Você está na página 1de 26

Notas de Aula

Geometria Analítica e Álgebra Vetorial

Ricardo Saldanha de Moraes


2o semestre 2020
Sumário

Sumário i

1 Produto Escalar 1

2 Projeção Ortogonal 3

3 Produto Vetorial 5

4 Produto Misto 7

5 Equações no Plano 9

6 Equações da Reta 11

7 Planos e Retas: Ângulos 13

8 Ponto, Reta e Plano: Distâncias 15


8.1 Distância entre um ponto e um plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
8.2 Distância entre um ponto e uma reta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
8.3 Distância entre dois planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

9 Espaços |Rn 17

10 Combinação Linear 19

11 Independência Linear 21

i
AULA 1

Produto Escalar

Semana 04

O produto escalar ou produto interno de dois vetores é definido por


¨
0, se V ou W é o vetor nulo;
V ·W = ,
||V || ||W || cos θ , caso contrário.

onde θ é o ângulo entre V e W.

Como calcular V · W usando as componentes?

Pela lei dos cossenos:

||V − W ||2 = ||V ||2 + ||W ||2 − 2 ||V || ||W || cos θ


| {z }
V ·W

1
||V ||2 + ||W ||2 − ||V − W ||2 (∗)

V ·W =
2
Se V = (v1 , v2 , v3 ) e W = (w1 , w2 , w3 ), então

V − W = (v1 − w1 , v2 − w2 , v3 − w3 )

||V ||2 = v1 2 + v2 2 + v3 2 , ||W ||2 = w1 2 + w2 2 + w3 2

||V − W ||2 = v1 2 − 2v1 w1 + w1 2 + v2 2 − 2v2 w2 + w2 2 + v3 2 − 2v3 w3 + w3 2


1
(∗) V · W = (2v1 w1 + 2v2 w2 + 2v3 w3 ) ⇒ V · W = v1 w1 + v2 w2 + v3 w3
2
Em resumo:

Se V = (v1 , v2 ) e W = (w1 , w2 ) são vetores no plano,


V · W = v1 w1 + v2 w2 .
Se V = (v1 , v2 , v3 ) e W = (w1 , w2 , w3 ) são vetores no espaço,
V · W = v1 w1 + v2 w2 + v3 w3 .

V · W = ||V || ||W || cos θ

V · W > 0 ⇔ 0o ≤ θ < 90o

V · W = 0 ⇔ θ = 90o

1
1. Produto Escalar

V · W < 0 ⇔ 90o < θ ≤ 180o


V ·W
cos θ =
||V || ||W ||

Exemplo: Determinar se o ângulo entre V = (1, 2, 3) e W = (2, −1, 1) é agudo,


reto ou obtuso.

V · W = 1 · 2 + 2 · (−1) + 3 · 1 = 2 − 2 + 3 = 3 > 0.

Logo, o ângulo é agudo.

Teorema: Sejam U, V e W vetores e α um escalar. São válidas as seguintes


propriedades:

(a) Comutatividade: U · V = V · U

(b) Distributividade: U (V + W ) = U · V + U · W

(c) Associatividade: α (U · V ) = (α U ) · V = U · (α V )

(d) V · V = ||V ||2 ≥ 0 para todo V. V · V = 0 se, e somente se, V = 0̄.

2
AULA 2

Projeção Ortogonal

Semana 04

Dados dois vetores V e W , a projeção ortogonal de V sobre W , denotada por


projW V , é o vetor que é paralelo a W , tal que V − projW V seja ortogonal a W .

Proposição: Seja W um vetor não nulo. Então

V ·W
 ‹
projW V = W
||W ||2

V
z }|1 {
Demonstração: Sejam V1 = projW V e V2 = V − projW V .

V1 = α W V2 = V − α W

Como o vetor V2 tem que ser ortogonal ao vetor W ,

0 = V2 · W = (V − α W ) · W = V · W − α ||W ||2

V ·W
α=
||W ||2

V ·W
 ‹
V1 = ·W
||W ||2

Exemplo: Se V = (1, 2, 3) e W = (0, 1, 0), calcule projW V .

V ·W 0+2+0 2
 ‹
V1 = projW V = ·W = · W = · (0, 1, 0) = (0, 2, 0)
||W || 2 0 +1 +0
2 2 2 1

V2 = V − projW V = (1, 2, 3) − (0, 2, 0) = (1, 0, 3)

Pode-se verificar se os vetores são perpendiculares através do produto escalar


entre V1 e V2 :

V1 · V2 = (0, 2, 0) · (1, 0, 3) = 0

3
AULA 3

Produto Vetorial

Semana 05

Produto vetorial é uma operação entre vetores que tem como resultado um
outro vetor. Sejam V e W vetores no espaço. Definimos o produto vetorial, V × W ,
como sendo o vetor com as seguintes características:

(a) ||V × W || = ||V || ||W || sen θ ;

(b) Tem direção perpendicular a V e a W ;

(c) Tem o sentido dado pela regra da mão direita.

A norma do produto vetorial é dada pela áera do paralelogramo formado pelos


dois vetores: ||V || ||W || sen θ = Área do paralelogramo formado por V e W .

Teorema: Sejam U , V e W vetores no espaço e α um escalar. São válidas as


seguintes propriedades:

(a) V × W = −W × V (anticomutativo, dado pela mudança de sentido em razão


da mudança na regra da mão direita);

(b) V × W = 0̄ se, e somente se, V = α W ou W = α V ;

(c) (V × W ) · V = 0;

(d) α(V × W ) = (α V )× = V × (α W )W ;

(e) V × (W + U ) = V × W + V × U
(V + W ) × U = V × U + W × U (distributivo sobre a soma);

Os vetores i~ = (1, 0, 0), j~ = (0, 1, 0) e k~ = (0, 0, 1) são chamdos vetores canônicos.


Estes vetores são unitários e são paralelos aos eixos coordenados.

V = (v1 , v2 , v3 ) = v1 (1, 0, 0) + v2 (0, 1, 0) + v3 (0, 0, 1)

5
AULA 4

Produto Misto

Semana 05

O produto (U × V ) · W é chamado produto misto de U , V e W .

Teorema: Se U = (u 1 , u 2 , u 3 ), V = (v1 , v2 , v3 ) e W = (w1 , 22 , w3 ), então


 
u1 u2 u3
(U × V ) · W = det  v1 v2 v3 
w1 w2 w3

Teorema: Dados três vetores no espaço: U , V e W , |(U × V ) · W | é o volume


do paralelepípedo determinado por U , V e W .

h
cos θ =
||W ||
h = ||W || cos θ

|(U × V ) · W | = A base · h = ||U × V || · ||W || · cos θ

Corolário: Três vetores no espaço – U , V e W – são coplanares se, e somente


se, (U × V ) · W = 0.

Exemplo: Determine se os pontos P = (0, 1, 1), Q = (1, 0, 2), R = (1, −2, 0) e S =


(−2, 2, −2) são coplanares:
−→ −→ −→
P Q = (1, −1, 1) P R = (1, −3, −1) P S = (−2, 1, −3)
 
1 −1 1 1 −1
−→ −→ −→
(P Q × P R ) · P S = det  1 −3 −1 1 −3 = 9 − 2 + 1 − 6 + 1 − 3 = 0
−2 1 −3 −2 1

7
4. Produto Misto

Logo, P, Q, R e S são coplanares.

8
AULA 5

Equações no Plano

Semanas 06 e 07

Sejam π um plano e P0 = (x0 , y0 , z 0 ) um ponto qualquer de π. Um ponto


−−→
P = (x , y , z ) pertence a π se, e somente se, P0 P é perpendicular à direção normal
do plano π. Ou seja: se N é um vetor normal ao plano π,

−−→
N · P0 P = 0

(a , b , c ) · (x − x0 , y − y0 , z − z 0 ) = 0

a x + b y + c z + (−a x0 − b y0 − c z 0 ) = 0
| {z }
d

ax +b y +c z +d =0

Exemplo: Encontre a equação do plano que passa pelos pontos P = (4, 0, 0), Q =
(0, 2, 0) e R = (1, 0, 1)
−→ −→
PQ × P R = N
−→ −→
P Q = (−4, 2, 0) P R = (−3, 0, 1)

i~ j~ k~
 

N = det −4 2 0  = 2i~ + 6k~ + 4 j~ = (2, 4, 6)


−3 0 1

A equação do plano é dada por 2x + 4y + 6z + d = 0. Como o ponto


P = (4, 0, 0) pertence ao plano, substituindo P na equação do plano temos que
2 · 4 + 4 · 0 + 6 · 0 + d = 0 → 8 + d = 0 → d = −8

Logo, a equação do plano é 2x + 4y + 6z − 8 = 0

9
5. Equações no Plano

Outra maneira de caracterizar um plano é a seguinte:

Sejam π um plano, P0 = (x0 , y0 , z 0 ) um ponto de π e sejam V = (v1 , v2 , v3 ) e


W = (w1 , w2 , w3 ) vetores não colineares paralelos a π. Um ponto P = (x , y , z )
−−→
pertence a π se, e somente se, P0 P = t V + s W

(x − x0 , y − y0 , z − z 0 ) = (t v1 + s w1 , t v2 + s w2 , t v3 + s w3 )

 x = x0 + t v1 + s w1

y = y0 + t v2 + s w2
z = z + t v + s w

0 3 3

Estas são chamadas equações paramétricas do plano.

Exemplo: Encontre as equações paramétricas do plano que passa pelos pontos


P = (4, 0, 0), Q = (0, 2, 0) e R = (1, 0, 1).
−→ −→
P Q = (−4, 2 − 0) P R = (−3, 0, 1)

 x = 4 − 4t − 3s

y = 0 + 2t
z = 0

+ s

10
AULA 6

Equações da Reta

Semanas 06 e 07

Sejam r uma reta, V = (a , b , c ) um vetor paralelo a r não nulo e P0 um ponto de


−−→
r. Um ponto P = (x , y , z ) pertence a r se, e somente se, o vetor P0 P é paralelo ao
vetor V.
−−→
P0 P = t V → (x − x0 , y − y0 , z − z 0 ) = (t a , t b , t c )

 x = x0 + t a

y = y0 + t b ⇒ P = P0 + t V
z = z + t c

0

Estas são chamadas equações paramétricas da reta. O vetor V é chamado


vetor diretor de r.

Exemplo: Determine as equações paramétricas da reta r que passa pelos


pontos P = (1, 2, 3) e Q = (4, 5, 6). Determine se o ponto R = (7, 8, 9) pertence a
r.
−→
P Q = (3, 3, 3)

x = 1 + 3 t

y =2+3t
z = 3 + 3 t


7 = 1 + 3 t → t = 2

R = (7, 8, 9) ⇒ 8=2+3t → t =2
9 = 3 + 3 t → t = 2

No caso em que as componentes do vetor diretor são todas não nulas, podemos
escrever as equações na forma simétrica de r:

• V = (a , b , c ) → vetor diretor da reta que tenha as componentes não nulas;

• P0 = (x0 , y0 , z 0 ).

11
6. Equações da Reta

x − x0 y − y0 z − z 0
= = =t
a b c

x = 1 + 3 t

Exemplo: A reta y = 2 + 3 t pode ser representada por
z = 3 + 3 t

x −1 y −2 z −3
= =
3 3 3

12
AULA 7

Planos e Retas: Ângulos

Semanas 06 e 07

Dadas duas retas no espaço, ocorre um dos seguintes casos:

(a) As retas se interceptam num único ponto (concorrentes);

(b) As retas são paralelas;

(c) As retas são reversas, isto é, não são paralelas mas não se interceptam.

• Se as retas são concorrentes, o ângulo entre elas é o menor dos ângulos que
elas formam;

• Se as retas são paralelas, o ângulo entre elas é 0;

• Se as retas r e s são reversas, então por um ponto P de r passa uma reta


paralela a s, s’. O ângulo entre r e s é definido como sendo o ângulo entre r e
s’.

Em qualquer dos casos, se V e W são vetores paralelos a r e s, respectivamente,


e θ é o ângulo entre V e W, então:

cos(r, s ) = | cos θ |

cos(180o − θ ) = − cos θ

Exemplo: Calcule o ângulo entre as retas


 
 x = 1 + 2t
  x = −2 + t

r= y =2 e s= y = −t
z = 3
 z = 5

v = (2, 0, 0) w = (1, −1, 0)


p
v ·w 2 2 2 2
cos θ = = p p = p = p ⇒ cos θ =
||v || · ||w || 4· 2 8 2 2 2

13
7. Planos e Retas: Ângulos

p p
2
cos(r, s ) = = 2 . Logo, o ângulo entre r e s é de 45o .
2 2

O ângulo entre dois planos é definido como o ângulo entre duas retas
perpendiculares a eles.

Se os planos π1 e π2 têm vetores normais N1 e N2 , respectivvamente,

|N1 · N2 |
cos(π1 , π2 ) =
||N1 || · ||N2 ||

Exemplo: Calcule o ângulo entre os planos π1 : x −3 = 0 e π2 : −x −z +1 = 0

N1 = (1, 0, 0) N2 = (−1, 0, −1)

N1 · N2 −1 + 0 + 0 −1

cos(π1 , π2 ) =
= p p
= p

||N1 || · ||N2 || 1 · 2 2
p
2
cos(π1 , π2 ) = . Logo, o ângulo entre π1 e π2 é de 45o .
2

14
AULA 8

Ponto, Reta e Plano: Distâncias

Semana 08

8.1 Distância entre um ponto e um plano

Sejam P0 um ponto e π um plano. A distância de P0 a π é definida como a


distância de P0 até o ponto de π mais próximo de P0 .
−−→
‚ Œ
−−→ P1 P0 · N |P1 P0 · N |

dist(P0 , π) = ||projN P1 P0 || = · N =
||N ||2 ||N ||

8.2 Distância entre um ponto e uma reta

Sejam P0 um ponto e r uma reta. A distância de P0 a r é definida como a


distância de P0 ao ponto de r mais próximo de P0 .
−−→ −−→
(dist(P0 , r ))2 + ||projV P1 P0 ||2 = ||P1 P0 ||2
€−−→ Š2
−−→ Œ 2
‚
−−→ −−→ −−→ P1 P0 · V −−→ P1 P0 · V
(dist(P0 , r ))2 = ||P1 P0 ||2 −|projV P1 P0 ||2 = ||P1 P0 ||2 − · V = ||P1 P0 ||2 −

||V || 2 ||V ||2
−−→ €−−→ Š2
−−→ −−→ −−→
||P1 P0 ||2 ||V ||2 − P1 P0 · V ||P1 P0 ||2 ||V ||2 − ||P1 P0 ||2 ||V ||2 cos2 θ ||P1 P0 ||2 ||V ||2 sen2 θ
= = =
||V ||2 ||V ||2 ||V ||2
−−→
||P1 P0 × V ||2
=
||V ||2

8.3 Distância entre dois planos

Sejam π1 e π2 dois planos. A distância entre π1 e π2 é definida como a menor


distância entre um ponto de π1 e um ponto de π2 .

Se π1 e π2 são concorrentes, a distância entre eles é zero.

Se π1 e π2 são paralelos, a distância entre eles é igual à distância entre um


ponto P1 de π1 e o plano π2 .

Sejam r1 e r2 duas retas. A distância entre r1 e r2 é definida como a menor


distância entre um ponto de r1 e um ponto de r2 . Se os vetores diretores de r1 e r2

15
8. Ponto, Reta e Plano: Distâncias

são paralelos, as retas são paralelas e a distância entre elas é igual à distância entre
qualquer ponto P1 de r1 e à reta r2 .

Se os vetores diretores não são paralelos, sejam π1 o plano que contém r1 e é


paralelo a r2 e π2 o plano que contém r2 e é paralelo a r1 . Ambos os planos têm vetor
normal N = V1 ×V2 , onde V1 e V2 são os vetores diretores de r1 e r2 respectivamente.
A distância entre r1 e r2 é igual à distância entre π1 e π2

16
AULA 9

Espaços |Rn

Semana 08

Para cada ineiro positivo n , o espaço vetorial Rn é o conjunto de todas as


n-uplas ordenadas (x1 , x2 , . . . , xn ) de números reais.

R2 R3
R1 plano espaço R4

Um elemento de Rn pode ser interpretado como um ponto ou um vetor.

Dois vetores V = (v1 , v2 , . . . , vn ) e W = (w1 , w2 , . . . , wn ) de Rn são iguais se


v1 = w1 , v2 = w2 , . . . , vn = wn .

As operações de sona e multiplicação por escalar de Rn são definidas de forma


análoga ao que fizemos no plano e no espaço.

(v1 , v2 , · · · , vn ) + (w1 , w2 , · · · , wn ) = (v1 + w1 , v2 + w2 , · · · , vn + wn )

α(v1 , v2 , · · · , vn ) = (αv1 , αv2 , · · · , αvn )

Um vetor de Rn pode ser representado por uma matriz linha ou uma matriz
coluna.

17
AULA 10

Combinação Linear

Semana 08

Um vetor V é uma combinação linear dos vetores V1 , · · · , Vk se existirem


escalares x1 , · · · , xk que satisfaem a equação x1 V1 + x2 V2 + · · · + xk Vk = V

Exemplos:

• (1, 2, 3) é combinação linear de (1, 1, 1) e (8, 10, 12) pois


1
(1, 2, 3) = −3 (1, 1, 1) + (8, 10, 12).
2

• (1, 2, 3) não é combinação linear de (1, −1, 0) e (1, 1, 0).

Todo vetor V de R3 é combinação linear de i~, j~ e k~ . De fato, se V = (a , b , c ),

V = a (1, 0, 0) + b (0, 1, 0) + c (0, 0, 1) = a i~ + b j~ + c k~

Para verificar se um vetor B é combinação linear dos vetores A 1 , A 2 , · · · , A n ,


basta resolver a equação x1 A 1 + x2 A 2 + · · · + xn A n = B , que é equivalente a:

a 11 a 12 a 1n b1
       
. . . .
x1  ..  + x2  ..  + · · · + xn  ..  =  .. 
a m1 a m2 a mn bm

x1
 

   x2 
que, por sua vez, equivale a AX = B , onde A = A 1 , A 2 , · · · , A n e X = 
 .. 

.
xn

Exemplo: Determine se o vetor B = (−1, 1, 1) é combinação linear dos vetores


A 1 = (1, 1, 1), A 2 = (2, 4, 6) e A 1 = (0, 1, 0)
             
1 2 0 −1 1 2 0 x1 −1
x1 1 + x2 4 + x3 1 =  1  ⇔ 1 4 1 ·  x2  =  1  · · ·
1 6 0 1 1 6 0 x3 1

19
10. Combinação Linear

 
..
1 0 0 . −2
.. 1
· · · 0 1  ⇒ x 1 = −2 x2 = x3 = 1
 
 1 0 . 2  2
..
0 0 1 1.
1
− 2(1, 1, 1) + (2, 4, 6) + 1(0, 1, 0) = B
2

20
AULA 11

Independência Linear

Semana 08

Um conjunto de vetores S = V1 , V2 , · · · , Vk é linearmente independente (LI) se


a equação vetorial
x1 V1 + x2 V2 + · · · + xk Vk = 0̄
só possui a solução x1 = x2 = · · · xk = 0 (solução trivial). Caso contrário, dizemos
que o conjunto S é linearmente dependente (LD).

Exemplo: Determine se o conjunto i~, j~, k~ é LI ou LD.




a i~ + b j~ + c k~ = 0̄ ⇒ (a , b , c ) = (0, 0, 0). Logo, a = b = c = 0.

Portanto, o conjunto é LI.

Um conjunto contendo o vetor nulo é sempre LD.



0̄, V1 , V2 é LD ⇒ 1 · 0̄ + 0V1 + 0V2 = 0̄

Um conjunto com 2 vetores é LD se, e somente se, eles são múltiplos.


−β
{V1 , V2 } é LD ⇒ αV1 + β V2 = 0̄ ⇒ V1 = −α V2

Um conjunto com 3 vetores de R3 é LD se, e somente se, eles são coplanares.

Para determinar se {A 1 , A 2 , · · · , A n } é LI, precisamos resolver


x1 A 1 + x2 A 2 + · · · + xn A n = 0̄ ou, equivalentemente:

a 11 a 12 a 1n 0
       
..  ..  ..   .. 
x1 
. + x2 
. + · · · + xn 
. = .
a m1 a m2 a mn 0

que pode ser reescrito como:

a 11 a 12 ··· a 1n x1 0
    
 a 21 a 22 ··· a 2n   x2  0
  ..  =  ..  ou
 . .. .. 
..
   
 . .
. . . . .
a m1 a m2 ··· a mn xn 0

A X = 0̄

21
11. Independência Linear

 
Onde A = A 1 ··· An

Exemplo: Determine se S = {A 1 , A 2 , A 3 } onde A 1 = (1, 2, 3), A 2 = (4, 5, 6) e


A 3 = (1, 1, 1), é LI ou LD.
       
1 4 1 0
x1 2 + x2 5 + x3 1 = 0
3 6 1 0
    
1 4 1 x1 0
2 5 1  x2  = 0
3 6 1 x3 0
   
.. −1
..
1 4 1 . 0 1 0 3 . 0
.. ..
⇒ · · · ⇒
   1

2 5 1 . 0 0 1 . 0
   3 
.. ..
3 6 1 . 0 0 0 0 . 0

−1
x1 = 13 α x2 = 3 α x3 = α

Portanto, S é LD.

Proposição: Seja A uma matrix m × n :

(a) As colunas de A são LI se, e somente se, o sistema AX = 0̄ (invertível) tem


somente a solução trivial;
(b) Se m = n, então as colunas de A são LI se, e somente se, det(A) 6= 0.

Corolário: Em Rn um conjunto com mais de n vetores é LD.

Teorema: Um conjunto S = {V1 , V2 , · · · , Vk }, com k > 1, de vetores é LD se, e


somente se, pelo menos um dos vetores V j é combinação linear dos outros vetores
de S.

Ideia da demonstração:

a 1 V1 + a 2 V2 + · · · + a k Vk = 0̄ a 1 6= 0

a 2 V2 + · · · + a k Vk = −a 1 V1
−a 2 −a k
V2 + · · · + Vk = V1
a1 a1

Exemplo: S = {(1, 1, 0), (2, 2, 0), (0, 0, 1)} é LD pois


−2(1, 1, 0) + 1(2, 2, 0) + 0(0, 0, 1) = (0, 0, 0).

(0,0,1) não é combinação linear dos outros dois.

Continua na aula 24...

22

Você também pode gostar