1. O Rim............................................................................... 3
2. Filtração Glomerular................................................... 8
3. Sistema Tampão........................................................23
Referências Bibliograficas..........................................26
FUNÇÃO RENAL 3
Figura 1. Estrutura dos rins. Fonte: Guyton & Hall, Fundamentos da Fisiologia, 13ª edição.
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Figura 2. Corte do rim humano mostrando os principais vasos que fornecem o fluxo sanguíneo para os rins. Fonte:
Guyton & Hall, Fundamentos da Fisiologia, 13ª edição.
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Figura 3. Microcirculação do néfron. Fonte: Guyton & Hall, Fundamentos da Fisiologia, 13ª edição.
HORA DA REVISÃO!
Formação da urina: a primeira etapa na formação da urina é a filtração que ocorre na cápsula
glomerular, sendo um processo passivo. Caracteriza-se pela saída do filtrado do plasma do
interior do glomérulo para a cápsula e isso ocorre em virtude da alta pressão do sangue nes-
te local. O chamado filtrado glomerular, ou urina inicial, é livre de proteínas e assemelha-se
ao plasma sanguíneo. O filtrado resultante da etapa da filtração apresenta substâncias que
são bastante importantes para o organismo e devem ser reabsorvidas. A reabsorção ocorre
no túbulo néfrico, principalmente nos túbulos proximais, e é importante para evitar a perda
excessiva de substâncias, tais como água, sódio, glicose e aminoácidos. Este processo é
responsável por determinar como será a composição final da urina. A concentração da urina
formada é regulada através da secreção de ADH (hormônio antidiurético) pela neuro-hipó-
fise. Este hormônio atua aumentando a permeabilidade dos túbulos distais e ductos cole-
tores, fazendo com que ocorra uma maior reabsorção de água. A liberação de ADH é maior
quando bebemos pouca água, pois é uma forma do corpo diminuir a eliminação desta subs-
tância que está escassa no momento. É importante frisar que algumas substâncias estão
em concentrações muito elevadas no nosso organismo, sendo assim, elas não são comple-
tamente reabsorvidas e parte é perdida na urina. Indivíduos portadores de diabetes mellitus,
por exemplo, apresentam grande quantidade de glicose no sangue e consequentemente na
urina. Algumas substâncias presentes no sangue e que são indesejáveis ao organismo são
absorvidas pelas células do túbulo contorcido distal. Ácido úrico e amônia fazem parte des-
sas substâncias que são retiradas dos capilares e lançadas ao líquido que formará a urina.
Após passar por toda a extensão do túbulo néfrico, a urina está formada e é então conduzida
até os ureteres, que a levarão até a bexiga, onde permanecerá até sua eliminação.
FUNÇÃO RENAL 8
SAIBA MAIS!
O aumento da ingesta de NaCl tem maior capacidade de elevar a PA do que o aumento da
ingesta de água, pois enquanto a água pura é eliminada pela urina por osmose quase na
mesma velocidade com que é ingerida, o cloreto de sódio provoca o acúmulo de líquido extra-
celular e, portanto, o aumento da reabsorção de água e a redução do volume de urina.
SAIBA MAIS!
A taxa de filtração glomerular (TFG) é determinada pelo equilíbrio das forças hidrostáticas e
coloidosmóticas (também chamadas de oncóticas) que agem nas membranas dos capilares
da cápsula de Bowman. A pressão hidrostática é exercida pelos líquidos e força-os através
dos poros dos capilares para o espaço intersticial, estando em torno de 60 mmHg no capilar
glomerular e 18 mmHg na cápsula de Bowman, justamente para que os líquidos sejam “em-
purrados” do local de maior pressão para o de menor pressão. Já a pressão coloidosmótica é
exercida pelas proteínas e faz com que os líquidos se movam do interstício para o sangue. Ela
está presente apenas nos capilares, uma vez que na cápsula de Bowman não há proteínas. A
pressão oncótica nas arteríolas aferentes é de 28 mmHg e nas eferentes é de 36 mmHg, re-
sultando numa média de pressão no capilar glomerular de 32 mmHg, que ainda é menor que
a pressão hidrostática na cápsula, impedindo o influxo de líquido do glomérulo para o capilar.
Cerca de 125 mL de sangue são filtrados por minuto, totalizando aproximadamente 180 L
por dia. O fluxo sanguíneo renal corresponde a aproximadamente 22% do débito cardíaco e
tem por finalidade suprir os rins com nutrientes necessários e remover produtos indesejáveis.
SAIBA MAIS!
A correção intempestiva da hipertensão, trazendo abruptamente a pressão arterial a valores
“normais”, mas abaixo do limite inferior de autorregulação do paciente, pode reduzir drasti-
camente o RFG, precipitando a instalação de uma injúria/insuficiência renal aguda. Por este
motivo, em hipertensos de longa data, especialmente nos que já apresentam função renal
reduzida, é necessário cautela ao prescrever medicações antihipertensivas, baixando a pres-
são arterial em torno de 20% ao dia, até atingir o alvo, que não pode ser excessivamente
ambicioso (o limite de 140 x 90 mmHg é geralmente adequado nesses casos).
Obstrução urinária
Estados de hipovolemia
O processo de filtração glomerular
As hipovolemias graves usualmente
pode ser severamente limitado ou to-
são acompanhadas de uma queda
talmente interrompido quando as vias
acentuada da pressão arterial. Além
urinárias são obstruídas por cálculos
disso, ocorre vasoconstrição gene-
renais, tumores ureterais, tumores
ralizada, inclusive na microcirculação
FUNÇÃO RENAL 11
FÍGADO,
PÂNCREAS
E RIM
CREATINA
MÚSCULOS E CÉREBRO
FOSFOCREATINA
CREATININA MÚSCULOS
EXCREÇÃO RENAL
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Figura 4. Relação inversa entre a concentração plasmática de creatinina (Pcreat) e o RFG. Legenda: As curvas A, B
e C correspondem a indivíduos com massas musculares distintas (C > B > A). é importante observar que, conforme o
caso, um mesmo valor de Pcreat pode corresponder a valores normais ou substancialmente reduzidos de RFG. Fonte:
Clínica Médica, Volume 3.
Figura 5. Representação gráfica dos diversos mecanismos de proteinúria. Fonte: Clínica Médica, Volume 3
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SAIBA MAIS!
Um exemplo de como a determinação da microalbuminúria pode ser útil é fornecido pela
nefropatia diabética. Em suas fases iniciais, a nefropatia diabética não traz alterações clínicas
de importância, ou seja, a pressão arterial mantém-se em níveis normais, o RFG está normal
ou até mesmo elevado, como vimos anteriormente, e a função tubular está preservada. Pode
ocorrer já nessa fase, no entanto, um pequeno aumento da taxa de excreção urinária de al-
bumina. Portanto, a determinação da microalbuminúria, que requer a utilização de métodos
especialmente sensíveis de dosagem, pode ajudar a prever quais desses pacientes são sus-
cetíveis ao desenvolvimento de Doença Renal Crônica.
FUNÇÃO RENAL 21
Figura 6. Associação entre a janela terapêutica e o aparecimento dos marcadores da filtração glomerular.
Marcador x TFG
Dessa forma, temos que: • pH: o valor normal está entre 7,35
H2O + CO2 ↔ H2CO3 ↔ H+ + HCO3- e 7,45. A alteração desse valor
para menos indicará uma acidose,
enquanto a alteração para mais in-
Os rins regulam as concentrações de dica uma alcalose.
ácidos e bases no organismo através
• pCO2: o valor normal está entre 35
da secreção de H+, da reabsorção
– 40 mmHg. A alteração desse pa-
de HCO3- e da produção de novo
râmetro pode indicar um distúrbio
HCO3- a partir da combinação com
ventilatório.
outras substâncias-tampão. Em situ-
ações de equilíbrio, para cada H+ se- • HCO3: o valor normal está en-
cretado na luz tubular, um HCO3- é tre 22 – 26 mg/dL. A redução do
reabsorvido pelos capilares. A secre- valor do bicarbonato pode indicar
ção aumentada de íons H+ caracteri- tanto uma falha na produção ou
za um quadro de acidose, enquanto reabsorção renal do bicarbonato,
a secreção reduzida dele caracteriza quanto um consumo dele, devido
uma alcalose. Quando a quantidade a condições como sepse, excesso
de H+ secretada supera a quantida- de ácido lático e cetoacidose dia-
de de HCO3- absorvida, apenas uma bética. De forma geral, o paciente
parte desse excesso de hidrogênio que tem uma disfunção renal não
pode ser excretada na urina na forma irá conseguir manter um bicarbo-
iônica, uma vez que o pH mínimo que nato adequado, então a reposição
a urina pode atingir é de 4,5. Esse ex- de bicarbonato pode ser indicada
cesso de H+ então, pode se combinar mesmo que não haja uma acidose
com o HPO4- e com o sódio, forman- muito importante.
do o sal NaH2PO4, que é excretado
• Base Excess (excesso de base):
na urina, ou com o NH3, formando o
o valor normal está entre -3 – +3.
NH4 que se combina com o íon clore-
Também estará alterado em caso
to e também é eliminado na urina na
em que a função renal não esteja
forma de sal. Na situação contrária,
adequada, não conseguindo man-
quando há uma secreção diminuída
ter o bicarbonato em níveis consi-
de H+, os íons bicarbonato em exces-
derados normais.
so são excretados pela urina.
VN: 20 - 40 mg/dl
Reabsorção parcial HAS, DRC,
TFG > clearance de ureia
de Ur na filtração hipovolemia,
Correção abrupta da
Ur/Cr > 30 = ↑ reabsorção da Ur idade, obstrução
HAS pode piorar a TFG
urinária são causas de
Varia com ingestão proteica, HDA, uso de corticoides, etc. redução de TFG
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Clínica Médica, Volume 3;
Biomarcadores em nefrologia, Sociedade Brasileira de Nefrologia.
RBAC: Revista Brasileira de Análises Clínicas, 2016
Avaliação da função renal: creatinina e outros biomarcadores. Revista brasileira de terapia
intensiva.
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