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ARTES VISUAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O DESENHO COMO FORMA DE

LINGUAGEM

Nadicler Beraldo (Acadêmica de Pedagogia – UNICENTRO/I)


E-mail: nadiberaldo@bol.com.br
Nájela Tavares Ujiie (Mestre em Educação, Docente do DEPED–UNICENTRO/I,
Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa Práxis Educativa Infantil (GEPPEI))
E-mail: najelaujiie@yahoo.com.br

RESUMO: A pesquisa ora apresentada visa compreender e analisar a ação educativa de


duas professoras da Educação Infantil, no que tange às artes visuais e ao desenho enquanto
forma de linguagem na primeira infância. Assim, primou por realizar um levantamento
teórico significativo concernente às artes visuais, ao desenho e à mediação educativa nesta
área, bem como uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso, pautada na concepção de
Lüdke e André (1986), que teve como instrumentos de coleta de dados, aplicação de
questionários e observação. Concluiu-se por meio da investigação realizada que as artes
visuais é uma das expressões culturais que nos dá a possibilidade de expandir o mundo que
nos cerca, ampliando nossos horizontes culturais e sociais, entretanto, precisa ser
resignificada na ação educativa das professoras da Educação Infantil.

Palavras-chave: Educação Infantil, artes visuais, desenho, ação educativa.

INTRODUÇÃO

Este artigo é parte integrante de uma pesquisa de conclusão de curso que tem por
objetivo geral analisar o papel que o desenho ocupa na ação educativa de duas turmas de
pré-escolares, bem como, compreender que espaço as artes visuais ocupa na educação
infantil e como o desenho é abordado nas intervenções concernentes as artes.
Esta pesquisa fia-se na abordagem qualitativa, pautada na concepção de Lüdke e
André (1986), realizando um estudo de caso, junto a duas professoras de pré-escolares do
município de Rebouças, interior do Estado do Paraná. Para a obtenção de dados foram
aplicados questionários e será realizada observação participante da ação educativa, tendo
por foco artes visuais e os significados do desenho infantil.
Uma das motivações para o estudo do significado do desenho foi a memória
educativa de práticas que o utilizavam como forma de passar tempo desprovido de
significado, assim esta pesquisa visa contribuir para a educação de forma que ressalta a
importância de realizar atividades significativas a partir do desenho.
Para se obter um conhecimento mais amplo sobre a pesquisa, o trabalho foi
dividido em três grandes momentos. No primeiro momento trata-se de entender o que o
ensino da arte e como evolui este conceito no Brasil, bem como, procuraremos tratar das
artes visuais na educação infantil, o que é desenho, e quais trabalhos educativos vem
sendo realizados com o mesmo.
No segundo, procuraremos analisar como o desenho vem sendo concebido dentre as
professoras e os pré-escolares, por meio da análise da coleta de dados. E finalizando,
teceremos algumas considerações sobre o curso e desenvolvimento de nossa pesquisa.

Artes visuais na Educação Infantil e o desenho

A arte é sensibilidade, fruição e mobilização da subjetividade humana, por tudo que


a compõe é até difícil defini-la.

[...] a arte capacita um homem ou uma mulher a não ser um estranho ao seu
meio ambiente nem estrangeiro a seu próprio país. Ela supera o estado de
despersonalização, inserindo o indivíduo no lugar ao qual pertence reforçando e
ampliando seus lugares no mundo (BARBOSA, 2008 p.18).

Desta forma entendemos que a arte é uma forma de expressão identificadora de um


individuo e de sua cultura. O ensino da arte desabrocha a criatividade humana. As artes
visuais se configuram pelo que é palpável sensível e imagético, pinturas, colagens,
desenhos, modelagens, esculturas etc. Em muitas práticas educativas, o ensino de artes
visuais se resume em análise de formas, cores, ritmos, linhas, e deixam de analisar os
significados que estes componentes exercem em diferentes contextos e subjetividades.

Atualmente predomina uma cultura político-pedagógica que privilegia os


processos racionais em detrimento dos processos sensíveis, relegando a arte um
papel de menor importância em nosso contexto diário. Além disso, muitos
educadores vivem a arte e o próprio ensino de arte de forma fragmentada e
excludente, já que museus, teatros, livros, cinemas e a própria educação escolar
são bens que professores e educadores, assim como a maioria da população,
ainda não tem acesso (ANDRADE, 2009 p.68).

Outra questão polêmica é que o professor não deve preparar suas aulas agindo de
forma intuitiva, contando apenas com a experiência que acumulou durante os seus anos de
trabalho, dispensando um planejamento. É necessário que o professor planeje suas aulas de
artes e estabeleça objetivos para mesma utilizando-se de fundamentação teórica, ou as
aulas de artes se reduziram, conforme estabelecem os Parâmetros Curriculares Nacionais
de Artes (BRASIL, 2001), a educação artística, atividade manual e transmissão de técnicas
deixando muito a desejar. A livre expressão de acordo com os parâmetros de arte ganha um
destaque maior na década de 1970. Essa tendência considerava a expressividade inata da
criança, assim o papel do professor ficava restrito a espectador e as aulas de artes
acabavam sendo lugares para realização de trabalhos manuais livres. Em contrapartida
surgiram movimentos os quais propunham uma reformulação da maneira de como se
pensar e ensinar artes.

Um dos movimentos mais importantes, a DBAE (Discipline Based Art


Education), idealizado nos Estados Unidos em fins da década de 1950, cujas
propostas passaram a ser divulgadas com maior impacto nos anos 60, propunha-
se a repensar o ensino da arte como disciplina dotada de especificidades e
conteúdos próprios, subdivididos em quatro categorias: a produção artística, a
estética, a crítica e a história da arte. (NARDIN e FERRARO, 2001, p. 182)

Na década de 80, uma das maiores representantes do movimento Arte/educação no


Brasil foi Ana Mae Barbosa, que procurou adaptar o movimento idealizado nos Estados
Unidos, para nossa realidade brasileira, com a proposta que a autora intitulou de
metodologia triangular. Esta proposta é dividida em três momentos: o fazer artístico,
apreciação da obra de arte e reflexão contextualizada sobre a mesma, dessa forma
valorizando não só o conhecimento artístico, mas também as informações culturais e
históricas.
Esse movimento resulta na constatação de que o desenvolvimento artístico é
resultado de formas complexas de aprendizagem, e comprova que o conhecimento de artes
não ocorre de maneira automática. A intenção deste movimento era propor uma inovação
no ensino da arte, que permitisse sua presença mais frequente e contextualizada junto às
instituições educativas formais e não-formais.
Podemos compreender que artes visuais é uma linguagem a partir da qual os
indivíduos podem se expressar e se comunicar de várias maneiras: desenho, pintura,
colagem, modelagem etc. Entretanto, de acordo com pesquisas recentes vemos que desde a
educação infantil, as práticas de artes visuais estão sendo utilizadas como passatempos nos
quais as atividades acabam perdendo seu real significado de sensibilização e cultura. Em
outros casos, o trabalho com artes visuais só é utilizado em datas comemorativas como dia
dos pais e das mães, ou apenas para ilustrar as paredes da sala, porém na maioria das vezes
quem realiza essas atividades são os adultos.

A presença das artes visuais na educação infantil, ao longo da história, tem


demonstrado um descompasso entre os caminhos apontados pela produção
teórica e a prática existente. Em muitas propostas as práticas de artes visuais são
entendidas apenas como passatempos em que as atividades de desenhar, colar,
pintar e modelar com argila ou massinha são destituídas de significados.
(BRASIL, 1998 p. 87)

As artes visuais na Educação Infantil deveriam ter seu espaço garantido uma vez
que:
[...] expressam, comunicam e atribuem sentido a sensações, sentimentos,
pensamentos e realidade por meio da organização de linhas, formas, pontos,
tanto bidimensional como tridimensional, além de volume, espaço, cor e luz na
pintura, no desenho, na escultura, na gravura, na arquitetura, nos brinquedos,
bordados, entalhes etc. O movimento, o equilíbrio, o ritmo, a harmonia, o
contraste, a continuidade, a proximidade e a semelhança são atributos de criação
artística. A integração entre aspectos sensíveis, afetivos, intuitivos, estéticos e
cognitivos, assim como a promoção de integração e comunicação social,
conferem caráter significativo as artes visuais (BRASIL, 1998, p. 85).

O fazer artístico infantil revela o local e a época em que a criança vive quais suas
oportunidades, suas ideias, e qual produção artística a mesma tem acesso, seu potencial e
sua reflexão em relação a artes.

As crianças têm suas próprias impressões, ideias e interpretações sobre a


produção de arte e o fazer artístico. Tais construções são elaboradas a partir de
suas experiências ao longo da vida, que envolvem a relação com a produção de
arte, com o mundo dos objetos e com seu próprio fazer. As crianças exploram,
sentem, agem, refletem e elaboram sentidos de suas experiências. A partir daí
constroem significações como se faz o que é, para que serve e sobre outros
conhecimentos a respeito da arte (BRASIL, 1998, p.89).

Assim, pode-se entender que as artes visuais possuem características próprias, no


qual a aprendizagem se dá por meio da articulação dos seguintes pontos: fazer artístico,
apreciação e a reflexão contextualizada. O fazer artístico é a criação pessoal, que se
alimenta da compreensão e leitura artística. A apreciação é o olhar sensível para com a obra
de arte, a sensibilização. Reflexão contextualizada é o ato de pensar sobre as produções
artísticas e suas próprias.
Primeiramente, para se trabalhar com artes visuais na educação infantil se deve ter
uma atenção a faixa etária e ao nível de desenvolvimento das crianças. Em relação a
aprendizagem se dá por um processo de construção, no qual envolvem vários fatores como
experiências, certas escolhas e uma motivação interna e externa para que a criança consiga
realizar esta construção.
Para que este processo ocorra, é necessária uma intervenção educativa, porém o ato
de se criar algo é exclusivo da criança, e nessa ação e o contato com objetos de artes, os
quais contribuem para o conhecimento em artes visuais.

O ponto de partida para o desenvolvimento estético e artístico é ato simbólico


que permite reconhecer que os objetos persistem independentes de sua presença
física e imediata. Operar no mundo dos símbolos é perceber e interpretar
elementos que se referem a alguma coisa que está fora dos próprios objetos. Os
símbolos representam o mundo a partir das relações que a criança estabelece
consigo mesma, com as outras pessoas, com a imaginação e com cultura
(BRASIL, 1998, p. 91).

A criança com quase dois anos tem capacidade de produzir seus primeiros
traços, conhecidos como a fase dos rabiscos, pois por meio da repetição dos rabiscos,
amplia o conhecimento da criança. Quando a criança controla seus gestos e movimentos
ela começa a aprimorar seus traços.
O desenho merece destaque no trabalho com artes visuais, pois ele tem uma
importância na construção das demais linguagens visuais. Segundo os RCNEIs, o
desenvolvimento do desenho resulta em varias mudanças nos quais os riscos vão se
tornando aprimorado até se tornarem símbolos, essa transformação ocorre por meio das
interações que a criança tem com o meio e com o ato de desenhar.
Existem duas grandes vertentes que estudam o desenho, uma entende que o
desenho possui fases, outra entende o desenho como construção cultural. Nesta segunda
abordagem, compreende-se que ao desenhar, a criança interpreta a realidade a qual está
inserida, utilizando-se da imaginação e fantasia.
Para nós em acordo com Iavelberg (2008), o desenho infantil é cultivado, é uma
linguagem pictórica elaborada e construída a partir de aspectos conceituais, invariantes
funcionais e diversidade cultural dos atores sociais (crianças).
A imaginação recria o que a criança já viveu, ou seja, a criança cria no desenho
outra realidade baseada na já vivida. E Vygotski (1998) coloca que as experiências
culturais influem na criação dessa nova realidade.

[...] o desenho é um processo complexo que envolve imaginação, realidade


cotidiana, figuração, e tem como mediação a palavra. [...] a opção por uma
teoria direciona as ações do docente em sala de aula e é com base nela que o
desenho vai ser focalizado. (FERREIRA, 2001 p. 151)

A partir do exposto cremos que uma ação educativa no tocante das artes visuais seja
aquela que se foque no ensino da arte como linguagem significativa ao desenvolvimento
humano, social e cultural, tomando as artes visuais numa abordagem triangular, que
considere apreciação, fazer artístico e contextualização, bem como o desenho como
construção social e linguagem, implicado de subjetividade.

A ação educativa na Educação Infantil: as artes visuais e o desenho como foco de


análise

Neste item procuraremos verificar como o ensino das artes visuais vem sendo
desenvolvido na educação infantil, pelos sujeitos da pesquisa, duas professoras, que atuam
com crianças de quatro a cinco anos. As professoras serão denominadas P1 e P2, a fim de
manter suas identidades em sigilo. A P1 é formada em Pedagogia pela Universidade
Estadual do Centro Oeste, atua na educação infantil há um ano, numa escola particular. A
P2 está cursando Pedagogia pela FAPI (Faculdade de Pinhais), por meio do ensino a
distância e atua como professora a um ano, numa escola publica.
Ambas as docentes responderam um questionário com cabeçalho de identificação e
oito questões dissertativas abertas, tendo em vista a captação de dados que serão analisados
a seguir.
No que converge a definição de arte e suas ramificações as respostas foram:

É um meio de expressão, através dela expressamos, nossas emoções,


sentimentos e nossos valores. Através dela nós olhamos o mundo de novas
maneiras, passamos a interpretar o mundo em que vivemos (P1).

Arte é um tudo que o homem expõe em relação aos seus sentimentos e


emoções, sejam em seus desenhos, pinturas, esculturas, músicas, danças etc.
(P2).
Por meio das respostas destas professoras, nos fica mais evidente que a primeira
compreende arte como forma de expressão, mas não menciona suas ramificações. A P2
conceitua arte num tocante de sensibilização e apresenta consciência do que sejam as
ramificações.
Segundo Andrade (2009) a arte é algo pessoal, assim demonstra, a necessidade de o
professor degustar de sua sensibilização própria para inventar e se propagar com a sua
forma própria de fazer arte, só assim o professor terá um olhar crítico em relação ao
trabalho com a criança, e verá qual a real importância da arte no desenvolvimento da
criança.
A respeito da formação das professoras em relação a artes, pode-se dizer que
nenhuma delas tem uma formação específica em relação a artes como nos demonstram as
respostas. E ambas relataram que sentem dificuldade em trabalhar com artes por essa falta
de subsídio. Quando indagadas sobre quais valores receberam em relação ao ensino da
arte, responderam:

Os valores do fazer espontâneo, pois é o aluno que é o criador de suas obras,


portanto é o fazer espontâneo dele que desenvolverá suas capacidades (P1).

Até o presente momento, em minha formação não recebi conhecimentos mais


aprimorados especificamente em artes (P2).

Barbosa (2008) afirma que os poderes públicos devem além de disponibilizar um


lugar para artes no currículo, propiciar meios para que os professores desenvolvam uma
capacidade de compreender e conhecer a arte, programas formativos, pois de nada adianta
uma teoria, sem que o professor saiba utilizá-la. Isso demonstra que deve se investir em
formação continuada em serviço para que as aulas de artes não se tornem meros espaços de
desenvolvimento de técnicas.
Na fala da P1 nos remete a ideia do ensino de artes na década de 70 como nos
colocam Nardin e Ferraro (2001) baseada na espontaneidade infantil, como se a criança
tivesse uma expressividade inata, no qual o aluno aprende e se expressa sem interferências
do professor. Deixando de lado o contato com obras de artes de vários períodos,
trabalhando apenas com o desenho livre espontâneo sem direcionamentos. Pois não está
errada a livre expressão, mas sim a forma que ela está sendo abordada nas salas de aula,
sem critérios educacionais.
Quando questionado sobre a postura metodológica que as professoras adotam em
relação ao ensino da arte, pontuaram:

A metodologia que utilizo é preparar a aula e apresentar o assunto, fazendo


comentários e após deixo que façam o seu entendimento e apresentem através
de suas criações (P1).

Adoto um método com as crianças que é principalmente o uso da criatividade,


em desenhos livres, expondo sua produção, trabalho com a arte na reciclagem e
outras atividades que leve a criança a descobrir que tudo ao seu redor pode ser
considerado arte especialmente as suas atividades (P2).

Ao observar as respostas de P1 e P2, podemos verificar uma falta de clareza quanto


à metodologia de ensino da arte, bem como falta de articulação teórico-prática. Podemos
afirmar que não existe uma metodologia elaborada e sim uma tentativa de passar o
conteúdo de artes de forma diversificada.
Em relação à importância de se trabalhar artes com as crianças, demarcaram:

Trabalhar artes é um fator muito importante para o desenvolvimento infantil,


pois o aluno cria suas obras, está expressando seus sentimentos e sua
criatividade desenvolvendo-se em muitos aspectos. Este modo a importância de
dar um incentivo em suas criações para que se sinta capaz e cresça acreditando
em si próprio. (P1)

A arte proporciona a criança expor através de desenhos, pinturas e outras


atividades suas emoções e seus sentimentos, desenvolvendo também sua
criatividade (P2).

Podemos notar que as educadoras possuem um conceito diversificado e sensível


quanto ao ensino de artes, que possibilita desenvolvimento criativo, potencial imaginativo,
auto-estima, formação autônoma. Ao perguntarmos as professoras se no seu ambiente de
trabalho tem um espaço próprio para as atividades de artes, as mesmas explicitaram que
não, que o espaço onde as atividades artísticas são realizadas é a própria sala de aula.
Ujiie e Pietrobon (2007) pontuam com relação à organização do tempo/espaço que
o professor pode organizar cantos específicos para cada tipo de atividade dentro da própria
sala de aula, criando uma esfera motivadora para que as crianças realizem as atividades.
Esses cantinhos devem ser confortáveis para as crianças e interessantes para despertar o
desejo de produção artística.
O ensino da arte em espaços educativos,

[...] carecem de propostas que desafiem o imaginário da criança, que explorem


a linguagem visual, musical e corporal nas milhares de possibilidades de criar
com diferentes materiais e suportes e diferentes formas de produzir, entender e
ler imagens, bem como investigar possibilidades do próprio corpo e gestos com
uma riqueza imensa de expressão (ANDRADE , 2009 p. 69).

Somente assim, a criança reflete sua cultura e se desenvolve na sua totalidade a


partir da arte. Quando colocado em questão quais os significados do desenho infantil para
você, obtivemos as seguintes respostas:

É o meio de expressão das crianças, assim expressam suas alegrias, seus


sentimentos sejam qual for eles, é uma linguagem para poder expressar seus
sentimentos por isso é de extrema importância valorizar as criações realizadas
por elas (P1).

O desenho das crianças me permite perceber qual a realidade desse aluno, eles
expõem seus sentimentos, percebe-se como é seu relacionamento familiar, sua
criatividade etc. (P2).

Ambas as professoras concebem o desenho infantil como forma de linguagem, o


que julgamos positivo, entretanto falta-lhes formação especifica e clareza teórica e
metodológica para o desenvolvimento de uma ação educativa mais significativa na
Educação Infantil.

Considerações finais

A arte deve ser entendida como construção de conhecimento tendo a função de


levar a compreender o mundo a sua volta expressando seus sentimentos.
Levando em consideração o objetivo geral desta pesquisa que é analisar o papel que
o desenho ocupa em duas turmas pré-escolares, constatamos por meio desse estudo de
caso, que a dificuldade maior encontrada para se trabalhar arte é falta de formação das
profissionais, bem como a clareza do que se trabalha nesta disciplina e quais objetivos que
a aula de artes deve alcançar.
Assim, nos fica evidente a necessidade dos poderes públicos e das instituições
educacionais investirem na formação continuada em serviço, para que os professores
construam bases mais sólidas com relação a sua profissionalidade docente e para que o
ensino da arte se torne atraente e com propostas diversificadas, providas de reais
significados.
REFERÊNCIAS

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ANGOTTI, Maristela. Educação Infantil. Campinas: Alínea, 2009.

BARBOSA, Ana Mãe. Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez,
2008.

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MEC/SEF/COEDI, 1998.

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. 3 ed. Brasília: Ministério da Educa-


ção/Secretaria da Educação Fundamental, 2001.

FERREIRA, Sueli. (org.). O ensino das artes: construindo caminhos. Campinas-SP:


Papirus, 2001.

IAVELBERG, Rosa. O desenho cultivado da criança: prática e formação de educadores.


2 ed. Porto Alegre-RS: Zouk, 2008.
NARDIN, Heliana Ometto; FERRARO, Mara Rosângela. Artes visuais na
contemporaneidade: marcando presença na escola. In: FERREIRA, Sueli. (org.). O ensino
das artes: construindo caminhos. Campinas-SP: Papirus, 2001.

UJIIE, Nájela Tavares; PIETROBON, Sandra Regina Gardacho. A prática educativa na


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educativas. Vol.14, n° 1. Passo Fundo: UPF, Jan./Jun. 2007, p. 231-240.

VIGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. Trad. Jefferson Luiz Camargo. 2 ed. São
Paulo: Martins Fontes,1998.

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