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MUNDO COMO VONTADE E REPRESENTAÇÃO.

§1
Ideia central: “mundo é minha representação” verdade a priori e universal.

 Colocação da forma comum de todas as classes (do p.r.s) sob a qual é possível
representar qualquer tipo de representação: sujeito  objeto
O que existe para o conhecimento, portanto, o mundo inteiro

§2
Aquele que conhece tudo e não é conhecido por ninguém é o sujeito.

SUJEITO como sustentáculo do mundo, ele a condição universal e pressuposta para tudo que
existe no mundo, de todo objeto, pois tudo que existe, existe para um sujeito.

O nosso corpo é objeto, como todos os outros, e está submetido a lei deles, embora seja objeto
imediato, ou seja, não precisa de mediação. O sujeito, entretanto, nunca o conhecemos.

O mundo como representação é composto, principalmente, pelo sujeito que não se encontra
nem no espaço nem no tempo, pois está inteiro e indiviso em cada ser que representa, e o objeto
cuja forma é o espaço e o tempo, e mediante a eles pluralidade.

Princípio da razão como é a expressão comum para todas essas formas do objeto as quais
estamos conscientes a priori.

§3
Diferenciação entre as representações: intuitivas x abstratas

As representações abstratas ocupam somente uma classe cujo designação confere somente ao
homem, que é a razão.

As intuitivas abrangem o mundo visível\a experiência inteira. As formas intuitivas (elementos


dessas formas são o espaço e o tempo, são propriedades a priori, ou seja, formas a priori da
intuição) são intuídas não apenas abstratamente, mas também a priori, ou seja, imediatamente.
São totalmente independentes da experiência, e pelo contrário, a experiência é pensada como
dependente dela.

TEMPO E ESPAÇO:

Schopenhauer coloca que tempo e espaço, quando ele cita eles na dissertação sobre o p.r.s, tem
uma enorme importância, tanto pelo fato de que são formas que são intuídas puramente e vazias
de conteúdo, as formas de espaço e tempo são apresentadas para nós no parágrafo que ele vai
falar sobre o p.r.s. do ser. Schopenhauer cita que é uma classe que subsiste por si mesma.

Essas formas são intuíveis por si, independentes da experiência e cognoscíveis segundo sua
conformidade com as leis.
Nulidade temporal: “...assim também reconhecemos todas a mesma nulidade em todas as outras
formas do principio da razão, convecendo-nos de que, do mesmo modo o tempo, também o
espaço e, como este, tudo que se encontra simultaneamente nele e no tempo, portanto tudo que
resulta de causas e motivos, possui apenas uma existência relativa...”

“O que todos pensam e dizem, entretanto não passa daquilo que nós também agora
consideramos, ou seja: o mundo como representação submetido ao princípio de razão.”

§4
Retomada dos conceitos de TEMPO e ESPAÇO.

Schopenhauer apresenta o ser da matéria como o seu fazer-efeito: “ o mundo externo com todos
os seus objetos, é um produto do efetivar fruto desse “fazer efeito” de cada individuo que
conhece.”

“ O que chamamos de realidade será então mais propriamente uma efetividade, um “fazer
efeito” do sujeito possuidor de entendimento” – vilmar benona

“a consequência da ação de qualquer objeto material sobre um outro só é conhecida na medida


em que este agora age diferentemente de antes sobre o objeto imediato, e consiste apenas nisso.”

*a função da causalidade é encontrar a origem (causal) dos fenômenos. *

Causa e efeito são essências da matéria:

A matéria está sempre em mudança: “o ser da matéria é o seu fazer efeito”: “...ser ser toda a sua
essência, portanto, consiste apenas na mudança regular que UMA de suas parte produz na
outra.”

Reflexões do Jaiz sobre o que é efetividade ou WIRKLICHKEIT = “como a realidade que nos
cerca é obra do intelecto, Schopenhauer prefere designa-la como um produto originado a partir
de um efetivar do sujeito. Efetivar significa a causalidade em atividade. O mundo exterior é
uma ação efetiva do sujeito sobre os dados que lhe são fornecidos. De modo que a realidade
seria mais apropriadamente chamada de efetividade. ...a matéria é fundamentalmente
efetividade, é pura causalidade. A concretude do mundo...na verdade está em nosso
cérebro... por isso é que se pode dizer que a filosofia de Schopenhauer é um idealismo, mas
fisiológico (relativo as funções orgânicas do organismo).

A essência da matéria é constituída pela a união de espaço e tempo.

Todos os inumeráveis fenômenos e estados possíveis poderiam muito bem coexistir no espaço
infinito, sem se limitarem, ou também se seguirem uns aos outros no tempo infinito sem se
incomodarem.

A presença da causalidade é uma presença necessária para a existência da matéria.

“...a lei de causalidade adquire a sua significação e necessidade unicamente pelo fato de a
essência da mudança não consistir apenas na alteração de estados em si, mas antes no fato
de NO MESMO LUGAR do espaço haver agora UM estado, em seguida OUTRO e, NUM
ÚNICO e mesmo tempo determinado, haver AQUI este es-tado, LÁ outro.”
Mudança = “a alteração ocorrida segundo a lei causal” – a causalidade une espaço e tempo.

Causalidade introduz a simultaneidade, que alheios a isso (espaço e tempo) acabam por se
conectar.

“Mas o que constitui propriamente a essência da efetividade é a SIMULTANEIDADE de


muitos estados, pois só mediante a simultaneidade é possível a DURAÇÃO, já que esta só é
cognoscível na alteração do que existe // simultaneamente com aquilo que permanece.”

“Somente por meio daquilo que permanece na alteração é que a altera adquire, agora, o caráter
de mudança, isto é, a modificação da qualidade e da forma a despeito da permanência da
substância (Schopenhauer na nota de roda pé coloca como sinônimo substância e matéria.), vale
dizer da matéria”

“No mero espaço o mundo seria rígido e imóvel: nenhuma sucessão, nenhuma mudança,
nenhum fazer-efeito; com a supressão do fazer-efeito também seria suprimida a representação
da matéria. No mero tempo, por sua vez, tudo seria fugidio: nenhuma permanência, nenhuma
coexistência e, por conseguinte, nada de simultâneo, portanto, nenhuma duração; logo, também
nenhuma matéria. Apenas pela união de tempo e espaço surge a matéria...”

Correlato subjetivo da matéria = entendimento

Conhecer a causalidade é a única função do entendimento, a primeira e mais simples aplicação,


sempre presente, do entendimento é a intuição do mundo efetivo. Este é, de fato, conhecimento
da causa a partir do efeito; por conseguinte, toda intuição é intelectual.

“o que o olho vê e o tato sente não passa de meros dados, Só quando o entendimento passa do
efeito à causa é que o mundo aparece como intuição...”

Sobre os corpos animais:

1. a primeira e mais simples aplicação, sempre presente, do entendimento é a intuição do


mundo efetivo – conhecimento da causa a partir do efeito
2. não poderíamos chegar em tal intuição se algum tipo de efeito não fosse conhecido
imediatamente, servindo como ponto de partida.

CORPOS ANIMAIS COMO OBEJTOS IMEDIATOS DO SUJEITO.

A intuição de todos os outros objetos é intermediada pelos corpos animais.

Só quando o entendimento passa do efeito à causa é que o mundo aparece como intuição,
estendido no espaço, alterando-se segundo a figura, permanecendo em todo o tempo segundo
a matéria, pois o entendimento une espaço e tempo na representação da MATÉRIA, isto é,
propriedade de fazer efeito.

 toda INTUIÇÃO não é somente sensual, mas também intelectual, ou seja, puro
CONHECIMENTO PELO ENTENDIMENTO DA CAUSA A PARTIR DO EFEITO,
§5
Foi colocado que errado é estabelecer uma relação de causa e efeito entre sujeito e objeto:
ambos pressupõem um ao outro: O conteúdo do princípio da razão é a forma essencial de todo
objeto, ou seja, é a maneira universal de todo ser-objeto.

“Mas, desse modo, o objeto pressupõe em toda parte o sujeito como seu correlato necessário.
Sujeito que permanece sempre fora do domínio de validade do referido princípio.”

“...o SER ·dos objetos intuíveis é precisamente o seu FAZER-EFEITO...”

O mundo é condicionado pelo sujeito (Schopenhauer coloca como conclusão disso: “...ou seja,
possui idealidade transcendental.”

O princípio da razão liga todas as representações entre si, mas de modo algum as liga com o
sujeito, ou com algo que não seria sujeito nem objeto, mas mero fundamento do objeto...”

“...exige-se um fundamento do conhecer para objetos que não podem ter outro senão um
fundamento do devir.” – isso é, o fundamento do devir, como lei de causalidade, se aplica a
objetos que concernem as representações intuitivas, já os objetos que se referem as
representações abstratas se referem ao fundamento do conhecer, que é colocado por alguns, de
modo enganoso, de acordo com Schopenhauer, referente as representações intuitivas.

Razão especulativa = razão teórica, que não pode ser explicada por meio da prática.

A questão do mundo exterior foi até agora explicitada de uma maneira especulativa, apesar de
ter uma origem empírica.

Após colocar a questão do modo especulativo quando se fala da realidade exterior, ele relaciona
isso com a questão do sonho x realidade, como poderia vir a distinguir isso;

como principal fio condutor desse ponto ele coloca kant, cita hobbes e a filosofia oriental. E por
fim a explicação de Kant que Schopenhauer coloca conduz a de fato ver similaridades entre vida
e sonho:

“A vida e os sonhos são folhas de um mesmo livro. A leitura encadeada se chama vida real.
Quando, porém, finda a hora da leitura habitual - o dia - e chega o tempo de descanso e
recuperação, ainda folheamos com frequência descontraídos, sem ordem e encadeamento, ora
uma folha aqui, ora outra ali.”

§6

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