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Editorial

Um editorial compõe, na grande parte dos casos, a abertura de um jornal ou revista. É por meio dele que o leitor ficará
inteirado acerca da posição do meio de comunicação em relação aos acontecimentos.
Tanto jornais quanto revistas procuram sempre esclarecer seus posicionamentos acerca do que ocorre na sociedade. Essa
publicidade se dará de forma direta. Isso ocorre porque as pessoas buscam estar alinhadas a leituras que se assemelham aos
seus ideais.
Texto editorial: dos jornais aos meios digitais
Um bom texto editorial precisa ser claro e objetivo. Além de empreender a filosofia do jornal perante um dado
acontecimento, ele também expõe uma opinião coletiva.
Por esse motivo, é um texto dissertativo-argumentativo. Deverá expor uma posição clara e coerente.
Antes quase exclusivo de jornais, ele, atualmente, está presente em blogs e sites.
Características do editorial
Comporta:
• Uma tese; uma ideia a ser defendida por um conjunto de editores responsáveis pelas publicações;
• Escrito na terceira pessoa do singular, sendo o autor implícito e impessoal;
• Assinado por uma instituição, não por uma pessoa;
• Apresenta dados que sustentam o posicionamento, bem como estatísticas e alusões históricas;
• Apresenta argumentos que defendem a posição e podem conter refutações às opiniões contrárias;
Como fazer um texto editorial corretamente
É produzido seguindo a estrutura padrão de um texto dissertativo-argumentativo. Dessa forma, ele comportará uma
introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.
Introdução
Um breve apanhado inicial do que será abordado no editorial. Assim, a introdução abrange um contexto a se seguir para a
argumentação do parágrafo seguinte. Dados apresentados, paralelo com a história e abordagem do cotidiano.
Desenvolvimento
Nesse, as opiniões, dados e exemplos serão destacados. É a parte mais importante de um editorial, pois ele precisa ser
coerente.
Pode possuir também refutações de opiniões contrárias, com o intuito de destacar a posição do veículo. O interessante é
elaborar paralelos e sempre dar preferência à terceira pessoa do singular.
Conclusão
A conclusão será o “arremate final”. Aqui, é preciso terminar de forma criativa e estimular o sentido crítico do leitor.
Um ponto interessante é sempre propor a reflexão. Como um texto editorial sempre aborda o cotidiano, o importante é
sempre fazer o leitor pensar no presente

Exemplo de editorial:
Em 30 de dezembro do ano passado, este jornal destacava, em editorial sob o título “Previsões econômicas para 2020”,
que as previsões mais importantes se referem às principais variáveis que comandam o crescimento econômico e o
desenvolvimento social, principalmente o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), o nível de emprego, a inflação e a taxa de
juros, e que essas quatro variáveis determinariam a renda por habitante, a evolução dos salários, a redução da pobreza, a
diminuição das desigualdades e a melhoria das contas públicas. De fato, se não houver aumento do PIB, redução do
desemprego, controle da inflação e juros baixos, não há como obter aumento da renda por habitante, redução da pobreza,
elevação da arrecadação tributária e diminuição dos déficits públicos.
No fim de 2019, as previsões divulgadas indicavam que, em 2020, o PIB cresceria 2,5%, a inflação ficaria abaixo de 4%,
a taxa básica de juros era prevista em 5%, o desemprego deveria diminuir em decorrência da criação de 1 milhão de empregos
formais, e o país poderia começar a sonhar com recuperação acima da média dos anos anteriores. Se não era uma maravilha,
esse cenário sinalizava o início de recuperação mais robusta, sobretudo tendo em conta a recessão em 2015 e 2016 e o
crescimento medíocre nos anos seguintes. As razões para acreditar que o país poderia começar a deslanchar eram a reforma
da Previdência, a promessa de reforma tributária, o programa de privatizações e concessões, algum otimismo no mercado
internacional e o pacote de medidas que vinha sendo anunciado pelo ministro Paulo Guedes.
Estando ainda no mês de maio, a nação não tem como saber até onde irão os efeitos da crise, tanto em termos de saúde
pública quanto em prejuízos ao sistema econômico.
Vale lembrar que o ministro da Economia, desde sua posse, vinha adotando um conjunto de medidas microeconômicas
para simplificar e facilitar a vida de quem decide empreender, investir, correr riscos, gerar produto, renda e tributos, ou seja,
contribuir com o crescimento da economia e a melhoria das condições sociais. Em outras palavras, Paulo Guedes sempre
soube que, para haver crescimento, o ambiente de negócios no Brasil precisava ser melhorado, menos burocrático e menos
engessado, ao lado da necessidade de elevar a segurança jurídica e o ambiente institucional. Todas as publicações
internacionais anuais sobre o ambiente para fazer negócios mostram que o Brasil, apesar de necessitar de crescimento
econômico, ocupa um péssimo lugar na classificação mundial sobre o ambiente para negócios.
Uma dessas publicações é o Doing Business, relatório feito pelo Banco Mundial que mede como as leis e regulamentações
promovem ou restringem as atividades empresariais. Esse estudo abrange as regulamentações de 12 áreas referentes à
atividade empresarial, tais como abertura de empresas, obtenção de alvarás de construção, registro de propriedades, obtenção
de crédito, proteção de investidores minoritários, pagamento de impostos, comércio internacional, execução de contratos e
resolução de insolvência. No Doing Business 2020, o Brasil ocupa a 124.ª posição entre 190 economias analisadas. Estando
atrás de 123 países, o país certamente já tinha diante de si um longo caminho a percorrer para melhorar o ambiente de negócios.
Planos, reformas e previsões, no entanto, foram lançados no caos pela pandemia do coronavírus, que se atravessou no
caminho da economia brasileira, obrigou a população a adotar o isolamento social e tornou inúteis todas as previsões
econômicas válidas na abertura do ano de 2020. Após três meses de uma pandemia que feriu o sistema produtivo do mundo
inteiro, as previsões precisam ser reformuladas, embora, estando ainda no mês de maio, a nação não tenha como saber até
onde irão os efeitos da crise, tanto em termos de saúde pública quanto em prejuízos ao sistema econômico e o custo que isso
terá aos cofres públicos.
Neste momento de crise grave e prejuízo para todos, o governo e o Senado propuseram, em troca de dezenas de bilhões de
reais em ajuda direta e suspensão do pagamento de dívidas, congelar os salários dos servidores públicos nos municípios,
estados e União por um período de 18 meses. Se a medida for colocada em prática – a Câmara, apesar de ter aprovado o texto-
base vindo do Senado nesta terça-feira, fez novas alterações, forçando seu envio a uma nova análise dos senadores –, a cota
de sacrifício pedida aos servidores não será nem a redução salarial, muito menos a perda de emprego, ambas consequências
que já atingem duramente o trabalhador da iniciativa privada. Será apenas uma contribuição modesta ante o tamanho da
tragédia nacional, em forma de não aumento de salários por um ano e meio, o que é um prejuízo mínimo comparado com as
perdas dos empresários, profissionais autônomos e assalariados do setor privado. Mesmo assim, entidades representantes de
servidores têm se mobilizado para pressionar parlamentares e continuar imunes aos efeitos do coronavírus.
Pelo estrago já feito até este momento, algumas previsões reformuladas já podem ser conhecidas, ainda que com detalhes
permanecendo em aberto. A recessão em 2020 será brutal: o PIB deve cair, segundo o Banco Mundial, em torno de 5%; o
desemprego aumentará gravemente; e a perda de renda pessoal dos trabalhadores de setor privado, em bases anuais, será
imensa. Mesmo essas estimativas, no entanto, têm uma limitação evidente e estão sujeitas a novas mudanças simplesmente
por não ser possível, neste momento, saber quando o isolamento vai terminar, qual a trajetória da doença até sua completa
extinção e nem a real dimensão dos prejuízos às pessoas e setores afetados. Novamente, o projeto de ajuda a estados e
municípios é um exemplo: em sua versão inicial, tinha custo incerto, podendo chegar a centenas de bilhões de reais, mas a
versão atual traz um valor fixo para os repasses da União. Em tempos como este, o que puder ser feito para reduzir incertezas
quanto ao impacto econômico da pandemia será de grande valia.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/a-dificuldade-em-reformular-previsoes-economicas/. Acesso
em: 21 de maio de 2010.
Proposta de redação
Leia atentamente os textos abaixo.
Texto 01
"Está verificado que o dilatar da adolescência prolonga a vida." [Will Durant (1885-1981), historiador e escritor americano.]
Texto 02
"-Você sabe o que eu quero ser? - perguntei a ela. Sabe o que é que eu queria ser? Se pudesse fazer a merda da escolha?"
Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo...
E eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no
abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o
garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser o apanhador no campo de centeio." (J.D. Salinger em “O apanhador no campo
de centeio”)
Texto 03
"O que se aprende na juventude dura a vida inteira." [Francisco Gómez de Quevedo y Villegas (1580-1645), escritor espanhol.]
Texto 04
"A generosidade da juventude é um encanto, mas não vale um vintém. Por que não vale? Porque não lhe custa nada, não
resultou do fato de ter vivido, tudo são, por assim dizer, as primeiras impressões da existência."
[Fiodor Dostoievski (1821-1881), escritor russo.]
Texto 05
“A adolescência é uma fantasia e como tal necessita de uma hermenêutica. Muito se falou sobre a invenção da infância
desde a pesquisa de Philippe Áries em ‘História Social da Criança e da Família’. Raramente se fala da invenção da
adolescência. A novidade é a ideia de invenção que até os dias de hoje não foi suficientemente assimilada pela cultura cotidiana
acostumada a pensar de modo conservador, ou seja, reafirmando o axioma impotente “a vida como ela é” pelo qual se
depreende que a vida não seria produção pessoal e coletiva, mas algo pronto em que se tornar adulto significaria
necessariamente sucumbir ontologicamente a um modo de ser. Também a adolescência inventada para se contrapor ao ideal
“a vida como ela é” tornou-se a norma e assim perdeu seu poder revolucionário.
A adolescência foi neutralizada. O ideal que se fez como imagem contracultural foi reduzido à norma conservadora plena
dos efeitos práticos que vão do consumismo à depressão epidêmica – também ela derivada da indústria cultural da doença –
nestes tempos que, sem medo, posso chamar de sombrios. Assim a adolescência é uma narrativa e um mito destes tempos.
Qual seria a base profunda da adolescência que, aflorada, nos faria ver além do mito?”
Fonte: http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/o-cheiro-do-espirito-adolescente/
Proposta de redação
Faça um editorial sobre a visão e as expectativas que a sociedade brasileira tem a respeito dos adolescentes da atualidade.
Dê um título à sua redação
Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.

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