Você está na página 1de 251

Sistemas de

Distribuição de
Água Tratada
Prof. Me. Daniel Manzi

Curso de Especialização em Infraestrutura em Saneamento Básico


Piracicaba, 2015

FUMEP – Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba


EEP – Escola de Engenharia de Piracicaba
CPG – Centro de Pós Graduação
2

Programação

 Conceitos Gerais
 Elementos Constituintes e suas Funções
 Previsão de Consumo de Água
 Alcance do Projeto
 Previsão de População – Exercícios de Aplicação 1 e 2
 Estimativa de Consumo
 Cota Per Capita
 Densidade Populacional
 Perdas de Água
 Variações Consumo
 Vazões de Projeto – Exercício de Aplicação 3
3

Programação
 Hidráulica Básica
 Equação da Continuidade
 Velocidade Média
 Pressão e Altura de Carga – Exercício de Aplicação 4
 Lei de Pascal
 Escalas de Pressão – Exercício de Aplicação 5
 Equação da Energia – Exercício de Aplicação 6
 Perda de Carga
 Conceito
 Fórmula Universal
 Hazen-Williams
 Comparação entre Fórmula Universal e Hazen-Williams – Exercício de
Aplicação 7
 Perdas de Carga Localizadas – Exercício de Aplicação 8
4

Programação
 Medição de Velocidade e Vazão
 Tubulações para Distribuição de Água Tratada
 Adutoras de Água Tratada
 Normalização e Recomendações de Projeto
 Traçado
 Válvulas e Acessórios – Exercício de Aplicação 9
 Dimensionamento Econômico – Exercício de Aplicação 10
 Conceito de Transitório Hidráulico – Exercício de Aplicação 11
 Ancoragens – Exercício de Aplicação 12
 Orçamento
 BDI
 Cronograma Físico-Financeiro
 Memorial Descritivo
5

Programação

 Reservatórios de Água Tratada


 Objetivos e tipos
 Normalização e Recomendações de Projeto
 Materiais
 Dispositivos e Acessórios
 Dimensionamento – Volumes Operacionais e Dispositivos –
Exercício de Aplicação 13
 Centros de Reservação
 Orçamento
 Cronograma Físico-Financeiro
 Memorial Descritivo
6

Programação
 Redes de Distribuição de Água Tratada
 Normalização e Recomendações de Projeto
 Traçado
 Hidrantes
 Dimensionamento
 Definições
 Vazões de Dimensionamento
 Redes Ramificadas – Exercício de Aplicação 14
 Redes Malhadas
 Método do Seccionamento Fictício – Exercício de Aplicação 15
 Método de Hardy-Cross – Exercício de Aplicação 16
 Método da Teoria Linear – Exercício de Aplicação 17
 EPANET
 Orçamento
 Cronograma Físico-Financeiro
 Memorial Descritivo
7

Referências Normativas
 NBR 12 211/1992 – Estudos de Concepção de Sistemas Públicos de
Abastecimento de Água
 NBR 12 212/1992 – Projeto de Poço para Captação de Água
Subterrânea
 NBR 12 213/1992 – Projeto de Captação de Água de Superfície para
Abastecimento Público
 NBR 12 214/1992 – Projeto de Sistema de Bombeamento de Água para
Abastecimento Público
 NBR 12 215/1992 – Projeto de Adutora de Água para Abastecimento
Público
 NBR 12 216/1992 – Projeto de Estação de Tratamento de Água para
Abastecimento Público
 NBR 12 217/1994 – Projeto de Reservatório de Distribuição de Água
para Abastecimento Público
 NBR 12 218/1994 – Projeto de Rede de Distribuição de Água para
Abastecimento Público
8

Referências Bibliográficas
 AZEVEDO NETTO, J. M. et al. (1988). Manual de Hidráulica, 8a ed. São Paulo: Editora
Edgard Blücher Ltda, 1998.
 BAPTISTA, M., LARA, M. (2001). Fundamentos de Engenharia Hidráulica. 3a edição.
Editora da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte.
 GOMES, H. P. (2009). Sistemas de Abastecimento de Água: Dimensionamento
Econômico e Operação de Redes e Elevatórias. 3ª edição. 277p. Editora da UFPB. João
Pessoa, PB.
 GOMES, H. P. (2009). Sistemas de Bombeamento – Eficiência Energética. 1ª edição.
460p. Editora da UFPB. João Pessoa, PB.
 MESQUITA. A.L.A. et al. (2006). Aspectos importantes na utilização de bombas
centrífugas em velocidade variável para a redução do consumo de energia. Anais do VI
SEREA – Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água.
João Pessoa, PB.
 PORTO, R. M. (2001). Hidráulica Básica. 2ª edição. São Carlos. Escola de Engenharia
de São Carlos – USP.
 TOMAZ, P. (2002). Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais. 1a edição.
Navegar Editora. São Paulo.
 TOMAZ, P. (2011). Rede de Água. 1ª edição. Navegar Editora. São Paulo.
 VALLOY (2012). Manuais de Válvulas de Controle. Disponível em: www.valloy.com.br
 TSUTIYA, M. T. (2006). Abastecimento de Água. Escola Politécnica da USP. São Paulo.
9
Sistemas de Distribuição de
Água Tratada
 Conceitos Gerais

 É o conjunto de obras, equipamentos e serviços


destinados ao abastecimento de água potável a
uma comunidade em quantidade e qualidade
adequadas.
10
Elementos Constituintes e
suas Funções
11
Elementos Constituintes e
suas Funções
 Mananciais Superficiais
 Córregos
 Lagos
 Rios
 Represas
 Devem ser estudados os dados hidrológicos, fluviométricos,
físicos, químicos e bacteriológicos da água a captar
 Elementos básicos: barragens de acumulação ou
manutenção de nível, tomada de água, gradeamento, caixas
de areia, poço de sucção das bombas e casa de bombas.
12
Elementos Constituintes e
suas Funções
 Mananciais Subterrâneos
 Aflorados (fontes, bicas, minas)
• Relativamente pouca vazão
• Necessidade de obras contra enxurradas e acesso de
animais
 Elevados artificialmente (poços profundos)
• Necessidade de perfuração de poços e bombeamento
• Elementos básicos: revestimento, pré-filtro, filtro,
cobertura.
13
Elementos Constituintes e
suas Funções
 Adução
 Água Bruta – Adutoras
 Água Tratada – Adutoras ou Sub-adutoras e redes
de distribuição principais e secundárias
14
Elementos Constituintes e
suas Funções
 Reservatórios
 Enterrados
 Semi-enterrados
 Apoiados
 Elevados

Ou ainda
 Montante
 Jusante
 Montante e jusante
15
Elementos Constituintes e
suas Funções
 Distribuição
 Redes Principais
 Redes de Distribuição
 Ramais Prediais

 Estações Elevatórias de Água Tratada


 Entre Reservatórios (Inferior-Superior)
 Em marcha
 Boosters
16
Participação dos custos de
implantação
17
Previsão de Consumo de
Água
 Consumo de água possui variações locais (cidade
a cidade, bairro a bairro) e sazonais, em funções
das estações do ano, dias da semana e horas do
dia, além dos tipos e características de uso
(residencial, industrial, etc).
18
Previsão de Consumo de
Água
 Fatores que influenciam o consumo de água:
 Clima;
 Padrão de vida da população;
 Hábitos da população;
 Sistema de fornecimento (permanente ou com interrupções);
 Cobrança (se há ou não medição da água consumida);
 Qualidade da água fornecida;
 Custo da água (tarifa);
 Pressão na rede de distribuição;
 Tipo de uso da água (residencial, comercial, industrial, etc);
 Existência de rede de esgoto;
 Perdas no sistema;
 Outros fatores.
19
Previsão de Consumo de
Água
 Tipos de Consumo de Água
 Uso doméstico (descargas, banhos, cozinha, bebida, lavagem de roupas,
regas, limpezas gerais);
 Uso comercial (lojas, bares, restaurantes, postos, etc);
 Uso industrial (matéria-prima, processo fabril, resfriamento de máquinas,
refeitórios, sanitários);
 Uso público (limpeza de ruas, irrigação, fontes, bebedouros, edifícios e
próprios públicos);
 Usos especiais (combate a incêndios, instalações desportivas,
rodoviárias, etc);
 Perdas e desperdícios (perdas na adução e distribuição, perdas no
tratamento, perdas em reservatórios, desperdícios).
20

Alcance do Projeto

 Expectativa de atendimento das estruturas


projetadas
 Obras civis
 Equipamentos
 Tubulações

 No Brasil: 10 a 30 anos
21

Alcance do Projeto
 Principais variáveis
 Tendência de crescimento da população: quanto maior,
menor deve ser o alcance do plano
 Vida útil de equipamentos e obras civis: quanto maior, maior
pode ser o alcance do plano
 Facilidade de ampliação: quanto maior, menor pode ser o
alcance do plano
 Disponibilidade financeira: quanto maior, maior deve ser o
alcance
 Taxas de juro e inflação: quanto maior, menor o alcance do
plano
 Capacidade de pagamento da população: quanto maior,
maior o alcance
22

Alcance do Projeto
Obras e equipamentos Alcance do projeto (anos)
Tomadas d’água 25 a 50
Barragens grandes e túneis 30 a 60
Poços 10 a 25
Estações elevatórias 10 a 20
Equipamentos de recalque 10 a 20
Adutoras de grande diâmetro 20 a 30
Floculadores, decantadores e filtros 20 a 30
Dosadores 10 a 20
Reservatórios em concreto 30 a 40
Reservatórios em aço 20 a 30
Redes de distribuição 20 a 30
Edificações 30 a 50
23

Previsão de População
 Modelo aritmético
P  Po  r (t  to )
Onde:
 P é a população prevista para a data futura
 Po é a população inicial ou de referência
 t é a data futura
 to é a data inicial ou de referência
 r é a razão de crescimento da população que, conhecidas as
populações em instantes de tempo 1 e 2, por exemplo, pode
ser expressa por:
P2  P1
r
t 2  t1
24

Previsão de População

 Modelo geométrico

P  Po.e r ( t to)

 Onde a razão de crescimento r é expressa por:

ln P2  ln P1
r
t 2  t1
25

Exercício de Aplicação 1

 Uma localidade a ser abastecida apresentou um


crescimento populacional nos últimos 10 anos conforme
apresentado:
ano população
2004 2500
2014 4500

 Considerando uma população atual de 4.500 habitantes e


o Modelo Aritmético, qual a população futura para um
horizonte de projeto de 10 anos?
26

Exercício de aplicação 2

 Considerando o Modelo Geométrico, qual seria a


população futura nas mesmas condições?
27
Estimativa de Consumo de
Água
 Usos gerais
Estimativa de Consumo de 28

Água
 Usos gerais
29
Estimativa de Consumo de
Água
 Uso industrial
30
Estimativa de Consumo de
Água
 Uso público
31

Cota Per Capita

 Principais variáveis
• Nível de renda da população
• Existência de medição (hidrometração)
• Perdas
• Indústrias que tem a água como matéria-prima
32

Cota Per Capita

 Valores usuais

 Torneiras públicas: 30 L/hab.dia


 Ocupações irregulares (favelas): 30 a 60 L/hab.dia
 Populações temporárias: 100 L/hab.dia
 Populações até 10.000 hab: 150 a 200 L/hab.dia
 Populações entre 10.000 e 50.000 hab: 200 a 250 L/hab.dia
 Populações maiores que 50.000 hab: maior que 250 L/hab.dia
33

Densidade populacional

 Para projeto
 Lotes: 5 hab/lote
 Apartamentos até 80m²: 4 hab/apartamento

 Na prática
 Costuma ser menor que a utilizada em projeto
(p.ex. em Piracicaba = 3,5 hab/lig)
34

Perdas de Água

 Perda de água é o inverso da eficiência do sistema


 Perda total: diferença entre o volume captado e o faturado
 Perda física: diferença entre o volume produzido (tratado) e
medido
 Perda aparente ou não-física: desvios de medição (macro e
micro)
35

Balanço Hídrico IWA


Volume que entra
no sistema
(inclusive água
importada)

Perdas de Consumo
água autorizado

Reais Aparentes Não Faturado Faturado

Erros de Medido (uso Medido


Vazamentos em medição próprio, (inclusive
ramais (macro e caminhão água
micro) pipa, etc) exportada)

Vazamentos e
Usos não Não medido
extravazamento Não medido
autorizados (hidrantes,
em (estimados)
(fraudes) favelas, etc)
reservatórios

Vazamentos em
redes e
adutoras
Legenda
Perdas reais na
adução de água Água Não
Água faturada
bruta e no Faturada
tratamento
36

Perdas Físicas

Controle
de
pressão

Perdas Reais
Rapidez e Inevitáveis Controle
qualidade ativo de
dos Nível Econômico vazamento
reparos de Perdas Reais s

Perdas Reais Atuais

Gestão da
infra-
estrutura
37

Perdas Não Físicas


Contabilizaçã
o dos
Volumes
Medidos

Perdas
Aparentes
Universalizaçã Inevitáveis Melhorias no
o e Exatidão da Sistema
Nível Econômico de
Micromedição Comercial
Perdas Aparentes

Perdas Aparentes
Atuais

Combate
às
Fraudes
38

Distribuição das perdas


físicas e não físicas - PNCDA
Normalmente considerado: 50% / 50% ...
39

Distribuição das perdas físicas e


não físicas - Banco Mundial
... mas perda física tende a ser mais significativa
quando perdas totais são maiores!

IPDT PERDAS PERDAS


REAIS APARENTES
> 500 l/lig.dia 60 – 70 % 40 - 30%
>200 – 499 l/lig.dia < 50% 50%
< 100 l/lig.dia 40 – 50% 60 – 70%
40

Perdas de Água

 Principais variáveis
 Pressão da rede de distribuição
 Características dos materiais hidráulicos
 Existência de automação e telemetria
 Idade e qualidade do parque de hidrômetros
41

Balanço Hídrico - IWA


42

Balanço Hídrico - IWA


Consumo Consumo Medido
Autorizado Faturado Água Faturada
Faturado Consumo não
Consumo Medido Faturado
Autorizado Consumo Medido
Consumo não Faturado
Autorizado Consumo não
Não Faturado Medido não
Volume de Faturado
Entrada Consumo não
Autorizado
Imprecisões dos Água não
Perdas Água Perdas Aparentes medidores e Faturada
erros de
manipulação dos
dados
Perdas Reais
43

Classificação das Perdas

 Classificação dos sistemas em função do índice


de perdas totais
 Bom: < 25%
 Regular: entre 25 e 40%
 Ruim: > 40%

 Para projeto, é usual sua consideração e ajuste na


cota per capita em L/hab.dia.
44

Plano Bacias PCJ (2010-2020)

 Situação crítica da bacia: gestão de recursos hídricos


(aumento da oferta/redução da demanda)
 Metas do IPD: 35% até 2014 e 25% até 2020

Meta de IPD Nível de IPD Ritmo de


final inicial Redução
IPD >= 40% 20% ao ano
IPD final = 25% 40% > IPD > 25% 5% ao ano
IPD <= 25% Manutenção
45

Variações de Consumo

 Coeficiente do dia de
maior consumo (K1)
 No Brasil: varia entre
1,20 e 1,25.
 Em países de clima
temperado são maiores:
até 1,6.
 Em países com pouca
variação climática:
temos variação de K1
pequena.
46

Variações de Consumo
 Coeficiente da hora de
maior consumo (K2)
 No Brasil: entre 1,5
(comum) até 2,0.
 Em locais com pouca
ou nenhuma
reservação domiciliar
(Europa e EUA): K2
tende a ser mais alto.
47

Variações de Consumo

 Coeficiente de Reforço (K)

K=K1.K2

 Este coeficiente é aplicado às redes de


distribuição para que forneçam adequadamente
as vazões previstas.
48

Vazões de Projeto

 Ajuste da cota per capita com consideração


das perdas
q  1  IP.q'

Onde:
q é a cota per capita considerando o índice de perdas (IP) a partir
de uma cota per capita apenas de consumo, q’
49

Vazões de Projeto

 Vazão média
Pq
Qm 
86400
Onde:
P é a população
q a cota per capita em L/hab.dia
Qm em L/s
50

Vazões de Projeto

 Vazão do dia de maior consumo (do rio ao


reservatório)

Q1=Qm.K1
51

Vazões de Projeto

 Vazão do dia e hora de maior consumo (redes)

Q1,2=Qm.K1.K2
52

Vazões de Projeto
53

Exercício de aplicação 3

 Considerando uma cota per capita de 200


L/hab.dia, K1=1,20, K2=1,50, índice de perdas de
25% para uma população estimada em 8.000 hab,
determinar as vazões de projeto.
54
Hidráulica Básica
Volume de controle

ds
dA V

dVol=ds.dA

dVol  ds.dA (Volume infinitesimal)


55

Vazão em volume (Q)

volume
Q
tempo
dVol ds.dA ds
dQ    .dA  V .dA  dQ  V .dA
dt dt dt
Q   V .dA
A

Unidades:
m3/s; L/s; L/h; m3/h; m³/mês (consumo de água)
56

Vazão em massa (G)

massa
G
tempo
dm .dVol .ds.dA ds
dG      .dA  .V .dA  dG  .V .dA
dt dt dt dt

G    .V .dA
A

Unidades:
Kg/s; kg/h; Utm/s e g/s
57

Vazão em peso (W)

peso
W
tempo
dP .g.dVol ds
dW    .g dA  .g.V .dA  dW  .g.V .dA
dt dt dt
W    .g.V .dA
A

Unidades:
kgf/s ; N/s, N/h , kgf/h e dina/s
58

Velocidade média (Vm)

Q
A

Vm

Q   V .dA 1
A   Vm. A   V .dA  Vm   V .dA
AA
Q  Vm. A  A
Perfil parabólico de 59

velocidades

V
dr
Q dA=2..r.dr
dr
R
Vmáx
R

Vm

1 1
R
  r 2  Vmáx
Vm   V .dA  2  Vmáx 1     2. .r.dr  Vm 
AA R 0   R   2

Sempre que o conduto for cilíndrico e o perfil de


velocidades parabólico, a velocidade média é igual à
metade da velocidade máxima
60

Equações gerais para =cte

•Vazão em volume Q:
Q  Vm. A

Vazão em massa G:
G   . A.Vm  G   .Q
•Vazão em peso W:
W   .g .Q  W   .Q
61

Regimes de escoamento

 Permanente: Força, Velocidade e Pressão em


cada ponto não variam com t
• Uniforme: Vm=cte
• Não-Uniforme: Vm é variável (diferentes diâmetros, p.ex.)

 Não-Permanente: escoamento varia com o tempo


- Q=f(t)
62

Equação da Continuidade

Ou Equação da Conservação da Massa (balanço)


(1)

(2)

G1 G2

1, V1, A1 2, V2, A2

G1  G 2  1.V 1. A1   2.V 2. A2
 .V 1. A1   .V 2. A2 se   cte  Q1  Q 2
63

Equação da Continuidade
G3

(3) 3, V3, A3

(1) (4)

G1 G4

1, V1, A1 4, V4, A4

(2) 2, V2, A2

G2
Q1  Q 2  Q3  Q 4
Reservação é nula: “a massa que entra, sai”
Qentrada-Qsaída=DQ → DQ=0 → Qentrada=Qsaída
64

Pressão

 Pode ser definida pela relação de uma força F


uniformemente distribuída sobre uma superfície de área
A, pela área. Assim:
F
p
A
 Exemplos: pressão no fundo de reservatório, pressão de
nosso peso sobre o chão
65

Diferença de pressão por


diferença de cota
 Fluidos incompressíveis:
DP   .h
 Fluidos compressíveis:
2 2 2

 dP   g. ( z)dz  P2  P1   g   ( z)dz


1 1 1

2
P2
DZ 1
.

P1
Z2  =  (z)
.

Z1
.
66

Altura de Carga

P
H2O P   .h  h 

h
.

P=0,80 kgf/cm2

 Exemplo de Aplicação 4: qual a altura de


água no reservatório?
67

Lei de Pascal

A pressão aplicada em um fluido em repouso é transmitida a


todos os pontos do fluido, e não só ao fundo. Exemplos: redes
de água, freios de automóveis, elevadores de troca-de-óleo,
etc

F 10
Dp= = = 1 kgf/cm2
A 10

1m H2O 1m H2O
.

 = 1000 kgf/m3

Pf = 1000 kgf/m2
Pf = 0,10 kgf/cm2 Pf = P + Dp = 0,10 + 1 = 1,10 kgf/cm2
68

DP entre dois reservatórios


PA   1.h1   2.h2   3.h3   4.h4   5.h5   6.h6  PB
B

A
h6 6

.
1 h1
.

h3
2 3 4 5
.

h2 h5
.

.
h4
.
69

Pressão Atmosférica

 Varia com condições atmosféricas e altitude


 Ao nível do mar = 101,3kpa = 760mmHg = 1,033kgf/cm2 =
10,33mca = 1 atm
 Barômetro
vapor de Hg

H Hg
.

Patm

Hg
70

Vácuo

 Pressão de um espaço com pressão menor que a


atmosférica local
 Indica quanto a pressão está abaixo da atmosférica
 Por exemplo: se a pressão num recipiente for 0,60kgf/cm2
e a pressão atmosférica local de 1,00kgf/cm2, é dito que o
recipiente está com vácuo de:
1,00 – 0,60 = 0,40kgf/cm2 (vácuo).
71

Escalas de Pressão

 Mede-se pressão a partir do vácuo absoluto ou da


pressão atmosférica local
 Pressão relativa: Patm = 0
 Pressão absoluta: considera Patm

Pressão
+
.

relativa
Patm local (Patm = 0 - escala relativa)

Pressão
Patm
-
absoluta
.

Vácuo absoluto (Pabs = 0)


72

Escalas de Pressão

 Exemplo de Aplicação 5: quais as pressões


relativa e absoluta do fluido?

P=2,0 kgf/cm2
Hg
73

Manômetro de Bourdon

escala graduada

Fluido sob pressão


74
Manômetro de Coluna de
Fluido

A
PA   2.h2   1.h1  0
PA   1.h1   2h 2
2 h2

. h1
1

.
75

Piezômetro

tubo transparente graduado


(piezômetro)

.
P=h 

Fluido sob pressão


76

Unidades de Pressões

 MKS - N/m2; KN/m2 = 1000N/m2


 MKfS- kgf/m2;
 CGS - dina/cm2
 1 atmosfera = teoricamente a 1,033kgf/cm2 e na prática a 1,0kgf/cm2;
 1 kgf/cm2 = 104 kgf/m2
 760 mm de Hg = 1 atm = 1kgf/cm2;
 1 atm = 10,0 mca (metro de coluna de água) = 1kgf/cm2;
 1 Lb/pol2 = 0,07kgf/cm2.
 1MPa (megapascal) = 10 kgf/cm2 = 100mca.
77

Equação de Bernoulli

 Volume de controle: dVol=dA.ds

 Condições:
a) regime permanente (Vm=cte);
b) fluido ideal (escoamento sem atrito);
c) fluido incompressível (=cte);
d) sem trocas de calor (sem perda térmica de energia);
e) propriedades uniformes na seção (diâmetro cte, p. ex);
f) sem presença de máquinas.
78

Equação de Bernoulli

ds

P+dP dA
V+dV (2)

dz
P dA V
P2

.
V2
(1)
dW=.g.ds.dA
V1
P1
Z

Z2
Z1

Plano Horizontal de Referência - PHR


79

Equação de Bernoulli

2 2
P 2  P1 V 2 2  V 12
2 2 2
dp V .dV P V2
  1
 dz   0  z1    Z 2  Z1  
2

1 1
g  1
2 g 1
 2 g
P1 V 12 P 2 V 2 2 P1 V 12 P2 V 22
 Z1    H   Z1    Z2  EQUAÇÃO DE BERNOULLI
 2g  2g  2g  2g

Z = energia potencial por unidade de peso (m)


P
-------- = energia de pressão por unidade de peso (m)

V2
-------- = energia cinética por unidade de peso (m)
2g
H = energia total por unidade de peso (m)
80

Exemplo de Aplicação 6

Qual a velocidade e a vazão no bocal?


81

Perda de Carga

 As perdas de carga podem ser divididas em:


 a) Perda de carga Distribuída (hf) - são aquelas que
ocorrem ao longo das tubulações.
 b) Perda de Carga Localizadas ou singulares (hs) - são
aquelas causadas por presença de válvulas, mudanças de
direção, variações da seção de escoamento, etc.

 A soma das perdas distribuídas e localizadas, constitui a


perda de carga total que será simbolizada por
Hp = hf + hs
82

Perda de Carga (Energia)

hf 1,2 (perda de carga)


V1²/2g .
. V2²/2g

.P2/

P1/ . (2)

Z2

(1) P1 V 12


2g
 Z1 
P2 V 22


2g
 Z2  hf1, 2
Z1

PHR - Plano Horizontal de Referência


83

Linha de Carga e Linha


Piezométrica
.
V1²/2g

P V2
CE   Z
 2g hf 1,2
LE
P1/ . V²/2g .

.
P/ . LP V2²/2g

P
CP  Z

(1)
.
P2/

Z1

Z2
(2)
PHR
84

Conceito de Perda de Carga

(0)
hf 0,1
hf0,2
hf0,3 D
.h

R1

H2O R2

(1) (2) (3)


Válvula de Gaveta
85
Perda de Carga entre duas
seções
.
V1²/2g

hf 1,2

P1/ . V²/2g .

.
P/ . V2²/2g

(1)
.
P2/

Z1

 P1 V 12   P2 V 2 2 
Dh1, 2     Z1     Z 2Z
 2g    2g  Z2
(2)
PHR
86

Fórmula Universal de Perda de


Carga
P1 P2

Dh e
Q
Dh

k
(1) (2)
L

E se o tubo for bastante


LV 2
hf1, 2  f rugoso?
f   Re, DH / K 
DH 2 g
Como se determina o fator
de atrito?
87

Exemplos de rugosidade K
88

Exemplos de rugosidade K

Material Rugosidade absoluta K, m


Ferro fundido revestido com cimento 0,000125
Ferro fundido sem revestimento 0,00025
PVC 0,0001
Concreto 0,0003
Aço sem revestimento 0,000125
Cobre ou latão 0,00002
89

Número de Reynolds

 = massa especifica do fluido;


 .V .D V .D V= velocidade média do escoamento;
Re   D= diâmetro do tubo;
   = viscosidade dinâmica do fluido;
 = viscosidade cinemática do fluido.

• Se Re  2000: regime laminar


• Se 2000 < Re < 4000: regime de transição
• Se Re  4000, tem-se regime turbulento
90

Determinação do fator de atrito f


Diagrama de Moody
91

Determinação do fator de atrito f


Fórmula de Colebrook

 
 Equação de Colebrook: 1 k
 2 log  0,27 
2,51 
 D Re f 
f  

 Trata-se de equação implícita (fator f não é dado


diretamente): uso de adimensionais
92

Determinação do fator de atrito f


Formulação Explícita

Problema I
Dados: Q; D; ; K; L e g
Incógnita: Dh
93

Determinação do fator de atrito f


Formulação Explícita

Problema II
Dados: D; L; ; g; K; DH
Incógnita: Q
94

Determinação do fator de atrito f


Formulação Explícita

Problema III
Dados: Q; K; ; g; L; DH
Incógnita: D
95

Determinação do fator de atrito f


Formulação Explícita

Problema IV
Dados: V; K; ; g; L; DH
Incógnita: D
96

Determinação do fator de atrito f


Equações de Swamee-Jain

• Cálculo do fator de atrito


0,25
f  2
  K 5,74 
 log   
  3,7 D Re 
0,9

• Cálculo da perda de carga unitária


0,203 Q 2
gD 5
J 2
  K 5,74 
 log   
  3,7 D Re 
0,9

• Cálculo da vazão
Q   K 1,78 
 log  
D 2 gDJ  3,7 D D gDJ 
2  
97
Fórmula prática de Hazen-
Williams
2 , 63  Dh 
0 , 54
Q1,85 L
Dh  10,63 1,85 4,87 ou Q  0,2785 CD  
C D  L 
Onde:
 Q = vazão em m3/s;

 D = diâmetro em m;

 Dh = perda de carga no trecho em m;

 L = comprimento do trecho em m;

 C = coeficiente que depende da natureza (material e

estado) das paredes dos tubos.


98
Fórmula prática de Hazen-
Williams
MATERIAIS COEFICIENTE C
Aço corrugado (chapa ondulada) 60
Aço com junta lock-bar (tubos novos) 130
Aço com junta lock-bar (em serviço) 90
Aço galvanizado 125
Aço rebitado novos 110
Aço rebitado, em uso 85
Aço soldado, novos 130
Aço soldado, em uso 90
Aço soldado com revestimento especial 130
Chumbo 130
Cimento-amianto 140
Cobre 130
Concreto com bom acabamento 130
Concreto com acabamento comum 120
Ferro fundido novo 130
Ferro fundido (sem revestimento), após 15-20 anos 100
Ferro fundido (sem revestimento) usados 90
Ferro fundido com revestimento de cimento 130
Grês cerâmico vidrado (manilhas) 110
Latão 130
Madeira em aduelas 120
Tijolos, condutos bem executados 100
Vidro 140
Plástico 140
99
Comparação entre Fórmula
Universal e Hazen-Williams
129 ,2.D 0,13
f  1,852 0,148
C .Q
Onde:
 f é o fator de atrito da Fórmula Universal

 D é o diâmetro da tubulação em m

 C é o coeficiente da equação de Hazen-Williams

 Q é a vazão em m³/s
100

Exercício de Aplicação 7
 Dado uma adutora em Ferro Fundido com revestimento
de cimento e diâmetro de 300mm e que interliga dois
reservatórios, cujo desnível geométrico entre as lâminas
de água é de 21m, qual será a vazão transportada pela
adutora pelos métodos: 141

 Fórmula Universal com D=


k= 0
0, ,30m
fator de atrito pela formulação explícita 00
01 ; L=
25 38
 Fórmula Universal com m 0
ou 0m
fator de atrito pela Equação de Swamee-Jain C= 120
13
0
 Equação de Hazen-Williams
101
Perdas de Carga
Localizadas
 Método dos Ks

V2
Hs  Ks
2g Q

(1) (2)
A1 A2
102
Perdas de Carga
Localizadas
 Método dos Ks
103
Perdas de Carga
Localizadas
 Método dos
Comprimentos Hs

Equivalentes LC ou LE

 Relação entre Ks e D

Comprimento
Equivalente LC ou LE
Acessório Qualquer
Hs

V2 Leq.V 2 D
Hs  Ks  f  Leq  Ks
2g D2 g f
D

Leq
104
Perdas de Carga
Localizadas
105

Exemplo de Aplicação 8

 Considerando que a adutora do Exemplo 7 possui:


 01 entrada normal
 04 curvas 90º de raio longo
 02 registros de gaveta
 01 saída de canalização
 Determinar o comprimento equivalente dos acessórios e a
redução de vazão provocada por estes.
106

Medição de Velocidade

 Pela Equação da Continuidade é possível observar que,


conhecendo a geometria do conduto (diâmetro) e a velocidade
média, tem-se a vazão;
 A maioria absoluta dos medidores de vazão em Saneamento
se utilizam deste princípio;
 Medidores velocimétricos;
 Problema: bom perfil de velocidades para consideração da
velocidade MÉDIA (Q=Vm.A) – instalação e medição;
 Tubos de Pitot: primeiros e ainda largamente empregados –
relação entre pressão estática e dinâmica (parcela cinética da
energia).
107

Tubo de Pitot Simples

P1 V 12 P2 V 22
  Z1    Z2
Tubo de Pitot  2g  2g
Z1  Z 2
Dh = v² V 2  0 (ponto de estagnação)

.
2g
V1 
P1  P 22 g  V 1  2 g .Dh

P1

ho


Z1=Z2

P2 + v2²
 2g
(1) (2)
PHR
108

Tubo de Pitot Estático

Tubo de Pitot


Dh

.
ho

m

Dhm   2 g
Z1=Z2

V1 
(2)

(1)
PHR
109

Medição de vazão
110

Placas, bocais e Venturis

Contração → Perda de Carga

D2 D 4
2.g .h
V 2  V 1 2  V 1 4  V 1  2.g .h  V 1 
2 2

d d  
D
4

  1
d

Q1  CD.V 1. A1
111

Tubos de Pitot

oSubstituição do fluido
manométrico por data-loggers;
oPrático;
oDesvios da ordem de 5%;
oPadronizado no Saneamento
o(Pitot Cole)
112

Eletro-magnéticos

 Lei de Faraday;
 Necessário interromper escoamento
para instalação e algumas
manutenções e aferições;
 Disponível atualmente de inserção;
 Excelente range de vazões (1:100);
 Custos altos.
113

Ultra-sônicos

•Atualmente precisos;
•Dependem dos dados de
entrada (espessura, material,
distância entre eletrodos) pois
interfere na celeridade ou
velocidade de propagação da
onda no tubo;
•Podem ser fixos ou portáteis;
•Desvios de 5% se bem
aplicados;
•Custo ainda alto.
114

Tubulações para Distribuição


de Água Tratada
 O campo dos materiais hidráulicos e de construção
utilizados na construção e operação de um sistema de
abastecimento de água é ricamente diversificado, com
atualizações constantes no mercado visando, sobretudo,
aumento da estanqueidade (redução de vazamentos) e
redução de custos de aquisição e instalação.
 A seleção e aplicação de cada material deve ser orientada
pela pressão de serviço projetada, facilidade de instalação e
manutenção e também pelo custo, de forma a definir
adequadamente os materiais para cada elemento do sistema
de abastecimento de água.
115

Ferro Fundido Dúctil


Aplicações: Disponível em diâmetros nominais (DN) de 80mm a 1200mm, são
utilizados atualmente em captações, adutoras e sub-adutoras em que são
exigidas maiores pressões de operação ou instalações aéreas ou aparentes
(elevatórias, travessias de pontes, montagens de válvulas, etc)
Vantagens: Alta Pressão de Serviço (PS) (mínima de 160 mca)
Baixo índice de rompimentos e manutenção
Baixa resistência à corrosão, graças ao revestimento interno de argamassa
de cimento
Desvantagens: Custo (normalmente cerca de 80 a 100% superior ao PVC)
Apenas um fabricante nacional (Saint-Gobain)
Peso superior aos materiais plásticos
Apresentação: Tubos com revestimento interno em argamassa de cimento centrifugada
com comprimento padrão de 6,0m cada
Conexões como tês, cruzetas, curvas, reduções, peças de intervenção
(luvas, juntas)
Válvulas (registros) tipo gaveta ou borboleta
Válvulas de controle (redutoras de pressão, controladoras de nível)
Comportas
Hidrantes de coluna
116

Ferro Fundido Dúctil


Classes de Tubos fabricados em duas classes de pressão:
Pressão: K7 (pressão de serviço entre 160 e 820 mca, de acordo com diâmetro e
tipo de união)
K9 (pressão de serviço entre 160 e 820 mca, de acordo com diâmetro e
tipo de união)

Conexões fabricadas em três classes de Pressão Nominal (PN), onde PN =


PS:
PN 10 (100 mca ou 10 kgf/cm²)
PN 16 (160 mca ou 16 kgf/cm²)
PN 25 (250 mca ou 25 kgf/cm²)
Tipos de União: Junta Elástica com anel de borracha
Junta Mecânica com anel de borracha e parafusos
Junta Travada Interna
Junta Travada Externa
Flanges
Normas NBR 7675: Tubos e conexões de ferro fundido dúctil e acessórios para
Técnicas: sistemas de adução e distribuição de água
NBR 14968: Válvula-gaveta de ferro fundido nodular com cunha
emborrachada
NBR 5667: Hidrantes urbanos de incêndio
117

Ferro Fundido Dúctil


 Processo de fabricação por centrifugação
118

Ferro Fundido Dúctil


 Revestimento
119

Ferro Fundido Dúctil

 Conexões
120

Ferro Fundido Dúctil

 Juntas elástica e com flanges


121

PVC rígido (PBA)

Aplicações: Redes de distribuição de água e redes principais de pequenos diâmetros


(até 100 mm)
Vantagens: Custo
Peso
Resistência à corrosão
Facilidade de manutenção (em relação ao Ferro Fundido)
Desvantagens: Resistência à pressão menor que o Ferro Fundido
Menor resistência mecânica a golpes
Apresentação: Tubos em barras de 6,0m cada, com diâmetros nominais de 50, 75 e
100mm
Conexões como curvas, reduções, tês, adaptadores e luvas. Todas as
conexões são Classe 20.
122

PVC rígido (PBA)


Classes de Classe 12 (Pressão de Teste = 12 kgf/cm² e Pressão de Serviço = 6
Pressão: kgf/cm²)
Classe 15 (Pressão de Teste = 15 kgf/cm² e Pressão de Serviço = 7,5
kgf/cm²)
Classe 20 (Pressão de Teste = 20 kgf/cm² e Pressão de Serviço = 10
kgf/cm²)
Tipos de União: Junta elástica, com anel de borracha podendo ser:
JE (junta elástica com anel toroidal)
JEI (junta elástica integrada, fundida no tubo)
JERI (junta elástica integrada removível, que permite a remoção do anel
de borracha)
Normas NBR 5647: Sistemas para adução e distribuição de água – Tubos e
Técnicas: conexões de PVC-U 6,3 com junta elástica.
123

PVC dúctil (DEFoFo)


Aplicações: Redes principais de distribuição de água e adutoras e sub-adutoras de água

Vantagens: Custo (até 50% do preço do Ferro Fundido)


Peso
Desvantagens: Fragilidade (baixa ductilidade), mesmo com a revisão de sua norma
técnica em 2007.
Menor resistência mecânica a golpes
Apresentação: Tubos com 6,0m de comprimento, nos diâmetros nominais DN 100, 150,
200, 250 e 300mm (disponíveis no mercado). A Norma atual permite
fabricação até DN 500mm.
Curiosidade: o nome “DEFoFo” significa que este tubo plástico possui o
mesmo diâmetro externo (DE) dos tubos em Ferro Fundido (FoFo),
podendo ser acoplados a estes ou utilizar conexões para tubos em Ferro
Fundido.
124

PVC dúctil (DEFoFo)


Classes de PN 10 (1,0 MPa) (PN=PS=100 mca ou 10 kgf/cm²)
Pressão: PN 12,5 (1,25 MPa) (PN=PS=125 mca ou 12,5 kgf/cm²)
PN 16 (1,6 MPa) (PN=PS=160 mca ou 16 kgf/cm²)
Tipos de União: JEI (junta elástica com anel integrado, não removível)

Normas NBR 7665/2007: Sistemas para adução e distribuição de água – Tubos de


Técnicas: PVC 12 DEFoFo com junta elástica
125
PVC geomecânico (poços
profundos)

Aplicações: Revestimento e tubos-filtro para poços profundos

Vantagens: Custo
Peso
Facilidade de instalação
Resistência à corrosão (comparado ao tubo em aço carbono)
Desvantagens: Relativa fragilidade (comparado ao tubo em aço carbono)

Apresentação: Tubos com 5,0m de comprimento, nos diâmetros nominais DN 100, 115,
150, 200, 250 e 300mm (disponíveis no mercado).
Tubos filtro, nos mesmos diâmetros, que contam com ranhuras que
permitem a entrada de água no tubo filtrando partículas da formação
geológica explorada.
Conexões e acessórios como sapatas e caps.
126
PVC geomecânico (poços
profundos)

Classes de Leve (até 50m de profundidade)


Pressão: Standard (até 150m de profundidade)
Reforçado (até 300m de profundidade)
Tipos de União: Acoplamento com roscas trapezoidais

Normas NBR 13604: Filtros e tubos de revestimento em PVC para poços tubulares
Técnicas: profundos.
127
Polietileno de Alta
Densidade (PEAD)
Aplicações: Empregado desde ramais (ligações) de água até redes de distribuição e
adutoras, com grande gama de diâmetros e classes de pressão disponíveis
no mercado
Vantagens: Peso baixo
Flexibilidade
Baixa rugosidade (Hazen-Williams da ordem de 140)
Composição de tubos com grandes extensões permite agilidade nas obras
e travessias de rodovias, etc.
Desvantagens: Custo
Manutenção depende de estanqueidade total
Manutenção em grandes diâmetros é mais lenta e depende de
equipamentos elétricos
Apresentação: Fornecido em rolos de ¾” (20mm) até 100m nos diâmetros até 50mm e
em barras de 6,0 ou 10,0m em diâmetros maiores (até 1600mm)
Conexões como curvas, tês e peças de transição para outros materiais
128
Polietileno de Alta
Densidade (PEAD)
Classes de Pressão Nominal (Serviço) PN 4; 5; 6; 8; 10; 12,5; 16 e 20 kgf/cm²
Pressão:

Tipos de União: Solda topo (termofusão): as extremidades são aquecidas e posteriormente


unidas, com solda durante o resfriamento
Solda elétrica (eletrofusão): são utilizadas luvas ou conexões que possuem
resistências elétricas internas que, percorridas por uma corrente elétrica,
aquecem o PEAD e promovem a solda.
Flanges e colarinho
129
PVC reforçado com Fibra de
Vidro (PRFV)
Aplicações: Empregados em redes principais que não necessitem de muitas derivações
ou execução de ramais. Material também muito utilizado em
reservatórios.
Vantagens: Peso
Custo em relação ao Ferro Fundido
Resistência ao fogo
Resistência à corrosão
Desvantagens: Manutenção delicada, principalmente em água tratada

Apresentação: Variada de acordo com o fabricante, nos diâmetros de 50 a 3000mm

Classes de Pressão de Serviço de até 32 kgf/cm²


Pressão:

Tipos de União: Luvas com junta elástica


Flanges
Normas NBR 15536: Sistemas para adução de água, coletores tronco, emissários
Técnicas: de esgoto sanitário e águas pluviais - Tubos e conexões de plástico
reforçado de fibra de vidro (PRFV)
130
PVC reforçado com Fibra de
Vidro (PRFV)
131

Aço Carbono
Aplicações: Montagens de elevatórias, sistemas de válvulas e outras utilizações que
exijam resistência a pressão e possibilidade de adaptações
Vantagens: Permite soldagem por eletrodos e adaptações aos locais de instalação
Peças podem ser adaptadas no local de instalação
Permite a criação de peças e adaptações
Desvantagens: Resistência à corrosão depende de pintura e sua manutenção constante
Peso
Custo
Apresentação: Tubos Schedule: até 8” (200mm) de diâmetro
Outros formatados em calandras, com costura
Classes de Pressão de Serviço superior a 160 mca (16 kgf/cm²) dependendo da
Pressão: espessura

Tipos de União: Solda


Flanges
Juntas especiais (tipo Alvenius, por exemplo)
Normas NBR 5590: Tubos de aço carbono com requisitos de qualidade para
Técnicas: condução de fluidos
132

Adutoras de Água Tratada

 Recomendações de Projeto
 NBR 12215/91 (antiga NB-591)
 Natureza: Gravidade (conduto livre ou forçado), Recalque
ou Mista
 Materiais: Aço carbono, Ferro Fundido, PVC dúctil NBR
7665/07, PEAD, PRFV
 Diâmetros comerciais – DN (Ferro Fundido): 50, 75, 100,
150, 200, 250, 300, 350, 400, 500, 600, 700, 800, 900, 1000
e 1200 mm.
 Velocidade mínima para evitar deposições (água bruta):
entre 0,25 e 0,40 m/s.
 Velocidade máxima: 0,60 + 1,50.DN
 Perda de carga unitária máxima: J = 8,0 m/km
133

Adutoras de Água Tratada

 Traçado
 Deve ser definido conforme critérios técnicos e econômicos
 Devem ser evitadas
• Regiões pantanosas
• Áreas submersas
• Áreas sujeitas a dragagem
 Declividade elevada
• Instalações aeroportuárias
• Vias de tráfego intenso
• Estrada de ferro
 Áreas de cultivo (cana, etc) Deve ser instalada em faixas de
domínio público (ruas, vielas ou desapropriações)
adequadas para operação e manutenção
134

Adutoras de Água Tratada


 O traçado deve considerar também:
 Presença de vias e terrenos públicos, áreas de proteção ambiental;
 Planta e Perfil (melhor topografia);
 Tipo de solo: rochas, várzeas, etc.;
 Interferências e travessias (de rodovias, ferrovias, rios, etc.);
 Material da tubulação, ventosas, descargas, blocos de ancoragem,
proteção contra corrosão;
 São favoráveis traçados que apresentem trechos ascendentes longos
com pequena declividade (>0,2%), seguido de trechos descendentes
curtos, com maior declividade (>0,3%);
 Quando a inclinação do conduto for superior a 25%, há necessidade de
se utilizar blocos de ancoragem para estabilidade do conduto (varia com
o material e tipo de junta...);
 A linha piezométrica da adutora em regime permanente deve situar-se,
em quaisquer condições de operação, acima da geratriz superior do
conduto.
135
Adutora como conduto
forçado entre reservatórios
136

Adutora como conduto forçado


com recalques sucessivos
137
Adutora mista (recalque e
gravidade)
138

Válvulas e Acessórios
 Válvulas (Registros) de gaveta
 Cunha emborrachada (NBR 14968) de 50 a 300mm
 Cunha metálica (NBR 7675) de 400 a 1200mm
139

Válvulas e Acessórios
 Válvulas Borboleta
 Menor perda de carga se
comparadas às de gaveta
 Podem ser operar
parcialmente fechadas
(controle de vazão) sem
desgaste precoce
 Comercializadas com
diâmetros entre 75 e 2000mm
140

Válvulas e Acessórios
 Descargas (regra prática)
 Redes com diâmetro até 100mm: descarga de 50mm
 Redes com de 150 a 300mm: descarga de 100mm
 Redes superiores a 400mm: descarga de 150mm
141

Válvulas e Acessórios
 Dimensionamento de Descargas

D
 Diâmetro da descarga: d
T Z médio
65
L
Onde:
D = diâmetro da adutora em m;
T = tempo de esvaziamento da adutora em horas;
Zmédio = carga média disponível;
L = extensão drenável da adutora em m
2
d
Vmáx  2,5 Z máx  
 Velocidade máxima: D
2
d
 Velocidade mínima: Vmín  1,25 Z mín  
D
142

Válvulas e Acessórios

 Ventosas
 São dispositivos que permitem expulsar e/ou admitir o ar em
uma tubulação sob pressão durante as operações de
enchimento, descarga e de parada da adução.
 Tipos existentes:

• 1 estágio (simples)

• 2 estágios (duplo efeito – tríplice função)

• 3 estágios (cinéticas)
143

Válvulas e Acessórios

 Ventosa cinética: funcionamento


144

Válvulas e Acessórios

 Dimensionamento de Ventosas
 Pontos suscetíveis de acumulação de ar
 Pontos altos imediatamente antes e após descargas de
adutoras
 Diâmetro da ventosa:
da  0,21Z 0, 25 d

Onde:
da = diâmetro da válvula ventosa em m;
d = diâmetro da descarga em m;
Z = desnível entre a ventosa mais alta e a descarga mais baixa (desnível
máximo) em m.
145

Exercício de Aplicação 9
 Dimensionar as descargas e ventosas para a adutora
apresentada, considerando tempo de esvaziamento, T,
de 30 minutos.
100

92

78
5

2
68
4
62
500m 500m 500m 300m

Ø300mm - L = 1.800m
146

Válvulas e Acessórios

 Válvula de retenção
 Limita a vazão em uma só direção
 Previne ou limita a drenagem da linha
147

Válvulas e Acessórios

 Válvulas de controle
148

Válvulas e Acessórios
 Antecipadora de ondas
 Atuam na sub e sobrepressão, evitando efeitos danosos do golpe de
aríete na saída de bombas
149

Válvulas e Acessórios
 Redutora de pressão
 Reduz e mantém uma pressão constante na saída pré-ajustada
150

Válvulas e Acessórios
 Controladora de montante ou sustentadora de
pressão
 Mantém uma pressão constante a montante da linha
151

Válvulas e Acessórios
 Controladora de vazão
 Mantém uma vazão constante pré-definida, independente de variações
no consumo ou pressão
152

Válvulas e Acessórios
 Controle de reservatório (válvula de altitude)
 Abre para o enchimento do reservatório e fecha quando atingido
nível pré-estabelecido
153
Determinação do diâmetro
mais econômico
154
Determinação do diâmetro
mais econômico
 Considera relação entre custo da energia necessária para
bombeamento e custos da aquisição e instalação da
tubulação para determinação do diâmetro
economicamente mais viável.
0 , 25
 n' 
D  1,3  Q
 24 
Onde:
 n’ é o número de horas de operação diária

 Q em m³/s

 D em m.
155

Exercício de Aplicação 10

 Determinar o diâmetro mais econômico para uma


adutora capaz de transportar a vazão necessária
para a localidade do exemplo 3 com um período
operacional de 12 horas/dia
156

Transitórios Hidráulicos
 Conceito
 Regime Permanente: Se as condições de vazão, pressão,
velocidade e descarga em um determinado ponto não variam com
o tempo, o regime é considerado permanente
 Regime Transitório: É definido como o estágio intermediário do
fluxo quando as condições de vazão se alteram de um regime
permanente inicial para um regime permanente final.
 Separação de Coluna: Se a pressão em um conduto forçado cai
abaixo da pressão de vapor do líquido, cavidades são formadas
no líquido podendo ocasionar a separação das colunas líquidas.
 Golpe de Aríete: No passado o termo golpe de aríete
(waterhammer) se referia às flutuações de pressão causadas pela
alteração rápida da vazão. Atualmente o termo mais utilizado é o
Transiente Hidráulico.
157

Transitórios Hidráulicos
158

Transitórios Hidráulicos

 Causas dos Transientes Hidráulicos em Condutos


Forçados: sempre uma manobra
 Fechamento ou abertura de uma válvula
 Partida ou Parada de uma Bomba
 Variação de rotação de uma Bomba
 Rompimento de uma tubulação
 Variação no Nível do Reservatório
 Fechamento de uma válvula de retenção
 Abertura de uma válvula de alívio
159

Transitórios Hidráulicos

 Tipos de manobra:
 Normais: ocorrerem na operação rotineira (diariamente)
 Acidentais: acontecem quando há falha em um item da
operação ou da proteção
 Catastróficas: somatório de falhas operacionais e de
dispositivos
160

Transitórios Hidráulicos
Check-list: o que ocorrerá se...

a) a energia que aciona os motores é interrompida?


b) a válvula de descarga é fechada em "t“ segundos?
c) uma bomba é desligada mas as demais continuam operando?
d) uma bomba é religada em "t" segundos após o seu desligamento?
e) a válvula de fechamento de emergência é fechada rapidamente?
f) um determinado componente apresenta problemas operacionais, como
por exemplo uma válvula de controle automática, válvula de alívio,
válvula quebra vácuo, etc?
g) o caminhamento da adutora é modificado (remanejamentos)?
h) a demanda do sistema é aumentada?
i) os dados básicos considerados no projeto não são atingidos, como Hm,
vazão, características dos componentes de operação, especificações de
materiais, propriedades dos fluidos e qualidade, etc?
j) modificações sobre o projeto são introduzidas no sistema?
k) os dispositivos ou estratégias de proteção apresentam defeitos?
161

Propagação de onda
162

Propagação de onda
163

Propagação de onda
164

Propagação de onda
165

Propagação de onda
166

Propagação de onda
167

Propagação de onda
168

Propagação de onda
169

Propagação de onda
170

Propagação de onda
171

Transitórios Hidráulicos
 Pressões negativas
172

Transitórios Hidráulicos
 Pressões positivas
173

Transitórios Hidráulicos
174

Transitórios Hidráulicos

 Manobra Rápida quando T < 2L / a


 Equação de Joukowsky
a.DV a.DQ
DH   
g g. A

Onde: a é a celeridade da tubulação, em m/s

 Exemplos de valores da celeridade em função do material


 Aço: a ~ 1000 m/s
 Ferro Fundido: a ~ 1200 m/s
 PVC: a ~ 300 m/s
175

Transitórios Hidráulicos

 Manobra Lenta quando T > 2L / a


 Equação de Michaud

Onde: Dt é o tempo de manobra, em segundos


L é o comprimento da tubulação, em m
V é a velocidade, em m/s
176

Exemplo de Aplicação 11

 Consideremos que a válvula de chegada da


adutora em Ferro Fundido considerada nos
exemplos 7 e 8 seja fechada instantaneamente,
qual a sobrepressão prevista?
 E se o material da adutora fosse aço ou PVC?

 Qual o tempo mínimo de fechamento para uma


sobrepressão máxima de 40 mca?
177

Ancoragens
 Empuxos Hidráulicos
 As forcas de empuxo hidráulico aparecem em uma canalização
sob pressão a cada:
 mudança de direção (curvas, tês)
 mudança de diâmetro (reduções)
 extremidade (flanges cegos ou caps)
 As forcas de empuxo nestes pontos devem ser equilibradas, a
fim de evitar a desmontagem das juntas, seja utilizando juntas
travadas em caso de tubos em Ferro Fundido, seja construindo
blocos de ancoragens.
178

Ancoragens

 Essas forcas podem ser calculadas pela formula


geral:

F = K.P.S

Onde:
 F: forca de empuxo, em kgf

 P: pressao interna máxima, em kgf/cm²

 S: secao transversal, em cm²


179

Ancoragens
 Flanges cegos, caps, tês: K = 1

 Reduções: K = 1 - S’ / S, onde S’ = seção do


menor diâmetro

 Curvas de ângulo θ: K = 2 sen θ/2


 K= 1,414 para as curvas 90°
 K = 0,765 para as curvas 45°
 K = 0,390 para as curvas 22° 30’
 K = 0,196 para as curvas 11° 15’
180

Ancoragens

 Dimensionamento de blocos de ancoragem


 Diferentes tipos de blocos de ancoragens podem
ser colocados segundo a configuração da
canalização, a resistência e a natureza do solo, ou
ainda a presença ou não de lençol freático.
 O bloco reage aos esforços de empuxo hidráulico
de duas formas:
 por atrito entre o bloco e o solo (peso do bloco)
 por reação de apoio da parede da vala
(engastamento)
181

Ancoragens
 Na pratica, os blocos de ancoragens são calculados levando
em consideração o atrito (f) e a resistência de apoio (B)
sobre o terreno ou, ainda, somente a resistência de apoio
ficando o atrito a favor da segurança.

Onde:
 F: empuxo hidráulico
 P: peso do bloco
 W: peso do reaterro
 B: área de apoio sobre a parede da vala
 f: atrito sobre o solo
 M: momento de tombamento
182

Ancoragens

 A capacidade de resistência dos solos varia normalmente entre


t=1,0 kgf/cm² para solos orgânicos até valores superiores a
t=5,0 kgf/cm².
 Desta maneira, a dimensão do fundo do bloco deve atender a
relação entre o empuxo hidráulico F produzido pelo acessório e
a resistência admissível do solo, t, na forma:

F
t
B
183

Exemplo de Aplicação 12

 Dimensionar o bloco de ancoragem necessário para a


curva 90º instalada nos exemplos anteriores,
considerando:
 Pressão de serviço: 100 mca = 10 kgf/cm²
 Resistência admissível do solo = 1,5 kgf/cm²
 Bloco de seção quadrada
184

Orçamento
 Fontes de custos unitários
 Revista Construção – Editora PINI
 SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil – Site: caixa.gov.br (não tem BDI)

 BDI – Bonificação e Despesas Indiretas


 Elemento orçamentário destinado a cobrir todas as despesas que, numa
obra ou serviço, classificam-se como indiretas, ou seja, aquelas que não
expressam diretamente nem o custeio do material nem o dos elementos
operativos sobre o material — mão-de-obra, equipamento-obra,
instrumento-obra etc.
 Consideram também lucro, despesas administrativas e impostos.
 Normalmente varia entre 25 e 30%
185

Orçamento
 Exemplo de Composição de BDI
Item Descrição Taxa, %
1 ADMINISTRAÇÃO LOCAL
1.1 Mão-de-obra indireta 0,85
1.2 Transporte de pessoal 0,70
1.3 Materiais de consumo administrativo 0,10
1.4 Veículos e equipamentos 0,50
1.5 Medicina do trabalho 0,50
1.6 Seguros 0,35
1.7 Ferramentas 0,25
Total 1 3,25

2 IMPOSTOS E TAXAS
2.1 PIS 1,65
2.2 ISS 5,00
2.3 COFINS 7,60
Total 2 14,25

3 ADMINISTRAÇÃO CENTRAL
3.1 Escritório central 1,00
3.2 Viagens de supervisão 0,50
Total 3 1,50

4 DESPESAS FINANCEIRAS
4.1 Despesas diversas 0,20
Total 4 0,20

5 BENEFÍCIOS
5.1 Lucro 7,80
Total 5 7,80
B.D.I. FINAL (1+2+3+4+5) 27,00
186

Orçamento
Roteiro básico para Orçamento de Adutoras Caixas de válvulas
Serviços Preliminares Registros – R$/un
Canteiro de Obras – R$/mês Ventosas – R$/un
Sinalização de trânsito – R$/m
Descargas – R$/un
Materiais hidráulicos
Válvulas especiais – R$/un
Tubos – R$/m
Válvulas, conexões e acessórios – R$/m
Construção de rede Serviços Complementares
Locação da obra – R$/m Cadastro Técnico – R$ /m
Corte e remoção de pavimento – R$/m
Escavação – R$/m³
Preparação de fundo de vala – R$/m²
Assentamento – R$/m
Empréstimo de solo – R$/m³
Reaterro – R$/m³
Desmonte de rocha a frio – R$/m³
Desmonte de rocha a fogo – R$/m³
Carga e transporte para bota-fora – R$/m³.km
Blocos de ancoragem – R$/m³
Reposição de pavimento – R$/m²
187
Cronograma Físico-
Financeiro
 Deve abranger todas as etapas da obra
 Deve associar a seqüência de cada etapa com a etapa anterior,
enquanto pré-requisito para sua execução
 É usual a freqüência mensal, mas a melhor é aquela mais
adequada ao projeto
188
Cronograma Físico-
Financeiro
 Exemplo
item serviço 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês 6º mês total

1 SERVIÇOS PRELIMINARES 21.440,00


21.440,00
2 FORNECIMENTO DE MATERIAIS HIDRÁULICOS 176.265,00
29.377,50 29.377,50 29.377,50 29.377,50 29.377,50 29.377,50
3 CONSTRUÇÃO DE REDE DE ÁGUA 599.990,00
99.998,33 99.998,33 99.998,33 99.998,33 99.998,33 99.998,33
4 CONSTRUÇÃO DE CAIXAS DE REGISTRO E VÁLVULAS 24.400,00
4.583,00 4.583,00 4.583,00 4.583,00 4.583,00 4.585,00
5 TRAVESSIA AÉREA 1.600,00
1.600,00
6 REMOÇÃO E REPOSIÇÃO DE PAVIMENTO 421.300,00
57.983,00 57.983,00 57.983,00 57.983,00 57.983,00 57.985,00
7 CADASTRO TÉCNICO 2.760,00
2.760,00

213.381,83 191.941,83 191.941,83 193.541,83 191.941,83 194.705,83 1.247.755,00


189

Memorial Descritivo

Caracterização do empreendimento
Interessado (cidade, bairro)
Local de implantação
Interligação a sistema existente

Características de projeto
Analise populacional
Vazões de projeto
Diretrizes da concessionária (pressão e vazão)
Fórmulas utilizadas
Planilhas de cálculo
190

Memorial Descritivo

Memorial Construtivo
Generalidades (normas, diretrizes)
Canteiro de obras (NR-18)
Locação da obra
Trânsito e Segurança
Sinalização de obras
Escavações (valas, rochas, escoramentos, interferências)
Fornecimento de materiais
Reaterro de vala (compactado a cada 20cm)
Limpeza da área de trabalho
Argamassas e concretos
Caixas de válvulas
Especificações para reposição de pavimentos
Cadastro Técnico
Lista de materiais hidráulicos
191
Reservatórios de Água
Tratada
 Objetivos
 Compensar variações horárias de consumo (K2)
 Garantir abastecimento em casos de interrupção do
sistema por manutenção ou falta de energia elétrica
 Fornecer altura de carga necessária ao
funcionamento do sistema
192
Reservatórios de Água
Tratada
 Posição relativa ao solo
193
Reservatórios de Água
Tratada
 Reservatório de Montante
194
Reservatórios de Água
Tratada
 Reservatório de Jusante
195
Reservatórios de Água
Tratada
 Reservatórios de Montante e Jusante
196
Reservatórios de Água
Tratada
 Normalização e Recomendações de Projeto

 Fundo do reservatório pelo menos 0,50m acima do nível do


lençol freático
 Distância mínima de rede de esgoto = 30m
 Perda de carga máxima na tubulação de entrada = 1,00m
 Perda de carga máxima na tubulação de saída = 0,50m
 Aberturas protegidas com grades e telas
 Inspeção com no mínimo 0,60m de abertura livre
 Escada e guarda-corpo em lances de no máximo 5,0m em
reservatórios elevados
 Pára-raios e luz de sinalização
197
Reservatórios de Água
Tratada
Materiais
 Concreto armado
 Vantagens: podem ser feitos com praticamente qualquer
dimensão
 Desvantagens: necessitam de impermeabilização eficiente,
implantação lenta
 Aço
 Vantagens: construção rápida
 Desvantagens: corrosão
 Fibra de vidro
 Vantagens: construção rápida, resistentes a corrosão
 Desvantagens: limite de diâmetros comerciais (5,0m)
198
Reservatórios de Água
Tratada
 Canalizações
 Entrada – dimensionar para K1
 Saída – dimensionar para K1.K2 (na prática,
diâmetro comercial superior a entrada)
 Descarga – na prática, usa-se o mesmo diâmetro
da saída
 Extravazor – na prática, possui o mesmo diâmetro
da tubulação de entrada
 Respiro – deve possuir o mesmo diâmetro da
tubulação de entrada
199
Reservatórios de Água
Tratada
 Capacidade
 Mínima: 1/6 CD
 Usual: 1/3 CD (Relação de Frühling)
 Edifícios: 1 CD
 CD = consumo diário do dia de maior consumo
(incide apenas K1)
 Reservatórios elevados: garantir ao menos 30
minutos à vazão máxima horária (K1.K2)
200

Exemplo de aplicação 13

 Definir o volume de reservação necessário para


abastecimento da população do exemplo 3 pela
Relação de Frühling
201

Centros de Reservação

 Melhor operação e manutenção quando grandes


volumes reservados em poucas áreas
 Reservatórios podem ser compartimentados

 Podem conter reservatório inferior, elevatória e


reservatório superior
202

Centros de Reservação
203

Orçamento
Roteiro Básico para Orçamento de Reservatórios
Serviços Preliminares
Projeto arquitetônico – R$/un
Projeto de fundações – R$/un
Projeto estrutural – R$/un
Projeto hidráulico – R$/un
Canteiro de obras – R$/mês
Ligação provisória de energia elétrica ou gerador – R$/mês
Ligação provisória de água – R$/mês
Locação da obra – R$/m²
Movimentação de terra
Limpeza de terreno – R$/m²
Corte mecanizado – R$/m³
Aterro – R$/m³
204

Orçamento
Fundação e superestrutura Serviços Complementares
Cimbramento – R$/m³ Escadas em aço – R$/m
Estacas/tubulões - – R$/m Guarda-corpo em aço – R$/m
Formas – R$/m² Calçadas internas – R$/m²
Aço – R$/kg Ruas internas – R$/m²
Concreto – R$/m³ Pintura – R$/m²
Concreto magro – R$/m³ Alambrados – R$/m
Materiais hidráulicos Muros – R$/m²
Tubos – R$/m Portões – R$/m²
Válvulas, acessórios e conexões – R$/un Limpeza da obra – R$/m²
Instalações mecânicas
Montagem mecânica – R$/dia
Instalações elétricas e de pára-raios
Montagem elétrica – R$/dia
205
Cronograma Físico-
Financeiro

 Deve abranger todas as etapas da obra


 Deve associar a seqüência de cada etapa com a etapa anterior,
enquanto pré-requisito para sua execução
 É usual a freqüência mensal, mas a melhor é aquela mais
adequada ao projeto
206
Cronograma Físico-
Financeiro
 Exemplo
ITEM 30 dias 60 dias 90 dias 120 dias TOTAL, R$
13.350,00
1 SERVIÇOS PRELIMINARES 13.350,00

2.344,80
2 MOVIMENTAÇÃO DE TERRA 2.344,80

38.941,10 38.941,10 38.941,10


3 FUNDAÇÃO E SUPERESTRUTURA 116.823,30

4.000,00
4 INSTALAÇÃO DE RESERVATÓRIO EM PRFV PARA 100 M3 4.000,00

22.865,50 22.865,50
5 MATERIAIS HIDRÁULICOS 45.731,00

5.000,00 5.000,00
6 INSTALAÇÕES MECÂNICAS 10.000,00

24.881,80
7 SERVIÇOS COMPLEMENTARES 24.881,80

TOTAL, R$ 54.635,90 38.941,10 70.806,60 52.747,30 217.130,90


207

Memorial Descritivo
Caracterização do empreendimento
Interessado (cidade, bairro)
Local de implantação
Interligação a sistema existente

Características de projeto
Analise populacional
Vazões de projeto
Diretrizes da concessionária (pressão e vazão)
Fórmulas utilizadas
Planilhas de cálculo
Cálculo de fundações e estrutural
208

Memorial Descritivo
Memorial Construtivo
Generalidades (normas, diretrizes)
Canteiro de obras (NR-18)
Locação da obra
Trânsito e Segurança
Sinalização de obras
Escavações (valas, rochas, escoramentos, interferências)
Fornecimento de materiais
Reaterro de vala (compactado a cada 20cm)
Controle tecnológico do concreto
Formas
Escoramento
Aço
Concretagem
Impermeabilização
Pára-raios
Iluminação de sinalização e emergência
Limpeza da área de trabalho
Cadastro Técnico
Lista de materiais hidráulicos
209
Redes de Distribuição de
Água Tratada
 Normalização e Recomendações de Projeto
 Pressão estática máxima = 50 mca
 Pressão dinâmica mínima = 10 mca
 Diâmetro mínimo das redes = 50 mm
 Velocidade mínima = 0,60 m/s
 Velocidade máxima = 3,50 m/s
 Perda de carga unitária máxima = 8,0 m/km
210
Redes de Distribuição de
Água Tratada
 Traçado
 Instaladas preferencialmente em vias ou espaços públicos não
edificados
 O mais distante possível de construções permanentes
 Preferencialmente com redes duplas, em ambas as calçadas (sem
ramais prediais)
 Maiores diâmetros devem estar orientados às regiões de maiores
demandas
 Traçado deve ser prioritariamente malhado
 Deve possuir válvulas de bloqueio de forma a isolar a rede em setores
de manobra em caso de manutenção, de acordo com
• Extensão da rede: de 7.000 a 35.000m
• Número de economias: de 600 a 3.000
• Área: de 40.000 a 200.000m²
 Deve possui descargas de rede em pontos baixos e extremidades
 Deve haver redes secundárias junto de redes com diâmetro superior a
300mm ou menores
211
Redes de Distribuição de
Água Tratada
Hidrantes
 Área de cobertura
 Separados por distância máxima de 600m, contada ao longo do eixo das
ruas
 Piracicaba: raio máximo de ação de 300m

 Vazão mínima
 Vazão mínima de 10 L/s em áreas residenciais e 20 L/s em áreas
comerciais e industriais
 Piracicaba: vazão mínima de 1000 L/min (16,67 L/s)

 Diâmetros mínimos
 Da rede: 150mm
 Do hidrante: 100mm
212
Dimensionamento de Redes
de Água
 Definições
 Nós: interligações de trechos de tubulação por transição de
diâmetros, materiais ou derivações nos quais são atribuídas
as demandas (consumos de água), devendo ter a Equação
da Continuidade nula entre as vazões de chegada e saída
(inclusive demandas)
 Nós de carga fixa: são nós denominados “fonte”, na qual a
carga é fixa, como reservatórios ou derivações de redes
existentes
 Trechos: tubulações que interligam nós de montante e
jusante
 Malhas: circuito fechado, real ou ficticiamente, por trechos
de tubulação em que a Equação da Conservação da
Energia deve ser nula
213
Dimensionamento de Redes
de Água
 Exemplo: rede composta por 13 nós, 17 trechos e 5 malhas com consumos
nos nós 2, 3, 4, 9, 10 e 12 e vazão de entrada no nó 13 (unidades no SI)
214
Vazões de
Dimensionamento
 Vazão média (L/s):

Pq
Qm 
86400
Onde:
 P = população

 q = cota per cápita

 Vazão máxima (L/s): Qmáx  Qm.K1.K 2


215

Redes Ramificadas

Conceito
 Nas redes ramificadas as demandas de consumo não são
atribuídas diretamente aos nós, mas distribuídas em todos
os trechos de rede em termos de uma vazão específica q:
Qmáx
q
L
Onde:
 q em L/s.m
 L = comprimento das redes de distribuição

 De forma que as vazões nas extremidades da rede (“pontas


secas”) sejam nulas.
216

Redes Ramificadas
 Roteiro de aplicação:
a) Traçado das tubulações e localização dos trechos, seu sentido de
escoamento e nós
b) Preenchimento da planilha com identificação dos trechos e extensões
c) Determina-se a vazão máxima (Qmáx) a abastecer e a extensão total das
redes (L)
d) Determina-se a vazão específica (q) e multiplica-se pelos comprimentos de
cada trecho, obtendo-se para estes suas respectivas vazões em marcha
(Qmar)
e) Identificadas as extremidades de rede, atribui-se a vazão de jusante (Qjus)
para os devidos trechos igual a zero
f) A partir das extremidades (Qjus = 0) somam-se as vazões em marcha de
cada trecho (Qmar), obtendo-se as vazões de montante dos mesmos trechos
(Qmon) até solução completa da rede
g) A vazão a ser considerada para dimensionamento nos trechos é a vazão
fictícia, Qf = 0,5 (Qmon + Qjus)
h) Determinar o diâmetro dos trechos em função da perda de carga unitária e
velocidade
217

Redes Ramificadas

 Modelo de planilha
trecho L, m Qjus, L/s Qmar, L/s Qmon, L/s Qf, L/s D, m V, m/s Dh, m J, m/km
1
2
3
4
5
6

trecho CT mon, m CT jus, m CP mon, m CP jus, m P mon, m P jus, m


1
2
3
4
5
6
218

Exemplo de aplicação 14
 Para a localidade do exemplo 3, 97 93
dimensionar a rede ramificada de água
conforme tipologia a seguir e tubos em
PVC com C de Hazen-Williams igual a
120

400m

400m
2 5

120
100 1 4
400m 400m

400m

400m
3 6

92 89
Redes Malhadas 219

Método do Seccionamento
Fictício
 O método do Seccionamento Fictício consiste na
transformação de uma rede malhada em rede ramificada
através do seccionamento não real (fictício) de trechos
próximos a nós existentes de forma a tornar possível sua
solução como rede ramificada.
 Verificação do cálculo: ao final do dimensionamento, a
diferença entre as pressões nos trechos seccionados não deve
exceder a 5%
 Limite de aplicação: método depende muito da experiência do
projetista e não considera a operação real do sistema, podendo
implicar em redes sub ou superdimensionadas sem base para
controle
Redes Malhadas 220

Método do Seccionamento
Fictício
 Roteiro de aplicação:
a) Traçado das tubulações e localização dos trechos, seu sentido de escoamento, nós e
pontos de seccionamento fictício
b) Preenchimento da planilha com identificação dos trechos e extensões
c) Determina-se a vazão máxima (Qmáx) a abastecer e a extensão total das redes (L)
d) Determina-se a vazão específica (q) e multiplica-se pelos comprimentos de cada
trecho, obtendo-se para estes suas respectivas vazões em marcha (Qmar)
e) Identificadas as extremidades de rede, atribui-se a vazão de jusante (Qjus) para os
devidos trechos igual a zero
f) A partir das extremidades (Qjus = 0) somam-se as vazões em marcha de cada trecho
(Qmar), obtendo-se as vazões de montante dos mesmos trechos (Qmon) até solução
completa da rede
g) A vazão a ser considerada para dimensionamento nos trechos é a vazão fictícia,
Qf = 0,5 (Qmon + Qjus)
a) Determinar o diâmetro dos trechos em função da perda de carga unitária e velocidade
b) Cota Piezométrica: inicia-se a distribuição a partir de pressão ou piezométrica
conhecida a montante de um dado trecho. O valor de jusante é a piezométrica de
montante menos a perda de carga calculada. O valor de montante é igual ao de
jusante do trecho a ele ligado.
c) Pressão disponível = cota piezométrica – cota do terreno
Redes Malhadas 221

Método do Seccionamento
Fictício
 Modelo de planilha
trecho L, m Qjus, L/s Qmar, L/s Qmon, L/s Qf, L/s D, m V, m/s Dh, m J, m/km
1
2
3
4
5
6

trecho CT mon, m CT jus, m CP mon, m CP jus, m P mon, m P jus, m


1
2
3
4
5
6
222

Exemplo de Aplicação 15
 Para a localidade do exemplo 3,
dimensionar a rede de água
conforme tipologia a seguir e
tubos em PVC com C de Hazen- 120
Williams igual a 120, pelo 100
1
91
Método do Seccionamento 500m
Fictício 4 1

500m

500m
2 5 3
70
7m

87 3 4 85

500m 2
223

Redes Malhadas
Método de Hardy-Cross
 O método de Hardy Cross permite a solução de redes malhadas
considerando um chute inicial das vazões em cada trecho, respeitada
a Equação da Continuidade nos nós, e correção destas vazões –
malha a malha – em um processo iterativo (tentativa e erro).

 Roteiro de aplicação (a ser repetido a cada malha):


a) Estimativa inicial das vazões nos trechos, Qo
b) Determinação da perda de carga em cada trecho, h
c) Cálculo da correção necessária para as vazões: DQ   h
h
1,85 Qo
(válido para Equação de Hazen-Williams)
d) Correção das vazões nos trechos, agora denominadas Q1, retornando
ao item b) até que DQ seja suficientemente pequeno (normalmente da
ordem de 0,05 L/s)
224
Redes Malhadas
Método de Hardy-Cross
 Modelo de planilha
trecho L, m D, m Qo, L/s ho, m 1,85h/Q DQ
1
2
3
4
5
6

trecho L, m D, m Q1, L/s ho, m 1,85h/Q DQ


1
2
3
4
5
6
225

Exemplo de Aplicação 16
 Para a localidade do exemplo 3,
dimensionar a rede de água
conforme tipologia a seguir e
tubos em PVC com C de 120
Hazen-Williams igual a 120, 100
1
91
pelo Método de Hardy-Cross 500m
considerando os diâmetros 4 1
determinados pelo Método do
Seccionamento Fictício

500m

500m
2 5 3
70
7m

87 3 4 85

500m 2
226
Redes Malhadas
Método da Teoria Linear
 O método da Teoria Linear permite a correção das vazões nos trechos
considerando todas as malhas simultaneamente, através da linearização
e solução de um sistema de equações baseado na Equação da
Continuidade nos Nós e Conservação da Energia na Malha.
 A linearização da perda de carga em cada trecho é possível através da
simplificação da Fórmula Universal na forma

8 fLQ 2 8 fL
DH   DH  RQ 2
com R 
g 2 D 5 g 2 D 5
Consideran do um chute inicial Qo
DH  R Qo Q
Ou
DH  KQ com K  R Qo 129 ,2.D 0,13
Dica: f  1,852 0,148
C .Q
227
Redes Malhadas
Método da Teoria Linear
 Roteiro de aplicação:
a) Determinar a Equação da Continuidade para cada nó de carga
variável
b) Determinar a Equação da Conservação da Energia para cada malha
c) Estabelecer um conjunto de estimativas iniciais para as vazões em
cada trecho (chute). Dica: atribuir uma velocidade inicial igual a 0,50
m/s para todos os trechos
d) Calcular R e K para cada trecho
e) Montar um sistema (matriz) A.Q=B
f) Encontrar a matriz transposta de A, A-1
g) Resolver o sistema A-1.B=Q
h) Considerar a vazão na próxima iteração como a média das vazões
anteriores
i) Repetir os itens g) e h) até estabilização do sistema
228
Redes Malhadas
Método da Teoria Linear
 Modelo de planilha
trecho L, m D, m A, m² C f Q, m³/s R K
1
2
3
4

A B

A-1 Q
229

Exemplo de Aplicação 17
 Para a localidade do exemplo
3, dimensionar a rede de água
conforme tipologia a seguir e
tubos em PVC com C de 120
Hazen-Williams igual a 120, 100
1
91
pelo Método da Teoria Linear 500m
4 1
considerando os diâmetros
determinados pelo Método do
Seccionamento Fictício

500m

500m
2 5 3
70
7m

87 3 4 85

500m 2
230

EPANET
 O EPANET é um software livre, de código aberto,
desenvolvido pela Agência Ambiental dos Estados
Unidos (EPA, 2000) com tradução para a língua
portuguesa pelo Laboratório Nacional de Engenharia
Civil (LNEC) de Portugal e, mais recentemente, em
português do Brasil pelo Laboratório de Eficiência
Energética e Hidráulica em Saneamento – LENHS da
Universidade Federal da Paraíba – UFPB (2009).
 Pode ser carregado a partir da Internet pelos sites:
http://www.dha.lnec.pt/nes/epanet/ (Portugal) ou
http://www.lenhs.ct.ufpb.br/html/downepanet.html
(Brasil).
231

EPANET
 O EPANET é um simulador hidráulico dirigido pela
demanda, ou seja, são simulados os efeitos nas redes e
acessórios do sistema para atender às vazões
especificadas em cada nó (consumos de água).
 Simulações considerando outras variáveis como a
pressão, por exemplo, podem ser obtidas com o uso do
código aberto em linguagens de programação como o
C++, Pascal, entre outros, através de toolkits.
 A versão brasileira dispõe de uma ferramenta
desenvolvida pela UFPB para dimensionamento
econômico de redes de água, a partir de informações
dos custos de implantação das redes e limites de pressão
e velocidade, denominado LEHNSNET.
232
Aplicação do EPANET:
projeto e operação
 Concebido para ser uma ferramenta de apoio a
análise de sistemas de distribuição, através de
simulações estáticas e dinâmicas (período
estendido):
 Do comportamento hidráulico da rede
 valores da vazão em cada tubulação
 da pressão em cada nó
 da altura de água em cada reservatório
 Da qualidade da água
 concentração de espécies químicas
 calculo da idade da água
 rastreio da origem de água em qualquer ponto da rede
233
Aplicação do EPANET:
projeto e operação
 Alterações na utilização de origens da água em um
sistema com múltiplas entradas
 Alteração de esquema de funcionamento de grupos
elevatórios e enchimento/esvaziamento de
reservatórios de nível variável
 Verificação na necessidade de reforços de rede ou
controle de pressão
 Utilização de tratamento adicional, tal como a
recloração
 Seleção de tubulações para limpeza e substituição
(reabilitação)
234

Modelagem Hidráulica
 Dimensão ilimitada do número de componentes da rede
analisada (nós e trechos)
 Perda de carga : fórmulas de Hazen-Williams, Darcy-Weisbach
ou Chezy-Manning
 Consideração das perdas de carga singulares (curvas,
alargamentos, etc): Método dos Ks
 Modelagem de bombas de velocidade constante ou variável
 Calculo da energia de bombeamento e do respectivo custo
 Modelagem dos principais tipos de válvulas, incluindo
válvulas de manobra, de retenção, redutoras de pressão e
reguladoras de vazão
235

Modelagem Hidráulica
 Modelagem de reservatórios de armazenamento de nível
variável de formas diversas, através de curvas de
volume em função da altura de água
 Múltiplas categorias de consumo nos nós, cada uma
com um padrão próprio de variação no tempo
 Modelagem da relação entre pressão e vazão efluente
de dispositivos emissores (p.ex. aspersores de
irrigação, consumos dependentes da pressão ou
vazamentos)
 Possibilidade de basear as condições de operação do
sistema em controles simples, dependentes de uma só
condição (p.ex., altura de água num reservatório de nível
variável, tempo), ou em controles com condições
múltiplas.
236
Modelagem da Qualidade
da Água
 Mistura de água a partir de diversas origens
 Determinação do tempo de percurso da água através de um
sistema
 Determinação da perda de cloro residual
 Determinação do crescimento de subprodutos da desinfecção
 Rastreio da propagação de contaminantes ao longo da rede
 Modelagem de reservatórios de armazenamento de nível
variável como reatores de mistura completa, de escoamento em
embolo ou ainda de mistura com dois compartimentos
 Calculo da porcentagem de vazão que, com origem em
determinado nó, atinge qualquer outro no ao longo do tempo
(p.ex., calculo da importância relativa de duas origens de
água diferentes)
237

Ferramentas Básicas
 Arquivo: criar, salvar, exportar e imprimir
 Editar: selecionar e editar objetos já inseridos
 Visualizar: imagem de fundo, zoom e informações
dos objetos
 Projeto: dados e opções de simulação
 Relatório: textos, gráficos e tabelas
 Janela: alterna entre mapa e navegador
 Ajuda: tutorial
 Navegador: ferramentas Dados e Mapa
 Barra de ferramentas: arquivo, seleção, edição e
zoom (básicas) e desenho (nós, RNF, RNV, trechos,
bombas, válvulas e textos)
238
Sequência geral de
aplicação
1. Configurar o projeto (ID, propriedades e hidráulica)
2. Desenhar uma representação esquemática do sistema de
distribuição ou importar uma descrição-base do sistema a
partir de um arquivo de texto
3. Editar as propriedades dos objetos que constituem o sistema
4. Descrever as condições de operacionalidade do sistema
5. Selecionar um conjunto de opções de simulação
6. Executar uma simulação hidráulica ou de qualidade da água
7. Visualizar os resultados da simulação (estática ou dinâmica)
239

Exemplo de aplicação
Exercício proposto: projeto (dimensionamento) de redes, com
simulação estática e dinâmica do comportamento hidráulico:
 1800 lotes
 5 habitantes/lote
 Cota per capita: 200 L/hab.dia
 Coeficiente do dia de maior consumo: K1 = 1,2
 Coeficiente da hora de maior consumo: K2 = 1,5
 Consumo especial (empresa): 2,0 L/s
 Vazão média (excluído o especial): 20,83 L/s
 Número de nós (excluído o especial): 32
 Consumo-base por nó: 20,83 / 32 = 0,651 L/s.nó
 Pressão mínima no ponto de interligação: 6 mca
 Pressão mínima de projeto: 10 mca
 Pressão máxima de projeto: 50 mca
240

Exemplo de aplicação
241

Exemplo de aplicação
 Curva de consumo
45,00
40,00
35,00 41,09
30,00
Vazão (L/s)

33,10
25,00 30,82
27,40 27,40 27,40 28,54
20,00 23,97 25,11 23,97 25,11 26,25 23,97
22,83
15,00 19,41 20,55 21,69
18,26 16,44 17,12
10,00
13,24 11,87 12,56
5,00 10,27
0,00
02:00

03:00

05:00

06:00

08:00

09:00

12:00

15:00

18:00

21:00

22:00
00:00

01:00

04:00

07:00

10:00

11:00

13:00

14:00

16:00

17:00

19:00

20:00

23:00
2,00
Fator de Consumo

1,50 1,80

1,45
1,35
1,00 1,20 1,20 1,25
1,15 1,20
1,05 1,10 1,05 1,10 1,05
0,90 0,95 1,00
0,80 0,72 0,85
0,50 0,75
0,58 0,52 0,55
0,45
0,00
00:00

01:00

06:00

07:00

08:00

13:00

14:00

15:00

20:00

21:00

22:00
02:00

03:00

04:00

05:00

09:00

10:00

11:00

12:00

16:00

17:00

18:00

19:00

23:00
242

Roteiro básico de aplicação


 Abrir arquivo: “Exercício EPANET.net”
 Se necessário e solicitado, abrir imagem:
“São Jorge com dados.bmp”
 Configuração
 No Windows > Configurações Regionais > Separador
decimal deve ser ponto (e não vírgula)
 Projeto > Configurações Pré-Definidas > Propriedades >
Rugosidade: 120 + Diâmetro: 100
 Na mesma aba: Hidráulica > Vazão: LPS + Resistência:
H-W (Hazen-Williams)
 Navegador > Dados > Opções > Tempos > Duração Total:
24
 Consumo-base: Navegador > Dados > Padrões > Adicionar:
digitar os valores adimensionais para as 24 horas
243

Roteiro básico de aplicação


 Inserir reservatório de nível fixo (RNF) no ponto de
interligação
 Inserir todos os nós e depois os trechos, inclusive entre o
RNF (com altura = 609 m) e o 1º nó
 Configurar nós: Cota + Consumo-base (0,651 L/s.nó) +
Padrão de Consumo = 1
 Simular e visualizar resultados
 Navegador > Mapa > Nós: Pressão + Trechos: Perda de
Carga
 Clicar com o botão direito sobre as escalas e ajustar escalas
de Pressão de 0 a 50 mca e Perda de Carga de 0 a 8 m/km
 Visualizar > Opções > Notação > Valores nos nós + Valores
nos trechos + Tamanho da fonte: 9
244

Roteiro básico de aplicação


 Dimensionar rede
 No sentido da entrada da água, aumentar os diâmetros
dos trechos com perda de carga acima de 8 m/km
 Simular novamente e ajustar até todos os trechos
estarem OK
 Configurar Padrão de Consumo (simulação dinâmica)
 Editar > Selecionar tudo
 Editar > Editar grupo > Substituir Padrão de Consumo
por 1
 Navegador > Dados > Padrões > Adicionar > Curva
245

Roteiro básico de aplicação


 Visualização de simulação dinâmica
 Dinâmica
 Série Temporal
 Isolinhas
 Para conhecer mais
 Tutorial do EPANET
 Manual do EPANET Brasil
 Fóruns na Internet
246

Orçamento
Roteiro Básico para Orçamento de Redes de Água
Serviços Preliminares Caixas de válvulas
Canteiro de Obras – R$/mês
Registros – R$/un
Sinalização de trânsito – R$/m
Materiais hidráulicos Ventosas – R$/un
Tubos – R$/m Descargas – R$/un
Válvulas, conexões e acessórios – R$/m Válvulas especiais – R$/un
Construção de rede
Locação da obra – R$/m
Serviços Complementares
Corte e remoção de pavimento – R$/m
Escavação – R$/m³
Cadastro Técnico – R$ /m
Preparação de fundo de vala – R$/m²
Assentamento – R$/m
Empréstimo de solo – R$/m³
Reaterro – R$/m³
Desmonte de rocha a frio – R$/m³
Desmonte de rocha a fogo – R$/m³
Carga e transporte para bota-fora – R$/m³.km
Blocos de ancoragem – R$/m³
Reposição de pavimento – R$/m²
247
Cronograma Físico-
Financeiro
 Deve abranger todas as etapas da obra
 Deve associar a seqüência de cada etapa com a etapa anterior,
enquanto pré-requisito para sua execução
 É usual a freqüência mensal, mas a melhor é aquela mais
adequada ao projeto
248
Cronograma Físico-
Financeiro
 Exemplo
item serviço 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês 6º mês 7º mês 8º mês 9º mês 10º mês total

1 SERVIÇOS PRELIMINARES 93.526,16


9.352,62 9.352,62 9.352,62 9.352,62 9.352,62 9.352,62 9.352,62 9.352,62 9.352,62 9.352,62

2 FORNECIMENTO DE MATERIAIS HIDRÁULICOS - PVC 538.662,66


53.866,27 53.866,27 53.866,27 53.866,27 53.866,27 53.866,27 53.866,27 53.866,27 53.866,27 53.866,27

3 FORNECIMENTO DE MATERIAIS HIDRÁULICOS - FoFo 75.925,12


7.592,51 7.592,51 7.592,51 7.592,51 7.592,51 7.592,51 7.592,51 7.592,51 7.592,51 7.592,51

4 CONSTRUÇÃO DE REDE DE ÁGUA 910.667,36


91.066,74 91.066,74 91.066,74 91.066,74 91.066,74 91.066,74 91.066,74 91.066,74 91.066,74 91.066,74

5 CONSTRUÇÃO DE LIGAÇÃO DE ÁGUA 1.453.145,75


145.314,58 145.314,58 145.314,58 145.314,58 145.314,58 145.314,58 145.314,58 145.314,58 145.314,58 145.314,58

6 CONSTRUÇÃO DE CAIXAS DE REGISTRO E VÁLVULAS 61.932,33


6.193,23 6.193,23 6.193,23 6.193,23 6.193,23 6.193,23 6.193,23 6.193,23 6.193,23 6.193,23

7 REPOSIÇÃO DE PAVIMENTO 2.103.043,23


210.304,32 210.304,32 210.304,32 210.304,32 210.304,32 210.304,32 210.304,32 210.304,32 210.304,32 210.304,32

8 CADASTRO TÉCNICO 18.916,63


1.891,66 1.891,66 1.891,66 1.891,66 1.891,66 1.891,66 1.891,66 1.891,66 1.891,66 1.891,66

525.581,92 525.581,92 525.581,92 525.581,92 525.581,92 525.581,92 525.581,92 525.581,92 525.581,92 525.581,92 5.255.819,24
249

Memorial Descritivo

Caracterização do empreendimento
Interessado (cidade, bairro)
Local de implantação
Interligação a sistema existente

Características de projeto
Analise populacional
Vazões de projeto
Diretrizes da concessionária (pressão e vazão)
Fórmulas utilizadas
Planilhas de cálculo
250

Memorial Descritivo
Memorial Construtivo
Generalidades (normas, diretrizes)
Canteiro de obras (NR-18)
Locação da obra
Trânsito e Segurança
Sinalização de obras
Escavações (valas, rochas, escoramentos, interferências, drenagem de valas)
Fornecimento de materiais
Reaterro de vala (compactado a cada 20cm)
Limpeza da área de trabalho
Argamassas e concretos
Caixas de válvulas
Especificações para reposição de pavimentos
Cadastro Técnico
Lista de materiais hidráulicos
251

Fim

Obrigado!

dmanzi@gmail.com

Você também pode gostar