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GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA DE ESTADO DE POLÍCIA CIVIL

016a.Delegacia de Polícia
Praça Desemb. Araújo Jorge, S/N, Barra Da Tijuca, Rio De Janeiro - RJ, CEP: 22611-220,
TEL.: 2333-6307

TERMO DE DECLARAÇÃO
Controle Int.: 045010-1016/2021 Procedimento: 016-02930/2021

Data: 13/04/2021 às 00:47

Nome: THAYNA DE OLIVEIRA FERREIRA (Testemunha)


Nacionalidade: Brasileira Naturalidade: RIO DE JANEIRO
Nascimento: 22/07/1995 Cor: Parda
Sexo: Feminino Profissão: Empregado(a) doméstico(a)
Estado Civil: Solteiro(a)
Documento: 127.503.967-78 M.FAZ, emissão em

Filiação: SANDRO DAVILA DA SILVA FERREIRA e MARIA LUCIA HELENA


DE OLIVEIRA
Endereço Residencial:
Rua FALCÃO, 356 ,
BANGU - RIO DE JANEIRO, RJ - Brasil

Tel/Celular: 21974303939

Costumes: NADA DISSE


Contradita (SEM):
Compromisso Legal: PRESTADO
Inquirido, DISSE:
Que comparece nesta Delegacia Policial atendendo a convite do Delegado de Polícia que
que este preside; Que se encontra devidamente acompanhada de sua advogada, Dra. Priscila
Guilherme Sena, OAB/RJ 126674; Que, perguntada se está ciente que tal depoimento está
sendo registrado em vídeo, bem como se autoriza tal registro, respondeu que sim; Que, em
relação ao seu primeiro depoimento, colhido em 24 de março de 2021, perguntada sobre a
veracidade das informações então prestadas, a declarante afirma que mentiu, bem como que
deseja se retratar das declarações então prestadas; Que, perguntada como era a relação de
JAIRINHO, HENRY e MONIQUE, a declarante respondeu que JAIRINHO e MONIQUE
brigavam com frequência, quase toda semana, entretanto em portas fechadas ou por telefone,
nunca na frente da declarante, porém esta podia ouvir; Que, sobre tais desentendimentos
entre o casal, a declarante afirma que era comum até que um dos dois estivesse com malas
prontas, para "sair de casa", porém, estranhamente, mesmo quando ouvia tons de voz mais
exaltados no interior do quarto, quando o casal saía, tudo estava bem, já que saíam se
beijando e se abraçando; Que, perguntada, especificamente quanto a eventos envolvendo
HENRY, a declarante respondeu que percebeu situações anormais em três ocasiões distintas;
Que o primeiro evento, segundo a declarante se recorda, foi no dia 02 de fevereiro, quando
MONIQUE estava no futevôlei, por volta de 06:00H ou 07:00H; Que, como MONIQUE havia
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saído, estavam apenas a declarante, JAIRINHO e HENRY no apartamento; Que, num dado
momento, HENRY, que estava em seu próprio quarto, passou a chamar pela mãe; Que
JAIRINHO saiu do próprio quarto foi até o quarto de HENRY, onde a declarante também se
encontrava; Que, ao chegar no quarto, JAIRINHO falou para a declarante que HENRY era
mimado e chamou HENRY para conversar com ele, JAIRINHO, no quarto do casal; Que a
declarante permaneceu no quarto de HENRY e JAIRINHO e HENRY foram para o quarto do
casal; Que a porta do quarto do casal estava fechada; Que JAIRINHO e HENRY ficaram
cerca de 30 minutos com a porta fechada, porém a declarante não ouviu qualquer barulho;
Que, passados os 30 minutos, saíram JAIRINHO e HENRY do quarto; Que a declarante
deseja acrescentar que HENRY não estava com cara de choro; Que a declarante foi até
HENRY e perguntou o que havia acontecido, especificamente o que JAIRINHO havia falado,
ocasião em que HENRY respondeu que: "tinha esquecido, que estava com soninho"; Que a
declarante insistiu em perguntar o que havia acontecido e HENRY, e este, novamente,
respondeu: "esqueci"; Que MONIQUE chegou logo depois e foi tomar banho; Que
JAIRINHO tomou café e saiu logo depois; Que, após JAIRINHO ter saído, a declarante foi
falar com MONIQUE, para contar o que havia visto; Que a declarante afirma que contou
todo o episódio à MONIQUE; Que MONIQUE perguntou à declarante se havia ouvido algo
ou se HENRY havia falado algo, tendo a declarante respondido que não havia ouvido
qualquer barulho, bem como que HENRY havia respondido que havia esquecido; Que
MONIQUE disse a declarante que também iria procurar saber o que houve; Que, perguntada
sobre o horário de tal conversa com MONIQUE, a declarante afirmou que acredita que
deveria ser por volta de 09:00H da manhã; Que HENRY foi para a escola depois, já que era
seu primeiro dia de aula; Que HENRY voltou cerca de duas horas depois e almoçou com a
declarante; Que, por volta de 15:00H a declarante levou HENRY para a brinquedoteca; Que,
foram apenas a declarante e HENRY; Que, na brinquedoteca a declarante notou que ele não
quis brincar com as demais crianças, razão pela qual perguntou a ele o porquê disto; Que
HENRY relatou que estava com dor no joelho; Que a declarante esclarece que já tinha
ocorrido situações em que HENRY também não queria brincar com as crianças da
brinquedoteca, porém HENRY não metia sobre a razão de não querer fazê-lo, apenas falava
que não queria brincar, que queria brincar só com a declarante, mas, neste dia específico,
disse à declarante que estava com dor no joelho; Que, no dia, a declarante não associou a
dor no joelho, relatada por HENRY, ao episódio com JAIRINHO pela manhã; Que, ao voltar
da brinquedoteca, a declarante contou à MONIQUE que HENRY não queria brincar com as
crianças pela dor no joelho; Que MONIQUE, diante do que foi relatado pela declarante,
disse que HENRY deveria estar inventado; Que a declarante foi embora ao final do seu
turno; Que, nos dias seguintes, nada foi comentado a respeito e nada de anormal foi notado
pela declarante; Que a declarante ainda afirma que já viu quando JAIRINHO levava
presentes a HENRY e que este agradecia; Que, já no dia 12 de fevereiro, a declarante foi
trabalhar normalmente e, no apartamento, estavam a empregada ROSANGELA, MONIQUE
e HENRY; Que, já durante a tarde, por volta de 14:30H, MONIQUE saiu para ir à academia
e fazer unha; Que JAIRINHO chegou cerca de uma hora depois; Que, perguntada se
JAIRINHO costumava chegar a este horário, a declarante afirmou que não, que ele chegou
de surpresa; Que, quando JAIRINHO chegou, HENRY foi até JAIRINHO e o abraçou; Que
HENRY e a declarante estavam na sala; Que, logo em seguida, JAIRINHO foi para o quarto
do casal e chamou HENRY, dizendo: "vem aqui que vou te mostrar um negócio que
comprei"; Que HENRY, então, foi para o quarto do casal; Que, logo em seguida, a
declarante ouviu HENRY chamando: "Ô TIA!"; Que, diante do chamado, a declarante foi até

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o quarto, porém se deparou com a porta fechada e a televisão em alto volume, acima do
normal; Que a declarante afirma que acredita que estava em algum canal de desenhos, pelo
som que ouvia; Que a declarante bateu na porta e tentou abrir a porta, porém a porta estava
trancada; Que a declarante, então, chamou por HENRY umas duas vezes, porém nem ele e
nem JAIRINHO respondiam; Que então, a declarante estranhou a situação e se dirigiu à
cozinha e pegou seu aparelho celular, no intuito de enviar uma mensagem à MONIQUE,
avisando sobre o que estava acontecendo; Que neste momento, apresentada às capturas de
tela ("prints") referentes à troca de mensagens de WhatsApp com MONIQUE, em 12 de
março de 2021, extraídas do aparelho celular da mesma, constantes do laudo pericial nº
014774, a declarante prontamente reconhece como sendo parte da referida conversa,
confirmando a veracidade de todo o seu conteúdo; Que a declarante afirma que a parte
originada por ela da conversa era toda digitada da cozinha, sendo que ela fazia o que
MONIQUE orientava e, depois, voltava para a cozinha para digitar; Que a declarante
esclarece que assim fazia para que não houvesse risco de a porta abrir e JAIRINHO
surpreender com o telefone em mão; Que, no total, a declarante afirma que acredita que
JAIRINHO tenha ficado cerca de 10 (dez) minutos trancado no quarto com HENRY; Que,
quando finalmente a porta do quarto se abriu, HENRY saiu do quarto e foi em direção à
declarante, que o pegou no colo e foi para o sofá da sala; Que HENRY ficou "amuadinho",
sem falar nada; Que, mais uma vez a declarante deseja acrescentar que HENRY não estava
com cara de choro; Que HENRY reclamou de dor no joelho e ROSANGELA perguntou até se
HENRY havia machucado o pé; Que HENRY respondeu que era pela "banda", mas não
explicou exatamente e ROSANGELA também não perguntou, até porque já estava pegando
sua bolsa para ir embora, tendo ido logo em seguida; Que JAIRINHO ficou por mais algum
tempo no apartamento e saiu; Que, após JAIRINHO ter saído, HENRY relatou à declarante
sobre as agressões, que inclusive constam nos "prints"; Que, perguntada se se lembra do que
foi relatado por HENRY, a declarante respondeu que, tal como consta nos "prints", HENRY
falou à declarante que JAIRINHO tinha dado uma "banda" nele e chutado; Que quanto ao
"toda vez faz isso", a declarante afirma que HENRY que relatou isso para ela, ou seja, que
JAIRINHO sempre fazia isso com ele; Que HENRY também relatou à declarante que
JAIRINHO falou que "não podia contar", que " ele perturba a mãe dele", que "tinha que
obedecer ele", que " se não ia pegar ele"; Que MONIQUE sugeriu que a declarante desse um
banho em HENRY, para que o menino relaxasse; Que ao se dirigirem para o banho, a
declarante percebeu que HENRY estava mancando, gravando um vídeo e informando tal
situação à MONIQUE; Que durante o banho, quando a declarante pegou o shampoo,
HENRY pediu "tia não lava não", dizendo que sua cabeça estava doendo; Que a declarante
perguntou o que havia acontecido com para a cabeça estar doendo, ao que HENRY
respondeu "TIO JAIRINHO"; Que ao sair do banho, HENRY contou à declarante que
machucou a cabeça ao cair "da banda" que levou de JAIRINHO; Que ao retornarem à sala,
após o banho, a declarante notou um roxo em um dos joelhos de HENRY, perguntando ao
menino "o que é isso?", ao que HENRY respondeu que, ao cair após levar a "banda",
machucou o joelho e a cabeça; Que neste momento, a declarante, se retratando de seu termo
de declaração anterior sobre nunca ter visto marcas de violência no menino, confirma que
viu um roxo no seu joelho e também que estava mancando; Que, quando a declarante relatou
a dor na cabeça da qual HENRY reclamava e em seguida mandou uma fotografia do joelho
do menino, MONIQUE lhe pediu para que pegasse o telefone de HENRY e, a partir deste,
ligasse de vídeo para ela, MONIQUE; Que a declarante assim agiu e presenciou quando
HENRY narrou os mesmos fatos, por chamada de vídeo, à MONIQUE; Que HENRY, por

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chamada de vídeo, relatou à mãe as agressões sofridas, exatamente como havia feito à
declarante, pedindo que MONIQUE chegasse logo; Que MONIQUE pede então que a
declarante apague as mensagens de seu celular, para caso JAIRINHO quisesse pegar o
aparelho; Que, naquele momento, a declarante apagou pontualmente somente algumas
mensagens, mas não a conversa inteira; Que em seguida, JAIRINHO retornou ao
apartamento, visivelmente exaltado, questionando o menino "HENRY, O QUE FALOU PRA
SUA MÃE", "VOCÊ GOSTA DE VER SUA MÃE TRISTE COM O TIO?", "VOCÊ MENTIU
PRA SUA MÃE?", Que HENRY, que estava no colo da declarante, respondia, acuado, que
não havia falado nada, que não havia feito nada; Que então, JAIRINHO passou a perguntar
à declarante "ELE LIGOU? O QUE VOCÊS FALARAM?", Que a declarante pediu para que
JAIRINHO se acalmasse, momento em que o mesmo começou a tentar tirar HENRY do colo
da declarante, estendendo as mãos e o chamando insistentemente, mas o menino não quis ir,
se encolhendo no colo da declarante; Que, em seguida, a declarante sentou-se ao chão com
HENRY para acalmá-lo; Que JAIRINHO ficou em pé; Que a declarante incentivar HENRY a
dizer o que havia ocorrido, sendo que, neste momento, na presença de JAIRINHO, HENRY
confirmou que havia ligado para a mãe e dito que JAIRINHO havia lhe agredido; Que
JAIRINHO, então, começou a falar a HENRY que ele não poderia mentir para a mãe dele,
que ele "ficava triste"; Que JAIRINHO se afastou, a declarante terminou de arrumar as
coisas de HENRY e desceu com este, tendo deixado JAIRINHO no apartamento; Que, cerca
de cinco minutos após a declarante ter descido, MONIQUE chegou; Que MONIQUE pediu
para que a declarante entrasse com HENRY no carro dela para darem uma volta; Que,
perguntada quanto tempo se passou, desde que começou a narrar o episódio a MONIQUE,
até ela retornar, a declarante afirma que foi bastante tempo, já que acredita que começou a
contar para MONIQUE por volta de 16:10H, sendo que esta só retornou por volta de
19:00H; Que, assim que entraram no carro, MONIQUE disse à declarante: "nossa, eu vim
rápido, ainda borrei minha unha, me conta, Thayna, o que que aconteceu?"; Que a
declarante, novamente, narrou tudo que havia ocorrido; Que, segundo a declarante,
MONIQUE se mostrou nervosa e começou a perguntar a HENRY, sendo que este confirmava
com a cabeça, ou seja, confirmava que havia sido agredido por JAIRINHO; Que, assim que
voltaram ao condomínio, sendo certo que esta "volta de carro" foi apenas ali no Cidade
Jardim mesmo, MONIQUE deixou a declarante com HENRY no carro e subiu sozinha; Que
pouco tempo depois MONIQUE desceu com os pertences da declarante, bem como com as
malas, dela e de HENRY, as quais já estavam prontas porque eles, JAIRINHO, HENRY e
MONIQUE iriam viajar no fim de semana por conta do carnaval; Que MONIQUE disse à
declarante que iria para Bangu e se propôs a deixar a declarante perto de sua residência, na
Taquara; Que, perguntada se se lembra do que conversaram no caminho, até ser deixada
perto de casa, a declarante responde que lembra-se que MONIQUE estava nervosa e que
dizia que havia voltado para casa muito rápido, porém não lembra de detalhes; Que a
declarante esclarece que a distância entre sua casa e o Majestic é pequena, que demora
apenas cerca de 06 minutos de carro; Que a declarante afirma que MONIQUE a deixou
perto de casa, especificamente em um posto de gasolina situado na esquina de sua casa; Que
na noite do dia 12 de fevereiro, ROSANGELA ligou para a declarante para perguntar o que
havia acontecido, ocasião em que a declarante contou a ela que HENRY havia reclamado
que tinha apanhado de JAIRINHO; Que, apesar de MONIQUE ter dito que iria a Bangu, no
dia seguinte, a partir dos Stories do Instagram, a declarante viu que MONIQUE e JAIRINHO
estavam juntos em Mangaratiba; Que em tais Stories, MONIQUE e JAIRINHO aparentavam
estar bem um com o outro, carinhosos, o que, inclusive, causou estranheza na declarante;

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Que a declarante voltou a trabalhar, pelo que se recorda, porém não tem certeza, na
quarta-feira de cinzas; Que, quando voltou, tudo estava bem, sendo que HENRY contou à
declarante que só foi para Mangaratiba no último dia da viagem, o que foi confirmado por
MONIQUE; Que MONIQUE não falou nada sobre o que havia ocorrido e a declarante
também não tocou no assunto; Que no mesmo dia em que retornou ao trabalho, a declarante
encontrou, em cima da cama do quarto de hóspedes, um exame de raio-x em nome de
HENRY, tendo a declarante perguntado a MONIQUE do que se tratava; Que MONIQUE
disse à declarante que HENRY estava reclamando de dores no joelho, razão pela qual o
levou para fazer um exame, mas que "não era nada"; Que, passados alguns dias, a
declarante perguntou à MONIQUE quando seu tio poderia ir até o apartamento para fazer
um orçamento referente às câmeras de monitoramento que haviam comentado durante o
diálogo do dia 12 de março; Que MONIQUE respondeu que teria que ver, mas não deu muita
importância ao assunto; Que nos dias que se seguiram, a declarante chegou a, mais uma vez,
falar com MONIQUE sobre a colocação das câmeras, ao que a mesma novamente se
esquivou, dizendo que havia esquecido, mas que iria ver; Que então, e declarante não mais
tocou neste assunto; Que, pelo que a declarante se recorda, na semana seguinte, MONIQUE
foi à psicóloga; Que, nesta ocasião, a declarante e HENRY foram juntos; Que MONIQUE
deixou a declarante e HENRY na casa da avó materna, ROSANGELA, e seguiu para a
consulta; Que, enquanto estava na casa da avó materna, esta veio lhe perguntar sobre o que
havia acontecido; Que a declarante contou tudo à ROSANGELA, avó de HENRY; Que
ROSANGELA ficou assustada e ficou indagando para saber se HENRY estava ou não
mentindo; Que a declarante, inclusive afirmou que HENRY estava mancando, com dor na
cabeça e com um roxo, porém não quis insistir muito no assunto, porque ficou com medo de
MONIQUE achar que ela estava fazendo "fofoca" para a mãe; Que, neste momento,
perguntada se acha que existe alguma possibilidade de HENRY ter mentido a declarante
afirma que NÃO, até porque viu as marcas dos machucados; Que MONIQUE retornou, todos
almoçaram e voltaram para o Majestic, sendo que não tocaram mais no assunto; Que, nos
dias que se seguiram, a declarante não observou nada de anormal, até que aconteceu de
novo; Que, quanto ao terceiro episódio, a declarante não se recorda exatamente a data,
porém acredita que tenha sido na última semana de fevereiro; Que, desta vez, JAIRINHO
também chegou excepcionalmente mais cedo do trabalho; Que, em casa, estavam apenas a
declarante e HENRY, já que MONIQUE estava na academia; Que, assim que chegou
JAIRINHO chamou HENRY para o quarto do casal; Que HENRY foi e, logo depois, a
declarante foi chamá-lo; Que declarante bateu na porta e ninguém respondeu; Que, cerca de
três minutos depois, a porta abriu e a declarante viu HENRY; Que, perguntada se ficou
esperando a porta se abrir, a declarante respondeu que sim; Que a declarante perguntou
imediatamente o que havia ocorrido a HENRY, mas ele relutou em responder num primeiro
momento; Que a declarante insistiu em perguntar, até que HENRY disse que havia caído da
cama, mas a declarante pode perceber que HENRY ESTAVA VISIVELMENTE INTIMIDADO
e, logo em seguida, falou que estava com a cabeça doendo; Que a declarante então
perguntou ao próprio JAIRINHO o que havia acontecido e especificamente se HENRY havia
caído da cama, sendo que JAIRINHO respondeu que NÃO, ou seja, que HENRY não havia
caído; Que a declarante levou HENRY para a cozinha e para comerem bolo; Que, enquanto
HENRY comia bolo, a declarante viu que HENRY estava com uma marca roxa no braço e,
novamente, perguntou o que tinha acontecido; Que HENRY disse, novamente, que havia
caído da cama, sendo que a declarante seguiu insistindo, mas HENRY começou a falar do
bolo, visivelmente saindo do assunto e não querendo falar mais nisso; Que logo em seguida,

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quando a declarante ainda estava na cozinha com HENRY, MONIQUE chegou; Que a
declarante então disse à MONIQUE que havia acontecido novamente, que JAIRINHO havia
chegado e chamado HENRY para o quarto do casal, tendo o menino atendido e a porta sido
fechada; Que a declarante contou a MONIQUE que quando HENRY saiu do quarto do casal,
perguntou o que havia ocorrido, tendo o menino respondido que caiu da cama, tendo a
declarante narrado ainda que o mesmo estava com a cabeça doendo e com o braço
machucado; Que então MONIQUE perguntou "HENRY, É VERDADE? VOCÊ CAIU DA
CAMA?"; Que a declarante não ouviu a resposta de HENRY a MONIQUE, pois já havia
pego suas bolsas e estava indo embora; Que, perguntada a razão de ter ido ao quarto, assim
que JAIRINHO chamou HENRY, a declarante respondeu que foi porque já havia presenciado
dois episódios assim, em que HENRY havia saído machucado do quarto, após ficar trancado
lá com JAIRINHO; Que nos próximos dias a declarante não notou nada de anormal, até que,
em 08 de março de 2021 a declarante soube da morte de HENRY; Que, perguntada como
soube da morte de HENRY, a declarante falou que, ao contrário do que disse em seu
primeiro termo de declaração, quem ligou para ela foi THALITA, irmã de JAIRINHO, que
lhe informou que HENRY havia passado mal e faleceu; Que a declarante disse que
perguntou: "como assim, passou mal e morreu? É uma criança"; Que THALITA confirmou
que HENRY tinha passado mal e morrido e logo desligou o telefone; Que, então, a declarante
mandou mensagem à MONIQUE, porém esta não respondeu; Que, cerca de três dias depois,
após a declarante já ter mandado algumas mensagens, finalmente MONIQUE respondeu
agradecendo a declarante por ter cuidado de HENRY; Que, perguntada se foi ao enterro de
HENRY, a declarante respondeu que não, nem ela nem ROSANGELA, a empregada; Que se
passaram alguns dias e a declarante recebeu uma ligação de THALITA, irmã de JAIRINHO,
perguntando se ela, declarante, poderia ir no escritório de um advogado no dia seguinte,
tendo a declarante respondido que sim; Que, no dia seguinte, a declarante foi até a casa de
THALITA, sendo recebida por sua mãe, MARIA LUCIA HELENA DE OLIVEIRA, que é babá
de THEO, filho de THALITA; Que, neste dia, a declarante não viu ninguém; Que lá
encontrou ROSANGELA e pouco depois chegou o motorista que as levou até o escritório do
Dr. ANDRE, advogado de JAIRINHO, no centro do Rio de Janeiro; Que não conversaram
sobre o que aconteceu no decorrer do caminho; Que ao chegar no escritório, primeiro
ROSANGELA entrou sozinha para falar com o advogado; Que, assim que ROSANGELA
entrou, MONIQUE abriu uma porta e chamou a declarante; Que a declarante não sabia que
MONIQUE estaria no escritório; Que MONIQUE lhe disse: "vem cá, não fica sozinha aí
não"; Que, então, a declarante entrou em outra sala com MONIQUE; Que MONIQUE então
começou a falar para a declarante que quando ela fosse depor em sede policial era para ela
falar que NUNCA HAVIA VISTO NADA, QUE NUNCA HAVIA OUVIDO NADA E QUE ERA
PARA APAGAR TODAS AS MENSAGENS; Que, perguntada se MONIQUE especificou sobre
o que falava, a declarante disse que sim, que MONIQUE mandou a declarante não relatar
nada, nem sobre as brigas do casal, nem sobre as agressões que HENRY sofreu; Que a
declarante se sentiu intimidada naquele momento, já que MONIQUE falou de forma
impositiva; Que, apesar de a porta estar aberta e os cômodos serem próximos e com
divisórias transparentes, no momento em que MONIQUE mandou a declarante não relatar
nada do que sabia, estavam apenas as duas, ou seja MONIQUE e a declarante; Que
MONIQUE mandou que as declarante apagasse logo as mensagens, razão pela qual a
declarante as apagou com MONIQUE ainda no interior da sala, tendo "limpado a conversa",
não só com MONIQUE, mas também com JAIRINHO; Que, perguntada se havia algo de
relevante em alguma conversa com JAIRINHO, respondeu que não; Que, logo em seguida,

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Dr. ANDRE chegou, tendo, no cômodo, ficado Dr ANDRE, MONIQUE e a declarante; Que
Dr. ANDRE iniciou a conversa falando de Deus, que era católico como a declarante e
perguntando se a declarante colocava a "mão no fogo" por JAIRINHO e MONIQUE; Que a
declarante falou que não, que só colocaria a "mão no fogo" por ela própria; Que, então, Dr.
ANDRE falou que não poderia ser assim, que ela, por acreditar em Deus, tinha que falar
"para o mundo" o quão pessoas boas eram MONIQUE e JAIRINHO; Que então Dr. ANDRE
começou a insistir para que a declarante desse uma entrevista a uma emissora de televisão
que estava no escritório; Que a declarante não queria, mas Dr. ANDRE insistiu muito, até
que a declarante concordou, desde que não aparecesse seu rosto e sua voz fosse
descaracterizada; Que, perguntada se a equipe da emissora viu JAIRINHO e MONIQUE no
escritório, a declarante disse que não, já que eles estavam em outro cômodo; Que, ainda
sobre a entrevista, Dr. ANDRE veio com as perguntas que a declarante deveria responder, já
falando quais deveriam ser suas respostas, por exemplo, falava: "vão te perguntar sobre a
relação entre JAIRINHO e HENRY, você vai falar que era boa, né?"; Que, apesar de a
declarante não se lembrar exatamente das perguntas, pode afirmar que eram as mesmas que
lhe foram feitas pela equipe de reportagem, bem como que, em cada uma das perguntas que
Dr ANDRE lhe disse que seriam feitas, ele também já apontava a resposta; Que, logo em
seguida, Dr. ANDRE também falou que a declarante iria prestar declarações em sede
policial e que ela deveria falar as mesmas coisas que falou na entrevista; Que, enquanto
aguardava pela entrevista, já na sala do meio do escritório, ROSANGELA e a declarante
ficaram conversando, ocasião em que esta disse a declarante que com ela foi a mesma coisa,
ou seja, que ela teve a mesma orientação e ainda acrescentou que "seria fácil" porque o Dr.
ANDRE já havia falado o que era para dizer; Que a declarante deu a entrevista conforme foi
orientada; Que a declarante deu a entrevista depois de ROSANGELA; Que, finda a
entrevista, a declarante foi embora, sendo que o motorista num ponto de ônibus para que
fosse buscada por seu noivo, ERICK MACHADO PIGLIASCO; Que poucos dias depois, mas
a declarante não se lembra ao certo, THALITA, irmã de JAIRINHO, ligou para a declarante
pelo WhatsApp; Que THALITA pediu a declarante para que fosse até sua casa no mesmo dia,
porém, como a declarante não podia, ficou certo de que iria até na sexta-feira, porém não se
lembra a data; Que, conforme combinado, a declarante foi até a casa de THALITA na
sexta-feira; Que a casa de THALITA é a mesma em que mora o Coronel JAIRO e sua esposa,
Dona MANUELLA; Que a declarante chegou por volta de 15:00H e foi recebida pela própria
THALITA; Que foram para a área externa, localizada atrás da casa, onde se sentaram no
chão; Que THALITA pediu para que a declarante contasse tudo o que sabia; Que a
declarante, então, começou a contar, porém, quando ainda estava narrando as
circunstâncias da segunda ocasião em que JAIRINHO agrediu HENRY, THALITA mandou
que a declarante parasse de contar; Que a declarante sabia que seu depoimento em sede
policial estava próximo e que queria falar a verdade, pois estava com medo, porém
THALITA, então, disse para a declarante não ser JUÍZA DO CASO DO IRMÃO DELA, que
"MENOS É MAIS", dando a entender que não era para a declarante falar tudo que sabia,
que todos já estavam sofrendo muito; Que, neste momento, THALITA perguntou à declarante
se havia alguma conversa armazenada em seu celular; Que a declarante informou a
THALITA que não tinha o costume de apagar suas mensagens; Que THALITA disse à
declarante que MONIQUE contou sobre a existência de mensagens no celular da declarante,
sem mencionar o teor; Que MONIQUE disse a THALITA que já teria apagado tais
mensagens de seu próprio celular, e não sabia se a declarante já havia apagado do seu; Que
a declarante confirmou a THALITA que já havia apagado as mensagens com MONIQUE e

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JAIRINHO de seu celular; Que, logo em seguida, THALITA já se levantou e já foi


acompanhando a declarante até o portão que dá acesso à rua; Que a declarante esclarece
que foi a pé com sua mãe à casa de THALITA, porém sua mãe não participou desta conversa,
já que ficou do lado de dentro da casa; Que alguns dias depois a declarante foi intimada a
comparecer nesta Delegacia Policial para o primeiro depoimento; Que, tal como havia sido
orientada por Dr. ANDRE, a declarante ligou para CRISTIANE, que é assessora de
JAIRINHO para avisar qual seria a data e horário; Que CRISTIANE disse que quem
acompanharia a declarante seria o Dr. VINICIUS; Que a declarante deseja acrescentar que
CRISTIANE também estava no escritório quando deu entrevista e que, na ocasião, também
tinha se colocado à disposição e falou para a declarante ligar para ela caso acontecesse
qualquer coisa; Que, após ter falado com CRISTIANE, THALITA ligou para a declarante e,
nesta ocasião, reforçou tudo o que já havia dito, reafirmando que a declarante devia falar o
mínimo em seu depoimento, que "o menos é mais", que daria tudo certo; Que no dia 24 de
março compareceu nesta Delegacia Policial e, perguntada sobre a razão de ter mentido em
seu primeiro depoimento, a declarante respondeu que mentiu por medo, já que, por ter visto o
que JAIRINHO tinha feito contra uma criança, ficou com medo que algo também pudesse
acontecer com ela própria; Que a declarante, quando soube do tipo de lesão que HENRY
tinha sofrido quando morreu, logo associou às agressões que JAIRINHO cometia contra o
menino; Que a declarante também ficou com medo por conta de a sua mãe, HELENA, ainda
trabalhar para a família de JAIRINHO; Que, perguntada sobre a profissão de seu noivo,
ERICK, a declarante disse que este se encontra desempregado, mas que trabalhou na
secretaria de esportes do município do Rio de Janeiro, em indicação realizada por
JAIRINHO; Que ERICK saiu da secretaria quando acabou o mandato de CRIVELLA; Que a
função de ERICK era trabalhar na prestação de contas e a remuneração era de R$2700,00 já
com os descontos, portanto, líquido; Que a mãe da declarante trabalha como babá de THEO
há dois anos; Que o tio da declarante, GUILHERME SANTOS, também trabalha para
JAIRINHO, sendo seu assessor pessoal; Que a declarante tem mais uma tia, SUHEIDA
D`ÁVILA, que também já trabalhou na prefeitura do Rio de Janeiro por indicação de
JAIRINHO, porém também saiu quando terminou o mandato de CRIVELLA; Que,
perguntada se já trabalhou, em alguma outra ocasião ou função, para a família de
JAIRINHO ou por indicação deste, a declarante afirmou que já trabalhou na última
campanha; Que a declarante afirma que não recebeu qualquer compensação financeira para
mentir quando prestou seu primeiro depoimento em sede policial sobre este caso; Que,
perguntada se alguém entrou em contato com a declarante para perguntar ou orientar sobre
este segundo depoimento, respondeu que não; Que, perguntada se a mãe da declarante foi
trabalhar na casa de CORONEL JAIRO após a prisão de JAIRINHO e MONIQUE, a
declarante disse que sim, bem como que MANUELLA e THALITA chegaram a perguntar pela
declarante, porém, pelo que lhe foi informado, sua mãe respondeu a elas que a declarante só
chorava e estava disposta a contar a verdade; Que, perguntada se alguém ligou ou chegou a
procurar a declarante diretamente, ou se mandou algum recado por interposta pessoa,
respondeu que não; Que, perguntada se já ganhou algum presente ou dinheiro de JAIRINHO,
MONIQUE ou seus respectivos familiares, que não tenha sido por seus serviços de babá
prestados, ou na campanha, respondeu que sim, que ganhou uma cama, de MONIQUE,
quando enviou o convite de noivado a JAIRINHO e MONIQUE; Que o noivado da declarante
foi no dia 13 de fevereiro de 2021, portanto, um dia depois do episódio em que JAIRINHO
agrediu HENRY; Que, perguntada sobre quando ganhou a cama, a declarante disse que foi
antes do noivado, logo depois de ter mandado o convite, porém esta só foi entregue após o

Data da impressão: 13/04/2021 Página 08/09


TERMO DE DECLARAÇÃO
Controle Int.: 045010-1016/2021 Procedimento: 016-02930/2021

Data: 13/04/2021 às 00:47

noivado; Que, perguntada sobre a data em que ganhou a cama, a declarante disse que não
sabe; Que perguntada se foi depois do primeiro episódio de violência que narrou nestas
declarações, respondeu que sim; Que, perguntada sobre o valor da cama, a declarante disse
que foi cerca de R$1.300,00 (mil e trezentos reais); Que, perguntada se contraiu alguma
dívida ou realizou alguma compra de valor mais significativo ultimamente, a declarante disse
que fez um financiamento no banco Santander, porém este está atrasado e foi contraído em
novembro de 2020, portanto antes de começar a trabalhar como babá de HENRY; Que,
perguntada sobre o apartamento em que reside, a declarante disse que se trata de imóvel
alugado desde dezembro de 2020, pagando a importância de R$1.050,00 (mil e cinquenta
reais), por acordo, já que pelo contrato seriam R$1.150,00, bem como o valor de R$300,00
(trezentos reais) a título de condomínio; Que, perguntada se está empregada, a declarante
respondeu que não; Que, perguntada sobre qual era sua remuneração, a declarante
respondeu que ganhava R$2.300,00 (dois mil e trezentos reais); Que, perguntada sobre quem
paga sua graduação em psicologia, o qual cursa na Estácio, disse que são seus pais; Que,
perguntada se recebeu mais algum valor, já que não mais presta serviço de babá, respondeu
que apenas recebeu os valores relativos ao tempo que trabalhou;
Nada mais havendo, mandou a Autoridade Policial encerrar o presente Termo que, lido e
achado conforme, assina com o(a) Testemunha.

Eu, RODRIGO DOS SANTOS MELO, escrivão nomeado para este ato, matrícula
5.022.454-9, o lavrei e assino.

EDSON HENRIQUE DAMASCENO RODRIGO DOS SANTOS MELO


Delegado(a) Titular - 946.478-5 Inspetor de Polícia - 5.022.454-9

THAYNA DE OLIVEIRA FERREIRA


Testemunha

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