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1 – Como se dá a partida do motor de indução trifásico utilizando-se um

autotransformador?

Motores de indução trifásicos podem arrancar com tensão reduzida usando um único
autotransformador trifásico ou três autotransformadores monofásicos. Os taps no
autotransformador variam entre 50 a 80% da tensão nominal. Se o motor não
consegue acelerar a carga na mais baixa tensão, os taps de tensão mais altas devem
ser tentados até que se obtenha o torque de partida próprio e desejado. Neste tipo de
partida o autotransformador age de duas maneiras para reduzir a corrente solicitada à
linha, ao reduzir a tensão a corrente de partida também é reduzida e pela relação de
transformação do transformador, onde a corrente de linha primária é menor que a
corrente secundária do motor.

2 – Descreva resumidamente a partida estrela-triangulo de um MIT.

Os mit podem ser ligados a linha tanto na configuração estrela quanto na triângulo. A
finalidade de partir um motor de indução na configuração Y-∆ é reduzir a corrente de
1
partida. Quando ligados em estrela, a tensão de fase no enrolamento é . v L ou
√3
aproximadamente 57,8% da tensão de linha, com isso a corrente de partida é reduzida
pelo mesmo fator. Quando o motor acelera até próximo da velocidade plena, os
enrolamentos do estator podem ser abertos e religados em uma configuração ∆.

3 – Como acontece a partida do MIT por fase dividida?

Motores de indução tipo gaiola polifásicos são projetados com enrolamentos parciais
ou de fase dividida, isto é, dois enrolamentos idênticos por fase cada um dos quais
produzirá o mesmo número de polos e o mesmo campo magnético girante. A
vantagem de tais enrolamentos é que eles podem ser ligados em série para sistemas
de alta tensão, ou em paralelo para sistemas de baixa tensão. A vantagem da partida
com fase dividida é que a resistência do estator e sua reatância são o dobro das que
correspondem aos enrolamentos quando estão em paralelo na partida. A resultante da
corrente de partida é aproximadamente 65% da corrente de partida normal e o torque
de partida é da ordem de 45% do normal de partida. O motor parte com metade do
seu enrolamento ligado em estrela e, quando atinge velocidade, o segundo
enrolamento é ligado em paralelo.

4 – Descreva a partida do MIT com motor bobinado.

O torque de partida no mit com rotor bobinado pode ser ajustado por meio de
resistências externas associadas ao circuito do rotor para prover torques de partida da
ordem do torque máximo. A corrente no circuito do rotor é limitada, obtém-se um
fator de potência e torque mais altos no instante da partida, a corrente de linha no
estator é consideravelmente reduzida. O motor arranca no primeiro contato com a
máxima resistência do circuito do rotor e é acelerado diminuindo a resistência do
rotor. No final, o rotor é completamente curto-circuitado.

5 – Para distinguir-se entre os vários tipos de rotores de gaiola, a ABNT adotou um


sistema de código alfabético onde cada letra representa um tipo particular de
construção dos rotores. Assim descreva sucintamente o aspecto construtivo
inerentes às categorias A, B, C, D, E e F.

Categoria A – Tipo gaiola normal, utilização em velocidade constante, torque de


partida entre 1,5 a 1,75 vezes o torque nominal, melhor regulação de velocidade,
corrente de partida de 5 a 7 vezes a nominal.

Categoria B – utilização geral, reatância de partida aumentada, redução no torque e na


corrente de partida, corrente de partida variam de 4,5 a 5 vezes da nominal.

Categoria C – Rotor dupla gaiola (mais caro), torque de partida de 2 a 2,5 vezes o
nominal, corrente de partida 3,5 a 5 vezes a nominal, dissipação térmica limitada
(sobreaquecimento), regulação de velocidade pior que os das categorias A e B.

Categoria D – motor de torque elevado, rotor com alta resistência, torque de partida 3
vezes o nominal, corrente de partida de 3 a 8 vezes a carga nominal,
sobreaquecimento, regulação de velocidade mais pobre de todas as categorias.

Categoria F – Dupla gaiola/baixo torque, menor corrente de partida entre todas as


categorias, resistência do rotor elevada em ambos enrolamentos, torque de partida
1,25 vezes o nominal corrente de partida 2 a 4 vezes a nominal, menor rendimento.

6 – Quais as principais partes de um MIT?

As principais partes de um MIT são: enrolamento de campo, núcleo do estator, anéis


de curto-circuito (Gaiola de esquilo), enrolamento trifásico (rotor bobinado), núcleo do
rotor, eixo, flange, rolamento dianteiro, bornes de conexão, ventoinha.

7 – Explique resumidamente o funcionamento de um motor de indução trifásico.

Um conjunto trifásico de tensões é aplicado ao estator do motor de indução, com isso


uma corrente passa a circular no mesmo. Essas correntes produzem um campo
magnético que gira no sentido anti-horário. Este campo magnético girante induz
correntes nos condutores do rotor e essas por sua vez produzem um campo magnético
que interage com o campo do estator produzindo assim um conjugado fazendo o eixo
do rotor girar.
8 – Indique dois tipos de rotores de motores de indução e descreva cada um deles.

Rotor Bobinado é formado por enrolamentos que se assemelham com o do estator


possuindo o mesmo número de polos, os terminais destes enrolamentos são
conectados a anéis deslizantes isolados montados sobre o eixo e escovas de carvão
que ficam sobre esses anéis permitem que essas conexões fiquem acessíveis
externamente.
Rotor Gaiola De Esquilo consiste em uma serie de barras condutoras que estão
encaixadas dentro de ranhuras na superfície do rotor e postas em curto-circuito em
ambas as extremidades por grandes anéis de curto-circuito.

9 – O que é e como se forma o campo girante? De que depende sua velocidade de


giro?

Quando três enrolamentos defasados de 120° no espaço são alimentados por tensões
defasadas de 120° no tempo, correntes defasadas também de 120° passarão a circular
nos enrolamentos do estator e com isso cria-se um campo magnético girante, ou seja,
sua orientação norte-sul gira continuamente, porém sua intensidade é constante. A
velocidade do campo girante depende da frequência da rede e do número de pólos da
máquina.

10 – Explique porque o rotor do tipo gaiola é sempre forçado a girar o mesmo


sentido do campo girante.

Devido a ação do campo magnético girante induzir uma corrente no rotor e esta
produzir um outro campo magnético que interage com o campo girante, o rotor e o
próprio campo magnético girante irão se comportar como duas barras imantadas e
tenderão a se alinhar quando próximas, ou seja, o campo do rotor tenderá a se alinhar
com o campo do estator.

11 – Como se formam os pólos do campo girante? De que dependem?

A formação do campo magnético no estator cria os pólos do campo girante, porém,


devido a alimentação ser trifásica e alternada, os polos do campo estarão sempre e
alternando. O número de pólos do campo girante depende do número de
ranhuras/pólo-fase.

12 – Explique porque a inversão dos terminais de duas linhas faz o rotor inverter o
sentido de rotação.
Quando dois terminais de linha das bobinas forem trocados entre si, a sequência de
fases (que depende da frequência angular ω) inversa produzirá reversão do sentido de
rotação do campo magnético, sabemos que no motor de indução o rotor gira no
mesmo sentido do campo girante, consequentemente o sentido de rotação é invertido
também.

13 – Por que a frequência das tensões induzidas no rotor é diferente da frequência


de alimentação do MIT?

Quando a velocidade do rotor é zero a frequência do rotor é igual a frequência do


estator e o escorregamento é 1. Quando a velocidade do rotor for igual a velocidade
síncrona (estator) a frequência do rotor é zero e o escorregamento também é zero.
Com isso podemos dizer que, para qualquer velocidade intermediária, a frequência do
rotor é diretamente proporcional à diferença entre a velocidade síncrona e a
velocidade do rotor, portanto a frequência do rotor será diferente da frequência do
estator (linha).

14 – Indique duas equações para o torque de partida a rotor bloqueado do motor do


tipo gaiola.
Kϕ Ebl Rr
T p= 2 2
Rr + X bl
Como o fluxo e a tensão induzida depende diretamente de Vf , e os parâmetros como
resistência e reatância não se alteram a nova equação do torque fica:
T p=K .V 2f .

15 – O que é o escorregamento de um MIT?

Como se sabe, a velocidade do rotor nunca pode ser igual a velocidade do campo
girante. Se o fosse, a corrente induzida seria zero e não haveria fluxo nem torque.
Assim o rotor deve escorregar em velocidade afim de que se produza torque. Isso
resulta numa diferença da velocidade síncrona e a velocidade do rotor, o
escorregamento é definido como uma diferença percentual entre a velocidade
síncrona e a velocidade do rotor.

16 – Por que o escorregamento aumenta quando a carga aumenta?

Quando aumentamos a carga no eixo do motor, a velocidade do rotor tende a diminuir


enquanto a velocidade síncrona permanece constante, a diferença entre a velocidade
síncrona e a velocidade do rotor é conhecida como velocidade de escorregamento,
quanto maior essa diferença de velocidade maior será o escorregamento.

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