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DESIGN DE INTERIORES PARA

RESIDÊNCIAS

PROFESSORA FLÁVIA BIZZOTTO

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DESIGN DE INTERIORES PARA RESIDÊNCIAS
INTRODUÇÃO

O #design de interiores é uma técnica cenográfica e visual para a composição e


decoração de ambientes internos. Consiste na arte e técnica de planejar e
organizar espaços, escolhendo e/ou combinando os diversos elementos de um
ambiente, estabelecendo relações estéticas e funcionais, em relação ao que se
pretende produzir. O profissional harmoniza em um determinado espaço, móveis,
objetos e acessórios como cortinas e tapetes, procurando conciliar conforto,
praticidade e beleza. Planeja cores, materiais, acabamentos e iluminação
utilizando tudo de acordo com o ambiente e adequando o projeto às
necessidades, ao gosto e à disponibilidade financeira do cliente. Administra o
projeto de decoração, estabelece cronogramas, fixa prazos, define orçamentos e
coordena o trabalho de marceneiros, pintores e eletricistas. Pode projetar salas
comerciais, residências ou espaços em locais públicos. Esse profissional costuma
trabalhar como autônomo, mas pode atuar também como funcionário de empresas
especializadas em decoração e design de interiores ou, ainda, como consultor em
lojas de móveis.

O termo #bricolagem tem origem no francês bricolage e é usado nas atividades


em que você mesmo realiza para seu próprio uso ou consumo evitando deste
modo o emprego de um serviço profissional.
O conceito surgiu nos Estados Unidos, na década de 1950, com a sugestão "do it
yourself " ("faça você mesmo"). Isso ocorreu devido ao encarecimento da mão-de-
obra e se desenvolveu com a grande visão dos empresários em perceber
este nicho, criando produtos fáceis de serem usados, utilizando embalagens com
pouca quantidade e todos com manuais explicativos.

O #planejamento é uma ferramenta administrativa que possibilita perceber


a realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro estruturando
o trâmite adequado e reavaliar todo o processo a que o planejamento se destina,
sendo portanto o lado racional da ação. Trata-se de um processo de deliberação
abstrato e explícito que escolhe e organiza ações antecipando os resultados
esperados. Esta deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns
objetivos pré-definidos.
É importante que o planejamento seja entendido como um processo cíclico e
prático das determinações do plano, o que lhe garante continuidade, havendo uma
constante realimentação de situações, propostas, resultados e soluções, lhe
conferindo assim dinamismo, baseado na multidisciplinaridade, interatividade, num
processo contínuo de tomada de decisão.

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O curso Design de Interiores para Residências pretende proporcionar
conhecimentos técnicos, teóricos e práticos sobre todos os assuntos que
permeiam o design de interiores residencial para que o participante seja capaz de
planejar a decoração de sua residência. Temas como estética, estilos, cores,
composição, equipamentos, ergonomia, representações gráficas, revestimentos,
etc., o tornarão capaz de elaborar seu próprio projeto de decoração. É como
praticar a bricolagem mas com um amplo planejamento prévio para que se
obtenha os melhores resultados.
Neste curso contemplaremos todos os temas necessários para que seu projeto
seja um sucesso, sempre com foco na funcionalidade, conforto, estética e
sustentabilidade.

Conceituação

Conceito (do latim conseptus, do verbo concipere, que significa "conter


completamente", "formar dentro de si"), substantivo masculino, é aquilo que a
mente concebe ou entende: uma idéia ou noção, representação geral
e abstrata de uma realidade. Pode ser também definido como uma
unidade semântica, um símbolo mental ou uma "unidade de conhecimento". Um
conceito corresponde geralmente a uma representação
numa linguagem ou simbologia. O termo é usado em muitas áreas como
na matemática, na astronomia, na estatística, na filosofia, nas ciências cognitivas,
na física, na biologia, na química, na economia e na informática.

Em design de interiores sempre devemos nos preocupar em criar ambientes


baseando-nos em um conceito. O conceito é aquilo que se concebe no
pensamento sobre algo ou alguém, ele pode expressar as qualidades de um
conjunto de objetos, determinando o que é e o seu significado.

Um ambiente bem elaborado tem o conceito bem definido. Tem características


sólidas que conversam entre si, se harmonizam, ajuízam, criam uma reputação.
Todos os elementos que fazem parte deste ambiente falam a mesma língua se
harmonizando inclusive e principalmente com os usuários e seu estilo de vida.
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LISTA DE MATERIAIS

Quantidade Especificações
01 * Lapiseira 0,5mm com grafite HB
01 * Lapiseira 0,7mm com grafite HB
10 * Papel manteiga – formato A3
01 * Jogo de esquadros 45º e 30/60º sem graduação
01 * Borracha macia branca
01 * Escalímetro nº1 - grande
50 * Papel tipo Chamex A4
01 Caixa de lápis aquarelado (no mínimo 24 cores)
01 * Tesoura
01 Cola bastão
01 Pincel chato médio com cerdas macias (nº 16)
(potes de Tinta guache nas cores: amarelo, vermelho, azul,
15 ml) branco (2 vidros) e preto
01 Compasso
01 * Flanela ou pano de limpeza
01 * Trincha larga ou bigode
01 * Fita crepe
01 Pasta de capa dura com plástico (no mínimo 20
plásticos) - tamanho ofício
01 Pasta flip top ou canaleta - tamanho ofício
03 Revistas de decoração para consulta e recorte (no
mínimo a partir do ano de 2010)
05 Papel canson A3
01 Avental
01 Pano para limpeza das tintas
03 Potes de plástico (tipo margarina para limpar os
pincéis)
30 Copinhos para café
10 Pazinhas de plástico (tamanho para misturar café)
01 Papel toalha
01 Álcool em gel para limpeza dos materiais
01 Trena de metal (5 m) ou metro de madeira (2m)
01 * Calculadora simples

* os materiais assinalados devem ser trazidos pelo aluno a partir do


segundo dia de aula.

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COORDENAÇÃO MOTORA

Hora de agitar o esqueleto...

Desenhe a mão livre, linhas horizontais dentro do retângulo

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Desenhe a mão livre, linhas verticais dentro do retângulo

6
Desenhe a mão livre, linhas diagonais para a direita dentro do retângulo

7
Desenhe a mão livre, linhas diagonais para a esquerda dentro do retângulo

8
Desenhe a mão livre, cinco linhas de círculos consecutivos dentro do retângulo

9
Desenhe a mão livre, seis linhas de quadrados consecutivos dentro do retângulo

Uso dos instrumentos

Em papel branco formato A4, faça a mesma sequencia dos quatro primeiros
desenhos usando os instrumentos. Linhas horizontais, verticais, diagonais à
direita e diagonais à esquerda com traço cheio e depois tracejado.

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FORMATOS

O formato da folha da série “A” é recortado conforme dimensões abaixo:

As margens são estão distantes do contorno externo da folha de acordo com as


seguintes dimensões: margem esquerda 2,5cm e margens direita, superior e
inferior 1,0cm

Espaço para desenho: Os desenhos são dispostos na ordem horizontal ou


vertical.

Espaço para texto: Todas as informações necessárias ao entendimento do


conteúdo do desenho são colocadas no espaço para texto.

Legenda (carimbo): Usada para informação, indicação e identificação do


desenho. A legenda deve ter 17,5cm de comprimento e 3,5cm de altura

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Dobramento dos formatos

O formato final do dobramento de cópias de desenhos formatos A0, A1, A2 e A3


deve ser o formato A4. As cópias devem ser dobradas de modo a deixar visível a
legenda.

Quando as cópias de formato A0, A1 e A2 tiverem de ser perfuradas para


arquivamento, deve ser dobrado para trás o canto superior esquerdo, conforme
as figuras a seguir.

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Modelo de carimbo utilizado em nosso curso

Itens importantes para se construir um bom desenho

Precisão: a exatidão do desenho evita erros em sua leitura e consequentemente


na execução do projeto.

Tempo: consegue-se velocidade através de estudo, treino e atenção constantes.

Legibilidade: o desenho arquitetônico é um meio de comunicação portanto é


necessário seguir as normas da ABNT.

Limpeza: a apresentação de um trabalho fala muito sobre seu conteúdo.

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REPRESENTAÇÕES DO PROJETO ARQUITETÔNICO

O projeto arquitetônico é o conjunto de passos normativos, voltados para o


planejamento formal de um edifício qualquer, regulamentado por um conjunto de
normas técnicas e por um código de obras.

Alguns termos técnicos

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Planta baixa / layout

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PORTAS
Internas

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Externas

De correr

Pivotantes

Basculantes

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De enrolar

JANELAS

As janelas podem ser pivotantes, de correr, de guilhotina ou basculantes.

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Convenções estabelecidas para o desenho de linhas a lápis

Linha Tipo Grafite Uso

Contínua HB 0,7 normal Alvenarias e concretos cortados

larga Margens e carimbos

Móveis, janelas, adornos, bancadas

___ Contínua HB 0,5 normal Caligrafia

média Todo o resto não estabelecido

Acabamentos de pisos

Contínua fina HB 0,5 leve Revestimentos cerâmicos

Linhas de cota e de chamada

Ziguezague HB 0,5 leve Linha de ruptura

Tracejada HB 0,5 normal Linhas invisíveis


-------
Projeções

Traço e ponto HB 0,7 normal Cortes e seções


larga

Traço e ponto HB 0,5 leve Eixo de simetria e linha de centro


fina

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Se você usa óculos para perto, está na hora de
atualizar sua receita... Vêm aí: as escalas ιιιιιιιιιιιιιιιιιιιιιι

ESCALAS

O escalímetro (ou escala triangular) é um instrumento de desenho que permite


reduzir as medidas reais proporcionalmente para que se adaptem ao tamanho do
papel disponível para o desenho.
Em um escalímetro temos 3 lados e cada um deles com 2 réguas. Os números
que se encontram na parte superior à esquerda indicam em quantas vezes as
medidas reais serão reduzidas.
Por exemplo: quando o número indicado for 50, isto quer dizer que o objeto será
reduzido cinqüenta vezes para que caiba no papel.

Exemplo

A escala escolhida é 1:50


Temos 1m ou 100cm representado por uma grandeza 50 vezes menor, ou
seja, 2cm. Obtém-se esse resultado com facilidade dividindo o numerador
da fração pelo denominador: 100cm ÷ 50 = 2cm
Isso quer dizer que cada metro do objeto real será representado por 2cm
no desenho.

É importante que, uma vez escolhida a escala de um desenho ela seja seguida até
o fim para não desrespeitar as proporções.
Ao recebermos um projeto pronto a primeira coisa que devemos verificar é a
indicação da escala utilizada. Um para vinte, um para cinqüenta, um para cem,
etc. Assim usaremos sempre aquele lado da régua para conferir as medidas.
Para escolher a escala a ser utilizada em um novo desenho devemos ter em vista
o tamanho do objeto a representar e as dimensões do papel que será utilizado.
No design de interiores as escalas mais utilizadas são 1:20; 1:25 e 1:50. A escala
de 1:10 é também utilizada no caso de detalhamento de móveis.

Atenção
a indicação da escala não dispensa a
indicação das cotas.

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SÍMBOLOS GRÁFICOS

A seguir alguns exemplos de símbolos utilizados para representar materiais

concreto cortado gesso cortado

mármore granito

material cortado revestimento cerâmico

espelho ou vidro tecido

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carpete concreto aparente

madeira laminada madeira de topo

pedra regular pedra irregular

tijolo à vista simples tijolo à vista composto

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pedra filetada (canjiquinha) seixo

vegetação vegetação

hachura paralelepípedo

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Sugestões para desenho no layout

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COTAS E DIMENSIONAMENTOS

O dimensionamento consiste na colocação de cotas e anotações em um desenho


técnico. Deve ser estabelecido para fornecer informações claras e precisas das
características, da forma e da grandeza do objeto desenhado. Para isso, uma
cota ou dimensão precisa ser indicada no desenho, sem necessidade de cálculos
ou estimativas posteriores para definir seu próprio valor.

As setas podem ser substituídas por traços ou pontos

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Regras

➔ A espessura das linhas de chamada e de cotas devem ser finas em relação ao

traço de contorno do desenho;

➔ Não havendo espaço para a cota, escreve-se ao lado de uma das linhas de

chamada, ou fora das linhas e invertendo o sentido dos limites da linha de cota;

➔ Em desenho de raios, a cotagem é representada com apenas uma linha de


cota e com um dos limites situado no centro do raio.

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➔ A cotagem de elementos cilíndricos sempre é feita pelo seu diâmetro.

➔ Cotas de menor valor devem ficar por dentro da cota de maior valor

➔ As cotas em série devem estar sempre alinhadas

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➔ As extremidades das linhas de chamada devem indicar a distância entre
pontos e nunca devem encostar nos contornos do desenho.

E mais:

* As cotas de um desenho devem ser expressas na mesma unidade. Para design


de interiores normalmente usamos centímetros.

* Os ângulos são medidos em graus.

* Evite a repetição de cotas.

* Para linhas de cota horizontais os números ficam acima e para linhas de cota
verticais os números ficam à esquerda.

* Evite o cruzamento de linhas de cota.

* Evite colocar cotas dentro do desenho.

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ESCADAS
Uma escada é uma construção formada por uma série de degraus, destinadas a
ligar locais com diferenças de nível .

Representação de uma escada em corte e em planta

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Elementos de uma escada

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Tipos de escada

Existem alguns tipos básicos de escadas, os chamados formatos de escadas.


Esses formatos seguem necessidades espaciais de uma construção, uma vez que
ocupam mais ou menos espaço em planta. Ainda seguem também necessidades
estéticas: uma escada caracol, por exemplo, tem um resultado muito diferente de
uma escada em linha reta, não só em termos espaciais, mas como resultado de
seu aspecto em determinado ambiente.

A seguir os formatos mais convencionais:

1 2 4
1

5
3 1

1) Escada em Linha Reta: que vence o desnível sem que usuário mude de
direção, em apenas um lance. É possível ainda que haja um patamar intermediário
de descanso em uma escada reta, dependendo do desnível que a escada está
vencendo.

2) Escada em “L”: há uma mudança de direção a 90 graus para um dos lados.


Pode haver um patamar quando existe essa mudança ou essa mudança pode ser
gradual, com degraus em leque, como é comum em escadas de prédios
residenciais ou sobrados antigos.

3) Escada em “U”: é da mesma família das escadas em linha reta, e é dos


modelos mais confortáveis. É quando a escada possui um patamar intermediário e
ao chegar nesse patamar há uma mudança de direção para o sentido oposto.

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4) Escada Caracol ou Helicoidal: escadas que possuem, em geral, um eixo central
em torno do qual os degraus estão orientados, como raios de um círculo. As
clássicas escadas caracóis de pré-moldados em concreto talvez sejam o exemplo
mais difundido desse tipo. O interessante da escada caracol é que ela cabe em
espaços diminutos. A desvantagem é que elas não são muito confortáveis.

5) Escada Curva ou Circular: possuem uma curva, mas não há um eixo central em
torno da qual a escada circula dando voltas. São extensas as variações de
escadas curvas, pois existem muitas possibilidades diferentes de arcos.

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ELEVAÇÕES

AA

BB

CC

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MEDIÇÃO DE AMBIENTES

Várias serão as ocasiões em que teremos que medir os ambientes para depois
abrir a planta e elaborar o projeto de decoração. Munidos de trena ou metro, lápis
e papel chegamos ao local. A primeira coisa a fazer é desenhar à mão livre no
papel um croqui da planta baixa do ambiente. O ideal é nos posicionarmos na
porta e desenharmos na mesma posição em que estamos vendo. Colocamos
neste croqui todas as linhas de cota necessárias para que seja possível o desenho
da planta. Procedemos a medição preenchendo com as medidas encontradas
todas as linhas de cota pedidas. Na medida do possível fazemos as medições no
chão, pois assim já descontamos o espaço perdido com o rodapé.
Mas existem medidas e detalhes que não irão aparecer na planta e então, é
melhor levarmos o nosso “check list” para não esquecer de nada:

Verga das janelas e das portas


Peitoril
Altura das janelas e das portas
Vigas ou projeções de vigas
Elementos vazados ou interferências nas paredes
Altura do rodapé
Largura dos alisares
Pontos de luz no teto
Rebaixo de gesso
Pontos de comandos elétricos (tomadas de energia, telefone, antena,
interruptores, etc.)
Localização de bacias sanitárias, lavatórios e chuveiros
Localização de ralos de esgoto
Altura de bancadas e elementos fixos a permanecer
Medidas de móveis existentes que serão aproveitados no novo projeto.

Anotando todos estes detalhes e medidas é muito provável que não tenhamos que
voltar ao local para fazer novas medições.

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TEXTO I
A beleza e o estilo ganham o centro das atenções no
mundo de hoje e influenciam a economia, o comportamento e a cultura
Gabriela Carelli

"Só as pessoas fúteis não fazem julgamentos baseados na aparência. O


verdadeiro mistério do mundo são as coisas visíveis, não as invisíveis."
A frase acima, escrita pelo autor irlandês Oscar Wilde (1854-1900), atravessou um
século sendo repetida apenas como uma provocação e soando para muitos quase
como um insulto. Pois bem, neste começo de século e milênio ela define uma
atitude que tem enorme peso nas relações pessoais e que é fundamental na
relação de sucesso ou fracasso de carreiras, empresas e produtos. A arte de fazer
coisas belas e o design tornaram-se componentes vitais da economia moderna. O
termo design, da língua inglesa, está dicionarizado em português e definido pelo
Dicionário Aurélio como "concepção de um projeto ou modelo". No mercado de
trabalho em empresas de ponta e altamente competitivas, os designers são hoje
mais bem pagos e admirados do que os engenheiros e administradores. Um dos
primeiros estudiosos a detectar e explicitar essa tendência foi o guru econômico
americano Tom Peters. Diz ele: "Posso escrever sem esforço uma centena de
situações em que o design é decisivo no mundo. O design torna uma coisa
cotidiana mais usável ou desejável. Eu diria que viveremos daqui para frente em
um mundo em que a forma das coisas adquirirá mais e mais poder”.

Na arquitetura, os novos cartões-postais que surgem nas grandes metrópoles


mundiais mostram que hoje a forma é tão - ou mais - importante que a função. E
que a combinação de ambas é imprescindível para o sucesso. Milhares de
pessoas vão semanalmente visitar o museu Guggenheim, inaugurado em 1997
em Bilbao, e todos o conhecem por fotografias, mas... alguém é capaz de citar
uma única obra que ele abriga? Sabe-se que o Louvre, em Paris guarda a Mona
Lisa, de Leonardo da Vinci, assim como o Museu do Prado, em Madri, hospeda a
melhor produção pictórica de Francisco Goya. Quanto ao Guggenheim de Bilbao,
sua fama reside na construção e não em seu acervo. Foram as silhuetas
acintosamente assimétricas criadas pelo arquiteto canadense Frank Gehry que
transformaram a maior cidade do País Basco num pólo turístico internacional.

Monumentos como esses inevitavelmente convidam à reflexão de que, na era do


design, os arquitetos conquistam mais reconhecimento e são mais famosos do
que os pintores e escultores. "O grande desafio do arquiteto contemporâneo é
construir obras capazes de atrair cada vez mais pessoas", afirma Ruy Ohtake, que
vem ajudando a transformar a paisagem de São Paulo com seus projetos
ousados. Entre os prédios erguidos por Ohtake está um hotel em forma de meia-
lua (ou meia melancia dependendo do observador) que causa espanto e faz com
que os pedestres (e motoristas) se detenham para apreciá-lo. "Hoje há uma
procura cada vez maior pela beleza, as pessoas querem lugares bonitos para
morar ou visitar", ele completa.

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TEXTO II

Atitude

Recebemos constantemente informações novas sobre tudo que se aplica à


arquitetura e design de interiores. Somos cercados por uma infinidade de
novidades e tecnologias. Ficamos diante de um arsenal de produtos e conceitos
que, se mal organizados nos levam a cometer erros dentro de um projeto. Na
tentativa de acertar, erramos. Erramos quando abandonamos o comprovadamente
bom e eficiente, deixando-nos levar por modismos. É natural que o novo nos atraia
e na ânsia de usá-lo, podemos não questionar devidamente fazendo opções
precipitadas, muitas vezes sem respeitar as características do produto e os fins a
que se destina. Obviamente novas tecnologias são bem vindas, desde que já
testadas e aprovadas. Houve um tempo em que o bonito era se instalar
rebuscadas sancas de gesso em todos os ambientes residenciais numa
proliferação que chegou à saturação. Os gesseiros batiam palmas para tamanha
prosperidade. O tempo passou e a moda também. E os clientes começaram a se
desgostar das sancas. E agora? Submeter-se àquela sujeira e quebradeira toda,
outra vez? O problema é que tudo o que é usado em excesso está errado. Isso
não anula o fato de que a iluminação rebatida proveniente de uma sanca é uma
das mais agradáveis e inteligentes formas de se iluminar determinados ambientes.

Desde que o design de interiores passou a seguir moda, nós designers temos
participado de alguns conflitos. A maioria dos clientes pertence à classe média
que não pode ou não quer refazer a decoração a todo momento. Quantas vezes
uma pessoa de classe média tem condições para investir em decoração, em toda
a sua vida? Para que também possa atender a tantas outras necessidades como
educação dos filhos, viagens, carro novo etc., ela deveria investir maciçamente em
decoração duas, no máximo três vezes, fora isto, apenas alguns pequenos
investimentos que aliás, podem trazer muito prazer e satisfação.

Mas o que dizer a um cliente que visita mostras de decoração, se hoje ele viu
todas as paredes coloridas e no próximo ano ele vê tudo em tons de cinza? Se na
última mostra, ele percebeu que a "tendência" eram os cromados e hoje os
amadeirados é que valem?

Vamos usar o design de interiores como uma forma de racionalizar os espaços.


Usar a estética enquanto melhoria na qualidade de vida. Vamos incentivar as
pessoas a se comportarem não como os outros ou o mercado esperam, mas sim
de acordo com sua cabeça, seu estilo, sua história e principalmente seu coração.
Vamos encorajá-las a investir seu dinheiro em móveis e objetos de qualidade e
bom design, atemporais. A ter a sua casa, dentro do seu conceito: linda e
aconchegante, para conviver com a família, receber amigos, trabalhar, descansar,
viver...

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TEXTO III

Refletindo sobre estilo

Helena Montanarini

ESTILO: uso, costume. Estilo não é moda. MODA é o que todo mundo está
usando, é o que todo mundo está fazendo, é passageira. Estilo é o que você está
fazendo, é o que você é, é eterno. Estilo é como você vive a sua vida. A moda
passa mas o seu estilo próprio e a sua postura ficam. Estilo na moda é algo que é
encarado do ponto de vista da estética, já o estilo individual é sobre expressão.
Moda é um coletivo. Estilo é individualidade. Eu quero me destacar, não quero ser
igual à multidão, quero ser eu mesmo. Eu quero transmitir tradição, invenção,
diversidade étnica, diálogos multiculturais, curiosidade, conhecimento! Estilo é
uma questão de atitude, comportamento, maneiras. Você pode fingir que é um
"gentleman", mas não consegue fingir quando não age como um. O jeito como
você se porta e interage com os outros, isto é o verdadeiro teste para uma pessoa
mostrar o seu estilo. Em grande estilo: com pompa, pomposo, solene, com
aparatos. "Fui recebido em grande estilo". Grande estilo sempre foi relacionado a
fazer quase tudo certo, mas uma pequena coisa errada irá se diferenciar das
demais. Os grandes inventores de estilo têm sempre uma transgressão dos
padrões normais para criar um estilo próprio. As regras foram feitas para serem
quebradas.

Qualquer um pode seguir o que está na moda, seguir os códigos de se vestir


apropriadamente, mas para ter estilo é necessário imaginação. Desafiar o "status
quo". É preciso ter muita segurança para se destacar pelo seu estilo próprio. Se
você tem estilo, você é referência. Muitas pessoas pensam que estilo é
simplesmente o que se está vestindo. Estilo se aplica a toda manifestação externa
do seu caráter e personalidade. Estilo é o jeito que você usa seu chapéu ou toma
o seu chá. Estilo é como nós nos relacionamos com o mundo, a maneira de
exprimir os pensamentos, falando ou escrevendo. Maneira de tratar, de viver,
procedimentos, conduta e modos. É uma coisa que ninguém tira de você. Seu
estilo de vida é coerente com o seu modo de vestir e de morar. Estilo de vida: é
como você escolheu viver.

O estilo próprio se reflete em tudo, na casa, no arranjo de flores, na qualidade da


leitura, na alimentação, na escolha de suas férias, na consciência corporal e
espiritual. Enfim, na conduta de toda a vida. moda é oferta, mas estilo é escolha
própria.

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METODOLOGIA DO PLANEJAMENTO NO PROJETO DE INTERIORES

Palavras chave:
Metodologia: adoção de etapas, em forma ordenada, que têm a finalidade de
atingir uma meta ou objetivo de maneira mais eficaz.
Projeto: intento, desígnio, empreendimento; conjunto de ações, caracterizadas e
quantificadas, necessárias à concretização de um objetivo.
Programa de necessidades (demandas): é a expressão das exigências do
usuário. Define metodicamente o objetivo do projeto.
Check list: rol; lista de critérios e necessidades; sequência de ações.

Etapas de um projeto

1º) Definição das necessidades


Contato com o espaço a ser trabalhado.
Perfil do usuário.
Lista de demandas.
Viabilidade / disponibilidade econômica.

2º) Elaboração da conceituação


Baseada nos itens da definição de necessidades, a conceituação será montada
em termos de estilo, cores, objetos, equipamentos e revestimentos que poderão
ser usados no projeto. Nesta etapa nada está definido, tudo pode se modificar
desde que não fuja ao perfil do usuário.

3º) Contato com o espaço a ser decorado


Levantamento do local (medição do ambiente conforme instruções anteriores).
Interação com o projeto arquitetônico.
Identificação das condições climáticas e acústicas.

4º) Estudo preliminar e fase de pesquisa


O estudo preliminar constitui a configuração inicial da solução de design proposta
para o espaço, considerando as principais exigências contidas na lista de
demandas:
Representação gráfica com sugestões para solução.
Sugestões que reavaliam a lista de necessidades.
Pesquisa de mercado.
Dimensionamento de equipamentos, circulações e mobiliário.
Sugestões para revestimentos e cartela de cores.
Aprovação do usuário, inclusive em relação ao conceito, para passar para a
próxima etapa.

5º) Anteprojeto
O anteprojeto constitui a configuração final da solução de design proposta para o
espaço, considerando todas as exigências contidas na lista de demandas.
Composição mais específica e completa do espaço (layout e elevações).
Composição com dimensionamento real dos equipamentos.
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Apresentação dos modelos, tipos e estilos de mobiliário.
Apresentação de amostras e catálogos de itens especificados.
Argumentação e apresentação sobre conforto, circulações, ergonomia,
funcionalidade e adequação ao uso.
Avaliação de cores e revestimentos.

6º) Projeto final


O projeto final é o conjunto de documentos técnicos (memoriais, desenhos e
especificações) necessários à execução do projeto. Constitui a configuração
desenvolvida e detalhada do anteprojeto.
Contempla:
memorial descritivo
layout
elevações
planta de paginação de piso

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TRIÂNGULO DE VITRÚVIO – 3 qualidades necessárias à arquitetura:
1. Durabilidade (técnica e resistência)
2. Beleza (arte e estética)
3. Conveniência (responder às necessidades dos usuários)

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PESQUISA DE MATERIAIS DE REVESTIMENTO

REVESTIR, v.t.d. Vestir de novo; vestir; cobrir; tapar; solidificar; enfeitar; fazer
revestimento; dar a aparência; colorir.

Conceito de REVESTIMENTO na construção civil: matéria ou substância que


estendemos sobre a superfície de um corpo, para protegê-lo, orná-lo, dar-lhe
melhor aparência.

ESPECIFICAÇÃO DE REVESTIMENTOS na construção civil: descrição rigorosa e


minuciosa das características que o material, obra ou serviço deverão prestar.

PESQUISA:
O enfoque da pesquisa será para 3 itens principais: resistência / manutenção /
reposição
Aspectos a serem pesquisados:
Tipos / Resistência / Limpeza e manutenção / Durabilidade / Reposição / Prazos
de entrega / Mão de obra e colocação / Preços / Espessuras e tamanhos / Formas
de comercialização (rolos, placas, tiras, m², etc.) / Local de fabricação

MATERIAIS:
Grupo 1: Cerâmica e porcelanato
Grupo 2: Mármores e granitos
Grupo 3: Material para rebaixamento de teto (gesso em placas ou gypsum)
Grupo 4: Pisos flutuantes (laminados) / revestimentos vinílicos (Paviflex)
Grupo 5: Carpetes
Grupo 6: Tintas / massas
Grupo 7: Madeiras / MDF

Entrega de um resumo explicativo (01 cópia para cada colega da turma)

Critérios de avaliação: defesa oral e argumentação; postura; apresentação


(PowerPoint, catálogos, amostras, etc); tempo de apresentação; organização do
resumo.

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LINHA DO TEMPO

600AC – 400DC Antiguidade Clássica (século VII AC ao século V)

400DC – 1400DC Idade Média (século V ao século XV)


114001400DC
600AC – 400DC

1400DC - 1600DC Renascimento (século XV ao século XVII)

1600DC - 1700DC Barroco / Rococó (século XVII ao século XVIII)

1700DC – 1900DC Neo-Clássico (século XVIII ao século XIX)


... Art Nouveau e Art Déco...

SÉCULO XX Modernismo (século XX)

O “AGORA” Contemporâneo (século XXI )

A decoração representa a evolução da maneira de viver do homem ao longo dos


séculos. Os móveis foram criados para satisfazer as necessidades de uma
sociedade: necessidades religiosas, de expressão, de conforto...
A função de um móvel também varia muito no tempo, se no século XX a função de
uma cadeira com braços é constituir-se em um objeto confortável, no passado era
um símbolo hierárquico.

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ESTILOS DE ÉPOCA

Antiguidade Clássica: 600AC – 400DC

Apogeu Grego: 600AC-300AC


Características:
ARTE PAGÃ
IDEAL DE PERFEIÇÃO
CONCENTRA ATENÇÃO EM
ASPECTOS HUMANOS

Afrodite – Deusa da Beleza Dionísio – Deus do Vinho

Cenas do filme “Tróia”

Características como o sentido de proporção e medida, o equilíbrio e o conceito de


belo, trazidos pela Grécia, também podem ser observadas no mobiliário, ainda
que se usasse poucos móveis dentro de casa. Existiam mesas pequenas, usadas
para comer e guardadas debaixo do leito quando não estavam em uso.

Estátua de Júlio César

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Apogeu Romano:
300AC-400DC
Império dos Césares
Características:
GRANDIOSIDADE
LUXO
CONQUISTAS

O Coliseu de Roma

Cartaz e cena do filme “O Gladiador”

No Império Romano há uma maior preocupação com o conforto. Uma das peças
mais importantes é o leito, usado para dormir ou para fazer as refeições
distribuídos em forma de U na sala de jantar.

Idade Média: 400DC – 1400DC

Características: FEUDALISMO (os senhores feudais cediam moradia e proteção


contra ataques bárbaros aos camponeses que cuidavam de sua agricultura)
ARTE RELIGIOSA
INQUISIÇÃO (combatia as heresias contra a igreja católica).

Cena do filme “O nome da rosa”

45
A arca é o móvel mais usado, graças à instabilidade da vida feudal e da constante
necessidade de deslocamento. É ainda um móvel que ganha diversas funções,
ora usada como banco ou até mesmo como cama.

Renascimento: 1400DC – 1600DC

Características: REFORMA PROTESTANTE / LUZES / MECENAS (incentivo aos


artistas) / REVIVE A ARTE DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA (volta à harmonia e
perfeição) / ESTUDOS SOBRE GEOMETRIA / GRANDES NAVEGAÇÕES /
DESCOBRIMENTOS

David de Michelangelo
“A última ceia” de Leonardo Da Vinci

Estudo sobre a anatomia humana de Da Vinci

46
Capela Sistina no Vaticano

Cenas do filme “Agonia e Êxtase”

O renascimento surgiu na Itália nas artes plásticas, na arquitetura e também no


mobiliário. Os móveis agora são dispostos em função das fontes de luz e calor. Na
Itália são usados vários modelos de cadeira em madeira ou em metal.

Barroco (Luiz XIV) e Rococó (Luiz XV): 1600DC – 1700DC

Características: CONTRA REFORMA (reafirmação da igreja) / PERSEGUIÇÕES


RELIGIOSAS E ÉTNICAS / INSIGNIFICÂNCIA HUMANA / ESPELHOS /
CRISTAIS

47
Cenas do filme “Os três mosqueteiros”

Espaços amplos e rebuscados são adornados e organizados com móveis luxuosos

Cadeira Luiz XIV Cadeira Luiz XV

48
Neo-clássico (Luiz XVI): 1700DC – 1800DC

As escavações nas cidades italianas de Herculano e Pompéia são fundamentais


para o retorno à arte clássica.
Características: LUXO E ARISTOCRACIA

Cenas do filme “Maria Antonieta”

Guarda jóias de Maria Antonieta Cadeira Luiz XVI

A decoração tem desenhos clássicos, volumetria plana e linhas retas. No entanto,


como é feita para a corte, é ainda aristocrática e guarda os ornamentos do período
anterior (rococó), como flores, laços de fitas, guirlandas e cupidos.

49
Estilo Biedermeier (Áustria e Alemanha séc. XIX)
Adquiriram importância as superfícies forradas com madeiras caras, como o
mogno, cortadas em viés para ressaltar as águas. As formas se simplificaram e se
geometrizaram, formando volumes regulares ou curvas suaves. Voltou o torneado
em forma de coluna integrada à estrutura para dar vida às superfícies.
Os móveis Biedermeier são simples e racionais, e no futuro influenciariam
decisivamente o Art Déco.

Mesa de jantar

Art Nouveau (fim do sec. XIX e início do sec. XX)


Foi um estilo estético essencialmente de design e arquitetura que também
influenciou o mundo das artes plásticas. O nome surgiu de uma loja parisiense
(capital internacional do movimento), chamada justamente Art nouveau e que
vendia mobiliário seguindo o estilo. Caracteriza-se pelas formas orgânicas,
escapismo para a natureza e valorização do trabalho artesanal.
Era relacionado com o movimento arts & crafts (movimento inglês que defendia o
artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa) e
que teve grande destaque durante a belle époque nas últimas décadas do século
XIX e primeiras décadas do século XX. Relaciona-se especialmente com a 2ª
Revolução Industrial em curso na Europa com a exploração de novos materiais
como o ferro e o vidro, principais elementos dos edifícios que passaram a ser
construídos segundo a nova estética. Devido à forte presença do estilo naquele
período, este também recebeu o apelido de modern style (do inglês, estilo
moderno).

Escrivaninha e cama em mogno com metal de Louis Majorelle Abajur em metal e vidro

50
Art Déco (meados do sec. XX)
Art Déco foi um estilo que afetou a arquitetura, as artes plásticas, o design gráfico
e o design industrial e que surgiu na década de 20 ganhando força nos anos 30 na
Europa e nas Américas. Representa a adaptação pela sociedade de massa dos
princípios do cubismo. Edifícios, esculturas, jóias, luminárias e móveis são
geometrizados. Não abre mão do requinte, mesmo quando feitos com bases
simples, como concreto armado e compensado de madeira, os móveis ganham
ornamentos de bronze, mármore, prata, marfim e outros materiais nobres.
Diferentemente da Art Nouveau, mais rebuscada, a Arte Déco tem mais
simplicidade de estilo.

Armário de quarto Cadeira

Modernismo: século XX - Escola Bauhaus (1919/1933)

Características: DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, TECNOLÓGICO E DE


MATERIAIS (produção em série - padronização) / EFICIÊNCIA / PRATICIDADE /
CASA = MÁQUINA DE MORAR

Decoração predominante no sec. XX

51
Símbolos Retrô

Cadeira de Joaquim Tenreiro Poltrona Charles Eames

Contemporaneidade: o “agora”

Cadeira Louis Ghost

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ESTILOS DE DECORAÇÃO

Na contemporaneidade não podemos dizer exatamente qual seria a definição de


um estilo de decoração como pôde ser feito há alguns anos.
Um decorador, há 30 anos atrás, estudaria a fundo os estilos de época como o
barroco por exemplo, e daí faria a composição de um ambiente com as
características exatas deste estilo de época.
Hoje o que se faz é pinçar alguns elementos de épocas e estilos diferentes e
misturá-los aos ambientes contemporâneos. O ecletismo é tão permitido quanto
bem vindo e a harmonia entre tudo isso é o grande desafio do designer de
interiores.
Portanto, definir um estilo de decoração na atualidade é algo difícil. Esta definição
deve basear-se mais no conceito do projeto do que em qualquer outra coisa. É o
partido do projeto que nos falará sobre seu estilo e conseqüentemente sobre o
estilo de seu usuário. Pois que um ambiente deve ser elaborado e executado para
atender às necessidades daqueles que dele irão usufruir.
Baseados na conceituação, na linguagem da forma, nos objetos de design e nas
informações pertinentes a cada projeto, tentaremos dividir os estilos de decoração
nos seguintes:

Clássico: tem influência principalmente francesa dos séculos XVII e XVIII (Luís
XV e Luís XVI).

Provençal: influência rural do sul da França do século XVII, usa tecidos florais e
móveis pintados em branco.

Modernista (ou Retrô): o estilo Modernista tem influência do Art Déco tendo seu
maior expoente na Escola Bauhaus. Já o Retrô é uma ambientação baseada no
passado com peças das décadas de 20 a 70 (o que pode incluir também
elementos do modernismo), é uma mescla de referências.

Contemporâneo: atual, com apelo ao clean e minimalismo (valorização do


espaço), reconhece e adota novas tecnologias.

Étnico: influência de culturas exóticas.

Rústico: influência rural, materiais e cores da natureza, artesanato. Pode incluir


ainda o rústico mineiro com influências do Brasil colonial.

Tropical: lembra o litoral, sol, palmeiras, fibras naturais.

Vanguarda: rompe com a tradição vigente, novos usos para antigos objetos,
novos caminhos. Pode ser também irreverente, brincalhão e divertido (estilo fun).

53
Cole aqui um ambiente de estilo Clássico

54
Cole aqui um ambiente de estilo Provençal

55
Cole aqui um ambiente de estilo Modernista e um ambiente em estilo Retrô

56
Cole aqui um ambiente de estilo Contemporâneo

57
Cole aqui um ambiente de estilo Étnico

58
Cole aqui um ambiente de estilo Rústico

59
Cole aqui um ambiente de estilo Tropical

60
Cole aqui um ambiente de estilo Vanguarda

61
ESTÉTICA

Instrumentos e recursos

Cores e esquemas cromáticos

Figura / fundo (contraste ou ausência de contraste)

Formas sinuosas / formas geométricas

Simetria / assimetria

Ordem / desordem

Tradição (história) / vanguarda

Beleza positiva / beleza arbitrária

Unidade / fragmento (insinuação)

Luz / sombra

Repetição / ritmo

Forma / função

Harmonia / desequilíbrio

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CORES

O estudo das cores e de suas aplicações é universal. Transcende ciências e todo


tipo de conhecimento. De acordo com a cultura e época em que são analisadas
suscitam interpretações diferentes, estabelecendo símbolos e marcando a
identidade visual de seres e objetos. Na arquitetura o uso das cores contribui para
a construção da cultura de cidades e países. O branco predominante nas
habitações gregas é um exemplo. No Brasil, as ladeiras de Salvador explodem em
tons vibrantes, enquanto na cidade de São Paulo tons de cinza dominam a
paisagem. As cores evocam um estado de espírito, criam contrastes e podem
destacar a beleza em uma imagem. Trazem em sua substância o poder de
renovar, embelezar, gerar bem-estar. Usadas com equilíbrio e bom gosto são,
como disse Picasso, um dos mais versáteis instrumentos à disposição de quem
almeja o belo.

Cor
Cor é como o olho humano interpreta a reflexão da luz vinda de um objeto que foi
emitida por uma fonte luminosa.
O nosso cotidiano é cercado de luz e graças a ela somos capazes de identificar
objetos e cores. Sem luz não é possível ao olho humano enviar ao cérebro as
informações para a composição de formas, cores e contrastes. A luz é tão
importante que os seres vivos regulam suas atividades pelo ciclo dia-noite,
alternando períodos de atividade e repouso. O espectro visível da luz tal qual
conhecemos hoje foi descoberto por Isaac Newton, pela observação de um
fenômeno muito comum na natureza, o arco-íris.
O arco-íris é formado por várias cores lado a lado, sempre com a mesma
seqüência: violeta, azul, ciano (anil), verde, amarelo, laranja e vermelho. Estas
cores formam uma faixa, denominada espectro visível que é uma pequena fração
do espectro eletromagnético.

63
Portanto a cor existe por causa de três elementos: a luz (natural ou artificial), o
objeto visualizado e o observador.

Iluminação: o sol é a fonte de luz que menos distorce as cores dos objetos pois
emite quase que igualmente todas as ondas eletromagnéticas, do violeta ao
vermelho. Já fontes de luz artificiais podem distorcer as cores justamente por
emitir ondas eletromagnéticas com diferentes intensidades.

Objeto: um objeto absorve parte da luz proveniente da fonte luminosa e reflete o


restante. Esta luz refletida entra no olho e o resultado da estimulação da retina é
reconhecido pelo cérebro como a cor do objeto.
Cada objeto absorve e reflete luz de diferentes partes do espectro em diferentes
quantidades. Estas diferenças em absorção e reflexão fazem com que as cores
dos objetos sejam distintas. Assim, quando iluminamos uma maçã de cor
avermelhada a luz branca incidente retorna aos nossos olhos apenas com
componentes das cores vermelha e alaranjada. Imagine se iluminarmos esta maçã
com uma luz azulada. Esta luz não seria refletida pela superfície da maçã e
teríamos a impressão de que a maçã estaria estragada.

Observador: pessoas diferentes visualizam uma mesma cor de maneiras distintas,


pois isso é também baseado em sua percepção visual e na carga emocional de
cada indivíduo. Ocasionalmente uma pessoa pode definir uma cor idêntica como
diferente, dependendo do seu estado emocional.
Existem pessoas que têm dificuldade em distinguir cores com pequenas variações
de tonalidade, luminosidade ou saturação. Um exemplo é o Daltonismo cujo
sintoma é a falta de distinção entre verdes e vermelhos.

Os estímulos que causam as sensações cromáticas podem ser divididos em dois


grupos:

Cor Luz
A cor tem a forma de luz (radiação). É formada a partir de três padrões primários:
vermelho, azul e verde. São os sinais de trânsito, tela de TV, letreiros em LED,
tela de computador e a luz solar. A luz branca é a mistura de todas as cores. A
escuridão é a ausência de luz e cor.

Cor Pigmento
A cor tem a forma de material (partícula). É formada a partir de três padrões
primários: azul, vermelho e amarelo. São encontradas nos tecidos, papéis, móveis
e objetos em geral. A cor branca é a ausência de cor e a mistura de todas elas
tende para o cinza escuro.

Disco de Newton

Colocando-se o espectro solar em uma circunferência, com os lados vermelho e


violeta se fechando, obtemos o círculo das cores ou “Disco de Newton”, no qual as
cores são dispostas na seqüência resultante do espectro solar.

64
Note que no disco as cores primárias, ou seja aquelas que vão gerar todas as
outras, estão unidas por traços que formam um triângulo. Elas são: amarelo, azul
e vermelho.
Combinando-se as cores primárias em partes iguais, obteremos as cores
secundárias que também formam um triângulo no disco. Elas são: laranja
(vermelho + amarelo), violeta (vermelho + azul) e verde (azul + amarelo).
Finalmente, combinando-se as cores primárias com as secundárias obteremos as
cores terciárias. Elas são: amarelo-laranja, vermelho-laranja, vermelho-violeta,
azul-violeta, azul-verde e amarelo-verde.
O preto, o branco, o cinza (obtido da mistura do preto com o branco), o marrom
(obtido da mistura das três cores primárias) e o bege (obtido da mistura do
marrom com o branco) são denominadas cores neutras.

cores
quentes

cores
frias

65
Matiz

É a denominação que se dá às novas cores que surgem a partir de misturas


sucessivas das cores entre si sem o acréscimo do preto ou do branco. Por
exemplo: violeta já tem vermelho em sua composição mas poderá receber maior
quantidade de vermelho, aproximando-se assim do púrpura; se ao contrário
receber mais azul ele tenderá para o violeta mais azulado.
Todas as cores do disco de Newton têm alto grau de saturação, ou seja, são
matizes puros, não sofreram acréscimo de preto ou branco.

Tom

Chama-se tom de uma cor ao seu grau de aproximação do preto ou do branco. É


quando acrescentamos branco ou cinza a uma cor e a tornamos assim mais
escura (fechada) ou mais clara (luminosa).

Luminosidade

Indica o quanto de branco existe em determinada cor. Quanto mais branco tiver,
mais luminosa ela será. Ao combinar dois ou mais matizes é bom que haja uma
correspondência entre os graus de saturação e de luminosidade. Por exemplo: um
amarelo esmaecido vai bem com um violeta igualmente esmaecido.

Percepção da Cor
A percepção da cor é muito importante para a compreensão de um ambiente. Não
notamos, por exemplo, nenhuma diferença fundamental na cor dos objetos
familiares quando se dá uma mudança na iluminação. Para o nosso sistema
visual, as cores da pele e do rosto das pessoas e as cores dos frutos permanecem
fundamentalmente invariáveis, embora seja muito difícil conseguir que esse tipo
de objeto fique com a cor certa num monitor de televisão. Isto porque a cor não
tem só que ver com os olhos e com a retina, mas também com a informação
presente no cérebro. Enquanto, com uma iluminação pobre, um determinado
objeto cor de laranja pode ser visto como sendo amarelado ou avermelhado,
vemos normalmente mais facilmente com a sua cor certa, laranja, porque é um
objeto de que conhecemos perfeitamente a cor.

Psicologia das cores


Na cultura ocidental, as cores podem ter alguns significados talvez por provocar
lembranças e sensações às pessoas.

66
 Vermelho: paixão, força, energia, amor, velocidade, liderança, alegria,
perigo, fogo, raiva, revolução, luxúria, sofisticação, sensualidade, desejo;
 Alaranjado: calor, energia, criatividade, extroversão, confiança,
entusiasmo;
 Amarelo: calor, concentração, otimismo, alegria, felicidade, idealismo,
riqueza;
 Verde: natureza, estabilidade, esperança, equilíbrio, bem estar, saúde;
 Azul: harmonia, confidência, conservadorismo, austeridade, monotonia,
dependência;
 Anil: tranqüilidade, paz, sossego, limpeza, frescor;
 Violeta: espiritualidade, individualidade, realeza, sabedoria, feminilidade;
 Branco: pureza, inocência, reverência, paz, simplicidade, esterilidade,
rendição;
 Preto: poder, modernidade, sofisticação, formalidade, morte, medo,
anonimato, raiva, mistério;
 Cinza: moderação, neutralidade, humildade, discrição, respeito, reverência,
sutileza;
 Marrom: solidez, segurança, estabilidade, antiguidade.

Cores Quentes: vermelho, amarelo e laranja, que por serem fortes e excitantes
devem ser utilizados em ambientes que recebam pouca luz natural, já que
"aquecem" e iluminam os ambientes.

Cores Frias: tons de azul, verde e violeta, que são mais refrescantes devem ser
utilizados em ambientes luminosos, com muitas janelas e alta incidência de calor.

Esquemas cromáticos

Para facilitar as decisões na escolha de cores a serem utilizadas em um projeto


existem esquemas cromáticos que podem garantir que acertemos. São
combinações comprovadamente agradáveis e que, pelo menos no início da vida
profissional o designer utiliza. Mas as possibilidades com cores são infinitas e
quando já houver segurança e alguma experiência, outras tentativas poderão
alcançar também muito sucesso.

Esquema monocromático: utilização de uma só cor e seus diversos tons e


semitons. Com ele obtém-se um resultado simples e sóbrio.
Esquema de cores análogas: utilização de duas ou três cores aproximadas,
criando sempre um clima alegre e descontraído.
Esquema complementar: utilização de cores opostas. Proporciona uma idéia de
movimento ao ambiente.
Esquema cromático de divisão complementar: utiliza uma cor ou matiz e mais
duas análogas à sua complementar. É o mais complexo dos contrastes, mas pode
ser mais suave que o complementar.

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Esquema cromático triádico: utiliza três cores dispostas em triângulo no círculo
cromático. O mais comum deles usa as três cores primárias (vermelho, azul e
amarelo). Cria um contraste máximo por isso é visualmente excitante.
Esquema de cores neutras: utilização de apenas cores neutras. Apenas algumas
ou todas elas. Cria um ambiente sóbrio e requintado.
Cores neutras mais uma cor: utilização de cores neutras com pequena dose de
uma cor (geralmente mais saturada ou bastante luminosa). O ambiente fica
também requintado porém um pouco mais alegre.

Alguns recursos

Uma parede escura parece mais próxima. Para uma sala retangular muito
comprida, por exemplo, pinte as paredes menores com uma cor mais escura.

Um objeto branco parece maior. Uma bola branca parecerá mais leve que uma
bola de cor escura.

É possível "rebaixar" um teto muito alto com um tom mais escuro que o das
paredes. Para "elevar" o teto, basta pintá-lo numa cor mais clara.

Para dar a sensação de que um corredor é mais largo, é só pintar o teto numa cor
mais escura que a das paredes.

Escondendo objetos: pinte a parede no mesmo tom do objeto que você quer
esconder.

Destacando objetos: aplique uma cor intensa ou contrastante na parede de fundo

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Cole aqui um exemplo de decoração que tenha utilizado o esquema
monocromático

69
Cole aqui um exemplo de decoração que tenha utilizado o esquema de cores
análogas

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Cole aqui um exemplo de decoração que tenha utilizado o esquema de cores
complementares

71
Cole aqui um exemplo de decoração que tenha utilizado o esquema de cores
triádico

72
Cole aqui um exemplo de decoração que tenha utilizado o esquema de cores
neutras

73
Cole aqui um exemplo de decoração que tenha utilizado o esquema de cores
neutras mais uma cor

74
Cole aqui dois exemplos de decoração que tenham utilizado as cores como
recurso estético

75
Pintura Imobiliária

Tinta é o nome dado a uma família de produtos usados para proteger e dar cor a
objetos ou superfícies, revestindo-os com uma cobertura pigmentada. É uma
composição química, geralmente viscosa, constituída de um ou mais pigmentos
dispersos em um aglomerado líquido (veículo) que os faz sofrer um processo de
cura (secagem) quando estendida em película, formando um filme opaco e
aderente ao substrato. Esse filme tem a finalidade de proteger e embelezar as
superfícies.

A tinta é muito comum e aplica-se a praticamente qualquer tipo de objeto. Usa-se


para produzir arte, na indústria, na produção de automóveis, equipamentos,
tubulações, produtos eletro-eletrônicos, como proteção anti-ferrugem, na
construção civil em superfícies exteriores ou interiores, enfim em um grande
número de aplicações.

Tipos de tintas

Tinta látex: basicamente utilizada sobre superfícies de alvenaria (paredes de tijolo


ou concreto, tetos, muros, etc.). Em áreas externas, sujeitas à ação das
intempéries, é recomendável o uso da tinta látex acrílica pois é mais resistente e
de fácil limpeza. Para áreas internas pode-se utilizar a tinta látex PVA por ser mais
econômica. Ambas são diluídas em água.

Tinta esmalte: comum ou sintética é usada quando se quer um acabamento de


grande qualidade. As tintas esmalte são diluídas em solventes. Não são fáceis de
utilizar, têm cheiro forte e secam lentamente. Resistem melhor às intempéries.
São especialmente indicadas para madeiras, metais e cerâmicas.

Verniz: é um protetor transparente fosco ou com brilho que repele a água. Muito
utilizado em madeiras, pedras e tijolos aparentes.

Ordem para a pintura

Pintar um ambiente na ordem correta economizará tempo e dinheiro. Comece pelo


teto (1), paredes (2), portas (3), janelas (4) e finalmente, pinte o rodapé (5). Se o
acabamento final for feito com papel de parede, toda a pintura deve ser terminada
primeiro.

Materiais

Os rolos são ideais para áreas grandes como paredes ou tetos. Existem vários
tipos de rolos para pintura, e a escolha apropriada depende do tipo de tinta:
- Rolo de lã pêlo baixo (sintética ou de carneiro) - indicado para tintas látex PVA E
ACRÍLICA.

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- Rolo de espuma - indicado para esmaltes, tinta óleo e vernizes.
- Rolo de espuma rígida ou borracha - indicado para dar efeito em textura.

Para melhores resultados, use sempre pincéis de boa qualidade. A qualidade do


pincel tem um efeito direto na qualidade do acabamento e na facilidade com a qual
a tinta é controlada e aplicada. Os pincéis também conhecidos como trinchas
podem ser encontrados em vários tamanhos e cores:

- Cerdas escuras - indicados para aplicação de tintas a base de solvente como os


esmaltes, tintas óleo e vernizes.

- Cerdas grisalhas - indicados para aplicação de tintas à base de água como as


tintas látex PVA E ACRÍLICA.

O tamanho do pincel varia de acordo com a área a ser pintada. Para aumentar a
vida útil dos pincéis e rolos, é essencial limpá-los logo após o uso e depois
guardá-los de maneira correta.

Para tintas a base de solvente - esmaltes, vernizes, tinta óleo: após o uso limpe o
rolo ou pincel com jornal e lave-os com solvente. Para tintas a base de água
(Acrílica e PVA): após o uso é recomendável lavar os pincéis com água e sabão.
Dica: Para garantir a conservação dos pincéis, arrume as cerdas com um pente,
umedeça-os com óleo vegetal e guarde-os enrolados em papel impermeável.

Outras ferramentas utilizadas

Espátulas de aço: utilizadas na remoção de tintas e para aplicação de massas em


pequenos retoques.
Desempenadeiras: indicadas para aplicação de massas em grandes áreas.
Bandejas ou caçambas: recipientes que facilitam a molhagem do rolo e do pincel
de pintura para aplicação da tinta.
Lixas: utilizadas para uniformizar as superfícies e aumentar a aderência das tintas.
Existem quatro tipos de lixas, com diversas granulações para madeira, ferro e
massa, que são identificadas pelas seguintes cores: bege (madeira), vermelha
(massa) e cinzas e pretas (ferro).
Mexedores: uma das ferramentas mais importantes para homogeneização da
tinta, deve ser retangular no formato de uma régua.

Para guardar a tinta que sobrou, guarde-a em um lugar coberto, sempre na


posição vertical e sem movimentação. Tintas que ficam guardadas por muito
tempo podem formar uma película resultante da ação do ar. Para evitar isso,
tampe bem a lata. Se não deseja guardar a tinta, doe-as a amigos ou vizinhos ou
a instituições de caridade. Nunca a despeje pelo ralo ou em cursos d’água.

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COLOCAÇÃO DE QUADROS / TAPETES / CORTINAS

Os acessórios personalizam a decoração...

Almofadas e mantas trazem aconchego e conforto, sugerem amizade e diminuem


a rigidez dos móveis.

Quadros vestem a parede sem ocupar espaço além de dizer muito a respeito da
personalidade dos donos da casa.

Adornos, porta retratos e relógios contam histórias, marcam horas e nos fazem
“viajar”.

Velas e aromas criam climas agradáveis e propícios à boa convivência.

Cortinas e persianas além de decorativas, controlam a luminosidade natural e


trazem aconchego ao ambiente.

Cortinas para salas podem ser mais leves e transparentes com tecidos como
microfibra, voil, seda, renda, cambraia. Para sala de home theater devem ser
mais pesadas e escuras para controlar a luminosidade. São indicados tecidos
como as sarjas, crepes e veludos. Para os quartos ainda deve ser utilizado o
blackout.

Existem também vários modelos de persianas como rolô, romana e painel. Se


motorizadas tornam as salas mais modernas e funcionais.

Cores, composição e texturas de cortinas: este talvez seja o item mais difícil na
escolha das cortinas, pois requer bom gosto e criatividade. Cores mais neutras
são atemporais e não cansam. As texturas e cores vivas são opções mais
ousadas mas podem conferir um charme a mais ao espaço.

Trilhos ou varões: em geral, os varões são utilizados em situações em que a


cortina não pode ir até o teto e precisa ser fixada à parede. Os trilhos costumam
ser instalados quando a parede está livre e existe um forro de gesso para
acabamento. Mas isso não é uma regra, cada caso é um caso.

Tapetes delimitam espaços, aquecem, diminuem ruídos, conferem conforto e


complementam a decoração. Podem ser lisos, geométricos, florais ou orientais.

Cores dos tapetes: o tapete deve conter pelo menos uma das cores neutras
presente no ambiente, seja das paredes ou qualquer tecido. Um tapete escuro
funciona como um ponto focal. Um tapete claro cria ilusão de espaço.

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Cole aqui dois exemplos de decoração que usaram cortinas como recurso estético

79
Cole aqui dois exemplos de decoração que usaram persianas como recurso
estético

80
Cole aqui dois exemplos de decoração que usaram tapetes como recurso estético

81
ILUMINAÇÃO

Mas, o que é a luz? . . .

A luz é uma energia radiante que se propaga através de ondas eletromagnéticas


curtas. A sensação luminosa é percebida pelo ser humano através do estímulo da
retina ocular.

Nos estudos acerca das teorias sobre a luz há muitas perguntas ainda longe de
ser respondidas mas, mesmo não dominando totalmente a teoria sobre a luz, a
ciência “Iluminação” tem conseguido avanços incríveis no sentido da
transformação de energia elétrica em energia luminosa.
O mais importante para se começar a projetar iluminação é observar e, com essa
observação conseguir enxergar além do que se vê.
É aguçar a curiosidade, é ter um espírito crítico e a sensibilidade treinada para
reagir a estímulos. Aliados a isso temos cálculos e normas a serem seguidos.
Com a iluminação artificial podemos “substituir” a luz do sol durante a noite ou em
ambientes fechados; valorizar formas e cores; manter vigilância; enfim, prosseguir
vivendo à noite como se fora dia...

Princípios básicos em iluminação

A impressão da cor de um corpo depende da composição espectral da luz que o


ilumina, de suas propriedades de refletir, transmitir e absorver e ainda da saúde
visual do observador.
Quando qualquer objeto é iluminado pela luz do sol, temos a certeza de que o
estamos percebendo tal qual ele é (principalmente em relação à cor), pois o sol
irradia todos os comprimentos de onda visíveis. A iluminação artificial pode
produzir distorções nas cores pois cada tipo de lâmpada emite ondas de diferentes
comprimentos.

IRC - Índice de reprodução cromática


A capacidade de reprodução de cor de uma lâmpada é medida através do índice
de reprodução cromática - IRC.
O IRC classifica a qualidade relativa de reprodução de cor de uma fonte numa
escala que varia de 0 a 100. Quanto maior for o IRC menor será a distorção da cor
no objeto iluminado.

82
Um IRC de 100 indica que não há alteração de cor, se comparada com uma fonte
de referência, e quanto mais baixo for o IRC mais pronunciadas alterações de cor
poderão ser observadas.

Temperatura de cor
A temperatura de cor descreve a aparência de cor da lâmpada quando acesa. É
medida em graus Kelvin, variando entre 9000K ( cuja aparência é azul ) e 1500K (
cuja aparência é laranja / vermelho ).

Fluxo luminoso
Fluxo luminoso é o pacote de luz oferecido pelas lâmpadas que produzem luz
difusa (fluorescentes por exemplo).
A unidade de medida para fluxo luminoso é o lúmen ( lm ). Quanto maior o número
de lumens da lâmpada mais capacidade ela tem de iluminar.

Intensidade luminosa
Intensidade Luminosa é o pacote de luz oferecido pelas lâmpadas refletoras,
aquelas que têm o facho de luz direcionado (dicróicas por exemplo).
A unidade de medida para intensidade luminosa é a candela ( cd ). Quanto maior
o número de candelas mais intensa é a luz produzida pela lâmpada.

Iluminância
Iluminância é a quantidade de luz que consegue chegar à superfície de trabalho.
A unidade brasileira de iluminamento é o lux ( lx ).
Níveis de iluminância são exigidos pela norma ABNT Nbr ISO/CIE 8995-1:2013
para as diversas áreas de trabalho.

Comparativo entre níveis de iluminância em diferentes situações:

Luz do sol ao meio-dia: 80.000 a 100.000 lux

Luz da lua cheia (céu aberto): menos de 0,5 lux

Residências: 100 a 200 lux

Escritórios comerciais: 300 a 500 lux

A luz mais adequada a cada ambiente

Banho
Na iluminação do banheiro, temos que nos preocupar com a luz geral e com a luz
localizada sobre a bancada da pia. A iluminação geral pode ser feita com
lâmpadas fluorescentes ou LED's com 3000k e para a iluminação localizada
podemos usar as mesmas, porém com 4000k e maior IRC possível, para distorcer
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menos as cores. Estando o ponto de luz localizado na parede, podemos utilizar
arandelas com vidro jateado ou acrílico leitoso para minimizar os efeitos de
sombra e, no caso de tetos rebaixados, usaremos plafons embutidos sobre a
bancada.

Cozinha

Cozinhas são locais de trabalho, portanto a iluminação mais adequada é a


fluorescente. Ela produz menos efeitos de sombras e é mais eficiente em termos
de fluxo luminoso e economia de energia. É suficiente colocarmos uma luminária
no ponto central do teto mas a quantidade e potência das lâmpadas devem ser
dimensionadas de acordo com a área da cozinha. LED's com bons pacotes de luz
também serão bem vindos.

Quartos

São os ambientes mais pessoais de uma residência. Cada pessoa tem uma
preferência em termos de iluminação portanto, em primeiro lugar, devemos
respeitá-las. Comumente usamos plafons externos no ponto central do teto com 2
ou 3 lâmpadas fluorescentes compactas que são mais econômicas e têm a
vantagem de não produzir calor. Existem fluorescentes compactas de baixa
temperatura de cor (mais amareladas) que não vão tirar do quarto aquele clima
aconchegante que as lâmpadas incandescentes proporcionavam. LED's com
bulbo A60 também são boa opção. Para a mesa de cabeceira, abajures com
lâmpadas fluorescentes compactas ou LED’s

Quarto de Bebê

O quarto do bebê deve ter uma boa iluminação até para sua própria segurança,
mas devemos ter a opção de diminuir a intensidade de luz para as horas de
descanso. Com o uso do dimmer, tudo fica resolvido. É interessante também que
o bebê não tenha contato visual com a fonte de luz, o ideal é que ela seja indireta.

Home Theater

Nenhum tipo de ofuscamento deve se interpor entre a tela e o espectador. O ideal


é uma iluminação indireta que possa ser regulada para ocasiões diferentes.
Pendentes de luz indireta no ponto central com lâmpadas halógenas e dimmer são
ótima opção. Deve haver também iluminação para manuseio dos controles e que
seja setorizada de maneira a ser desligada na hora da projeção. Um simples
abajur pode cumprir este papel.

Sala de Jantar

Devemos usar sobre a mesa de jantar lâmpadas que reproduzem fielmente as


cores portanto: halógenas ou halógenas dicróicas. Lâmpadas fluorescentes ou

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painéis de LED, ainda que com boa reprodução de cores, devem ser usadas como
apoio. Com as duas opções disponíveis provavelmente serão usadas as
fluorescentes e LED's no dia a dia e as halógenas para dias de festa. Podemos
usar lustres ou pendentes que devem se posicionar na altura entre 0,90 e 1,20m
acima do tampo da mesa e no centro desta.

Sala de Estar

Normalmente é aqui que se tem um maior cuidado com a decoração: materiais


mais nobres, obras de arte e provavelmente muito esmero por parte dos donos da
casa. Estes ambientes poderão ser usados de diversas maneiras e por isso a
iluminação pode acompanhar cada uma delas.

É muito agradável ouvir-se música ou relaxar em um ambiente com luz suave que
vem de abajures ou arandelas mais fechadas. Por outro lado receber visitas
informais e conversar sob a iluminação de uma sanca é bastante interessante pois
a luz é rebatida no teto e se espalha resultando em pouquíssimas sombras o que
torna as pessoas até mais bonitas. Nos dias de festa e visitas mais cerimoniosas
nada como misturar a iluminação indireta com a direcionada; com lâmpadas
halógenas ou de LED refletoras destacando obras de arte e esculturas teremos
um efeito quase teatral e valorizaremos todos os recursos de decoração utilizados.
Finalmente não podemos nos esquecer da iluminação de passagem. Aquela que
será utilizada apenas para que cruzemos o ambiente sem ter que
necessariamente acender todo o resto.

Escadas

Todos os degraus da escada devem estar com a mesma visibilidade. Com a


eficiência energética do LED hoje podemos iluminar escadas corretamente sem
muito consumo de energia.

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Cole aqui dois exemplos de decoração que usaram a iluminação como
recurso estético

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CIRCULAÇÕES

Salas de estar e jantar

- Portas: a de entrada no imóvel costuma ser a mais larga, com 80 cm. Neste e
nos demais ambientes é fundamental deixar desimpedido o ângulo da abertura.
- Circulação: 60 cm bastam para uma pessoa transitar sem aperto, portanto, tente
manter essa medida em todas as áreas de passagem. Se receber a visita de um
cadeirante, você precisará afastar os móveis.
- Jantar: a mesa quase encostada na parede libera mais espaço para a
movimentação e possibilita até mesmo que um aparador ocupe a parede em
frente, deixando uma largura disponível de 1,35 m. Note que entre um dos pares
de cadeiras e a parede atrás dele sobram 60 cm, intervalo que proporciona
conforto quando alguém se senta ou se levanta – caso as cadeiras tenham
braços, aumente essa distância em 20 cm. Do lado oposto, a outra dupla de
assentos está de costas para o acesso aos quartos. Por essa razão, ali deve ser
deixado um caminho de 80 cm, a fim de não prejudicar a circulação mesmo
quando alguém empurrar a cadeira para trás.
- Estar: para incluir uma mesa de centro em salas estreitas, só abrindo mão do
padrão recomendado de 60 cm livres. Entre a mesinha e o sofá, e entre ela e a
poltrona, a distância mínima aceitável é de 40 cm – ainda assim, será preciso
passar de lado caso alguém esteja sentado. Se o rack tiver gavetas, que se
estendem por cerca de 30 cm quando abertas, você necessitará deixar um
intervalo maior, de 50 cm, desse móvel até a mesa.
- Sofá: entre o braço do estofado e a parede vizinha devem restar 10 cm, respiro
suficiente para abrigar a cortina. A mesinha lateral também fica afastada alguns
centímetros.

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Cozinha

- Circulação: estabeleça um corredor de 1 m de largura sem barreiras. A distância


supera a de outros cômodos para garantir a mobilidade de duas pessoas –
enquanto uma usa a bancada, a pia ou o fogão, a outra transita com segurança, já
que muitas vezes é necessário carregar louças e pratos quentes.
- Portas: por causa dos eletrodomésticos, as aberturas nesse ambiente costumam
medir 80 cm. Nesta planta, a porta de entrada e a da geladeira não podem ser
movimentadas ao mesmo tempo. Na prática, isso não costuma ser um problema
pois, no dia a dia, é comum que a cozinha permaneça aberta, com a porta
encostada na parede lateral. Se preferir, adote um modelo de correr, como foi feito
no acesso à lavanderia, junto do fogão.
-Eletrodomésticos: tenha atenção redobrada às posições da geladeira e do
fogão. Como esses equipamentos geram calor, que precisa ser dissipado, não
podem ficar encostados nas paredes nem nos móveis adjacentes. O manual
técnico de cada produto informa os distanciamentos específicos, mas, de modo
geral, o vão sugerido por nossos consultores é a partir de 10 cm de cada lado.
- Fogão: quando o forno está aberto, é importante que restem livres 65 cm ou
mais para que se consiga agachar, tirar o recipiente do interior e levantar sem o
risco de esbarrões.

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Quarto

- Cama: nas duas laterais, preserve a passagem mínima de 60 cm. Em uma


planta como esta, essa largura possibilita que o morador se sente para calçar os
sapatos e ainda admite dois criados-mudos, com folga entre o colchão e a parede.
- Guarda-roupa: mantenha também 60 cm desimpedidos à frente dele. Cada folha
de um armário de três portas pede cerca de 45 cm quando aberta, e as gavetas
podem chegar a 40 cm. Se optar por um modelo com profundidade maior, ele
deve contar com portas de correr.

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Banheiro

- Porta: em geral, mede 60 cm, abertura inviável para quem depende de cadeira
de rodas. Com uma planta estreita e alongada – a exemplo desta, usual em
apartamentos novos , o banheiro tem de estar fechado para que se possa abrir a
porta do gabinete da pia. O vão de entrada do ambiente determina a profundidade
do móvel: já que previmos uma porta acessível, de 80 cm, a bancada fica com no
máximo 48 cm.
- Vaso sanitário: os 60 cm entre ele e a parede oposta garantem o acesso ao
boxe. Cada lateral da bacia deve distar ao menos 30 cm dos elementos vizinhos, o
que dá mais conforto ao usuário e permite apoiar uma lixeira e uma papeleira no
piso.
- Área de banho: 90 cm é a largura mínima para o boxe. Assim, o morador se
agacha e se movimenta livremente enquanto se ensaboa, lava o cabelo e se
enxuga.

Fonte: http://casa.abril.com.br/materia/as-metragens-minimas-para-sala-quarto-cozinha-e-banheiro

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SUGESTÕES PARA PONTOS HIDRÁULICOS
(fonte: Deca)

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O que há de maravilhoso numa casa não é ela abrigar-nos,
nem aquecer-nos,
nem nós possuirmos as suas paredes;
o que é maravilhoso é ela ter depositado em nós
estas provisões de doçura,
é ela formar, no fundo do nosso coração, este maciço obscuro
donde brotam, como águas de uma fonte,
os sonhos...

Saint-Exupéry

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