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O mortos no Bosque do Barigui

O piso íngreme lamacento tentava derrubar Jack a todo


custo enquanto ele, na medida do possível, corria ladeira
abaixo, sem enxergar um metro a sua frente por causa da
densa neblina. Corria e quebrava galhos no caminho, se
agarrava em outros e desviava o tronco de uma ou outra arvore
que surgira a sua frente.
Uma raiz agarrou-lhe pelos pés e Jack tombou, deslizou
e rolou por entre arbustos e galhos.
Ainda estou vivo.
Sentou-se de forma desajeitada, havia torcido o pé e a dor
era latente. Sacou do bolso cigarro e isqueiro mas não
acendeu. Não teve tempo.
Rolou o corpo, do jeito que deu, para o lado. A picareta
acertou o vazio e afundou na lama. O homem, vestido em
trapos e com uma máscara de Jason, puxou de volta a picareta
e continuou a se mover na direção de Jack que lutava contra
a dor do pé machucado enquanto mancava em fuga.
O cadáver caminhante continuava em frente, em direção
a Jack, com a picareta à postos. Tinha um objetivo e precisava
dele para morrer “em paz”: o rosário pescoço do detetive que
fumava logo a frente.
O chão cedeu e o morto-vivo caiu no buraco.
Jack sorriu pra lua e deu uma última tragada. Lançou o
Malboro aceso no buraco e deixou a química fazer o seu serviço.
A violenta reação entre o fogo e a gasolina provocou a
explosão cujas chamas ganharam o céu naquela “sexta-feira
13” de Curitiba.

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