMENTA ..................................................................................... 23
2.4.1 Critérios de fim de vida ................................................................................................. 23
2.4.2 Desgastes e Deterioração em Ferramentas .................................................................. 24
2.5 CURVA DE VIDA DA FERRAMENTA .......................................................................... 27
2.6 CURVA DE VIDA CONSTANTE DA FERRAMENTA ................................................. 28
2.7 CONDIÇÕES ECONÔMICAS DE USINAGEM ............................................................. 29
2.7.1 Ciclos e Tempos de Usinagem ...................................................................................... 30
2.7.2 Velocidade de corte máxima produção ........................................................................ 32
2.7.3 Custos de Produção ....................................................................................................... 32
2.7.4 Velocidade de corte de mínimo custo ........................................................................... 33
2.7.5 Intervalo de Máxima Eficiência (IME)........................................................................ 34
3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 36
3.1 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS DE ENSAIO ............................................................. 36
3.1.1 Máquina Ferramenta .................................................................................................... 36
3.1.2 Material Usinado ........................................................................................................... 36
3.1.3 Ferramentas de Corte ................................................................................................... 37
3.1.4 Parâmetros ..................................................................................................................... 38
3.1.5 Medição dos desgastes das ferramentas ...................................................................... 39
3.2 MÉTODOS DE ENSAIO ................................................................................................... 40
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 42
4.1 ANÁLISE DE DESGASTES DAS FERRAMENTAS ...................................................... 42
4.2 ANÁLISE DA CURVA DE VIDA DA FERRAMENTA ................................................. 45
4.3 CURVA DE VIDA CONSTANTE PARA FERRAMENTAS CERÂMICAS .................. 52
4.4 ANÁLISE DAS CONDIÇÕES ECONÔMICAS DE USINAGEM .................................. 54
4.4.1 Análise da Velocidade de Corte de Máxima Produção (Vcmxp).................................. 55
4.4.2 Análise da Velocidade de Corte de Mínimo Custo (Vco) ............................................ 59
4.4.3 Análise do Intervalo de Máxima Eficiência (IME) ..................................................... 64
5 CONCLUSÃO.............................................................................................................. 68
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................................... 70
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 71
ANEXO A – CERTIFICADO DE QUALIDADE DOS CORPOS DE PROVA ............... 74
15
1 INTRODUÇÃO
porém o tempo de corte será muito elevado tendo também como consequência baixa
produtividade e aumento de custos com mão de obra (STEMMER, 2005).
Para uma condição econômica de usinagem, visando os menores tempos e
consequentemente menores custos, a utilização da velocidade de corte deve ocorrer entre um
intervalo adequado, denominado intervalo de máxima eficiência (IME). Este intervalo define
as melhores condições de usinagem em termos econômicos (MALAQUIAS; COPPINI,
1997).
Este trabalho propõe um estudo das curvas de vida da ferramenta, bem como a análise
das condições econômicas de usinagem utilizando ferramentas de cerâmica, cermet e CBN no
processo de usinagem de torneamento de acabamento do aço AISI D6 endurecido na faixa
entre 60 e 62 HRC.
1.4 TEMA
Estudo das curvas de vida (T) das ferramentas cerâmicas, cermet e CBN para
diferentes parâmetros de velocidade de corte, avanço e profundidade de corte, mantendo a
razão da área de corte fixa em insertos de mesmo material e análise das condições econômicas
de usinagem na simulação do torneamento cilindrico de acabamento do furo de rolos de
conformação de tubos fabricados em aço AISI D6 endurecido entre 60 e 62 HRC. .
outros materiais de ferramentas de usinagem (cermet e CBN) que podem atingir um vida útil
maior e um custo e tempo menor de usinagem em relação às cerâmicas.
O trabalho proposto tem por objetivo geral a análise das curvas de vida (T) da
ferramenta no torneamento cilíndrico de acabamento do aço AISI D6 no estado endurecido,
utilizando insertos de cerâmica, cermet e CBN, mostrando suas vantagens e desvantagens
frente ao processo industrial atual, possibilitando ainda a otimização dos parâmetros de
usinagem de acordo com as condições econômicas de usinagem.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Dn
Vc (1)
1000
Onde:
Vc é a velocidade de Corte [m/min]
D é o diâmetro da peça [mm]
n é a rotação da peça [RPM]
lf
f (2)
ntc
Onde:
f é o avanço por rotação [mm/rot]
21
Peça
ap
Ferramenta
de corte
Superfície não usinada
Porta
Ferramenta
CBN pode chegar a dez vezes o valor da cerâmica mista (DINIZ; MARCONDES; COPPINI,
2001).
O diamante, apesar de possuir maior dureza em comparação aos demais materiais, não
é indicado na usinagem de materiais ferrosos, pois devido a sua microestrutura, tende a reagir
quimicamente com o mesmo (DINIZ; MARCONDES; COPPINI, 2001).
A escolha da ferramenta mais adequada na usinagem de torneamento de materiais
endurecidos, seja ela cerâmica, cermet ou CBN, leva em consideração alguns pré-requisitos
básicos que envolvem um sistema extremamente rígido e uma máquina operatriz de elevada
precisão, o material da ferramenta de elevada dureza (> 1800 HV) e resistência, ângulo de
inclinação negativo, cunha de corte robusta, alta rigidez do porta ferramenta, aresta de corte
chanfrada e condições de corte apropriadas (KÖNIG; KLOCKE,1984).
Podem ser observadas variações mais ou menos profundas à medida que a ferramenta
vai se desgastando no processo de usinagem. Geralmente ocorre um aumento progressivo da
temperatura, da força da corte e potência consumida, as dimensões da superfície usinada se
alteram e o acabamento superficial piora. Em alguns casos mais severos ocorre faiscamento
da região do corte e a superfície usinada tem aspecto áspero. Como resultado deste desgaste, a
ferramenta de corte não consegue manter seu desempenho e critérios como a rugosidade da
peça mostram alterações (STEMMER, 2005). Dessa forma, a rugosidade de uma peça pode
ser o indicador de desgaste da ferramenta, pois a vida de uma ferramenta define-se como
sendo o tempo em que a mesma trabalha efetivamente, sem perder o corte ou até que se atinja
o critério de fim de vida previamente estabelecido (STOETERAU, 2007).
A forma mais usual para determinar o fim de vida útil de uma ferramenta pode ser
dada pela norma ISO 3685 (1993). Esta norma estabelece ensaios para a determinação do
perídodo de tempo no qual uma ferramenta pode trabalhar, até que seja necessária sua
substituição. Este período é determinado através do tempo de trabalho necessário para que se
desenvolva um defeito crítico (ISO, 1993).
Segundo a norma, os critérios adotados para fim de vida útil de uma ferramenta são:
Desgaste de flanco VB = 0,3 mm
Desgaste de flanco máximo VBmáx = 0,6 mm
Profundidade da cratera KT = 0,03 + 0,3f
24
O desgaste da ferramenta de corte se deve a diversos fatores, dentre eles podem ser
citados a remoção de cavacos, que representa contato e atrito com a ferramenta, a velocidade
e força de corte, material utilizado na produção da ferramenta, alta temperatura no processo
de remoção do material, bem como a dureza do material a ser usinado, entre outros fatores
(FERRARESI,1985).
Existem vários tipos de desgaste que ocorrem nas ferramentas de usinagem de
materiais endurecidos, os mais comuns são o desgaste de entalhe, flanco e cratera (DINIZ,
MARCONDES, COPPINI, 2001).
O desgaste de entalhe ocorre juntamente com o desgaste de cratera e flanco e é
caracterizado por sulcos profundos que geralmente são provocados principalmente pelo
mecanismo de desgaste de oxidação. A Figura 2 apresenta esquematicamente e em fotografia
o desgaste de entalhe.
Face da
Ferramenta
Fonte: Adaptado de Sandvik (2016) e Applied Machining Technology (2009)
Face Frontal
da Ferramenta
A curva de vida (T) pode ser calculada através da Equação de Taylor (3):
T KVc x (3)
Onde:
T é curva de vida [min]
Vc é a velocidade de corte [m/min]
K e x são constantes do material para determinadas condições de usinagem
1 k
T k v (4)
C
28
Onde:
T é a curva de vida [min]
C é a velocidade de corte para T = 1 min [m/min]
K é constante
Quando a velocidade de corte é mapeada para um tempo de vida útil constante, obtida
através do logaritmo inverso da área de corte (lnA) versus o logaritmo inverso da velocidade
de corte (lnVc), o resultado é uma reta denominada curva de vida constante da ferramenta
(TSCHATSCH, 2009).
A partir desta curva, a qual se baseia em uma vida útil da ferramenta específica,
também é possível encontrar a área de corte admissível da ferramenta para uma velocidade de
corte predefinida (TSCHATSCH, 2009).
Para a obtenção desta curva, primeiramente utiliza- se a Equação de Taylor Expandida
conforme demonstrado na Equação (5):
T C Vc f ap
E F G
(5)
Onde:
Vc é a velocidade de corte [mm/rot]
f é o avanço [mm]
ap é a profundidade de Corte [mm]
T é a curva de Vida [min]
C, E, F e G são constantes fornecidos pelo fabricante ou experimentais.
Após a inserção dos valores na Equação (5), que podem ser levantados através de
experimentos, pode- se utilizar um método numérico para o encontro de dois pontos do
gráfico, onde a variação da velocidade de corte juntamente com a variação da área de corte
resultem em um tempo de vida constante, levando em consideração uma razão fixa de ap/f
(TSCHATSCH, 2009).
29
ln A
Fonte: Adaptado de Applied Machining Technology (2009)
Para uma condição econômica de usinagem, diversos fatores devem ser levados em
consideração. Em muitos casos, a vida da ferramenta é sacrificada em benefício de uma maior
velocidade de corte e consequentemente menor tempo de máquina (TSCHATSCH, 2009).
Com o aumento da velocidade de corte ocorrerá um desgaste prematuro da ferramenta, com a
vida útil menor ocorrerá um aumento de custos com ferramental e maior número de setups,
porém os custos com mão de obra e utilização de máquina serão menores devido ao menor
tempo de usinagem. Entretanto, poderá haver uma redução tão grande na vida útil da
ferramenta que o número de vezes em que se tem de parar a máquina para substituí- la é tão
alto, que poderá aumentar o tempo de execução por peça acarretando em aumento de custos
(DINIZ; MARCONDES; COPPINI, 2001).
Por outro lado, pode-se reduzir a velocidade de corte aumentando a vida útil da
ferramenta, causando como efeito a redução de setups e custos com ferramentas, porém
30
O ciclo de usinagem de uma peça é composto por diversas etapas. Estas etapas
poderão ser divididas nas seguinte fases (FERRARESI, 1985):
1. Colocação e fixação da peça;
2. Aproximação e posicionamento da ferramenta;
3. Corte;
4. Afastamento da ferramenta;
5. lnspeção e retirada da peça
Pode ser mensurado também fases indiretas para a execução de um lote de peças
conforme descrito a seguir:
6. Preparo da máquina (setup);
7. Substituição da ferramenta ao fim da vida útil (conforme critério);
8. Preset da nova ferramenta.
É possível equacionar o tempo total para fabricação de um lote de peças no processo
de torneamento. A Equação (6) pode ser utilizada para encontrar o tempo total de um lote de
peças produzidas (FERRARESI, 1985):
tt tc t1 t2 (6)
Onde:
tt é o tempo total [min]
tc é o tempo de corte [min]
t1 é o tempo improdutivo referente à colocação, inspeção e retirada da peça,
aproximação e afastamento da ferramenta, substituição da ferramenta e preparo da
máquina para a usinagem de um lote [min].
t2 é o tempo relacionado com a troca da ferramenta [min].
O tempo total necessário para a fabricação de um lote de peças também pode ser
representado através da Equação (7) (DINIZ; MARCONDES; COPPINI, 2001):
31
lfd t p l f dVc x 1 1
tt ts ta t ft (7)
1000 fVc Z 1000 fK Z
Onde:
lf é o percurso de avanço [mm]
d é o diâmetro da peça [mm]
f é o avanço [mm/rot]
Vc é a velocidade de corte [mm/min]
ts é o tempo secundário [min]
ta é o tempo de aproximação e afastamento [min]
tp é o tempo de preparo da máquina [min]
Z é o número de peças do lote
K e x são constantes
tft é o tempo de troca da ferramenta [min]
referente à substituição da ferramenta aumenta devido a sua menor vida útil (DINIZ;
MARCONDES; COPPINI, 2001).
K
Vcmxp (8)
x 1 t ft
x
Tmxp x 1 t ft (9)
Através da Equação (10) pode ser representado graficamente o que ocorre com o
aumento ou redução da velocidade de corte Vc em relação ao custo da peça (DINIZ;
MARCONDES; COPPINI, 2001).
A Figura 9 representa graficamente o custo de fabricação da peça em função da
velocidade de corte.
C 2K
Vco (11)
60 x 1 C 3
x
A vida da ferramenta para a condição de mínimo custo pode ser obtida através da
Equação (12) que consiste na substituição da Equação (11) na Equação de Taylor (DINIZ;
MARCONDES; COPPINI, 2001):
60 x 1 C 3 60 x 1 K ft
T0 x 1 t ft (12)
C2 Sh Sm
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Os ensaios foram realizados em um torno CNC Romi GL280 ano 2015, comando GE-
Fanuc 0i-TC, potência máxima de eixo de 25 cv (18,5 kw), rotação máxima de 3000 RPM,
placa hidráulica e torre com doze posições.
Os corpos de prova utilizados nos ensaios foram confeccionados a partir do aço AISI
D6. Este aço foi escolhido, pois sua aplicação é adotada no processo de fabricação de rolos de
conformação de tubos, devido a sua elevada temperabilidade, alta resistência mecânica, alta
resistência ao desgaste, alto grau de indeformabilidade e boa tenacidade. A composição do
material pode ser visualizada na Tabela 1, através da porcentagem mínima e máxima de cada
elemento.
Tabela 1: Composição do aço AISI D6 (Bohler)
AISI D6
Composição (%)C (%)Mn (%)Pmáx(%)Smáx (%)Si (%)Cr (%)W
Min. 2,0 0,3 - - 0,2 11,0 0,6
Máx. 2,3 0,6 0,0 0,0 0,4 13,0 1,3
Fonte: Bohler (2016)
37
Foram preparados dez corpos de prova a partir do desbaste no torno de barras de aço AISI
D6, que posteriormente foram tratados termicamente para aumento da dureza, nas instalações da
Bohler Uddeholm em Caxias do Sul. O processo de tratamento térmico adotado foi de têmpera e
triplo revenimento conforme recomendações do próprio fabricante, realizado em forno a vácuo e
após este, os corpos de prova apresentaram dureza de 60 HRC conforme relatório do fornecedor
(Anexo A).
Os corpos de prova utilizados para realização do procedimento experimental foram
usinados nas dimensões de 48 mm em seu diâmetro e 300 mm no comprimento total. O corpo
de prova foi fixado entre a placa e o ponto, motivo pelo qual todas as amostras possuem furo
de centro em uma das faces. A Figura 11 demonstra as dimensões dos corpos de prova
preparados para os ensaios.
Furação para
fixação no
ponto rotativo
Figura 13: (a) Inserto cerâmico, (b) Inserto cermet, (c) Inserto CBN
3.1.4 Parâmetros
Na realização dos experimentos, para cada bateria de ensaio foram adotados três níveis
de variação de velocidade de corte (Vc) para o avanço (f) e profundidade de corte (ap)
constantes. A cada bateria de ensaios para insertos de mesmo material foi aumentado o
avanço de corte e reduzido a profundidade de corte mantendo constante a área de corte. As
três variações da velocidade de corte visam à elaboração da curva de vida (T) da ferramenta,
obtida através da Equação de Taylor, que relaciona o tempo de vida da ferramenta em função
da velocidade de corte. Foram realizadas três baterias de ensaio para ferramentas cerâmica,
três baterias de ensaio para ferramentas cermet e uma bateria de ensaio para ferramentas
CBN, sendo que cada bateria compreende três ensaios. É importante salientar que a realização
39
de apenas uma bateria de ensaios para os insertos CBN se deve ao alto tempo necessário na
realização dos ensaios e alto custo do inserto. A Tabela 2 apresenta os parâmetros adotados
para cada ensaio.
Na etapa de desbaste dos corpos de prova para tratamento térmico, deixou-se 0,2 mm de
sobremetal para realização de um pré-acabamento antes do processo de usinagem
experimental. Esta etapa foi realizada visando simular um pré-acabamento antes do processo
de acabamento final, o qual se sujeita o estudo deste trabalho.
Posterior à preparação dos corpos de prova, o torneamento de acabamento foi executado
conforme os parâmetros mostrados na Tabela 2, onde foram variados os parâmetros de
velocidade de corte (Vc), e mantido constantes avanço (f) e profundidade de corte (ap) para
cada bateria de ensaios. Durante a realização dos experimentos, para cada combinação de
parâmetros de corte foi realizado a cronometragem do tempo de contato entre peça e
ferramenta, onde o critério de fim de vida útil para a conclusão do ensaio foi o desgaste de
flanco (VB) na faixa entre 0,2 mm a 0,3 mm sendo que o critério de qualidade do corpo de
prova não foi levado em consideração. Durante a usinagem, a cada cinco passadas da
ferramenta na peça, o ensaio era interrompido para uma pré-análise quantitativa do desgaste.
Devido aos testes serem realizados dentro do meio industrial, a medição prévia do desgaste
foi realizada utilizando um paquímetro digital, motivo pelo qual o intervalo do critério de fim
de vida apresenta a lacuna elevada (0,1 mm). A inspeção e medição final do desgaste da
aresta de corte foi realizada após a realização dos ensaios utilizando um microscópio. Durante
a realização dos experimentos, em nenhum momento, os corpos de prova foram utilizados
com diâmetro externo menor que 42 mm, visto que havia a preocupação de conter variações
na dureza.
Ao término dos experimentos, realizou-se um estudo dos dados de vida útil das
ferramentas para o conjunto de parâmetros utilizados e através da Equação de Taylor pode-se
elaborar as curvas de vida da ferramenta.
Levando-se em consideração fatores ligados às condições econômicas de usinagem e
através dos dados de tempo de vida obtido através dos ensaios com os corpos de prova, pode-
se realizar um estudo comparativo entre os insertos analisados para a simulação da usinagem
do furo de um lote de trinta unidades de rolos de conformação de tubos confeccionados no
mesmo material, analisando as vantagens e desvantagens de cada ferramenta de corte frente
ao processo.
Para obtenção das curvas de vida constante da ferramenta cerâmica, utilizaram-se
valores experimentais e valores teóricos apurados com o auxilio de métodos numéricos (CF
Tools – Matlab®).
41
Bateria 3 Bateria 6
Três níveis de Vc Três níveis de Vc
f = 0,25 e ap = 0,12 f = 0,15 e ap = 0,05
Conclusões
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Figura 15 apresenta a imagem do desgaste de flanco em uma das faces dos insertos
cerâmicos.
Figura 15: Desgaste de flanco evidenciado em ferramentas cerâmicas
VB = 0,269 mm
Para os testes realizados com insertos cermet, notou-se o curto período de tempo
necessário para que as ferramentas atingissem o critério de fim de vida útil. De acordo com
Diniz, Marcondes e Coppini (2001) insertos em cermet possuem menor dureza a quente e
resistência a abrasão que insertos cerâmicos e CBN o que explica a baixa vida útil dos
insertos. Segundo Maneira (2007), na usinagem de materiais endurecidos com esta classe
poderão ocorrer principalmente o desgaste de flanco e o lascamento, sendo que a análise
visual aponta o desgaste de flanco em todos os insertos testados. A Tabela 4 apresenta os
valores de desgaste de flanco VB encontrados nos insertos cermet utilizados.
A Figura 16 apresenta a imagem do desgaste de flanco em uma das faces dos insertos
cermet.
Figura 16: Desgaste de flanco evidenciado em ferramentas cermet
V
VBB == 211,29µm
0,211 mm
Para os insertos CBN não foi evidenciado lascamento ou quebra catastrófica, avarias
comuns nesta classe devido a sua elevada dureza. Segundo Pereira (2006), o sistema rigido de
fixação da peça (entre placa e ponto) que ameniza ou evita vibrações e a ausência de corte
interrompido foram fatores que contribuiram para a inexistência destas avarias. Para os
ensaios realizados, a análise visual em microscópio aponta o desgaste de flanco na ordem de
0,2 a 0,3 mm. A Tabela 5 apresenta os valores de desgaste de flanco encontrados nos insertos
CBN utilizados nos testes.
A Figura 17 apresenta a imagem do desgaste de flanco em uma das faces dos insertos
CBN.
45
Todos os testes foram interrompidos assim que fosse constatado o desgaste de flanco
VB dentro do intervalo estabelecido (0,2 mm a 0,3 mm), sendo que o critério de qualidade do
corpo de prova não foi levado em consideração, portanto não representa um critério de fim de
vida da ferramenta ou de interrupção do ensaio.
Para a construção das curvas de vida (T) das ferramentas cerâmicas, utilizou- se os
valores experimentais das baterias de ensaio 1, 2 e 3 presentes na Tabela 6 e aplicou- se os
mesmos na Equação de Taylor (Equação 4). A Tabela 6 apresenta os valores de tempo de
corte em função da variação da velocidade de corte para insertos cerâmicos.
Figura 18: (a) Curva de vida para bateria de ensaios 1, (b) Curva de vida para bateria de
ensaios 2, (c) Curva de vida para bateria de ensaios 3
Bateria 1: f = 0,15mm/rot ap = 0,20mm Bateria 2: f = 0,20mm/rot ap = 0,15mm
(a) (b)
Bateria 3: f = 0,25mm/rot ap = 0,12mm
(c)
Fonte: Autor (2016)
f [mm/rot]
Vc [m/min]
Figura 20: (a) Curva de vida para bateria de ensaios 4, (b) Curva de vida para bateria de
ensaios 5, (c) Curva de vida para bateria de ensaios 6
Bateria 4: f = 0,05mm/rot ap = 0,15mm Bateria 5: f = 0,10mm/rot ap = 0,075mm
(a) (b)
Bateria 6: f = 0,15mm/rot ap = 0,05mm
(c)
Fonte: Autor (2016)
Para a construção da curva de vida (T) das ferramentas CBN, utilizou- se os valores
experimentais da bateria de ensaio 7 presentes na Tabela 9 e aplicou- se os mesmos na
Equação de Taylor (Equação 4). A Tabela 9 apresenta os valores de tempo de corte em função
da variação da velocidade de corte para insertos CBN.
cerâmicas e cermet. A Figura 22 apresenta a curva de vida dos insertos CBN extraída a partir
dos ensaios realizados na bateria 7.
Uma comparação do tempo de vida útil nos diferentes insertos utilizados nos ensaios
aponta que quanto maior a resistência à abrasão e amolecimento ao calor das ferramentas de
corte, maires são as velocidade de corte que poderão ser utilizadas. Segundo Diniz,
Marcondes e Coppini (2001), dos insertos análisados, ferramentas CBN são as que possuem
maior dureza a quente e resistência ao desgaste por abrasão, seguido das cerâmicas e cermets,
o que explica a maior velocidade de corte admissível.
O Gráfico da Figura 23 apresenta uma análise comparativa da velocidade de corte
admissível, na simulação de um tempo de vida de 30 minutos, para todos os insertos testados
nas baterias de ensaio 1,2,3,4,5 e 7.
Figura 23: Gráfico comparativo de Vc adequada para uma vida útil de 30 minutos
ap/f = 1,333
A = ap/f x lnVc [m/min]
5,238
f=
5,238
No gráfico da Figura 25 é possível notar que para manter uma vida útil constante com
a variação da velocidade de corte é necessário a alteração da área de corte, produto do avanço
e profundidade de corte, que deve diminuir a medida que aumenta-se a velocidade de corte.
54
Tabela 11: Dados, ciclos e tempos de usinagem para cálculo das condições econômicas
Ciclos e Tempos de Usinagem
Bateria de Ensaio
Variável Descrição Cerâmica Cermet CBN
1 2 3 4 5 6 7
Tempo secundário:
t s [min] 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00
colocação, retirada e insp.
Tempo de aprox. e afast.
t a [min] 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20
da ferramenta
Tempo de preparo da
t p [min] 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00
máquina
Tempo de troca da
t ft [min] 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00
ferramenta
Z [un.] Tamanho do lote 30 30 30 30 30 30 30
l f [mm] Comprimento de corte 150,00 200,00 250,00 200,00 400,00 600,00 150,00
d [mm] Diâmetro da peça 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00
Nesta etapa, utilizou-se a Equação (7) com o auxilio do software Matlab® para
representar graficamente a influência do aumento ou redução da velocidade de corte Vc em
relação ao tempo de execução da peça.. Para encontrar as variáveis Vcmxp e Tmxp utilizou-se a
Equação (8) e Equação (9).
A Figura 26(a) apresenta as curvas de tempos de usinagem para a bateria de ensaios 1.
A Figura 26(b) apresenta as curvas de tempos de usinagem para a bateria 2. A Figura 26(c)
apresenta as curvas de tempo de usinagem dos insertos cerâmicos para a bateria 3.
Figura 26: (a) Velocidade de Corte x Tempos para bateria 1, (b) Velocidade de corte x
Tempos para bateria 2, (c) Velocidade de Corte x Tempos para bateria 3
Bateria 1: f = 0,15mm/rot ap = 0,20mm Bateria 2: f = 0,20mm/rot ap = 0,15mm
Vcmxp=245,16 m/min Vcmxp=188,12 m/min
Tmxp=6,20 min Tmxp=8,40 min
tt=7,24 min tt=7,46 min
Máxima Máxima
Produção Produção
(a) (b)
Bateria 3: f = 0,25mm/rot ap = 0,12mm
Vcmxp=174,69 m/min
Tmxp=6,14 min
tt=7,70 min
Máxima
Produção
(c)
Fonte: Autor (2016)
Uma análise dos gráficos da Figura 26 demonstra que o tempo de execução por peça
não varia de forma significativa, entre as baterias de ensaio, ao se trabalhar na velocidade de
56
corte de máxima produção, isso se deve a área de corte ter sido mantida constante durante a
realização dos testes. A vida útil (Tmxp) do inserto na bateria de ensaios 2 obteve os melhores
resultados, onde a vida útil foi cerca de 35% maior em relação a bateria de ensaios 1 e 2,
provavelmente devido à uma relação de avanço e profundidade de corte adequada.
A Figura 27(a) apresenta as curvas de tempos de usinagem para a bateria 4. A Figura
27(b) apresenta as curvas de tempos de usinagem para a bateria 5. A Figura 27(c) apresenta as
curvas de tempo de usinagem dos insertos cermet para a bateria 6.
.
Figura 27: (a) Velocidade de Corte x Tempos para bateria 4, (b) Velocidade de corte x
Tempos para bateria 5, (c) Velocidade de Corte x Tempos para bateria 6
Bateria 4: f = 0,05mm/rot ap = 0,15mm Bateria 5: f = 0,10mm/rot ap = 0,075mm
Vcmxp=74,92 m/min Vcmxp=63,76 m/min
Tmxp=8,38 min Tmxp=9,49 min
tt=19,76 min tt=21,66 min
Máxima
Máxima
Produção
Produção
(a) (b)
Bateria 6: f = 0,15mm/rot ap = 0,05mm
Vcmxp=94,90 m/min
Tmxp=3,88 min
tt=20,18 min
Máxima
Produção
(c)
Fonte: Autor (2016)
Nos gráficos apresentados na Figura 27, nota-se o alto tempo de corte (tc) e o alto
tempo relacionado à substituição da ferramenta (t2) necessários para a execução de cada peça
para qualquer bateria de ensaio. Levando em consideração apenas o tempo de corte (tc) e o
57
Vcmxp=226,66 m/min
Tmxp=12,24 min
tt=7,39 min
Máxima
Produção
14
150,00
12
125,00
10
100,00
8
6 75,00
4 50,00
2 25,00
0 0,00
1 2 3 4 5 6 7
Cerâmica Cermet CBN
Tmxp [min] Tempo mínimo [min/peça] Vcmxp [m/min]
Fonte: Autor (2016)
Na análise do gráfico da Figura 29 pode ser percebido que o tempo de execução por
peça variou de forma bastante breve em insertos da mesma classe, isso se deve ao fato da área
de corte ser mantida constante entre as baterias de ensaio com ferramentas da mesma classe.
Ocorre um elevado tempo de produção por peça em insertos cermet devido ao elevado
número de trocas das ferramentas, ocasionados pela baixa vida útil da classe e alto tempo de
corte necessário para execução da operação. Insertos CBN e cerâmicos foram equivalentes no
tempo de execução por peça, porém o tempo de vida útil na melhor condição dos insertos
cerâmicos foi aproximadamente 30% inferior em relação ao inserto CBN.
59
Para encontrar as variáveis Vco e To utilizou-se a Equação (11) e Equação (12). Para
geração dos gráficos utilizou-se a Equação (10) com o auxilio do software Matlab®. É
importante salientar que a Equação (10) contempla a Equação de Taylor (Equação 4) utilizada
para o cálculo de tempo de vida da ferramenta em função da velocidade de corte, motivo pela
qual é possível gerar o gráfico de custos em função da velocidade de corte. Os valores de
entrada da Equação (10) para a geração dos gráficos são apresentados na Tabela 12.
Tabela 12: Dados de custo de usinagem para cálculo das condições econômicas
Custos de produção
Bateria do Ensaios
Variável Descrição Cerâmica Cermet CBN
1 2 3 4 5 6 7
Salário e encargos do
S h [R$/h] 19,80 19,80 19,80 19,80 19,80 19,80 19,80
operador
S m [R$/h] Custo total da máquina 80,00 80,00 80,00 80,00 80,00 80,00 80,00
Custo de aquisição do
V si [R$] 355,90 355,90 355,90 355,90 355,90 355,90 355,90
porta-ferramenta
Vida do porta-ferramenta
N fp [un.] 2000 2000 2000 2000 2000 2000 2000
em arestas
K p i [R$] Custo do Inserto 69,35 69,35 69,35 22,00 22,00 22,00 220,00
Figura 30: (a) Velocidade de Corte x Custos para bateria 1, (b) Velocidade de corte x Custos
para bateria 2, (c) Velocidade de Corte x Custos para bateria 3
Bateria 1: f = 0,15mm/rot ap = 0,20mm Bateria 2: f = 0,20mm/rot ap = 0,15mm
Vco=165,31 m/min Vco=136,82 m/min
To=20,81 min To=28,15 min
Kp=R$12,96 Kp=R$12,96
Mínimo Mínimo
Custo Custo
(a) (b)
Bateria 3: f = 0,25mm/rot ap = 0,12mm
Vco=117,46 m/min
To=20,58 min
Kp=R$14,12
Mínimo
Custo
(c)
Fonte: Autor (2016)
Figura 31: (a) Velocidade de Corte x Custos para bateria 4, (b) Velocidade de corte x Custos
para bateria 5, (c) Velocidade de Corte x Custos para bateria 6
Bateria 4: f = 0,05mm/rot ap = 0,15mm Bateria 5: f = 0,10mm/rot ap = 0,075mm
Vco=64,46 m/min Vco=55,59 m/min
To=14,84 min To=16,81 min
Kp=R$36,57 Kp=R$39,84
Mínimo Mínimo
Custo Custo
(a) (b)
Bateria 6: f = 0,15mm/rot ap = 0,05mm
Vco=73,99 m/min
To=6,88 min
Kp=R$40,18
Mínimo
Custo
(c)
Fonte: Autor (2016)
Para os gráficos gerados a partir dos ensaios realizados com insertos cermet (Figura
31), observa-se um alto custo de produção por peça para todas as condições propostas. Este
fato é consequencia à baixa vida útil do inserto para as condições ensaiadas, o que apesar do
62
Figura 32: Gráficos de velocidade de corte x Custos para ensaios com insertos CBN
Bateria 7: f = 0,12mm/rot ap = 0,20mm
Vco=132,20 m/min
To=194,03 min
Kp=R$13,83
Mínimo
Custo
velocidade de corte de mínimo custo (Vco) destaca-se o alto tempo de vida útil do inserto,
cerca de 194 minutos. Apesar do alto custo do inserto, o custo de fabricação por peça ao
trabalhar- se em Vco se manteve em padrões aceitáveis (R$13,83) e se competem aos custos
dos insertos cerâmicos.
De uma maneira geral, o custo de fabricação por peça ficou bem acima das
expectativas para todas as condições ensaiadas utilizando os insertos cermet, pois apesar da
curta vida útil, o inserto desta classe chega a ter um custo por aresta aproximadamente 70%
menor que insertos cerâmicos e praticamente 95% menor que insertos CBN. O alto custo com
o uso desta classe se deve a sua baixa vida útil, que resulta em aumento de custo com
ferramentas e ao alto tempo de usinagem necessário para execução da peça, que aumenta
gastos com mão de obra e hora máquina, o que não o torna adequado para a situação proposta.
A Figura 33 apresenta um gráfico comparativo entre as ferramentas utilizadas nos
ensaios dos valores de velocidade de corte de mínimo custo, o tempo de vida útil para esta
condição e o custo de produção por peça para todas as condições ensaiadas.
160,00 200,00
150,00
140,00 175,00
130,00
120,00 150,00
110,00
Tempo [min]
100,00 125,00
90,00
80,00 100,00
70,00
60,00 75,00
50,00
40,00 50,00
30,00
20,00 25,00
10,00
0,00 0,00
1 2 3 4 5 6 7
Cerâmica Cermet CBN
Vco [m/min] Kp [R$/peça] To [min]
Fonte: Autor (2016)
trabalhar-se em Vco, cerca de sete vezes maior que a melhor condição utilizando insertos
cerâmicos. Esta excelente vida útil, implica na redução do número de paradas para a
substituição da ferramenta reduzindo a possibilidade de erros de usinagem.
Figura 34: (a) Gráfico IME para bateria 1, (b) Gráfico IME para bateria 2, (c) Gráfico IME
para bateria 3
Bateria 1: f = 0,15mm/rot ap = 0,20mm Bateria 2: f = 0,20mm/rot ap = 0,15mm
Vco=165,31 m/min Vcmxp=245,16 m/min Vco=136,82 m/min Vcmxp=188,12 m/min
To=20,81 min Tmxp=6,20 min To=28,15 min Tmxp=8,40 min
tt=7,41 min tt=7,24 min tt=7,61 min tt=7,46 min
Kp=R$12,96 Kp=R$13,51 Kp=R$13,26 Kp=R$13,81
Mínimo Máxima
Mínimo Máxima
Custo Produção
Custo Produção
IME IME
(a) (b)
Bateria 3: f = 0,25mm/rot ap = 0,12mm
Vco=117,46 m/min Vcmxp=174,69 m/min
To=20,58 min Tmxp=6,14 min
tt=7,94 min tt=7,70 min
Kp=R$14,12 Kp=R$14,86
Mínimo Máxima
Custo Produção
IME
(c)
Fonte: Autor (2016)
65
Pode ser observada pelos gráficos apresentados na Figura 34, a tendência ao aumento
exponencial do tempo de produção e consequentemente dos custos por peça ao se trabalhar
fora do intervalo de máxima eficiência
Comparando os custos e tempos gerados na velocidade de mínimo custo (Vco), com os
custos e tempos gerados na velocidade de máxima produção (Vcmxp) observa- se pouca
oscilação entre eles para qualquer bateria de ensaio. Levando em consideração a possibilidade
de erros operacionais na substituição da ferramenta, trabalhar em Vco torna- se mais vantajoso
para a empresa e situação proposta, visto que a maior vida útil (330% maior em Vco na bateria
2 se comparada à Vcmxp na mesma bateria) reduzirá o número de paradas para a troca da
ferramenta.
Nota-se ao realizar uma análise comparativa entre os ensaios realizados com insertos
cerâmicos, a influência do avanço de corte sobre o intervalo de máxima eficiência. Quanto
maior o avanço, menor será os valores de velocidade de corte dentro do intervalo.
A utilização de insertos cermet para a usinagem do aço AISI D6 endurecido na faixa
entre 60 a 62 HRC se mostrou ineficiente mesmo trabalhando dentro do intervalo de máxima
eficiência. No uso desta classe de ferramenta, nota-se o alto custo por peça e alto tempo de
usinagem em qualquer condição ensaiada. A justificativa para a realização dos ensaios com
insertos cermet se dá pelo seu baixo valor comercial (R$22,00) em relação às cerâmicas
(R$69,35) e CBNs (R$220,00), o que poderia ser uma alternativa para reduzir custos, contudo
com a realização dos ensaios pode ser evidenciado que o uso desta classe não resulta em
nenhuma vantagem econômica e produtiva. Conforme mencionado anteriormente, e
apresentado na Figura 35, o aumento do avanço na bateria de ensaios 6 ocasionou um
aumento dos valores de velocidade de corte dentro do intervalo de máxima eficiência em
relação às baterias 4 e 5, fato este não explicado pela literatura, sendo necessário a realização
de novos testes para investigar tal ocorrência.
A Figura 35(a) apresenta as curvas para identificação do intervalo de máxima
eficiência (IME) para os insertos cermet para bateria de ensaios 4. A Figura 35(b) apresenta as
curvas para identificação do intervalo de máxima eficiência dos insertos cermet para a bateria
de ensaios 5. A Figura 35(c) apresenta as curvas para identificação do intervalo de máxima
eficiência dos ensaios realizados com insertos cermet para a bateria de ensaios 6.
66
Figura 35: (a) Gráfico IME para bateria 4, (b) Gráfico IME para bateria 5, (c) Gráfico IME
para bateria 6
Bateria 4: f = 0,05mm/rot ap = 0,15mm Bateria 5: f = 0,10mm/rot ap = 0,075mm
Vco=64,46 m/min Vcmxp=74,92 m/min Vco=55,59 m/min Vcmxp=63,76 m/min
To=14,84 min Tmxp=8,38 min To=16,81 min Tmxp=9,49 min
tt=20,02 min tt=19,76 min tt=22,04 min tt=21,66 min
Kp=R$36,57 Kp=R$37,33 Kp=R$39,84 Kp=R$40,87
Máxima
Produção Máxima
Mínimo
Produção
Custo
Mínimo IME
IME
Custo
(a) (b)
Bateria 6: f = 0,15mm/rot ap = 0,05mm
Vco=73,99 m/min Vcmxp=94,90 m/min
To=6,88 min Tmxp=3,88 min
tt=20,73 min tt=20,18 min
Kp=R$40,18 Kp=R$41,14
Máxima
Mínimo Produção
Custo
IME
(c)
Fonte: Autor (2016)
Máxima
Produção
Mínimo
Custo
IME
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BROSKEA, T.J. Milling of ferrous materials with polycrystalline cubic boron nitride.
SME, Milling Technology and Applications Seminar, Detroit, MI, USA, 1988.
FERRARESI, D. Fundamentos da Usinagem dos Metais. São Paulo: Edgard Blucher, 1985.
ISO, 1993. Tool Life Testing With Single Point Turning. ISO 3685 .
KÖNIK, W., KLOCKE, F., Fertigungsverfahren – Drehen, Fräsen, Bohren.7 ed. Berlin:
Springer – Verlag, 2002.
TSCHATSCH, Heinz. Applied Machining Technology. 8.ed. Berlin: Springer - Verlag, 2009.
WICK, C. Machining with PCBN tools, Manufacturing Engineering. 1988. julho, pp.73-78.
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