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Curso Técnico deMAT1
Enfermagem

Aluno (a): ________________________________________________________________

GESTÃO EM SAÚDE PUBLICA

PROF. ESPECIALISTA YGOR VERGARA

BELEM/PA
2020
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GESTÃO EM SAÚDE PÚBLICA

A gestão em saúde é quase tão antiga quanto a Saúde Pública. A Saúde Pública sempre
recorreu a várias especialidades e campos de conhecimento, nasceu interdisciplinar quando esta
expressão sequer fora ainda cunhada. A Saúde Pública baseou-se na medicina, microbiologia,
zoologia, geologia, entre outras ciências, para pensar explicações para o processo saúde e
doença. Dessa junção, nasceria tanto a administração sanitária quanto a epidemiologia. Foi,
portanto, ainda nos primórdios da Saúde Pública que ocorreu a constituição de um campo de
conhecimentos, denominada “administração sanitária e de práticas em saúde”. Encarregava-se
de pensar a administração de um pedaço do Estado, os nascentes departamentos, escolas e
laboratórios de saúde pública, mas, distinguia-se da Administração de Empresas porque
procurava articular a gestão às 'práticas' consideradas eficazes para debelar os problemas
coletivos de saúde. Tratava-se, portanto, de uma área que procurava compatibilizar
conhecimentos sobre administração pública com procedimentos sanitários considerados eficazes
no combate a epidemias. A administração em saúde na medicina de mercado apresentava menos
especificidades; em geral, adaptava elementos da teoria geral a hospitais e clínicas.
A administração sanitária, em seus primórdios, importou muitos conceitos e modos de
operar do campo militar. Da gestão de conflitos armados e de guerras, a Saúde Pública importou
a ideia de considerar a doença, os germes e as condições ambientais insalubres como inimigos.
Sendo inimigos havia de erradicá-los, controlá-los e vigiá-los. Planejamento estratégico e tático,
programas sanitários e gestão operacional. Da arte da guerra importaram-se também os conceitos
de erradicação e de controle, de risco, de vigilância e de análise de informação.
A gestão em saúde é um desdobramento contemporâneo dessa tradição. Evidente que no
lugar da guerra entraram conceitos originários da Ciência Política, da Sociologia e da Teoria Geral
da Administração. Em meados do século XX houve uma ampliação do objeto e do campo de
intervenção da gestão em saúde. Nessa época, em alguns países europeus, inicialmente na Grã-
Bretanha, Suécia e União Soviética e, mais tarde, em inúmeras outras nações da Europa, América
e Oceania, foram construídos os Sistemas Nacionais e Públicos de Saúde. Com essa finalidade
desenvolveu-se toda uma cultura sanitária voltada para a organização de serviços e programas
de saúde segundo uma nova racionalidade. O Estado foi responsabilizado pelo financiamento
e gestão de uma rede de serviços constituída segundo o conceito de integração sanitária. Essa
rede pública não executaria apenas ações de caráter preventivo e de relevância coletiva, mas
assumiria também a atenção clínica, ou seja, a assistência individual em hospitais e outros
serviços. Com essa finalidade foi cunhado o conceito de hierarquização e regionalização dos
serviços, inventando-se a modalidade de rede denominada de atenção primária.
O antigo arcabouço de conhecimentos da administração sanitária era claramente
insuficiente para dar conta da complexidade dessa nova política pública. Em função disso, em
vários desses países houve, ao longo do século XX, um esforço de investigação voltado para o
desenvolvimento de novos arranjos organizacionais e novos modelos de atenção à saúde. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)
estimularam tanto a produção de conhecimentos nessa área quanto trataram de sistematizar a
difusão dessas experiências e dessa tecnologia sobre organização, planejamento e gestão dos
serviços de saúde. Em decorrência desse fenômeno houve uma aproximação entre as áreas da
Clínica e o campo da Saúde Pública. São desse período o desenvolvimento de estudos sobre
sistemas locais de saúde, modelos de atenção, gestão de pessoal, atenção primária,
planejamento e programação em saúde. Observa-se como um fato curioso o pequeno
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envolvimento da área de Gestão e Planejamento, no Brasil, com hospitais, talvez explicado pelo
afastamento histórico da Saúde Pública deste pedaço dos sistemas de saúde. A formação de
gestores para hospitais foi marcada por cursos compostos segundo a lógica específica das áreas
de Economia e da Administração de Empresas. Somente nos últimos anos, observa-se um esforço
da área para recompor a formação e a pesquisa em gestão hospitalar.
Buscando superar a perspectiva restrita das teorias administrativas têm sido desenvolvidas
análises que procuram ampliar e democratizar a gestão. Discute-se a gestão participativa,
o controle social dos gestores pela sociedade civil e várias formas de co-gestão em saúde.

PROGRAMAS DO SUS
ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi criada em 1994 e tem se fortalecido como uma
porta de entrada no Sistema Único de Saúde. No entanto, inicialmente, não era uma estratégia,
mas sim um “programa” do Ministério da Saúde (chamado de Programa Saúde da Família – PSF
– e regularizado em 1994). Devido ao seu impacto positivo na saúde brasileira, teve sua
abrangência aumentada, bem como caráter estendido ao nível de estratégia. Desta forma, passa
a ser entendido como estratégia a partir do ano de 2003.
Hoje, a ESF é baseada na proximidade das equipes médicas com a família e a
comunidade. O envolvimento com a família permite que o profissional da saúde entenda melhor a
sua realidade e também contribui para que haja maior adesão aos tratamentos. Conhecer a
comunidade é fundamental nessa estratégia pois cada cidade, região ou bairro tem características
específicas e portanto, necessidades diferentes no que diz respeito à saúde.
A Equipe de Saúde da Família está ligada à Unidade Básica de Saúde e é composta por:
 Médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade;
 Enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de
enfermagem;
 Agentes comunitários de saúde;
 Cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família e auxiliar ou técnico em
saúde bucal (opcional).
Cabe a essas equipes, além dos atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde: entender
a realidade das famílias, os riscos aos quais a população está exposta e problemas de saúde
mais comuns; promover na comunidade discussões relacionadas à cidadania e direitos de
saúde e incentivar a participação da comunidade nos conselhos locais e no Conselho Municipal
de Saúde.
PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO

O Programa Nacional de Imunização do Brasil é um caso de sucesso reconhecido


internacionalmente. Através desse programa algumas doenças, como a varíola e a poliomielite
(paralisia infantil), foram erradicadas. Somado a isso, foram reduzidos casos de morte em
decorrência de doenças como sarampo, rubéola, tétano, difteria e coqueluche.

Outro destaque nacional é o fato de o Brasil oferecer gratuitamente todas as vacinas


recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. São mais de 300 milhões de doses anuais
aplicadas na população. O programa ainda tem como um de seus princípios a inclusão social, por
isso as vacinas são oferecidas a toda a população, sem qualquer tipo de distinção.
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As aplicações são realizadas conforme calendário de imunização, situação epidemiológica


e diferem para cada etapa da vida. Além daquelas que devem ser tomadas por toda a população,
há vacinas específicas para gestantes, povos indígenas e pessoas que tem como destino de
viagem lugares onde há risco de alguma doença.
Para que as doenças sejam de fato erradicadas e não haja novos surtos epidêmicos, é
fundamental que a população tenha consciência e esteja em dia com suas vacinações.

PROGRAMA MAIS MÉDICOS

O Programa Mais Médicos surgiu para atender a uma demanda emergencial de ausência
ou escassez de profissionais da saúde em regiões prioritárias para o SUS. Nessas regiões
estariam compreendidos municípios com alto percentual da população em situação de extrema
pobreza, vulnerabilidade econômica e com alto percentual de utilização do SUS.
Essa iniciativa também visa ampliar investimentos em infraestrutura (construção, reforma e
ampliação) das Unidades Básicas de Saúde e aumento no número de vagas para graduação e
residência médica.
Além da ampliação em termos de oferta dos serviços da saúde, o programa tem como
objetivo humanizar o atendimento médico, aproximando esses profissionais das comunidades
que atendem. Para isso, foram feitas alterações tanto no currículo das graduações quanto das
residências médicas, que passaram a ter como norte a formação de um profissional que seja
capaz de cuidar de um paciente além da doença, levando em consideração o indivíduo, o contexto,
a família e as coletividades que participa.
As vagas do programa priorizam os profissionais brasileiros, porém, com o problema da
falta de médicos, o Brasil passou a aceitar a candidaturas de estrangeiros. A prioridade de que
esses médicos sejam brasileiros também visa garantir a continuidade do programa sem que esse
dependa de acordos internacionais para preencher as vagas.

PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL

Esse programa foi criado em 2004 com o objetivo de fornecer à população medicamentos
considerados essenciais e hoje funciona com farmácias comerciais que se credenciam ao
programa. Os medicamentos oferecidos gratuitamente são para as seguintes doenças:
 hipertensão;
 diabetes;
 asma.
Para outros remédios são oferecidos descontos. É o caso do colesterol alto, rinite,
Parkinson, osteoporose e glaucoma. Também há a possibilidade para anticoncepcionais e fraldas
geriátricas.
Além dos remédios que são disponibilizados pelo Programa Farmácia Popular, há diversos
outros medicamentos oferecidos pelo SUS em suas unidades de atendimento, que podem sofrer
alguma variação de município para município. Atualmente são quase 900
remédios fornecidos sem custo pelo SUS e que estão descritos na Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais – RENAME.
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PREVENÇÃO E CONTROLE HIV/AIDS

O Brasil é referência mundial no controle dessa epidemia e desde 1996


distribui gratuitamente os antirretrovirais (ARV) à população. Esses medicamentos ajudam a
evitar o enfraquecimento do sistema imunológico e assim aumentar o tempo e a qualidade de vida
dos portadores do vírus. A Organização Mundial da Saúde tem como meta acabar com a doença
até 2030. O Brasil já executa diversas medidas para alcançar essa meta, como campanhas de
prevenção e uso de preservativos associados aos tratamentos universais.
O Governo Brasileiro ainda oferece duas formas de prevenção importantes relacionadas à AIDS:
 PrEP – Profilaxia Pré-Exposição: Essa iniciativa utiliza medicamentos antirretrovirais
para a prevenção em pessoas não infectadas pelo vírus, mas pertencentes a grupos de risco,
como por exemplo, gays, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas transexuais,
trabalhadores(as) do sexo e casais soro diferentes (quando um deles está infectado, mas o
outro não).
 PEP – Profilaxia Pós-Exposição: Essa medida tem como objetivo prevenir a infecção pelo
HIV após exposição ao risco (até 72h) após de contato com o vírus, como em casos
de violência sexual, relações sexuais desprotegidas e em casos de acidentes com
instrumentos perfurocortantes ou contato com material biológico. A PEP também é oferecida
gratuitamente pelo SUS.

SISTEMA NACIONAL DE DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos no mundo. Cerca


de 87% de todos os transplantes no país são feitos pelo SUS, exclusivamente com recursos
públicos, e são responsáveis por ajudar que a cada dia mais pessoas tenham uma vida melhor.
Os órgãos podem vir de doadores vivos ou falecidos. No caso de doadores vivos, a doação
não pode comprometer a saúde daquele que doará seu órgão. Os pacientes que necessitam de
órgãos estão organizados em lista única na Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de
cada estado e pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Os principais órgãos que podem ser doados são: coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim,
córnea e tecidos. O tempo de conservação extracorpórea varia de 4 a 48 horas, a depender do
órgão, isso exige que o processo seja realizado com bastante agilidade.

Apesar de existir um número grande de doadores de órgãos no Brasil, a fila de espera para
transplante ainda é longa, mas essa situação pode ser revertida com campanhas de
conscientização, tanto da população, quanto de equipes médicas, bombeiros e policiais. Como os
órgãos precisam ser doados rapidamente, esses profissionais podem contribuir para notificar a
existência de órgãos disponíveis para doação em caso de falecimento.

A decisão sobre a doação de órgãos de pessoas falecidas é sempre tomada pela família,
não existe a possibilidade de uma pessoa em vida autorizar a doação em caso de falecimento.
Por isso, é importante que você converse com sua família sobre isso e caso seja do seu interesse,
deixe-os cientes da sua vontade.
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REGISTRO NACIONAL DE DOADORES DE MEDULA ÓSSEA (REDOME)

O REDOME foi criado em 1993 e é o terceiro maior banco de doadores de medula óssea
do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha. O banco brasileiro,
entretanto, é o maior do mundo financiado com recursos exclusivamente públicos.

Quando um paciente precisa de transplante de medula, a equipe do REDOME procura em


sua base de dados por doadores compatíveis e entra em contato para confirmar interesse e
disponibilidade. Caso o doador confirme interesse é dado início aos procedimentos para a
realização do transplante.

O banco de doadores do Brasil está articulado com bancos internacionais e atualmente


as chances de um paciente conseguir a doação de medula é de 64%. Para ser um doador de
medula óssea basta comparecer a um Hemocentro e realizar o cadastro.

REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)

A RAPS é um modelo de atenção em saúde social a pessoas que possuem transtornos


mentais e ou sofrimentos decorrentes do uso de álcool e drogas. A rede funciona a partir do
acesso e promoção dos direitos baseados na convivência dessas pessoas em sociedade. O
atendimento pode ser realizado a partir das Unidades Básicas de Saúde ou diretamente nos
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
Esses centros são locais de atenção diária e substituem o modelo de asilo e
recolhimento, valorizando a inserção social dessas pessoas por meio do trabalho, do lazer e
do fortalecimento de laços com a comunidade e com a família.

SERVIÇOS DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA (SAMU 192)

O SAMU foi criado em 2003 como parte da Política Nacional de Atenção a Urgências. É
um atendimento pré-hospitalar que tem como objetivo levar às vítimas em situações de urgência
ou emergência atenção médica necessária da maneira mais rápida possível, evitando sofrimento,
sequelas, ou até mesmo a morte.
O serviço realiza atendimentos em qualquer lugar, 24 horas por dia e é composto por
uma equipe capacitada para os atendimentos. Atualmente o SAMU atende 75% da população
brasileira e conta com 2.965 unidades móveis de atendimento.

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


LEIS N.º 8080/90 E Nº 8.142/90

Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF-88), a “Saúde é direito de todos e dever do


Estado”. Assim foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores sistemas públicos
de saúde do mundo, que abrange desde o simples atendimento para avaliação da pressão
arterial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a
população do país.

No período anterior a CF-88, o sistema público de saúde prestava assistência apenas aos
trabalhadores vinculados à Previdência Social, aproximadamente 30 milhões de pessoas com
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acesso aos serviços hospitalares, cabendo o atendimento aos demais cidadãos às entidades
filantrópicas.

Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema público de saúde,
sem discriminação. A atenção integral à saúde, e não somente os cuidados assistenciais, passou
a ser um direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na saúde
com qualidade de vida.

A CF-88 e posteriormente, a Lei Orgânica da Saúde, de nº 8.080, de 19 de setembro de


1990, intensificam debates já existes acerca do conceito. Nesse contexto, entende-se que saúde
não se limita apenas a ausência de doença, considerando, sobretudo, como qualidade de vida,
decorrente de outras políticas públicas que promovam a redução de desigualdades regionais e
promovam desenvolvimentos econômico e social.

Dessa maneira, o SUS, em conjunto com as demais políticas, deve atuar na promoção da
saúde, prevenção de ocorrência de agravos e recuperação dos doentes. A gestão das ações e
dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa entre os três entes da Federação: a
União, os Estados e os municípios.

A rede que compõem o SUS é ampla e abrange tantas ações, como serviços de saúde.
Ela engloba a atenção básica, média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência,
a atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental
e assistência farmacêutica.

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 e
regulamentado pelas Leis n.º 8080/90 e nº 8.142/90, Leis Orgânicas da Saúde, com a finalidade
de alterar a desigualdade na assistência à saúde da população, tornando obrigatório o
atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob qualquer
pretexto.

Do Sistema Único de Saúde fazem parte os centros e postos de saúde, hospitais – incluindo
os universitários, laboratórios, hemocentros, bancos de sangue, além de fundações e institutos de
pesquisa, como a FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brazil, que são
financiados com recursos arrecadados através de impostos e contribuições sociais pagos pela
população e compõem os recursos do governo federal, estadual e municipal.

Pelo Sistema Único de Saúde, todos os cidadãos têm direito a consultas, exames,
internações e tratamentos nas Unidades de Saúde vinculadas ao SUS da esfera municipal,
estadual e federal, sejam públicas ou privadas. No caso do setor privado, ele participa do SUS de
forma complementar, por meio de contratos e convênios de prestação de serviço ao Estado
quando as unidades públicas de assistência à saúde não são suficientes para garantir o
atendimento a toda à população de uma determinada região.

O Sistema Único de Saúde tem como meta tornar-se um importante mecanismo de


promoção da equidade no atendimento das necessidades de saúde da população, ofertando
serviços com qualidade, independente do poder aquisitivo do cidadão.

Além do atendimento à população, o SUS também tem a função de promover a saúde,


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priorizando as ações preventivas, democratizando as informações relevantes para que a


população conheça seus direitos e os riscos à sua saúde.

PRINCÍPIOS DO SUS

Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao


Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a
todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características
sociais ou pessoais.
Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as
pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm
necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os
desiguais, investindo mais onde a carência é maior.
Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as
suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da
saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de
integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar
uma atuação Inter setorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e
qualidade de vida dos indivíduos.

PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS
Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis
crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a
partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida.
A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o
comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de
atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo
caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região.
Descentralização e Comando único: descentralizar é redistribuir poder e
responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização
objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos
cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou
seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e
financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a
concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana
nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.
Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto,
devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias,
controlar e avaliar a execução da política de saúde.
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AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Criada em 26 de janeiro de 1999 pela Lei 9.782, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) integra o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e desempenha uma série de funções
que afetam diretamente a vida dos brasileiros.

A Anvisa tem como missão proteger e promover a saúde da população garantindo a


segurança sanitária de produtos e serviços e participando da construção de seu acesso. Ela
funciona como uma agência reguladora tanto de questões sanitárias como de mercado, exercendo
um rigoroso trabalho de fiscalização e controle em todo o território brasileiro.

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) é um órgão de caráter permanente e deliberativo,


vinculado ao Ministério da Saúde e sua atuação está pautada na formulação, no controle e
acompanhamento da execução de políticas públicas de saúde, inclusive nos aspectos econômicos
e financeiros, nas estratégias e na promoção do processo de controle social em toda a sua
amplitude, no âmbito dos setores público e privado.

O CNS é formado por 48 conselheiros titulares e seus respectivos suplentes,


representantes de entidades e movimentos sociais de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS),
entidades de profissionais de saúde, incluída a comunidade científica, entidades de prestadores
de serviço, entidades empresariais da área da saúde e entidades e instituições do governo.

O Conselho possui papel importante na questão da saúde do país. Cabe a ele atuar na
formulação de estratégias e no controle da execução da Política Nacional de Saúde, na esfera do
Governo Federal, inclusive nos aspectos orçamentários, como a transferência de recursos aos
estados e municípios, também estabelecer diretrizes a serem observadas na elaboração dos
planos de saúde, e acompanhar o processo de desenvolvimento e incorporação científica e
tecnológica na área de saúde, observando os padrões éticos compatíveis com o desenvolvimento
sociocultural do país.

CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE

O Conselho Municipal de Saúde (CMS) tem a função de fiscalizar os serviços públicos e


privados de saúde e define prioridades básicas do setor de um município.
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O Conselho é composto por representantes que têm atuação ligada à saúde: médicos,
representantes de laboratórios, entidades filantrópicas, hospitais, sindicatos, associações de
classe, clubes de serviço e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os secretários de saúde de cada município definem as normas e padrões para a área em


conjunto com o CMS, estabelecendo sistemas administrativos de apoio gerencial aos distritos de
saúde e de convênios de cooperação técnica, científica e administrativa com outros órgãos e
instituições.

Todas as contas da Secretaria Municipal da Saúde são remetidas à apreciação e


aprovação do Conselho Municipal de Saúde. Seus integrantes são responsáveis também por
fiscalizar os serviços dos estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço no âmbito da
saúde e também fiscalizar, planejar, propor e controlar os recursos destinados à área no
Orçamento do Município, bem como propor o Plano Municipal de Saúde na Lei de Diretrizes
Orçamentárias e Plano Plurianual.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

O Ministério da Saúde é o órgão do Poder Executivo Federal responsável pela organização


e elaboração de planos e políticas públicas voltadas para a promoção, prevenção e assistência à
saúde dos brasileiros mediante a integração e a construção de parcerias com os órgãos federais,
as unidades da Federação, os municípios, a iniciativa privada e a sociedade, contribuindo para a
melhoria da qualidade de vida e para o exercício da cidadania.

Também tem como função oferecer condições para a promoção, proteção e recuperação
da saúde da população, reduzindo as enfermidades, controlando as doenças endêmicas e
parasitárias e melhorando a vigilância à saúde, dando, assim, mais qualidade de vida ao brasileiro.

O desafio do Ministério da Saúde é garantir ao cidadão o direito ao atendimento à saúde


e dar condições para que esse direito esteja ao alcance de todos, independentemente da condição
social de cada um.

São de responsabilidade do Ministério da Saúde:

• Política Nacional de Saúde


• Coordenação e fiscalização do Sistema Único de Saúde
• Saúde ambiental e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva,
inclusive a dos trabalhadores e dos índios
• Informações de saúde
• Insumos críticos para a saúde
• Ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário de fronteiras e de portos marítimos,
fluviais e aéreos
• Vigilância de saúde, especialmente drogas, medicamentos e alimentos
• Pesquisa científica e tecnologia na área de saúde
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CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE

O Cartão Nacional de Saúde (CNS) é o documento de identificação do usuário do SUS.


Este registro contém as informações dos indivíduos, como: dados pessoais (nome, nome da
mãe, data de nascimento, etc), contatos (telefones, endereço, e-mails) e documentos (CPF, RG,
Certidões, etc). Atualmente o número do CNS está inserido nos sistemas informatizados de
saúde que demandam a identificação dos indivíduos, sejam usuários, operadores ou
profissionais de saúde. Dessa forma, o CNS possibilita a criação do histórico de atendimento de
cada cidadão no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do acesso às Bases de Dados dos
sistemas envolvidos neste histórico, por exemplo: sistema de atenção básica, sistema hospitalar,
sistema de dispensação de medicamentos, etc.

Neste sentido, será possível ao usuário do SUS conferir as informações de suas internações
hospitalares, com dados sobre atendimento ambulatorial de média e alta complexidade e
aquisição de medicamentos no programa Farmácia Popular. Portanto, o sistema do CNS
identifica o indivíduo para garantir a cidadania, coordena informações para humanizar o
atendimento e padroniza os procedimentos para democratizar o uso do recurso público.

Quais são os benefícios de ter o CNS:


-Rapidez na identificação do usuário;
-Localização do prontuário pelo número do cartão;
-Vinculação de: profissional, usuário, estabelecimento de saúde e atendimento;
-Registro dos atendimentos realizados;
-Registro do agendamento e execução de consultas e exames;
-Dispensação de medicamentos;
-Atualização de dados cadastrais.

O CNS está inserido na política de e-Saúde do Ministério da Saúde que tem por finalidade
prover a consulta às bases de dados: de pessoas, estabelecimentos, procedimentos e outras; e
a vinculação dessas informações de maneira a possibilitar a proposição de ações estratégicas
para a formulação de políticas de saúde de forma integrada, provendo a organização da rede de
atenção à saúde e de gestão do SUS, facilitando o atendimento ao cidadão e qualificando o
trabalho dos gestores e profissionais da área da Saúde. Diante disso, percebe-se o impacto e a
amplitude do uso das tecnologias de informação e de telecomunicação na gestão da saúde
pública. Além disso, o acesso a essas informações dá ao cidadão a possibilidade de participar
da fiscalização e do aprimoramento do SUS.

COMO SABER SE TENHO REGISTRO NO CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE


O Portal Saúde do Cidadão permite ao usuário do SUS consultar o número do CNS. Para
tanto é necessário preencher algumas informações pessoais. Ademais, o Portal de Saúde do
Cidadão contempla área restrita ao usuário do SUS onde é possível a este imprimir seu CNS,
verificar o Registro das Ações e Serviços de Saúde dos quais fez uso. Nesta área restrita é
necessário realizar alguns passos para obter login de acesso à mesma.
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Assim sendo, o cidadão poderá saber os nomes dos profissionais de saúde que o
atenderam, o período, o nome do hospital e os procedimentos clínicos e cirúrgicos realizados. Isso
proporciona ao cidadão a possibilidade de participar da fiscalização e do aprimoramento do SUS.

Pré-cadastro
O Portal Saúde do Cidadão também disponibiliza uma área para fazer o pré-cadastro no
CNS e gerar um protocolo de atendimento que será usado por uma unidade de
atendimento para validar as informações e emitir o Cartão Nacional de Saúde.
Orientações para cadastramento

O objetivo fundamental do Cartão Nacional de Saúde é possibilitar ao Sistema Único de


Saúde (SUS) a capacidade de identificação individualizada dos usuários. Ou seja, cada cidadão
tem um número de CNS que facilita seu acesso ao Sistema.
A partir do cadastramento e da emissão do cartão, e com a integração dos sistemas tendo
o número do CNS como chave integradora, será possível identificar o usuário em todos os seus
contatos com o SUS e acompanhar a sua evolução dentro do Sistema, com efeitos na atenção
individual e no planejamento das ações de saúde.

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a


organização
e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte lei:
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde,
executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais
ou jurídicas de direito Público ou privado.
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as
condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas
econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a
organização social e econômica do País.
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Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo
anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental
e social.
TÍTULO II
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições
públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações
mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e
municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive
de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter
complementar.
CAPÍTULO I
Dos Objetivos e Atribuições
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
I – a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;
II – a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a
observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
III – a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da
saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I – a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II – a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
III – a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V – a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
VI – a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos
de interesse para a saúde e a participação na sua produção;

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