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Apocalipse 1. (Introduçao ao Livro)

PARA MOSTRAR AS COISAS QUE EM BREVE DEVEM ACONTECER


O Livro do apocalispse divide suas mensagens em duas partes: “as coisas que

são” e as “que hao de acontecer”.1 Descreve a situacao real das sete igrejas da

Asia e ao mesmo tempo em que usa o mesmo cenario para descrever a situacao

de todas igrejas cristas que iriam surgir no futuro. As profecias não surgem

como meras previsões para satisfazer a curiosidade humana, mas para revelar as

acções de Deus na história e as coisas que hão de acontecer para que o povo

esteja preparado para cooperar com Deus não obra que lhes cabe realizar e ser

salvo. Como o próprio texto diz: “para mostrar as coisas que em breve devem

acontecer” 2

No contexto dos livros do Novo Testamento diríamos que o Apocalipse seja “a

conclusão das revelações divinas ao homem.”3 Mas isso não exclui o Dom de

Profecia apresentado por Joel 2:28, como vemos no caso do ministério de Ellen

G. White.

Falando sobre os livros apocalípticos, Champlin afirma Daniel e Apocalipse “…

foram produzidos pelas comunidades judaicas e cristã, são messiânicos em sua

natureza. Descrevem as mais prodigiosas tragédias, embora também narrem

para nós o fato que haverá um Messias, um Salvador, o qual corrigirá todos os

erros. (p.353)

1
Comentario Biblico de Mathew Henry, p.2
2
Apocalipse 1:1 (ARA)
3
Comentario Biblico Moody p.2

2
PARA OS MARTIRES E SOFREDORES DE CRISTO
O argumento mostrado nesse livro mostra que ele foi escrito para os “irmãos

de João” que também estavam em “tribulação” como ele próprio estava. “ Eu,

João, irmão vosso e companheiro na tribulação” v9 (Versão ARA) .

E hoje também sua mensagem é direccionada aos que por viverem

piedosamente em Cristo Jesus passam por tribulações·. O Apocalipse é

revelaçao de Jesus, um dos Consoladores da Divindade, quando Jesus disse aos

discipulos que enviaria outro Consolador estava afirmando que ate aquele

momento, Ele proprio era um, e era o primeiro na sequencia, o segundo seria o

Espirito Santo. Isto reforça o facto de que o apocalipse alem “mostrar as coisas

que em breve devem acontecer” se reveste um consolo vindo dAquele que foi

preparar-nos lugar e que ministra por nos no Santuário celeste 4. Deve ser a

maior consolação durante as perseguições por causa “da palavra e do

Testemunho de Jesus Cristo”5 . O próprio autor do apocalipse afirmou “Eu

estarei permanentemente convosco, ate o fim dos tempos” 6 Todas estas coisas

devem dar -nos animo para enfrentar as dificulad E para os que estao nas

tribulacoes hoje, e vivem no medo dos cenarios do fim, o apocalipse é uma

revelacao de um Consolador para estes.

As profecias muitas vezes são escritas para consolar um povo que esta em Crise,

o consolo não esta nas meras descricoes dos eventos profeticos, mas nas

accoes de Deus durante a ocorrencia desses eventos.

Por esta razao se tem acreditado que o Apocalipse seja um livro de consolo e

não de terror como muitos conjecturam. O livro apresenta a caminhada do

remanescente no “vale da sombra da morte”7 e mostra que “o Senhor esta com

ele” ate a nova jerusalem e a nova terra.

4
Jo 14:1-2 e Heb 8:1-2 versao Almeida Revista e Atualizada
5
Apocalipse 1:9 palavras de Joao. (V- ARA)
6
Mateus 28:19-20 versao King James Atualizada
7
Salmos 23:4

3
APOCALIPSE -DIFICIL OU NÃO ? A LINGUAGEM DO LIVRO
Não devemos ter medo das mensagens do livro de Apocalipse. Um certo Sir.
Charles, afirmou: “Desde a era mais remota da Igreja, tem se admitido
universalmente que o Apocalipse é o livro mais difícil de toda a Bíblia" 8.

Bom, o que torna o livro dificil em muitos casos são os principios utilizados

para interpretar os simbolos e a mensagem que o livro traz. Mas não

necessariamente, que o livro em si seja um misterio insondavel, por isso o texto

inicia sua apresentacao mostrando claramente a natureza do livro “revelacao de

Jesus”. Moody afirmou, que Calvino, e Lutero , assim como muitos outros,

evitavam estudar o apocalipse devido a sua complexidade de compreensao,

mas as vezes algns aspectos são tidos como dificeis por quena altura em

questao ainda se tem um conhecimento da luz, mas sabemos entretanto que

por a Revelacao ser progressiva , que o sentido de muitas passagens vai sendo

entendido ao longo dos tempos, Como disse Russel Champlin: “na medida em

que os a co n te c im en to s se av iz in h am , o s e n tid o d e s s a s profecias to

rn a-s e mais e mais cla ro”9 assim sendo, a complexidade que se verificava

antes, vai desaparecendo dando luz a uma Verdade simples mas penetrante

como uma espada afiada de dois gumes, portanto, o apocalipse não é

necessariamente dificil em sua essencia. Jesus não daria revelacoes dificeis

sendo que quando esteve entre nos usava parabolas para tornar claro o

sentido de muitas verdades que doutra maneira não poderiam ser entendidas.

O mesmo Jesus não mudou, Ele é o “o mesmo, ontem, hoje e para sempre”

(Hebreus 13:8) Seu metodo de revelacao continua o mesmo.

A inspiracao foi de Deus mas a linguagem presente no texto foi humana; o uso

do metodo historicista permitiu a compreensao do cumprimento das profecias

porque elas seguem o fluxo da Historia.10

8
Cit. Por Moody
9
RNChamplin, p. 363
10
Ranko Stefanovic, o livro do apocalipse, p.11

4
E fundamental compreender, que as profecias do Apocalipse, comecam sua

aplicacao, desde os dias do Profeta ate o fim dos seculos.

SEGREDOS ?
O Apocalipse não constitui-se um segredo por ser uma “revelacao” . Deus pode

se revelar de varias maneiras, como fez aos pais e aos profetas 11, mas nestes

dias se revelou pelo Filho. E o trabalho de Jesus era revelar o Pai 12 por ser a

“expressa imagem do Seu ser”13, uma vez que o Apocalipse é revelacao de Jesus

podemos concluir que o Apocalipse tambem revela o Pai.

Não é por acaso que muitas vezes, Deus é apresentado juntamente com Jesus.

(Ap5:9-10, 13,14: Ap 7:10, 15-17; 8:1 e 4; …) “O apocalipse revela Jesus Cristo-

Sua vida, morte, ressureicao e ministerio sumo-sacerdotal em favor de Seu

povo.”14

O livro esta relacionado estritamente com o Livro de Daniel, e com as profecias


de alguns profetas como Zacarias, Joel, Ezequiel, e outros mais, significando
que muitos recursos simbolicos apresentados no livro são do AT, deste modo,
não pode conter simbolos que não se percebam.

Os cenarios envolvidos nas descricoes do livro ocorrem no Santuario, e


obedecem uma estruturacao seguindo as festas judaicas15, terminando com a
uniao final entre, Deus, o Cordeiro e aqueles que tem o Seu nome na fronte 16

COMO ERA A ILHA DE PATMOS?


Temos algumas informacoes precisas de como era a ilha onde foi deportado o
velho profeta: Trata-se de uma pequena ilha do mar Egeu, uma das doze
conhecidas coletivamente como Dodecaneso ou Espórades do Sul. Fica cerca de
11
Hebreus 1:1 (cf)
12
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nos, cheio de graca e de Verdade, e vimos a sua gloria, gloria
como a do Unigenito do Pai” Joao 1:14-
13
“Ele, que é o resplendor da gloria e a expressao exata do Seu Ser, sustentando todas as coisas…” Heb
1:3
14
Ranko Stefanovic, livro do apocalipse, licao da escola sabatina, p.11, 1 trimestre
15
DOUKHAN, Jaqcques, secretos del apocalypsis.1 ed
16
Cf. Apocalipse 22:3 e 4

5
90 km a sudoeste das ruínas de Efeso, próximas de Kusadasi, cidade costeira da
atual Ásia Menor .

Em sua forma, Patmos se assemelha mais ou menos a uma ferradura ou a um


crescente lunar, com ambas as extremidades voltadas em direção ao continente
da Ásia Menor. Tem cerca de 16 por 10 km, e sua área é de 35 km2. É tão
pequena que seria completamente insignificante, não fosse o fato de ser
mencionada no primeiro capítulo do Apocalipse. Seu ponto mais alto, que fica a
pouco mais de 250 m acima do nível do mar, é o pico do chamado monte do
Profeta Elias (ver imagens, p. 813).

No passado, Patmos teve três portos, mas hoje só um deles está em uso, o
Scala. É um porto abrigado do vento, onde os navios ancoram na enseada, em
vez de ficarem amarrados num cais. Barcos menores vão até os navios e levam
para a praia os passageiros e a carga. Em terra, os turistas têm à disposição
diversos hotéis e bares, tavernas e restaurantes. A população é de 2.700
habitantes.

A ilha é montanhosa. Grande parte é coberta por rochas, e o solo árido é cheio
de rachaduras e escabroso. Patmos parece ser de origem vulcânica, e embora
haja algumas plantações locais, a produção é insuficiente; alimentos são
comprados de ilhas próximas. Poços e fontes fornecem água para uso diário e
tornam desnecessária a importação de água, embora algumas das ilhas vizinhas
não tenham tanta sorte.

Embora a terra não seja produtiva, há evidências de que no passado cresciam ali
palmeiras; antigamente a ilha era chamada de Palmosa. Hoje há alguns
pinheiros, oliveiras e árvores frutíferas.17

JOAO E O EXILIO EM PATMOS

 Assim como hoje, o nome Joao era um nome comum no meio do seu
povo e significava “YHWH é misericordioso”, Este é o filho de Zebedeu, o
discipulo amado.

 Joao foi exilado pelo imperador Domiciano (81-96) o primeiro imperador


que levou mais decididamente a ideia de ser adorado, chamava os
Judeus Cristaos de “Ateus”, persegiu muitos justamente por negarem

17
Comentario Biblico Adventista, p.67
6
adorar a ele, para Jeronimo(cit por Jacques Doukhan) , Joao foi exilado
(94 d.C) 14 anos depois da perseguicao aos cristaos gerada por Nero, e
foi liberado dois anos depois da morte de Domiciano no ano 96d.C 18, na
altura se cria que Domiciano fosse um “segundo Nero”, sobre seus
excessos lemos:

P romoveu ele a sua


«divindade» através de holocaustos públicos. Os espectadores
que v a iassem seu s g lad iad o re s eram e x e cu tad o s, sob a
alegação que tinham mostrado falta de respeito, para com sua
natureza divina. Os próprios cortesãos de Domiciano tinham
de chamá-lo «Senhor e Deus». Ao seu p ró p rio leito ele,
ridiculamente, chamava de «leito de um deus»; as festividades
por ele instituídas eram denominadas «banquetes sagrados», e
a té 0 peixe serv id o nesse s b an q u e te s era co n sid e rad o
«sagrado». (Ver 0 artigo de Donald MacFayden, The Occasion
of the Domitianic Persecution, American Journal of Theology,
xxiv, 1920, pág. 46 66 ‫־‬, quanto a detalhes a esse respeito
e depois cuidou de suas igrejas já em avancada idade. Domiciano foi
substituido por Nerva.

 O CBA, apresenta duas formas de exilio existentes naqueles tempos: (1) o


deportatio, ou exílio perpétuo em algum lugar isolado, juntamente
com a perda de propriedades e de outros direitos; e (2 ) o relegatio, ou
exílio por tempo limitado, ou talvez perpétuo, mas sem perda de
propriedades ou direitos.

Alguns autores divergem a quanto haver trabalhos forcados ou não impostos


em Patmos, e há divergencias a quanto ter existido ali minas ou pedreiras, mas
a verdade é que este lugar, era usado para deportar importantes figuras
(principalmente politicas) que cometessem algum crime contra o imperio
Romano. Dentro dos tipos de exilio existenetes na altura, o professor Doukhan
da a entender19 que Joao experienciou um exilio “deportatio”, seguramente a
intencao dos demonios de silenciar para sempre a “palavra de Deus, e o
testemunho de Jesus Cristo”, um dos motivos que exigiam o exilio, era o fazer
18
Jacques Doukhan p.98
19
DOUKHAN, p.9

7
proselitos a fe Crista, provavelmente para adorar o imperador, e Joao foi preso,
com certeza por causa da sua obra de evangelismo. Edwin R. McGregor relata
algo sobre o sofrimento que João provavelmente tenha suportado:

”[Patmos] sempre foi praticamente isolada do resto do mundo. [...] Não se


poderia ter encontrado uma prisão mais cruel no império romano para um
homem de 95 anos, de impulsos sociais plenamente desenvolvidos, de moral
refinada, inteligência cultivada e elevadas aspirações religiosas. Na estimativa
do tirano Domiciano, sua vida teria uma duração curta mas dolorosa, exposta às
severas privações e dificuldades de tal exílio" (Patmos the History of the
Kingdom of Heaven the True Church of Christ, p. 263). (McGregor cit por
CBA,p.69)

A historia aponta que Nerva concedeu liberdade a todos prisioneiros de Patmos


e permitiu que Joao fosse morar em Efeso, o seu lugar de habitacao antes do
Exilio, o bispo Policrato (130-196 EC) confirmara a presenca de Joao em Efeso
(cf. Doukhan,p9)

LIÇÕES DO EXíLIO
O termo “testemunha” que Joao, usa para se referir a si (cf. Ap1:2) no original é
“martys”, como diz, o professor Doukhan, ele estava privado de suas
propriedades, e privado da familia, dos amigos, e dos irmaos na fe, ele era
efectivamente um “martir”. Alias, era costume romano, considerar um “morto
em vida” quem fosse exilado a tal lugar.20

Porem, Ellen G. White declara: “Mesmo em Patmos, [ele] fez amigos e


conversos” (AA, 573). Tudo que homens ímpios e demônios combinaram fazer
para atrapalhar o testemunho de João não conseguiu impedi-lo de ser ouvido
por pecadores necessitados de um Salvador21

Assim, poderemos perder a nossa vida por causa da palavra de Deus ou do Seu
testemnho, mas seguramente, o Senhor providenciara um escape, e no final
tudo se resolvera.

20
CBA, P.6
21
CBA, cit Ellen White

8
9
10
Capitulo 2

A Aparicaçao de Jesus à Joao (Apoc 1:9-20)

Eu, Joao, irmao vosso e companheiro na tribulacao, no reino e na perseverança,

em Jesus, acheim-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e

do testemunho de Jesus.

Achei-me em espirito, no dia do Senhor, e ouvi por detras de mim, grande voz,

como de trombeta, dizendo: O que ves escreve em um livro e manda as sete

igrejas: Efeso, Esmirna, Pergamo, Tiatira, Sardes, Filadelfia e Laodiceia.

Voltei-me para ver quem falava comigo, e voltado, vi sete candeeiros de ouro

E no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares

cingido, a altura do peito, com uma cinta de ouro.

A vinda de Jesus é apresentada, no versos 8. Porque os cristaos


acreditavam que estavam vivendo nos ultimos dias, e as tribulacoes
que passavam era sinal de Seu Mestre estava as portas.

Primeiramente , Joao sauda as sete ifrejas que como vimos, estavam


passando por turbulencias, e em seguida ele apresenta a vinda de
Jesus nas nuvens para dar a entender que apesar de toda tribulacao
o Senhor viria.

A “PRE-VINDA DO SENHOR NO SABADO”


E aqui vemos figurativamente uma “pre-vinda” do Senhor, no seu proprio dia.
Como disse “no dia do Senhor”.

“Eis que vem com as nuvens e todo o olho o vera” foi dito as igrejas que
esperavam um livramento dos seus sofrimentos. E no “dia do Senhor” ou no
“sabado”que tambem significa “descanso” o Senhor apareceu (figurativamente)

11
a Joao (representante do Seu povo sofredor) para passar uma mensagem de
consolo.

NO DIA DO SENHOR

O Senhor Deus tem um dia que lhe pertence.

A biblia não da rodeios para identificar qual dos sete dias da semana é

propriedade dEle. Poderia citar varios textos, mas vamos so citar alguns:

 Exodo 20:9-10. “SEIS DIAS, trabalharas e fara toda a tua obra, MAS, o

SÉTIMO DIA É O SÁBADO DO SENHOR TEU DEUS”

 Levitico 19:3. “Cada um respeitara sua mãe e o seu pai e guaradara MEUS

SABADOS. EU SOU O SENHOR, VOSSO DEUS”

 Levitico 26: 2 “Guardareis os MEUS SABADOS e reverenciareis o meu

santuario. EU SOU O SENHOR”

 Mateus 12:8 “porque o FILHO DO HOMEM É SENHOR DO SABADO”

Esta claro, que o dia do Senhor é o setimo dia ou sabado. A semana começa a

ser contada apartir do Domingo, e depois vai a Segunda-feira, ate chegar ao

ultimo 7 dia da Semana, o sabado”.

Assim como temos sete dias de trabalho, Deus nos deixa um tempo para

exercermos toda a nossa obra, mas num “sabado final’ que não comeca “de um

por-do-sol” ao outro (cf. Levitico 23:32) mas eterno estaremos descansados das

opressoes que sofremos por Cristo e Sua obra, assim como de todo sofrimento

de um modo geral, Isaias mostra que durante a eterndade na nova terra “de um

sabado a outro…vira toda a carne adorar perante MIM diz o SENHOR” Isaias

66:22-23, uma vez que estas palavras são pronunciadas pelo Senhor do Sabado,

e elas mostram a terra sem pecado, sem tribulacoes, e terra de comnhao com

os outros, era designio de Deus, que os que estavam nas sete igrejas vissem

nesse “dia do Senhor” a solucao para o seus sofrimentos, e tivessem a certeza

12
de que se estivessem firmes no Senhor, este mesmo os colocaria no “sabado

eterno”.

O sabado devia ser uma bandeira que trouxesse a mente dos irmaos de Joao, a

consolacao de que necessitavam.

O ASPECTO ADMIRAVEL DE JESUS


O profeta usa a expressao “como” na maioria do discurso. Isto significa que por
exemplo quando ele diz “os seus cabelos eram brancos como neve” ele esta
usando a neve para expressar a caracteristica que ele não sabia dizer fielmente
o que era. Isso abre um espaço para compreender que a caracteristica seja
simbolica.

Jesus tinha um cabelo branco como a neve- talvez isso quisesse dizer, que o
cabelo era brilhante e vivo como a neve, ou que seus cabelos eram brancos,
talvez simbolo de pureza, e por ai vai.

O aspecto glorioso de Jesus devia ser um consolo para os membros em


tribulacao nas sete igrejas da Asia, por que é com este aspecto que Jesus
consolou com Sua presença a alguns fieis no Antigo Testamento, e os
companheiros de Joao conhceiam essas historia

O texto diz:

“Voltei-me para ver quem falava comigo, e voltado, vi sete candeeiros de ouro,

E no meio dos candeeiros, um semelhante a filho homem, com vestes talares


cingido, a altura do peito, com uma cinta de ouro. A Sua cabeca e cabelos eram
brancos como a neve; olhos, como chama de fogo; e os pes semelhantes ao
bronze polido, como qe refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas
aguas.” V12-15

OS SETE CANDELABROS DE OURO


Jesus aparece como Sumo sacerdote no meio dos sete candelabros.

O numero sete aqui representa a perfeiçao de Deus, no seu trato com as igrejas.
Por ser perfeito, suas promessas, reivindicaçoes, e caracter se mantem
inalteraveis e sem sombras de variaçao.

13
“Cristo caminha entre as igrejas como Senhor e Pastor (v.13 ), assim como a
nuvem da glória de Deus desceu para habitar no tabernáculo e do templo, que
tiveram seus castiçais”22

Os candelabros simbolizam as sete igrejas da Asia (cf Ap 1:20). E as mesmas


igrejas simbolizam a Sua igreja ao longo do tempo, há varias evidencias que
mostram que existiam varias igrejas na Asia e não apenas sete, e igrejas mais
grandes que algumas que estao listadas nas sete igrejas. A escolha dessas
igrejas foi proposital, Jesus escolheu elas, o estado espiritual e as experiencias
delas serviram para ilustrar o estado e experiencia espiritual da Sua igreja ao
longo dos seculos.

Com a destruição do templo, o castiçal foi transportado para um templo pagão


em Roma. Naquilo em que os judeus falharam, as igrejas cristãs são chamadas
para serem bem sucedidas, dando luz a um mundo em trevas. 23

Um Sacerdote “estranho” no lugar santo


O sumo sacerdote, era o personagem que simbolicamente intercedia a favor do

Seu povo no Santuario do Antigo Testamento, e no Santuário do Novo

Testamento é Jesus que intercede. E Cristo, sendo assim apresentado aos

companheiros de Joao, devia impressionar-lhe o coraçao, de que existia Alguem

que os amava e que por eles intercedia no lugar santo do santuario.

Ranko Stefanovic, no trimensario sobre Apocalipse comentou a respeito da


figura de Jesus como Sumo Sacerdote, e as palavras não podem ser mais
confortadoras e cheias de profundidade em seu significado:

A imagem de Jesus como Sumo Sacerdote entre os candelabros


vem da pratica ritual no templo de Jerusalem. A Tarefa diaria de
um sacerdote era manter acesas e brilhando as lamparinas do
lugar santo.(ASSIM A FUNÇAO DE JESUS ERA MANTER AS IGREJAS
CHEIAS DO ESPIRITO SANTO SIMBOLIZADO POR FOGO, cf Atos
2:3) Ele preparava e reabastecia as lamparinas que haviam se
apagado, as reabastecia com oleo fresco e depois tornava a
acendê-las. Dessa maneira, o sacerdote conhecia
individualmente a situaçao de cada lamparina. De igual forma,

22
Bibblia de Estudo Genebra, p.1717
23
Novo Comentario da Biblia, p.10

14
Jesus conhece as necessidades e circunstâncias de Seu povo, e
intercede por ele pessoalmente. (p.27)

Esta apariçao mostra que existe um Deus que cuida da Sua igreja, que presta
atençao e conhece a sua situaçao, como disse Champlin, esse é uma forte
evidência do teismo, e o deismo (crença de que talvez Deus criou os seres
humanos, mas que finalmente os abandonou a sua criaçao, não tendo nenhum
contato pessoal com ela) é destruido nessa descrição. 24

AS CARACTERISTICAS DE JESUS
1. “Semelhante ao Filho de homem”- Nabucodonosor, teve uma visão
parecida e expressou uma sentença parecida “ o aspecto do quarto é

semelhante a um filho dos deuses” (Dan 3:25):

Está em foco a pessoa de Cristo, segundo o

simbolismo do A.T., o que sc vê. por exemplo, em

Dan. 7:13, onde se lê sobre 0 ·Filho do homem» (um

símbolo messiânico). ·Essa designação do celestial é

extraída direta ou indiretamente dc uma descrição de

Dan.7:13: ‘...eis que vinha com as nuvens do céu um

como o Filho do homem...'» Essa expressào é usada

no primeiro livro de Enoque. uma compilação pré-

cristà dc materiais apocalípticos, apontando para o

Messias. O trecho de I Enoque 46:1 apresenta o

Cristo como uma figura transcendental, associada a

história da humanidade. provavelmente baseia suas

descrições sobre Daniel; e podemos supor que a

doutrina do «Filho do homem», que fala sobre 0

Messias, cra comum no judaísmo helênico. O N.T.

24
Champlin, p380

15
utiliza o título Filho do homem* com freqüência,

apontando para Jesus.25

Fica evidente, que ate na literatura apócrifa, Cristo é reconhecido como Filho de

Deus e com um interesse pela humanidade.

1. “vestes talares” - Mathew Henry descreve vestes talares, provavelmente

como sendo a Justiça de Cristo associada ao Seu sacerdócio. “Estava

vestido com um manto até os seus pés, talvez representando a sua

justiça e o seu sacerdócio, como Mediador” (p.4). a Justiça de Cristo

simboliza Sua Justiça, ou o Seu carácter. A pureza divina. A lã e a neve

são símbolos da pureza sem pecado e sem mancha. Diz Isaías: “Ainda

que os vossos pecados sejam

como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam

vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã” (Isaías 1:18). Aqui,

então, temos dois símbolos da preexistência e a pureza de Cristo. 26 “·As

vestes

longas são as vestes da dignidade e da honra. Podem scr régias,

sacerdotais,

ou ambas. Comparar com Isa. 6:1». (Ver também Josefo. Antiq. iii.7.4

sobre as vestes longas dos sumos sa c erd o tes ju d eu s ). Os homens dc

a u to rid ad e e gran d e posição, em b o ra não fossem reis ou sa c erd o

tes,

também usavam vestes talares (ver I Sam. 18:4: 24:5,12 e Eze. 26:16). As
27
vestes longas eram um dos sinais de dignidade pessoal, no oriente.”

2. “cingido a altura de peito, com uma cinta de ouro”- · Joseio{ Antiq. 7:2)

25
Champlin p.379
26
Barclay, p. 59
27
Champlin p.380

16
diz-nos que apesar do cinto usualmente ser usado na altura da cintura,

os

sacerdotes levitas usavam-no na altura do peito, conforme se vê neste

versículo. O «cinto» é um antigo símbolo vetotestamentário para indicar

poder, dignidade, retidão e veracidade. (Ver Isa. 22:21; Jer. 12:18; Isa.

11:5). No trecho de Efé. 6:14, o cinto do crente é a *verdade», 0 qual é

visto

a reunir todo o grupo de virtudes e graças espirituais, formando um todo

perfeito. O cinto, quando é aplicado a Cristo, alude à sua dignidade

como

Rei e Sacerdote. O cinto dos sumos sacerdotes nào era feito de ouro

sólido,

mas era bordado de ouro. (Ver Êxo. 28:8; 29:5). A passagem de Dan.

10:5,6 mostra um anjo celestial vestido e com um cinto de ouro. O livro

dc

Apocalipse de Sofonias. em seu nono capítulo (uma obra apocalíptica no

idioma copta, evidentemente de origem judaica), pinta um grande anjo

que

trazia um cinto de ouro à altura do peito.

«À justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus

rins· (Isa. 11:5). Já que 0 cinto é de «ouro», a divindade de Cristo ficasu b

e n ten d id a . Pre c io sid ad e, p u re z a c n a tu re z a sacra também

licam

entendidos nesse simbolismo. Comparar com os candeeiro* de «ouro»

do

dccimo segundo versículo. O Cristo é de ouro: a igreja também é de

ouro. O

corpo compartilha da mesma natureza e destino da sua Cabeça.

17
U cinto também fala sobre serviço. O Senhor Jesus cingiu-se a fim dc

lavarospésde seus discípulos (ver Joào 13:4,5). Na qualidade dc Cristo

celestial, ele continua a servir aos homens. Ele é o Homem ideal, levando

os

homens a compartilharem dc sua própria vida c natureza, completas com

seus poderosos atributos (ver Col. 2:10 c II Cor. 3:18).

Cingido apareceu Cristo à altura do peito, e nào na cintura. Por que?

Alguns estudiosos têm sugerido que o cinto usado à altura da cintura era

feito em p re p a ra ç ã o p a ra o serviço; mas à a ltu ra do pe ito era algo

ornamental, indicando repouso. Nào é muito provável, porém, que isso

esteja cm foco a q u i. Antes, mui p rovavelmente o tip o de cin to sumo

saccrdotal é o que c aqui focalizado. Cristo está preparado para servir, e

nào

para dcscansar; e isso como Sumo sacerdote e Rei dos remidos.

«... vesti-lo-ei da tua túnica, cingi-lo-ei com a tua faixa, e lhe entregarei

nas mãos 0 teu poder, e ele será como pai para os moradores de

Jerusalém e

para a casa de Judá. Porei sobre 0 seu ombro a chave da casa de Davi;

ele

abrirá, e ninguém fechará, fechará e ninguém abrirá» (Isa. 22:21,22).

·O cinto do sumo sacerdote era somente trançado com ouro, mas 0 de

Cristo é inteiramente de ouro; 0 antítipo ultrapassa ao tipo simbólico·

(Fausset. in loc.).28

3. “olhos como chamas de fogo”- a ideia aqui é resaltar o brilho do olhar


de Cristo. “Enfatizando o brilho da face e a intensidade do olhar” 29. É este

28
Champlin, p380
29
CBA, p.738

18
olhar que vai fazer os impios clamarem “cai sobre nos e encondei-nos da

face daquele que se assenta no e da ira do Cordeiro”, é um olhar que não

pode suportar o impio, e é ao mesmo tempo, um olhar de compaixao e

misericordia pelas almas perdidas. Cristo não mudou quando foi ao Ceu.

4. “pes semelhanntes a broze polido, como que refinado”- a ideia aqui

expressa a pureza divina, e num sentido mais didatico querendo assim

significar que os caminhos do Senhor são puros e perfeitos, merito

ganho pela experiencia: “Ele Jesus, nos dias da sua carne, tendo ofecido,

com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da

morte e tendo sido ovido, por causa da Sua piedade, embora sendo

Filho, aprendeu a obediencia pelas coisas que sofreu, e, tendo sido

aperfeiçoado, tornou-se Autor da salvaçao eterna para todos os que lhe

obedecem, tendo sido nomeado por Deus, Sumo sacerdote segundo a

ordem de Melquisedec” (Heb 5:7-10) como disse Mathew Henry: “Seus

pés, como de bronze reluzente que arde em um forno, podem denotar a

firmeza de seus desígnios e a excelência de seus procedimentos.” (p.4)

5. “voz como de muitas águas” . “Grandes vozes e ruídos indicam o poder

e a relevância universal das mensagens e eventos” 30, “Sua voz, como o

som de muitas águas, pode representar o poder de sua palavra para

resgatar ou destruir”31 “Nos dias de João, o rugir do oceano e o ribombar

do trovão estavam entre os mais altos e profundos sons conhecidos. Em

sua profundidade e majestade, porém, eles ainda são insuficientes como

símbolos da voz do Criador.” 32 “Mui provavelmente há aqui uma alusão

ao mar. O vidente João, em seu exílio. sabia bem como era esse ruido. O

poder das ondas, que sc abatem contra as rochas da ilha dc Patmos,

30
Biblia de Estudo Genebra, p.1716
31
Mathew Henry,p.4
32
CBA,p.739

19
faziam-no lembrar-se da voz de Deus. O «poder» e a «irresistibilidade»

dessa voz é salientada por essa metáfora.

·A imagem simbólica adotada pelo evangelista, para· descrever a voz de

Cristo, forte e majestálica entre os ruídos da terra, que são confusos,

salienta aquela mesma voz cuja palavra acalmou ao mar. e que aqui sc

assemelha às ondas do mar. que o apóstolo Joào ouvira serem

repreendidas

por ele». (Carpenter, in loc.).33

6. “sete estrelas na mão direita”- O verso 20 do mesmo capitulo identifica

as estrelas na mão direita como sendo os “anjos da sete igrejas”. As sete

estrelas simbolizavam os ministros das sete igrejas às quais o apóstolo

deveria escrever, e a quem Cristo sustentava e comandava. 34

7. “saia-lhe da boca uma espada afiada de dois gumes” A forma do verbo

no grego indica ação contínua: o poder de Cristo está constantemente

em ação, Esta interessante figura de linguagem pode derivar da imagem

da espada de um homem devorando seus inimigos (ver 2Sm 11:25; Is

1:20; Jr 2:30), sendo a ponta sua boca, ou do formato de certas espadas

antigas, cujo cabo era feito na forma da cabeça de um animal, com a

lâmina saindo pela boca.

João usa o símbolo várias vezes (Ap 2:12, 16; 19:15, 21), mencionando

que a espada sai da boca de Cristo e funciona como um instrumento de

punição. Ao que tudo indica, é melhor compreendê-la aqui no mesmo

sentido, como um símbolo da autoridade de Cristo para julgar e,

sobretudo, de Seu poder em executar o juízo. O fato de a espada ter dois

gumes e ser afiada sugere o caráter incisivo de Suas decisões e a eficácia

de Seu julgamento.35
33
Champlin, p,381
34
Mathew Henry, p.4
35
CBA, p.817

20
8. “Seu rosto brilhava como sol” – Jesus é a luz do mundo. Essa foi a

glória

que agora o vidente contemplava, ele é 0 resplendor da glória de Deus

Pai

(ver Heb. 1:3), o que certamente ensina sua divindade autêntica. Em seu

rosto ele estampa a glória de Deus, o halo da santidade e o brilho da

justiça.

Moisés, que refletiu parle dessa glória—pois era servo de Deus—recebeu

em seu rosto o resplendor do seu Senhor (ver Êxo. 34:29). 36 Esta

descrição nos faz recordar o aspecto de Jesus no monte da

transfiguração.37

QUANDO O VI, Caí COMO MORTO

Depois de ter visto a magestosa aparência de Jesus. João caiu “aos seus pés
como morto”, a experiência de Joao mostra a incapacidade humana diante da
presença de Deus, o ter perdido força fisica durante uma visao aconteceu com
Ezequiel, Isaias, Daniel, Paulo (Ez 1:28; 3:23; Dn 8:17; 10:7-10; At 9:4; ).

Quando estamos diante do Deus vivo, a percepçao da nossa fraqueza e


dependencia se torna evidente, a nossa força humana, que muitas vezes nos
tem sido o nosso idolo, cai por terra e reconhecemos nossos pecados, como
ocorreu com o profeta Isaias que exclamou: “ai de mim! Estou perdido! Porque
sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de lábios impuros, e
os meus olhos viram o rei” (Isaias 6:5). Nossa natureza é deitada por terra, e
naquele momento ninguém mais pode nos dar força para estar de pé senão o
proprio Deus que está logo á nossa frente.

O velho homem cai por terra, e a humildade surge no coraçao. O senhor


conforta o homem com as solenes palavras: “não temas. Homem muito amado!

36
Champlin. p381
37
Novo Comentario da Biblia p.10

21
Paz seja contigo! Sê forte, sê forte.” (Dn 10:19) nos mostra que somos amados
por Deus de “tal maneira” e que a vontade dEle é que sejamos salvos e que
tenhamos paz e força, Jesus nos dirá “Não temas, eu sou o primeiro e o
ultimo”(Ap 1:17), sou o primeiro porque tenho dominio sobre o passado. Os
seres humanos não tem dominio sobre o seu passado, mas Jesus tem, Ele pode
apagar o nosso passado e atirar os nossos pecados nas profundezas do mar,
deixando que o nosso nome permaneça no livro da Vida, lançando fora todo
medo que nos persegue, e toda magoa que o passado nos deixou, e tambem,
Ele é o último, é Aquele que tem dominio sobre o futuro, então enquanto
estiver na Sua protecçao, o futuro não será o monstro que nos tira o sono, nem
a escuridao da incerteza que nos deixa sem esperança aqui na terra.

E so entao, depois de termos esse encontro e essas liçoes estiverem guardadas


no coraçao, é que poderemos nos levantar com a paz no coraçao porque o
remorso e a falta de paz tipicos do pecador, desvaneceram e Deus preencheu-
nos com nova força, abundante paz, e assim tendo nova vida, somos novas
criaturas, um exercito grande e numeroso que antes era um conjunto de ossos
secos espalhados no vale do pecado !

Se ainda confiamos na nossa força a ponto de não dependermos de Deus,


significa que precisamos ter um encontro pessoal com o Sumo sacerdote que
apareceu a Joao para confortar, e mostrar Seu poder em guiar e cuidar do Seu
povo.

Apesar de Jesus, ter toda a sabedoria, e ser Ele mesmo o criador de tudo que há
no ceu e na terra, ainda assim aparece com todo o Seu poder a um abandonado
de avançada idade, numa ilha solitária para mostrar que Ele ama o Seu povo e
que está cuidando do Seu destino, e intercedendo por Seus pecados no
santuario de Deus que está no céu! Por isso “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de
Deus, como grande Sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes
a nossa confissão. (Heb 4:14 ARA) (ou fiquemos firmes na fé que anunciamos-
Versão Nova Traduçao Linguagem de Hoje).”) por que “O nosso Grande
Sacerdote não é como aqueles que não são capazes de compreender as nossas
fraquezas. (Referindo-se aos sacerdotes humanos do antigo testamento) pelo
contrario, temos um Grande Sacerdote que foi tentado do mesmo modo que
nós, mas não pecou. Por isso tenhamos confiança e cheguemos perto do trono
divino, onde está a graça de Deus. Ali recebemos misericórdia e encontraremos
graça sempre que precisarmos de ajuda.” (v.15 e 16)

22
ESTIVE MORTO, MAS EIS QUE ESTOU VIVO
Essa é uma das expressoes mais famosas de Jesus, ela ressalta a Sua vitoria
sobre a morte. Pela Sua morte e ressureiçao o pecado foi derrotado, e
igualmente o salario do pecado- a morte foi derrotada. Se não tivessemos a
certeza de que Cristo vive e ressuscitou seriamos os mais infelizes da face da
terra, e a não haveria cristianismo nem biblias circulando no mundo por que
não haveria salvaçao nem plano de salvaçao, a maior vitoria que o niverso já
testemunhou, foi a morte de Jesus, na pior humilhaçao possivel e a Sua
magestosa ressureiçao triunfante logo a seguir. Jesus é adorado, (como
veremos nos capitulos a seguir) por ter morrido na cruz, e a essencia da
verdadeoira adoraçao gira em torno de Sua morte, as diversas verdades que
encontramos na palavra de Deus apontam para a Sua morte. Jesus esta vivo
pelos seculos dos seculos, e tem as chaves da morte e do inferno (cf Ap 1:18)

Morrer é simbolo de derrota, para quem esta na batalha, mas para Cristo, ter
morrido significou a mais elevada vitoria já tida desde que houve mundo.

Para o cristao, morrer devia ser lucro, como disse Paulo, morrer devia ser o
nosso habito, morrer para nossa natureza e para os nossos pecados durante as
24 horas do dia, e viver para Cristo, os que morrem para os seus pecados hao
de ressuscitar como Cristo ressuscitou, quem perder a vida por amor a Jesus na
verdade há de ganha-la de volta, por que Ele é a Vida, Ele tem poder para doar
a vida e voltar a toma-la. Jesus veio para dar vida e conduzir as pessoas a vida,
não é estranho, que quando se despedia dos discipulos afirmou que alem de
ser o “caminho e a Verdade” Ele era a Vida. Quer que tenhamos vida em
abundancia, porque nEle habita a plenitude da divindade, que esteve criando a
Vida no principio e que finalmente etara recriando a terra reestabelecendo a
vida e qe estará julgando os inimigos da justiça para remover este reino de
morte para estabelecer o reino da vida. Entao a vida do planeta terra não será
retirada para sempre por causa da morte de Jesus, assim sendo, a criacao, os
animais que serao criados na nova terra, os montes, os passaros, as aves e os
homens que hao habitar aqele mundo dependeram da morte de Jesus na cruz
para terem vida, para existirem. Quando Ee morreu ganho a vida para Si
mesmo, mas Ele a distribuiu a vida que ganhou para a toda a criaçao e ao
homens que aceitarem ser Seus amigos e andarem como Ele andou. Isso torna a
cruz um simbolo de vida eterna, e uma vitoria de que dependia a eternidade
toda.

23
Toda a criação e todo o universo festejam a morte de Jesus, porque a
verdadeira vida permeara para sempre o universo quando a morte for
eliminada.

24
25
Capitulo-3 (Apocalipse 2)

AS CARTAS DE AMOR DO SENHOR- DO AMADO A AMADA

AS SETE IGREJAS DA ÀSIA


“Eis que estou à porta e bato; se alguem ouvir a minha voz e abrir a porta,
entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo. Ao vencedor dar-lhe-ei
sentar-se comigo no meu trono, assim como tambem eu venci e me sentei com
meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espirito diz as igrejas”
Apocalipse 3:20-22

A MENSAGEM DE CRISTO

Uma das coisas mais impressionantes que encontramos na mensagem de Cristo

nas cartas as sete igrejas, é o pleno conhecimento que o “Cabeça da igreja” 38

tem de Seu corpo.

 Assim como conhecemos perfeitamente, cada membro do nosso corpo,

Cristo conhece perfeitamente cada membro de Sua igreja. E assim como

conhecemos perfeitamente o estado de saude de cada um dos membros

do nosso corpo, Cristo conhece perfeitamente a condiçao espiritual de

cada membro de Sua igreja.

 Assim como não podemos ficar indiferentes quando notamos uma ferida,

uma lesao, ou uma doença nos membros do nosso corpo, Cristo não

ficaria indiferente aos problemas de sua Igreja.

 Assim como envidamos esforços para salvar o nosso corpo, de uma

doença ou de um perigo que pode danificá-lo, assim é com Cristo. Ele

corrige nossas “enfermidades tomando elas sobre si” para sermos salvos.

 Todas as cartas iniciam com a solene declaraçao: “Conheço” as cartas de

Efeso, Tiatira, Sardes, Filadelfia e Laodiceia iniciam com “as tuas obras” e

para Esmirna “conheço a tua tribulaçao..” e para Pergamo “Conheço o

38
Cristo é o cabeça da Igreja- cf Colocensses 2;19

26
lugar em que habitas…”. A Biblia diz que “enganoso é o coração

humano….quem o conhecerá?” (Jr 17:9) uma pergunta solene, que evoca

um pesar, mas Cristo responde prontamente “Eu o SENHOR, esquadrinho

o coraçao, eu provo os pensamento; e isto para dar a cada um segundo o

seu proceder, segundo o fruto das suas acçoes” (v.10). O facto é claro, O

SENHOR CONHECE! ELE é onisciente. A declaraçao “conheço” é repetida

sete vezes, e sempre no inicio da mensagem para mostrar a plenitude e

perfeiçao de Sua capacidade de compreensão, e deveria deixar-nos sem

sombras de duvidas quanto a Sua onisciência . Isto devia nos fazer

entender algumas verdades:

1. A declaraçao “conheço as tuas …” mostra que a mensagem de Cristo

é individual, o que significa que Jesus esta se dirigindo

particularmente aos igrejas, é evidente que não foram todas as

pessoas que compunham essas igrejas, que partilhavam do estado

que Jesus apresentava. A verdade de que existe trigo e joio no meio

da Igreja era tão real no meio das igrejas de então, quanto o é nas

igrejas actuais.

2. As obras são importantes SIM, aos olhos de Deus! Caso contrario,

Jesus não destacaria as más obras, iria escolher outro aspecto para

basear suas repreensoes as igrejas. Jesus julga a condiçao de cada

igreja servindo-se das obras de cada igreja para expressar sua

condiçao. As obras tem a funçao de

3. Apesar do que a igreja clama ser, Jesus mostra realmente o que a

igreja é de verdade.

4. A repetiçao da declaraçao “conheço”, devia infundir confiança nele

quanto a salvaçao e vitoria dos nossos pecados, e devia nos infundir a

compreensao de que cinhece tudo o que necessitamos, nossos

planos e nossos desejos da alma.

27
5. Jesus condena o erro da igreja e elogia as qualidades que ela

possui.

6. Jesus apresenta uma recompensa ao que vencer

7. As cartas terminam apresentando o ESPIRITO SANTO, como quem

clama as igrejas, representando dessa forma que tanto a vitoria, e


quanto o arrependimento, aparecerão, se a igreja ouvir a voz do
Espírito Santo.
8. Jesus leva as igrejas a repensarem o seu estado espiritual, como o
primeiro passo para o arrependimento.
9. Jesus mostrou varias evidencias de que não era indiferente ao

sofrimento das pessoas que estavam nas sete igrejas, através da

concecao do livro, da descriçao da sua vinda nas nuvens, da sua visao

no meio dos candelabros, e agora apresenta a declaraco “conheço”,

para que os crente atribulados entendessem que Jesus conhecia tudo

o que estavam a passar, e que por ele vencer a morte e de ser eterno,

teria poder imfimito para livra-los dos seus sofrimentos.

10. Jesus apresenta a Justiça e a misericórdia em todas cartas. Há

ameaças, promessas e ajuda de Sua presença. Alguém disse “quem

avisa amigo é” um provérbio popular, mas verdadeiro em muitos

casos. Jesus é nosso amigo por isso nos avisa da coisas que em breve

hão de acontecer, e nos avisa do que é necessario para nos preparar-

mo-nos para esse evento.

ÉFESO (ano 31 dC a 100 EC) “Desejável”


Efeso. Alguns definem o nome Efeso como “desejável ”. Nos dias de João, Efeso
era a principal cidade da província romana da Ásia e, posteriormente, se tornou
a capital. Situava-se ao ocidente, no final da grande estrada que atravessava a
Ásia Menor desde a Síria. Isto, junto com a localização em um importante porto
marítimo do Egeu, a transformou em um centro de negócios. O cristianismo
deve ter sido pregado ali pela primeira vez em 52 d.C., por Paulo, ao parar por

28
um curto período enquanto voltava para Jerusalém e Antioquia, após a segunda
viagem missionária.

Havia em Efeso o templo de Diana, erigido antes dc 356 A.C., mas restaurado naquele
ano após ter sido destruído por um incêndio, figurava como uma das maravilhas do
mundo antigo, até que, finalmente, foi destruído pelos godos, cm 260 D.C. Esse templo
continha a ·imagem» de Diana, a qual, mui provavelmente, era apenas um meteorito
que foi esculpido para formar tal imagem. Isso explica sua suposta origem «celestial».
Sabemos que nos templos antigos havia *meteoritos», sem pre que possível, pois eram
considerados sagrados, por terem «caído do céu». O templo dc Diana, descoberto por
J.T. Wood. no ano de 1870, era quatro vezes mais espaçoso que o Partenon dc Atenas,
adornado por obras de grandes mestres, como Fídias. Praxítcles e Apeles. Nos tempos
neotestamentários, havia numerosa colônia de judeus em Êfeso, esses desfrutavam de
posição privilegiada, durante o começo do império. A fé cristã chegou a Êfeso em cerca
dc 52 D.C. (ver Atos. em seus capítulos dezoito e dezenove, quanto a descrições sobre
isso). Paulo esteve ali, durante sua segunda viagem missionária; c então permaneceu
mais tarde ali. por cerca de três anos, a mais longa permanência de Paulo em um Imjar
só, durante todas as suas viagens missionárias. O cristianismo fez de Efeso um de seus
centros mais poderosos. Porém, em oposição à fé cristã, floresciam ali os cultos
mágicos: e. antes dos fins do primeiro século de nossa era. foi imposto ali o *culto ao
imperador, com as conseqüentes perseguições contra aqueles que se recusavam a
adorar ao imperador romano. (Novo Testamento Interpretado, Russel N Champlin,
p.386)

A Mensagem dAquele que tem as sete estrelas

“Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda
no meio os sete candelabros de ouro”- Cada igreja tem uma característica
apresentada na visão de Jesus no meio dos candelabros. (Sobre esta
característica, ver pagina 18-20 )

“Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não
podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se
declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;”- ??

A igreja de Efeso, era uma igreja que viveu nos tempos da formação da igreja
primitiva e viu o seu desenvolvimento. Os apóstolos foram prometidos a
aparição futura de um outro Consolador que daria testemunho de Si para os
discípulos. os discpulos achavam que entendiam a missão e a natureza do Seu
Mestre, mas so o Espirito Santo pode revelar a Cristo, porque Cristo não veio
para revelar a Si mesmo, mas o Pai que lhe enviara. Quando morreu e foi ao

29
céu, deixou-lhes os ensinamentos e a continua presença do Seu Espirito que os
fez convencidos do iminente regresso da Sua vinda em seus dias. Eles tiveram
ampla compreensão do ministério de Cristo e mantiveram a pureza doutrinaria,
a “Fe de Jesus” ensinada por Ele, e não mais as tradições dos rabinos!, A
principio Estevao um diácono, pregava que o sistema sacrifical e e
cerimonialismo religioso típico do Salvador havia expirado com a morte deste, e
que agora importava que unissem sua fe ao Messias pois este regressaria em
breve. Este argumento, e o crescimento da seita chamada “O Caminho” – o
grupo dos primeiros apóstolos e cristãos em Jerusalem, que mais tarde passou
a ser conhecido como Eklessia (termo que originou a palavra “Igreja”) – tanto
como a expansão da mensagem de Cristo para regiões distantes da Judeia,
originou uma seria perseguição contra os cristãos, alguns Cristaos pagaram com
a própria vida a fe manifestada pelo seu amor ao Rei dos judeus.

Era motivo de chacota e desdém a crença dos primeiros cristãos. A cruz era um
símbolo de maldição, horror e vergonha no meio judaico-romano. “Como
podeis adorar alguém que morreu numa cruz?, e afirmar que seja este o
Messias tão longamente esperado, afirmar que as cerimonias do templo foram
encravadas na cruz?” este erra o argumento que não podiam suportar os
judeus. Se bem que eles não desejavam, assumir cargos públicos pelo o medo
de contaminar-se com pecadores, se bem que tivessem se afastado dos pobres
por julga-los malditos e sujos, pecadores e impuros, como poderiam largar o
templo para adorar um “crucificado” – o pior dos pecadores, um maldito de
Deus ?

Com todo desprezo que tinham pelos helenistas, e estrangeiro, não estavam
dispostos a largar seus ritos e sua enfatuação espiritual. Martin Dugart e Billy
Oreilly contam que, no dia da Pascoa os sacerdotes judaicos levaram Jesus ao
palácio de Pilatos, e assim para evitarem se contaminarem não entraram no
pátio do palcio, preferindo ficar fora dos portões porque entrar na casa de um
gentio iria contamina-los e os inabilitaria a participar da Pascoa naquele mesmo
dia. Olhando para esse zelo tão forte para com o judaísmo, era de se esperar
que não aceitassem um evangelho que pregava a igualdade entre o Judeu e o
grego! E não so isso, como também um evangelho que apresente a rejeição do
judaísmo uma condição para estar no caminho da salvação!

30
Desde o pentencostes, o evangelho foi pregado por causa do Espirito Santo,
que produziu nos discípulos, um “primeiro amor”.

O Abandono do primeiro Amor é um erro, mesmo que o membro seja


zeloso na causa de Deus!
Podemos ser como Martas de hoje, tão movimentadas, com os relatórios,
programas, planos e actividades da igreja, mas se isso acontece depois do
abandono do “primeiro Amor” nosso trabalho e zelo não merecem nossos
esforços! Existe um motivo para censura aos olhos de Deus!

Como explica Uriah Smith:

“Tenho, porém, contra ti”, diz Cristo, “que abandonaste o teu primeiro amor”. “O

abandono do primeiro amor é tão digno de censura como o afastamento de

uma doutrina fundamental ou da moralidade bíblica. Aqui a igreja não é

acusada de cair da graça, nem de ter permitido a extinção do amor, mas à sua

diminuição. Não há zelo nem sofrimento que possam expiar a falta do primeiro

amor.” Na vida cristã de alguém, jamais deveria chegar o tempo em que, caso

lhe perguntassem qual foi o período de seu maior amor por Cristo, não pudesse

responder: “O momento atual.” Mas se tal tempo chegasse, então deveria

lembrar-se de onde caiu, meditar nisso, cuidadosamente recordar o estado de

sua primeira aceitação de Deus, apressar-se a arrepender-se, e voltar a dirigir

seus passos para essa desejável posição. O amor, como a fé, é manifestado por

obras, e o primeiro amor, quando alcançado, trará sempre consigo as primeiras

obras. (p.232)

Ellen G. White afirma, que depois da conversão não podemos permitir que o fervor

esmoreça e acrescenta e explica o abandono do primeiro amor nas seguintes palavras:

"Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.” Isto é, tiveste

uma decadência, um declínio no zelo santo - o objeto desse zelo não foi

abandonado, mas seu fervor foi perdido. A primeira afeição que o converso tem

por Cristo é profunda, plena e intensa. Não é necessário que este amor diminua

à medida que o conhecimento aumenta e que brilha sobre o converso uma luz

31
maior em quantidade e qualidade. Esse amor deve se tornar mais fervoroso à

medida que ele se familiariza mais com seu Senhor. [...]

Deus não aceita nada menos que o coração todo. Felizes são aqueles que,

desde o ◄ início de sua vida religiosa, têm sido fiéis a seu primeiro amor,

crescendo na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo. O resultado

seguro do relacionamento e do companheirismo que têm com seu amado

Senhor será um aumento de piedade, pureza e fervor. 39

“ Nossa tarefa é conhecer as falhas e os pecados particulares, que causam trevas

e fraqueza espiritual, e que sufocaram nosso primeiro amor” (RH, 07/06/1887). 40

Removerei o teu candeeiro, caso não te arrependas


É muito importante que os servos de Deus, prestem atenção à sua vida
espiritual com Deus. O candeeiro representa “testemunho” . Os cristãos
receberam o evangelho que fora rejeitado pelos Judeus, e se depois disto não
se arrependessem, e não buscassem ver onde haviam errado, Deus removeria o
seu testemunho como fez os Judeus, e passaria para os outros.

Imaginem o que aconteceria, se Deus removesse o castiçal do santuário


israelita. O que aconteceria? Uma escuridão cobriria todo o santuário, e os
serviços de salvação nele seriam comprometidos. Se o castiçal, (símbolo do
Espirito Santo) for removido do nosso santuário (nosso corpo) o que se segue
são trevas e um abismo de separação entre Deus e nós, os serviços de salvação
ficam comprometidos na nossa vida!

Quando não há arrependimento de um pecado, ocorre um bloqueio racional e


espiritual no homem culpado, pelo entorpecimento das faculdades! O homem
não consegue se comunicar com Deus devidamente, e sua força de vontade fica
fragilizada. Nesse estado praticamos obras infrutíferas para Deus, mesmo
continuando a fazer obras aparentemente de Deus. Se assim continuarmos, a
semente do joio vai crescer e a luz da presença de Deus, será finalmente
apagada, apagando também toda boa obra, a ponto de sermos inimigos de
Deus.!

39
(IDEM. p.956, primeira parte do texto)
40
Extraido do Comentario Bibblico de Ellen G White sobre Apocalipse,p956

32
Os nicolaitas e a obra de destruição
Os cristão são elogiados por não aceitarem a doutrina dos Nicolaitas. Quem era
eles?:

Parece que eram pessoas cujas ações e doutrinas eram abominação para
o Céu. Sua origem é de certa maneira duvidosa. Alguns dizem que
procediam de Nicolau de Antioquia, um dos sete diáconos (Atos 6:5);
outros, que a sua origem era atribuída a ele, só para se apoiar com o
prestígio do seu nome; enquanto que uma terceira opinião é que a seita
tomou o nome de um Nicolau de data posterior. A última teoria é
provavelmente a opinião mais correta. Acerca das suas doutrinas e
práticas, parece ser opinião geral que defendiam a poligamia,
considerando o adultério e a fornicação como coisas indiferentes, e
permitiam o comer coisas oferecidas aos ídolos.41

Essas obras certamente iriam prejudicar o avanço do evangelho, e ameaçariam


fraturar a unidade da Igreja. Como os cristãos desse período haviiam recebido a
pureza doutrinaria de Jesus, com o “Esta escrito” puderam então, resistir a tais
obras e influencias. Mesmo que muitos helenistas cristãos tivessem um passado
marcado pelas mesmas, ou estivessem lutando contra elas pessoalmente.

Ellen White apresenta que a mensagem de que a lei já não esta em vigor, e a de
transformar a graça de Deus em libertinagem constituiu o pecado dos
Nicolaitas:

“(A Doutrina de ) que o evangelho de Cristo anulou a lei de Deus; de que, por
“crer", somos isentados da necessidade de praticar da Palavra. Mas esta é a
doutrina dos nicolaítas, que Cristo condenou tão severamente” (ST,
02/01/1912).

Alguns estudiosos apresentam um paralelo entre o Nicolau mencionado em


Efeso e o Nicolau mencionado em Pergamo, o qual segue a doutrina de Balaao.

De facto, o paralelo mostra que exista um grande possibilidade, de esse grupo


ter continuado por muito tempo dentro da igreja ate ao período de Pergamo.

Um exemplo disso esta no significado etimológico dos dois nomes:

41
Daniel e Apocalipse, Uriah Smith p.232

33
Deve notar-se, em segundo lugar, que na Carta a Pérgamo os nicolaítas e
os que seguem a doutrina de Balaão são intimamente relacionados. O
nome de Nicolau, fundador dos nicolaítas, provém de duas palavras
gregas, nikan, que significa conquistar e laos, que significa povo. Balaão,
por seu lado, pode derivar-se de duas palavras hebraicas , mofa, que
significa conquistar, e ha'am, que significa povo. Os dois nomes, então,
têm o mesmo significado e, provavelmente se trate da mesma pessoa,
um mestre daninho mas influente, que conseguiu subjugar a muitos
seguidores e ganho uma vitória para o mal. (William Barclay, Apocalipse,
p.79)

AS MUITAS ÁRVORES DA VIDA NO PAGANISMO, E A ÚNICA VERDADEIRA


Aquele que vencer seria “alimentado da arvore da vida que se encontra no
paraíso de Deus.” Verso 7

A imagem de uma arvore da vida não é estranha a algumas culturas. Já no


paganismo muitas religiões apresentavam uma associada ao seu deus:

Os rabinos judeus e islamitas chamavam o vinho de ,Ӈrvore da


provação'. O Zend A vasta tem a sua própria árvore da vida, chamada de
‘Destruidora da Morte'. Ela medraria próximo às águas da vida, e o beber
de sua seiva conferiria a imortalidade. A árvore da vida dos hindus é
retratada como árvore que medra de dentro de um grande mar. em meio
à expansão das águas. Teria três galhos, cada um coroado por um sol,
denotando os três poderes da criação, da preservação e da renovação.
Após a destruição . Em uma outra apresentação , Buda aparece a meditar,
assentado debaixo de uma árvore com três galhos, cada um dos quais,
por sua vez. tem três ramos. Um dos cilindros babilônicos, descobertos
por Layard. representa três sacerdotisas a juntarem o fruto do que parece
ser uma palmeira, com três ramos de cada lado. Ator, a Vênus dos
egípcios, aparece meio oculta nos ramos do pessegueiro sagrado,
entregando o seu fruto às almas que partem, bem como a dar-lhes a
bebida do céu. Mediante um vaso. de onde as correntes da vida descem
sobre o espírito, uma figura ao pé da árvore, como se fora um falcào,
com uma cabeça humana e com mãos estendidas. Na mitologia
norueguesa, há uma figura proeminente. Igdrasil. a árvore-cinza da
existência; suas raízes estão no reino de Hela, ou Morte, seu tronco
atinge os céus, e sua copa se espalha pelo universo inteiro. A seus pés,
no reino de Morte, estão assentadas três Norns ou Sortes, o Passado, o
34
Presente e o Futuro, a regarem suas raízes com água retirada do poço
sagrado . (NTI, Russell Champlin p.313)

A árvore era assim representada, Satanás certamente, deturpou a historia do


Éden, transformando a arvore da Vida, em árvores à serviço de deidades pagãs.
Para ocultar a verdadeira, e tirar da mente o tema do grande conflito que
iniciou num jardim em que a verdadeira árvore permanecia para dar vida.

Apesar de haver tantas arvores da Vida no paganismo, a bíblia nos fala de uma
ÚNICA que foi transportada para o céu:

É mencionada seis vezes: três em Gênesis e três, no Apocalipse, mas todas as

vezes o nome é acompanhado com o artigo definido “a”. É a árvore da vida no

primeiro livro da Bíblia, a árvore da vida no último, a árvore da vida no “Paraíso”

(termo usado na tradução grega de Gênesis) do Éden, no princípio, e a árvore

da vida no Paraíso celestial de que agora João fala. Se há apenas uma árvore, e

ela esteve no princípio na Terra, pode-se perguntar como pode estar agora no

Céu. A resposta é que deve ter sido levada para o Paraíso celeste. (Smith, p.233)

É esta arvore que da doze frutos de mês em mês, e suas folhas servem para cura das

nações! (Ap 22:2)

35
ESMIRNA (100-323 d.C) “mirra”
“Mirra” perfume. Esmirna quer dizer “perfume desejável”. Mirra também era um

perfume usado no embalsamento de mortos, representa também “morte”.

Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o ultimo que esteve morto e
tornou a viver. Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu es rico) e a blasfémia dos que a si
mesmos se declaram judeus e não o são, sendo antes, sinagoga de Satanas. Não temas o que tens de
sofrer. Eis que o diabo esta para lançar em prisão alguns denre vos, para serdes postos à prova, e
tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos ouça
o que o Espirito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrera dano da segunda morte.
Apocalipse 2:8-11

“O primeiro e o ultimo”- Esta designação pertence a Cristo. Ele que esteve “no

principio com Deus” (Jo 1:1-2) é o ómega. Deus tem o domínio de toda a

existência. A existência é projecto de Sua criação. Deus não existe. Deus é! Se

dissermos que Ele existe, que seja apenas para expressar a ideia de que Ele está

vivo, mas em outros sentindos Deus simpplesmente é! Tudo o que existe, teve

um começo, e Deus não tem um começo, muito menos um fim, Deus é o

primogénito da Criaçao, no sentido de ser o Primeiro antes de qualquer criação!

“Que esteve morto e tornou a viver”-Um paradoxo, com a afirmação

“primeiro e ultimo”. Se Deus não teve começo, como entender a encarnaçao?

Na verdade, O Eterno Deus Filho, encarnou na pessoa de Jesus Cristo, mas Ele

não surgiu quando nasceu de Maria, Ele já tinha feito todas as coisas antes de

Maria existir! Ele “esteve morto e tornou a viver” significando que nem a morte

que é o fim de todos homens pode ser o “fim para Ele”. Ele vence a morte e não

pode ser retido para sempre por ela. Esta frase devia trazer esperança

juntamentamente com a mensagem que estaria prestes a ser divulfgada.

Novamente, Jesus usa uma das características que apresentou qundo apareceu

a Joao no meio dos candelabros..

“Conheço a tua tribulação, a tua pobreza, e a blasfémia dos que a si


mesmos se declaram judeus e não são, sendo antes a sinagoga de

36
Satanas”- Quando Domiciano morreu em Nerva ocupou o seu lugar e

concedeu amnistia para os presos em Patmos, relatos mostram que o próprio

Imperador mmandou Joao para sua casa em Efeso. Domiciano era o imperador

que reiveindicava adoração a si mesmo, os cristãos que viveram no tempo dele

sofreram terrível perseguição e morte, mas mesmo depois de Nerva ter

assumido o controle do império, a adoração ao imperador continuou sendo um

símbolo de lealdade para com Roma. Esta igreja era “pobre” no sentido material

por causa das privações que passavam, nos seus retiros, cavernas, montes e

locais afastados por causa de Jesus “foram apedrejados, provados, serrados

pelo meio, mortos a fio da espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de

ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o

mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas,

pelos antros da terra.” Heb 11:37-38. E No Novo Testamento a pobreza e a fé

em Cristo estão intimamente relacionadas. "Bem-aventurados os pobres", diz

Jesus (Lucas 6:20). Tiago diz que Deus escolhe os pobres deste mundo para que

sejam ricos na fé (Tiago 2:5).42

A linguagem de Paulo esclarece este ponto. Diz ele:

“Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é

exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é

do coração, no espírito, não na letra: cujo louvor não provém dos homens, mas

de Deus” (Romanos 2:28, 29). E, noutro lugar, diz: “Porque nem todos os que

são de Israel, são israelitas; nem por serem descendência de Abraão são todos

filhos”

(Romanos 9:6, 7). Em Gálatas 3:28, 29 Paulo diz-nos ainda que em Cristo não há

distinção exterior entre judeu e grego, mas se somos de Cristo, então somos

descendência de Abraão (no verdadeiro sentido) e herdeiros segundo a

promessa. Dizer, como alguns, que o termo “judeu” nunca é aplicado a cristãos,

42
Barclay, Apocalipse, p.97

37
é contra Apocalipse dizer todas estas declarações inspiradas de Paulo e o

testemunho da Testemunha fiel e verdadeira à igreja de Esmirna. Alguns

hipocritamente pretendiam ser judeus neste sentido cristão, quando nada


43
possuíam no respectivo carácter. Esses tais eram da sinagoga de Satanás.

Ellen White explica outra dimensão da expressão “Sinagoga de Satanás”

Cristo fala da igreja sobre a qual Satanás preside como sendo a sinagoga de

Satanás. Seus membros são os filhos da desobediência. São aqueles que

escolhem o pecado, que trabalham para anular a santa lei de Deus. A obra de

Satanás é misturar o mal com o bem e remover a distinção entre o bem e o mal.

Cristo quer uma igreja que trabalhe para separar o mal do bem, cujos membros

não tolerem voluntariamente a maldade, mas expulsem-na do coração e da vida

(RH, 04/12/1900). (Ellen White , Comentario de Apocalipse, p.1068)

“Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o Diabo está para lançar em
prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez

dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”- A Tribulaçao de dez dias

ocorreu de 303 d.C – 313 d.C. O comentário Biblico Adventista apresenta em algumas

linhas sobre a tribulação levantada por Dioclesiano:

O período de perseguição imperial mais intensa (303-313 d.C.). Foi iniciada por

Diocleciano e continuada por seu associado e sucessor Galério. Esta foi uma

tentativa de eliminar o cristianismo por meio da queima das Escrituras,

destruição de igrejas e prisão dos líderes. Os governantes acreditavam que a

igreja havia crescido tanto em força e popularidade dentro do império que, a

menos que o cristianismo fosse detido, o estilo de vida romano tradicional

deixaria de existir e o império se desintegraria. Por isso, deram início a uma

política cujo propósito era exterminar a igreja. O primeiro decreto de

Diocleciano contra os cristãos foi promulgado no ano 303, banindo a prática do

cristianismo em todo o império.

43
Smith p.235

38
A perseguição começou no exército e se espalhou por todas as regiões. As

autoridades romanas concentraram seus terrores sobre o clero cristão, crendo

que, se os pastores fossem retirados, o rebanho se espalharia. Os horrores dessa

perseguição foram descritos em detalhes por Teodoreto, historiador da igreja,

que narra a reunião dos bispos da igreja no concílio de Niceia, alguns anos após

o fim da crise (325 d.C.). Alguns chegaram ali sem olhos, outros sem braços, que

foram amputados, e outros com o corpo terrivelmente lesado de diferentes

formas. Muitos, é claro, não sobreviveram ao período de tribulação. Em 313, dez

anos após o início das perseguições, Constantino e seu colega Licínio

promulgaram um edito que concedeu aos cristãos (e a todos os outros)

liberdade de prática religiosa. (p.827)

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum

modo sofrerá dano da segunda morte”- Mesmo depois de toda a perseguição e

opressão, o vencedor será coroado com a imortalidade. Numa altura, em que os

cristãos estavam preocupados com a libertação essas palavras, foram duras, mas Jesus

é a verdade, e não esconde os factos para ninguém, Ele apresentou a verdade do

sofrimento que lhes sobreviria, mas apresentou-lhes igualmente, uma verdade: o

vencedor não sofreria o dano da segunda morte. É um teste em que ou se tem tudo ou

nada à perder. Taoo somente, deviam ser firmes. O morrer nessa tribulação por

causa do evangelho, seria o passaporte para a eternidade, por que os que

fazem parte da primeira ressureiçao são os que são transformados e

transladados.(cf. 15:50-56).

39
PÉRGAMO (313 d.C -538 d.C) “Elevação”
Pérgamo é um palco de heresias e o começo do enegrecimento da igreja cristã.

Mas possui algumas qualidades como o texto bíblico apresenta.

Atribui-se a Pérgamo, a origem do “Pergaminho”44.

A localização de Pérgamo

Como cidade, Pérgamo, era uma das grandes cidades da Asia menor, construída

numa “elevaçao” como o nome diz, ela possuía uma extraordianaria aparência

de realeza:

localização geográfica fazia com que Pérgamo fosse impressionante. Estava

construída sobre uma elevada colina cônica que dominava o vale do rio Caico;

desde sua parte mais alta podia ver-se o Mediterrâneo, a 25 quilômetros de

distância. William Ramsay, um erudito e viajante contemporâneo, descreve-a da

seguinte maneira: "Dá a impressão de uma cidade real, como nenhuma outra

das cidades da Ásia Menor. É sede de autoridades. Sua colina rochosa, tão

enorme, acima da planície do Caico, tão orgulhosa, tão proprietária de si

mesma..." A história e as honras rodeavam a Pérgamo. Pérgamo nunca pôde

obter a grandeza comercial de Éfeso ou Esmirna, mas era um centro cultural

que ultrapassava essas outras duas cidades. Era famosa por sua biblioteca, que

continha não menos de 200.000 pergaminhos. No mundo antigo somente a

superava a bibliotecade Alexandria. (Baclay, p.100-101)

A historia de Pérgamo segundo alguns autores, representa a “paganização” do

cristianismo. E a descrição “Onde está o trono de Satanas” é uma das mais

famosas quando se fala sobre ela. De acordo com alguns estudiosos acima da

planície de Caico ficava o trono de Zeus, e na mesma cidade, o Templo de

Esculápio o deus curandeiro, e também foi a primeira cidade a erigir um trono

para Augusto, alem de possuir muitos outros templos. Alguns vêem nesses

tronos o “trono de Satanás”.

44
Wilson Paroschi, Critica Textual do Novo Testamento

40
Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois
gumes: Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome
e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto
entre vós, onde Satanás habita. Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que
sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel
para comerem coisa sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição. Igualmente, também tu tens
os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas. Portanto, arrepende-te; e, se não,
venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca. Quem tem ouvidos,
ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei
uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto
aquele que o recebe. Apocalipse 2:12-17

“espada afiada de dois gumes” - A Palavra de Deus é uma espada, capaz de cortar
pecados e pecadores. Gira e corta por todas as partes, porém o crente não deve temer

esta espada; mesmo sabendo que a confiança não pode receber respaldo sem uma

obediência constante. Como o nosso Senhor vê todos os benefícios e oportunidades

que temos para cumprir o nosso dever nos lugares onde habitamos, assim também vê

as nossas tentações e desalentos pelas mesmas causas. Em uma situação de prova, a

igreja de Pérgamo não negou a fé, nem por franca apostasia. nem por ceder a fim de

evitar a cruz. Cristo elogia a sua firmeza, porém repreende as suas faltas pecaminosas. 45

“Não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha,

meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanas habita”- O Antipas

referido nessa expressão não é claramente identificado, mas crêe-se que tenha

sido um mártir piedoso, que por sua vida e exemplo, foi testemunha do

evangelho de Cristo. Russell Champlin, também tem o mesmo parecer mas cita

um outro autor que da alguns rastreios sobre o misterioso Antipas:

Simeào Metafrastes contava uma história lendária acerca de um certo Antipas,

bispo de Pérgamo, o qual, nos tempos do imperador Domiciano, foi fechado

dentro de um boi de bronze, aquecido ao rubro. Seu corpo foi, literalmente,

cozido. Diz-se que ele terminou seus últimos momentos em louvor e oraçao.

Talvez essa lenda esteja baseada em fatos autênticos. (p.481)

45
Mathew Henry

41
Entreanto, Uriah Smith cita Guilherme Miller, que defende a possibilidade de Antipas

não ser um individuo literal, mas um grupo de pessoas:

Supõe-se que Antipas não tenha sido um indivíduo, mas uma classe de homens

que naquele tempo se opunham ao poder dos bispos, ou papas, sendo uma

combinação de duas palavras: Anti, contra, oposto, e papas, pai, ou papa.

Muitos deles naquele tempo sofreram o martírio em Constantinopla e Roma,

onde bispos e papas começavam a exercer o poder que logo reduziria à

sujeição os reis da Terra e pisotearia os direitos da igreja de Cristo. E, da minha

parte, não vejo motivo para rejeitar esta explicação da palavra “Antipas” no

texto, pois que a história daqueles tempos é absolutamente omissa acerca de

um indivíduo, como o nomeado aqui. (DA, p.237)

“Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de
Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para
comerem coisa sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição. Igualmente, também tu

tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas”- Balaão é

representado como quem trabalha para destruir o povo de Deus. Para mais

detalhes sobre os Nicolaítas, ver “Éfeso”. Uma das características sobre eles é

afirmar que a lei de Deus pode não ser guardada, alem de incentivarem o o uso

de “coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem prostituição”.

“arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da
minha boca. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-
ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha

escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe”- O Convite

sempre é o arrependimento, so os que se arrependem podem ser amigos de Deus,

caso contrario, a postura de “não – arrependimento” é interpretada pelo céu como uma

“batalha contra Deus”, o maná seria comido apenas pelos santos, e para ser santo

precisa-se de arrependimento genuíno. “Levando-se em conta João 6:31 a 34, parece

que o profeta, nesta passagem, tem a intenção de transformar o maná em um símbolo

da vida espiritual em Cristo hoje, e da vida eterna no Céu” CBA, p.829

42
Muito se tem falado sobre a “pedrinha branca” mas nada apresenta uma conclusão

satisfatória. “Um dos costumes antigos mais comuns era que os membros de um júri

usassem uma pedra preta e outra branca para determinar absolvição ou condenação.

Tudo que pode ser dito com certeza é que João, sem dúvida, se refere a alguma

cerimônia que envolve a entrega de um presente ou de uma honra especial.” (Ibid.) o

novo nome é a representação de um novo carácter. Isto não sugere que seremos dados

outro carácter no céu, mas estamos falando de conversão, e santificação.

Tiatira (538 d.C – 1565 d.C) “Sacrifício de contrição”


Tiatira era uma igreja obscura, mas nessa carta ela fez o que Éfeso e Pérgamo

não fizeram, há maiores progressos espirituais do que em outra igreja que

antecedeu a ela.

Por ser uma cidade pobre, os habitantes reuniam-se em associações comerciais.

Essas associações cormercias obrigavam os seus participantes a participar de

festivais e rituais de templos pagãos. Os cristão se viam em extrema aflição por

sua pobreza ali, ou se uniriam em associações comerciais com todas as práticas

pagãs ou se alienavam do evangelho.

Profeticamente ela se estende desde 538 – 1565 d.C, quando um poder espúrio

denominado Jezabel levou muitos a apostasia e perseguição, no Antigo

Testamento Jezabel era a esposa do rei Acabe, que conduziu o povo à

apostasia, matou os profetas de Deus. (1 Reis 16:31-33). Em Tiatira ela seduzia o

povo de Deus a misturar o erro e a verdade, e os que assim aceitavam isso

estavam cometendo adultério espiritual com ela. o motivo da censura foi o

tolerar essa mulher no meio da Igreja. Alguns identificam ela como o Papado, e

propõe que o período de Tiatiara se estenda desde 538 a 1798, mas por razoes

de conconcordancia universal preferimos a data que se estende desde 538-

1565 d.C.

43
Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos
como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido: Conheço as tuas obras, o teu
amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas
do que as primeiras. Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si
mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a
praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos. Dei-lhe tempo para
que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a
prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se
arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão
que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas
obras. Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa
doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra
carga não jogarei sobre vós; tão-somente conservai o que tendes, até que eu venha. Ao
vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as
nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de
barro; assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. (Apocalipse 2:18-29)

“Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua
perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as

primeiras.”- O amor que os cristãos de Tiatira tem por Seu Deus é genuíno, e

produzido pelo Espírito Santo, o amor que produz obras. Enquanto Éfeso é

exortada a voltar ao “primeiro amor”, Tiatira tem um “amor que chama atenção

de Jesus”. Enquanto Éfeso é aconselhada a “praticar as primeiras obras”, Tiatira

persevera e tem “as ultimas obras mais numerosas que as primeiras”.

Ela possui uma experiencia real e produtiva, qual semente que caiu na boa terra

e frutificou muito.

44
“Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel”, - Sobre

Jezabel, ver acima. A igreja pode ser obediente e submissa, ter os frutos do

Espirito Santo, mas o “tolerar” o mal no seu meio, é um erro que precisa de

arrependimento. Quão solene é isto! Uma analise atenta mostra que a

repreensão de Jesus à Tiatira, se demora mais na própria Jezabel, que pelos

vistos, exerceu tremenda influencia corruptora sobre a igreja. E alem do mais,

ela perseguiu o povo fiel de Deus. O momento de Tiatira abrange o periodo da

Reforma protestante. Momento em que os reformadores descobriram algumas

verdades como que descobrissem áureos tesouros! E pregaram uma mensagem

de “sola scriptura”, uma mensagem de “retorno à bíblia”46.

Jezabel - outras versões


Alguns autores apresentam Jezabel como uma seita gnóstica que surgiu

naqueles espaço de tempo. Segundo esses, a seita Jezabel defendia que o

corpo humano não devia servir apenas como para o individuo. Mas que tinha

que ser activamente corrompido e degradado por vícios sexuais. 47 Esta

informação explica o ato que lhe é atribuída de levar a igreja à prostituição.

Bom, no sentido espiritual, entendemos que se trata de uma prostituição

espiritual como vimos acima, mas não deixa de ser interessante partilhar esse

ponto de vista, ate porque há uma possibilidade de haver uma seita gnóstica

licenciosa na Tiatira geográfica que tentava os cristãos.

Outros vão defendendo a possibilidade de existir literalmente uma mulher com

o nome de Jezabel em Tiatira que liderou a igreja, e que era uma mulher imoral.

Apesar de não ser difícil encontrar um nome fenício como este naquele tempo.

Mas nada de concreto se tem a provar quanto á isso.

Há também aqueles que propõem que Jezabel seja uma contrafacção dos dons

espirituais por artes mágicas, por que Jezabel é identificada como profetiza em

46
Conferir: Stefanovick, p.39
47
Para detalhes cf. Novo Testamento Interpretado, Champlin p.408

45
Tiatira, nos dias de então, isto porque propõe-se que tenha existido um

movimento com essas características.

Outros defendem que Jezabel seja Roma Apostatada. Mas alguns discordam

deste ponto por dizerem que na mensagem a Tiatira Jezabel é vista operando

DENTRO da igreja e não que ela seja uma igreja como tal.

Varias tentativas são feitas para encontrar uma Jezabel histórica em Tiatira, mas

seja oque for a ser concluído, a visão adventista entende que Jezabel seja um

símbolo do Papado, uma vez que o papapo eé representado como uma mulher

(Apocalipse 17) e a sua supremacia tenha se dado em 538 d.C, data que

coincidentemente iniciou o período de Tiatira se estendendo até 1565 d.C, e

fazendo um paralelo com a Jezabel de Acabe, a Jezabel de Tiatira propagar a

prostituição espiritual no meio do povo, e influencia a igreja a seguir a idolatria,

dentre varios outros paralelos que se podem verificar entre as duas.

o castigo de jezabel

“Eis que a prosto de cama, bem como em grande tribulaçao”- entende-se


que era numa cama em que Jezabel se prostituía e levava a Igreja a prostituir-
se, Deus substituiria a cama do prazer pecaminoso, por uma cama de
enfermidade e dor, a expressão em grande tribulação nos faz pensar na grande
tribulação das sete pragas, quando Babilonia será severamente punida com
seus simpatizantes.

“Matarei os seus filhos”- os simpatizantes de Jezabel partilharão de um


destino trágico. Não podemos concluir que este que esta ameaça seja simbólica
por que a realidade de uma punição para todos os que transigem com o
pecado é incontestável. Esta expressão nos faz recoradar a Babilonia a “mae das
meretrizes” (Apocalipse 17:5) , um convite implícito esta sendo dado para todo
cristão de Tiatira é extremamente similar ao “sai dela povo meu para que não
sejais participantes dos seus flagelos” (Apocalipse 18:4). Os filhos também
podem significar os frutos da mistura do erro com a verdade.

46
“Conservai o que tendes até que eu venha”
As obras de Tiatira, são conhecidas: “o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua

perseverança”. Nessas obras deviam permanecer até a volta de Jesus, e se assim

fossem encotrados “perseverando” seriam salvos. Não que a salvação venha das

obras, mas “aquele que persevarar ate o fim será salvo” Mat 24:13. Perseverar

significa “permanecer em Cristo”. Permanecer em Cristo esta intimamente

associado a guardar os mandamentos de Jesus.

“Se guardadardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor;

assim como eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu

amor permaneço” Joao 15:10

Se a despeito do zelo e das obras, Tiatira resolvesse recuar abandonando a sua

fé, alma do Senhor não se agradaria deles:

“Todavia o meu justo viverá pela fé; e se retroceder, nele se compraz a

minha alma.” Hebreus 10:38

E seriam removidos o seu candelabro, como fora dito a igreja de Efeso caso ela

não voltasse ao primeiro amor (cf.Efeso).

Apesar de todas boas obras que um crente possa pretender ter, se não

permanecer na obediência aos mandamentos não poderá permanecer com

Cristo e dar frutos.

“Eu sou a videira, vos os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele,

essa dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. Joao 15:5

“….ate que eu venha”-Jesus so se manifestará na vida do guardador da lei. E o

guardador da Lei literalmente ama a Cristo, e como Cristo é amado por Deus,

ele também é amado com o mesmo amor:

47
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me

ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o

amarei e me manifestarei a ele.” João 14:21

Essa mensagem visava encorajar os cristãos de Tiatira, e para nós não é

diferente! Jesus encoraja com verdades, e tão reto, que apresenta o sofrimento

e apresenta a consolação diante do homem. Ele não é aquele pastor que sobe

ao púlpito para começar a pregar teorias de aceitação e a doutrina dos

nicolatitas, de que não há lei, não há sofrimento, não há embaraços e

momentos difíceis na caminhada com Cristo. Cristo apresenta toda a verdade,

como ela é, e recusa-se a mentir. Ele é a personificação do que chamamos

“Verdade”. Ele é tão fiel aos Seus mandamentos que recusa quebrá-los para

agradar os sentimentos dos homens. Quando Ele regressar finalmente dará a

recompensa ao cristãos fieis de Tiatira, e dará o castigo a Jezabel e toda a sua

confederação.

48
Apocalipse 3

SARDES (1565 d.C – 1740 d.C) “príncipe”


Sardes era uma cidade muito rica, governada pelo rei Creso. Era nos tempos

antigos a capital da Lidia. A cidade estava construída sobre um alto monte de

pedra branda, os habitantes de Sardes criam que ninguém poderia destruir a

sua cidade por ser ela muito fortificada. Ciro a tomou em 549 a.C, e mais tarde

Tibério construiu ela depois que um terramoto à fustigou no ano 17 d.C. Ela era

famosa por sua industria de Tintura e de lã, e por sua libertinagem. Certa vez,

Ciro rei da Pérsia, cercou a cidade e por catorze dias não encontrava um acesso

à cidade, então propôs uma recompensa para aquele que encontrasse uma

entrada à Sardes. Um soldado chamado Hieroedaes, viu um soldado ter

deixado cair o seu casaco dos murros para fora da cidade, e depois de pouco

tempo viu que aquele casaco tivera sido removido dali. Então Hieroedaes com

alguns soldados persas encontraram uma entrada ali, que facilmente seria

escalada, e quando os persas entraram por ali para tomar a cidade acharam ela

totalmente relaxada sem sequer um vigia noturno ou atalaia. De facto os

habitantes de Sardes criam que a sua cidade era impenetrável e inconquistável!

Mas Ciro (símbolo de Cristo) apareceu como ladrão à uma cidade

autossuficiente, e sem vigilância, e a destruiu, como aconteceu com Babilonia

em 539 a.C. O tema central da mensagem de sardes gira em torno da sua

autossuficiencia, cegueira e a não vigilância.

Profeticamente ela corresponde ao período que abrangiu o período pos-

Reforma, e o período em que se verificou uma onda de filosofismo e

secularismo na Europa. Uma época em que a igreja era formal e destituída de

vida espiritual, por seu orgulho e mistura do erro e filosofias pagãs.

Ela é acusada por ser exteriormente bela, mas totalmente corrompida por

dentro, o pecado de Sardes era a sua hipocrisia e orgulho, o que a fez

permanecer cega ao ponto de negligenciar sua alma e ser destruída de repente.


49
Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de
Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.
Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado
íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e
ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não
conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti. Tens, contudo, em Sardes, umas
poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto
comigo, pois são dignas. O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo
nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome
diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas. (Apocalipse 3:1-6)

“Tens nome de que estas vivo mas estás morto”- a Igreja do período pós-reforma

tinha o nome de ser uma igreja desperta, e viva, mas a sua hipocrisia era a única

coisa que tinham, o mais triste em tudo isso, é que a reputação a faz achar que

está viva, mas que infelizmente, estava cega, e sentia que não necessitava de

vigiar. Ellen White expressa com palavras solenes a situação de Sardes aplicada

a qualquer cristão de qualquer época:

Deus conclama esta igreja a fazer uma mudança. Os crentes tinham

nome de estar vivos, mas suas obras eram destituídas do amor de Jesus.

Oh, quantos já caíram porque confiaram em sua profissão de fé para ser

salvos! Quantos se perdem porque se esforçam para manter um nome!

Se alguém tem a reputação de ser um evangelista bem-sucedido, um

pregador talentoso, uma pessoa de oração, uma pessoa de fé, uma

pessoa especialmente consagrada, há sério perigo de que naufrague na

fé quando testada pelas pequenas provas que Deus permite que

sobrevenham. Com frequência seu grande empenho será conservar sua

reputação.( Apocalipse, EGW, p.1069)

50
As igrejas depois da reforma experimentaram um controvérsia doutrinaria muito

forte, e elas aliadas ao estado e substituindo a Verdade bíblica por credos

criaram uma apatia espiritual.

Outro fator importante que contribuiu para a apatia em relação às coisas

espirituais foi o racionalismo, nos séculos 17 e 18. Apoiados em

descobertas científicas, muitos eruditos começaram a crer que as leis

naturais eram suficientes para explicar o funcionamento do universo.

Com frequência, concluíam que a principal função de Deus neste mundo

foi a de uma causa inicial e, desde esse primeiro ato de criação, o mundo

vinha funcionando de maneira mais ou menos independente. Os

intelectuais perceberam a eliminação da reflexão teológica independente

em vista das fórmulas rígidas da ortodoxia protestante e se voltaram, em

alguns casos, para o racionalismo filosófico. O racionalismo produziu

idealismo elevado e pensamentos louváveis em campos como a ciência

política e o humanitarismo. Porém, quando aplicados à religião, seus

pressupostos contribuíram para a frieza espiritual que caracterizou

grande parte do protestantismo nos séculos posteriores à Reforma.

( CBA, p.836)

“Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho
achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Lembra-te, pois,
do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se
não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que

hora virei contra ti.”- o paralelo histórico-profético, ilustra essa declaração. A

situação de Sardes, é de lamentar! Jesus o Deus glorioso no meio dos sete

candelabros, dirige de Sua boca a advertência que deve ser guardada no

coração de todo aquele crente que se acha “acomodado e bem, sem

51
preocupação nenhuma com sua vida espiritual” de que se não vigiar, Ele virá

como um ladrão e será tarde demais para mudar sua vida. Muitos infelizmente,

estão na condição de Sardes actualmente. Sentem que são moralmente livres, e

usam seus sofismas, e sua “intelectualidade para criticar a palavra de Deus” ou

ate mesmo confiam mais na sua “racionalidade” do que na expressa palavra de

Deus. Não é raro encontrar cristãos, que não querem estudar a palavra de Deus,

mas confiam bastante nos seus sentimentos! Há tempos atrás vi o caso de uma

mulher que tinha um doente na família, eu a aconselhei a procurar confiar a

Deus o caso de seu irmão, recomendei a oração e ate citei para ela mensagens

de conforto e esperança do espírito de profecia, como se não bastasse orei por

ela, prometi que iríamos orar juntos para que Deus fizesse Sua vontade com

relação a saúde do seu irmão. Ofereci para ela o livro “Como lidar com as

emoções” de Ellen White, mas mesmo assim, pareceu-me que ela confiava mais

em pessoas e não queria ler ou continuar a orar e deixar o caso com Deus. Pode

parecer algo simples para quem lê, mas aquilo foi tão impressivo sobre mim, e

fiquei muito triste, por ver que Deus e Sua palavra estavam sendo tratados sem

real valor para aquela situação e no lugar deles, se buscava por conselhos

humanos motivados por sentimentos. A crise dentro da Igreja Adventista do

Setimo Dia vai peneirar todos os que não vigiam, e confiam nos homens e nos

seus pensamentos. Deus é poderoso o suficiente para salvar totalmente os que

se achegam a Ele, pois vive intercedendo por estes. Não haverá escusa para

aquele que não se firmou na obra de vigilância, não haverá compreensão para

aqule que se contentou com uma religião formal e exteriormente perfeita.

A INTELECTUALIDADE CRITICA E O MORDOMO INFIEL HABITANTE DE


SARDES
Sardes viveu a era do “iluminismo” da “sabedoria intelectual”. Este problema

afectou significamente o cristianismo pos-reforma, e em contrapartida os

credos substituem a palavra de Deus. Muitos tem confiado na sua mente e no

seu poder critico, a tentativa generalizada hoje em dia, é de submeter a Biblia

52
no domínio da razão humana. Uma razão humana que é “enganosa mais do que

todas as coisas, e desesperadamente corrupta” (Jer 17:9). Hoje vivenciamos

situações tristes, pessoas que se dizem cristãs, defendendo que a bíblia não é

totalmente inspirada, que o Gênesis não passa de uma lenda, que a lei foi

abolida e que apenas a graça é que salva os homens, cristãos defendendo que o

antigo testamento é invalido para os dias de hoje. Vivenciamos o crescimento

do carismatismo vazio nas denominações cristãs, teorias que ensinam que Deus

não passa de um Pai romântico caçando os homens seduzindo-os com bênçãos,

so para ter sua atenção para Si. O evangelho da prosperidade, o ecumenismo

religioso que põe de lado a bíblia pela “crença comum”! e qual é o resultado de

tudo isto? Apostasia! E infidelidade na mordomia!

A mensagem de Cristo, é clara! Se não vigiares virei a ti como ladrão! Não é

possível vigiar sem estar num lugar de protecção! Apenas, na presença do

ESPIRITO SANTO, é que estamos seguros dos ataques do Diabo! Somente pela

ORAÇÃO é podemos vencer, (os discípulos não oraram e por isso caíram em

tentação ) ESTUDANDO A PALAVRA DE DEUS é que poderemos dizer ao Diabo

“ESTÁ ESCRITO”! e isso só pode acontecer se haver SUBMISSAO DA NOSSA

MENTE, E CORPO a Deus! Essa submissão vem quando ACEITAMOS os apelos

do Espirito de Deus. Não é possível transgredir os mandamentos e estar

vigiando! E sem esse processo, o cristão não será fiel administrador dos dons do

Espirito! Estes assuntos são solenes! Muito solenes! Tem se estudado bastante

os evangelhos, mas raramente a mensagem de Cristo à estas igrejas! Como tem

sido a vida de um cristão que professa esperar a volta de Jesus? De sono

espiritual? Quando um Ser majestoso no meio dos candelabros diz “arrepede-

te” esta mostrando que Ele tem poder suficiente para conceder o

arrependimento, em atos 5:31 Pedro afirma que Jesus é que concede o

arrependimento, mas quando somos ordenados a nos arrependermos, é para

ACEITARMOS ser transformados por Ele.

53
O habitante da Sardes profética, não usa seus dons no poder do Espírito de

Deus. Muitas vezes não aceita os conselhos da Biblia, e se contenta apenas em

ir a igreja, participar do louvor, dos programas, mas não em viver uma vida de

obediência a Deus! Aparenta ser cristão mas só é cristão quando veste a roupa

da igreja. Não tem uma experiencia INDIVIDUAL com Deus!

Ellen White comenta sobre o perigo dos sofismas. Os sofismas são uma forma

de argumentação usada no discurso filosófico. Mas no contexto em questão,

sofisma seria uma espécie de “argumentação critica de assuntos sem

importância ”, chegamos a essa conclusão lendo as palavras ispiradas:

“Tinham forma de piedade sem ter o seu poder. Faziam sofismas sobre assuntos

sem importância especial, que não haviam sido dados pelo Senhor como testes,

até que esses assuntos se tornavam como montanhas, separando-os de Cristo e

uns dos outros.” (p.1069)

Não é esse o espírito de muitas igrejas? Ter forma de piedade, e demorar-se em

assuntos sem importância, que são deixados crescer à ponto de separarem os

cristãos uns aos outros? Não é esse o espírito que reina em muitos meios

religiosos?

“Tens contudo umas poucas pessoas que não contaminaram suas

vestiduras”- Na antiga Sardes, mesmo em meio a toda uma libertinagem

característica da cidade, um grupo de pessoas ainda viviam a pureza! Deus

escreve essa mensagem tendo em pensamento a fidelidade destes, e o possível

arrependimento dos restantes. Sempre haverá quem não se degenere no meio

da degeneração, sempre haverá quem não se ajoelhe debaixo dos ídolos de

seu tempo. Um remanescente sempre será a gloria das descrições dos cenários

de pecado e rebeldia em toda bíblia. Eles são como “estrelas num céu agitado

54
por tempestade” apesar de todo um abalo, elas continuam mantendo seu brilho

ali fixas no firmamento.48

“O vencedor será vestido de vestiduras brancas”- O parelelo é intencional

aqui. Aquele que não contaminou sua vestidura em Sardes, receberia uma outra

vestidura, branca! Não podemos aplicar o carácter como o símbolo destas

ultimas vestes, porque o carácter será mantido ate a eternidade. O facto do fiel

não contaminar suas vestes com a libertinagem, mostra a integridade de

carácter, então so nos resta aplicar as vestes brancas como literalmente as

vestes da imortalidade, que são dadasa aquele que perseverar ate o fim.

“Não apagarei o seu nome no livro da vida”-O Livro da Vida contem os

nomes de todos os que já entraram para o serviço de Deus, há varias evidencias

disso ao longo a Biblia. Alem de ser de consenso geral que todos os forem

salvos terão seus nomes registados ali, ( cf. Ap 20:15)

O apagamento dos nomes no livro da vida, será feito no fim do Juizo de

investigação.49 Em que so o povo de Deus fará parte!

“Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”- Esta claro, que

atender a voz de Cristo equivale ao atender a voz do Espírito Santo, porque no

inicio das cartas, tem sido Jesus quem dirige a mensagem aos anjos de cada

igreja, e no fim da cada carta, o apelo é que se ouça o que o Espírito “diz” as

igrejas. Isso não significa que Jesus e o Espírito Santo sejam o mesmo ser. Mas

que trabalham juntos na salvação dos homens. Jesus chamou o Espírito Santo

de “outro consolador” (João 14:16), se o Espirito Santo é “outro” significa que

Jesus era um Consolador!

A ideia chave é que o arrependimento so há de vir quando quando a

igreja atender à voz do Espirito! É um apelo igual ao da Sabedoria que “grita

48
Frase de Ellen White.
49
Conferir Ellen White, Juizo de investigaçao, Cristo em Seu Santuario

55
nas ruas” (Proverbios 1:20) chamando os homens ao “temor do Senhor”

( Proverbios 1:7).

Um conselho de Ellen White:

Na mensagem para a igreja de Sardes são apresentadas duas classes de

pessoas: aquelas que têm o nome de que vivem, mas estão mortas, e aquelas

que estão se esforçando para vencer. Estudem essa mensagem, encontrada em

Apocalipse 3. [Citado Ap 3:1, 2.] Quem são estes que estão para morrer? E o que

fez com que ficassem assim? A explicação é dada: “Não tenho achado íntegras

as tuas obras na presença do meu Deus”. Esta mensagem é enviada à igreja dos

dias atuais. Conclamo os membros de nossa igreja a lerem o terceiro capítulo

do Apocalipse, e a fazerem uma aplicação dele a si.” Comntaio de Apocalipse

p.1070

Filadélfia (1740- 1844) “Amor fraternal”


Filadelfia foi a igreja que não recebeu nenhuma censura da parte de Cristo!

Compreendeu o período que se estende apartir de 1740-1844

E a característica emblemática dela é a famosa “porta aberta”.

Filadélfia na História

Não há melhor relato histórico sobre Filadelfia que este:

Filadélfia era uma cidade da província romana da Ásia. Na porção

ocidental do que agora é a Turquia Asiática. Ficava localizada a cento e

vinte quilômetros a sulcstc de Sardes. Nos tempos do N.T., cra a segunda

mais importante cidadc da Lídia. Originalmente, a cidadc foi fundada por

Eumenes, rei dc Pérgamo. no século II A.C., tendo recebido nome de seu

Irmào, Atalo. cuja lealdade lhe ganhara o titulo dc ·Filadclfo». Filadélfia

56
jazia perto do limiar dc um trecho fértil da rcgiào do planalto, o que lhe

dava grande parte dc sua prosperidade. No ano de 1 ‫ ל‬D.C. a cidade foi

destruída por um terremoto; mas uma doaçào imperial ajudou em sua

restauração. Entào adquiriu o nome dc Neokaisareia. e. posteriormente,

sob o imperador Vcspasiano. recebeu o nome imperial. Flávia.

Conforme se dava com a maioria das cidades daquela área. Filadélfia

estava imersa na id o la tria , e, mais ta rd e , mergulhou no ·cu lto ao

imperador-. Era famosa pelo número c grandiosidade dc seus templos e dc

suas festividades religiosas. Como é bem conhecido hoje em d ia , a á re a geral

onde estavam localizadas as sete igrejas do Apocalipse, e que recebeu

originalmente esse livro, não é mais uma área cristã. Porém, dentre todas as

sete igrejas, a de Filadélfia foi onde o cristianismo sobreviveu por mais tempo.

A localidade é agora ocupada por uma aldeia turca, Allah Shehr, nome que

significa ·Cidade de Deus·…. a aldeia ocupa quatro ou cinco colinas, estando

bem suprida de árvores, e o clima é saudável. Acredita-se que uma das

mesquitas ali existentes era o lugar das reuniões da igreja endereçada no

Apocalipse. Uma coluna solitária, de grande antigüidade, com freqüência tem

sido notada , lembrando as pessoas sobre as palavras de Apo. 3:12: *Ao

vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus...'». (Russell Champlin,

Novo Testamento Interpretado, p.421)

Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que
tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá:
Conheço as tuas obras—eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual
ninguém pode fechar—que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não
negaste o meu nome. Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que
a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se
aos teus pés e conhecer que eu te amei. Porque guardaste a palavra da minha
perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo

57
inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Conserva o
que tens, para que ninguém tome a tua coroa. Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário
do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome
da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus,
e o meu novo nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. (Apocalipse
3:7-13)

“Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi,
que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá”- O Santo, o
Verdadeiro, é Cristo. O ter a “chave de Davi, que abre e ninguém fechará…”
significa que Deus tem a autoridade sobre a igreja, e tem também a autoriade
de fazê-la cumprir o seu propósito. Cristo é o cabeça da Igreja,e o fundador dela.
“Este versículo aplica a profecia de Isaías acerca de Eliaquim a Cristo (Is 22:20-

22; ver 2Rs 18:18). Eliaquim foi designado para supervisionar a casa de Davi,

conforme demonstra o fato de que receberia “a chave da casa de Davi” CBA,

p.757

E sobre a “porta aberta”- Tendo a “chave de Davi” (v. 7), Cristo pode abrir uma

“porta” de oportunidades ilimitadas para a igreja de Filadélfia alcançar vitórias

na luta contra o pecado e para dar testemunho da verdade salvadora do

evangelho. Há outros usos semelhantes de “porta” como um símbolo de

oportunidade. (idem).

“que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não


negaste o meu nome. Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de
Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas
mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te

amei”- Ela tem pouca força, não no sentido espiritual, por que se assim fosse

ela seria censurada por Jesus, mas como vemos, ela não tem censura nenhuma

da parte de Jesus, entretanto, ter pouca força pode ser entendido, como ser um

corpo de fieis pequeno, sem tal grandeza institucional e material. Os fieis de

Filadelfia guardaram a palavra de Deus. Este facto evoca um cenário de

apostasia, e a consequente fidelidade destes crentes neste cenário. A expressão

58
“sinagoga de Satanas” é paralela à ”desses que a si mesmo se declaram judeus

e não são”, no período do Milerismo, a grande apostasia se revelava entre

outras coisas, ao deísmo prevalecente, Miller que em tempos foi arrebatado por

essa corrente de pensamento, ao arrebatamento parcial- crença de que os fieis

seriam arrebatados e os ímpios estariam vivos para experimentar a grande

tribulação- O milenismo- a crença de que não haveria um milénio- entre outros

pensamentos antibiblicos de então. Muitos deistas criticavam a bíblia e não

criam no Deus bíblico, como em todos os períodos da igreja, varias seitas

professamente “judaicas” eram na verdade “sinagoga de Satanas” por

ensinarem doutrinas como a doutrina dos mil anos de paz antes da volta de

Cristo, tal era o afastamento dos fundamentos da Biblia que o Movimento que

pregou a volta de Jesus teve que obedecer ao chamado “Sai dela povo meu”

para sair das filhas da Babilonias, as igrejas caídas a que pertenciam e “dar a

trombeta o sonido certo”. Nos tempos históricos, em Filadélfia, havia uma seita

de gnósticos que combatiam-se as crenças com as do cristianismo, e ameaçava

destruir os fieis daquela região. Vimos quando falamos de Jezabel, que este

movimento que por muito tempo andou em paralelo com o crisianismo,

defendia o uso de alimentos sacrificados aos ídolos, a mutilação do corpo, e

outras praticas ritualisticas pagãs. Por incrível que possa parecer, o gnosticismo

carrega muitas semelhanças com o deísmo.

“eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei”- Uma

grande maioria ridicularizou o movimento milerita, e mais adiante quando viram

que os quadros proféticos eram incontestáveis, uma conviçao do Espirito Santo

os fez “prostrar-se” não aos pés dos Mileritas, mas aos pés do claro Testemunho

bíblico, e por fim a Deus. Muitas conversões se seguiram e muitos conheceram

que os pregadores de Deus haviam sido especialmente guiados por Deus ao

exaltar a escritura no lugar das teorias humanas. Importa frisar que a igreja de

Filadelfia não so abarca o movimento Millerita, mas a uma parte de um período

59
que seguiu-se a pos-reforma. Haveria um testemunho que Deus havia amado o

Seu remanescente, e isso poderia ser claramente visto no poder que

acompanhava a sua mensagem.

“Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te


guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para
experimentar os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Conserva
o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. Ao vencedor, fá-lo-ei
coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também
sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova
Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo

nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”- Por terem

conservado a fidelidade seriam guardados da grande tribulação. Aquela que se

seguirá quando o príncipe Miguel se levantar e a porta da graça fechar-se.

Cristo vem sem demora, ainda que muitos julguem a Sua vinda como

demorada, “conserva o que tens para que ninguém tome a tua coroa”, A Biblia

não se confunde, Jesus disse “aquele que perseverar ate ao fim será salvo” 50, e a

coroa da justiça esta guardada aos que vencem! Razão pela qual, se eles

permanecessem fieis teriam automaticamente a coroa da vida.

Uma lição significativa

50
Mateus 24:13

60
A coroa da vitoria pode ser entendida como a “excelência espiritual produzida
pelo Espirito Santo” fica claro que quando estamos em “perseverança” -que so
ocorre pela accao do Espirito Santo e pela cooperação do homem com Este- a
coroa da justiça nos esta guardada. Paulo foi o exemplo disso. Quando somos
“oferecidos como libação” e “nós não mais vivemos mas Cristo vive em nós”
podemos ter a certeza de que uma coroa esta presente em nossa vida. “O meu
justo viverá pela fé, e se retroceder a minha alma não terá prazer nele” (Hb
10:38). Adicionalmente, o estar em Cristo significa ter a coroa da vida.

Um pano de fundo que nos ajuda a entender a questão da coroa:

O rabino Simon, emTract. Shabb. bab. 88a (Talmude), afirma que quando
ocorreu o que Εχο. 24:7, os israelitas foram coroados cada um com duas coroas,
por seiscentos mil anjos. A primeira dessas coroas foi dada quando disseram:
«Faremos·. E a outra quando disseram «Seremos obedientes. Porém, por
ocasião do acontecimento retratado em Êxo. 33:6, essas coroas lhes foram

arrebatadas das cabeças, por um miihao e duzentos mil demônios. Finalmente,


porém. Deus lhes restaurou as coroas, conforme sc vê no trecho de Isa. 35:10.
De conformidade com as doutrinas judaicas, nào há que duvidar que a perda
das coroas significava a perda da salvação pessoal, que fora ganha mediante a
justificação diante de Deus: e é perfeitamente possível que o vidente João
compartilhasse desse ponto de vista. (Champlin, p.427)

É obvio que esta historia contada pelo rabino Simon, não é verdadeira, mas o
principio verdadeiro é o de os que obedecem a Deus, tem a coroa da vida.
Porque para obedecer precisamos deixar que o Espirito Santo faça em nós a
obra da vitoria sobre o pecado, que é reflectida numa vida de obediência alegre
e total aos mandamentos de Deus. so os que tem a coroa da Justificaçao e da
santificação poderão ter a coroa da glorificação e a coroa literal no céu. A figura
é a de um atleta que espera uma coroa, mas já tem uma que se for mantida nele
obterá a coroa final.

“Falo-ei coluna do santuário do meu Deus”- o vencedor teria um lugar no


tabernáculo de Deus. Aqui a expressão deve ser entendida metaforicamente,
por que o santuário não existira na nova terra e no novo céu: “Nela não vi
santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o
Cordeiro.” Apocalipse 21:22. A explicação do Professor Russell Champlin é
bastante interessante sobre este ponto:

61
Há aqui, mui provavelmente, alusão ao fato que na área onde estava localizada

a cidade de Filadélfia havia terremotos freqüentes, com o resultado que muitas

construções, incluindo templos, eram abalados, rachavam-se e, algumas

vcz.cs, tombavam. Estrabão escreveu nessa conexão: «E Filadélfia não

deixou dc sofrer cm suas muralhas, mas diariamente são abaladas de algum

modo. e há brechas nas mesmas. Mas os habitantes continuam a ocupar o

local, a despeito de seus sofrimentos e de terem de edificar novas casas».

No ano dc 17 D.C., a cidade foi destruída por um terremoto, mas uma doaçào

imperial ajudou em sua recuperação. O vidente Joào dizia, por conseguinte, que

em contraste com os templos dos deuses pagãos, cujas colunas eram abaladas

e destruídas por terremotos, os vencedores perseverantes tomar-se-ào colunas

no templo do Deus vivo, a comunidade formada de pedras vivas, que compõem

o templo de Deus. Isto é, o lugar onde ele manifesta a sua presença . (IBID)

“e dai jamais sairá”- “Isto é, será permanente. Em harmonia com a figura, sair
representaria deixar a presença de Deus de maneira deliberada, como o fez
Lúcifer” CBA, p.759, como o Pr Russell disse, as colunas dos templos
normalmente ficavam nas extremidades exteriores dos templos, mas nessa
figura as colunas serão fixadas “dentro” do santuário ou presença divina, e a
coluna representada pelo filho obediente de Deus, “jamais saira” dessa
presença.

“gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do


meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu
Deus, e o meu novo nome”- Deus gravaria o Carácter do Seu pai neles, e o
nome de Jerusalém sobre eles como identificação do povo de Deus, vemos em
Apocalipse 14:1, o Jesus e os remidos no monte Sião e nas testas deles escrito o
nome do Pai, e em Apocalipse 22:4, quando estão com o Cordeiro no rio da
vida o profeta diz “contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele”.
A ideia de escrever o nome dos fieis na cidade de Deus é apresentada
literalmente “Tinha grande muralha, doze portas, e junto às portas, doze anjos,
e, sobre elas, nomes inscritos, que são nomes das doze tribos dos filhos de
Israel.” Apocalipse 21:12.

62
Vamos recuar no passado para entender o pano de fundo do “gravar nomes”:

As colunas dos templos antigos traziam gravações com os nomes das

divindades ali adoradas , juntamente com os nomes de sacerdotes , heróis e

outros personagens importantes para aquele culto. A arqueologia tem

descoberto muitas dessas colunas gravadas. Os sacerdotes provinciais do ·culto

ao imperador», quando seu ano de oficio já começava a terminar, erigiam sua

própria estátua dentro dos limites do templo, inscrevendo sobre a mesma o seu

próprio nome, o nome de seu progenitor, seu lugar de nascimento e o ano

durante o qual oficiou. Ê possível que a ·gravação» aqui mencionada, por

conseguinte, seja uma alusão a essa prática, e que a idéia tenha sido transferida

para a prática de gravar nomes sobre colunas. Lemos também que muitas

pessoas gravavam seus nomes sobre as paredes dos templos, pensando que

assim estariam em constante contacto místico com o deus daquele templo. As

coluna« com freqüência eram esculpidas em forma humana, e isso pode ter

sugerido ao vidente Joâo a idéia que os vencedores tomar-se-iam colunas no

templo de Deus, no templo que é o próprio Deus” (Idem)

63
Laodicéia (1844- presente) “Juízo do povo”
A Carta aos Laodicenses é a única em todas que não possui elogios da parte do

Senhor! Contrastando com Filadelfia e Esmirna que não possuem censuras!

Infelizmente, esta é a condição do cristianismo desde 1844 ate o presente.

Sera que todas as igrejas cristãs desde 1844 são desprovidas de virtudes

espirituais? É certo que não! Falando sobre o trigo e o joio Jesus afirmou:

“…deixai-os crescer juntos ate a colheita…”(Mt 13:30), e a qual colheita se referia

Jesus? A sua segunda vinda! Entao, ate la essas duas classes permearão a igreja.

Assim como em todos os períodos sempre existiram fieis e infiéis, também,

ocorre assim para o sétimo período da igreja. Os apelos do Senhor são todos

iniciados por “Conheço…” e “tuas obras”- indicando que o apelo é individual.

Individual porque existem laodiceanos espirituais em todas as sete igrejas, assim

como, filadelfianos e esmirnos espirituais em Laodicea.

O nome Laodiceia significa “juízo do povo”, curiosamente, as três mensagens

angélicas relacionadas ao juizo também são proclamadas no período profético

de Laodiceia. E alem disso, o Sumo Sacerdote celestial, entra para uma obra de

juizo logo no ponto inicial do período em questão!-1844.

A Laodiceia na Historia

No século III, Antioco II construiu uma cidade na Asia Menor, na atua Turquia

Asiatica e deu o nome de “Laodiceia” em homenagem a sua esposa Laodice.

Nos tempos romanos a sua localização geográfica favorecia a sua prosperidade,

porque ela se achava numa intersecção de estradas principais da Asia Menor,

por meio dessas estradas ela se ligava à Efeso e Mileto, e ate à Siria. A cidade

era rica e era conhecida por sua industria de Lã, colírio, e por seus bancos

centrais que acumulavam muito “ouro”. Nos tempos do novo testamento o

nome Laodice era comum, e segundo alguns arqueólogos já haviam sido

64
construídas cerca de seis cidades com esse nome, e a Laodiceia da Carta de

Joao era chamada de Laodiceia do Lico, por que ficavan na margem sul deste

rio.

A cidade era tão rica que quando no ano 61 de nossa era, um terremoto

destruiu a cidade, os habitantes de Laodiceia negaram apoio de outras cidades

para sua recontruçao, eles mesmos reconstruíram a cidade com seus fundos.

Este aspecto é usado na carta para contrastar com sua autossufiencia e pobreza

espiritual.

Também possuia uma industria de lã, e de vestidos, o vestido mais famoso se

chamava “Trimita” ( Barclay p.163) e produzia-se em larga escala ali, sendo

depois exportado para outras regiões , era um emblemático símbolo de

Laodiceia, os seus vestidos, mas o Senhor apresenta ela como “nua”

espiritualmente.

Havia uma escola de medicina muito famosa, em que se produzia um colírio

que era reconhecido em varias partes da Asia Menor, eles tinham capacidades

fantásticas de cura para poblemas de vista. Eles tratavam os problemas de visão

ao mesmo tempo em que estavam “cegos” diante de Deus. Que ironia!

65
A Mensagem Do Ámem-A Testemunha Verdadeira

Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e
verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem
quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem
frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não
preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.
Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres,
vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua
nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a
quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém
ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Ao
vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me
sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
(Apocalipse 3:14-22)

“o Amen…a testemunha fiel e verdadeira…o principio da criação de Deus”-

Jesus é o Ámen, e o Amen expressa o “assim seja” nos cultos judaicos, depois

de lida uma mensagem que se concordasse o povo exclamava “ámen”

querendo assim dizer que a quela mensageram era “verdadeira”. No hebraico o

texto de Isaias 65:16, no lugar onde se le “Deus da verdade” esta “Deus do

Amen”, dando a entender que a intenção do texto é afirmar que Deus seja a

Verdade. Claramente vemos uma revelação de que Jesus é Deus porque em

Joao 14:6 Jesus afirmou que Ele era a “Verdade”. Jesus veio revelar quem era o

Pai, e era a “expressa imagem do Pai”, foi fiel e verdadeiro em tudo quanto fez,

era um Cordeiro imaculado, mas o sentido da expressão “testemunha fiel e

verdadeira” pode ser entendida ao que acabamos de falar a respeito do Amem,

a qualidade de uma testemunha é falar a verdade, Jesus se torna o Verdade, ou

Pai da verdade, um contraste notório com o Diabo que é pai da mentira e uma

falsa testemunha, que quase sempre em suas aparições como anjo de luz, tem

mentido sobre o Pai e sobre o reino de luz. Segundo col 1:18, Cristo é o

primogénito da criação, Jesus é eterno, então não pode ser a primeira criatura,

66
porque ser eterno, significa não ter começo nem fim. O Deus filho que é eterno,

encarnou-se na pessoa de Jesus! Não teve o Seu começo quando nasceu!

Apenas é chamado de Filho pelo contexto da encarnação.

“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses
frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a

ponto de vomitar-te da minha boca”- Jesus conhece os pensamentos dos

homens, o texto bíblico diz:

“enganoso é o coração humano mais do que todas as coisas, e

desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?”

E Ele responde:

“Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; isto para dar a

cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas acções” (Jeremias

17:9 10).

O laodiceano acredita que conhece seu coração, acredita que faz o trabalho de

Deus sem querer gloria prorpria, acredita que vive uma vida pura, e que aos

olhos dos demais ele é uma pessoa piedosa, não é necessário sentir isso nos

extremos, mas sente que esta bem e nada lhe falta! Mas o senhor “conhece o

coração” e alem disso o “esquadrinha” e “prova” os pensamentos. A confiança

em nós mesmos é um engano lamentável!

“não es frio nem quente”- na verdade pela palavra de Deus entendemos que

o não existe o terceiro excluído no grande confito, é impossível servir aos dois

senhores disse Jesus, ou vai amar a um e odiar ao outro. Não existe tal coisa

como metade Cristo e metade Diabo. A expressão quer evocar a ideia de estado

de indecisão e cristianismo em apostasia! O laodiceano efectivamente tem

momentos em que parece ser de Cristo e de noutros parece ser servo do Diabo.

Ellen White define quem são os mornos de Laodiceia nas seguintes palavras:

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“A mensagem à igreja de Laodiceia se aplica de maneira especial ao povo de

Deus hoje. E uma mensagem para os professos cristãos que se tornaram tão

semelhantes ao mundo que não dá para se ver nenhuma diferença” Ellen White,

comentário de Apocalipse p.1071

Entao temos duas identidades: o povo de Deus hoje e os professos cristãos


que se tornaram SEMELHANTES AO MUNDO que não da para se ver
nenhuma diferença.

Aplica-se a esta classe o termo “morno”, aqueles que professam amar a

verdade, todavia são deficientes no fervor e no devotamento cristão.

Não ousam desistir inteiramente e correr os riscos dos incrédulos, não se


acham, dispostos a morrer para o próprio eu e seguir exatamente os

princípios da fé…não se empenham inteiramente e de coração na

obra de Deus, identificando-se com seus interesses; mas se mantem


afastados, e estão prontos a deixar seus postos quando os seus

interesses mundanos, pessoais o exija. Carecem da obra interior da

graça no coração. ( Testemunhos Seletos 1 p.476 e 477)

Posso ser ativo em minha igreja e mesmo assim ser “SEMELHANTE AO MUNDO”

ao ponto de não ser “NENHUMA DIFERENÇA”? a esta classe de membros é que

concedida esta mensagem:

“A mensagem de Laodiceia se aplica aos adventistas do sétimo dia são

os que tem recebido grande luz e não tem andado nela. São os que tem

feito grande profissão mas não se tem mantido em passo com o seu

Director, os que serão vomitados de Sua boca a menos que se

arrependam. (Mensagem Escolhidas 2 p.66)

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A Agua Morna que saia de Hierapolis

Havia uma cachoeira que era um ponto turístico bastante conhecido na região

de Hierapolis, a agua saia deste ponto e passava por um aqueduto ate chegar a

Laodiceia, aproximadamente 10 kilomentros de distancia, no trajecto a agua

chegava morna à cidade. Uma figura própria do estado espiritual do povo. De

acordo com algumas fontes históricas, os laodicenses não queriam abandonar o

culto ao imperador por medo da perseguição que a igreja sofreria, eles diziam

que podiam adorar o imperador exteriormente mas que interiormente não o

estavam fazendo, por que uma vez recusassem adorar o imperador podiam

perder a igreja e os bens suntuosos que tinham em seu poder, assim preferiram

uma religião misturada com a idolatria, uma religião superficial para agradar aos

homens e a si mesmos. O interessante mesmo é que os laodicences não tinham

um remorso por este acto, e concordavam totalmente que isto não era um mal.

“A «mornidão· deles se deve ao fato que sua fonte de satisfação e razão

de vida está fora de Cristo, embora não se disponham a rejeitar a Cristo

aberta, abrupta e decisivamente…..Adam Clarke supõe que eram eles «bons

demais para irem para o

inferno e maus demais para irem para o céu. Era similar ao caso de Efraim

e Judá, em Osé. 6:4: ‘Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? porque o

vosso amor é como a nuvem da manhâ, e como o orvalho da madrugada,

que cedo passa'. Tinham boas disposições, que eram cativadas por más

inclinações; e tinham más disposições que, por sua vez, cediam a boas

inclinações. E a justiça divina e a misericórdia pareciam perplexas em saber

o que fazer com eles ou contra eles.51

51
Novo Testamento Interpretado p.431

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“O típico cristão laodicense se contenta com as coisas como estão e se orgulha

do pouco progresso que já fez. E quase impossível convencê-lo de sua grande

necessidade e de como se encontra distante do ideal de perfeição.” CBA p.841

“Estou a ponto de vomitar-te da minha boca”- a expressão “vomitar” vem do

grego “emeo” da qual deriva a palavra “emético”, um emético é uma substancia

qualquer que tenha a capacidade de fazer uma pessoa vomitar. Em alguns

lugares nos tempos bíblicos a agua morna era utilizada para esse fim,

obviamente que nem em todos os casos este método funcionasse. Mas a ideia

que Cristo quer passar é de que uma religião hipócrita e superficial é

extremamente desagradável para Ele, e que se não houver um arrependimento,

haverá uma rejeição eterna. O Amen ainda conserva consigo o morno, mas por

pouco tempo.

“Estou rico”- historicamente, nos recordamos do terremoto do ano 60-61 DC,

quando a ciadade de Laodiceia ficou arrasada mas os cristãos laodicenses

negaram o apoio dos outros povos para erguer a cidade. Eles não queriam que

um romano viesse reconstruir um templo a Jesus, uma vez que era o imperador

que deveria ser adorado, para isso eles preferiram manter o culto ao imperador

para não perder seus bens. Como se prosperidade material fosse indicativo da

aprovação de Deus.

Profeticamente o os cristãos mornos tem uma “enfatuação espiritual” eles

crêem que nada lhes falta e que estão bem no estagio espiritual em que se

encontram, não querendo aandonar seus vicios, e nem os seus desejos

pecaminosos.

Se engana quem pensa que é apenas para os “ricos materialmente”.

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“As importantes verdades que ficam apenas no nível da aceitação intelectual,

mas não chegam a dirigir a vida, levam ao orgulho espiritual e ao fanatismo

religioso.(CBA p.842)

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