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Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

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DIREITO DAS COISAS

Sumário
1- Introdução .................................................................................. 5
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2- Posse........................................................................................... 8
2.1- Espécies de Posse ..................................................................... 8
2.1.1- Posse direta X Posse indireta ................................................ 9
2.1.2- Posse justa X Posse injusta................................................... 9
2.1.3- Posse de boa-fé X Posse de má-fé ....................................... 10
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2.1.4- Posse ad interdicta X Posse ad usucapionem ......................... 10


2.1.5- Posse nova X Posse velha ................................................... 11
2.1.6- Posse pro diviso X Posse pro indiviso ................................... 11
2.1.7- Aquisição da Posse ............................................................ 11
2.2- Efeitos da Posse...................................................................... 12
2.2.1- A faculdade de usar os interditos ......................................... 13
2.2.2- Defesa direta da posse ....................................................... 14
2.2.3- Percepção dos frutos ......................................................... 14
2.2.4- Indenização por benfeitorias e direito de retenção ................. 15
2.2.5- Responsabilidade pelas deteriorações .................................. 15
2.3- Perda da posse ....................................................................... 16
3- Propriedade ............................................................................... 17
3.1- Função social da propriedade ................................................... 17
3.2- Limitações ao Direito de propriedade ......................................... 18
3.3- A propriedade do subsolo, do solo e do espaço aéreo .................. 19
3.4- Características do direito de propriedade ................................... 20
3.5- Classificação da propriedade .................................................... 20
3.6- A descoberta .......................................................................... 20
3.7- Formas de aquisição da propriedade imóvel ............................... 21
3.7.1- Acessão ........................................................................... 21
3.7.2- Usucapião ........................................................................ 22
3.7.3- Registro do Título .............................................................. 24
3.7.4- Sucessão hereditária ......................................................... 24
3.8- Aquisição da propriedade móvel ............................................... 24

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3.8.1- Ocupação ......................................................................... 25


3.8.2- Usucapião ........................................................................ 26
3.8.3- Achado de tesouro............................................................. 26
3.8.4- Especificação .................................................................... 26
3.8.5- Confusão, Comissão e Adjunção .......................................... 27
3.8.6- Tradição ........................................................................... 27
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3.8.7- Sucessão hereditária ......................................................... 27


3.9- Perda da propriedade imóvel .................................................... 27
3.10- Abandono de imóvel ................................................................ 28
3.11- Condomínio ............................................................................ 29
3.11.1- Condomínio voluntário ....................................................... 29
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3.11.2- Condomínio necessário ...................................................... 29


4- Direito de Vizinhança ................................................................ 29
5- Propriedade Resolúvel ............................................................... 30
6- Parcelamento do solo urbano .................................................... 30
7- Propriedade em planos horizontais ........................................... 31
8- Direitos reais de gozo ou fruição sobre coisa alheia .................. 32
8.1- Enfiteuse ............................................................................... 32
8.2- Superfície .............................................................................. 32
8.3- Servidão predial ..................................................................... 33
8.4- Usufruto ................................................................................ 34
8.5- Uso ....................................................................................... 36
8.6- Habitação .............................................................................. 36
9- Direitos reais de garantia .......................................................... 37
9.1- Penhor .................................................................................. 39
9.1.1- Objeto do penhor .............................................................. 39
9.1.2- Direitos do Credor Pignoratício ............................................ 40
9.1.3- Deveres do Credor Pignoratício ........................................... 40
9.1.4- Direitos e Deveres do Devedor Pignoratício ........................... 41
9.1.5- Espécies de Penhor ............................................................ 41
9.1.6- Penhor Rural..................................................................... 42
9.1.7- Penhor Agrícola ................................................................. 42
9.1.8- Penhor Pecuário ................................................................ 42
9.1.9- Penhor Industrial e Mercantil .............................................. 42
9.1.10- Penhor de Direitos e Títulos de Crédito................................. 42

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9.1.11- Penhor de Veículos ............................................................ 43


9.1.12- Penhor Legal..................................................................... 43
9.1.13- Formas de extinção do penhor ............................................ 43
9.2- Hipoteca ................................................................................ 44
9.2.1- Objeto da hipoteca ............................................................ 44
9.2.2- Registro da hipoteca .......................................................... 46
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9.2.3- Espécies de hipotecas ........................................................ 46


9.2.4- Hipoteca legal ................................................................... 46
9.2.5- Disposições Gerais............................................................. 47
9.2.6- Extinção da hipoteca .......................................................... 48
9.3- Anticrese ............................................................................... 48
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9.4- Alienação fiduciária em garantia ............................................... 49


9.4.1- Objeto da alienação fiduciária ............................................. 49
9.4.2- Poderes sobre o bem durante a alienação fiduciária ............... 49
10- Direito real de aquisição ............................................................ 50
10.1- Compromisso irretratável de compra e venda ............................. 50
11- Direitos reais de interesse social ............................................... 51
11.1- Concessão de uso especial para fins de moradia ......................... 51
11.2- Concessão de direito real de uso ............................................... 51
12- Questões Propostas ................................................................... 52

"Escolha uma ideia. Faça dessa ideia a sua vida. Pense nela, sonhe
com ela, viva pensando nela. Deixe cérebro, músculos, nervos,
todas as partes do seu corpo serem preenchidas com essa ideia.
Esse é o caminho para o sucesso."
(Swami Vivekananda, pensador hindu)

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1-Introdução

O direito das coisas é o complexo das normas reguladoras das


relações jurídicas concernentes aos bens corpóreos suscetíveis de apropriação
pelo homem. O Código Civil divide a matéria em duas partes: posse e direitos
reais, dedicando, nesta última, títulos específicos à propriedade e a cada um
de seus desmembramentos, denominados direitos reais sobre coisas alheias.
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Art. 1.225. São direitos reais:


I - a propriedade;

II - a superfície;
III - as servidões;

IV - o usufruto;
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V - o uso;

VI - a habitação;

VII - o direito do promitente comprador do imóvel;

VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;

X - a anticrese.

XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481,
de 2007)

XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, de
2017)

XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

A POSSE NÃO É UM DIREITO REAL, APESAR DE SER UM INSTITUTO


JURÍDICO ESTUDADO DENTRO DO DIREITO DAS COISAS !!!

- Direito real: é o poder jurídico, direito e imediato, do titular sobre a coisa,


com exclusividade e contra todos (oponibilidade erga omnes);

- Direito pessoal: consiste em uma relação jurídica pela qual o sujeito ativo
pode exigir do sujeito passivo uma determinada prestação (efeito inter
partes).

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Direitos

pessoais reais
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relação jurídica
recaem sobre
estabelecida entre
uma coisa.
duas (ou mais)
Exemplo:
pessoas. Exemplo:
propriedade.
obrigação.
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Quanto à (ao): Pessoal Real


Relação Interpessoal (2 ou + Recai s/ uma coisa e uma
pessoas): obrigação entre pessoa. É atributivo, pois
as partes. É cooperativo por atribui o direito a uma só
causa disso. pessoa.
Eficácia Interpartes Erga omnes (é absoluto)

Sujeitos Conhecidos desde o Sujeito passivo só é


momento de constituir a conhecido quando o direito
obrigação. é violado (obrigação
passiva universal).
Objeto Presunção de dar, de fazer Coisa corpórea, tangível ou
ou de não fazer – a sem apropriação
prestação.
Momento aquisição Se dá com o acordo de Se dá com a tradição.
do direito manifestação de vontade

Tipicidade Atípicos (contratos, art. Típicos: criados pela lei


425, CC). somente.
Duração Transitório: é extinto Permanente: existe
quando cumprido ou por mesmo sem ser usado.
outros meios, como ação Extinto somente nos casos
judicial legais (desapropriação).

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DIVISÃO DOS DIREITOS REAIS

DIREITOS
REAIS
SOBRE - Propriedade
COISA
PRÓPRIA
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Direitos REAIS
Coisas Alheias

DE GOZO DE De De
(ou fruição) GARANTIA aquisição interesse
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social

- Enfiteuse
-Penhor - Concessão
- Superfície Compromisso de uso
- Servidão - Hipoteca especial
ou promessa
Predial - Anticrese irretratável de para fins de
- Usufruto - Alienação compra e moradia
Fiduciária venda - Concessão
- Uso
de direito
- Habitação real de uso

Só com o registro
no Cartório de
IMÓVEIS
Registro de
Imóveis
AQUISIÇÃO de
Dir. Real
SÓ COM A
MÓVEIS
TRADIÇÃO
constituídos ou
transmitidos por
atos entre vivos

Obs.: ENFITEUSE: Trata-se de um direito real de gozo, mediante contrato


perpétuo, alienável e transmissível aos herdeiros, onde o domínio útil de
imóvel é atribuído a alguém pelo proprietário, que receberá em contrapartida
uma pensão ou foro anual. No entanto, o atual Código Civil proíbe novas
enfiteuses, mantendo-se as existentes até a sua extinção (art. 2.038, CC).

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2-Posse

Existem duas teorias para caracterizar a posse: a subjetiva (de


Savigny) e a objetiva (de Ihering).

subjetiva (de Savigny)


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objetiva (de Ihering)


elementos: corpus e elemento: corpus
animus

O Direito Brasileiro adora a objetiva (de Ihering), pois a definição


presente no art. 1.196 do CC considera “possuidor todo aquele que tem de
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fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à


propriedade”.

CONCEITO DE POSSE
- Teoria subjetiva (Savigny): corpus (poder de disponibilidade sobre a
coisa) e animus domini (intenção de ter a coisa).
- Teoria objetiva (Ihering): corpus (simples poder de disponibilidade
sobre a coisa).
O Código Civil adotou a teoria objetiva, portanto, para haver posse não
precisa haver intenção de ter a coisa. É possível a posse sem a propriedade
(intenção de ter a coisa).
Ex.: um inquilino de um apartamento é possuidor (tem disponibilidade sobre
a coisa), mas não é proprietário (não é o dono da coisa).

2.1-Espécies de Posse

a) Posse direta e indireta;


b) Posse justa e injusta;
c) Posse de boa-fé e de má-fé;
d) Posse ad usucapionem e ad interdicta;
e) Posse nova e velha; e
f) Posse pro diviso e pro indiviso.
Vamos tratar de cada uma separadamente.

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2.1.1-Posse direta X Posse indireta

Conforme art. 1.197 do CC:

não anula a
indireta, de quem
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de pessoa que tem a coisa aquela foi havida


em seu poder,
Posse
temporariamente, em
direta
virtude de direito podendo o
pessoal, ou real possuidor direto
defender a sua
posse contra o
indireto.
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➢ Possuidor direto ou imediato: é o que detêm materialmente a


coisa (ex.: locatário de um bem).
➢ Possuidor indireto ou mediato: é o proprietário que concede o
direito de usar a outro (ex.: locador).

2.1.2-Posse justa X Posse injusta

Conforme o art. 1.200 do CC:

a posse é justa violenta


justa
quando NÃO for
clandestina
OU

precária

força física ou
violenta
Posse moral

clandestina oculta

precária abuso de confiança

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2.1.3-Posse de boa-fé X Posse de má-fé

Posse de boa-fé

• o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da


coisa.
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•só perde este caráter no caso e desde o momento em que as


circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui
indevidamente.
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Não se deve confundir a posse de boa-fé com a posse justa. Para


verificar se a posse é de boa-fé, temos um critério psicológico
(subjetivo). Por outro lado, para verificar se a posse é justa, estamos
diante de um critério objetivo, bastando o exame da existência ou não
dos vícios.
Posse de boa-fé / Posse de má-fé → critério subjetivo
Posse justa / Posse injusta → critério objetivo

2.1.4-Posse ad interdicta X Posse ad usucapionem

A posse ad interdicta é aquela que pode ser defendida pelos interditos


ou ações possessórias quando houver moléstia, entretanto, o seu
prolongamento não é capaz de conduzir à usucapião, pois o possuidor não
possui a intenção de ter a coisa em definitivo (animus domini).
A posse ad usucapionem é a exercida com a intenção de ter a coisa
em definitivo (animus domini), devendo também ser mansa, pacífica,
ininterrupta, justa e durante o lapso de tempo necessário à aquisição da
propriedade.

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2.1.5-Posse nova X Posse velha

A classificação da posse em nova ou velha é baseada no tempo de


posse. A posse nova é a que conta menos de ano e dia, ao passo que a
posse velha é a que conta mais de ano e dia.
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2.1.6-Posse pro diviso X Posse pro indiviso

Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada
uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos
outros compossuidores.
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Pluralidade de sujeitos

COMPOSSE

Coisa Indivisa

A posse pro indiviso é a composse de direito e de fato, onde cada


compossuidor tem o direito de exercer a posse sobre o todo, não podendo um
excluir a posse do outro.
A posse pro diviso é a composse de direito, mas não de fato, onde
cada compossuidor não tem o direito de possuir a parte da área reservada ao
outro.

2.1.7-Aquisição da Posse

Adquire-se desde o momento em que se torna possível o


a posse exercício, em nome próprio, de qualquer dos
poderes inerentes à propriedade.

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A posse pode ser


adquirida

pela própria por terceiro sem


pessoa que a mandato
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pretende

ou por seu dependendo de


representante ratificação
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• POSSE ORIGINÁRIA: ocorre quando não é conhecida a posse anterior,


como no caso de bem abandonado ou sem dono, onde o bem é
apreendido.

• POSSE DERIVADA: é resultado de uma intermediação pessoal ou


negócio jurídico. Exemplo: a tradição (entrega da coisa). Também pode
ocorrer a aquisição da posse por sucessão (inter vivos ou causa mortis).

(art. 1.209):

até prova contrária

A posse do imóvel a das coisas móveis


faz presumir que nele estiverem.

2.2-Efeitos da Posse

a) direito ao uso dos interditos;


b) defesa direta;
c) percepção dos frutos;
d) indenizações por benfeitorias;
e) direito de retenção por benfeitorias; e

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f) responsabilidade pelas deteriorações;

2.2.1-A faculdade de usar os interditos

Conforme art. 1.210, CC:


Posse: direitos de defesa
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O possuidor tem direito

a ser mantido segurado de


restituído
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na posse violência iminente

no caso de no caso de se tiver justo receio


turbação esbulho de ser molestado

-
Ação de reintegração de posse: é a ação apropriada para o caso concreto em que o
possuidor tenha sido desapossado, em decorrência de esbulho (perda da posse), pouco
importando se total ou parcial, e para que seja reconduzido à posse, seja restituído o
possuidor na posse.

- Ação de manutenção da posse: é a ação destinada para a proteção do


possuidor na posse contra atos de turbação de outrem, cujo objetivo é
garantir principalmente a posse de imóveis e a quase-posse das servidões e,
só terá utilização se o possuidor for molestado na sua posse.
- Interdito proibitório: é uma ação de natureza preventiva, desdobrada da
ação de manutenção de posse.

(moléstia) (perda)
TURBAÇÃO ESBULHO

INTERDITO MANUTENÇÃO DA REINTEGRAÇÃO DA


PROIBITÓRIO POSSE POSSE
(proteção preventiva) (após a turbação) (após a perda)

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2.2.2-Defesa direta da posse

Art. 1.210 § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou


restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de
defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção,
ou restituição da posse.
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Na legítima defesa a violência é empregada para impedir a perda da


posse, ao passo que no desforço imediato, a violência é empregada para
recuperar a posse perdida.
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2.2.3-Percepção dos frutos

naturais e colhidos e percebidos, logo que são


industriais separados

Frutos

civis percebidos dia por dia

pendentes ainda não separados do bem principal

percebidos
já separados do bem principal
ou colhidos

Frutos
(quanto ao separados do principal e armazenados
estantes
estado) para venda

deveriam ter sido percebidos (ou


percipiendos
colhidos) mas não foram

perderam a existência com seu


consumidos
consumo

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2.2.4-Indenização por benfeitorias e direito de retenção

As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.

são de mero deleite


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ou recreio
voluptuárias o tornem
mais
não aumentam o uso agradável
habitual do bem,
ainda que
sejam de
elevado
valor
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aumentam ou
Benfeitorias úteis facilitam o uso do
bem

conservar o
bem
necessárias tem por fim
OU
evitar que se
deteriore

2.2.5-Responsabilidade pelas deteriorações

Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração


da coisa, a que não der causa.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da
coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam
dado, estando ela na posse do reivindicante.

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DIREITOS POSSUIDOR DE BOA-FÉ POSSUIDOR DE MÁ-FÉ

Faculdade de
invocar interditos Todos possuem o direito de invocar os interditos, basta que a
(ações posse seja justa em relação ao adversário.
possessórias)

Turbação (moléstia) → legítima defesa


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Defesa direta da
Esbulho (perda) → desforço imediato
posse
São admitidos desde que feitos de forma imediata.

Percepção dos Tem direito aos frutos Responde pelos frutos


frutos percebidos (colhidos) percebidos (colhidos)
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Tem direito à indenização Tem direito à indenização das


das benfeitorias úteis e benfeitorias necessárias
Indenização por necessárias e direito de apenas, mas não tem direito
benfeitorias e direito retenção do imóvel pela de retenção do imóvel pelo
de retenção indenização do valor gasto. pleito de indenização.
Tem direito a levantar as
benfeitorias voluptuárias

Responsabilidade CF ou FM → não responde CF ou FM → responde


pela deterioração ou
Culpa → responde Culpa → responde
perda da coisa

-CF: Caso Fortuito; FM: Força Maior

2.3-Perda da posse

Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do


possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.

Art. 1.224, CC:

tendo notícia dele,


se abstém de
Só se retornar a coisa
para quem não
considera
presenciou o
perdida a
esbulho, quando
posse tentando recuperá-
la, é violentamente
repelido

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3-Propriedade

Propriedade é o direito que a pessoa física ou jurídica tem de usar


(faculdade de servir-se da coisa e utilizá-la da maneira que convier), gozar
(retirar os frutos e utilizar os produtos), dispor (alienar ou consumir) de um
bem ou reavê-lo (reinvindicar) de quem injustamente o possua ou detenha.
Embora o CC não defina popriedade, o art. 1.228 do CC, dispõe sobre
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as faculdades e direito do proprietário, conforme ilustrado a seguir.

usar

a faculdade de
O proprietário
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tem gozar

direito de reavê-la do
poder de quem quer que
injustamente a possua ou
dispor da coisa
detenha

GOZAR (jus fruendi)


PODERES DA PROPRIEDADE REAVER (rei vindicato)
(GRUD) USAR (jus utendi)
DISPOR (jus disponendi)

3.1-Função social da propriedade

Art. 1.228 § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância


com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam
preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a
fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e
artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.

• Art. 5º, XXIII: a propriedade atenderá a sua função social – como


um elemento a ser observado no exercício do direito fundamental à
propriedade privada;
• Art. 170, III: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios: função social da propriedade – como princípio da
ordem econômica;
• Art. 182, §2º: A propriedade urbana cumpre sua função social quando
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas
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no plano diretor – como princípio da política urbana tendo em vista a


dignidade da pessoa humana, representada pelo bem-estar de seus
habitantes;
• Art. 186: A função social é cumprida quando a propriedade rural
atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: (...) – como princípio
da política agrícola.
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3.2-Limitações ao Direito de propriedade


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• Desapropriação por necessidade ou utilidade


pública e por interesse social mediante justa e
Constitucional prévia indenização em dinheiro (art. 5º, XXIV e
184, CF);
•Requisição por autoridade competente em caso de
perigo iminente (art. XXV);

•Direitos de vizinhança (art. 1.277, CC)


Civil •Direito de passagem forçada (art. 1.285, CC)

•O Código Florestal veda a derrubada de certas


árvores;
Administrativa •Tombamento;
•Limitações à contrução de prédio em
determinada região (altura, estética, etc.)

Militar •Regras relacionadas à faixa de fronteira.

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por necessidade

desapropriação utilidade pública

O proprietário pode interesse social


ser privado da coisa
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em caso de perigo
requisição
público iminente
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3.3-A propriedade do subsolo, do solo e do espaço aéreo

Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo


correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não
podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por
terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse
legítimo em impedi-las.

A propriedade de um terreno abrange a do subsolo


correspondente, bem como a do espaço aéreo acima do solo.
Entretanto, o proprietário não pode se opor à utilização do seu subsolo
e do seu espaço aéreo quando por terceiros, caso não tenha um
interesse legítimo.

PROPRIEDADE DO SOLO

Abrange, porém o proprietário não pode


Subsolo e espaço aéreo
se opor a atividades de terceiros que não
correspondentes
tenha interesse legítimo.

Jazidas, minas e demais


recursos minerais, os
Não abrange, mas é assegurado ao
potenciais de energia
proprietário participação nos resultados
hidráulica, os monumentos
da lavra.
arqueológicos e outros bens
referidos por leis especiais

Recursos minerais de Podem ser explorados pelo proprietário,


emprego imediato na desde que não sejam submetidos à
construção civil transformação industrial.

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3.4-Características do direito de propriedade

Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em


contrário.

• Absoluto: é o mais completo dos direitos reais; o seu titular pode


utilizar o bem como quiser, sujeitando-se apenas às limitações legais
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impostas (interesse público) ou coexistência do direito de propriedade


de outros titulares;
• Exclusivo: a mesma coisa não pode pertencer com exclusividade
(portanto, ressalvado o condomínio) e simultaneamente a duas ou mais
pessoas; e
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• Irrevogável ou perpétuo: a duração da propriedade é ilimitada, não


cessa pelo não-uso e é transmissível com a morte.

3.5-Classificação da propriedade

A propriedade classifica-se em:


- Plena (ou alodial) - quando o proprietário tem o direito de uso, gozo e
disposição plena enfeixados em suas mãos, sem que terceiros tenham
qualquer direito sobre àquele bem.
- Limitada (ou restrita) - quando a propriedade tem sobre ela algum ônus
(ex.: hipoteca, servidão, usufruto, etc.), ou quando for resolúvel (se
extinguirá com um acontecimento futuro).
Na verdade, o direito de propriedade é composto de duas partes
destacáveis:
• nua-propriedade - corresponde à titularidade, ao fato de ser proprietário e
ter o bem em seu nome.
• domínio útil - corresponde ao direito de usar, gozar e dispor da coisa.
Dependendo do direito que tem, recebe nome diferente: enfiteuta,
usufrutuário, etc.

3.6-A descoberta

A descoberta é o achado de coisa perdida por seu dono, sendo


descobridor aquele que encontra a coisa.

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A DESCOBERTA NÃO É UMA FORMA DE AQUISIÇÃO


DA PROPRIEDADE !!!

3.7-Formas de aquisição da propriedade imóvel


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A seguir temos um gráfico esquemático sobre as formas de aquisição da


propriedade imóvel:

-Ilhas
-Aluvião
-Avulsão
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Acessão -Álveo

Originárias -Abandonado
-Plantações
Formas de Usucapião -Construções
aquisição da
propriedade
imóvel Registro do
Título
Derivadas
Sucessão
Hereditária

3.7.1-Acessão

Por acessão (art. 1.248 do CC): fica pertencendo ao proprietário tudo


quando se une ou se incorpora ao seu bem.
Art. 1.248. A acessão pode dar-se:

I - por formação de ilhas;


II - por aluvião;

III - por avulsão;


IV - por abandono de álveo;

V - por plantações ou construções.

São espécies de acessão:

A acessão pode dar-se por:

plantações
formação abandono
aluvião avulsão ou
de ilhas de álveo
construções

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3.7.2-Usucapião

Por Usucapião (arts. 1.238 a 1.244 do CC): é o modo de aquisição da


propriedade, independente da vontade do titular anterior.
• Extraordinária (art. 1.238 do CC)
Art. 1.238 do CC - Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem
oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
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independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que


assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos


se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou
nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
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• Ordinária (art. 1.242 do CC)


Art. 1.242 do CC - Adquire também a propriedade do imóvel aquele
que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o
possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo
se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no
registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente,
desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia,
ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
• Constitucional Urbana ou pro moradia (art. 1.240 do CC)
Art. 1.240 do CC - Aquele que possuir, como sua, área urbana de até
duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de
sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.

• Constitucional Rural ou pro labore (art. 1.239 do CC)


Art. 1.239 do CC - Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou
urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição,
área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares,
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

Familiar
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos
ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade,
sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros
quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído
pela Lei nº 12.424, de 2011)
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Resumo sobre as espécies de usucapião

USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA - Art. 1.238, caput, CC.


Tempo: 15 anos. Não é necessário haver boa-fé e nem justo título. Os
principais requisitos a se provar é a posse mansa, pacífica e ininterrupta.
USUCAPIÃO EXT. REDUZIDA - Art. 1.238, § único, CC.
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Tempo: 10 anos. Por ser subespécie da extraordinária, também não há


necessidade de haver justo título nem boa-fé. Entretanto, para o autor conseguir
a redução de cinco anos é necessário que tenha feito no imóvel obras ou
serviços de caráter produtivo, aumentando a utilidade daquele.
USUCAPIÃO ORDINÁRIA - Art. 1.242, caput
Tempo: 10 anos. Deve estar de boa-fé, ou seja, ignora qualquer obstáculo
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impeditivo. O possuidor deve ter, ainda, justo título.


USUCAPIÃO ORD. REDUZIDA - Art. 1.242, § único, CC.
Tempo: 5 anos. Bem adquirido onerosamente e teve registro cancelado, mas
havia boa-fé do possuidor. Para valer-se dessa espécie, deve comprovar que
mantém no imóvel sua morada ou realizou investimentos de interesse social ou
econômico.
USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL OU pró-labore, constitucional - Art. 1.239, CC.
Tempo: 5 anos. Imóvel até 50 hect. O possuidor deve comprovar que fez da
propriedade um bem produtivo, estabelecendo ali sua morada. O usucapiente não
pode ser proprietário ou possuidor direto de outro imóvel, seja urbano ou rural.
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA OU pró-misero, pró-moradia, pró-
habitatione, habitacional - Art. 1.240, CC.
Tempo: 5 anos. Não é necessário justo título nem boa-fé. O imóvel deve ser
de até 250m2. Aqui também o possuidor não pode ser proprietário ou possuidor
direto de outro imóvel, seja urbano ou rural.
USUCAPIÃO COLETIVA - Art. 1.228, §4.º, CC e art. 10, Lei 10.257/01,
Estatuto da Cidade.
Tempo: 5 anos. Caberá esta espécie quando se tratar de áreas urbanas com mais
de 250m2, ocupadas por população de baixa renda, não se sabendo precisar a
delimitação de cada um. Referido prazo deve ser sem interrupção e nem oposição.
Neste caso, é rito é sumário, sendo obrigatória a intervenção do MP.
USUCAPIÃO FAMILIAR OU conjugal - Art. 1.240-A, CC.
Tempo: 2 anos, a contar do abandono do imóvel pelo cônjuge. O imóvel o qual
pertencia ao casal ou de um deles, deve ser de até 250m2. Importante mencionar que
o consorte possuidor do imóvel não pode, para efeitos dessa usucapião, ser possuidor
de outro imóvel, seja na zona urbana ou rural.

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3.7.3-Registro do Título

Pelo registro do título (arts. 1.227 e 1.245 a 1.247 do CC) – “SÓ É DONO
QUEM REGISTRA” !!! A Lei nº 6.015/73 dispõe sobre os Registros Públicos
no país, conferindo autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos.

Lei de registro público também denota essa presunção juris tantum.


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Vejamos:
Art. 252 - O registro, enquanto não cancelado, produz todos os
efeitos legais ainda que, por outra maneira, se prove que o título está
desfeito, anulado, extinto ou rescindido.
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3.7.4-Sucessão hereditária

Pela sucessão hereditária: é a forma de transmissão derivada da


propriedade que se dá por ato causa mortis em que o herdeiro (legítimo ou
testamentário) ocupa o lugar do de cujus em todos os seus direitos e
obrigações.
Art. 1.784 do CC - Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo,
aos herdeiros legítimos e testamentários.

3.8-Aquisição da propriedade móvel

Completando as formas de aquisição da propriedade, temos aquelas que


se referem aos bens móveis:

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Aquele que possuir coisa móvel como sua,


contínua e incontestadamente durante
três anos, com justo título e boa-fé,
adquirir-lhe-á a propriedade
usucapião
Se a posse da coisa móvel se prolongar
por cinco anos, produzirá usucapião,
independentemente de título ou boa-fé
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Quem se assenhorear de coisa sem dono


ocupação para logo lhe adquire a propriedade, não
sendo essa ocupação defesa por lei.

O depósito antigo de coisas preciosas,


oculto e de cujo dono não haja memória,
será dividido por igual entre o
proprietário do prédio e o que achar o
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tesouro casualmente

O tesouro pertencerá por inteiro ao


Aquisição achado do proprietário do prédio, se for achado por
de tesouro ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por
propriedade terceiro não autorizado.
móvel
Achando-se em terreno aforado, o tesouro
será dividido por igual entre o
descobridor e o enfiteuta, ou será deste
por inteiro quando ele mesmo seja o
descobridor.

A propriedade das coisas não se transfere


tradição
pelos negócios jurídicos antes da tradição

Aquele que, trabalhando em matéria-


prima em parte alheia, obtiver espécie
especificação
nova, desta será proprietário, se não
se puder restituir à forma anterior

As coisas pertencentes a diversos


donos, confundidas, misturadas ou
confusão, adjuntadas sem o consentimento
comissão e deles, continuam a pertencer-lhes,
adjunção sendo possível separá-las sem
deterioração

3.8.1-Ocupação

Ocupação (art. 1.263 do CC) - originária: é o assenhoramento de coisa móvel


(inclui semoventes) sem dono, por não ter sido ainda apropriada (res nullius)
ou por ter sido abandonada (res derelictae), desde que essa apropriação não
seja proibida pela lei.

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A descoberta de coisa perdida não acarreta na aquisição da propriedade,


devendo, aquele que achou, devolver a res para a autoridade competente,
conforme o art. 1.233, § único do Código Civil.
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3.8.2-Usucapião

Usucapião - originária: não só os bens imóveis podem ser adquiridos pela


usucapião, pois tal instituto também é aplicável aos bens móveis e às
servidões.
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• Extraordinária (art. 1.261 do CC)


Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos,
produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé.

• Ordinária (art. 1.260 do CC)


Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e
incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé,
adquirir-lhe-á a propriedade.

3.8.3-Achado de tesouro

Achado de tesouro - originária: esta situação, comumente descrita em


filmes, está prevista no arts. 1.264 a 1.266 do CC. São quatro os requisitos do
tesouro: ser antigo, estar escondido (oculto, enterrado), o dono ser
desconhecido e o descobridor ter encontrado casualmente (sem querer). O
tesouro se divide ao meio com o dono do terreno. Se o descobridor estava
propositadamente procurando o tesouro em terreno alheio sem autorização,
não terá direito a nada.

3.8.4-Especificação

Especificação (arts. 1.269 a 1.271 do CC) - derivado: é a transformação da


coisa móvel em espécie nova, em virtude do trabalho ou da indústria do
especificador, desde que não seja possível reduzi-la à sua forma primitiva.
Ex.: lapidação de pedra preciosa.

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3.8.5-Confusão, Comissão e Adjunção

Confusão, Comissão e Adjunção (arts. 1.272 a 1.274 do CC): ocorrem


quando coisas pertencentes a pessoas diversas se mesclam de tal forma que é
impossível separá-las.
• Confusão - mistura entre coisas líquidas.
Ex.: misturar suco de laranja com vodca.
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• Comissão - mistura de coisas sólidas ou secas.


Ex.: areia, cal e cimento, formando uma só massa.
• Adjunção - justaposição de uma coisa sobre outra.
Ex.: tinta em relação à parede.
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3.8.6-Tradição

Tradição: é o ato de entrega da coisa ao adquirente com o intuito de


transferir-lhe a propriedade. Enquanto no bem imóvel a propriedade se
transfere com o registro do título, no bem móvel, via de regra, o ato de
transferência do domínio se dá com a tradição (art. 1.267 do CC).

- traditio longa manu (tradição simbólica) ➔ entrega das chaves de um


apartamento;
- traditio brevi manu (tradição ficta) ➔ comprar o imóvel que você
mora de aluguel; e
- constituto possessório (tradição ficta) ➔ vender o seu imóvel e
continuar morando nele de aluguel.

3.8.7-Sucessão hereditária

Sucessão hereditária: nos termos do art. 1.784 do CC o direito sucessório


também pode gerar a aquisição derivada da propriedade móvel.

3.9-Perda da propriedade imóvel

O art. 1.275 do Código Civil relaciona cinco situações de forma


exemplificativa, que ocasionam a perda da propriedade.

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Além das causas consideradas no CC,


perde-se a propriedade por:

perecimento
alienação renúncia abandono desapropriação
da coisa
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a) alienação: forma de extinção subjetiva do domínio, em que o titular desse


direito, por sua própria vontade, transmite a outrem, de forma onerosa ou
gratuita , bem móvel ou imóvel.
b) renúncia: ato unilateral, pelo qual, o titular declara, expressamente, sua
intenção de “abrir mão” de seu direito sobre a coisa em favor de um terceiro,
que não precisará manifestar sua concordância.
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c) abandono: ato unilateral em que o titular do domínio se desfaz,


voluntariamente, do seu bem móvel ou imóvel, isso porque, já não deseja
mais continuar sendo dono.
d) perecimento da coisa: não é possível existir um direito real (sobre a
coisa) sem haver objeto.
e) desapropriação: consubstanciada no princípio da supremacia do interesse
público, representa a perda compulsória da propriedade em decorrência de ato
unilateral do Estado em decorrência de necessidade pública, utilidade e/ou
interesse social.

3.10-Abandono de imóvel

A sequência a ser observada é a seguinte:

INTENÇÃO DE ABANDONAR

DECLARAÇÃO DE BEM VAGO

DECURSO DE 3 ANOS

Transferência p/ o domínio do município/DF/União

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3.11-Condomínio

Voluntário (ou
Acordo de vontades (art. 1.314)
convencional)
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Condomínio Necessário Por força de lei (art. 1.327)

Alheio à vontade dos condôminos -


Incidente
doação e herança.
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3.11.1-Condomínio voluntário

Alguns direitos dos condôminos:


• Usar a coisa conforme a sua destinação;
• Exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão;
• Reivindicar a coisa de terceiro e defender a sua posse;
• Requerer a divisão da coisa a qualquer momento.

Alguns deveres dos condôminos:


• Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum,
nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos
outros.
• Concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa e
suportar os ônus a que estiver sujeita, na proporção de sua parte.

3.11.2-Condomínio necessário

Ocorre o condomínio necessário nos casos previstos em lei, como nas


hipóteses de paredes, muros, cercas e valas. Ou seja, o condomínio
necessário refere-se aos limites entre prédios e do direito de tapagem, bem
como das paredes divisórias.

4-Direito de Vizinhança

... regras que limitam o direito de propriedade a fim de evitar conflitos


entre proprietários de prédios contíguos, respeitando, assim, o convívio social.
Constituem obrigações propter rem (que acompanham a coisa).
Tais regras versam sobre:

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– o uso anormal da propriedade;


– as árvores limítrofes;
– a passagem forçada;
– a passagem de cabos e tubulações;
– as águas;
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– os limites entre prédios e o direito de tapagem;


– o direito de construir.

5-Propriedade Resolúvel
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A propriedade resolúvel é aquela tem fim mediante o implemento de


uma condição ou de um termo extintivo. Ela está prevista no art. 1.359
do CC e também pode ser conhecida como propriedade revogável.

suspensivo
fixa a data de início
(inicial)
Termo
resolutivo
fixa a data de término
(final)

6-Parcelamento do solo urbano

O parcelamento do solo urbano é regulado pela Lei Federal nº


6.766/79 e tem como objetivo ordenar e organizar a ocupação de áreas
urbanas dos municípios com fins de habitação.

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PARCELAMENTO
do solo urbano

LOTEAMENTO DESMEMBRAMENTO
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Necessita abrir novos


Aproveita o sistema viário
logradouros, modificar e
existente
ampliar as vias existentes
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7-Propriedade em planos horizontais

A propriedade em plano horizontal, ou simplesmente propriedade


horizontal, é “o que se forma em prédios que apresentam partes autônomas,
de domínio exclusivo, e outras de uso e propriedade comuns”, segundo o
Professor Paulo Nader (Curso de Direito Civil, vol.4).
Obs.: A propriedade horizontal pode ser constituída, portanto, de duas
maneiras: pela incorporação e pela constituição ou divisão.

Voto de dois terços dos


SE Voluptuárias
condôminos

SE Úteis Voto da maioria dos condôminos

Obras no
condomínio Realizadas independente de
autorização, pelo síndico ou
condômino

SE urgentes e despesas
NECESSÁRIAS excessivas - dar ciência
imediatamente à assembleia.

NÃO urgentes, mas despesas


excessivas - só com
autorização da assembleia

Por fim, é obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de


incêndio ou destruição, total ou parcial.

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8-Direitos reais de gozo ou fruição sobre coisa alheia

8.1-Enfiteuse

Enfiteuse é o desmembramento da propriedade, do qual resulta o direito


real perpétuo em que o titular (enfiteuta), assumindo o domínio útil da coisa,
constituído de terras não cultivadas ou terrenos por edificar (bem enfitêutico
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ou bem foreiro), é assistido pela faculdade de lhe fruir todas as qualidades,


sem destruir a substância, mediante a obrigação de pagar ao proprietário
(senhorio direto) uma pensão anual invariável (canon, pensão ou foro).
Percebe-se que na existência da enfiteuse temos dois personagens:
1) Senhorio direto: recebe o pagamento da pensão ou foro; e
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2) Enfiteuta: possui o domínio do bem.

8.2-Superfície

A superfície é o direito real pelo qual o proprietário do imóvel atribui a


outrem o poder de construir ou de plantar em seu terreno urbano ou rural. Ou
seja, o superficiário não é o dono, mas tem o direito de construir ou de
plantar.
No direito de superfície temos dois personagens:
- cedente: cede o imóvel para plantio ou construção; e
- superficiário: é o que o direito de plantar ou construir no bem alheio.

o direito não
autoriza obra no salvo se for inerente ao
subsolo objeto da concessão

gratuita estipularão as
a concessão partes se o
será pagamento será
onerosa
feito de uma só
Direito de vez, ou
superfície parceladamente

pode transferir-se a Não poderá ser estipulado


terceiros e, por morte do pelo concedente, a nenhum
superficiário, aos seus título, qualquer pagamento
herdeiros pela transferência

o superficiário responderá pelos encargos e tributos


que incidirem sobre o imóvel

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8.3-Servidão predial

Servidões prediais são as restrições às faculdades de uso e gozo que


sofre a propriedade em benefício de alguém; é o direito real constituído em
favor de um prédio (dominante), sobre outro prédio (serviente), pertencente a
dono diverso (Lafayette); é um direito real de fruição ou gozo de coisa imóvel
alheia, limitado e imediato, que impõe um encargo ao prédio serviente em
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proveito do dominante.
art. 1.378 do CC:

A servidão
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constitui-se mediante declaração


proporciona grava o prédio
expressa dos proprietários, ou
utilidade para serviente, que
por testamento, e subseqüente
o prédio pertence a
registro no Cartório de Registro
dominante diverso dono
de Imóveis.

Algumas servidões possuem nomenclatura específica, dessa forma,


o quadro a seguir pode ser bastante útil:

SERVIDÃO ITER Passagem

SERVIDÃO ACTUS Caminho

SERVIDÃO PASCENDI Pastar gado

SERVIDÃO AQUAEDUCTUS Aquedutos

SERVITUS TIGNI IMITTENDI Travejar (por traves) muros

SERVIDÃO STILLICIDDI Queda das águas da chuva

SERVIDÃO FLUMINIS Água recolhida em canais

SERVIDÃO ALTUS NON TOLLENDI Não edificar

SERVITUS NEC LUMINIBUS OFFICIATUR Abrir janelas no muro comum

art. 1.388 do CC:

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quando o titular houver renunciado a sua


servidão
O dono do prédio
serviente tem direito,
pelos meios judiciais,
ao cancelamento do quando tiver cessado, para o prédio
registro, embora o dominante, a utilidade ou a comodidade, que
dono do prédio determinou a constituição da servidão
dominante lhe
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impugne quando o dono do prédio serviente resgatar a


servidão

o art. 1.389 do CC:

Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio


serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a
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prova da extinção:

pela reunião dos pela supressão das


respectivas obras pelo não uso,
dois prédios no
por efeito de durante dez anos
domínio da
contrato, ou de contínuos
mesma pessoa
outro título expresso

Já no art. 1.389 do CC temos três modos comuns de extinção da


servidão: - confusão, supressão de obras E desuso.

8.4-Usufruto

O usufruto é o direito real de usar e fruir temporariamente de uma coisa


alheia.

NUA PROPRIEDADE (posse indireta)


PROPRIEDADE
PLENA

USUFRUTO (posse direta)

O art. 1.410 do CC elenca os modos de extinção do usufruto:

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pela renúncia ou morte do usufrutuário

pelo termo de sua duração

pela extinção da pessoa jurídica, em favor de


quem o usufruto foi constituído, ou, se ela
perdurar, pelo decurso de trinta anos da data
em que se começou a exercer
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O usufruto pela cessação do motivo de que se origina


extingue-se,
cancelando-se o
registro no pela destruição da coisa, guardadas as
Cartório de disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e
Registro de 1.409
Imóveis:
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pela consolidação

por culpa do usufrutuário, quando aliena,


deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes
acudindo com os reparos de conservação, ou
quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá
às importâncias recebidas a aplicação prevista no
parágrafo único do art. 1.395

pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o


usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399)

A seguir temos algumas distinções entre o usufruto e outros


direitos:
a) USUFRUTO e ENFITEUSE: a enfiteuse possui como característica a
perpetuidade, distinguindo-se, assim, da temporariedade do usufruto. O
direito do enfiteuta é transmissível, já o do usufrutuário não.
b) USUFRUTO e CONDOMÍNIO: não se confunde o usufruto com o
condomínio, pois neste os comunheiros exercem em conjunto todos os
poderes da propriedade, a propriedade plena, em idêntico nível, apenas
limitados pela existência de sujeitos com direitos iguais.
c) USUFRUTO e LOCAÇÃO (ou ARRENDAMENTO): quando
constituído a título oneroso, poderia o usufruto assemelhar-se à locação
ou arrendamento.
d) USUFRUTO e ANTICRESE: em relação à anticrese, o usufruto
distingue-se porque a primeira tem por base a extinção de uma
obrigação preexistente, colocando-se um bem como garantia de seu
cumprimento.
e) USUFRUTO, USO e HABITAÇÃO: o uso é uma espécie de usufruto
de abrangência mais restrita, pois é insuscetível de cessão e é limitado
pelas necessidades do usuário e de sua família.

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8.5-Uso

Consiste no direito de usar a coisa, tendo o usuário sobre ela o gozo


limitado, podendo perceber os frutos (para consumo) dentro dos limites
das necessidades pessoais suas e de sua família, aferidas pelo juiz, de
acordo com a condição social do usuário e os costumes do lugar em que vive.
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Avaliar-se-ão as necessidades pessoais


do usuário conforme

a sua condição o lugar onde


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social E viver

8.6-Habitação

O direito real de habitação consiste em utilizar gratuitamente imóvel


alheio para fim de moradia. A ocupação dá-se pelo habitador, sua família,
dependentes e eventuais hóspedes. Vide arts. 1.414 a 1.416 do CC:

Também cabe direito real de habitação à companheira?


Antes do CC (na lei da união estável) constava o direito real de habitação.
Entretanto, o direito real de habitação conferido à companheira pelo artigo 7o.
da Lei 9278/96 não foi consagrado em norma expressa do CC/02. Daí,
surgirem duas correntes:
• 1a. CORRENTE (FRANCISCO CAHALI, INÁCIO DE CARVALHO NETO): a
companheira não tem direito de habitação, porque o CC/02 não fez tal
previsão.
• 2a. CORRENTE (PABLO STOLZER, SILVIO VENOSA): a companheira tem
direito de habitação, porque o dispositivo não foi expressamente revogado
pelo CC. Invocam o fundamento de que na CF de 88 a união estável é
equiparável ao casamento.

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9-Direitos reais de garantia

Garantia é o meio assecuratório ao recebimento de um crédito.

DIREITOS REAIS DE GARANTIA


X
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DIREITOS REAIS DE GOZO OU FRUIÇÃO

Os direitos reais de gozo ou fruição (usufruto, uso,


habitação, superfície, enfiteuse e servidão) são
autônomos e atribuem ao titular o direito de utilizar
as vantagens da coisa alheia. Por outro lado, os
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direitos reais de garantia são acessórios (dependem


da existência de uma obrigação principal) e, salvo na
anticrese, o credor não tem o direito de fruição da
coisa, pois possui, apenas, o direito ao seu valor.

Os direitos reais de garantia apresentam as seguintes características:


- Direito de sequela: trata-se de um vínculo de natureza real que confere ao
credor o direito de seguir a coisa, esteja ela em poder de quem quer que seja.
- Direito de excussão: trata-se do direito do credor de promover, através da
via judicial, após o vencimento da dívida, a venda do bem dado em garantia,
para com o preço obter o pagamento do crédito, caso haja o inadimplemento.

DIREITO DE EXCUSSÃO → PENHOR E HIPOTECA

DIREITO DE RETENÇÃO → ANTICRESE

- Direito de preferência ou prelação ou preempção: consiste no privilégio


de obter o pagamento de uma dívida com o valor do bem aplicado
exclusivamente à sua satisfação.
- Indivisibilidade do direito real de garantia: significa que o pagamento
da uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente
da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição
expressa no título ou na quitação.
- Acessoriedade: os direitos reais de garantia visam assegurar o
cumprimento de uma obrigação.
- Proibição de pacto comissório prévio: segundo o art. 1.428 do CC, não
pode haver cláusula que autorize o credor a se apropriar da coisa dada em
garantia no caso de não ser cumprida a obrigação.
O art. 1.424 do CC descreve o princípio da especialização:

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Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca


declararão, sob pena de não terem eficácia:

o valor do
o bem dado em
crédito, sua o prazo fixado a taxa dos
garantia com as
estimação, para juros, se
suas
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ou valor pagamento houver


especificações
máximo

se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em


segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a
reforçar ou substituir
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se o devedor cair em insolvência ou falir

A dívida
considera-se se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que
vencida: deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o
recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia
do credor ao seu direito de execução imediata

se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído

se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se


depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento
integral do credor

Nas hipóteses de vencimento antecipado da dívida, não se


compreendem os juros correspondentes ao tempo ainda não decorrido.

Nesses casos só se vencerá a hipoteca antes do prazo estipulado,


se o perecimento, ou a desapropriação recair sobre o bem dado em
garantia, e esta não abranger outras; subsistindo, no caso contrário, a
dívida reduzida, com a respectiva garantia sobre os demais bens, não
desapropriados ou destruídos.
.

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INSTITUTO QUEM FICA COM O BEM

Arrematação Um terceiro

Adjudicação O credor da dívida

Remição O devedor executado


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9.1-Penhor
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A definição de penhor é dada pelo art. 1.431 do CC:


Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que,
em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou
alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação.

Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as


coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar
e conservar.

REGRA → transferência da posse do bem empenhado


ao credor pignoratício.

EXCEÇÃO → a posse do bem empenhado permanece


com o devedor pignoratício quando se tratar de um
penhor especial (penhor rural, industrial, mercantil e
de veículos).

BEM
MÓVEL
DEVEDOR CREDOR
PIGNORATÍCIO PIGNORATÍCIO
$$$$$$$$$$
EMPRESTADO

9.1.1-Objeto do penhor

O penhor recai, como regra, sobre bens móveis, ou suscetíveis de


mobilização. Tal peculiaridade constitui um dos traços distintivos entre o
aludido instituto e a hipoteca. Entretanto, aplica-se apenas ao penhor
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comum, pois a lei criou penhores especiais que incidem sobre imóveis por
acessão física e intelectual, como o penhor rural e o industrial (tratores,
máquinas, colheitas pendentes e outros objetos incorporados ao solo), e ainda
admite a hipoteca sobre bens móveis, tal como navios e aeronaves.

9.1.2-Direitos do Credor Pignoratício


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O art. 1.433 do CC:

à posse da coisa empenhada


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à retenção dela, até que o indenizem das


despesas devidamente justificadas, que tiver
feito, não sendo ocasionadas por culpa sua

ao ressarcimento do prejuízo que houver


sofrido por vício da coisa empenhada

O credor
pignoratício tem a promover a execução judicial, ou a venda
direito: amigável, se lhe permitir expressamente o
contrato, ou lhe autorizar o devedor mediante
procuração

a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada


que se encontra em seu poder

a promover a venda antecipada, mediante


prévia autorização judicial, sempre que haja
receio fundado de que a coisa empenhada se
perca ou deteriore, devendo o preço ser
depositado. O dono da coisa empenhada pode
impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou
oferecendo outra garantia real idônea

9.1.3-Deveres do Credor Pignoratício

As obrigações do credor pignoratício estão elencadas no art. 1.435 do CC:

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à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a


perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser
compensada na dívida, até a concorrente quantia, a importância
da responsabilidade

à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao dono


dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício de
ação possessória
O credor
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pignoratício
é obrigado: a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. 1.433,
inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos juros e no
capital da obrigação garantida, sucessivamente

a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez


paga a dívida
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a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, no


caso do inciso IV do art. 1.433

9.1.4-Direitos e Deveres do Devedor Pignoratício

O Código Civil não trouxe uma seção específica para os direitos e


obrigações do devedor pignoratício, como fez em relação ao credor.
Entretanto, há uma perfeita simetria entre eles, pois a cada direito de um
corresponde um dever do outro e vice-versa.

9.1.5-Espécies de Penhor

O penhor pode ser de várias espécies como já dissemos. Quanto à fonte


de onde promanam, divide-se em convencional (resulta de um acordo de
vontades) e legal (emana da lei).

PENHOR COMUM OU CONVENCIONAL

1 - Penhor Rural (Agrícola e Pecuário)


2 - Penhor Industrial e Mercantil
PENHORES
3 - Penhor de Direitos e Títulos de Crédito
ESPECIAIS
4 - Penhor de Veículos
5 - Penhor Legal

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9.1.6-Penhor Rural

O penhor rural compreende duas espécies: penhor agrícola (que grava


culturas e bens a ela destinados) e penhor pecuário (que recai sobre animais
integrantes de atividade pastoril), que podem ser unificados em um só
instrumento e revestir a forma pública ou particular (vide art. 1.438 do CC).
O prazo máximo de duração tanto do penhor agrícola, como do
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penhor pecuário é dado pelo art. 1.439 do CC e depende do prazo estipulado


para a obrigação principal.

9.1.7-Penhor Agrícola

É aquele que recai sobre as coisas listadas no art. 1.442 do CC:


Art. 1.442. Podem ser objeto de penhor:
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I - máquinas e instrumentos de agricultura;

II - colheitas pendentes, ou em via de formação;

III - frutos acondicionados ou armazenados;

IV - lenha cortada e carvão vegetal;

V - animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola.

9.1.8-Penhor Pecuário

É aquele que recai sobre animais (gado vacum, muar, cavalar, ovídeo e
caprídeo) que se criam para indústria pastoril, agrícola ou de laticínios (art.
1.444 do CC). o legislador prevê a possibilidade de substituição de
animais no penhor pecuário.

9.1.9-Penhor Industrial e Mercantil

O penhor industrial recai sobre máquinas, aparelhos, materiais,


instrumentos, instalados e em funcionamento, com os acessórios ou sem eles;
O penhor mercantil distingue-se do industrial apenas pela natureza da
obrigação que visa garantir, pois deverá ser uma obrigação contraída por
comerciante, ou empresário, no exercício de sua atividade econômica.

9.1.10-Penhor de Direitos e Títulos de Crédito

Segundo o art. 1.451 do CC, o penhor de direitos e títulos de crédito


recai sobre direitos suscetíveis de cessão, sobre coisas móveis, tal como ações
negociáveis em bolsa de valores, ações de sociedade anônima, direitos
autorais, títulos de crédito, etc.
Sobre as hipóteses de recebimento do crédito empenhado pelo
credor pignoratício, o art. 1.455 do CC

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Art. 1.457. O titular do crédito empenhado só pode receber o pagamento


com a anuência, por escrito, do credor pignoratício, caso em que o penhor
se extinguirá.

O art. 1.459 do CC trata dos direitos do credor no caso do penhor de


títulos de crédito.

9.1.11-Penhor de Veículos
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Qualquer veículo utilizado em transporte ou condução de coisas, de


animais ou de pessoas por via terrestre ou aquática podem ser empenhados
para garantia de débito, nos termos do art. 1.461 do CC.
Art. 1.461. Podem ser objeto de penhor os veículos empregados em
qualquer espécie de transporte ou condução.
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9.1.12-Penhor Legal

As espécies examinadas anteriormente são de penhor convencional;


entretanto, a lei também trata de outra modalidade, denominada penhor legal,
que não deriva da vontade das partes, de um contrato, mas sim da vontade
do legislador, conforme o art. 1.467 do CC.

os hospedeiros, ou fornecedores de pousada


ou alimento, sobre as bagagens, móveis, jóias ou
dinheiro que os seus consumidores ou fregueses
tiverem consigo nas respectivas casas ou
São credores estabelecimentos, pelas despesas ou consumo
pignoratícios, que aí tiverem feito
independentemente
de convenção:

o dono do prédio rústico ou urbano, sobre os


bens móveis que o rendeiro ou inquilino tiver
guarnecendo o mesmo prédio, pelos aluguéis ou
rendas

A conta dessas dívidas será extraída conforme a tabela impressa, prévia e


ostensivamente exposta na casa, dos preços de hospedagem, da pensão ou dos
gêneros fornecidos, sob pena de nulidade do penhor. (art. 1.648).

9.1.13-Formas de extinção do penhor

O Código Civil destaca no art. 1.436 as principais formas de extinção do


penhor:

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Extingue-se o penhor:

dando-se a
extinguindo-se confundindo adjudicação
perecendo renunciando
a obrigação -se na judicial, a
a coisa o credor
mesma remissão ou a
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pessoa as venda da coisa


qualidades de empenhada, feita
credor e de pelo credor ou
dono da coisa por ele
autorizada

9.2-Hipoteca
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A hipoteca é um direito real de garantia que tem por objeto bens


imóveis ou que a lei entende como hipotecáveis, pertencentes ao devedor ou a
terceiro, e que, embora não entregues ao credor, asseguram-lhe,
preferencialmente, o recebimento de seu crédito.
As principais características da hipoteca são:
a) O objeto gravado deve ser de propriedade do devedor ou de terceiro;
b) O devedor continua na posse do bem hipotecado; e
c) Tem caráter acessório, pois visa garantir uma dívida que é a obrigação
principal.
d) É indivisível, pois enquanto não for liquidada a obrigação, o ônus sobre
o bem gravado subsiste por inteiro, mesmo que parte da dívida já
esteja paga.

9.2.1-Objeto da hipoteca

Um assunto comumente cobrado em provas de concursos diz respeito


sobre o bem que pode ser objeto de uma hipoteca.
A lista dos bens hipotecáveis é prevista no art. 1.473 do CC:

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os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com


eles

o domínio direto

o domínio útil
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as estradas de ferro

os recursos naturais a que se refere o art. 1.230,


Podem ser independentemente do solo onde se acham
objeto de
hipoteca:
os navios
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as aeronaves

o direito de uso especial para fins de moradia

o direito real de uso

a propriedade superficiária

os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando


concedida à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios ou às suas entidades delegadas e respectiva cessão e
promessa de cessão

Os direitos de garantia instituídos nessas hipóteses ficam


limitados à duração da concessão ou direito de superfície, caso tenham
sido transferidos por período determinado.
A hipoteca dos navios e das aeronaves reger-se-á pelo disposto em lei
especial.

Em regra, a hipoteca se refere a bens imóveis, entretanto,


também é possível a hipoteca de bens móveis, como ocorre
nos casos dos navios e aeronaves.

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9.2.2-Registro da hipoteca

Ressalta-se que a constituição de uma hipoteca deve ser assentada no


Registro de Imóveis do local onde se situar o bem hipotecado para poder
valer contra terceiros (efeitos erga omnes). Dessa forma, o registro significa
um elemento de publicidade que dá conhecimento a todos os interessados
sobre a existência da hipoteca. Vide art. 1.492 do CC.
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Art. 1.492. As hipotecas serão registradas no cartório do lugar do imóvel,


ou no de cada um deles, se o título se referir a mais de um.
Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o título, requerer o
registro da hipoteca.

Conforme o art. 1.493 do CC, a ordem de entrada das solicitações


de hipoteca determinará a prioridade do título hipotecário.
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...como regra a proibição de registro de dois ou mais direitos reais


sobre um mesmo imóvel no mesmo dia.
Dispõe o art. 1.495 do CC que, se antes de ser registrada uma
hipoteca surgir uma segunda,
O art. 1.496 do CC estabelece as diretrizes para o caso de dúvida
sobre a legalidade do registro da hipoteca:
Enquanto a hipoteca convencional tem a duração máxima de 30
anos (art. 1.485 do CC), a hipoteca legal perdurará indefinidamente, ou
seja, enquanto durar a obrigação principal. Entretanto, a especialização da
hipoteca legal obedece um prazo máximo de 20 anos.

9.2.3-Espécies de hipotecas

Quanto à causa originária, a hipoteca pode ser: convencional


(deriva de um contrato); legal (resulta de lei, independente de acordo entre
as partes) e judicial (quando emana de uma sentença).
Quanto ao objeto a hipoteca pode ser: comum ou ordinária (quando
recai sobre bens imóveis) ou especial (quando recai sobre bens móveis –
navios e aeronaves – e vias férreas).

9.2.4-Hipoteca legal

Está prevista nos arts. 1.489 a 1.491 do CC:

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às pessoas de direito público interno sobre


os imóveis pertencentes aos encarregados da
cobrança, guarda ou administração dos
respectivos fundos e rendas

aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe


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que passar a outras núpcias, antes de fazer o


inventário do casal anterior

A lei confere
ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os
hipoteca:
imóveis do delinqüente, para satisfação do
dano causado pelo delito e pagamento das
despesas judiciais
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ao co-herdeiro, para garantia do seu quinhão


ou torna da partilha, sobre o imóvel adjudicado
ao herdeiro reponente

ao credor sobre o imóvel arrematado, para


garantia do pagamento do restante do preço da
arrematação

9.2.5-Disposições Gerais

O art. 1.474 prevê que a hipoteca abrange todas as acessões


naturais (ex.: ilhas, aluvião, avulsão, etc.) e artificiais (ex: melhoramentos,
construções, plantações, etc.).
Temos no art. 1.476 do CC a possibilidade de sub-hipotecas, ou
seja, o mesmo imóvel poderá ser hipotecado mais de uma vez, quer em favor
do mesmo credor, quer de outra pessoa. Entretanto, o valor imóvel deve ser
capaz de saldar o valor de todas as hipotecas.
O art. 1.487 do CC prevê a possibilidade de ser constituída uma
hipoteca para garantir uma dívida futura ou sujeita a uma condição.
O art. 1.488 do CC trata da possibilidade de afastamento
excepcional do caráter indivisível da hipoteca. Ou seja, a indivisibilidade
da hipoteca não é absoluta.

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9.2.6-Extinção da hipoteca

pela extinção da obrigação principal

pelo perecimento da coisa


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pela resolução da propriedade


A hipoteca
extingue-
se:
pela renúncia do credor
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pela remição

pela arrematação ou adjudicação

com a averbação, no Registro de Imóveis, do cancelamento do


registro, à vista da respectiva prova

9.3-Anticrese

Anticrese é o direito real de garantia em que se transfere a posse de um


bem imóvel ao credor para que o administre e o desfrute, até ser
integralmente paga a dívida.
Trata-se de uma garantia estabelecida em favor do credor, que retém
em seu poder imóvel alheio, tendo o direito de explorá-lo para pagar-se por
suas próprias mãos.
- credor anticrético: tem direito de administrar e ter a posse do imóvel
gravado, para gozar e perceber seus frutos e rendimentos, podendo usar
desse bem direta ou indiretamente, arrendando-o a terceiro, salvo pacto em
contrário;
- devedor anticrético: cede a administração e a posse do imóvel ao credor
anticrético que o uso e a percepção dos frutos abatam gradativamente a
dívida.

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9.4-Alienação fiduciária em garantia

A alienação fiduciária em garantia representa um contrato em que uma


pessoa (fiduciante), em confiança, aliena a outra, normalmente uma
instituição financeira, (fiduciário) a propriedade de um determinado bem,
ficando esta obrigada a devolver-lhe o bem após a ocorrência de um fato
específico, normalmente o pagamento de um financiamento.
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No exemplo dado, temos os seguintes personagens:


- Devedor fiduciante: o consumidor que queria comprar o carro; e
- Credor fiduciário: o banco que oferece o financiamento.

9.4.1-Objeto da alienação fiduciária


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Inicialmente, apenas os bens móveis infungíveis poderiam ser objeto da


alienação fiduciária, conforme determina o art. 1.361 do CC:
Entretanto, com a criação do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI)
através da Lei 9.514/97, passou a existir a alienação fiduciária de bens
imóveis. Veja o que diz o preâmbulo da citada lei: “Dispõe sobre o Sistema
de Financiamento Imobiliário, institui a alienação fiduciária de coisa
imóvel e dá outras providências.”.

Tanto o bem móvel infungível, como o bem imóvel,


podem ser objetos da alienação fiduciária.

9.4.2-Poderes sobre o bem durante a alienação fiduciária

Através da constituição da alienação fiduciária ocorre um


desdobramento da posse. O credor fiduciário passa a ter a propriedade
resolúvel do bem juntamente com a posse indireta, ao passo que o devedor
foduciante permanece com a posse direta, na qualidade de depositário.
- Devedor fiduciante: tem a posse direta do bem na qualidade de
depositário; e
- Credor fiduciário: tem a propriedade resolúvel e a posse indireta do
bem.
A propriedade resolúvel é uma espécie de propriedade limitada, ou seja,
com a ocorrência de um determinado fato a propriedade se resolve (se
extingue).

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10-Direito real de aquisição

10.1-Compromisso irretratável de compra e venda

Outro ponto relacionado aos direitos reais, é o direito real de


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aquisição do promitente comprador de imóvel registrado na matrícula,


conforme art. 1.225, VII do CC. Os arts. 1.417 e 1.418 do CC tratam do
instituto. Nota-se que não se trata de um direito real de gozo nem de
garantia.

Promessa irretratável registrada no CRI (art. 1.417, CC)


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Duas partes: compromitente-vendedor e compromissário-


comprador

Vendedor é obrigado a transferir a escritura definitiva quando


as obrigações pactuadas forem adimplidas
Promessa
de compra Comprador obriga-se ao pagamento do preço e condições
e venda pactuadas

Adjucação compulsória: quando o vendedor recusa-se a


cumprir a sua obrigação de dar a coisa. Ato judicial.

Comprador inadimplente: vendedor pode pedir a rescisão do


contrato, depois de notificar a mora ao comprador. As parcelas
pagas devem ser restituídas, depois de justa compensação.

Segundo a Súmula nº 239 do STJ, “O direito à adjudicação compulsória


não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório
de imóveis”.

Art. 463: Ação judicial de obrigação de


fazer - contrato definitivo. Juiz concede
prazo.

Art. 464: Decisão judicial supre a falta da


NÃO REGISTRADO
outra parte. Equivale a adjudicação
NO CRI
compulsória.

Art. 465: se o comprador desistir, pode


reverter a obrigação em perdas e danos.

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11-Direitos reais de interesse social

11.1-Concessão de uso especial para fins de moradia

Esse direito real foi introduzido no Código Civil pela Lei 11.481/2007.
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De acordo com o artigo 22-A dessa lei, foi conferida a concessão de uso
especial para fins de moradia aos possuidores ou ocupantes de áreas de
propriedade da União, inclusive terrenos de marinha e acrescidos, que
preenchessem os requisitos legais estabelecidos na Medida Provisória
2.220/2001.
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11.2-Concessão de direito real de uso

Trata-se de outro direito real que foi introduzido no Código Civil pela Lei
11.481/2007.
A concessão de direito real de uso é definida, por Hely Lopes Meirelles,
como “o contrato pelo qual a Administração transfere, por tempo certo ou
indeterminado, o uso remunerado ou gratuito de terreno público a particular,
como direito real resolúvel, para que dele se utilize em fins específicos de
urbanização, industrialização, edificação, cultivo ou qualquer outra exploração
de interesse social”.

.................................................................................................

Terminamos NOSSO RESUMO aqui !!!!!

Espero que tenham gostado e vamos às questões.

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12-Questões Propostas
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1. (CESPE/Procurador-PGE-SE/2017) Aquele que receber, de forma


indevida, mas de boa-fé, pagamento relativo a um contrato
a) responderá pela deterioração da coisa.
b) não terá direito de retenção de valores relativos às benfeitorias necessárias.
c) estará desobrigado de restituir a coisa caso o indébito tenha natureza
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objetiva.
d) fará jus aos frutos decorrentes da coisa recebida.
e) não terá direito à indenização por benfeitorias úteis.
Comentários
Letra “d”. Correta, conforme o art. 1.214, CC:
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos
percebidos.

Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem


ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem
ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.

Letra “a”. Incorreta, conforme o art. 1.217, CC:


Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da
coisa, a que não der causa.

Letra “b”. Incorreta, conforme o art. 1.219, CC:


Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias
necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem
pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá
exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.

Letra “c”. Incorreta, conforme o art. 876, CC:


Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a
restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de
cumprida a condição.

Letra “e”. Incorreta, conforme o art. 1.219, CC:


Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias
necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem

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pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá


exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.

2. (CESPE/TJ-CE/AJAJ/2014) No que se refere à posse, assinale a opção


correta.
a) Configura-se constituto-possessório quando o proprietário da coisa aliena
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esse direito e permanece na posse direta da coisa, de modo que aquele que
possuía em seu próprio nome, passa a possuir em nome de outrem.
b) A posse do imóvel não faz presumir a das coisas móveis que nele
estiverem.
c) A posse violenta ou clandestina é injusta, e a obtida a título precário pode
ser considerada justa.
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d) O possuidor indireto é aquele que, achando-se em relação de dependência


para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de
ordens ou de instruções suas.
e) Dada a existência de relação de subordinação, o possuidor direto de um
bem não pode defender a sua posse contra o possuidor indireto desse mesmo
bem.
Comentários
(A) CERTA. No constituto possessório, em que o possuidor possuía em
nome próprio e passa a possuir em nome alheio (ex: vender o seu imóvel
e continuar morando nele de aluguel). Vide art. 1267 do CC:
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios
jurídicos antes da tradição.
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente
continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao
adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder
de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por
ocasião do negócio jurídico.
(B) ERRADA. Em desacordo com o art. 1209 do CC:
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a
das coisas móveis que nele estiverem.
(C) ERRADA. Em desacordo com o art. 1200 do CC:
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou
precária.
(D) ERRADA. A afirmativa descreve o conceito de detenção previsto no art.
1198 do CC, e não de posse indireta.

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Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em


relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome
deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
(E) ERRADA. Em desacordo com o art. 1197 do CC:
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula
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a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor


direto defender a sua posse contra o indireto.
Gabarito: A

3. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


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acerca dos direitos de posse e de propriedade.


O possuidor de má-fé terá direito de ressarcimento pelas benfeitorias
necessárias, havendo, quanto a elas, o direito de retenção, sendo vedado, por
outro lado, o levantamento das benfeitorias voluptuárias.
Comentários
Em desacordo com o art. 1220 do CC:
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as
benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção
pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Gabarito: ERRADA.

4. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


acerca dos direitos de posse e de propriedade.
O compossuidor de coisa indivisa tem legitimidade para ajuizar ação
possessória contra atos de terceiros e contra atos dos demais compossuidores,
podendo, ainda, defender a posse do todo individualmente.
Comentários
Vejamos o art. 1199 do CC:

Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa,


poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que
não excluam os dos outros compossuidores.

A posse pro indiviso é a composse de direito e de fato, onde cada


compossuidor tem o direito de exercer a posse sobre o todo, não
podendo um excluir a posse do outro. Caso ocorra tal exclusão, o
compossuidor turbado ou esbulhado poderá mover ação possessória
contra o outro compossuidor para reapoderar-se da coisa.

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Exemplo: quando um casal mora em uma casa, um não pode limitar o


outro a transitar em determinadas partes da casa, pois os dois exercem
uma posse pro indiviso.
Gabarito: CERTA.

5. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


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acerca dos direitos de posse e de propriedade.


No momento em que é possível o exercício, em nome próprio, de quaisquer
dos poderes do proprietário, dá-se a aquisição da posse.
Comentários
Vide art. 1204 do CC:
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Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna


possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes
inerentes à propriedade.
Gabarito: CERTA.

6. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


acerca dos direitos de posse e de propriedade.
O proprietário pode opor-se a todas as atividades que sejam realizadas por
terceiros no espaço aéreo e no subsolo de sua propriedade.
Comentários
Em desacordo com o art. 1229 do CC:
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e
subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu
exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que
sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou
profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em
impedi-las.
Gabarito: ERRADA.

7. (CESPE/TJ-DFT/Juiz/2016) A respeito da posse e do direito das coisas,


assinale a opção correta.
a) A posse ad interdicta dá ensejo à prescrição aquisitiva originária pela
usucapião.
b) A propriedade, conforme disposição legal, incide exclusivamente sobre bens
corpóreos.
c) A resolução da propriedade determinada por causa originária, prevista no
título, produzirá efeitos ex nunc e inter partes.

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d) A sentença que reconhece a usucapião tem natureza constitutiva.


e) A posse pode ser adquirida por terceiro, sem mandato do pretendente, caso
em que a aquisição depende de ratificação.
Comentários
(A) ERRADA. Usucapião é o modo originário de aquisição da propriedade,
independente da vontade do titular anterior. Ocorre quando alguém detém a
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posse de uma coisa com ânimo de dono (posse ad usucapionem), por um


tempo determinado, sem interrupção e sem oposição. Como a usucapião
acarreta a aquisição da propriedade em decorrência da posse prolongada por
um período de tempo, ela também é chamada de prescrição aquisitiva.
(B) ERRADA. O objeto da propriedade pode ser coisa corpórea (ex:
propriedade de um apartamento) ou incorpórea (ex: propriedade intelectual).
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(C) ERRADA. Em desacordo com o Enunciado 509 das Jornadas de Direito


Civil:
Enunciado 509 das Jornadas de Direito Civil: A resolução da
propriedade, quando determinada por causa originária, prevista no
título, opera ex tunc e erga omnes; se decorrente de causa
superveniente, atua ex nunc e inter partes.
(D) ERRADA. Conforme comentado durante a aula, a sentença proferida na
ação de usucapião tem natureza meramente declaratória. Para
agregarmos informação ao seu estudo, veja a jurisprudência a seguir:

APELAÇÃO CÍVEL. RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL. DISSOLUÇÃO.


PARTILHA. IMÓVEL USUCAPIDO. REQUISITOS PARA USUCAPIÃO ANTERIOR À
UNIÃO. IMPOSSIBILIDADE. SENTENÇA UNICAMENTE DECLARATÓRIA.
EFEITOS EX TUNC. EXCLUSÃO DA PARTILHA DO BEM USUCAPIDO.
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. DESPROVIMENTO.
Se à época que o companheiro adquiriu os requisitos legais para usucapir, ou
seja, quando foi considerado proprietário do imóvel objeto da lide, não
convivia em união estável com a companheira, não há partilha do bem
usucapido, pois a sentença proferida na Ação de Usucapião é de
natureza declaratória, produzindo efeitos ex tunc.
(TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00010938320148150011, 3ª
Câmara Especializada Cível, Relator DESA. MARIA DAS GRAÇAS MORAIS
GUEDES , j. em 29-03-2016)

Por meio do art. 1238 do CC, percebe-se que a propriedade é adquirida


quando se cumpre os requisitos que ensejam a usucapião.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem
oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a
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propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo


requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de
título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
(E) CERTA. Vide art. 1205 do CC:
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
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II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.


Gabarito: E

8. (CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2015) Se João tiver ingressado no


terreno de Pedro há seis meses, pacificamente, sem ocultar a invasão, e lá
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construído um barraco, não se terá caracterizado, nessa situação hipotética, o


esbulho, visto que não ocorreu violência, clandestinidade ou precariedade,
elementos caracterizadores da posse injusta.
Comentários

Veja a jurisprudência a seguir:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO POSSESSÓRIA. REINTEGRAÇÃO DE POSSE.


SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. ESBULHO CARACTERIZADO. POSSE
PRECÁRIA E DE MÁ-FÉ DO RÉU. DIREITO DO AUTOR DE REAVER A POSSE.
INEXISTÊNCIA DE BENFEITORIAS NECESSÁRIAS. AUSENTE O DIREITO DE
RETENÇÃO E O DEVER DE INDENIZAR. FIXAÇÃO DE MULTA COMINATÓRIA
PARA O CASO DE DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO JUDICIAL.
O juiz, sendo o destinatário das provas, tem o poder-dever de determinar as
provas necessárias à instrução do processo e apreciá-las conforme seu livre
convencimento motivado, indeferindo as desnecessárias e protelatórias, nos
termos do artigo 130 do Código de Processo Civil. Portanto, é possível ao
órgão jurisdicional entender pela desnecessidade do depoimento pessoal do
autor sem que isto caracterize cerceamento de defesa. Agrado retido
conhecido e desprovido. Aquele que, pacificamente, ingressa em terreno
alheio, sem procurar ocultar a invasão, também pratica esbulho, tendo
em vista que a tomada da posse deu-se sem a permissão ou
autorização do antigo possuidor, tornando-a injusta. A perda da posse
pelo primitivo possuidor que não se encontrava presente no momento do
esbulho não é, pois, definitiva, e somente ocorrerá se permanecer inerte
durante todo o tempo de prescrição da ação possessória, o que não ocorreu no
caso em tela. Quem sofre o esbulho e é desapossado tem o direito de reaver a
sua posse, que era melhor do que a do esbulhador. E se o desapossado é
repelido e não consegue retomar a posse, pode recorrer às ações
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possessórias. Artigos 1.200, 1.210, 1.212 e 1.224 do Código Civil. In casu,


restou incontroversa a prática de esbulho por parte do réu, diante da sua
posse precária e de má-fé, eis que tinha consciência da invalidade do contrato
de compra e venda e da ilicitude do seu ato. Assim, o pedido autoral deve ser
julgado procedente para reintegrá-lo na posse do imóvel objeto da lide,
devendo o réu desocupar o imóvel no prazo de quinze dias da publicação
deste acórdão, sob pena de multa diária de R$500,00 (quinhentos reais), na
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

forma do artigo 461, § 5º do CPC. Tendo sido caracterizada a má-fé do réu


desde o momento que contratou com terceiro, não há que se falar em direito
de retenção, nem tampouco de indenização pela acessão feita no terreno, já
que a mesma não era necessária. Artigo 1.219 e 1.220 do Código Civil.
AGRAVO RETIDO CONHECIDO E DESPROVIDO. APELAÇÃO CONHECIDA E
PROVIDA para; i) decretar a reintegração de posse do autor no imóvel objeto
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da lide, concedendo ao réu o prazo de quinze dias a partir da publicação deste


acórdão para a desocupação do imóvel, sob pena de multa diária de R$500,00
(quinhentos reais); ii) declarar a perda das benfeitorias e acessão em favor do
autor; e inverter os ônus sucumbenciais.
(TJ-RJ - APL: 00132831720128190212 RJ 0013283-17.2012.8.19.0212,
Relator: DES. CEZAR AUGUSTO RODRIGUES COSTA, Data de Julgamento:
04/11/2014, OITAVA CAMARA CIVEL, Data de Publicação: 07/11/2014 13:08)
Gabarito: ERRADA.

9. (CESPE/TRF 5ª Região/Juiz Federal Substituto/2015) Roberto,


juntamente com sua família, ocupou, cercou e construiu uma casa, um curral
e um pequeno lago artificial em uma terra pública situada em área rural. O
poder público, ao tomar ciência da ocupação, ajuizou ação de reintegração de
posse. Em defesa, Roberto alegou que a posse se dera de boa-fé e que ele já
havia feito um pedido administrativo requerendo a regularização da
propriedade. O réu ainda alegou que, caso o pedido do poder público fosse
procedente, ele deveria ser indenizado pelas benfeitorias erigidas, com direito
de retenção.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Com exceção do lago artificial, Roberto fará jus a indenização pelas demais
benfeitorias erigidas no imóvel.
b) Roberto terá direito à indenização pela casa, mas lhe será descontado o
valor correspondente ao tempo de permanência no imóvel.
c) O direito de retenção pelas benfeitorias necessárias não poderá ser
deferido.
d) A posse não pode ser considerada de má-fé, o que torna indenizáveis as
benfeitorias úteis e necessárias feitas por Roberto.
e) A indenização pelo curral depende de prova de utilidade pelo poder público
após a retomada do imóvel.

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Aqui temos mais uma questão da banca CESPE com base na jurisprudência:

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 679.480 - SP (2015/0061423-9)


RELATOR : MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA AGRAVANTE : COMPANHIA
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PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS - CPTM ADVOGADO : FABIANA


PAULOVICH DE ALENCAR E OUTRO (S) AGRAVADO : ANTONIO TERTULIANO
DOS REIS ADVOGADO : AMARILIS RAMONA BIANCHI ALVES AGRAVADO :
JOSÉ LOURENÇO DA SILVA ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. OCUPAÇÃO DE BEM
PÚBLICO. DESCONHECIMENTO DO VÍCIO. POSSE. IMPOSSIBILIDADE. MERA
Cópia registrada para SILMARA CAETANO FELIPE (CPF: 048.828.513-50)

DETENÇÃO. NATUREZA PRECÁRIA. ART. 1.219 DO CC. INDENIZAÇÃO POR


ACESSÕES HAVIDAS. IMPOSSIBILIDADE.
1. A ocupação de bem público não gera direitos possessórios, e sim
mera detenção de natureza precária.
2. Ainda que a parte desconheça o vício que inquine seu direito, gozando de
boa-fé, não é cabível o pagamento de indenização pelas acessões, nos
termos do art. 1.219 do CC.
3. Agravo conhecido para se conhecer do recurso especial e dar-lhe parcial
provimento.
(STJ - AREsp: 679480 SP 2015/0061423-9, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, Data de Publicação: DJ 01/06/2015)

Gabarito: C

10. (CESPE/TJ-DFT/AJAJ/2015) Se um indivíduo possui como seu, por


doze anos, sem interrupção e sem oposição de terceiros, imóvel em que
estabeleceu a sua moradia habitual, então, nesse caso, está configurada a
usucapião extraordinária do imóvel e a aquisição da propriedade independe de
demonstração de justo título e de boa-fé.
Comentários
A situação descrita, por ter transcorrido mais de 10 anos, representa uma
hipótese de usucapião extraordinária (independente de título e boa-fé) com
prazo reduzido (moradia habitual), nos termos do art. 1238. § único do CC.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem
oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que
assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro
no Cartório de Registro de Imóveis.

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Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a


dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua
moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter
produtivo.
Gabarito: CERTA.
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11. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários - FUB - 2015)


Acerca de posse e de propriedade, julgue os itens que se seguem.
A transmissão da propriedade ou do domínio de bens imóveis, por meio de
atos entre pessoas vivas, somente se efetiva com a transcrição junto ao
registro no cartório de registro de imóveis em que o bem se encontra
registrado.
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Comentários
O item está Certo. Conforme art. 1.227 do CC, os direitos reais sobre imóveis
constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o
registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos, salvo os
casos expressos no CC. E, conforme art. 1.245 do CC, transfere-se entre vivos
a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.

12. (CESPE - Analista Legislativo - Área Consultor Legislativo - Câmara


dos Deputados - 2014) Jorge, cidadão que não possui qualquer imóvel
registrado em seu nome, tem ocupado, de forma mansa e pacífica, um lote de
140 m² na cidade de Pirenópolis (GO), utilizando-o para sua moradia, pois
acredita tê-lo adquirido validamente. A partir dessa situação hipotética, julgue
os próximos itens. Se Jorge ocupar o imóvel por mais de cinco anos, poderá
requerer a usucapião urbana.
Comentários
O item está Certo. Conforme art. 1.240 do CC, aquele que possuir, como sua,
área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.

13. (CESPE - Delegado de Polícia - Polícia Civil - BA - 2013) No que


concerne à usucapião e à prova, julgue os itens seguintes, com base no
Código Civil. Considere que Ana e João tenham vivido como companheiros em
determinado imóvel urbano de 100 m², cuja propriedade era dividida pelo
casal e que João tenha abandonado o lar há dois anos. Nessa situação
hipotética, Ana poderá adquirir a propriedade do imóvel mediante usucapião,

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desde que tenha exercido a posse direta sobre o bem ininterruptamente e sem
oposição e não seja proprietária de imóvel rural superior a 50 hectares.
Comentários
O item está Errado. Conforme art. 1.240-A do CC, aquele que exercer, por 2
(dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta
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metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-


companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural. Portanto, nessa situação, Ana não poderia ser
proprietária de outro imóvel, urbano ou rural, independentemente do tamanho
do imóvel.
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14. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários - FUB - 2015)


Com relação ao direito de posse, julgue os itens subsequentes.
É assegurada ao possuidor de boa-fé a indenização pelas benfeitorias
realizadas em razão da posse, sendo-lhe vedada a retenção da coisa
enquanto não recebido o valor da indenização.
Comentários
O item está Errado. Conforme art. 1.219 do CC, o possuidor de boa-fé tem
direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto
às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem
detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das
benfeitorias necessárias e úteis.

15. (CESPE - Analista Processual – TJRR/RR - 2012) Julgue os itens


seguintes, relativos à posse e aos direitos reais.
O possuidor de má-fé tem direito ao ressarcimento apenas das benfeitorias
necessárias, não lhe sendo assegurado o direito de retenção pela
importância destas.
Comentários
O item está Certo. Conforme art. 1.220 do CC, ao possuidor de má-fé serão
ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de
retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.

16. (CESPE - Analista Processual - TJRR/RR - 2012) Julgue os itens


seguintes, relativos à posse e aos direitos reais.
O usufruto pode recair em bens móveis e imóveis, podendo seu exercício
ceder-se por título oneroso.
Comentários

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O item está Certo. Conforme art. 1.390 do CC, o usufruto pode recair em um
ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste,
abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. E, conforme art.
1.393 do CC, não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu
exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso.
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17. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários - FUB - 2015)


Com relação ao direito de posse, julgue os itens subsequentes.
Para reaver a coisa cuja posse tenha sido esbulhada por ato de terceiro, o
possuidor deverá interpor a ação de imissão na posse.
Comentários
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O item está Errado. Conforme § 1° do art. 1.210 do CC, o possuidor turbado,


ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto
que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do
indispensável à manutenção, ou restituição da posse.

18. (CESPE/PC-PE/Delegado de Polícia/2016) O direito real, que se


notabiliza por autorizar que seu titular retire de coisa alheia os frutos e as
utilidades que dela advierem, denomina-se
a) usufruto.
b) uso.
c) habitação.
d) propriedade.
e) servidão.
Comentários
Vejamos o art. 1390 do CC:
Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou
imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe,
no todo ou em parte, os frutos e utilidades.

Gabarito: A

19. (CESPE - Auditor - TCE/ES - 2012) Com relação aos direitos reais,
julgue os itens subsequentes.
Aquele que receba a coisa objeto do usufruto é responsável tanto pelas
despesas ordinárias de sua conservação quanto pelos tributos devidos pela
posse ou rendimento da coisa usufruída, não sendo, contudo, obrigado a
pagar pelas deteriorações resultantes do exercício regular do usufruto.
Comentários

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O item está Certo. Conforme art. 1.403 do CC, incumbem ao usufrutuário: as


despesas ordinárias de conservação dos bens no estado em que os recebeu e
as prestações e os tributos devidos pela posse ou rendimento da coisa
usufruída. E, conforme art. 1.402 do CC, o usufrutuário não é obrigado a
pagar as deteriorações resultantes do exercício regular do usufruto.
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20. (CESPE - Analista Legislativo - Área Consultor Legislativo - Câmara


dos Deputados - 2014) Cícero cedeu a César, por meio de escritura pública,
a título gratuito, o direito de plantar em imóvel rural de sua propriedade, por
prazo determinado. Não ficou estipulado quem seria responsável pelos
encargos e tributos incidentes sobre o imóvel durante a vigência contratual.
Assinado o contrato, César adquiriu sementes, importou outras geneticamente
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modificadas e iniciou o plantio de diversos artigos hortigranjeiros. Com o


intuito de conferir maior efetividade ao cultivo, César instalou tubulações no
subsolo.
Julgue os itens a seguir com base na situação hipotética acima e
considerando os fundamentos do direito civil brasileiro.
César é responsável pelos encargos e tributos que incidirem sobre o
imóvel durante o período de concessão.
Comentários
O item está Certo. Conforme art. 1.371 do CC, o superficiário responderá
pelos encargos e tributos que incidirem sobre o imóvel.

21. (CESPE - Analista Legislativo - Área Consultor Legislativo - Câmara


dos Deputados - 2014) Cícero cedeu a César, por meio de escritura pública,
a título gratuito, o direito de plantar em imóvel rural de sua propriedade, por
prazo determinado. Não ficou estipulado quem seria responsável pelos
encargos e tributos incidentes sobre o imóvel durante a vigência contratual.
Assinado o contrato, César adquiriu sementes, importou outras geneticamente
modificadas e iniciou o plantio de diversos artigos hortigranjeiros. Com o
intuito de conferir maior efetividade ao cultivo, César instalou tubulações no
subsolo.
Julgue os itens a seguir com base na situação hipotética acima e considerando
os fundamentos do direito civil brasileiro.
César não poderia ter instalado tubulações abaixo do solo, pois o direito de
superfície não abrange obras no subsolo.
Comentários
O item está Errado. Conforme parágrafo único do art. 1.369 do CC, o direito
de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da
concessão. Na situação descrita, César instalou tubulações no subsolo, com o

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intuito de conferir maior efetividade ao cultivo, portanto, caracterizando


exceção à regra geral.

22. (CESPE - Analista Processual - TJRR/RR - 2012) Julgue os itens


seguintes, relativos à posse e aos direitos reais.
O usufruto pode recair em bens móveis e imóveis, podendo seu exercício
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

ceder-se por título oneroso.


Comentários
O item está Certo. Conforme art. 1.390 do CC, o usufruto pode recair em um
ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste,
abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. E, conforme art.
Cópia registrada para SILMARA CAETANO FELIPE (CPF: 048.828.513-50)

1.393 do CC, não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu
exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso.

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