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E CULTURA
Guilherme Marin
Bacharel em Filosofia
Mestre em Sociologia da Educação
ISBN 978-85-9502-184-6
CDU 31
Introdução
Neste capítulo, você verá uma breve abordagem sobre a história da
Antropologia. Ainda, você verá quais foram as linhas de desenvolvimento
utilizadas no pensamento antropológico, evidenciando as diferentes
perspectivas de análise que essa concepção, acerca do ser humano,
sofreu dentro da história ocidental.
Figura 1. A antropologia propõe um olhar sobre as sociedades, suas culturas e sobre tudo
o que se relaciona ao fazer humano.
Fonte: Mix3r/Shutterstock.com
Antropologia pré-histórica
https://goo.gl/VgRaZv
Antropologia linguística
Uma das principais questões que diferencia os animais dos seres humanos
é a linguagem. Ainda que os animais emitam som em sua comunicação, há
um limite nesse alcance comunicativo. Já a complexa linguagem humana é
um atributo relevante do desenvolvimento dos seres humanos, uma vez que,
através dela, acessamos o modo como os indivíduos vivem e se relacionam.
Segundo a teoria da gramática universal (VITRAL, 1998), existem aspectos
sintáticos da linguagem que são comuns a todas as línguas do mundo. Então,
essa linguagem permeia uma gramática bastante desenvolvida há milhares de
anos, o que torna possível refletir sobre as características universais da língua,
que se difundem pelas culturas existentes.
Um profundo estudioso no assunto, o antropólogo e linguista alemão
Edward Sapir fez uma análise, em sua obra Language (1921), de que as próprias
culturas poderiam ser pensadas como linguagens, uma vez que ele estava inte-
ressado justamente em como as formas culturais – e então as linguagens – são
apropriadas e recriadas para expressar a comunicação de outras sociedades.
Cabe perceber que até uma mesma língua, como o português, por exemplo,
pode ter variações interpretativas e utilizações de palavras com formas dis-
tintas a partir das mudanças de sons, diferenças gramaticais e de vocabulário.
Assim, também é possível fazer a reconstituição de línguas antigas com-
parando com a linguagem dos descendentes contemporâneos, traçando, então,
um paralelo cultural histórico e desvendando relações entre sociedades que
estabeleceram trocas culturais e influenciaram umas às outras. Pela linguagem,
descobre-se como os povos avaliam, classificam, separam e percebem o que
está em torno deles, sendo que esse modo de ver o mundo traz a especificidade
cultural e até mesmo as relações desta sociedade com as outras que foram
contemporâneas a ela.
Ao mesmo tempo, questões culturais que envolvam os estudos de lingua-
gem podem ser estudadas e aprofundadas por outras disciplinas. Uma dessas
áreas, que a pesquisa sobre o assunto pode ser bastante frutífera, é a área da
Educação, como diz Collins (2015, p. 1197):
Antropologia psicológica
Nessa perspectiva de análise do pensamento antropológico, foi abordado o
estudo dos processos e funcionamento do psiquismo dos anos 70, levando
em consideração que as ocorrências culturais e sociais incidem na psico-
logia individual e nos fundamentos psicológicos de comportamentos. Por
muito tempo, a ideia interessada era justamente da relação entre a mente e
o mundo, pois não haveria como os indivíduos interagirem com esse mundo
sem as suas mentes.
Assim, os antropólogos evidenciaram a questão da psique para estabelecer
seus estudos, como explica Laplantine (1988, p. 11):
https://goo.gl/kj55z4
BAHN, P.; RENFREW, C. Arqueología: teoria, métodos y práctica. Madrid: Tres Cantos,
1998.
BALI personality formation. [2017]. Disponível em: <https://www.loc.gov/exhibits/
mead/field-bali.html>. Acesso em: 24 ago. 2017.
CHILDE, V. G. Introdução à arqueologia. Lisboa: Ed. Europa-América, 1961.
COLLINS, J. Práticas de letramento, antropologia linguística e desigualdade social:
caso etnográficos e compromissos teóricos. Educucação e Pesquisa, São Paulo, v. 41,
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FUNARI, P. P. A. Arqueologia. São Paulo: Contexto, 2003.
LAPLANTINE, F. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003.
MAGNANI, J. G. C. Etnografia como prática e experiência. Horizontes antropológicos,
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php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832009000200006>. Acesso em: 24 ago. 2017.
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VITRAL, L. Princípios e parâmetros: pressupostos filosóficos da gramática gerativa. ln:
BRITO, A. N.; VALE, O. A. (Org.). Filosofia, lingüística, informática: aspectos da linguagem.
Goiânia: UFGO, 1998.
Leitura recomendada
URIARTE, U. M. O que é fazer etnografia para os antropólogos. Ponto Urbe, v. 11, 2012.
Disponível em: <http://pontourbe.revues.org/300>. Acesso em: 24 ago. 2017.