Os padrões estéticos podem ser observados desde os primórdios da existência humana,
mudando conforme os contextos históricos, culturais e sociais de cada época. Durante a
história pré-literária, por exemplo, o almejado pelas mulheres era sinônimo de obesidade devido à dificuldade de obtenção de recursos, já atualmente está ligado a um conceito propagado pela mídia onde magreza, definição e curvas são valorizados. Dessa forma, na atualidade a busca por se encaixar nos ideais de beleza se tornou um problema a ser combatido por uma sociedade altamente capitalista que lucra com seus diversos mecanismos para se obter o corpo perfeito.
Corresponder o ideal propagado pela televisão, cinema e os chamados influenciadores digitais
através de discursos apoiados falsamente no viés de uma vida saudável se tornou não só uma necessidade, mas um vício entre os consumidores. Com a expansão dos meios de comunicação em massa no século XX, o mercado da beleza ganhou um espaço preocupante na vida popular. Entretanto, essa evolução não corresponde a um aumento proporcional na diversidade dos apresentadores, protagonistas de filmes e pessoas relevantes nas redes sociais, o que contribui para a visão de um único corpo bonito que é o melhor aceito socialmente.
Como reflexo dos fatos supracitados, os indivíduos tornam-se escravos de seu
próprio corpo na procura de padronizá-lo conforme a sociedade exige. Aproveitando-se disso, o mercado estético lucra com a oferta de produtos e métodos que prometem resultados milagrosos. Maquiagens, cirurgias plásticas - muitas vezes oferecidas por profissionais não capacitados e em locais impróprios -, remédios para emagrecer e, ilegalmente, os esteroides anabolizantes são alguns dos itens comercializados e que, sem acompanhamento médico ou de maneira excessiva, podem causar complicações e até mesmo levar a morte.
Para combater os malefícios que a ditadura estética atual produz é preciso a
implementação de medidas socioeducativas que visem exterminar a discriminação e respeitar a individualidade humana nos meios escolares, um dos meios primordiais de formação de caráter de um indivíduo. Além disso, uma maior inclusão midiática para que toda a população se sinta representada da maneira que é. Somente eliminando o padrão e valorizando as diferenças as pessoas se tornarão livres novamente.