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Materiais de Construção I

Agregados

Aula: Inchamento do agregado miúdo

O inchamento do agregado é um fenômeno que ocorre devido ao afastamento dos seus


grãos promovidos pela ADSORÇÃO da água pelo agregado, que é uma ABSORÇÃO
pela sua superfície.

EXPANSÃO VOLUMÉTRICA

AGREGADO MIÚDO SECO AGREGADO MIÚDO ÚMIDO

Nessa situação, o afastamento ocorre por forças intergranulares que surgem pela
adsorção do material e há um AUMENTO APARENTE do volume do agregado. Esse
fenômeno, só acontece para o agregado miúdo devida a sua grande área superficial e
visto que no agregado graúdo os vazios (poros) internos são muito maiores que a
película de água que se forma no seu entorno.

Fisicamente, é importante ressaltar que, para um mesmo volume de material, quanto


mais fino for esse material, maior a sua área superficial:

VOLUME = a3 VOLUME = a3 VOLUME = a3


Área. Superficial = 6a2 Área. Superficial = 8a2 Área. Superficial = 12a2
Assim, quanto menor for o grão, maior a sua ÁREA SUPERFICIAL, e no caso do
agregado miúdo, maior sua ADSORÇÃO e consequentemente, o afastamento dos seus
grãos (inchamento).

Uma situação corriqueira que ocorre na construção civil, é quando o concreto dosado
em obra sofre uma alteração volumétrica em função da alteração de sua umidade.
Vamos lembrar que quando estabelecemos uma proporção de materiais para confecção
do concreto, consideramos que estes materiais estão SECOS.

Estudamos na aula anterior, que a absorção de água pelo agregado, implica no


acréscimo de água na dosagem, e consequentemente, a perda de resistência. E que,
para tanto, devemos retirar a parcela de água incorporada nos agregados, da quantidade
total do traço.

Então, pelo estudo de hoje, aprenderemos que quando há absorção de água pelo
agregado, não só há uma alteração no volume de água, mas também uma alteração no
volume do agregado miúdo, o qual deverá ser corrigido. Essa correção é necessária,
visto que em obra, os materiais são dosados em recipientes volumétricos: carrinhos,
giricas, padiolas ou latas.

GIRICA CARRINHO DE MÃO

PADIOLA LATA
Isso implica na seguinte alteração:

VARIAÇÃO DE VOLUME

VOLUME
ÚMIDO
Vh
VOLUME
SECO
V0

Massa MSECA de agregado com volume V Massa MÚMIDA de agregado com volume
a ser usado na condição seca V a ser usado na condição úmida

Assim, faz-se necessário determinar qual é o aumento de volume que o agregado miúdo
sofre, quando está úmido. Essa variação volumétrica pode ser maior ou menor em
função da granulometria do agregado (quanto mais fino, maior a expansão volumétrica)
e da quantidade de água absorvida (umidade).

Essa relação entre o Volume úmido (Vh) e o Volume seco (Vs) de um mesmo material,
chamamos de COEFICIENTE DE INCHAMENTO, e o seu valor é utilizado para a correção
de volume do material.

Assim, por exemplo, se o volume de agregado que será usado para confeccionar o
concreto for de 120 litros (seco), e apresentar um COEFICIENTE DE INCHAMENTO de
15%, ou seja Vh/V0 = 1,15, teremos que coletar:

𝑉ℎ
= 1,15 → 𝑉ℎ = 1,15𝑥120 = 138 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠
𝑉0

O valor percentual da variação entre os volumes úmido e seco, ou seja, o COEFICIENTE


DE INCHAMENTO, varia conforme a umidade em que o agregado se encontra, e é
determinado pelo ENSAIO DE INCHAMENTO, conforme a NBR 6467

ddd
Tal norma traz alguns conceitos que devem ser entendidos para a compreensão do
fenômeno do inchamento

3.1 inchamento de agregado miúdo: Fenômeno relativo a variação do volume aparente,


provocado pela absorção de água livre pelos grãos do agregado, que altera sua massa
unitária.

3.2 coeficiente de inchamento (Vh/Vs): Coeficiente entre os volumes úmido (Vh) e seco
(V,) de uma mesma massa de agregado, calculado conforme 7.2.

3.3 umidade crítica: Teor de umidade, expresso em porcentagem, determinado de acordo


com 7.4, acima do qual o coeficiente de inchamento pode ser considerado constante e
igual ao coeficiente de inchamento médio.

3.4 coeficiente de inchamento médio: Valor médio entre o coeficiente de inchamento


máximo e aquele correspondente a umidade crítica, obtido conforme 7.5.

Visto que a absorção de água pelo agregado miúdo implica na variação do seu volume,
e consequentemente na sua massa unitária, o ensaio consiste em determinar a massa
unitária do agregado em teores de umidades crescentes (seco (0%), 0,5%; 1%, 2%, 3%,
4%, 5%, 7%, 9% e 12%). Em casa teor de umidade, por meio da massa unitária,
determina-se a variação volumétrica (COEDICIENTE DE INCHAMENTO). Utilizaremos
a nossa planilha para determinar a massa unitária relativa a cada teor de umidade
proposto pela norma, bem como determinar o COEFICIENTE DE INCHAMENTO do
agregado em análise.
Com os dados do COEFICIENTE DE INCHAMENTO e da UMIDADE em cada ponto,
podemos determinar o COEFICIENTE DE INCHAMENTO MÁXIMO, o COEFICIENTE DE
INCHAMENTO MÉDIO, e a UMIDADE ÓTIMA. Para tanto, precisamos traçar o gráfico que
será plotado a partir dos pontos calculados:
Após plotar a curva de inchamento, a partir dos dados do coeficiente de Inchamento e
da umidade, vamos determinar o Coeficiente de inchamento, máximo, o coeficiente de
inchamento médio e a umidade crítica. Essas determinações são feitas por meio de retas
auxiliares, assim:

1º passo: Traçar uma reta horizontal no ponto de máximo da curva de inchamento (I)
O ponto onde essa reta (I) encontra o eixo de Vh/V0, correspondente ao COEFICIENTE
DE INCHAMENTO MÁXIMO;

2º passo: Traçar uma corda que vai da origem ao ponto de máximo da curva (II)

3º passo: Traçar uma reta paralela a corda (II) que tangencie a curva de inchamento (III)
3º passo: No ponto onde a reta III, encontra com a reta I, traçar uma reta vertical, em
direção ao eixo x (das umidades)

Onde essa reta encontra o eixo das umidades, estabelece-se o valor da UMIDADE ÓTIMA
e o COEFICIENTE DE INCHAMENTO correspondente a UMIDADE ÓTIMA (hótima) pode ser
tirado no valor correspondente obtido pela curva, no eixo Y.

O valor do COEFICIENTE DE INCHAMENTO MÉDIO é determinado pela média dos valores


entre o Coeficiente de Inchamento Máximo (Vh/V 0 MAX) e o Coeficiente de Inchamento
correspondente a umidade ótima (Vh/V0 Hótima), nesse caso:

𝑉ℎ 1,445 + 1,405
𝑚𝑒𝑑 = = 1,425
𝑉0 2

Conhecer o valor da UMIDADE ÓTIMA e o COEFICIENTE DE INCHAMENTO MÉDIO


tem um significado prático para a correção do volume do agregado. Essa correção é feita
em função da umidade e do seu Coeficiente de Inchamento correspondente. No entanto,
para valores de umidade acima da umidade ótima, o coeficiente de inchamento deve ser
considerado constante e igual ao COEFICIENTE DE INCHAMENTO MÉDIO, conforme
ensina a norma:
Exercício de fixação:

Para obter a resistência desejada em um concreto a ser utilizado para confecção dos
pilares de uma edificação, o traço contendo a proporção de materiais para 1 saco de
cimento, foi calculado como sendo:

50 kgcimento : 80 dm3 areia: 120 dm3 brita e 28 dm3 água

No entanto, no dia da concretagem, os agregados estavam úmidos. Você, como


responsável pela execução da concretagem, coletou uma amostra de agregado miúdo e
realizou o ENSAIO DE INCHAMENTO, cujos dados estão transcritos na planilha
(planilha de aula). Então responda:

A) Sabendo que no momento da concretagem, a umidade do agregado era de 2%,


faça a devida correção na quantidade de água e no volume dos agregados.
Considere, a absorção do agregado graúdo de 1%. Dados: δareia = 1,51 kg/dm3 e
δbrita = 1,55 kg/dm3
B) Se no momento da concretagem a umidade do agregado fosse de 4%, qual seria
o volume corrigido do agregado?

Respostas:

A) Vh = 108,6 dm3; Quantidade de água corrigida: 23,7 litros.


B) Vh = 114 dm3

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