Você está na página 1de 26

Engenharia Elétrica

Instalações Elétricas

Professora: Juliana Vilela Lourençoni Botega


email: jubotega@cefetmg.br

1º/2021
Projeto Elétrico

Etapas

Definição da Dimensionar Posicionamento Localização do


Precisão de carga Categoria de Padrão de dos Pontos de Quadro de
Atendimento Entrada Utilização Distribuição

Divisão das Cargas em Traçado de Representação Dimensionamento Dimensionamento


circuitos Eletrodutos da Fiação de Condutores das Proteções

Detalhes,
Memorial
Dimensionamento de Dimensionar Equilibrar as Diagrama Unifilar
Descritivo/Cálculo
Eletrodutos Alimentador Fases Geral
e Lista de
Material
Proteção em Instalações Elétricas

A NBR 5410 estabelece as prescrições fundamentais destinadas a garantir a segurança de


pessoas, de animais domésticos e de bens, contra os perigos e danos que possam resultar da
utilização das instalações elétricas em condições que possam ser previstas

• Proteção contra choques elétricos: Proteção contra contatos diretos; Proteção contra
contatos indiretos.

• Proteção contra efeitos térmicos: Proteção contra riscos de incêndio de materiais


inflamáveis devido a temperaturas elevadas ou arcos elétricos. Além disso, em condições
normais, devem oferecer proteção contra queimaduras às pessoas e aos animais domésticos.

• Proteção contra sobrecorrentes: Proteção contra correntes de sobrecarga; Proteção contra


correntes de curto-circuito.

• Proteção contra sobretensões: Sobretensões provenientes de descargas atmosféricas;


Sobretensões em consequência de manobras na instalação ou do sistema elétrico.
 Dispositivos de Proteção

Localizam-se em quadros ou caixas de distribuição e são responsáveis por interromper a


circulação de corrente em caso de curto circuito, sobrecarga e/ou fuga de corrente.
Disjuntores Termomagnéticos

São dispositivos que garantem simultaneamente, a manobra e a proteção contra correntes de sobrecarga e
contra correntes de curto-circuito;

Numa instalação elétrica, residencial, comercial ou industrial, o importante é garantir as condições ideais de
funcionamento do sistema sob quaisquer condições de operação, protegendo os equipamentos e a rede
elétrica de acidentes provocados por alteração de corrente.

Em resumo, os disjuntores cumprem três funções básicas:

Podem ser classificados quanto:

• Número de pólos: Monopolares; Bipolares; Tripolares;

• Quanto à tensão de operação: Disjuntores de baixa tensão (até 1000 V) e Disjuntores de média e alta
tensões (acima de 1000 V):
Curva de Atuação Tempo x Corrente de um Dispositivo de Proteção
Os dispositivos de proteção apresentam características de operação definidas através de uma curva
ou zona tempo x corrente.

Por ex. se temos um disjuntor de corrente nominal ou de ajuste de 200A então:

Se o disjuntor for percorrido por uma corrente I1= 600A teremos:

I1/Iu = 600/200 = 3 = Tempo de disparo = 35segundos (decorrido este tempo, o


disjuntor desliga o circuito, por ação do relé térmico).

Ocorrendo um curto circuito, e sendo de 3KA o valor presumido para a corrente de


curto circuito no ponto de instalação do disjuntor teremos:

I2/Iu = 3000/200 = 15 = Tempo de disparo = 0,015 segundos ( o disjuntor desliga o


circuito quase que instantaneamente, por ação do relé eletromagnético).
Projeto Elétrico

 PROTEÇÕES DOS CIRCUITOS


Roteiro de Dimensionamento dos Dispositivos de Proteção Contra Sobrecorrentes

A NBR 5410 estabelece que “os condutores vivos devem ser protegidos por um ou mais dispositivos de seccionamento
automático contra sobrecargas e contra curtos-circuitos”. Estabelece também que “as proteções contra os curtos-circuitos
e contra as sobrecargas devem ser devidamente coordenadas, de modo que a energia que o dispositivo de proteção
contra curtos-circuitos deixa passar, por ocasião de um curto, não seja superior à que pode suportar, sem danos, o
dispositivo de proteção contra sobrecargas”.

Conforme a NBR 5410 devem ser previstos dispositivos de proteção para interromper toda corrente de sobrecarga nos
condutores dos circuitos antes que esta possa provocar um aquecimento prejudicial à isolação, às ligações, aos terminais
ou às vizinhanças das linhas.

Deve haver uma coordenação entre os condutores e o dispositivo de proteção, de forma a satisfazer as duas condições
seguintes:

Onde:
IB é a corrente de projeto do circuito;
IN é a corrente nominal do dispositivo de proteção;
IZ é a capacidade de condução de corrente dos condutores;
I2 é a corrente que assegura efetivamente a atuação do dispositivo de proteção; na prática, a corrente I2 é considerada igual à corrente convencional
de atuação para disjuntores. Nota: A condição “b” é aplicável quando for possível assumir que a temperatura limite de sobrecarga dos condutores não
seja mantida por um tempo superior a 100 h durante 12 meses consecutivos, ou por 500 h ao longo da vida útil do condutor. Quando isto não for
ocorrer, a condição b deve ser substituída por I2 < IZ .
1) Exemplo : Dimensionar o disjuntos para proteção de um circuito terminal de um chuveiro, com
as seguintes características:

Pn = 4400W; 220V, Ip = 20A, Ip’ = 25 A, bitola do condutores 4,0 mm2 sendo utilizados condutores
de cobre com isolação de PVC, instalados na maneira B1, onde existe um outro circuito , sendo
30° C a temperatura ambiente.

Iz = Ic x Fct x Fca = 32 x 1 x 0,8 = 25,6

20 ≤ In ≤ 25, 6 20 ≤ 23 ≤ 25, 6

I2 = 1, 35 x In = 1,35 x 23 = 31,05 (DIN)


1,45 x Iz= 1,45x 25,6 = 37,12

31,05 ≤ 37,12
2) Exemplo: Dimensionar o disjuntos para proteção de um circuito terminal de uma torneira
elétrica, com as seguintes características:

Pn = 3400W; 220V, Ip = 15,45A, Ip’ = 22,07 A, bitola do condutores 2,5 mm2 sendo utilizados
condutores de cobre com isolação de PVC, instalados na maneira B1, onde existe mais 2 circuitos
, sendo 30° C a temperatura ambiente.

Iz = Ic x Fct x Fca = 24 x 1 x 0,7 = 16,8

15,45 ≤ In ≤ 16,8

Obs: Aumentar a bitola do condutor para 4,0 mm2


para atender a condição

Iz = Ic x Fct x Fca = 32 x 1 x 0,7 = 22,4

15,45 ≤ In ≤ 22,4 15,45 ≤ 18,4 ≤ 22,4 (condição atendida)

I2 = 1, 35 x In = 1,35 x 18,4 = 24,8 (DIN)


1,45 x Iz= 1,45x 22,4 = 32,5

24,8 ≤ 32,5 (condição atendida)


Roteiro de Dimensionamento dos Dispositivos de Proteção Contra Curtos-
Circuitos

A NBR 5410 estabelece que os condutores vivos devam ser protegidos por um ou mais dispositivos de seccionamento
automático contra sobrecargas e contra curtos-circuitos.

A NBR 5410 estabelece que “devam ser previstos dispositivos de proteção para interromper toda corrente de curto-circuito
nos condutores dos circuitos, antes que os efeitos térmicos e mecânicos dessa corrente possam tornar-se perigosos aos
condutores e suas ligações”.

As correntes presumidas de curto-circuito devem ser determinadas em todos os pontos da instalação julgados
necessários, nos quais serão aplicados os dispositivos de proteção. Recomendações:

A-O dispositivo de proteção deve ter capacidade de ruptura compatível com a corrente de curto circuito presumida no
ponto de sua instalação.

B- O dispositivo de proteção deve ser rápido o suficiente para que os condutores do circuito não ultrapassem a
temperatura limite

Para curo circuitos assimétricos ou simétricos, com duração inferior a cinco segundos, o tempo limite de atuação do
dispositivo de proteção pode ser calculado pela expressão:
Correntes de curtos-circuitos presumidas

Devem ser determinadas em todos os pontos de instalação julgados necessários.


A determinação da corrente de curto circuito presumida no ponto pode ser obtida por método simplificado,
conforme Cotrim, A.A.M.B. - Instalações Elétricas, aplicando-se as expressões:

Icc= corrente de curto circuito presumida a determinar (KA);


Icco= corrente de curto circuito presumida a montante (KA);
cos Ø= fator de potência de curto circuito, que pode ser dado(aproximadamente) em função de Icco, pela tabela abaixo:
L pelo comprimento do circuito (m);
S a seção dos condutores (mm2).

As duas expressões referem-se a linhas trifásicas, mas podem também


ser utilizadas em linhas monofásicas, de 127V no primeiro caso, e de
220V no segundo, simplesmente dobrando o valor do comprimento l.

Tais expressões estão deduzidas a partir da corrente de curto circuito (trifásico)


presumida a montante, Icco. Caso o circuito tenha início no secundário de um
transformador (geralmente trifásico), pode ser obtida através da Tabela:
EXEMPLO: Determinar a capacidade de ruptura do dispositivo de proteção geral no QD para providenciar a
proteção dos condutores do ramal alimentador trifásico do quadro, para um curto circuito nos barramentos ou nos
condutores na saída do quadro, Icc2. E também para o dispositivo de proteção de um circuito terminal bifásico na
ocorrência de um curto circuito a 25m do quadro, Icc2.

Da Tabela:
Icco= 11,2KA (curto diretamente no secundário do transformador)
cos Ø = 0,3
l= 60m
S 2x120 = 240mm2

CONCLUSÃO

1) A capacidade de ruptura do dispositivo de proteção geral do QD ( quadro de distribuição), não considerando


proteções a montante, deve ser > 9,01KA, portanto fusível ou disjuntor com Ir > 10 KA (valor comercial)

2) O dispositivo de proteção do circuito de proteção do circuito parcial (terminal) em que ocorreu o curto com Icc2 deve
possuir capacidade de ruptura > 3,61KA, portanto fusível ou disjuntor com Ir > 5 KA (valor comercial).
Disjuntores Diferenciais Residuais (DR)
Proteção dos condutores contra sobrecorrentes, garantem a proteção das pessoas
contra choques elétricos e a proteção dos locais contra incêndio, nas condições
descritas na NBR 5410. Além disso, esses disjuntores são ideais para controlar o isolamento da
instalação, impedindo o desperdício de energia por fuga excessiva de corrente e qualidade da
instalação.

A situação ideal é a de que IDR = 0, no entanto na realidade IDR _ 0 (correntes naturais de fuga)
Atuação: IDR = IDn (corrente diferencial residual nominal de atuação)

• Tipos de disjuntores ou interruptores DR:


• alta sensibilidade: < 30mA
• baixa sensibilidade: > 30mA
• 500mA – só protegem contra risco de incêndio, não oferecendo proteção contra riscos
pessoais.
PROTEÇÕES DOS CIRCUITOS – DR – Diferencial Residual
1. Os disjuntores termomagnéticos diferenciais – residuais (módulos acoplados em um único dispositivo) serão
dimensionados atendendo simultaneamente às prescrições de proteção contra sobrecorrentes, conforme roteiros já
descritos, e as prescrições de proteção contra choques elétricos;

2. Podem ser instalados dispositivos DR na proteção geral da instalação e/ ou nas proteções individuais de circuitos
terminais.

3. Dependendo dos níveis de corrente de fuga do sistema, à instalação, devem-se tomar cuidados especiais na
sensibilidade dos dispositivos DR, pois principalmente se instalados na proteção geral poderão causar seccionamentos
intempestivos da rede de alimentação de toda a instalação;

4. Quando tivermos dispositivos DR na proteção geral e nos circuitos terminais, deverá ser feita uma coordenação
buscando a seletividade da atuação. O dispositivo de maior sensibilidade de atuação deverá ser instalado no circuito
terminal e o de menor sensibilidade no circuito de distribuição, obedecidos os limites fixados em norma;

5. Recomenda-se o uso de dispositivos DR de alta sensibilidade, como medida adicional na proteção contra contatos
diretos;
6. Utilização de dispositivos DR’s de alta sensibilidade ( I n < 30 m A) na proteção de circuitos terminais que sirvam a:

• Tomadas de corrente em cozinhas, lavanderias, copas-cozinhas, áreas de serviços, garagens, locais com pisos e/ou
revestimentos não isolantes (BC3) e áreas externas;

• Tomadas de corrente que, embora instaladas em áreas internas, possam alimentar equipamentos de uso em áreas
externas;

• Aparelhos de iluminação instalados em áreas externas.

7. Utilização de DR’s de alta sensibilidade na proteção de aquecedores elétricos de locais contendo banheira ou chuveiro

8. Utilização de DR’s de alta sensibilidade na proteção de circuitos em eletrodutos metálicos embutidos em áreas de
piscinas.

9. Em nenhum caso, o condutor neutro deve ser interligado a Terra a jusante de um dispositivo diferencial- residual.
Esquema de Ligação dos Disjuntores nos Quadros de Distribuição
Comercialmente, os dispositivos de proteção à corrente diferencial residual são fornecidos como módulos
acoplados elétrica e mecanicamente a disjuntores termomagnéticos, constituindo, portanto um único
dispositivo. Desta forma, garante-se em um mesmo dispositivo, a proteção dos condutores contra sobrecarga
e curtos-circuitos (módulo termomagnético) e a proteção das pessoas contra choques elétricos (módulo
diferencial residual).

No mercado nacional, encontramos diversos fabricantes de dispositivos DR’s, fornecidos nos tipos bipolares,
tripolares e tetrapolares.
Dispositivo de Proteção contra Surtos - DPS

• O DPS é o dispositivo preconizado pela norma ABNT 5410 e


5419 para proteger as instalações elétricas e os equipamentos
eletro-eletrônicos contra surtos, sobretensões ou transientes
diretos ou indiretos, independentemente da origem, se por
descargas atmosféricas ou por manobras da concessionária.

• Os Dispositivos de Proteção contra Surtos são equipamentos


capazes de permanecer invisíveis aos circuitos quando em
regime normal e atuar rapidamente abrindo um caminho de
baixa impedância assim que for detectada uma sobretensão.

• Existem diferentes tecnologias de DPS, cada qual indicada


para determinada situação.
O QUE É O SURTO ELÉTRICO?

Surto elétrico é uma onda transitória de tensão, corrente ou potência que tem como característica
uma elevada taxa de variação por um período curtíssimo de tempo. Ele se propaga ao longo de
sistemas elétricos e pode causar sérios danos aos equipamentos eletroeletrônicos.

DE ONDE VEM O SURTO ELÉTRICO?

1.Descargas Atmosféricas;

2. Manobras de Rede;

3. Liga/Desliga de Máquinas
Obrigatoriedade dos DPS’s

• A Norma ABNT 5410/2004, em seu item 5.4.2.1, estabelece que todas as edificações dentro
do território brasileiro que forem alimentadas total ou parcialmente por linha área e se situarem
onde há ocorrência de trovoadas em mais de 25 dias por ano;

• Quando as partes da instalação estão situadas no exterior das edificações, expostas a


descargas elétricas diretas.

Como funciona o DPS?

• Com relação ao DPS é importante entender que quando ocorre um surto, o DPS desvia este
surto para o sistema de aterramento, isto ocorre numa fração de segundos e costuma ser tão
rápido, que o disjuntor nem chega a detectar esta fuga para aterramento. Exatamente por isso
que o DPS é ligado fase de um lado e terra do outro.

• Parece mesmo que você está fechando um curto circuito entre fase e terra, e na verdade
quando o DPS detecta um surto, ele fecha sim um curto entre fase e terra, mas isso acontece
em um período extremamente curto de forma que não seja prejudicial para a instalação.
Classificação do DPS

De acordo com a NBR IEC 61643-1, o DPS pode ser classificado em três classes, classe I, II e III. A
classe I é destinada a proteção contra surtos elétricos conduzidos, provenientes de descargas
atmosféricas diretas, geralmente recomendados para locais com alta exposição e/ou que sejam
dotados de SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas;

O DPS classe II é destinado a proteção contra surtos elétricos ocasionados por descargas
atmosféricas indiretas, ou seja, caem próximo à edificação ou as linhas de transmissão de energia ou
dados;

O DPS classe III é um dispositivo de proteção que deve ser utilizado próximo ao equipamento
protegido. Normalmente utilizado como complemento de proteção ou em locais com baixa exposição .

Tensão contínua de funcionamento


Corrente máxima de descarga
Como Ligar Um Protetor de Surto DPS?

Instalação _ O protetor de surto não possui polaridade e deverá ser posicionado sempre depois do
disjuntor geral de uma instalação elétrica, se o quadro de distribuição onde fica o disjuntor geral
possuir um dispositivo diferencial residual o famoso DR, o DPS ( dispositivo de proteção contra
surto) ou bem dizer protetor de surto deverá ser posicionado antes do mesmo ( DR ).

O protetor de surto é ligado em paralelo com os circuitos a serem protegidos


Diagrama Unifilar

Você também pode gostar