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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
INSTITUTO JOAQUIM NABUCO DE PESQUISAS SOCIAIS
Reuniões realizadas de 20
a 24 de setembro de 1976
Recife-1977
SÉRIE CURSOS E CONFERÊNCIAS, 3
C.D.U. 39:061.3
S U M Á R I O
Pag.
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Apresentação
I m a g i n á r i o e L ó g i c a Moderna - M a r c e l o
Dascal . '11
Fernando Freyre
IMAGINÁRIO E LÓGICA MODERNA
Marcelo Dascal
(III) p ou q
não-p
Logo, q
V F
F V
V V V
F V V
V F V
F F F
Tal tabela tem quatro linhas (e não duas, co
mo no caso de 'não') porque temos aqui duas'
proposições independentes ( p , q ) , ou seja,qua_
tro combinações possíveis de valores-de-ver-
dade. São essas todas as combinações possí -
veis, e por isso a tabela nos ensina a compu-
tar, para qualquer caso possível, de forma
inequívoca, o Valor-de-verdade da proposição
composta. É nesse sentido que ela esgota to_
talmente o significado (lógico) de 'ou'.
12 - B a s t a l e m b r a r - s e das e l u c u b r a ç õ e s de Heidegger
s o b r e o n a d a , acima mencionadas.
*
Danielle Perin Rocha Pitta
*
Nelson Chaves
- . F a t o r e s n u t r i c i o n a i s na d e f i c i -
ência mental. Boletin del Instituto Intera-
mericano del Niño, Montevideo, 49(19 2) :37-67,
mar. 1975.
166-188.
*
Jean Duvignaud
Jean Duvignaud
Vamos hoje considerar questões práti-
cas e técnicas que correspondem "a análise
que se pode dar dos fenômenos imaginários
e da experiência concreta que eles impli-
cam .
0 1º ponto será para lembrar que a-
quilo que chamamos fenômeno imaginário se
acha sempre enraizado em grupos estreitos.
Quero dizer com isso que nenhum dos fenôme-
da estética sai normalmente da macros_
sociologia, isto é, do estudo da vida dos
grandes conjuntos sociais, mas se enraiza,
nasce, sempre, em grupos estreitos, gru-
pos particulares, parciais, que correspon-
dem aquilo que se chama de microssóciolo-
gia. E é a partir desses pequenos grupos
que a divulgação das matrizes criativas po-
dem se desenvolver. Desejaria dar aqui al-
guns exemplos do que acabo de dizer. Evo-
car, por exemplo, esta escala quase micros_
cópica na qual nasceu a maior parte dos
pensamentos de criação que conhecemos. Evo-
quei, ontem, uma obra de Jorge Dubie: "0
tempo das catedrais" que acaba de ser pu-
blicado na França e que mostra, com grande
lucidez, como as grandes formas da arte sa-
grada, no Ocidente, tiveram sempre por cen-
tro de radiação o quadro muito estreito dos
mosteiros, dos conventos, onde se realiza-
vam reuniões de clérigos, padres, etc.
Em geral, é praticamente impossível
arrancar formas de expressão a esses meios
estreitos nos quais elas são concebidas. É
na comunhão intensa, na hostilidade inten-
sa, no amor e no ódio, que separam ou reú-
nem as famílias, os clãs, os grupos, as al
deias, as cortes, que nascem as formas de
expressão que se desenvolvem numa polemica
viva de choque, de oposição, de encontro ou
de profunda comunhão. Ontem dei o exemplo
da corte de Luís XIV. Trata-se de um peque
no núcleo : alguns artistas (uns 40 ou 5 0 ) ,
um público muito restrito de 3.0 00 a 5.000
pessoas e que realizam em comum certa bata
lha por uma certa definição da arte. Daria
ainda o exemplo dos filósofos do século
XVIII que se reuniam em salões. Tratava-se
de um pequeno numero de homens que conse-
guiam difundir suas idéias. Tomemos também
o exemplo dos românticos, dos salões, das
cortes, das capelas: não existe nenhuma cria-
ção do imaginário que não esteja enraizada
em um grupo estreito. Quer dizer que de um
certo modo os pequenos grupos podem ser
considerados como nascedouros de criações
possíveis ou reais. E seria apaixonante e-
os pequenos grupos de pintores vin-
dos de todos. os países do mundo que se re-
encontram durante cerca de 20 anos, no "Ba-
teau la Croix" no Montparnasse, freqüentan-
do-se, vivendo entre si, elaborando no in-
terior do seu grupo uma das mais extraordi-
nárias transformações da imagem do homem.
Encontramos isso em todos os grupos, seja
no grupo dos surrealistas, seja, mais per-
to de nos, por exemplo, no grupo das revis-
tas, da "Nouvelle revue française", ou de
outra . revista contemporânea em que se
trate de uma forma de expressão mais liga-
da à literatura, em que se trate justamen-
te de representações múltiplas e diversas
como as que foram vistas ontem. Que se tra
te também, já que falaremos disso daqui a
pouco, de sonhos, como modo de expressão i-
maginária; estes estão ligados também a gru-
pos de famílias particulares. Não é outra
coisa senão isto que Freud expressa quando
evoca Édipo. Isto é, a relação entre as fa-
mílias próximas.