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PROCESSUAL CIVIL
Providências Preliminares e Saneamento
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Providências Preliminares e Saneamento
Gustavo Deitos
Apresentação.. ................................................................................................................3
Das Providências Preliminares e do Saneamento............................................................5
1. Aspectos Gerais: Contextualização do Processo..........................................................5
2. Providências Preliminares........................................................................................... 7
3. Julgamento Conforme o Estado do Processo............................................................ 14
3.1. Extinção do Processo com ou sem Resolução do Mérito. . ....................................... 15
3.2. Julgamento Antecipado do Mérito.......................................................................... 18
4. Decisão de Saneamento e Organização do Processo.................................................26
Exercícios......................................................................................................................38
Gabarito....................................................................................................................... 50
Gabarito Comentado. ..................................................................................................... 51
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Providências Preliminares e Saneamento
Gustavo Deitos
Apresentação
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Gustavo Deitos
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Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
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Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
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prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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Providências Preliminares e Saneamento
Gustavo Deitos
DICA!
As providências preliminares visam ENCURTAR o processo.
O saneamento e a organização visam PROLONGAR o proces-
so, não por mera burocracia, mas, sim, para o correto e justo
julgamento de uma causa mais complexa.
Abaixo, apresento-lhe os possíveis percursos processuais que podem ser seguidos de-
pois da contestação, ou depois da revelia do réu:
1) Depois da contestação – ou depois da configuração da sua revelia –, o juiz pode se
convencer de que não resta nenhuma questão pendente ou providência preliminar a ser to-
mada. Neste caso, o juiz proferirá julgamento antecipado total do mérito.
2) Depois da contestação – ou depois da configuração da sua revelia –, o juiz pode enten-
der que uma parte do objeto da ação ainda é controversa, e outra, por sua vez, é incontroversa
e não depende de nenhuma outra prova para ser esclarecida. Neste caso, o juiz procederá da
seguinte forma:
– Proferirá julgamento antecipado parcial do mérito, quanto à parcela incontroversa da
ação e suscetível de imediato julgamento;
– Determinará a tomada de providências preliminares para tentar sanar a controvérsia
existente em relação à outra parcela do objeto da ação, para que, se possível, possa
vir a julgá-la antecipadamente, assim como a parcela incontroversa.
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Professor, você menciona que o juiz poderá tomar “várias providências possíveis”. Afinal
de contas, quero saber: que providências seriam essas?
2. Providências Preliminares
A tomada de “providências preliminares” é uma opção do juiz, que as tomará se verificar que,
apesar de o mérito estar próximo de ser resolvido, ainda não constam dos autos todas as
provas necessárias para o embasamento da sentença.
Portanto, as providências preliminares são dispensáveis. Se, após a contestação ou a revelia,
o juiz já tiver totalmente formado seu convencimento em face da ausência de controvérsia no
objeto da ação, poderá ele proferir o julgamento antecipado do mérito sem tomar nenhuma
providência preliminar.
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Gustavo Deitos
CAPÍTULO IX
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO SANEAMENTO
Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências preli-
minares constantes das seções deste Capítulo.
As providências a serem tomadas dependerão de cada caso. Como veremos, cada uma é
apropriada a um contexto processual específico.
Seção I
Da Não Incidência dos Efeitos da Revelia
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia pre-
visto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não
as tiver indicado.
A revelia, como regra geral, tem um grande “efeito acessório”. O referido efeito é a confis-
são quanto à matéria de fato, isto é, a presunção de que todos os fatos alegados pela parte
contrária são verdadeiros.
Conclusão: nas hipóteses do art. 345 do CPC, o réu, apesar de revel, não será confesso.
Cito, abaixo, o art. 345, com as hipóteses de revelia SEM efeito de confissão:
Art. 345. A revelia NÃO produz o efeito mencionado no art. 344 [confissão quanto à matéria de fato] se:
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à
prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição
com prova constante dos autos.
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Nos casos desses quatro incisos, embora de fato ocorra revelia (ausência de defesa), não
ocorre confissão. A consequência disso é que o autor deverá, de qualquer modo, comprovar
os fatos que alegou, sem poder invocar a confissão a seu favor nestas hipóteses. Isso porque,
nesses quatro casos, não existirá confissão.
Agora, vamos à providência preliminar do art. 348.
Sendo o réu revel, mas não ocorrendo a confissão, poderão ocorrer dois resultados:
• 1) Se o autor já tiver indicado as provas que pretende produzir para comprovar o seu di-
reito, e sendo elas analisáveis de plano (como documentos), o juiz poderá, de imediato
e sem tomar nenhuma providência preliminar, julgar antecipadamente o mérito.
• 2) Se, todavia, o autor ainda não tiver indicado as provas que pretende produzir, o juiz
deverá tomar a seguinte providência preliminar: intimará o autor para que indique as
provas que pretende produzir, antes de julgar antecipadamente o mérito.
– Depois que as provas indicadas forem produzidas (apresentados os documentos,
realizada a perícia, ouvidas as testemunhas etc.), o juiz poderá julgar antecipada-
mente o mérito.
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde
que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa
produção.
Sim! É possível que o réu revel requeira a produção de provas. Mas esta possibilidade é
muito limitada. Explico.
O réu revel tem o direito de ingressar no processo a qualquer tempo. Todavia, em qualquer
caso, o réu revel receberá o processo no estado em que se encontrar. Isso quer dizer que, se
a fase de especificação das provas já tiver terminado, o réu não poderá requerer nenhum tipo
de prova, a menos que o juiz também tenha interesse na prova requerida pelo réu.
O art. 370 do CPC dispõe: “Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar
as provas necessárias ao julgamento do mérito. Veja: o juiz pode determinar a produção de
provas de ofício.
Sabendo disso, podemos concluir que o réu poderá requerer a produção de provas em
duas situações:
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1) Se não tiverem ocorrido os efeitos de confissão dos fatos alegados pelo autor (hipóte-
ses do art. 345), e o réu integrar o processo dentro do prazo dado ao autor para especificar as
provas que pretende produzir (art. 348 do CPC).
2) Quando o juiz não se convencer dos fatos alegados pelo autor e determinar de ofício
a produção de determinadas provas, mesmo que o réu seja confesso ou que o autor não
requeira determinada prova. Nesse caso, o réu pode indicar alguma prova que entenda per-
tinente, e o juiz pode concordar com seu requerimento e deferi-lo para que seja produzida a
prova requerida.
Exemplo prático:
O juiz pode entender que, para comprovar determinados fatos, não é possível basear-se uni-
camente nas alegações do autor: é necessário mais algum elemento (Ex.: perícia grafodo-
cumentoscópica para avaliar se determinada assinatura, apontada como falsa, é, de fato,
falsa). Se o réu revel requerer a realização de perícia grafodocumentoscópica, poderá o juiz,
se também entender necessária, deferi-la.
Seção II
Do Fato Impeditivo, Modificativo ou Extintivo do Direito do Autor
Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ou-
vido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.
Agora, não falaremos sobre revelia. Trataremos de uma hipótese em que o réu contesta
os pedidos do autor e apresenta fatos impeditivos, modificativos ou extintivos dos direitos
postulados pelo autor.
Todos os fatos que constituam o direito do reclamante deverão ser comprovados por ele
(art. 373, I, CPC). Fatos constitutivos são mais fáceis de visualizar: são todos os fatos que,
se comprovados, dão à parte determinado direito previsto em lei. Podemos imaginar como
exemplo o fato de alguém ter prestado serviços de empreitada e não ter recebido o respectivo
pagamento: a ausência de pagamento constitui o direito à obrigação de pagamento.
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Por outro lado, o réu deverá comprovar todos os fatos que extingam, impeçam ou modifi-
quem o direito pretendido pelo autor. Veja, abaixo, os conceitos e exemplos clássicos de fatos
extintivos, impeditivos ou modificativos:
• FATO EXTINTIVO: É o fato que extingue um direito que já chegou a existir em algum
momento.
• FATO IMPEDITIVO: É o fato que impede o surgimento do direito. Neste caso, o direito
nunca existiu.
Exemplo: o autor, realmente, prestou serviços de empreitada ao réu, mas este efetuou corre-
tamente o pagamento pactuado.
• FATO MODIFICATIVO: Fato que não extingue nem impede que o sujeito tenha o direito,
mas modifica o conteúdo e/ou a forma desse direito, que passa a ser devido em parâ-
metros diferentes do postulado.
Exemplo: o réu, realmente, não pagou o valor pactuado pelos serviços de empreitada do
autor, mas lhe entregou cheque como pagamento de metade da dívida. Logo, a dívida, embora
exista, é devida pela metade, e não integralmente.
Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, a providência
preliminar será a seguinte: intimação do autor para que, em 15 dias, se manifeste sobre os
fatos alegados pelo réu.
Depois dessa intimação, três resultados poderão ocorrer:
1) O autor deixa o prazo de 15 dias transcorrer sem se manifestar, e o juiz, entendendo
estar convencido por todos os elementos que já constam dos autos, pode resolver julgar an-
tecipadamente o mérito.
2) O autor se manifesta e apresenta elementos que não impedem uma conclusão imediata
sobre a causa. Se o juiz já se considerar convencido somente com os elementos até aí cole-
tados, poderá julgar antecipadamente o mérito.
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Seção III
Das Alegações do Réu
Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva
do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova.
O art. 337 comporta as questões preliminares que o réu pode alegar em sua contestação.
A maioria delas pode dar causa à extinção do processo (coisa julgada, convenção de arbitra-
gem, litispendência etc.).
Antes de determinar a extinção do processo, o juiz deverá intimar o autor para que, em 15
DIAS, se manifeste sobre a(s) questão(ões) preliminar(es) arguida(s) pelo réu na contestação.
Depois dessa intimação, dois resultados poderão ocorrer:
• O autor se manifesta, ou deixa o prazo de 15 dias transcorrer sem se manifestar. Neste
caso, o juiz, entendendo estar convencido por todos os elementos que já constam dos
autos, pode decidir de plano sobre a questão preliminar, ou determinar a produção de
outras provas para o julgamento da preliminar. Em quaisquer dos casos, ocorrerá um
dos seguintes resultados:
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Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua
correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.
Irregularidades ou vícios sanáveis são todos os equívocos que, por não serem qualifi-
cados como “pressupostos processuais”, podem ser corrigidos ao longo do processo, sem
prejuízo ao seu andamento, tampouco ao seu resultado útil. São os “defeitos menores”.
O mais importante no art. 352 é o prazo máximo para a correção dos “defeitos menores”:
30 DIAS.
Obs.: Reitero que o prazo de 30 dias para a correção dos pequenos defeitos NÃO É FIXO,
mas, sim, máximo. Pode o juiz conceder um prazo de 5, 10, 15 ou 20 dias, por exemplo.
Art. 353. Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz profe-
rirá julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o Capítulo X.
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Professor, afinal de contas, quais são os elementos necessários para que um processo
seja objeto de julgamento “conforme o estado em que se encontre”?
1
MARINONI, ARENHART, MITIDIERO. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum,
volume 2. 3. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
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Não existindo nenhuma dessas questões, o processo pode ser julgado conforme o esta-
do em que se encontre. Afinal, a inexistência de questões pendentes torna o momento atual
como o momento oportuno para a prolação de uma decisão definitiva e exauriente. Pode-se
dizer que esse raciocínio decorre do propósito de concretizar o princípio da duração razoável
do processo (art. 5º, LXXVIII, CF/88).
Nestes casos, caro(a) aluno(a), o processo NÃO poderá ser julgado de imediato. O juiz
deverá proferir a decisão de organização e saneamento do processo, a fim de preparar a fu-
tura instrução probatória. Estudaremos sobre o saneamento e a organização do processo no
próximo capítulo da aula.
Agora, daremos enfoque ao julgamento do processo no estado em que se encontre, resul-
tante da inexistência de questões relevantes, pertinentes e/ou controversas a serem apreciadas.
CAPÍTULO X
DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
Seção I
Da Extinção do Processo
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz pro-
ferirá sentença.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do proces-
so, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.
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Além do propriamente dito julgamento antecipado do mérito (arts. 355 e 356), também
serão hipóteses de julgamento conforme o estado do processo as seguintes:
1) A extinção do processo sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485 do CPC
(todos os incisos), que dispõe:
2) A extinção do processo COM resolução do mérito, nas hipóteses dos incisos II e III do
art. 487 do CPC, que são:
Provavelmente você sabe de que a maioria das causas de extinção do processo sem re-
solução do mérito (art. 485 do CPC) podem ser conhecidas pelo juiz de ofício e a qualquer
tempo, em qualquer grau de jurisdição. Portanto, mesmo que o juiz demore para constatar
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uma dessas causas, ele poderá julgar o processo conforme o estado em que se encontre,
proferindo sentença de extinção sem resolução do mérito.
A ocorrência de decadência legal ou de prescrição (art. 487, II) pode ser constatada pelo
juiz de forma mais tardia, depois da contestação. Dessa forma, depois de intimada a parte
prejudicada para se manifestar sobre a constatação da decadência/prescrição, o juiz poderá
julgar o processo conforme o estado em que se encontre, proferindo sentença de extinção
com resolução do mérito.
Ademais, se a qualquer tempo o réu reconhecer a procedência dos pedidos, o autor renun-
ciar aos seus direitos ou as partes transigirem (chegarem a um acordo), também será proferi-
da sentença de extinção do processo COM resolução do mérito (art. 487, III).
Nem sempre a extinção do processo, com ou sem resolução do mérito, será total. É perfeita-
mente possível que o juiz extinga somente parte dos pedidos, permitindo o prosseguimento
do processo com relação à outra parcela do objeto da ação.
Quando a extinção do processo for parcial (com ou sem mérito), a decisão a ser proferida
pelo juiz será a chamada decisão interlocutória.
As bancas adoram explorar o recurso cabível contra a decisão que extingue o processo com
ou sem resolução do mérito, em sede de julgamento conforme o estado do processo.
Se a extinção for TOTAL, a decisão será uma sentença, impugnável por apelação.
Se a extinção for PARCIAL, a decisão será uma decisão interlocutória, impugnável por
agravo de instrumento, conforme o parágrafo único do art. 354.
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Exemplos práticos:
1) Quando o juiz constata a prescrição, a extinção do processo não dependerá de provas
acerca do direito material/substancial envolvido.
2) Quando as partes transigem (fazem acordo), também não se envolve prova do direito mate-
rial postulado. A extinção do processo, ainda que com resolução do mérito, decorre de um
imperativo processual, e não da análise do direito material postulado.
• 1) O julgamento antecipado do mérito ocorre quando uma parte dos pedidos ou todos
eles já não dependem de nenhuma outra prova, tampouco de instrução. Logo, estão
absolutamente aptos a serem decididos. Esta é a pura cognição exauriente.
• 2) As tutelas provisórias, por sua vez, baseiam-se em mera cognição sumária, quando
ainda não foram analisadas todas as provas possíveis.
Como veremos a seguir, o julgamento antecipado do mérito, seja ele total ou parcial, de-
pende da análise das provas dos direitos materiais postulados na ação.
Para entender, acompanhe-me nos comentários individualizados aos dispositivos do CPC.
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Seção II
Do Julgamento Antecipado do Mérito
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mé-
rito, quando:
I – não houver necessidade de produção de outras provas;
II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na for-
ma do art. 349.
Caro(a) aluno(a), no final das contas, pode-se concluir que o inciso I consubstancia o ele-
mento principal para o julgamento antecipado do mérito, e o inciso II, por sua vez, representa
um mero exemplo em que o elemento do inciso I se faz presente. Explico.
O inciso I permite o julgamento antecipado do mérito quando não houver necessidade de
produção de outras provas. Para que seja constatada a desnecessidade de novas provas, é
necessário que concorram duas condições2:
• 1) Não deve existir questão relevante, pertinente ou controversa a ser esclarecida;
• 2) O juiz deve estar convencido das alegações de fato apresentadas pelas partes.
O inciso I não se importa com o fato de o réu ser revel ou não. O juiz pode se deparar
com a desnecessidade de novas provas mesmo após a contestação do réu. Isso é perfei-
tamente possível.
Se, após a contestação do réu e a réplica do autor, e após avaliar todas as provas já produ-
zidas, o juiz constatar que não existem mais questões a serem esclarecidas e ficar convenci-
do do que realmente aconteceu (conjugando as alegações de fato de ambas as partes), ficará
configurada a desnecessidade de novas provas (inciso I).
Existem processos que, para serem resolvidos, dependem unicamente de provas documen-
tais. Imagine que o autor anexe à sua petição inicial vários documentos, e, para contrapô-los,
o réu anexe à sua contestação outros documentos.
2
MARINONI, ARENHART, MITIDIERO. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum,
volume 2. 3. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 233.
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Se o juiz verificar que a solução da lide decorre somente da análise dos documentos e das
alegações das partes, o processo estará em condições de imediato julgamento, e o juiz pode-
rá julgar antecipadamente o mérito integral do processo (inciso I do art. 355).
Eu lhe disse anteriormente que a hipótese do inciso II (“o réu for revel, ocorrer o efeito
previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349”) é um mero
exemplo de desnecessidade de novas provas, que é a regra do inciso I.
Agora, explicarei a você o porquê.
Quando o réu é revel e ocorre o efeito da confissão, presumindo-se verdadeiros todos
os fatos alegados pelo autor, e o réu não se apresenta em momento hábil para requerer a
produção de outras provas, o juiz não terá razões para prosseguir com o processo. Logo, ele
proferirá sentença de julgamento antecipado total do mérito.
Veja que os efeitos da confissão acerca de todos os fatos alegados pelo autor tornam
desnecessária a produção de outras provas. Logo, conclui-se que o inciso II nada mais é que
um exemplo prático do inciso I.
Obs.: Se o réu for revel e o juiz não considerar verossímeis as alegações do autor, ele não
poderá julgar o mérito de forma antecipada, pois, neste caso, além de penderem ques-
tões relevantes, pertinentes e/ou controversas, não terá ocorrido o efeito da confis-
são, pois o art. 354, inciso IV dispõe que o efeito da confissão não será produzido
quando as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem
em contradição com prova constante dos autos.
Por fim, resta te informar sobre o recurso cabível contra a decisão que julga antecipada-
mente todos os pedidos postulados: é a APELAÇÃO, pois o julgamento antecipado total do
mérito é prolatado mediante SENTENÇA.
Seção III
Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou
parcela deles:
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Providências Preliminares e Saneamento
Gustavo Deitos
I – mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
A teoria que sustenta o julgamento antecipado parcial do mérito é a mesma que sustenta o
julgamento antecipado de todo o mérito: adequação da tutela jurisdicional ao caso concreto, de
modo a evitar que a parte que tem razão espere demais para receber o bem da vida que pleiteou.
Resta-nos estudar as diferenças entre o julgamento integral/total – estudado anterior-
mente – e o julgamento parcial do mérito, de forma antecipada.
Não obstante, começarei esta abordagem apontando uma regra em comum, aplicável às
duas formas de julgamento antecipado do mérito. Acompanhe:
O art. 355, em seus incisos, demonstra que para o julgamento antecipado total do mérito
basta a desnecessidade de novas provas (inciso I, sendo o inciso II um mero exemplo do in-
ciso I). Já o art. 356, em seu inciso II, possibilita o julgamento antecipado PARCIAL do mérito
quando o pedido “estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355”.
Conclusão: como o inciso II do art. 356 faz referência ao art. 355 como hipótese de julga-
mento antecipado parcial, é de se concluir que o julgamento antecipado parcial do mérito será
cabível nas mesmas hipóteses em que couber julgamento antecipado total, com acréscimo de
uma outra hipótese: pedido incontroverso.
Dessa forma, o julgamento antecipado parcial do mérito tem lugar diante das seguintes
hipóteses:
1) O pedido a ser julgado antecipadamente é incontroverso (sobre tal pedido, não há mais
discussão entre as partes: ambas aceitam que o pedido tem uma determinada forma).
Exemplo prático:
O autor, na petição inicial, cobrou um débito no valor de R$ 5.000,00 e exigiu o cumprimento
de uma obrigação de fazer. Na contestação, o réu afirma que já pagou metade deste valor,
mas continua devendo o restante, alegando também que nunca foi pactuada a obrigação de
fazer. Em réplica, o autor confirma o fato alegado pelo réu e passa a cobrar somente a parte
não paga: R$ 2.500,00, mas afirma que a obrigação de fazer é, sim, existente e válida.
Veja: neste contexto, o pedido relativo ao débito em dinheiro é incontroverso: ambas as partes
afirmam que o valor devido é de R$ 2.500,00. Logo, poderá o juiz proferir decisão interlocutó-
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2) Quando não houver necessidade de produção de outras provas com relação ao pedido a
ser julgado, tudo de acordo com a mesma lógica estudada anteriormente para o julgamento an-
tecipado total/integral do mérito (não deve existir questão relevante, pertinente ou controversa a
ser esclarecida, e o juiz deve estar convencido das alegações de fato apresentadas pelas partes).
Agora, apresentar-lhe-ei grandes diferenças entre os dois tipos de julgamento antecipado
do mérito:
1) No julgamento antecipado total/integral, são desnecessárias quaisquer outras provas
no processo.
2) No julgamento antecipado parcial, somente serão desnecessárias as provas relativas
ao pedido a ser julgado. Poderão continuar a ser coletadas novas provas, desde que relativas
aos pedidos não julgados. A parte incontroversa será considerada como independente de
novas provas.
Abaixo, apresento-lhe a diferença mais cobrada em provas no que tange aos dois tipos de
julgamento antecipado do mérito.
Para ilustrar:
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§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líqui-
da ou ilíquida.
Provavelmente você já sabia de que as sentenças em geral podem ser líquidas (já com o
valor da condenação certo e determinado) ou ilíquidas (cujo valor da condenação é provisório
e deve ser calculado e tornado exato mediante liquidação).
A decisão interlocutória que julga antecipadamente uma parte dos pedidos é uma decisão
definitiva de mérito, como se sentença fosse. Logo, ela poderá, igualmente, condenar uma
das partes a cumprir obrigação já liquidada (com valor exato enunciado pelo juiz) ou não li-
quidada (cujo valor exato deverá ser calculado em fase de liquidação).
Obs.: Pelo fato de tal decisão interlocutória ser uma verdadeira decisão definitiva de mérito,
ela também poderá ser objeto de ação rescisória, caso algum legitimado pretenda
desconstituí-la com fundamento em alguma das hipóteses do art. 966 do CPC.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar
parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa inter-
posto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
Contra a decisão interlocutória que julga parcial e antecipadamente o mérito cabe agravo
de instrumento, certo? Agora, imagine que o prazo do agravo tenha se esgotado. A consequ-
ência jurídica será a mesma aplicável às sentenças: trânsito em julgado da parcela dos pedi-
dos que foi julgada, com formação de coisa julgada material sobre tais pedidos.
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Se o cumprimento for provisório, a parte nele interessada ficará sujeita ao seguinte regime
(art. 520 do CPC):
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito sus-
pensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte
regime:
I – corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada,
a reparar os danos que o executado haja sofrido;
II – fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução,
restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
III – se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte,
somente nesta ficará sem efeito a execução;
IV – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de
posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano
ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos
próprios autos.
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A regra do inciso IV do art. 520 do CPC, pertinente ao cumprimento provisório, NÃO se apli-
ca ao cumprimento provisório da decisão interlocutória de julgamento antecipado parcial
do mérito.
O motivo: o § 2º permite a execução imediata dessa decisão independentemente de caução
(garantia). Logo, a regra do inciso IV do art. 520 do CPC, que exige a prestação de caução para
o cumprimento provisório, é inaplicável à execução provisória da decisão interlocutória de
julgamento antecipado parcial do mérito.
Quanto à liquidação da decisão interlocutória, cabe ressaltar que, mesmo pendendo agra-
vo de instrumento contra ela, caberá a liquidação dos valores da condenação imposta na
decisão interlocutória.
Obs.: Liquidação da decisão refere-se a tornar exato o valor ao qual a parte vencida foi con-
denada, mediante cálculos e/ou procedimentos especializados destinados a apurar o
valor exato de uma dívida.
DICA!
Execução/Cumprimento – MESMO QUE penda recurso
Liquidação – MESMO QUE penda recurso (regras iguais)
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser pro-
cessados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
Pense comigo: o julgamento antecipado de uma parte dos pedidos já é algo que causa
certo tumulto no processo. Agora, imagine se a liquidação e o cumprimento/execução dessa
decisão ocorresse nos mesmos autos. Seria praticamente inviável, concorda?
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§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
Tendo em vista a grande importância desta diferença para fins de provas, entendo que é
oportuno reiterá-la:
• 1) O julgamento antecipado total/integral do mérito é proferido mediante SENTENÇA,
impugnável por apelação.
• 2) O julgamento antecipado parcial do mérito é proferido mediante DECISÃO INTERLO-
CUTÓRIA, impugnável mediante agravo de instrumento (§ 5º).
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Ponto doutrinário
Marinoni, Arenhart e Mitidiero tratam o “saneamento” como organização retrospectiva, uma
vez que o saneamento nada mais é que a verificação de questões processuais eventualmente
pendentes. No fim das contas, o saneamento é uma organização de questões passadas.
Já a organização propriamente dita é mencionada pelos doutrinadores como organização pros-
pectiva, que se preocupa com questões importantes para a preparação da futura instrução e do
futuro julgamento. Trata-se de organizar questões que terão reflexos e consequências futuras.
Passada esta importantíssima introdução teórica, vamos à análise das regras positivadas
do CPC.
Seção IV
Do Saneamento e da Organização do Processo
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de sane-
amento e de organização do processo:
Se não for o caso de julgamento antecipado do mérito (arts. 355 e 356) ou de extinção do
processo (art. 354), deverá o juiz proferir a decisão de saneamento e organização do proces-
so, que é uma decisão interlocutória por excelência.
Nesta decisão, serão abordados os seguintes itens, individualmente descritos:
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“Questões processuais” são aquelas que podem dar causa à nulidade de atos proces-
suais, ou à extinção do processo, a depender do caso. Imagine como exemplo a alegação de
que a citação do réu foi nula. Na decisão de saneamento, o juiz deverá analisar a arguição
de nulidade da citação. Afinal de contas, se a citação tiver realmente sido nula, todos os atos
processuais deverão ser anulados, e o processo deverá voltar ao seu início.
Tendo em vista o exemplo da citação nula, você já pode visualizar o porquê de ser tão
importante que o juiz decida, em decisão de saneamento, essas questões processuais. Afinal,
seria uma enorme imprudência permitir que uma instrução probatória e um julgamento sejam
inutilmente realizados, enquanto pendesse uma questão processual que poderia levar todos
esses atos à nulidade.
A partir da decisão de saneamento, as partes terão certeza de que, no momento presente,
não existe nenhuma questão processual-formal que possa levar o processo à nulidade.
Antes de definir o ônus de cada parte para provar os fatos, é importantíssimo que o juiz
esclareça quais são os fatos dependentes de prova. Afinal de contas, há determinados fatos
que não dependem de prova. Veja o que dispõe o art. 374 do CPC:
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Exemplos: Doença, por prova pericial médica; incapacidade laborativa, por prova pericial
médica; cumprimento de exigência legal burocrática, por prova documental.
Obs.: Se for necessária prova pericial, o juiz nomeará perito na própria decisão de sanea-
mento/organização.
O art. 373 do CPC prevê os critérios básicos de distribuição do ônus da prova, que ordina-
riamente são seguidos:
Apesar do teor do art. 373, é possível que o juiz distribua o ônus da prova de forma dife-
renciada. Veja, agora, o que dispõem os parágrafos do art. 373 do CPC:
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Exemplo prático
O autor alega que quitou integralmente um empréstimo consignado tomado de um banco
(réu), mas continua recebendo desconto em sua folha de pagamento pela consignação ban-
cária. O autor junta à sua petição inicial um documento que comprova que ele foi ao banco no
dia equivalente à alegada data de pagamento (ticket de senha do banco). Este documento, por
óbvio, não é suficiente para a prova do fato constitutivo do direito do autor.
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A decisão judicial que determinar essa distribuição diferenciada deve ser proferida na de-
cisão de saneamento/organização, antes da instrução processual, porque, no momento da
instrução, as partes devem ter plena ciência de seus ônus probatórios, a fim de que possam
se preparar reunindo documentos, arrolar testemunhas etc.
A distribuição dinâmica/diferenciada do ônus da prova tem um nobre objetivo: facilitar o al-
cance da verdade real. Logo, a distribuição não pode tornar muito difícil ou impossível que quais-
quer das partes prove o fato. A grosso modo, não é possível curar uma doença e gerar outra.
Obs.: desincumbir-se do ônus significa nada mais que atender ao dever decorrente do
ônus. Se o autor deve desincumbir-se do ônus de provar que foi agredido, ele estará se desin-
cumbindo ao levar uma testemunha que presenciou a agressão. Está atendendo ao dever de
prova decorrente do ônus probatório.
Ademais, o CPC de 2015 permite que as partes convencionem sobre os ônus probatórios.
Elas poderão fazer um negócio jurídico processual, dispondo que o autor provará os fatos A, B
e C, e o réu por sua vez provará os fatos D, E, F e G. É a regra do art. 373, §§ 3º e 4º.
Na decisão de saneamento/organização, o juiz decidirá se este negócio celebrado entre
as partes é lícito e aceitável. Afinal, o § 3º do art. 373 proíbe que da convenção entre as partes
resulte ônus sobre direito indisponível ou ônus excessivamente difícil de ser atendido. Caberá
ao juiz, na decisão de saneamento/organização, controlar essas convenções.
Quando as partes não convencionaram a respeito de ônus processuais (art. 373, § 3º), não
houver fatos independentes de prova (art. 374 do CPC) e nem houver distribuição dinâmica do
ônus da prova (art. 373, § 1º), o ônus da prova será o legalmente estabelecido: o autor provará
fatos constitutivos de seu direito, e o réu, os fatos impeditivos, modificativos e extintivos do
direito do autor (art. 373, incisos I e II).
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As bancas tentam confundir os candidatos dizendo que seria necessária a designação da au-
diência já na decisão de saneamento. Na verdade, a audiência será designada se necessária,
ou seja, se o juiz entender devido (é facultativa/optativa/não obrigatória).
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Como regra geral, o CPC de 2015 impõe que o saneamento e a organização do processo
sejam realizados mediante decisão escrita do juiz. O § 1º refere-se estritamente à regra geral.
Sendo a decisão escrita, após sua publicação, as partes terão o prazo comum de 5 DIAS para:
• Pedir esclarecimentos;
• Solicitar ajustes.
Obs.: Se a questão não fizer nenhuma diferenciação entre saneamento em decisão escrita
ou em audiência, considere válida e aplicável a regra do § 1º. Somente desconsidere o
prazo do § 1º se o enunciado da questão disser, expressamente, que o saneamento e
a organização tenham ocorrido em audiência. Principalmente, se a banca for a CESPE.
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das ques-
tões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as
partes e o juiz.
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Obs.: O juiz somente ficará vinculado às questões delimitadas pelas partes, e não terá seu
poder instrutório afetado.
Exemplo: As partes podem convencionar que os fatos A, B e C deverão ser objeto de instrução
probatória mediante provas testemunhais. O juiz, que tem poder instrutório, poderá optar por
buscar a prova do fato A em documentos, ou em outra espécie de prova.
No exemplo acima, o juiz fica vinculado à convenção de que os fatos A, B e C deverão ser
objeto de atividades probatórias, mas não ficará vinculado no tocante ao meio de se exercer
a atividade probatória.
DICA!
A complexidade pode ser de fato OU de direito. Uma ou outra,
ou, ainda, de fato e de direito, cumulativamente.
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§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não
superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
Exemplo: Prazo de 10 dias para que as partes indiquem se pretendem produzir outras provas,
além daquelas já produzidas, para que o processo tenha prosseguimento.
PRAZOS SUCESSIVOS: Correm primeiramente para uma das partes e depois para outra.
Exemplo: Juiz concede 15 dias para que o autor se manifeste sobre o laudo pericial, e, findo
este prazo, concede 15 dias para que o réu se manifeste sobre o mesmo laudo.
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O prazo será comum para que as partes apresentem cada qual o seu rol de testemunhas.
Isso, por óbvio, se na decisão de saneamento/organização o juiz permitir a prova testemunhal.
O prazo não é fixado no CPC. Será fixado pelo juiz, que observará como limite máximo o
período de 15 dias.
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de tes-
temunhas.
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no má-
ximo, para a prova de cada fato.
Este limite é aplicável para cada parte. Cada uma terá direito a 10 (dez) testemunhas. Para
cada fato específico, caberão 3 (três) testemunhas.
Exemplo: O autor pretende provar com testemunhas quatro fatos: existência de contrato
verbal, tempo de duração desse contrato, violação da primeira cláusula e violação da segun-
da cláusula. Para cada um destes quatro fatos, o autor terá o limite de 3 (três) para cada fato.
Todavia, ele não poderá arrolar três testemunhas para cada um dos quatro fatos, pois o limite
global é de 10 (dez).
Para ilustrar:
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Apesar do limite legal (10 ao todo e 3 para cada fato), o juiz pode:
1) Permitir número maior;
2) Restringir o número, permitindo a oitiva de menos testemunhas.
Para lançar mão deste poder de forma legítima, o juiz deverá fundamentá-lo na complexi-
dade da causa e nos fatos individualmente considerados.
§ 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no
art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização.
Se for necessária prova pericial, o juiz nomeará perito na própria decisão de saneamento/
organização (o art. 465 do CPC refere-se à nomeação do perito).
Se houver possibilidade, o juiz indicará, no mesmo ato, data para a realização da perícia.
Não sendo possível, o juiz indicará a data em decisão posterior.
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.
De acordo com o § 3º, as audiências para saneamento, que são facultativas, somente
ocorrem diante de complexidade em matéria de fato ou de direito. Logo, é de se presumir que
as audiências de saneamento/organização demandem debates mais aprofundados.
Portanto, entre várias audiências dessa natureza, o secretário de audiências deverá man-
ter um intervalo mínimo de uma hora.
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EXERCÍCIOS
Questão 1 (2019/FCC/DPE-AM - ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA - CIÊNCIAS JURÍ-
DICAS) Geraldo ajuizou ação cumulando os pedidos de indenização por danos materiais e
morais contra prestador de um serviço, alegando que houve desconformidade da prestação
em relação ao pactuado. Após analisar a contestação apresentada pelo réu, o magistrado
entendeu que a irregularidade do serviço e a existência dos danos morais eram incontrover-
sas, mas o reconhecimento dos danos materiais alegados dependeria de produção de provas.
Assim, o juiz julgou parcialmente o mérito para julgar procedente o pedido de indenização por
danos morais, determinando, no mesmo ato, a intimação das partes para que especificassem
as provas que pretendiam produzir. Esse ato judicial consiste em
a) sentença de mérito, sujeito a recurso de apelação; caso não haja recurso tempestivo, for-
mar-se-á coisa julgada material.
b) julgamento antecipado parcial do mérito, sujeito a agravo de instrumento; caso não haja
recurso tempestivo, formar-se-á coisa julgada material.
c) julgamento antecipado parcial do mérito, e, por isso, não se sujeita a recurso imediato, po-
dendo ser impugnado por meio de preliminar de razões ou contrarrazões de apelação.
d) sentença sem resolução do mérito, sujeita a apelação; caso não haja recurso tempestivo,
formar-se-á coisa julgada meramente formal.
e) decisão interlocutória de tutela provisória antecipada, sujeita a recurso de agravo de instru-
mento e, caso não haja recurso tempestivo, haverá a preclusão.
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valor dos danos emergentes. A seguradora apresentou recurso de apelação contra a decisão,
afirmando que o Juiz, ao prolatar sentença parcial de mérito, violou o sistema processual,
sustentando a declaração de nulidade da decisão, com o consequente retorno dos autos à
origem para o regular processamento do feito. Com base nesse contexto fático, assinale a
alternativa correta:
a) O magistrado não agiu corretamente, pois a nova sistemática processual civil não admite o
julgamento parcial de mérito, adotando-se a teoria da unidade estrutural da sentença.
b) O magistrado não agiu corretamente, pois, embora a nova sistemática processual civil
admita o julgamento parcial de mérito, o processo teve seu início na vigência do Código de
Processo Civil de 1973, devendo-se observância ás suas regras.
c) O magistrado agiu corretamente, pois a nova sistemática processual admite decisão, com
natureza de decisão interlocutória, que julga parcialmente o mérito, aplicando-se ao caso o
princípio do “tempus regit actum” possibilitando-se a aplicação imediata das disposições
previstas no novo CPC aos processos pendentes.
d) O magistrado agiu corretamente, pois a nova sistemática processual admite decisão, com
natureza de sentença, que julga parcialmente o mérito, aplicando-se ao caso o princípio do
‘tempus regit actum”. possibilitando-se a aplicação imediata das disposições previstas no
novo CPC aos processos pendentes.
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e) A parte poderá liquidar desde logo a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcial-
mente o mérito, desde que prestada caução.
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c) O juiz deverá designar dia e hora para a realização da audiência de instrução e julgamento.
d) O juiz deverá delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória,
especificando os meios de prova admitidos.
e) Não cabe pedido de esclarecimentos da decisão que sanear o processo.
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e) deve ser feito com a utilização da técnica processual denominada tutela provisória, nas
modalidades de urgência ou de evidência.
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O dever de sanear o processo impõe ao juiz, sempre que perceber a existência de vício ou
ausência sanável, determinar a correção do defeito.
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d) Após decisão saneadora, as partes podem pedir esclarecimentos ao juiz, no prazo comum
de 05 (cinco) dias, findo o qual a decisão tornar-se-á estável.
e) Se o juiz homologar o saneamento realizado consensualmente pelas partes, vinculará as
partes e o próprio juiz.
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GABARITO
1. b 11. b 21. e
2. c 12. c 22. E
3. d 13. b 23. C
4. a 14. c 24. a
5. E 15. c 25. a
6. d 16. C 26. C
7. E 17. C 27. C
8. c 18. b 28. c
9. d 19. E 29. C
10. a 20. b 30. C
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (2019/FCC/DPE-AM - ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA - CIÊNCIAS JURÍ-
DICAS) Geraldo ajuizou ação cumulando os pedidos de indenização por danos materiais e
morais contra prestador de um serviço, alegando que houve desconformidade da prestação
em relação ao pactuado. Após analisar a contestação apresentada pelo réu, o magistrado
entendeu que a irregularidade do serviço e a existência dos danos morais eram incontrover-
sas, mas o reconhecimento dos danos materiais alegados dependeria de produção de provas.
Assim, o juiz julgou parcialmente o mérito para julgar procedente o pedido de indenização por
danos morais, determinando, no mesmo ato, a intimação das partes para que especificassem
as provas que pretendiam produzir. Esse ato judicial consiste em
a) sentença de mérito, sujeito a recurso de apelação; caso não haja recurso tempestivo, for-
mar-se-á coisa julgada material.
b) julgamento antecipado parcial do mérito, sujeito a agravo de instrumento; caso não haja
recurso tempestivo, formar-se-á coisa julgada material.
c) julgamento antecipado parcial do mérito, e, por isso, não se sujeita a recurso imediato, po-
dendo ser impugnado por meio de preliminar de razões ou contrarrazões de apelação.
d) sentença sem resolução do mérito, sujeita a apelação; caso não haja recurso tempestivo,
formar-se-á coisa julgada meramente formal.
e) decisão interlocutória de tutela provisória antecipada, sujeita a recurso de agravo de instru-
mento e, caso não haja recurso tempestivo, haverá a preclusão.
Letra b.
Como o juiz entendeu que parte do processo (danos morais) já lhe era incontroversa, a de-
cisão consiste em julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356, inciso I, CPC), contra a
qual cabe agravo de instrumento (art. 356, § 5º). Se o agravo não for interposto, a parte incon-
troversa transitará em julgado, e sobre ela recairá o manto da coisa julgada, que, neste caso,
é material, por envolver o mérito do processo.
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Letra c.
Estudamos em nosso curso que o CPC de 2015 aplicou-se a todos os processos em curso na
data de sua entrada em vigor (18/03/2016). Logo, aplica-se ao processo narrado no enun-
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ciado a regra do julgamento antecipado do mérito, que, neste caso, é parcial. Logo, sendo
parcial, a decisão que julga o mérito de forma antecipada é uma decisão interlocutória, eis que
impugnável mediante agravo de instrumento (art. 356, § 5º, CPC).
Letra d.
a) Errada. A decisão que julga antecipadamente o mérito, mesmo que de forma parcial, é fruto
de cognição exauriente, que tem a mesma força de uma sentença definitiva. Logo, ela não
depende de confirmação na sentença, pois não foi proferida sob cognição sumária, como as
decisões de tutelas provisórias.
b) Errada. Trata-se de decisão interlocutória, por resolver parcialmente o processo.
c) Errada. Se o agravo de instrumento contra a decisão interlocutória tiver sido julgado e tran-
sitado em julgado, o cumprimento será definitivo, e não provisório.
d) Certa. Trata-se da regra objetiva do art. 356, § 2º do CPC: “A parte poderá liquidar ou exe-
cutar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, inde-
pendentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.”.
e) Errada. O § 1º do art. 356 possibilita o reconhecimento de obrigações não liquidadas (ilí-
quidas), e o § 2º permite a liquidação dessas obrigações.
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Letra a.
a) Certa. É um dos itens que podem constar da decisão de saneamento e organização do pro-
cesso (art. 357, inciso IV, CPC).
b) Errada. Serão resolvidas as questões de direito processual pendentes, se houver (art. 357,
I, CPC).
c) Errada. Serão delimitadas as questões de fato objeto da atividade probatória (art. 357, II, CPC).
d) Errada. O ônus do autor será dos fatos constitutivos do seu direito, e o do réu, dos fatos
impeditivos, modificativos ou extintivos dos direitos do autor (art. 373 do CPC, remetido pelo
art. 357, inciso III do CPC).
e) Errada. O juiz designará, se necessário, audiência de instrução e julgamento (art. 357, V, CPC).
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Errado.
A CESPE adota o entendimento do doutrinador Marinoni no tocante à interpretação de que,
quando o saneamento for realizado em audiência (art. 357, § 3º), o prazo de cinco dias pre-
visto no art. 357, § 1º do CPC não terá início, e eventuais esclarecimentos ou ajustes, se não
requeridos na audiência, precluem e não podem ser solicitados por escrito.
Letra d.
a) Errada. Tal decisão é impugnável por agravo de instrumento (art. 356, § 5º do CPC).
b) Errada. O § 1º do art. 356 possibilita o reconhecimento de obrigações não liquidadas (ilí-
quidas), e o § 2º permite a liquidação dessas obrigações.
c) Errada. A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão
ser processados em autos suplementares (art. 356, § 4º, CPC), a requerimento da parte ou a
critério do juiz.
d) Certa. São as hipóteses dos incisos do art. 356, caput.
e) Errada. A liquidação não depende de caução (art. 356, § 2º, CPC).
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Errado.
A questão é capciosa. Perceba que a ação tem uma pluralidade de réus: Hugo e Eduardo.
Hugo, um dos réus, contestou a ação. Logo, a ausência de contestação por parte de Eduardo
não produz os efeitos da confissão (art. 345, I, CPC). Logo, não será possível o julgamento
antecipado do mérito em decorrência da revelia de Eduardo. Conforme o art. 348, “se o réu
não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art.
344 [não ocorrência da presunção de veracidade dos fatos], ordenará que o autor especifi-
que as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado.”. Deverá a parte autora
especificar as provas que pretenda produzir contra Eduardo, ante a ausência de presunção
de veracidade dos fatos.
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Letra c.
Para o professor, esta questão possui dois gabaritos: “a” e “c”. O gabarito da banca é “c”.
a) Errada. O professor entende que esta alternativa está correta, pois o art. 356, inciso II do
CPC possibilita o julgamento antecipado parcial do mérito quando a ação “estiver em condi-
ções de imediato julgamento, nos termos do art. 355”. O art. 355, remetido pelo dispositivo,
fala da desnecessidade de produção de outras provas. Logo, a letra “a”, juridicamente, estaria
correta. A banca a considerou incorreta simplesmente por não reproduzir a literalidade dos
incisos do art. 356. Trata-se de uma questão tão legalista ao ponto de prejudicar o candidato
mais bem preparado.
b) Errada. Não é uma das hipóteses do art. 356 do CPC.
c) Certa. Trata-se da hipótese do art. 356, I, CPC.
d) Errada. A ausência de condições para julgamento impede o julgamento antecipado,
por óbvio.
e) Errada. Não é uma das hipóteses do art. 356 do CPC.
Letra d.
a) Errada. O parecer do MP, em qualquer fase do processo (inclusive na de saneamento), é
facultativo, conforme o art. 180, § 1º do CPC, que dispõe: “Findo o prazo para manifestação
do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará anda-
mento ao processo.”.
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b) Errada. O prazo será comum de 15 dias (art. 357, § 4º, CPC).
c) Errada. A designação de audiência para saneamento e organização é optativa (art. 357,
V, CPC).
d) Certa. É o item a ser abordado pela decisão de saneamento, conforme o art. 357, II, CPC.
e) Errada. O art. 357, § 1º assegura que, após a decisão de saneamento, “as partes têm o di-
reito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o
qual a decisão se torna estável.”. Se a decisão de saneamento for proferida em audiência, tais
esclarecimentos/ajustes devem ser solicitados na própria audiência, sob pena de preclusão
(entendimento seguido pela CESPE, oriundo de Marinoni, Arenhart e Mitidiero).
Letra a.
Um dos pedidos (obrigação de pagar R$ 90.000,00) não foi contestado. Logo, a alegação de
que tal valor não foi pago é presumidamente verdadeira. Logo, como o réu somente requereu
a produção de provas com relação ao pedido de lucros cessantes, o pedido relativo à obriga-
ção de pagar R$ 90.000,00 não depende de nenhuma outra prova, pelo que está em condições
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de imediato julgamento. Logo, será realizado o julgamento antecipado parcial do mérito (art.
356, II, CPC). O professor entende que a letra “d” não estaria errada, porque o julgamento an-
tecipado parcial do mérito é, mesmo que de forma mais específica, uma forma de julgamento
conforme o estado do processo. A banca tratou de considerar como correta a alternativa mais
específica, que é a letra “a”.
Letra b.
a) Errada. O § 1º do art. 356 possibilita também o reconhecimento de obrigações não liquida-
das (ilíquidas), e o § 2º permite a liquidação dessas obrigações.
b) Certa. Tal decisão é interlocutória, eis que impugnável por agravo de instrumento (art. 356,
§ 5º do CPC).
c) Errada. Não existe tal exigência para o julgamento antecipado parcial. Basta o enquadra-
mento em um dos incisos dos arts. 355 (total) ou 356 (parcial).
d) Errada. Nem sempre o réu será revel diante do julgamento antecipado. É suficiente que os
pleitos já se mostrem incontroversos e/ou independentes de novas provas, em condições de
imediato julgamento (art. 356 do CPC).
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e) Errada. O julgamento antecipado do mérito não tem anda a ver com tutela provisória. Esta
é fruto de cognição sumária, e o julgamento antecipado, de cognição exauriente.
Letra c.
a) Errada. A conciliação deve ser tentada em todas as audiências possíveis.
b) Errada. A coisa julgada, que fundamenta eventual extinção sem resolução do mérito, pode
causar a extinção total ou parcial do processo, e não necessariamente total (art. 354, pará-
grafo único, CPC).
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Letra b.
A questão limitou-se a cobrar a regra literal do art. 357, § 1º do CPC.
Letra c.
A letra “c” é a única que apresenta um elemento totalmente contrário ao julgamento confor-
me o estado do processo, pois este só é possível quando não pendam questões controver-
tidas. A letra “a”, apesar de ser genérica, não contraria o objeto do julgamento conforme o
estado do processo.
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Letra c.
a) Errada. O § 1º do art. 356 possibilita também o reconhecimento de obrigações não liquida-
das (ilíquidas), e o § 2º permite a liquidação dessas obrigações.
b) Errada. O julgamento antecipado do mérito baseia-se em cognição exauriente, pois só é
possível depois que não existem outras provas a produzir. A cognição sumária, típica das
tutelas provisórias, se dá em momento no qual ainda não foram produzidas todas as provas
possíveis.
c) Certa. Por ser uma decisão de mérito e definitiva, ela produz coisa julgada material e pode,
sim, ser objeto de ação rescisória, como todas as sentenças e acórdãos.
d) Errada. Tal decisão é impugnável por agravo de instrumento (art. 356, § 5º do CPC). So-
mente caberia apelação se o julgamento antecipado do mérito fosse total.
Certo.
A questão envolveu as regras dos §§ 1º e 2º do art. 356 do CPC, nesta ordem. O § 1º do art.
356 possibilita também o reconhecimento de obrigações não liquidadas (ilíquidas), e o § 2º
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permite a liquidação dessas obrigações mesmo quando haja recurso interposto contra a de-
cisão de julgamento parcial.
Certo.
A questão cobrou a regra do art. 357, §§ 1º e 2º. O § 1º afirma que depois do saneamento
“as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5
(cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável”. Já o § 2º, em seu período final, prevê
que a decisão de saneamento vincula as partes e o juiz inclusive no que se refere à delimi-
tação consensual das questões de fato e de direito feita pelas próprias partes. Ora, se até
mesmo a delimitação consensual das partes vincula a atividade jurisdicional, conclui-se que
tão vinculante quanto tal delimitação é a decisão de saneamento proferida nos parâmetros
traçados pelo juiz.
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e) o juiz só poderá decidir parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados
ou parcela deles mostrar-se incontroverso ou o réu for revel.
Letra b.
a) Errada. O § 1º do art. 356 possibilita também o reconhecimento de obrigações não liquida-
das (ilíquidas).
b) Certa. A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão
ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz (art.
356, § 4º, CPC).
c) Errada. Tal decisão é impugnável por agravo de instrumento (art. 356, § 5º do CPC). Somen-
te caberia apelação se o julgamento antecipado do mérito fosse total.
d) Errada. A execução provisória (cumprimento provisório) da decisão de julgamento anteci-
pado parcial não depende de caução (art. 356, § 2º, CPC).
e) Errada. A alternativa exclui a hipótese do art. 356, inciso II: processo em condições de ime-
diato julgamento.
Errado.
Tal decisão é impugnável por agravo de instrumento (art. 356, § 5º do CPC). Somente caberia
apelação se o julgamento antecipado do mérito fosse total.
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Letra b.
Como o juiz entendeu que parte do processo (danos materiais) já lhe era incontroversa, a de-
cisão consiste em julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356, inciso I, CPC), contra a
qual cabe agravo de instrumento (art. 356, § 5º), eis que tal julgamento é proferido mediante
decisão interlocutória. Somente o julgamento antecipado integral/total é que se sujeita a ape-
lação, por ser proferido mediante sentença.
Letra e.
a) Errada. Nem sempre tal decisão será uma e revestirá a forma de sentença. Quando se tra-
tar de julgamento antecipado parcial, a decisão não será una, pois terá natureza de decisão
interlocutória.
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Errado.
O julgamento antecipado do mérito se funda na desnecessidade de novas provas. Se as pro-
vas foram insuficientes, é porque havia necessidade de outras provas. Logo, é impossível o
julgamento antecipado do mérito com fundamento em insuficiência de provas, por contradi-
ção lógica entre o instituto e o fundamento.
Certo.
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Tal permissão consta do art. 354, parágrafo único do CPC. Veja o que dispõe a íntegra do artigo:
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz pro-
ferirá sentença.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do proces-
so, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.
Letra a.
a) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta contraria o disposto no art. 357, §
4º, que fixa prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol
de testemunhas.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 357, §§ 6º e 7º.
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c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 357, incisos I a V.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 357, § 3º.
Letra a.
A questão cobrou diretamente a regra literal do art. 352: “Verificando a existência de irregula-
ridades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30
(trinta) dias.”.
Certo.
O art. 352 do CPC prevê a possibilidade de fixação de prazo nunca superior a 30 dias para a
correção de vícios/defeitos processuais. Ademais, o dever de resolver questões processuais
pendentes consta do art. 357, inciso I do CPC. Tal dever também é fundado no art. 139, IX,
CPC, que dispõe: “O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incum-
bindo-lhe: (...) IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de
outros vícios processuais;”.
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Providências Preliminares e Saneamento
Gustavo Deitos
Certo.
Trata-se da regra literal do art. 357, § 3º do CPC.
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d) Após decisão saneadora, as partes podem pedir esclarecimentos ao juiz, no prazo comum
de 05 (cinco) dias, findo o qual a decisão tornar-se-á estável.
e) Se o juiz homologar o saneamento realizado consensualmente pelas partes, vinculará as
partes e o próprio juiz.
Letra c.
a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade
com a regra do art. 357, caput, que prevê a prolação de uma decisão escrita de saneamento
e organização. Também está em conformidade com o § 3º do mesmo artigo, que prevê a
possibilidade de designação de audiência diante de complexidade em matéria de fato ou de
direito, e, por fim, está de acordo com o art. 357, § 2º, que permite a delimitação consensual
das questões de fato e de direito pelas partes, a ser homologada pelo juiz.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 357, § 3º, CPC.
c) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta contraria o disposto no art. 357, §
4º, que fixa prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol
de testemunhas.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra do art. 357, § 1º, CPC.
e) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra do art. 357, § 2º, que dispõe: “As partes podem apresentar ao juiz, para homologação,
delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a
qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.”.
Certo.
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É a regra do art. 357, § 5º: “Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência pre-
vista, o respectivo rol de testemunhas.”.
Certo.
São as regras quase literais do art. 357, §§ 6º e 7º.
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