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COLEGIADO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO HANDEBOL


PROFª ANA GABRIELA ALVES MEDEIROS

POSICIONAMENTO NO HANDEBOL

Nesta representação temos os seguintes postos específicos:

A. Armador esquerdo (ou lateral esquerdo);

B. Armador central;

C. Armador direito (ou lateral direito);

D. Ponta direita (ou extremo direito);

E. Pivô;

F. Ponta esquerda (ou extremo esquerdo).

G. Goleiro.

Armadores

Os armadores são os jogadores com maiores possibilidades de


deslocamentos e espaços de atuação, devido ao fato de estarem em postos
específicos geralmente mais distanciados dos defensores. Comumente atuam
nas equipes três armadores (esquerdo, central e direito), quando da utilização
do sistema ofensivo 3:3 (ou clássico); em situações específicas do jogo com
dois pivôs as equipes podem apresentar apenas dois armadores (esquerdo e
direito).

Estes também são os atacantes que podem utilizar o maior número de


meios técnico-táticos, individuais e coletivos, para o próprio êxito ou para
proporcionar situações favoráveis para os demais companheiros, como:
cruzamentos, fintas e mudanças de direção das trajetórias. Essa gama de
possibilidades exige dos jogadores um amplo repertório de ações motoras,
como os passes e os deslocamentos de diversas formas, para sobrepor os
adversários que devem ser percebidas e correspondidas pelos companheiros.

Posicionados em maiores distâncias em relação ao gol adversário, os


armadores são responsáveis pela elaboração do jogo ofensivo, desde a sua
iniciação até a finalização de períodos ofensivos. Atualmente costuma-se
atribuir ao armador central a responsabilidade de coordenação ofensiva, como
posicionar o pivô em determinada região do ataque e solicitar aos demais
atacantes que executem determinados meios táticos ofensivos para
manutenção da posse de bola ou criação de situações favoráveis aos demais
atacantes, como a superioridade numérica.

Oliver Coronado & Sosa González (1996) sugerem que os armadores


apresentem boas capacidades de executar suas ações em posse ou não da
bola, como os deslocamentos, assim como realizar bons passes, recepções,
dribles, arremessos e fintas.

Os armadores possuem múltiplas funções que são desempenhadas de


acordo com o desenvolvimento tático do jogo ofensivo. Poderão atuar como
finalizadores, em situações nas quais os pontas ou os próprios armadores
executam ações combinadas que favoreçam as infiltrações ou arremessos de
longas distâncias. Podem assumir, também, a função de jogadores
responsáveis pelas assistências da equipe, como nas situações de defesas
abertas, nas quais o jogo com os pontas é facilitado e nos casos onde o pivô
busque bloquear constantemente, beneficiando a infiltração do armador a partir
de espaços produzidos na defesa propícios também ao jogo com o pivô.

Pontas

Os pontas, também chamados de extremos, são jogadores que atuam


pelas extremidades direita e esquerda da quadra, na segunda linha ofensiva,
próximos às respectivas linhas laterais. Geralmente, mas não exclusivamente,
podem posicionar-se em dois locais distintos: a) no fundo da quadra, próximos
à linha de fundo; ou b) próximo à linha dos 9 metros. Esse posicionamento será
determinado por fatores como o sistema defensivo adotado pela equipe
adversária ou pelo esquema tático ofensivo de sua equipe.

Em determinados esquemas táticos ou em situações durante uma


partida, os pontas podem receber atribuições diferenciadas quanto à função a
ser desempenhada, tais como:

 iniciar a circulação de bola da equipe com rapidez, conferindo ao


ataque maior velocidade e conseqüente desequilíbrio defensivo. Pode
ocorrer a partir de uma trajetória reta ou curva entre dois defensores ou
a partir de uma trajetória reta ou curva entre o defensor e a linha de
fundo da quadra;

 finalizar os processos ofensivos, gerados pelo constante desequilíbrio


defensivo ou por combinações de meios táticos ofensivos coletivos que
visam a aproximação de dois defensores para a produção de espaços
nas laterais da quadra;

 servir de apoio aos armadores em situações de desequilíbrio ofensivo


ou contra sistemas defensivos abertos.

Para Oliver Coronado & Sosa González (1996) os pontas devem possuir
boa capacidade de deslocamentos com e sem a bola, de passes e recepções,
de dribles, de arremessos e de fintas.

Quando recebem a bola em condições de finalização os pontas podem


adotar duas estratégias de arremesso, baseadas na direção do salto a ser
executado: a) em direção ao gol, que proporciona arremessos em menor
duração de tempo, ou seja, o atleta arremessa a bola com menor ângulo em
relação ao gol; e b) paralelo à linha de fundo e na direção do gol,
conseqüentemente, que objetiva obter melhor visão do gol e maior número de
opções de arremesso, dificultando a ação dos goleiros pela possível utilização
de um número maior de recursos por parte dos atacantes.

Pivô

O posto específico de pivô é especial em relação aos demais postos por


fatores como o posicionamento entre os defensores e a orientação desse
jogador na quadra (geralmente lateralmente ou de costas para o gol
adversário). Esse posicionamento desencadeia uma série de particularidades
técnico-táticas, que vão desde a diferenciação dos meios táticos individuais até
o planejamento de situações coletivas, tanto com os armadores quanto com os
pontas. O posicionamento básico do pivô é chamado de base, podendo ocorrer
de duas formas distintas: de costas para o gol e lateralmente em relação ao
gol.

O posicionamento de costas para o gol, com os pés formando uma linha


paralela em relação à linha da área, dificulta o giro do pivô para o arremesso,
porém, favorece as situações de bloqueio frontal dos defensores,
proporcionando arremessos de longas distâncias dos armadores. Já o
posicionamento lateral em relação ao gol, mais comumente encontrado,
caracteriza-se pelo apoio dos pés formando uma linha perpendicular à linha da
área, facilitam as situações de giro do pivô (após a recepção da bola) e os
bloqueios laterais, que favorecem a infiltração dos armadores.

Segundo Oliver Coronado & Sosa González (1996) os pivôs devem


possuir boa capacidade de atuação sem a posse da bola (criando linha de
recepção da bola, dificultando os deslocamentos dos defensores e criando
possibilidades para os demais jogadores) e com a posse da bola (atuando em
profundidade, atraindo defensores e dando continuidade ao jogo ofensivo).

A recepção de bola do pivô depende basicamente dos deslocamentos


dos armadores, dos defensores e dos próprios pivôs. As melhores condições
para a recepção da bola geralmente ocorrem: a) durante a flutuação dos
defensores, que acabam por gerar um espaço vazio propício à realização do
passe ao pivô, e b) durante a realização de um bloqueio lateral em um
defensor, no qual o armador aproveita a situação de bloqueio para deslocar seu
marcador.

Para que o pivô execute o arremesso em boas condições é necessário


desvencilhar-se da marcação (o que exige altos níveis de força desse jogador)
e girar em direção ao gol, posicionando-se de uma forma que possa obter êxito
na finalização. O giro que precede o arremesso deve ser efetuado com a maior
velocidade possível para que seja mais difícil de o marcador interromper sua
ação ofensiva ou roubar a bola, favorecendo às condições de equilíbrio para o
arremesso, buscando uma fase aérea que permita uma boa visibilidade do gol
e do posicionamento do goleiro.

Considerando que o pivô tenha executado o giro, o arremesso é feito em


uma condição particular, na qual a tomada de decisão requer um tempo
curtíssimo, devido: a) a visualização do gol ocorrer apenas após o giro,
geralmente em desequilíbrio; b) o tempo curto para que o pivô observe
atentamente o posicionamento e a atitude tomada pelo goleiro; c) a decisão do
local e da força com que a bola será arremessada.

O pivô também pode ser utilizado como um jogador “circulante” entre os


armadores da equipe, atuando momentaneamente distante da linha de 6
metros e participando, seja para continuar ou alterar a direção da circulação de
bola ou para chamar a atenção e interromper a seqüência de ações dos
defensores, provocando possíveis desequilíbrios no sistema defensivo
adversário.

Goleiro

Este jogador, dentro de sua área de gol, poderá tocar a bola com
qualquer parte do seu corpo, enquanto em tentativa de defesa. O goleiro pode,
também, deslocar-se em posse de bola dentro de sua área de gol sem
submeter-se às regras que se aplicam a outros jogadores nesta mesma
situação.

É proibido, porém, ao goleiro, que o mesmo atrase a execução do tiro de


meta.
O goleiro pode jogar, tanto em sua área quanto no restante do campo, como
um jogador de quadra. Enquanto fizer isto, o jogador estará sujeito às mesmas
sanções e aplicações da regra que cabem aos demais jogadores.

Para tal, é necessário que o jogador ao deixar de assumir a posição de


goleiro o faça saindo de sua área de gol SEM a posse de bola. O que
caracteriza essa ação é a passagem do corpo do atleta, pelo solo, sobre o lado
de fora da linha que delimita a área de gol.

Ações proibidas ao goleiro durante a partida de Handebol:

• Deixar sua área de gol de posse da bola e depois colocá-la novamente dentro
desta mesma área;

• Ao tentar efetuar uma defesa, submeter o adversário a perigo;

• Deixar a área de gol de posse da bola;

• Colocar a mão ou qualquer parte do corpo na bola ou puxá-la para dentro da


área, enquanto a mesma encontra-se fora da área de gol, parada ou rolando;

• Depois de ter assumido posição de jogador de quadra, voltar à posição de


goleiro entrando na área de gol com a posse;

• Durante a execução do tiro de 7 metros, ultrapassar para frente ou para os


lados a linha ou a projeção da linha dos quatro metros antes de a bola sair da
mão do jogador adversário.
FUNDAMENTOS TÉCINOS DO HANDEBOL

A técnica é o gesto ou movimento que deverá ser realizado pelo


praticante, atleta ou aluno, cujo objetivo é o de permitir dar continuidade e
desenvolvimento ao jogo (VOSER, 2002, apud TENROLER, 2004). Dentre os
gestos do handebol destacam-se: a empunhadura, o passe, a recepção, o
drible, o arremesso e a progressão (ritmo trifásico e duplo ritmo trifásico).

1- EMPUNHADURA

A empunhadura é o fundamento mais importante do handebol, pois ela é


a base para todos os outros fundamentos. É a forma de segurar a bola de
handebol com uma das mãos. A mesma deve ser segura com as falanges
distais dos cinco dedos abertos e com a palma da mão em uma posição
ligeiramente côncava. Observações: os dedos devem abarcar a maior
superfície possível da bola, os dedos devem exercer certa força (pressão) na
bola para que ela esteja bem segura. Sendo que a pressão exercida pelos
dedos polegar e mínimo é muito importante para o êxito da empunhadura.

2- PASSE

É a ação de entregar a bola ao colega de equipe. Tem como objetivo dar


sequência ao jogo, preparando o ataque, sendo um dos fundamentos que
precede ao arremesso. O passe pode ser classificado quanto à distância (curto,
médio ou longo), à trajetória (direto, picado/quicado ou parabólico), e quanto à
execução (por cima do ombro, quicado, em pronação, por trás do corpo, com
salto).

3- RECEPÇÃO

É o ato de receber e controlar ou dominar a bola. Pode ser feito com


uma ou duas mão, em movimento ou parado. No entanto, orienta-se que a
recepção deve ser realizada sempre com as duas mãos, para garantir a
eficiência em sua execução, as duas mãos devem estar paralelas e
ligeiramente côncavas para frente.

4- DRIBLE
É o movimento de bater a bola contra o solo com uma das mãos,
estando o jogador parado ou em movimento. Pode ser praticado no jogo: para
superar ou ultrapassar o adversário, iniciar um contra-ataque, organizar um
ataque, para conseguir um melhor posicionamento para o passe, progressão
ou arremesso.

5- ARREMESSO

É a ação de impulsionar a bola em direção ao gol, com o objetivo de


fazer o gol. Pode ser classificado quanto à distância (6 metros, 7 metros ou 9
metros ou mais), e quanto à mecânica corporal (em apoio, em suspensão, com
queda, com giro, com rolamento).

6- PROGRESSÃO

É a ação individual ou coletiva de progredir com a bola até o campo


adversário. De modo individual utiliza-se o ritmo trifásico ou duplo ritmo
trifásico, que se caracteriza na execução de três passos ou sete passos,
respectivamente. O duplo ritmo trifásico consiste em executar os três primeiros
passos com a posse da bola imediatamente após ter recebido a mesma, e
simultaneamente na execução do quarto passo o jogador terá que quicar a bola
no solo uma vez, tornar a empunhá-la e dar mais três passos com a bola
dominada. Ao final do sétimo passo ele terá obrigatoriamente que passar ou
arremessar a bola.

Os fundamentos técnicos do goleiro de handebol são: defesas altas,


médias, baixas, em "X", com o quadril, defesas com e sem quedas e
lançamentos. Quando o goleiro estiver fora de sua área, utiliza-se os seis
fundamentos praticados pelos jogadores de linha.

REFERÊNCIAS

CBHb – Confederação Brasileira de Handebol –


http://cbhb.mundozero.com.br/regulamento.html. Último acesso em 07/07/2016.

EHRET, Arno et al. Manual de Handebol. São Paulo: Phorte, 2002.


MENEZES, R. P. Modelo de análise técnico-tática do jogo de handebol:
necessidades, perspectivas e implicações de um modelo de interpretação das
situações de jogo em tempo real. 2011. 303f. Tese (Doutorado em Educação
Física)-Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 2011.

OLIVER CORONADO, J.F.; SOSA GONZÁLEZ, P.I. La actividad física y


deportiva extraescolar en los centros educativos: Balonmano. Ministerio de
Educación y Cultura, Consejo Superior de Deportes, Barcelona, 1996.

TENROLLER, Carlos Alberto. Handebol: Teoria e Prática. 2ª ed. Rio de


Janeiro: SPRINT, 2005.

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