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PROJETOS
ELÉTRICOS
PREDIAIS
Volume 1
Série Energia – GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO
PROJETOS
ELÉTRICOS
PREDIAIS
Volume 1
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Conselho Nacional
PROJETOS
ELÉTRICOS
PREDIAIS
Volume 1
© 2017. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491c
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Projetos elétricos prediais / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, Departamento Nacional, Departamento Regional da Bahia. -
Brasília: SENAI/DN, 2017.
192 p.: il. - (Série Energia - Geração, Transmissão e Distribuição, v. 1).
ISBN 978-855050292-2
CDU: 811.134.3(81)
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Desenho técnico............................................................................................................................................19
Figura 2 - Da criação à concepção..............................................................................................................................20
Figura 3 - Prancheta para desenho.............................................................................................................................21
Figura 4 - Papel para desenho......................................................................................................................................22
Figura 5 - Par de esquadros...........................................................................................................................................23
Figura 6 - Compasso........................................................................................................................................................23
Figura 7 - Lapiseira, borracha e lápis..........................................................................................................................24
Figura 8 - Tipos de grafita...............................................................................................................................................24
Figura 9 - Escalímetro......................................................................................................................................................25
Figura 10 - Níveis de normalização.............................................................................................................................26
Figura 11 - Origem dos formatos série “A”................................................................................................................28
Figura 12 - Subdivisão do formato A0.......................................................................................................................29
Figura 13 - Moldura ou quadro da folha...................................................................................................................29
Figura 14 - Organização de prancha de desenho.................................................................................................30
Figura 15 - Modelo de legenda....................................................................................................................................31
Figura 16 - Parâmetros da escrita normalizada......................................................................................................33
Figura 17 - Elemento representado em escala de redução, natural e ampliação......................................36
Figura 18 - Planos de projeção e o diedro................................................................................................................37
Figura 19 - Simbologia do 1º e 3º diedro..................................................................................................................38
Figura 20 - Posição do objeto no 1º diedro.............................................................................................................38
Figura 21 - Representação do objeto no 1º diedro...............................................................................................39
Figura 22 - Posição do objeto no 3º diedro.............................................................................................................40
Figura 23 - Representação do objeto no 3º diedro...............................................................................................40
Figura 24 - Cotagem de vistas......................................................................................................................................41
Figura 25 - Elementos da cota......................................................................................................................................42
Figura 26 - Projeção isométrica, trimétrica e dimétrica......................................................................................45
Figura 27 - Visão explodida de uma furadeira........................................................................................................46
Figura 28 - Cotagem em perspectiva.........................................................................................................................47
Figura 29 - Fiscalização do exercício profissional..................................................................................................51
Figura 30 - Carteira de identidade profissional......................................................................................................53
Figura 31 - Modelo de ART............................................................................................................................................55
Figura 32 - Código de Defesa do Consumidor.......................................................................................................57
Figura 33 - Detalhe da esteira de um tanque.........................................................................................................63
Figura 34 - Princípios da normalização.....................................................................................................................65
Figura 35 - Objetivos da normalização......................................................................................................................66
Figura 36 - Níveis de normalização.............................................................................................................................69
Figura 37 - Fluxograma elaboração das normas....................................................................................................70
Figura 38 - Exemplo de norma técnica.....................................................................................................................72
Figura 39 - Exemplo de regulamento técnico........................................................................................................75
Figura 40 - Desenho de instalações elétricas..........................................................................................................83
Figura 41 - Sistema elétrico...........................................................................................................................................85
Figura 42 - Trecho de uma instalação elétrica........................................................................................................86
Figura 43 - Projeto elétrico de um trecho das instalações ................................................................................87
Figura 44 - Tensão, corrente e resistência.................................................................................................................87
Figura 45 - Circuito elétrico...........................................................................................................................................88
Figura 46 - Triângulo de Ohm e suas relações........................................................................................................89
Figura 47 - Potência ativa e reativa.............................................................................................................................90
Figura 48 - Disjuntores termomagnéticos...............................................................................................................95
Figura 49 - Tipos de disjuntor diferencial residual................................................................................................96
Figura 50 - Tipos de interruptor diferencial residual............................................................................................97
Figura 51 - Dispositivo de Proteção contra Surto (DPS)......................................................................................98
Figura 52 - Tipos de condutores............................................................................................................................... 101
Figura 53 - Planta baixa................................................................................................................................................ 106
Figura 54 - Detalhe sala estar/jantar....................................................................................................................... 109
Figura 55 - Detalhe dormitório 01........................................................................................................................... 110
Figura 56 - Detalhe dormitório 02........................................................................................................................... 111
Figura 57 - Detalhe cozinha....................................................................................................................................... 112
Figura 58 - Detalhe área de serviço......................................................................................................................... 113
Figura 59 - Detalhe sanitário...................................................................................................................................... 114
Figura 60 - Identificação dos circuitos planta baixa.......................................................................................... 117
Figura 61 - Locação quadro de distribuição e medição................................................................................... 118
Figura 62 - Traçado dos eletrodutos da sala......................................................................................................... 118
Figura 63 - Traçado dos eletrodutos da cozinha................................................................................................. 119
Figura 64 - Traçado completo dos eletrodutos .................................................................................................. 119
Figura 65 - Esquemas de ligação interruptor simples 1 tecla........................................................................ 121
Figura 66 - Esquemas de ligação interruptor simples 2 teclas...................................................................... 121
Figura 67 - Esquemas de ligação interruptor simples 3 teclas...................................................................... 122
Figura 68 - Esquemas de ligação interruptor paralelo..................................................................................... 122
Figura 69 - Esquemas de ligação interruptor intermediário.......................................................................... 123
Figura 70 - Esquemas de ligação tomada 2P+T.................................................................................................. 123
Figura 71 - Esquemas de ligação minuteria......................................................................................................... 124
Figura 72 - Esquemas de ligação fotocélula......................................................................................................... 125
Figura 73 - Representação dos condutores da alimentação.......................................................................... 126
Figura 74 - Representação dos condutores do circuito de iluminação...................................................... 126
Figura 75 - Representação dos condutores do circuito de tomada............................................................. 127
Figura 76 - Representação de toda a fiação em planta.................................................................................... 127
Figura 77 - Planta de cobertura................................................................................................................................ 128
Figura 78 - Esquema vertical da instalação elétrica de um edifício de apartamentos......................... 129
Figura 79 - Diagramas unifilar e multifilar............................................................................................................. 131
Figura 80 - Representação das instalações em 3D............................................................................................. 132
Figura 81 - Tipos de para-raios.................................................................................................................................. 133
Figura 82 - Projeto de instalação de para-raios.................................................................................................. 134
Figura 83 - Detalhes das ligações para-raios – detalhe 01.............................................................................. 135
Figura 84 - Detalhes das ligações para-raios – detalhe 02.............................................................................. 135
Figura 85 - Detalhes das ligações para-raios – detalhe 03.............................................................................. 135
Figura 86 - Detalhes das ligações para-raios – detalhe 04.............................................................................. 136
Figura 87 - Detalhes das ligações para-raios – detalhe 05.............................................................................. 136
Figura 88 - Detalhes das ligações para-raios – detalhe 06.............................................................................. 137
Figura 89 - Desenho assistido por computador.................................................................................................. 141
Figura 90 - Utilizando o AutoCAD Classic.............................................................................................................. 143
Figura 91 - Área de trabalho AutoCAD................................................................................................................... 144
Figura 92 - Barra de ferramentas.............................................................................................................................. 145
Figura 93 - Habilitando os pontos notáveis.......................................................................................................... 146
Figura 94 - Model space e o paper space............................................................................................................... 147
Figura 95 - Funções básicas programa................................................................................................................... 147
Figura 96 - Personalizando o ambiente de trabalho......................................................................................... 148
Figura 97 - Comandos para criação de desenho................................................................................................ 148
Figura 98 - Comandos para modificação de desenho...................................................................................... 153
Figura 99 - Configurando os layers.......................................................................................................................... 161
Figura 100 - Gerenciando os layers . ....................................................................................................................... 162
Figura 101 - Configurando o estilo de texto........................................................................................................ 163
Figura 102 - Formatando um texto......................................................................................................................... 163
Figura 103 - Criação de blocos.................................................................................................................................. 164
Figura 104 - Inserindo blocos.................................................................................................................................... 165
Figura 105 - Configuração da hachura .................................................................................................................. 166
Figura 106 - Paletas de hachura . ............................................................................................................................. 166
Figura 107 - Criando um novo estilo de cota....................................................................................................... 167
Figura 108 - Configurando as linhas da cota........................................................................................................ 168
Figura 109 - Comandos de dimensionamento.................................................................................................... 168
Figura 110 - Definindo o formato de papel.......................................................................................................... 171
Figura 111 - Configurando o formato de papel.................................................................................................. 172
Figura 112 - Formato de folha criado...................................................................................................................... 172
Figura 113 - Desenhando as margens da folha................................................................................................... 173
Figura 114 - Carimbo na folha de impressão....................................................................................................... 173
Figura 115 - Como criar uma viewport................................................................................................................... 174
Figura 116 - Desenhando a viewport...................................................................................................................... 174
Figura 117 - Desenho dentro da viewport...........................................................................................................175
Figura 118 - Definindo a escala na folha de impressão.................................................................................... 176
Figura 119 - Projeto em escala.................................................................................................................................. 177
Figura 120 - Criando uma nova configuração de penas.................................................................................. 178
Figura 121 - Configurando as penas......................................................................................................................178
Figura 122 - Configurando para impressão . ....................................................................................................... 179
Figura 123 - Preview da impressão.......................................................................................................................... 179
Quadro 1 - Exemplo de traçados com o esquadro.................................................................................................22
Quadro 2 - Formatos de papel . ....................................................................................................................................28
Quadro 3 - Largura das linhas e das margens da folha.........................................................................................30
Quadro 4 - Dobramento das folhas.............................................................................................................................32
Quadro 5 - Tipos de linha e sua aplicação.................................................................................................................34
Quadro 6 - Perspectiva cavaleira 30º, 45º e 60º.......................................................................................................45
Quadro 7 - Ligação de interruptor simples unipolar e bipolar..........................................................................91
Quadro 8 - Interruptor simples......................................................................................................................................92
Quadro 9 - Interruptor paralelo.....................................................................................................................................92
Quadro 10 - Interruptor intermediário.......................................................................................................................93
Quadro 11 - Minuteria......................................................................................................................................................93
Quadro 12 - Sensor de presença...................................................................................................................................94
Quadro 13 - Fotocélula.....................................................................................................................................................94
Quadro 14 - Tipos de eletrodutos.................................................................................................................................99
Quadro 15 - Tipos de quadros e caixas................................................................................................................... 100
Quadro 16 - Condutores............................................................................................................................................... 102
Quadro 17 - Tomadas..................................................................................................................................................... 102
Quadro 18 - Simbologias.............................................................................................................................................. 105
Quadro 19 - Quadro de cargas................................................................................................................................... 116
Quadro 20 - Comandos presentes na barra de status........................................................................................ 146
Quadro 21 - Usando comando line........................................................................................................................... 149
Quadro 22 - Usando comando construction line.................................................................................................. 150
Quadro 23 - Usando comando polyline................................................................................................................... 150
Quadro 24 - Usando comando rectangle................................................................................................................ 151
Quadro 25 - Usando comando arc............................................................................................................................ 152
Quadro 26 - Usando comando circle........................................................................................................................ 152
Quadro 27 - Usando comando erase........................................................................................................................ 153
Quadro 28 - Usando comando copy......................................................................................................................... 154
Quadro 29 - Usando comando mirror...................................................................................................................... 155
Quadro 30 - Usando comando offset....................................................................................................................... 156
Quadro 31 - Usando comando move...................................................................................................................... 156
Quadro 32 - Usando comando rotate...................................................................................................................... 157
Quadro 33 - Usando comando scale......................................................................................................................... 158
Quadro 34 - Usando comando stretch..................................................................................................................... 158
Quadro 35 - Usando comando trim.......................................................................................................................... 159
Quadro 36 - Usando comando extend..................................................................................................................... 159
Quadro 37 - Usando comando explode................................................................................................................... 160
Quadro 38 - Comando de texto................................................................................................................................. 163
Quadro 39 - Função dos comandos de dimensionamento............................................................................. 169
Quadro 40 - Dimensões e margens da folha......................................................................................................... 170
Quadro 41 - Formação da escala no AutoCAD..................................................................................................... 171
.......................................................................................................................................................................................................
Tabela 1 - Características da letra normalizada.......................................................................................................33
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................15
3 Conselho de classe.........................................................................................................................................................51
3.1 Atribuições técnicas...................................................................................................................................52
3.2 Responsabilidade técnica........................................................................................................................54
3.3 Código de defesa do consumidor.........................................................................................................57
4 Normas técnicas..............................................................................................................................................................63
4.1 Disposições gerais e campo de aplicação..........................................................................................64
4.1.1 Princípios da normalização....................................................................................................65
4.1.2 Objetivos da normalização.....................................................................................................66
4.1.3 Impactos e benefícios da normalização............................................................................67
4.1.4 Uso das normas..........................................................................................................................68
4.2 Organização..................................................................................................................................................68
4.2.1 Hierarquia e órgãos regulamentadores.............................................................................68
4.2.2 Orgãos regulamentadores......................................................................................................70
4.3 Normas técnicas..........................................................................................................................................71
4.3.1 Tipos................................................................................................................................................71
4.3.2 Exemplos de normas técnicas...............................................................................................72
4.4 Outras denominações...............................................................................................................................74
4.4.1 Regulamento técnico...............................................................................................................74
4.4.2 Exemplo de regulamento técnico........................................................................................76
4.5 Legislações: federais, estaduais e municipais...................................................................................78
Referências......................................................................................................................................................................... 183
Índice................................................................................................................................................................................... 189
Introdução
Prezado aluno,
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) apre-
senta o livro didático de Projetos Elétricos Prediais – Volume 1.
Este livro possui dois volumes cuja finalidade é levar o aluno a desenvolver os fundamentos
técnicos e científicos necessários para a elaboração de projetos de instalações elétricas, assim
como desenvolver capacidade sociais, organizativas e metodológicas, de acordo com a atua-
ção do técnico no mundo do trabalho.
Nesse volume, aprenderemos os fundamentos do desenho técnico, as normas técnicas e as
legislações vigentes que norteiam a elaboração e apresentação dos projetos elétricos, tendo
em vista que os projetos elétricos devem atender às exigências dos clientes além de cumprir
aos requisitos e recomendações dos órgãos competentes.
Além disso, conheceremos sobre os elementos e dispositivos que compõem uma instala-
ção elétrica, bem como suas representações técnicas. Aprenderemos também o desenho assis-
tido por computador, onde veremos os comandos e as ferramentas básicas para a elaboração
de desenho com auxílio de softwares.
Veremos ainda, as atribuições e responsabilidades técnicas do técnico em eletrotécnica,
assim como o conselho que rege o seu exercício profissional.
Além das habilidades técnicas já citadas, esta unidade curricular irá auxiliar no desenvolvi-
mento de capacidades sociais, organizativas e técnicas, que serão necessárias para o seu de-
senvolvimento profissional na elaboração de projetos elétricos prediais.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
16
CAPACIDADES TÉCNICAS
Lembre-se de que o seu crescimento profissional só depende de você, por isso as seguintes ações são
indispensáveis:
a) Definir um cronograma de estudos;
b) Consultar o professor sempre que houver dúvidas;
c) Aplicar o conhecimento aprendido.
O desenho é uma forma de representação gráfica que é utilizada há bastante tempo, desde os povos
antigos, e que foi sendo aperfeiçoado com o passar do tempo, à medida que o homem foi desenvolvendo
sua vida cotidiana e suas habilidades de criação e construção.
Inicialmente, o desenho tinha um caráter mais artístico pois buscava captar a beleza, representar a cul-
tura ou destacar crenças culturais por exemplo. Mas à medida que as técnicas construtivas e de fabricação
evoluíam, juntamente com elas evoluíam as técnicas de representação gráfica, fazendo surgir o desenho
técnico que diferente do desenho artístico tem como objetivo transmitir com exatidão e clareza o elemen-
to representado.
O desenho técnico é uma linguagem gráfica cuja finalidade é representar as formas, dimensões e po-
sição de um dado elemento, seja ele um objeto, um equipamento, uma máquina ou uma edificação por
exemplo, objetivando a sua posterior fabricação ou construção. Sendo assim, podemos dizer que o dese-
nho técnico é o elo entre a etapa de criação e a etapa de concepção de um elemento.
A importância do desenho técnico está na sua facilidade de descrever um elemento para que este seja
construído, diferente da linguagem escrita, pois, por melhor que seja a sua explanação, dificilmente conse-
gue-se expressar por meio de palavras como deve ser a construção de um elemento. Imagine como seria
descrever através da linguagem escrita a construção de um avião ou a montagem de uma torre eólica1.
Complicado não?
Buscando tornar mais fácil a descrição e concepção de elementos como os citados anteriormente, utili-
za-se a linguagem gráfica do desenho técnico, que consiste em um conjunto de linhas, símbolos, números
e indicações escritas, elaboradas e organizadas seguindo normas técnicas nacionais e internacionais espe-
cíficas criadas com a finalidade de se ter uma linguagem gráfica universal.
1 Torre eólica: elemento que sustenta as hélices e rotor utilizados na geração de energia eólica (proveniente da força dos
ventos).
2 Fundamentos de desenho técnico
21
O profissional técnico deverá conhecer a linguagem gráfica, as normas técnicas e as regras para a ela-
boração do desenho técnico de forma clara e precisa e ser capaz de interpretar o elemento representado
através das linhas, formas, símbolos e indicações técnicas.
No próximo item, estaremos conhecendo os instrumentos e utensílios mais utilizados para o desenvol-
vimento e/ou leitura de um desenho técnico.
Não dá para falar de desenho sem falarmos dos instrumentos e materiais necessários para sua elabora-
ção. No que se refere ao desenho técnico, veremos nesse item alguns instrumentos necessários para a seu
desenvolvimento e/ou interpretação.
Alguns instrumentos abordados aqui são mais usuais na elaboração do desenho enquanto outros são
utilizados também para a sua leitura. Mas cabe a você, futuro técnico, conhecer as ferramentas básicas para
a elaboração e/ ou interpretação de um desenho técnico.
a) Prancheta: é uma mesa para desenho com dimensões usuais de 0,90 m x 1,20 m ou 1,00 m x 1,50
m. O tampo é feito de madeira macia ou madeira compensada forrado com papel liso ou plástico
fosco (em tonalidades claras), sobre o qual serão fixadas as folhas para o desenho. A prancha possui
estrutura articulável de madeira ou ferro, de modo que possibilite ao desenhista adequar a posição
da prancha como melhor convier.
Régua
em “T”
Régua
paralela
Pode ser instalada na prancheta, uma régua paralela ou uma régua T que comumente é fixada na
horizontal. Essa instalação tem o objetivo de facilitar o traçado de linhas perpendiculares ou incli-
nadas. Nesses casos, a régua é utilizada para apoiar instrumentos de desenho que permitem tal
traçado, a exemplo os esquadros.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
22
b) Papel: é onde executa-se o desenho propriamente dito. O tipo do papel varia em função da neces-
sidade de cada desenho, podendo ser de três tipos:
-- Papel opaco: pode ser branco ou em cores, geralmente é utilizado no anteprojeto2, pois esse
papel valoriza as cores do desenho;
-- Papel-manteiga: é um papel fino e semitransparente fosco. Leva esse nome, pois sua versão
brilhante é usada para embrulhar manteigas e frios. No desenho, ele é utilizado para elaborar
esboços e detalhes;
-- Papel vegetal: é semitransparente, um pouco mais espesso que o papel manteiga; é o mais
utilizado nos desenhos arquitetônicos, pois possibilita correções e facilita a cópia (por serem
semitransparentes).
c) Esquadros: são instrumentos utilizados para elaborar traçados de retas paralelas, retas inclinadas
(com ângulos conhecidos) ou ainda retas perpendiculares às retas traçadas, como no exemplo a
seguir.
30o e 60o
45o
2 Anteprojeto: é um projeto preliminar que apresenta a ideia inicial do que se pretende construir. Por exemplo, após serem
feitas as definições e alterações, passa a ser chamado de projeto.
2 Fundamentos de desenho técnico
23
São feitos de madeira ou plástico, sendo os mais usados os de plástico transparente e resistente. Os
esquadros são de dois tipos:
-- Um tem o formato de um triângulo retângulo isósceles3, cujos ângulos são de 45º;
-- O outro tem o formato de um triângulo retângulo escaleno4, cujos ângulos são de 30º e 60º.
Eles servem para fazer traçados com ângulos de 45º e 30º ou 60º respectivamente, conforme figura
a seguir.
Esquadro de 60º
60º
90º 30º
45º 45º
90º
Esquadro de 45º
Os esquadros podem ser utilizados com o auxílio da régua paralela ou régua “T” ou através da com-
binação dos dois, nesse caso um esquadro serve de “guia ou apoio” para o outro.
d) Compasso: instrumento utilizado para realizar o traçado de circunferências ou arcos. Os mais re-
comendados para desenho técnico são os que possuem partes acessórias, como adaptador uni-
versal, prolongador e suporte articulável. Um dos acessórios, o adaptador universal, possibilita, por
exemplo, elaborar o traçado com o uso do lápis ou lapiseira acoplado ao compasso; outro acessório
chamado de prolongador possibilita elaborar circunferências com raios maiores. Na figura a seguir,
veremos um exemplo de compasso e seus acessórios.
Prolongador
Adaptador Universal
Suporte articulável
Figura 6 - Compasso
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
3 Triângulo retângulo isósceles: triângulo que tem dois lados com medidas iguais.
4 Triângulo retângulo escaleno: triângulo que tem todos os seus lados com medidas diferentes.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
24
e) Lápis, lapiseira, grafitas e borracha: o lápis de madeira e a lapiseira (ou porta-minas) são utili-
zados para elaborar o traçado dos desenhos. A diferença entre eles é a fácil substituição de pontas
assegurada pela lapiseira.
Em ambos, é importante atentar-se quanto ao tipo de grafita (a ponta do lápis ou a mina da lapisei-
ra) utilizado, pois as grafitas são graduadas em função da sua dureza: grafita dura vai de H ao 9H; a
grafita mole vai de B ao 9B e a grafita intermediária HB e F.
O tipo de grafita utilizado na hora de desenhar faz toda a diferença. As grafitas mais duras (Série H)
apresentam um traçado mais fino e com uma tonalidade cinza, bastante utilizadas para elaborar
esboços e croquis. As grafitas moles ou macias (Série B) apresentam um traçado mais espesso e com
tonalidades escuras, utilizadas nos sombreamentos dos desenhos. Já as intermediárias (Série HB e F)
possuem uma tonalidade média sendo ideais para rascunhos e escrita, conforme veremos na figura
a seguir.
f) Escalímetro: o escalímetro é um instrumento em formato triangular composto por seis faces con-
tendo em cada face uma régua com uma escala diferente. Os escalímetros mais usuais contêm as se-
guintes escalas: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125, conforme podemos observar na figura a seguir.
Escala de redução
Figura 9 - Escalímetro
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Esse instrumento é utilizado para confeccionar e/ou medir os desenhos, utilizando as escalas de
redução. Com o escalímetro, é possível também extrair ou conferir as medidas do projeto.
No próximo item, estudaremos sobre as Normas Técnicas mais usadas para a elaboração do desenho
técnico.
Ainda que o desenho técnico seja muitas vezes associado à criação de elementos novos, em muitos cri-
térios ele não pode estar sujeito à criação e elaboração de parâmetros novos por parte de cada desenhista.
No desenho técnico, é necessária a existência de um padrão, de forma que o elemento representado seja
compreendido por várias pessoas nos mais variados lugares.
Essa necessidade de padronização fez surgir as normalizações que objetivam unificar não apenas as
formas de representar um desenho, mas os mais variados elementos (fabricação de peças, materiais, en-
tre outros), possibilitando uma melhor comunicação entre os variados segmentos: projetista, fabricante e
consumidor.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
26
As normalizações são divididas em níveis e são eles que definem seu alcance geográfico, político ou
econômico. Os principais níveis de normalização estão descritos a seguir:
a) Normalização internacional: normas técnicas que possuem uma abrangência mundial, por exem-
plo, ISO5, IEC6;
b) Normalização regional: normas técnicas que possuem uma abrangência regional, geralmente
aplicada a um grupo de países definidos por conta de uma região geográfica, econômica ou política
do mundo, por exemplo COPANT7, CEN8, AMN9;
c) Normalização nacional: normas técnicas que possuem uma abrangência nacional, ou seja, são
normas aplicadas a um país específico, por exemplo ABNT10, DIN11, AFNOR12;
d) Normalização empresarial: normas elaboradas por uma empresa ou grupo de empresa que ob-
jetivam orientar seus processos de fabricação, controle, compras, vendas, entre outros, como, por
exemplo, Normas Petrobrás;
e) Normalização de associações: são normas desenvolvidas por entidades associativas e técnicas
para orientação dos seus associados, por exemplo ASTM13.
Os níveis de normalização comumente são representados como uma pirâmide demonstrando a hierar-
quia existente entre elas, tendo em sua base a normalização empresarial, acima desta, a normalização de
associação, acima, as normalizações nacionais, seguindo das normalizações regionais e sub-regionais e, no
topo, as normalizações internacionais, como podemos observar na figura a seguir.
Regionais e sub-regional -
MERCOSUL, CEN (Europa), AMN
Associação - ASTM
Dentre as normas citadas anteriormente, abordaremos de forma breve um pouco sobre três delas, ISO,
IEC e ABNT, que são as normas de maior importância para a sua área de atuação nos níveis internacional,
regional e nacional, respectivamente, como veremos na sequência:
a) International Organization for Standardizon (ISO): Organização Internacional de Normalização. É
uma organização não governamental que elabora e aprova normas internacionais dos mais varia-
dos campos técnicos, como normas técnicas, normas de procedimentos e processos, entre outras;
b) International Electrotechnical Commission (IEC): Comissão Eletrotécnica Internacional: principal
organização internacional que elabora as normas relacionadas às tecnologias elétricas e eletrônicas.
Essa norma serve como base para a elaboração das normas nacionais relacionadas ao setor elétrico;
c) Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): criada em 1940 objetivando dotar o Brasil de
base científica, tem a finalidade de estabelecer regras para organizar as mais diversas atividades de
modo que assegurem qualidade e segurança nos processos e materiais, sendo sua função também
a atualização e cancelamento das normas. As normas criadas por ela são NBR (Normas Brasileiras
Registradas) que são ordenadas por uma numeração que indica uma norma específica.
Veremos na sequência as normas mais importantes para a representação do desenho técnico. São elas
que definem e padronizam os formatos e dobramentos do papel, a escrita técnica, os tipos de linha, as
cotas, entre outros.
Os desenhos, sejam eles desenhados à mão ou elaborados com o auxílio de programas de desenho,
resultam ao final em um desenho representado em uma prancha, que é uma folha com formato padroni-
zado contendo, além do desenho, as informações referentes ao elemento desenhado que, geralmente, são
apresentadas em forma de notas ou legendas, além do carimbo, que contém as informações referentes ao
projetista, proprietário, data, escalas, entre outras.
A padronização das informações das pranchas segue critérios de algumas normas que definem, por
exemplo, a determinação dos formatos, a organização dos espaços, o dobramento, as margens e a legenda
das folhas. A seguir, veremos um pouco sobre cada um desses itens.
FORMATOS
A norma que define as características e dimensões das folhas de desenho é a ABNT NBR 10068:1987 –
Folha de desenho: leiaute e dimensões. Essa norma define as dimensões dos formatos de papel que são
definidos a partir do formato básico denominado A0; desse derivam os formatos da série “A”, que são
gerados a partir da divisão do formato básico, que segue a razão entre seus lados de √2 (raiz quadrada de
dois), ou seja, a maior dimensão da folha (y) é √2 vezes a menor dimensão da folha (x), conforme veremos
a seguir;
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
28
x√2
y=
x
Form. básico AO
Área = 1m2
y = x √2
x = 8 41
y = 1189
Essa relação gera um formato de folha retangular harmônico, ou seja, suas dimensões são proporcio-
nais e harmoniosas. O quadro a seguir apresenta a relação dos formatos das folhas e suas dimensões.
Analisando o quadro anterior, podemos observar que o maior lado de cada um dos formatos da folha é
igual ao menor lado do formato da folha seguinte, e a maior dimensão da folha seguinte é igual ao dobro
do menor lado do formato anterior. Disso podemos constatar que os diferentes formatos podem ser obti-
dos a partir de subdivisões do formato A0, conforme mostra a figura a seguir.
2 Fundamentos de desenho técnico
29
A1
x/2
X A2
A3
A4
x/4
A6
A5
y/2 y/4 y/8 y/8
x/8
X
Form. A0
ESPAÇOS DA FOLHA
A ABNT NBR 10582:1988 - Apresentação da folha para desenho técnico - define as condições para a
organização dos espaços da folha. Segundo a norma, a folha é composta pelos seguintes elementos: mar-
gens, moldura, espaço para texto, espaço para desenho e legenda.
a) Moldura ou quadro: é a linha que demarca o espaço para o desenho, conforme podemos observar
na figura a seguir.
Espaço para
desenho
Margem
Quadro
Limite do papel
b) Margens: é o espaço entre o final da folha e a moldura, reservado para fazer as furações na folha
para posterior arquivamento. O quadro a seguir apresenta as dimensões das margens de acordo
com cada formato de folha:
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
30
Apesar da norma definir a margem à direita de 7 mm para as folhas A2, A3 e A4, é comum encontrar
gráficas e alguns fabricantes de papel que utilizem essas folhas com a margem de 10 mm.
c) Espaço para o texto: espaço reservado para descrever as informações pertinentes ao desenho
(pode conter as legendas das simbologias, instruções ou referências relacionadas ao desenho). Po-
dem ser posicionadas na horizontal ou na vertical como for mais conveniente ao projetista (ver
figura a seguir).
Legenda Legenda
Figura 14 - Organização de prancha de desenho
Fonte: ABNT NBR 10582, 1988. (Adaptado).
d) Espaço para desenho: espaço da folha reservado exclusivamente para o desenho, e está limitado
pela moldura da folha e também pelo espaço para o texto, conforme pode ser visto na figura ante-
rior;
e) Legenda: espaço localizado no canto inferior direito da folha e possui 170 mm. Sua altura pode
variar em função das informações que serão descritas. Esse espaço contém as informações relacio-
nadas ao desenho, por exemplo: identificação dos projetistas, empresa e/ou proprietário, escalas,
nome do projeto, endereço, data, entre outros. Observe na imagem a seguir.
2 Fundamentos de desenho técnico
31
PROJETO RESIDENCIAL
PROJETO ARQUITETÔNICO
Planta Baixa
Cliente: xxxxxxxxxxx
Endereço: xxxxxxxxxxx
ESCALA: Responsável Técnico: DATA: FOLHA: FORMATO:
1:50 xxxxxxxxxx xxxxxx 01/04 A3
DOBRAMENTO
Os formatos de folha maiores que A4 necessitam ser dobrados e muitas vezes acomodados em pastas a
fim de que os mesmos possam ser arquivados. A ABNT NBR 13142:1999 - Dobramento de cópias define as
regras para que o dobramento das folhas de desenho seja padronizado de forma que os formatos A0, A1,
A2 e A3 tenham ao final do dobramento o formato da folha A4. Isso possibilita uma melhor organização e
arquivamentos das folhas.
Essa norma foi cancelada em 2017 e não possui substituta, apesar de estar cancelada, é muito comum
a utilização dos padrões de dobramento estabelecido por ela nos escritórios de projeto e até mesmo em
programas específicos de desenho, que já possuem modelos prontos de pranchas de desenho, por isso é
importante que a conheça.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
32
Formato A0 Formato A1
1189
841
105
105
247
d
297
297
841 d
594
d
A0
297
119,5
297
A1
LEGENDA
LEGENDA
Formato A2 Formato A3
594 420
105
123
A3
297
420
297
A2
Legenda
LEGENDA
A legibilidade, a uniformidade e reprodução dos desenhos sem a perda da qualidade dos mesmos são
alguns critérios definidos pela ABNT NBR 8402:1994 - Execução de caractere para escrita de desenho téc-
nico. Ela é válida para a realização de qualquer desenho, seja ele à mão livre ou com a utilização de um
programa de desenho.
A norma estabelece que os caracteres da escrita devem ser escritos claramente de modo que não haja
dúvidas na sua interpretação. Ela apresenta ainda uma tabela (observe a seguir) com a relação das alturas
das letras e espaçamentos que devem existir entre as linhas, caractere e palavras, de forma que a escrita
seja legível.
Observe que para cada altura de letra (maiúscula ou minúscula) existe uma distância diferente entre os
caracteres, entre as linhas, entre as palavras, assim como a espessura que deve ter a linha do texto, con-
forme podemos ver na figura a seguir. Observe que cada letra da figura está associada a um elemento da
tabela anterior.
A depender do elemento que precisamos representar, utilizamos em desenho técnico um dado tipo
de linha. As linhas, além de descrever o elemento, servem para dar a sensação de distância do objeto com
relação ao observador ou se o elemento é visto ou não, assim como outras informações. A norma que
define os critérios referentes aos tipos de linhas adotados em desenho técnico é a ABNT NBR 8403:1984 -
Aplicação de linhas em desenho.
Essa norma define dez tipos de linhas estabelecendo as suas usuais aplicações. No quadro a seguir
veremos alguns desses tipos de linhas, os tipos mais pertinentes aos nossos estudos em desenho técnico.
G1 linhas de centro
G Traço e ponto estreita
G2 linhas de simetria
Traço e ponto estreita,
H larga nas extremidades e H1 planos de corte
na mudança de direção
Quadro 5 - Tipos de linha e sua aplicação
Fonte: ABNT NBR 8403, 1984.
Observe que o quadro anterior diferencia as linhas em duas espessuras: traço largo e estreito. Essa re-
lação entre largo e estreito é feita tendo como base as dimensões do papel e o tipo de desenho, sendo
responsabilidade do projetista avaliar qual espessura de traço apresentará o efeito desejado de acordo
com as dimensões do desenho e da folha utilizada. No geral, as espessuras das linhas especificadas são:
0,18; 0,25; 0,35; 0,5; 0,7; 1,4 e 2 mm.
Durante a realização de um desenho pode haver a sobreposição das linhas do desenho. Quando isso
acontece, é necessário representar as linhas que possuem maior relevância com a interpretação do dese-
nho. Nesse caso, a seguinte regra de precedência deve ser observada:
a) 1º arestas e contornos visíveis;
b) 2º arestas e contornos invisíveis;
c) 3º planos de corte;
2 Fundamentos de desenho técnico
35
Sabemos que o desenho técnico é a representação gráfica de um elemento, seja ele uma peça, um
equipamento ou até mesmo uma edificação, e são utilizados como referência para a execução dos mes-
mos. Para que tais desenhos sejam compreendidos, nem sempre eles podem ser representados em suas
dimensões reais. Para isso, é necessário a utilização de escalas apropriadas.
A norma que define as condições exigíveis para o emprego de escalas é a ABNT NBR 8196, que foi can-
celada em 2016 e não possui substituta, porém os conceitos referentes a escala já são comuns em grande
parte das literaturas e os seus conceitos bastante difundidos, sendo assim é importante conhecê-la.
Escala é uma relação de proporcionalidade que existe entre as dimensões do desenho e a correspon-
dente dimensão do objeto real. Essa relação é feita seguindo uma razão entre as medidas do desenho (d)
e as medidas reais do elemento a ser representado (R), conforme veremos a seguir:
Esc: d ou Esc: d: R
R
A escolha da escala mais adequada para o desenho é feita analisando as dimensões do elemento a
representar, as dimensões do papel e o grau de detalhamento do desenho. De forma geral, a escolha da
escala deve ser tal que possibilite uma interpretação correta de forma que não haja dúvidas quanto ao que
está sendo representado.
2 Fundamentos de desenho técnico
37
A projeção ortogonal é uma técnica utilizada para representar graficamente elementos tridimensionais
por meio de desenhos bidimensionais, ou seja, é a representação das vistas ortográficas do elemento nos
planos de projeção, de forma que transmitam suas características de forma clara, precisa e com suas di-
mensões expressas em verdadeira grandeza.
Essa técnica de representação foi idealizada por Gaspar Monge no século XVIII e consiste em um plano
de projeção criado a partir dos planos vertical e horizontal que se cruzam perpendicularmente formando
quatro regiões. Essas regiões são chamadas de diedros e são numeradas no sentido anti-horário da seguin-
te forma 1º, 2º, 3º e 4º diedro. Cada diedro está limitado por dois semiplanos perpendiculares entre si e so-
bre os quais são projetadas as diversas vistas do elemento, conforme podemos observar na figura a seguir.
SPVS
2º diedro 1º diedro
SPHP SPHA
3º diedro 4º diedro
SPVI
1º Diedro 3º Diedro
Qualquer projeção realizada no plano do 1º diedro é feita considerando que o elemento a ser represen-
tado está entre o observador e o plano de projeção, considera-se o elemento imóvel no espaço de forma
que o observador possa ver todas as suas vistas, conforme figura a seguir.
PV PL
o
jet
Ob
PH
Observador
Figura 20 - Posição do objeto no 1º diedro
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Com o objeto nessa posição para que sejam geradas as projeções das vistas no plano basta traçar linhas
auxiliares partindo das arestas do objeto até os planos de projeções. Considerando-se que o objeto esteja
circundado por seis planos, como se estivesse envolto em uma caixa, projeta-se as vistas do objeto nas
seis faces da caixa, que será posteriormente aberta gerando assim as vistas em um único plano, conforme
podemos ver na figura abaixo.
2 Fundamentos de desenho técnico
39
Vista Inferior
E
E
Vista L. Direita Vista Frontal Vista L. Esquerda Vista Posterior
D A C F
Z Vista Superior
C
A B
D X
F
12
3
4
B
As projeções apresentadas após as vistas serem rebatidas (caixa aberta) resultam nas seguintes vistas:
a) Projeção A: vista de frente ou elevação (mostra a vista frontal do objeto);
b) Projeção B: vista superior ou planta (vista posicionada abaixo);
c) Projeção C: vista lateral esquerda (vista posicionada à direita);
d) Projeção D: vista lateral direita (vista posicionada à esquerda);
e) Projeção E: vista inferior (vista posicionada acima);
f) Projeção F: vista posterior ou vista de trás.
Essa é a representação padrão das vistas quando um objeto é representado no 1º diedro. É importante
se atentar à posição das vistas na sua representação final, pois elas são rebatidas em planos opostos à sua
posição conforme descrito anteriormente.
Diferente do 1º diedro, a projeção no plano do 3º diedro é feita considerando que o plano de projeção
está entre o observador e o elemento a ser representado. Nesse caso, considera-se um plano transparente
que possibilite a visualização do objeto através dele. Estando o observador na frente do plano de projeção,
ele puxa as linhas de projeção partindo do objeto para o plano, conforme figura a seguir.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
40
Linhas de
projeção
ETO
OBJ
EÇ ÃO
EP ROJ OBS
D ERV
PL ANO ADO
R
Figura 22 - Posição do objeto no 3º diedro
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Para que sejam geradas as projeções das vistas no plano, basta traçar linhas auxiliares partindo das ares-
tas do objeto até os planos de projeções, considerando-se que o objeto esteja circundado por seis planos,
como se estivesse envolto em uma caixa, que será posteriormente aberta gerando assim as vistas em um
único plano, conforme podemos ver na figura a seguir.
Vista Superior
Z B
2
1 B
4 Vista Posterior Vista L. Esquer. Vista Frontal Vista L. Direita
F D
F C A D
Y
X C A
Vista Inferior
As projeções apresentadas após as vistas serem rebatidas (caixa aberta) resultam nas seguintes vistas:
a) Projeção A: vista de frente ou elevação (mostra a vista frontal do objeto);
b) Projeção B: vista superior ou planta (vista posicionada acima);
c) Projeção C: vista lateral esquerda (vista posicionada à esquerda);
2 Fundamentos de desenho técnico
41
Cotar uma vista consiste em dispor nela todas as dimensões que possibilitarão a sua interpretação,
pois são elas que definem as características geométricas do elemento representado, a partir das medidas
de comprimento, altura, largura, assim como as informações relacionadas ao diâmetro ou ângulos do ele-
mento.
As cotas devem ser dispostas nas vistas de forma que todas as dimensões do elemento sejam repre-
sentadas, se atentando para que não haja a repetição ou a disposição de cotas desnecessárias. Por isso,
veremos na sequência algumas regras a serem seguidas na cotagem de vistas de um elemento:
a) Cotar o elemento uma única vez em qualquer uma das vistas;
b) A cota deve estar na vista que represente o elemento com maior clareza;
c) Dispor as cotas de forma que fique claro o elemento que está sendo cotado;
d) Cotar apenas os elementos essenciais. Evite o excesso de cotas;
e) Não é necessário especificar a unidade de medida nas cotas, apenas quando se tratar de uma unida-
de diferente da predominante no desenho.
Na figura a seguir, veremos um exemplo de cotagem de vistas.
10 14
12
5
28
Observe que as cotas foram dispostas nas vistas que melhor representavam o elemento a ser cotado. Na
sequência, estudaremos mais sobre cotagem.
Sabemos que o desenho técnico é utilizado como referência para que um dado elemento seja cons-
truído. Sendo assim, ele deve conter as dimensões e informações necessárias possibilitando sua correta
execução.
As dimensões representadas no desenho técnico recebem o nome de cota e chamamos de cotagem ou
cotar, a técnica de dispor as cotas no desenho. A cotagem é feita seguindo os critérios definidos pela ABNT
NBR 10126:1998 – Cotagem em desenho técnico. Segundo ela, uma cota é composta basicamente de qua-
tro elementos: cota, linha de cota, linha de chamada e delimitador da cota, conforme veremos a seguir:
Linha de chamada
Os traços indicam o
limite da linha de cota
Linha de cota
Valor da cota indica o
tamanho real do objeto
Figura 25 - Elementos da cota
Fonte: ABNT NBR 10126, 1998. (Adaptado).
a) Cota: é o número que representa a dimensão do elemento cotado. Geralmente, a unidade de medi-
da não é expressa junto às cotas;
b) Linha de cota: é a linha com traço contínuo fino, paralelas ao contorno do elemento, que possuem
na extremidade setas, traço ou pontos que a delimitam e sobre a qual é escrita a cota;
c) Linha de chamada: é a linha com traço contínuo fino, perpendicular às linhas de cota;
d) Delimitador da cota (setas, traços, ponto): é o elemento que delimita os extremos da linha de
cota com a linha de chamada, podem ser utilizadas setas, traços, pontos entre outros.
2 Fundamentos de desenho técnico
43
CASOS E RELATOS
A cotagem dos desenhos é feita obedecendo um conjunto de regras que objetivam facilitar a leitura e
interpretação dos desenhos. A seguir, veremos algumas regras para a cotagem do desenho técnico:
a) As cotas representadas no desenho devem indicar sempre as dimensões reais do objeto, indepen-
dente da escala utilizada no desenho;
b) Deve ser utilizada uma mesma unidade de medida, em geral metros;
c) As unidades de medidas não são indicadas nas cotas, mas podem ser indicadas na legenda ou em
algum outro campo da prancha;
d) Quando forem utilizadas unidades de medida diferentes das unidades do projeto, esta deve ser
indicada;
e) Indicar todas as cotas necessárias;
f) Colocar as cotas prevendo futura utilização;
g) Evitar o cruzamento das linhas de cotas com outras linhas, por exemplo: linhas de chamadas ou
arestas;
h) Posicionar as cotas o mais próximo possível do elemento cotado;
i) As cotas devem ser localizadas fora do desenho (sempre que possível);
j) Evitar a repetição de cotas, cotar o elemento apenas uma vez;
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
44
k) Quando não houver espaço na linha de cota para colocar a cota, ela pode ser colocada abaixo da
linha de cota.
Para saber mais sobre os critérios e as regras de cotagem de desenho técnico, con-
SAIBA sulte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126: cotagem em
MAIS desenho técnico: procedimento. Rio de Janeiro, 1998.
A perspectiva é uma representação gráfica utilizada para obter uma visão espacial14 do objeto. Esse é
um recurso aplicado quando se pretende desenhar o objeto tal como ele é visto. Sua utilidade está na visão
realista do objeto, que possibilita a interpretação imediata do seu volume, mas nem sempre as perspecti-
vas possibilitam uma boa representação dos detalhes do objeto, por isso não são utilizados em desenhos
de fabricação ou montagem, mas o acompanham pois apresentam a ideia clara do elemento montado.
Veremos na sequência os tipos de perspectivas mais usuais em desenho técnico.
A perspectiva paralela cavaleira é um tipo de projeção onde a face frontal do objeto é paralela ao plano
de projeção, de forma que a face frontal do objeto é representada em verdadeira grandeza (observe os ei-
xos X e Y das figuras a seguir) e as demais faces são distorcidas utilizando-se para isso coeficientes de redu-
ção, que serve para ajustar uma das dimensões do objeto. Esse tipo de perspectiva pode ser de três tipos:
a) Cavaleira 30º;
b) Cavaleira 45º;
c) Cavaleira 60º.
A diferença entre elas está no ângulo de projeção oblíquo (30º, 45º ou 60º) o que resulta em diferen-
tes coeficientes de redução15 com relação à representação da profundidade dos objetos representados. O
quadro a seguir mostra a disposição dos eixos X, Y e Z para cada uma das perspectivas cavaleiras, assim
como o coeficiente de redução adotado em cada uma delas.
X X X
300
450 600
y
y y
Z
Z Z
Coeficiente X y Z X y Z X y Z
de redução
2/3 1 1 1/2 1 1 1/3 1 1
4cm 3cm
2cm
Observe que nesse tipo de perspectiva as medidas de largura (y) e altura (z) são representadas em ver-
dadeira grandeza, já a profundidade (x) é reduzida com um coeficiente de redução k= 2/3 (cavaleira 30º),
k= 1/2 (cavaleira 45º) e K= 1/3 (cavaleira 60º).
A perspectiva cavaleira 45º é a mais utilizada pois é a que apresenta a menor distorção visual com rela-
ção às dimensões, além de ser mais simples de representar, tendo em vista que a profundidade é reduzida
à metade durante a sua representação. Com esse tipo de perspectiva, apresenta-se uma visão mais realista
do objeto representado.
A perspectiva paralela axométrica é um tipo de projeção onde as linhas projetantes são perpendicula-
res aos planos de projeção e também são paralelas entre si. Esse tipo de projeção é dividido em dimétrica,
trimétrica e isométrica, conforme veremos a seguir.
a) Trimétrica: nessa perspectiva, o objeto contém todas as suas faces nos planos oblíquos de proje-
ção, os ângulos que os eixos formam entre si são variáveis de modo que apenas uma dimensão do
objeto é representada em verdadeira grandeza, os demais necessitam de coeficientes redutores.
Dessa forma, desenhar utilizando esse tipo de projeção se torna demorado, dada a necessidade de
se trabalhar com os coeficientes redutores;
b) Isométrica: nessa perspectiva, não é necessário o uso de coeficientes de redução, pois os eixos de
projeção formam entre si ângulos iguais de 120º, (daí vem o nome Iso, que significa igual). Esse é o
tipo de perspectiva mais utilizado, pois não precisa utilizar os coeficientes de redução;
c) Dimétrica: nesse tipo de perspectiva, é utilizado coeficiente de redução r=1 nos eixos de altura e
largura e r= 0,6 na dimensão da profundidade. Apesar de ser mais simples do que a trimétrica, esse
tipo de perspectiva também não é muito utilizado, tendo em vista a necessidade de utilizar o coefi-
ciente de redução em uma das suas dimensões;
d) Desenho isométrico (Visão explodida): a visão explodida é um tipo de perspectiva isométrica
muito utilizada em desenhos de montagem de conjuntos e possui uma fácil interpretação, pois
representa o elemento desconstruído de forma que se visualize a ordem da montagem das peças.
Pode ser utilizada em alguns casos, em substituição dos cortes, pois nesse tipo de perspectiva é
possível visualizar de forma clara todas as peças que compõem o equipamento. Observe a figura a
seguir.
0
Ø2
0 Ø20 Ø2
20 20
20
15 15 15
10
15 15 15
10
10
50 50
50 30
30 30
Chegamos ao fim do nosso capítulo e espero que você tenha conseguido assimilar o conteúdo apre-
sentado aqui.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
48
RECAPITULANDO
Estaremos abordando nesse capítulo sobre o conselho de classe que é um órgão formado
por representantes de cada profissão, com diretorias eleitas de forma democrática por seus as-
sociados. O conselho é responsável pelo registro, regulamentação, orientação e fiscalização do
exercício profissional. No caso do técnico em eletrotécnica, o conselho que o regulamenta na
esfera Regional é o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) e na esfera Federal
o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA).
Esses conselhos foram criados a fim de regulamentar, fiscalizar, controlar e orientar o exer-
cício dos profissionais de nível médio e superior das Engenharias, Agronomia, Geologia, Geo-
grafia e Meteorologia, respaldados por uma série de leis, decretos e resoluções que definem
as atribuições e responsabilidades técnicas desses profissionais, assim como outras questões.
Veremos nesse capítulo as atribuições técnicas do técnico em eletrotécnica, que estão dis-
postas no Decreto nº 90.922 de 6 de fevereiro de 1985. De acordo com esse decreto, um profis-
sional só possui atribuição técnica em atividades que estão em concordância com sua forma-
ção acadêmica, de forma que este não atue em atividades que não são do seu conhecimento e
formação, impedindo assim a atuação de leigos e assegurando a segurança nos serviços pres-
tados à sociedade. (BRASIL, 1985).
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
52
As atribuições técnicas dos técnicos em eletrotécnica estão dispostas no Decreto nº 90.922/1985 que
regulamenta a Lei nº 5.524/1968, que dispõe sobre o exercício profissional do Técnico Industrial de nível
médio ou de 2º grau, que são os profissionais com escolarização de 2º grau ou equivalente e são especiali-
zados ou habilitados ao exercício de atividades intermediárias às dos profissionais de nível superior.
Considera-se atribuição técnica o ato de assegurar direitos e responsabilidades para exercer uma profis-
são, face às habilidades e competências obtidas através de uma formação profissional em cursos regulares
e reconhecidos. O artigo 4º do Decreto nº 90.922/1985 atribui aos técnicos das diversas modalidades as
seguintes atividades:
a) Executar e conduzir a execução técnica de trabalhos profissionais, bem como orientar e coordenar
equipes de execução de instalações, montagens, operação, reparos ou manutenção;
b) Prestar assistência técnica e assessoria no estudo de viabilidade e desenvolvimento de projetos e
pesquisas tecnológicas, ou nos trabalhos de vistoria, perícias, avaliação, arbitramento e consultoria,
exercendo entre outras atividades as seguintes:
-- Coleta de dados de natureza técnica;
-- Desenho de detalhes e de representação gráfica de cálculos;
-- Elaboração de orçamentos de materiais e equipamentos, instalações e mão de obra;
-- Detalhamento de programas de trabalho, observando normas técnicas e de segurança;
-- Aplicação de normas técnicas concernentes aos respectivos processos de trabalho;
-- Execução de ensaios de rotina, registrando observações relativas ao controle de qualidade
dos materiais, peças e conjuntos;
-- Regulagem de máquinas, aparelhos e instrumentos técnicos.
c) Executar, fiscalizar, orientar e coordenar diretamente serviços de manutenção e reparo de equipa-
mentos, instalações e arquivos técnicos específicos, bem como conduzir e treinar as respectivas
equipes;
3 Conselho de classe
53
Nenhum profissional pode desenvolver atividades além das que lhe competem,
FIQUE pois elas estão condicionadas a suas habilitações profissionais, ou seja, ele só
ALERTA possui atribuição técnica em atividades que estão em concordância com sua a
formação profissional definida na grade escolar.
16 Demanda de energia: é a soma das potências dos aparelhos elétricos que funcionam simultaneamente.
17 kVa: quilovolt-ampère; unidade de medida de potência aparente.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
54
É importante saber que não basta apenas possuir a qualificação profissional, pois a execução de alguns
serviços no setor elétrico exige que o trabalhador seja qualificado, capacitado, habilitado ou ainda autori-
zado para tal. Essa exigência é válida na execução de determinadas atividades e os trabalhadores são assim
classificados em função do risco existente no desempenho das mesmas.
A norma que classifica os riscos referentes ao desempenho dos serviços elétricos é a Norma Regulamen-
tadora 10 (NR 10). Ela define os critérios a serem seguidos para que se tenha segurança nas instalações e
serviços em eletricidade. Segundo ela, os trabalhadores são classificados em: qualificado, habilitado, capa-
citado e autorizado.
a) Trabalhador qualificado: é o trabalhador que comprova conclusão em curso específico e reconhe-
cido na área elétrica;
b) Trabalhador habilitado: é o trabalhador previamente qualificado que possui registro no conselho
de classe;
c) Trabalhador capacitado: é o trabalhador que recebe capacitação sob orientação e responsabili-
dade de um profissional habilitado e autorizado. A capacitação só tem validade na empresa que o
capacitou e nas condições estabelecidas pela capacitação;
d) Trabalhador autorizado: trabalhador qualificado ou capacitado e os profissionais habilitados com
anuência18 formal da empresa.
Aprendemos nesse item quais as atribuições de um técnico em eletrotécnica e vimos também que sua
atuação no setor elétrico não exige apenas a qualificação do mesmo, pois determinados tipos de serviço
exigem que ele além de capacitado ou qualificado, seja habilitado ou ainda autorizado para tal.
Aprenderemos no próximo item sobre as responsabilidades técnicas de um técnico em eletrotécnica.
A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é o instrumento legal instituído pela Lei Federal nº
6.496/1977, que define os direitos e obrigações entre os profissionais e os contratantes de seus serviços
técnicos, estabelecendo os responsáveis técnicos pela execução de obras ou prestação de serviços que
constam no rol de profissionais abrangidos pelo sistema CONFEA/ CREA.
O CONFEA, de acordo com as atribuições definidas por essa lei, estabelece por meio da resolução nº
1.025/2009 as disposições referentes a ART. Segundo essa resolução, todo o contrato para a execução de
obras ou a prestação de serviços seja ele escrito ou verbal deve ser realizado mediante a emissão da ART,
que é feita no CREA da região onde for realizada a atividade.
A emissão da ART é válida tanto para os profissionais como para pessoas jurídicas de direito público ou
privado, cujas atividades desenvolvidas ou ainda o desempenho de cargo ou função técnica, envolvam
atividades que dependam de habilitação legal e conhecimentos técnicos relacionados aos profissionais
abrangidos pelo sistema CONFEA/ CREA. Na figura a seguir, vemos um modelo de ART.
Página 1/1
1. Responsável Técnico
2. Contratante
Contratante: CPF/CNPJ:
Nº:
Complemento: Bairro:
Cidade: UF: CEP:
País:
Telefone: E-mail:
Contrato: Celebrado em:
Valor: Tipo de contratante:
Ação Institucional:
3. Dados da Obra/Serviço
Proprietário: CPF/CNPJ:
Nº:
Complemento: Bairro:
Cidade: UF: CEP:
Telefone: E-mail:
Coordenadas Geográficas:
Data de Início: Previsão de término:
Finalidade:
4. Atividade Técnica
12 - Execução Quantidade Unidade
Após a conclusão das atividades técnicas o profissional deverá proceder a baixa desta ART
5. Observações
6. Declarações
7. Entidade de Classe
8. Assinaturas
Declaro serem verdadeiras as informações acima CPF:
9. Informações
* A ART é válida somente quando quitada, mediante apresentação do comprovante do pagamento ou conferência no site do Crea.
10. Valor
Valor da ART: Pago em: Nosso Número:
A autenticidade desta ART pode ser verificada em: http://sitac.creaba.org.br/publico/, com a chave:
Impresso em: por: , ip:
A emissão da ART objetiva assegurar ao profissional o direito de autoria do projeto elaborado por exem-
plo, assim como responsabilizá-lo pela execução de uma obra, prestação de um serviço ou ainda o desem-
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
56
penho de um cargo ou função técnica. E garante a sociedade segurança por não ter atuando nos campos
ora citados, pessoas leigas que não tenham conhecimento do que estão realizando.
O registro da ART deve ser realizado antes do início dos serviços, pois iniciar uma atividade sem a devida
anotação de responsabilidade técnica pode gerar multas previstas em lei ao profissional ou a empresa. O
registro é feito no site do CREA mediante preenchimento de formulário eletrônico com o posterior paga-
mento do boleto gerado.
O site possui uma página específica para a emissão da ART na qual devem ser preenchidas as informa-
ções referentes à execução de obras, serviço prestado, desempenho de cargo ou função técnica. Após
pagamento, a ART é anotada junto ao SIC (Sistema de Informações CONFEA/ CREA) e só então é liberada a
impressão da ART.
CASOS E RELATOS
Durante a execução das instalações, a obra foi fiscalizada pelo CREA que constatou que as mesmas
estavam sendo executadas com um projeto cujo profissional não havia feito a anotação de respon-
sabilidade técnica (ART). Dessa forma, o engenheiro foi autuado pelo CREA e multado, pois negli-
genciou a obrigatoriedade de emissão da ART.
O código de defesa do consumidor (CDC) é um conjunto de normas que objetivam a defesa e proteção
do consumidor, assim como regulamenta a relação entre fornecedores e consumidores de um modo ge-
ral, estabelecendo para isso padrões de conduta, definindo prazos a serem seguidos, assim como criando
penalidade em caso de descumprimentos.
As normas de proteção e defesa do consumidor estão definidas na Lei nº 8.078/1990, que dispõe sobre
a proteção do consumidor e as obrigações dos fornecedores. Considera-se consumidor para efeito desta
lei toda a pessoa física ou jurídica que faz a aquisição de um produto ou serviço, sendo esse o destinatá-
rio final. Já o fornecedor é toda a pessoa (física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira),
responsável pelo desenvolvimento, produção, construção, comercialização de qualquer bem (móvel ou
imóvel, material ou imaterial) ou prestação de serviços.
Você deve estar se perguntando o que tem a ver o código de defesa do consumidor com a atuação
profissional do técnico em eletrotécnica.
Ó D I G O DE
C
A DO
DEFES DOR
UMI
CONS
O CDC é o aparato legal para regulamentar a relação entre consumidor e fornecedor. Enquanto profis-
sional da área técnica em eletrotécnica, você estará atuando como fornecedor. Nesse caso, o bem forne-
cido será a execução das instalações, uma prestação de serviço ou desenvolvimento de um projeto, por
exemplo, e o seu cliente, seja ele pessoa física ou jurídica, será o consumidor final do bem por você produ-
zido. Entendeu agora?
Sabendo disso, veremos na sequência alguns aspectos importantes do CDC que você deverá estar aten-
to em sua atuação profissional.
a) Responsabilidades do fornecedor: os artigos de 12 a 25 da Lei nº 8.078/1990 estabelecem al-
gumas responsabilidades para quem fornece produtos ou serviços, seja ele fabricante, construtor,
produtor, entre outros, devendo este ser:
-- Responsável pela qualidade do produto ou serviço entregue;
-- Responsável pelos vícios de qualidade dos produtos ou serviços prestados que podem causar
danos físicos, pondo em risco a segurança do consumidor;
-- Responsável por danos causados caso o produto oferecido esteja defeituoso ou não tenha
informações suficientes para seu uso de forma segura. (BRASIL, 1990).
b) Direito do consumidor: os artigos de 12 a 25 apresentam também alguns direitos dos consumido-
res frente às situações citadas anteriormente. São alguns exemplos delas:
-- No caso de vícios19 na prestação dos serviços, o cliente pode exigir a devolução, o abatimento
do valor ou ainda que o serviço seja refeito sem custos adicionais;
-- No caso de produtos defeituosos, ele pode exigir a troca, abatimento do preço ou o dinheiro
de volta. (BRASIL, 1990).
O descumprimento das obrigações previstas no CDC é passível de penalizações dos responsáveis que
deverão ser analisadas caso a caso. Cabe ao consumidor conhecer os seus diretos assim como os prazos
e meios para reclamá-los e ao fornecedor conhecer suas obrigações e penalidade existentes no caso do
descumprimento destas.
19 Vícios: são erros que acontecem e podem gerar um mau funcionamento no produto ou serviço prestado.
3 Conselho de classe
59
O código de maneira geral estabelece que o bem ou serviço oferecido deve ser entregue ou prestado
conforme as condições estabelecidas, garantindo segurança, qualidade e durabilidade predefinidas pelos
fornecedores ou prestadores de serviços.
Por isso, fique atento às atribuições e responsabilidades técnicas enquanto profissional, e às obrigações
enquanto fornecedor de serviços, assim como aos direitos dos consumidores a fim de não ser penalizado
pelo descumprimento de tais.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
60
RECAPITULANDO
Aprendemos ao longo desse capítulo sobre o conselho de classe que rege a atuação profissional do
técnico em eletrotécnica, onde vimos que tal responsabilização no âmbito Regional é destinada ao
CREA e no âmbito Federal ao CONFEA.
Aprendemos sobre as atribuições dos técnicos de nível médio e vimos que o desempenho profissio-
nal está condicionado às atribuições aprendidas e que constam na grade curricular do profissional.
Tal informação consta no sistema CREA assim como na Carteira de Identidade do profissional.
Vimos também que o desempenho das atividades profissionais do técnico está condicionado à ano-
tação de responsabilidade técnica (ART), cuja finalidade é responsabilizar o profissional quanto ao
desempenho das suas atividades. Negligenciar a emissão da ART pode acarretar multa ao profissio-
nal.
Por fim, estudamos um pouco do código de defesa no consumidor CDC, instrumento legal que re-
gulamenta a relação ente os fornecedores e os consumidores, objetivando garantir ao último segu-
rança e qualidade quanto ao bem fornecido pelo primeiro.
3 Conselho de classe
61
Normas técnicas
A normalização é tão antiga quanto a própria civilização. Desde o princípio, os homens das
cavernas convencionaram sons associando-os a objetos e ações a fim de se comunicarem. Com
o passar do tempo e na medida em que a sociedade se organizava, o homem criava regras para
o plantio, a colheita, a construção, assim como para estimar as dimensões, pesos, distâncias,
entre outros.
Observamos com isso que, na medida em que a civilização evoluía, surgia a necessidade
da padronização que foi impulsionada por eventos marcantes como a Revolução Industrial,
o primeiro grande marco na história da normalização mundial. O advento da indústria tornou
necessária a utilização de padrões técnicos a fim possibilitar a fabricação em série de produtos
e equipamentos com as mesmas características e qualidade, que até então eram fabricados de
forma artesanal e cada artesão tinha seu próprio sistema de fabricação.
Outro momento marcante foi o período da Segunda Guerra Mundial, onde os Estados Uni-
dos tiveram que adaptar suas indústrias para a produção de navios, aviões, canhões, entre
outros. Dada a urgência da produção armamentista e militar, as atividades eram divididas e
muitas peças eram fabricadas em locais distantes e depois encaminhadas para a montagem.
Essa situação demandava a necessidade de padronização tanto de medidas como das tolerân-
cias para a fabricação, pois a peças precisavam ser compatíveis entre si.
Por conta disso, durante a Segunda Guerra Mundial, foi criado o Comitê de Coordenação da Normaliza-
ção das Nações Unidas - United Nations Standards Coordinating Committee (UNSCC), com 18 membros dos
países aliados, mas esse comitê existiu somente enquanto durou o conflito. Em 1946, após a guerra, dele-
gações de 25 países, incluindo o Brasil, se reuniram e criaram a International Organizatiom for Standardi-
zation (ISO), Organização Internacional de Padronização, objetivando a unificação das normas industriais.
A criação da ISO foi o pontapé inicial para a padronização a nível mundial, que objetivava facilitar o
intercâmbio comercial entre os países. Dessa forma, a normalização deixou de ser centrada apenas nos
mercados nacionais e no desenvolvimento industrial de cada país.
No Brasil, os primeiros indícios de padronização se deram no período colonial, onde buscava-se a pa-
dronização e aperfeiçoamento das moendas, rodas d’água e tachos usados na produção de açúcar. Depois
surgiram as estradas de ferro em meados do século 19, que demandavam avanço tecnológico nos proces-
sos construtivos e desafiavam os engenheiros para a construção de pontes e túneis, o que intensificava a
necessidade da normalização.
O grande marco da normalização brasileira se deu com a criação da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), que teve grande influência da Associação Brasileira de Cimento Portland e do Instituto
Nacional de Tecnologia (IPT), em 1940. A ABNT até hoje é a responsável pelo processo de elaboração, apro-
vação e atualização das normas brasileiras, atuando também como representante legal do país nos fóruns
regionais e internacionais de normalização.
Estudaremos nos próximos itens sobre a normalização, sua definição, objetivos, benefícios, hierarquias
e o processo para sua elaboração. Aprenderemos também os tipos de normalização existentes, em que
veremos exemplos das normas mais utilizadas na sua área de formação técnica.
Pronto para começar? Então vamos lá!
A normalização pode ser entendida como o processo que formula e aplica regras relacionadas a proble-
mas existentes ou em potencial de existir, ou ainda a questões comuns e repetitivas, de forma a organizá-
-las.
Esse processo é feito por organismos que contam com a cooperação de todos os interessados, sejam
eles: produtores, consumidores, universidades, laboratórios, centros de pesquisa e Governo, que de forma
voluntária chegam a um acordo acerca dos requisitos e critérios mínimos a serem esperados nos produtos,
processos ou serviços.
Baseada em alguns princípios básicos, a normalização busca, dentre outras coisas:
a) Organizar o mercado;
b) Aumentar a qualidade dos bens e serviços;
c) Aumentar a produtividade;
d) Contribuir no aumento da economia do país;
4 Normas técnicas
65
A normalização está baseada em cinco princípios, eles são a base para que as atividades de normaliza-
ção tenham eficácia e credibilidade, e seu cumprimento permite que os objetivos propostos por elas sejam
atendidos, conforme veremos a seguir:
Voluntariedade
Consenso Paridade
20 Consenso: os pontos de vista são apresentados e os envolvidos tomam a decisão que para o grupo é a mais viável.
21 Unanimidade: total concordância de todos os envolvidos.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
66
Na figura a seguir, destacamos os principais objetivos da normalização segundo a CNI23 (2002), e que
serão detalhados na sequência.
Facilitar a
comunicação
Eliminação
das
Simplificação
barreiras
comerciais
Objetivos da
Normalização
Economia Proteção do
consumidor
Segurança
d) Segurança: o controle de qualidade e conformidade dos produtos comparados com os itens es-
tabelecidos pelas normas, garante a proteção à saúde, à vida humana assim, bem como ao meio
ambiente;
e) Economia: a organização dos processos e das atividades produtivas assim como a redução dos
custos de produtos e serviços proporciona a economia tanto para os fornecedores como para os
clientes;
f) Eliminação das barreiras comerciais: a padronização garantida com o uso das normas interna-
cionais em harmonia com as nacionais permite a produção de produtos e serviços com a mesma
qualidade nos mais diferentes países, eliminando as barreiras técnicas e comerciais.
24 Mensuráveis: algo que pode ser medido ou que pode passar por uma contagem.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
68
As normas têm uso obrigatório quando definidas por um instrumento do poder público, seja uma lei,
um decreto ou uma portaria, podendo, em alguns casos, ser solicitado pelo cliente o atendimento a de-
terminadas normas ou ainda que seja demonstrada a conformidade do produto, processo ou serviço com
essa ou aquela norma.
Existem ainda os casos em que o intercâmbio entre os mercados exige o cumprimento de certas nor-
mas ou ainda certificações, por exemplo, no caso de importações ou exportação de mercadorias. Nesses
casos, embora não exista uma obrigatoriedade legal para o seu uso, ela acontece de forma implícita, pois
o seguimento de tais normas se torna indispensável para o desenvolvimento de um produto, processo ou
serviço.
Dessa forma, faz-se necessário conhecer as normas assim como as exigências do mercado consumidor,
de forma que o desenvolvimento de produtos, processos ou serviços aconteça de forma a atender as ex-
pectativas dos clientes e em conformidade com as exigências normativas.
4.2 Organização
As normas técnicas podem ser organizadas com relação aos órgãos normativos em hierarquias, sendo
divididas em cinco níveis: internacional, regional, nacional, de associação e empresa; e com relação ao tipo
em: norma de terminologia, de ensaio, de produto, de processo, de serviço ou de interface. Essa organiza-
ção está relacionada aos usos ou aplicações das normas.
A normalização é dividida em níveis (hierarquia) que são definidos em função do seu alcance, seja
ele geográfico, político ou econômico. Considera-se comumente cinco níveis de normalização, con-
forme pode ser visto a seguir:
a) Normalização de empresa;
b) Associação;
c) Nacional;
d) Regional;
e) Internacional.
4 Normas técnicas
69
Internacional
Ma
) a
ric
ISO, IEC, ITU
is e
né
xig
ge
Regional
e
(
nte
te COPANT, AMIN, CEN, ...
en
( res
xig
Nacional
t
se
rit
no
iva
Me
)
Associação
ASTM, API, ...
Empresarial
NORMAS PETROBRAS
Analisando a figura anterior, é possível observar que a pirâmide tem como base a normalização em-
presarial, acima desta a normalização de associação, acima desta a normalização nacional, seguindo da
normalização regional e por fim, no topo, a normalização Internacional.
Elas são dispostas e ordenadas conforme o grau de exigência e especificidade que possuem, de forma
que as normas se tornam mais exigentes, específicas e restritivas no sentido do topo para a base, onde ve-
mos as normas mais específicas desenvolvidas por um país ou ainda uma empresa. Na sequência, veremos
um pouco sobre cada um dos níveis de normalização.
a) Normalização em nível internacional: são as normas que possuem uma abrangência mundial.
Elas são estabelecidas por um Organismo Internacional de Normalização (OIN) e também são reco-
nhecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), por exemplo: ISO, IEC;
b) Normalização em nível regional: são as normas que possuem uma abrangência regional. Elas são
estabelecidas por um Organismo Regional de Normalização (ORN) que é composto por um grupo
de países definidos em função de uma região geográfica, um bloco econômico ou grupo político,
por exemplo: COPANT, CEN, AMN;
c) Normalização em nível nacional: são as normas que se aplicam a um país específico e são editadas
por um Organismo Nacional de Normalização (ONN), por exemplo: ABNT, DIN, AFNOR;
d) Normalização em nível de associação: são normas estabelecidas por entidades associativas ou
técnicas para uso dos associados, por exemplo: ASTM;
e) Normalização em nível empresarial: são normas elaboradas e editadas por uma empresa objeti-
vando orientar procedimentos de compra, fabricação, vendas, entre outras, por exemplo: normas
Petrobrás, normas de fabricantes de automóveis, entre outros.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
70
É importante saber que mesmo sendo dividida em níveis, as normalizações são baseadas nos mesmos
princípios e buscam atender aos mesmos objetivos. Dessa forma, é necessário que haja uma interação en-
tre os níveis, devendo ser respeitada a hierarquia e especificidade de cada norma.
Programa de Elaboração do
Demanda
normatização projeto de norma
Consulta nacional
Análise do resultado
Sim Não
Norma OK
A primeira etapa do processo é identificar a justificativa (demanda) para elaboração da norma, que
pode ser feita por qualquer interessado, devendo ser apresentada a justificativa de sua necessidade, assim
como devem ser acionadas as partes interessadas e afetadas por ela.
Depois a demanda é analisada pela ABNT e se for pertinente é encaminhada ao Comitê Técnico para
ser inserida no plano de normalização setorial da comissão de estudos pertinente. Quando não existe um
comitê técnico referente à questão da demanda é criada uma Comissão de Estudo Especial (ABNT/CEE).
As comissões de estudo analisam e discutem até chegarem a um consenso para aprovar o Projeto de
Norma. Depois de aprovado, a ABNT o submete à Consulta Nacional, onde define-se um prazo para que as
partes envolvidas analisem e proponham sugestões ao projeto pré-aprovado.
Finalizado o prazo, a comissão de estudo se reúne para analisar as sugestões e se não houver impe-
dimentos, o projeto é aprovado e encaminhado para homologação e publicação pela ABNT. O nome da
norma é acrescido da sigla ABNT NBR e do respectivo número, passando então a fazer parte do acervo de
normas brasileiras. Caso haja impedimentos no projeto de norma, retorna-se à etapa de elaboração onde
ela deve ser revista ou reelaborada, dando sequência ao processo de consulta nacional e análise dos resul-
tados novamente.
Norma técnica é um documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconheci-
do, que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus
resultados, visando a obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. (CNI, 2002).
Ou seja, a norma técnica estabelece requisitos a serem seguidos no desenvolvimento de um produto,
processo ou serviço, e sua elaboração deve seguir os princípios da normalização, sendo obrigatória a sua
aprovação por um organismo de normalização reconhecido, seja em nível nacional (ONN), regional (ORN)
ou ainda internacional (OIN).
4.3.1 Tipos
As normas técnicas padronizam e regulam diversas atividades e atuam em diversos setores, de forma
que os objetivos e benefícios esperados são específicos para o produto, processo ou serviço ao qual ela se
aplica. Por isso, as normas são organizadas quanto ao seu tipo ou função com os seguintes critérios, con-
forme estabelece a ABNT (2012):
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
72
Segunda edição
30.09.2004
Válida a partir de
31.03.2005
Versão Corrigida
17.03.2008
a) Norma básica: norma de abrangência ampla ou que contém prescrições gerais para um campo
específico;
b) Norma de terminologia: norma que estabelece termos, geralmente acompanhados de suas defini-
ções e, algumas vezes, de notas explicativas, ilustrações e exemplos;
c) Norma de ensaio: norma que estabelece os métodos de ensaio, suplementado25 algumas vezes
com outras prescrições relacionadas, como amostragem, uso de métodos estatísticos, sequências
de ensaios;
d) Norma de produto: norma que especifica requisitos a serem atendidos por um produto ou grupo
de produtos, para estabelecer sua adequação ao propósito;
e) Norma de processo: norma que especifica requisitos a serem atendidos por um processo para es-
tabelecer sua adequação ao propósito;
f) Norma de serviço: norma que especifica requisitos a serem atendidos por um serviço para estabe-
lecer sua adequação ao propósito;
g) Norma de interface: norma que especifica os requisitos relativos à compatibilidade de produtos ou
sistemas em seus pontos de interligação.
25 Suplementados: complementados.
4 Normas técnicas
73
Norma que define as condições que devem ser atendidas pelas instalações elétricas de baixa ten-
são, aplicando-se principalmente às edificações independente do uso (residencial, comercial, indus-
trial, entre outras), seja em construções novas ou em reformas, objetivando assegurar a segurança
das pessoas e dos animais, assim como o correto funcionamento das instalações e a conservação
dos bens.
Essa norma define as condições para o funcionamento normal e seguro das instalações elétricas
de baixa tensão, que são as instalações com até 1000 V em tensão alternada e 1500 V em tensão
contínua.
b) ABNT NBR 5419: 2015 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas
Norma que estabelece as condições mínimas exigíveis no que se refere ao projeto, instalação e ma-
nutenção dos sistemas de proteção contra descargas atmosférica - SPDA, a serem utilizados tanto
nas estruturas comuns como nas industriais, agrícolas, comerciais, entre outras, assim como em
estruturas especiais definidas na norma.
Essa norma está dividida em quatro partes:
-- Primeira parte: apresenta os princípios gerais relacionados à proteção contra descargas at-
mosféricas;
-- Segunda parte: aborda o gerenciamento de riscos;
-- Terceira parte: aborda os danos físicos à estrutura e perigos à vida;
-- Quarta parte: aborda os sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura.
c) ABNT NBR 5444: 1989 - Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais
Norma que foi cancelada em 2014 e não possui substituta, mas ainda tem seu uso frequente no
setor elétrico, tanto nas literaturas técnicas como nos ambientes profissionais, por isso é importan-
te conhecê-la. Ela estabelece as simbologias gráficas referentes às instalações elétricas prediais, a
serem utilizadas na elaboração dos projetos assim como dos diagramas.
É comum os escritórios de projetos elaborarem simbologias próprias baseando-se nas normas téc-
nicas, devendo, no entanto, constar nas legendas dos projetos os significados de tais simbologias.
Por isso, é importante atentar-se para as legendas dos projetos a fim de não haver equívocos quan-
to à sua interpretação.
Em decorrência do cancelamento dessa norma, a ABNT sugere a utilização das normas interna-
cionais: IEC 60417 - Graphical symbols for use on equipment e da IEC 60617 - Graphical symbols for
diagrams, sendo a primeira voltada para a simbologia gráfica de equipamentos e a segunda mais
direcionada às simbologias gráficas para diagramas.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
74
Existem algumas normas que são criadas e possuem um caráter compulsório, ou seja, possuem a força
da lei, sendo o seu atendimento obrigatório. Nesses casos, o termo norma técnica torna-se inadequado
para referir-se a tal documento, tendo em vista que uma norma técnica objetiva padronizar e regular os
requisitos a serem seguidos no desenvolvimento de produtos, processos e serviços, mas não tem seu uso
obrigatório por força da lei.
Nesses casos, outras denominações podem ser dadas, são exemplos o regulamento e regulamento téc-
nico.
Regulamento é um documento que contém regras de cunho obrigatório e que são de responsabili-
dade do Estado, devendo ser adotado e controlado por uma autoridade. Já o Regulamento Técnico é um
documento normativo emitido por uma autoridade com poder legal (órgãos nos níveis federal, estadual
ou municipal) que define os requisitos técnicos, sejam eles elaborados diretamente para um dado fim ou
referenciado ao conteúdo de uma norma, especificação técnica ou código de prática.
4 Normas técnicas
75
NRS
Normas
Regulamentadoras
O regulamento técnico possui características similares às de uma norma técnica, a exemplo da forma e
do conteúdo técnico. Sua diferença está no caráter obrigatório que impõe exigências e punições no caso
do seu descumprimento, diferente da norma técnica, que possui o caráter voluntário, ou seja, a sua utiliza-
ção é opcional sendo reflexo de uma decisão da gerência frente às expectativas dos clientes.
A responsabilidade da emissão da regulamentação técnica aqui no Brasil é dada a diversos órgãos go-
vernamentais nos níveis nacional, estadual e municipal. Abaixo veremos alguns exemplos de atividades
reguladoras (formulação, ordenação, controle, fiscalização e supervisão, por exemplo) desempenhadas
por alguns órgãos como os Ministérios, Agências Reguladoras e os estados e municípios.
a) Atividades reguladoras desempenhadas por Ministérios: a seguir apresentamos os ministérios
que atuam na regulamentação técnica da saúde; do trabalho e do emprego; do meio ambiente; dos
transportes:
-- Ministério da Saúde: responsável pela regulamentação técnica que envolve a política nacio-
nal de saúde;
-- Ministério do Trabalho: responsável pela regulamentação técnica que envolve a elaboração
das Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas à segurança e medicina do trabalho, sendo
de cumprimento obrigatório para todas as empresas que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT);
-- Ministério do Meio Ambiente: através do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é
responsável pela elaboração das normas, critérios e requisitos necessários à proteção do meio
ambiente;
-- Ministério dos Transportes: através do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), é
responsável pela elaboração das normas e requisitos de segurança para fabricação e monta-
gem de veículos, devendo estas serem aprovadas pelo Conselho Nacional de Transito (CON-
TRAN).
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
76
b) Agências envolvidas com a Regulamentação Técnica: temos como exemplo as agências nacio-
nais de águas, de telecomunicações, de energia elétrica, de vigilância sanitária, entre outros.
-- Agência Nacional de Águas (ANA): responsável pela regulamentação técnica que envolve a
implantação, operação, controle e avaliação dos instrumentos da Política Nacional de Recur-
sos Hídricos;
-- Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL): responsável pela regulamentação téc-
nica para implementar a política nacional de telecomunicações;
-- Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): responsável pelo desempenho da regula-
mentação técnica das atividades relacionadas à geração, transmissão, distribuição e comer-
cialização de energia elétrica;
-- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): responsável pelo desempenho da
regulamentação técnica relacionada ao controle sanitário da produção e comercialização de
produtos e serviços, além dos ambientes, processos e tecnologias relacionados.
dos que trabalhem em instalações elétricas nas suas variadas etapas: projeto, execução, operação,
manutenção, reforma e ampliação, protegendo os trabalhadores e os usuários.
Essa norma define as medidas preventivas para o controle do risco elétrico e riscos adicionais a
serem adotados em todas as intervenções em instalações elétricas, obriga que sejam especificadas
nos projetos de instalações elétricas as medidas e sinalizações de segurança, estabelece os critérios
para que se considere uma instalação desenergizada e liberada para o trabalho, define as condições
necessárias para que os trabalhadores intervenham em instalações elétricas de alta tensão, assim
como estabelece as classificações do trabalhador em função da sua qualificação, entre outros.
c) NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
Norma Regulamentadora que objetiva a implementação de medidas de controle e prevenção nos
processos, condições de trabalho e no meio ambiente de trabalho da indústria da construção civil.
Para isso, ela estabelece diretrizes tanto administrativas como de planejamento e de organização,
que estão subdivididas em 38 itens e variados subitens.
Os 38 itens dessa norma, abrangem os variados setores que podem existir em um canteiro da cons-
trução civil, a exemplo:
-- Áreas de vivência;
-- Demolições;
-- Carpintaria;
-- Armação de aço;
-- Estruturas metálicas;
-- Locais confinados;
-- Instalações elétricas.
Abrange também as questões de proteção e segurança, por exemplo: proteção contra incêndio,
sinalização de segurança, treinamentos, entre outros.
d) NR 23 - Proteção Contra Incêndio
Norma Regulamentadora que estabelece que todos os empregadores devem adotar medidas de
prevenção de incêndio, seguindo a legislação estadual e as normas técnicas relacionadas, sendo
responsabilidade dos empregadores providenciar os equipamentos para combate ao incêndio, as-
sim como prever os procedimentos e as sinalizações que assegurem a evacuação dos locais com
segurança.
e) NR 35 - Trabalho em Altura
Norma Regulamentadora que estabelece as condições mínimas e as medidas de proteção a serem
adotadas para a execução de trabalhos em altura. Considera-se trabalho em altura os trabalhos que
são executados acima de dois metros de altura.
Essa norma estabelece a necessidade do empregador de promover a capacitação dos trabalhado-
res que atuarão em serviços em altura, devendo o serviço ser previamente planejado e organizado,
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
78
além de serem utilizados todos os equipamentos que assegurem a proteção do trabalhador na rea-
lização dos serviços em altura.
SAIBA Para saber mais sobre as Normas Regulamentadoras (NRs) acesse o site do Ministério
MAIS do Trabalho e consulte as legislações.
Como vimos, os regulamentos técnicos podem ser adotados pelos mais variados órgãos nas esferas
federal, estadual e municipal. Na sequência, veremos um pouco sobre as legislações.
Além das normas e regulamentos técnicos, é necessário estar atento às legislações nas esferas Federal,
Estadual ou Municipal. Entende-se legislação como um conjunto de leis que definem as normas de condu-
ta e ações de um indivíduo, instituição, empresa, entre outros.
A elaboração das leis compete geralmente ao poder legislativo (Câmara de Vereadores e de Deputados
e Senado Federal), e o ciclo de elaboração parte da iniciativa de um legislador (vereador, deputado, sena-
dor ou todo o legislativo) que elabora o projeto de lei. Depois é feita a sua discussão no legislativo poden-
do ser na câmara municipal, assembleia legislativa, câmara dos deputados, senado ou Congresso Nacional.
Despois da discussão, é realizada a votação do projeto de lei, onde compete ao poder legislativo, após
a votação, caso seja aprovado, partir para a sanção, que nada mais é do que aprovação que considera a
constitucionalidade26, a oportunidade e a necessidade do projeto de lei, que só após ser sancionado é
transformada em lei.
Depois de sancionada a lei, o Poder Executivo atesta sua existência e determina a sua execução, a partir
daí a lei é divulgada tornando-se conhecida por todos. Caso o poder Executivo recuse a sanção da lei, ela
deve passar por um novo exame por parte do legislativo.
São exemplos de legislações importantes na área técnica as leis que dão origem ao Código de Edifica-
ções do Município e Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Esses códigos podem ser específicos
de um estado ou município. Vamos conhecer um pouco sobre cada um deles.
a) Código de edificações do município ou código de obra
O código de edificações ou código de obra é um exemplo de lei criada pelo Município que estabe-
lece que nenhuma obra, seja ela de construção, reconstrução, demolição, reforma ou acréscimos de
edificação, assim como atividades como subdivisão de terrenos ou aberturas de ruas e estradas, seja
feita sem a licença prévia da Prefeitura.
Ele define também os requisitos e detalhes técnicos a serem atendidos pelos projetos, assim como
para sua aprovação e liberação do alvará de construção. Estabelece também os critérios para atua-
ção de profissionais e empresas no município, definindo as obrigações a serem atendidas desde a
etapa do projeto, organização do canteiro, até a construção propriamente dita.
b) Código de segurança contra incêndio e pânico
O código de segurança contra incêndio e pânico é um exemplo de lei criada pelo Estado que define
as normas básicas de segurança contra incêndio e pânico a serem seguidas pelo Estado.
Nele constam as classificações de riscos e são estabelecidas as condições e instalações mínimas que
devem existir nas edificações ou estabelecimentos a fim de garantir a segurança das pessoas, insta-
lações, equipamentos e mercadorias.
Citamos acimas apenas dois exemplos de códigos de lei, mas você deve ter em mente que as legisla-
ções aplicadas à área técnica não se resumem apenas a esses. É importante entender também que as nor-
mas e regulamentos técnicos possuem uma abrangência nacional, no entanto, algumas Legislações são
aplicadas a um Estado ou Município específico.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Aprendemos nesse capítulo que os grandes marcos para a normalização em nível mundial foram a
Revolução Industrial e a Segunda Guerra Mundial, após a qual criou-se a ISO.
Já no Brasil, os primeiros indícios de padronização se deram no período colonial na época da pro-
dução de açúcar e que se oficializam com o surgimento das ferrovias e das construções de pontes,
onde a Associação Brasileira de Cimento Portland e o Instituto Nacional de Tecnologia influenciaram
na criação da ABNT.
Aprendemos que as normas são elaboradas tendo como princípios básicos a voluntariedade, repre-
sentatividade, paridade, consenso e a atualização e objetivam facilitar a comunicação, simplificar os
processos, proteger o consumidor com relação ao produto ou serviço adquirido, além de assegurar
segurança e economia.
Vimos ainda, que as normas técnicas que são elaboradas pela ABNT não possuem um caráter obri-
gatório, diferentemente dos regulamentos técnicos cuja elaboração e controle são de responsabili-
dade do Estado, sendo nesse caso de caráter obrigatório e cujo descumprimento acarreta punições
legais.
Por fim, estudamos sobre as legislações, onde aprendemos a necessidade de estar atento tanto às
normas e regulamentos técnicos como às legislações que regem a região na qual você estará atu-
ando.
Desenho de instalações elétricas
Neste capítulo, estudaremos exclusivamente sobre os desenhos de instalações elétricas, para isso será
necessário conhecermos os elementos que as compõem, assim como as formas de representá-los. Apren-
deremos nos próximos itens o que é um sistema, um circuito e uma instalação elétrica; conheceremos os
materiais utilizados nas instalações, assim como os dispositivos para o controle e proteção dos circuitos
elétricos.
Veremos ainda como representar as instalações elétricas, onde veremos as simbologias utilizados no
desenho, as representações em planta baixa, esquemas verticais e detalhamento das instalações. Por fim,
estudaremos sobre as instalações de para-raios, onde conheceremos os meios comumente utilizados para
assegurar a proteção contra esse fenômeno.
Vamos começar?
Um sistema elétrico compreende todos os componentes fundamentais desde a geração até o consumo
da energia elétrica. Considera-se por componentes todos os elementos, equipamentos e materiais que são
utilizados nesse processo. Podemos dividir um sistema elétrico em quatro etapas:
a) Geração: é a etapa onde ocorre a produção da energia elétrica, processo que é feito pelas usinas
geradoras que utilizam fontes de energia primárias (como a água, o ar, o calor, entre outros) para
produzir a energia elétrica. A energia gerada nas usinas passa pelas subestações elevadoras de ten-
são que estão localizadas próximas às usinas. Nela, a tensão tem seus valores elevados, tornando
economicamente viável a sua transmissão até os centros consumidores, pois, quando se eleva a
tensão, é possível reduzir a secção dos condutores utilizados para a transmissão da energia;
b) Transmissão: é feita através das torres de transmissão com o uso de cabos nus de alumínio que
ficam presos às torres através de isoladores. Esses cabos percorrem longas distâncias até chegar nas
subestações abaixadoras de tensão (geralmente localizadas nos centros urbanos), onde as tensões
outrora elevadas são reduzidas a valores padronizados, sendo posteriormente distribuídas;
c) Distribuição: essa etapa pode ser dividida em duas: primárias e secundárias. As linhas de distribui-
ção primárias são as que saem da subestação abaixadora e alimentam diretamente as indústrias, fá-
bricas, prédios de grande porte e os transformadores de distribuição. Desse último, partem as linhas
de distribuição secundária, que se destinam a alimentar pequenos prédios, pequenas indústrias e
as residências;
d) Consumo: nessa etapa, a energia criada será consumida. Esse consumo pode ser feito mediante a
transformação da energia elétrica em outras formas de energia que serão utilizadas pelo homem.
5 Desenho de instalações elétricas
85
Consumo
GERAÇÃO
Usina geradora
Linha Subestação
secundária de elevadora
distribuição Reservatório
Subestação
Abaixadora
Distribuição
Transmissão
Todo o processo de geração, transmissão e distribuição de energia tem como objetivo atender a última
etapa do processo, o consumo ou utilização.
Essa transformação ocorre com o uso dos equipamentos de utilização que são aqueles que convertem
a energia elétrica em energia mecânica (liquidificador, furadeira), térmica (ferro, chuveiro) ou ainda energia
luminosa (lâmpadas) , sendo finalmente consumida.
É nessa etapa que está inserido o nosso objeto de estudo, as instalações elétricas, que podem ser enten-
didas como o conjunto de elementos que compõem a instalação e permitem que sejam ligadas máquinas,
equipamentos e iluminação, por exemplo. No próximo item, veremos alguns aspectos importantes das
instalações elétricas, cujo entendimento é fundamental aos nossos estudos.
Sabemos que a eletricidade é fundamental em nossas vidas e o processo necessário para que ela che-
gue até nossa casa ou trabalho foi visto no item anterior. Conheceremos agora quais são os elementos
necessários para fazermos uso desse item imprescindível em nosso dia a dia, as instalações elétricas, que
proporcionam eletricidade para todos.
Podemos dizer que uma instalação elétrica é constituída pelos componentes elétricos que conduzem
ou podem conduzir uma corrente elétrica (condutores, disjuntores, etc.) assim como pelos componentes
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
86
que não conduzem corrente elétrica, mas que são fundamentais para o seu funcionamento, como os ele-
trodutos, caixas de passagem, quadro de distribuição, entre outros.
A seguir, veremos uma figura que mostra parte da instalação elétrica de uma cozinha. Nela estão desta-
cados alguns elementos que a compõem e cujos códigos estão descritos abaixo:
1 Quadro de medição;
2 Quadro de distribuição;
3 Tomada;
4 Ponto de luz no teto;
5 Eletroduto flexível PVC;
6 Equipamento elétrico (geladeira);
7 Ponto para torneira elétrica (TOE).
2 3 3
1 6
7
Antes de iniciar qualquer instalação elétrica é necessária a elaboração de um projeto elétrico que tem
como objetivo orientar o técnico na execução das instalações. Ele é elaborado com base nas necessidades
do cliente, buscando atender as prescrições das normas técnicas do setor elétrico, constando também as
informações que permitirão que as instalações sejam executadas conforme planejado.
O desenho das instalações é um dos elementos que compõem um projeto elétrico, nele estão indica-
das a posição das tomadas, interruptores, caixas de passagem, eletrodutos, os condutores, entre outros
elementos da instalação. A seguir, veremos o desenho do trecho da instalação vista na figura anterior.
Observe que os elementos estão representados da mesma forma.
5 Desenho de instalações elétricas
87
QM1 QD1 3 3 2 2 1a
1 5
16 10 10 10 2.5 2.5
MED
Cx
QD1 4x4"
QM1 2
TOE
4000W
2
3
2.5
1 2
3
2
3
7
6 1a 2
1 1a 2 1 2.5
2.5
a a
4
Ao longo desse capítulo, estudaremos cada um dos componentes presentes no trecho da instalação
vista anteriormente, mas antes é importante relembrarmos o que é um circuito elétrico, pois uma instala-
ção elétrica nada mais é do que um conjunto de circuitos elétricos.
Antes de entendermos o que é um circuito elétrico, é importante relembrarmos alguns conceitos fun-
damentais. São eles:
OHM
AMP
VOLT
a) Tensão elétrica: é a diferença de potencial que ocorre entre dois pontos e pode ser entendida
como a força que move os elétrons27 livres dentro dos condutores. Sua unidade de medida é o volt
(V);
27 Elétrons: são partículas que compõem um átomo e possuem carga elétrica negativa.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
88
Carga
Componente
de comando
Condutor
Fonte
Figura 45 - Circuito elétrico
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Ao ligarmos a fonte de energia, a tensão elétrica (U) provoca um fluxo de corrente elétrica (I) que per-
corre os condutores; se o interruptor estiver acionado, essa corrente circula pela lâmpada, nela é encon-
trada uma resistência elétrica (R) que quando é percorrida pela corrente elétrica transforma a energia em
energia luminosa, resultando no acionamento da lâmpada.
5 Desenho de instalações elétricas
89
Percebemos com isso que há uma relação entre a tensão, resistência e corrente elétrica, que é conhe-
cida como Lei de Ohm. Essa lei diz que a tensão aplicada nos terminais de um condutor é proporcional à
corrente elétrica que flui por ela e pode ser expressa da seguinte forma:
U = R x I
Sendo U a tensão medida em Volts (V), R a resistência medida em ohms (Ω) e I a corrente elétrica me-
dida em Ampères (A). Com base nessa relação, é possível determinarmos qualquer umas das grandezas,
sendo necessário conhecermos duas delas, usando para isso o triângulo de Ohm, conforme veremos na
figura a seguir:
Triângulo de Ohm
U
I R
Cálculo de corrente Cálculo de resistência Cálculo de tensão
U U
U I=
R U R=
I U U=IxR
I R I R I R
Figura 46 - Triângulo de Ohm e suas relações
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Como vimos, ao aplicar uma tensão no circuito, surge uma corrente elétrica I que, mediante a resistên-
cia encontrada, pode proporcionar um efeito desejado. No caso do circuito anterior, ao acionar o interrup-
tor, a lâmpada acende, pois a corrente elétrica que passa por seu filamento28 se transforma em luz. Se a ilu-
minação terá uma intensidade grande ou pequena dependerá do que chamamos de potência elétrica, que
nada mais é do que a quantidade de energia dissipada por um condutor durante um intervalo de tempo.
A potência elétrica é proporcional à tensão e à corrente elétrica e sua unidade de medida é o volt-
-ampère (VA) conforme equação abaixo:
P = U x I
b) Potência reativa: é a parcela da potência que é transformada em campo magnético sendo encon-
trada em equipamentos como motores, reatores e transformadores. Sua unidade de medida é o
volt-ampère reativo (VAR).
Motores Reatores
No dimensionamento das instalações elétricas prediais, os cálculos são feitos com base nas potências
aparentes e ativas, sendo a primeira considerada no cálculo de potência total da instalação e a segunda
no cálculo da potência que efetivamente é utilizada, ou seja, a potência que de fato é demandada da rede
elétrica (esse conteúdo será visto com mais detalhes no volume 2 deste livro), que mantém uma relação
entre elas, definida como fator de potência (FP).
O Fator de Potência é a parcela da potência aparente que é transformada efetivamente em potência
mecânica, térmica ou luminosa (potência ativa), sendo a outra parcela dissipada ou perdida.
Observe essa relação:
Potência ativa = FP x Potência aparente
No dimensionamento das instalações, é importante atentar-se ao fator de potência que deve ser aplica-
do nos circuitos em função dos equipamentos que serão instalados. Na sequência, veremos os dispositivos
de controle utilizados nos circuitos.
Nas instalações elétricas prediais, é necessário o uso de dispositivos de seccionamento29 para que seja
possível ligar ou desligar a iluminação. Para isso, são utilizados os interruptores que podem ser dos mais
variados tipos e permitem o comando de uma lâmpada ou de um conjunto de lâmpadas. Na sequência,
conheceremos os dispositivos de controle mais comuns presentes nas instalações elétricas.
INTERRUPTORES
retorno retorno
A
Até 10
o
utr
Ne
e1
Ligar o neutro ao
terminal da
Fas
rosca metálica
e 2 Interruptor
e Fas bipolar simples
Fas
Condutores: mín. 1,5 mm2
Os interruptores podem ser classificados ainda com relação à quantidade de pontos de acionamento,
podendo ser de três tipos:
a) Interruptores simples: permitem o acionamento de lâmpadas a partir de um único ponto, sen-
do possível comandar mais de uma lâmpada através de um mesmo ponto. Nesse caso, utilizam-se
interruptores com várias seções ou teclas. Os interruptores simples mais comuns são os de uma,
duas ou três teclas, que possibilitam comandar respectivamente uma lâmpada ou um conjunto
de lâmpadas; duas lâmpadas ou dois conjuntos de lâmpadas e três lâmpadas ou três conjuntos de
lâmpadas. Considera-se por conjunto de lâmpadas o agrupamento de lâmpadas a serem comanda-
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
92
das por uma mesma tecla do interruptor. Na sequência, veremos esse interruptor e sua simbologia
conforme norma ABNT NBR 5444:1989.
Interruptor
a
simples de
uma seção.
A letra
Interruptor
a b minúscula
simples de
indica o ponto
duas seções.
comandado.
Interruptor a b
simples de
c
três seções.
Quadro 8 - Interruptor simples
Fonte: ABNT NBR 5444, 1989; SENAI DR BA, 2017.
A letra
Interruptor a
minúscula
paralelo Comum Paralelo
indica o ponto
(three-way)
comandado
Quadro 9 - Interruptor paralelo
Fonte: ABNT NBR 5444, 1989; SENAI DR BA, 2017.
A letra
Interruptor
intermediário Paralelo Paralelo
a minúscula
(four-way) indica o ponto
comandado
Quadro 10 - Interruptor intermediário
Fonte: ABNT NBR 5444, 1989; SENAI DR BA, 2017.
MINUTERIA
A minuteria é um tipo de interruptor que controla o tempo que a iluminação interligada a ele perma-
nece acesa. Ou seja, é um dispositivo que possibilita que a iluminação seja acionada quando desejado,
através de botões pulsadores, desligando-se automaticamente após um tempo pré-definido.
É comumente utilizada em ambientes onde não se faz necessário que a iluminação permaneça acesa
de forma contínua, por exemplo, em corredores, escadarias e salões. Seu uso proporciona a economia
de energia pois a iluminação permanece acessa durante o tempo necessário para a sua utilização. Na se-
quência, veremos a minuteria e botão de acionamento e suas simbologias conforme norma ABNT NBR
5444:1989.
Botão
minuteria M
Minuteria M
Quadro 11 - Minuteria
Fonte: ABNT NBR 5444, 1989; SENAI DR BA, 2017.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
94
SENSOR DE PRESENÇA
Sensor de
presença
Fotocélula
Para o acionamento da iluminação em áreas externas são comumente utilizados sensores fotossensí-
veis, que são dispositivos que atuam em função da luz ambiente. Esse acionamento é feito automatica-
mente ao anoitecer e o desligamento ao amanhecer.
Esse dispositivo é utilizado pelas concessionárias de energia elétrica, empresas, e indústrias para o acio-
namento da iluminação externa em praças, lugares públicos e outros. Na sequência, veremos a fotocélula
e sua simbologia usual, pois não existe uma simbologia normalizada para esse elemento.
Fotocélula
Quadro 13 - Fotocélula
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Dispositivos de proteção são os dispositivos responsáveis pela proteção das instalações elétricas contra
acidentes provenientes de falhas nos circuitos, interrompendo-os assim que a falha for detectada. Os prin-
cipais dispositivos de proteção do circuito são:
a) Disjuntor termomagnético;
b) Dispositivo diferencial residual (DR);
c) Dispositivo de proteção contra surtos (DPS).
Vamos conhecê-los a seguir.
disjuntor termomagmético
É um dispositivo que objetiva garantir a qualidade da instalação, assegurando a proteção dos con-
dutores do circuito contra sobrecargas e curtos-circuitos, assim como a proteção das pessoas e animais
domésticos contra os efeitos dos choques elétricos por contato direto (se entrar em contato com partes
energizadas) ou indireto (por fuga de corrente no circuito). Sua atuação deve ser tal que garanta o seccio-
namento de todos os condutores vivos do circuito no qual faz a proteção.
O princípio de funcionamento desse dispositivo é baseado na diferença de corrente de entrada e saída
do circuito. Enquanto o circuito estiver eletricamente normal, as correntes que entram e saem do disposi-
tivo serão iguais (mas de sentidos opostos) e sua soma será nula.
Se houver uma falha em algum equipamento ou uma “fuga” de corrente, a soma das correntes que
entram e saem do dispositivo serão diferentes e sua soma não será mais nula.
Esse desequilíbrio na soma das correntes será identificado pelo dispositivo que atuará provocando o
desligamento do circuito.
Os DRs podem ser definidos de acordo com sua função em:
a) Disjuntor Diferencial Residual (DDR);
b) Interruptor Diferencial Residual (IDR).
Os dois podem ser utilizados em ligações monofásica, bifásicas ou trifásicas, conforme veremos a seguir.
a) Disjuntor diferencial residual (DDR): é o dispositivo que objetiva a proteção contra sobrecargas,
curto-circuito, fugas de corrente, choque elétrico. Esse dispositivo possui um disjuntor termomag-
nético acoplado ao diferencial residual, conjugando as funções do disjuntor termomagnético às do
diferencial residual, protegendo os condutores contra sobrecarga e curto-circuito (função do pri-
meiro) e protegendo as pessoas contra choques elétricos (função do segundo). Existem no mercado
dois tipos de DDR, o bipolar e o tetrapolar (observe na figura a seguir), sendo o primeiro usado em
instalações monofásicas ou bifásicas e o último em instalações bifásicas ou trifásicas.
N
N
N
N
b) Interruptor diferencial residual (IDR): é o dispositivo que liga e desliga manualmente o circuito
e que objetiva a proteção contra a fuga de corrente e choque elétrico. Esse dispositivo não possui
disjuntores acoplados e por isso não protege contra sobrecorrentes30. Nesse caso, é necessário utili-
zar disjuntores para completar a proteção. Os tipos de interruptores diferenciais residuais existentes
no mercado são o bipolar e o tetrapolar, onde o bipolar pode ser usado em instalações monofásicas
ou bifásicas e o tetrapolar em instalações bifásicas ou trifásicas, conforme veremos na figura a se-
guir.
O DPS é o dispositivo que objetiva proteger as instalações elétricas e seus componentes contra as so-
bretensões31 transitórias ou surtos de tensão provenientes da queda de raios na edificação, instalação ou
próxima ao local. Ou ainda decorrente de sobretensões provocadas por ligamentos ou desligamentos que
acontecem nas redes de distribuição. Esses surtos podem danificar ou queimar equipamentos eletroele-
trônicos e eletrodomésticos presentes na instalação.
O DPS deve ser instalado no ponto de entrada da linha elétrica na edificação ou no quadro de distribui-
ção principal, devendo ser instalado um DPS por fase. Sua ligação é feita entre o condutor fase e o condu-
tor de proteção.
Além dos dispositivos de comando e proteção, existe uma série de dispositivos que juntamente com
eles compõem as instalações elétricas. São eles os eletrodutos, as caixas de passagem, os quadros de dis-
tribuição, quadro de medição e os condutores. Na sequência, veremos um pouco sobre cada um deles.
eletrodutos
Os eletrodutos são utilizados para conter, distribuir e proteger os condutores elétricos contra ações
externas como choques mecânicos, ações químicas, térmicas entre outros. Eles são dimensionados em
função da quantidade de condutores que irá comportar.
Os tipos de eletrodutos mais comuns são os de PVC e os metálicos, podendo ser rígidos ou flexíveis,
conforme veremos no quadro a seguir.
5 Desenho de instalações elétricas
99
Eletroduto
embutido no
teto ou parede
Soldável Roscável
metálico
Flexível
ø 25
Eletroduto
embutido no
piso
caixas e quadros
Esses elementos são utilizados em pontos da instalação onde há entradas, saídas, derivações, emendas
de condutores ou em pontos onde serão instalados aparelhos ou dispositivos elétricos. Elas podem ser
em chapas de aço, esmaltadas, galvanizadas ou plásticas. Além de serem diferenciadas quanto ao tipo de
material, se diferenciam também como relação ao tipo de instalação, podendo ser de sobrepor, embutida
em parede, teto ou ainda embutida no piso, conforme quadro a seguir.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
100
Caixa de passagem
no teto
P
Cx. pass.
(200x200x100)
Caixa de passagem
na parede
Embutir PVC Sobrepor PVC
Quadro parcial de
luz e força aparente
Quadro de distribuição
Quadro parcial de
luz e força embutido
Quadro geral de
luz e força aparente
MED
Caixa para
medidor
Plástico Metálico
As caixas de luz são as caixas mais utilizadas em uma instalação elétrica. Elas são embutidas nas paredes
para a instalação de interruptores, tomadas ou para servir como passagem, podendo ser instaladas no
teto, servindo para a instalação da iluminação. O quadro de distribuição é considerado o centro de uma
instalação elétrica, pois ele recebe os condutores que vêm do medidor. Nele se encontram os dispositivos
de proteção e dele derivam os circuitos terminais.
5 Desenho de instalações elétricas
101
condutores
Esse termo é utilizado para nomear o produto destinado a transportar energia elétrica ou para transmi-
tir sinais elétricos. Os materiais mais utilizados em sua fabricação são o cobre e o alumínio, sendo o cobre
o mais utilizado em instalações de baixa tensão, sobretudo nos condutores com isolação; já o alumínio é
comumente utilizado nos condutores nus das linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica.
Os tipos mais comuns de condutores elétricos são os fios e os cabos elétricos:
a) Fios: denomina-se fio o condutor sólido, maciço, provido de isolação e destinado à condução de
energia elétrica. Ele pode ser usado diretamente como condutor ou ser usado na fabricação de
cabos;
b) Cabos elétricos: consistem em um conjunto de fios encordoados, isolados ou não entre si, que são
reunidos para formar um condutor elétrico, conforme veremos na figura a seguir.
Isolante
Isolante
Capa Capa
A fim de facilitar a instalação e manutenção das instalações, a norma ABNT NBR 5410: 2008 define as
cores dos condutores neutro, proteção e fase:
a) Neutro: os condutores devem ser da cor azul claro;
b) Proteção: os condutores devem ser da cor verde ou verde e amarelo;
c) Fase: não possuem uma cor definida, devendo essa ser diferente das já definidas para os conduto-
res neutro e proteção.
No quadro a seguir veremos as simbologias definidas pela ABNT NBR 5444:1989 para os condutores.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
102
Quadro 16 - Condutores
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
tomadas
São os dispositivos que possibilitam a conexão dos equipamentos elétricos. Elas podem ser monofási-
cas, bifásicas ou trifásicas, possuindo uma, duas ou três fases respectivamente, a depender do tipo de ins-
talação que será utilizada. As tomadas para uso residencial são padronizadas pela ABNT NBR 14136:2013 e
apresentam três contatos denominado de 2P + T, que equivale a dois pinos e o terra.
300VA
-3-
Tomada baixa (30 cm piso acabado)
300VA
-3-
Tomada média (130 cm piso acabado)
300VA
Tomada -5-
Tomada alta (200 cm piso acabado)
Quadro 17 - Tomadas
Fonte: ABNT NBR 14136, 2013; SENAI DR BA, 2017.
5 Desenho de instalações elétricas
103
5.3.1 Simbologia
Sabemos que as etapas de elaboração e desenvolvimento das instalações elétricas envolvem um grande
número de profissionais, sejam eles arquitetos, engenheiros, técnicos, mestres de obra, eletricistas, entre
outros. Dessa forma, é necessária a existência de uma linguagem técnica de comunicação que seja comum
a todos eles, isso é feito com o uso de simbologias gráficas normalizadas, que são utilizadas nos projetos.
As simbologias comumente adotadas nos projetos elétricos ainda seguem a norma ABNT NBR
5444:1989. Conforme vimos no capítulo sobre Normas Técnicas, essa norma foi cancelada e não possui
substituta, sendo indicada pela ABNT a utilização das simbologias presentes nas normas internacionais IEC
6061732 e IEC 6041733.
No quadro a seguir, serão apresentadas as simbologias mais usuais em projetos elétricos. Nesse caso,
apresentaremos as simbologias da NBR 5444: 1989, em comparação com algumas simbologias presentes
na norma IEC 60617. Algumas simbologias já foram vistas em parágrafos anteriores.
SIMBOLOGIA SIMBOLOGIA
ELEMENTO
(NBR 5444:1989) (IEC 60617:2015)
Eletroduto embutido no teto ou
parede 25
Eletroduto aparente
Cx. pass.
Caixa de passagem na parede P
(200x200x100)
Cx. pass.
Caixa de passagem na parede P
(200x200x100)
Interruptor bipolar
Botão minuteria M
Botão de campainha na parede
Fusível
Disjuntor a seco
Campainha
Campainha
a
Ponto de luz fluorescente na
-4- 4x20W
parede
Ponto de luz fluorescente no teto a
-4-
(embutido) 4x20W
Minuteria M
Quadro 18 - Simbologias
Fonte: NBR 5444, 1989; IEC 60617, 2001.
Observe que alguns elementos não possuem simbologias definidas por uma das normas, isso pode ser
por conta da desatualização da norma no caso da ABNT NBR 5444:1989 ou ainda pelo fato de tais simbo-
logias não serem de uso comum.
Como é sabido para executar qualquer instalação elétrica deve ser elaborado um projeto elétrico que,
por sua vez, é feito com base nas informações contidas no projeto arquitetônico e nas exigências do clien-
te. O projeto arquitetônico é o meio escrito através do qual uma obra de arquitetura é executada. Ele é
composto por várias plantas que objetivam especificar e detalhar todos os elementos da futura edificação,
servindo como base para os demais projetos. Temos como exemplo os projetos de instalações elétricas,
hidrossanitárias, de incêndio e pânico, entre outros.
Dos desenhos que contemplam um projeto arquitetônico, a planta baixa é o desenho principal para o
dimensionamento das instalações elétricas. Ela é a representação da edificação gerada através de um cor-
te horizontal imaginário a uma altura de 1,20 a 1,50 metros com relação ao piso, de forma que fique clara
a visualização dos seus ambientes internos. Nela estão detalhados os ambientes internos, os elementos
construtivos (portas, paredes, janelas, aparelhos sanitários) e podem constar também a disposição dos
mobiliários, além das cotas, nomes, áreas entre outros elementos.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
106
Na figura a seguir, veremos a planta baixa de uma edificação residencial unifamiliar, composta por sala,
dormitórios, cozinha, área de serviço e sanitário. Ela será utilizada em nossos estudos para desenvolvermos
os conteúdos a seguir, que são os passos para a elaboração do projeto de uma instalação elétrica.
1.20x0.80/ 1.30
Porta de Correr
2.00x2.10
Cozinha
7.25 m²
Sala estar/ jantar +0.20
15,77 m²
+0.20
0.80x2.10 0.80x2.10
Circulação
1,72 m² Área Serviço
Dormit. 01 +0.20 3.17 m²
10,50 m² +0.20
+0.20 Dormit. 02
8,75 m²
+0.20
0.70x2.10
1.50x1.00/ 1.10
A A
1.20x0.50/ 1.30
Sanit.
3,18 m²
+0.20
PLANTA BAIXA
esc 1:50
O primeiro passo no dimensionamento das instalações elétricas é definir as cargas que serão insta-
ladas, para isso é feito o levantamento de cargas, onde o projetista deverá levantar as quantidades e as
potências mínimas de todos os elementos e equipamentos que serão instalados. Esse levantamento deve
ser feito tendo como base a planta baixa ou a planta de pontos elétricos (planta elaborada pelo arquiteto
onde consta a locação exata dos pontos de iluminação, interruptores, tomadas, etc.), devendo o cliente ser
consultado também, a fim de que suas necessidades referentes à utilização dos espaços sejam atendidas.
No caso de habitações residenciais, a ABNT NBR 5410:2008 estabelece o quantitativo mínimo de pontos
e as potências mínimas a serem adotadas no levantamento das cargas de tomadas e iluminação, conforme
veremos a seguir.
5 Desenho de instalações elétricas
107
Você sabia que equipamentos de uso específico cuja corrente seja supe-
rior a 20 A devem ser conectados diretamente por meio de conectores
CURIOSIDADES apropriados, sem o uso de tomadas, podendo muitas das vezes ser repre-
sentados no desenho como um ponto de tomada.
b) Os pontos de iluminação quando no teto devem ser centralizados ou posicionados de forma uni-
forme nos ambientes. Quando na parede, deve ser indicada a altura de instalação diretamente na
planta ou na legenda;
c) Os interruptores devem ser posicionados em locais de fácil acionamento, nunca atrás de portas ou
dentro de mobiliários;
d) A escolha do tipo de interruptor a ser utilizado segue os critérios já vistos anteriormente, depen-
dendo de quantos pontos de acionamento e quantas lâmpadas ou grupos de lâmpadas devem ser
acionados;
e) As tomadas devem ser distribuídas de forma uniforme no ambiente, posicionando-as próximas a
equipamentos que serão ligados ou a mobiliários que o comportarão;
f) Em áreas molhadas como banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, etc. as toma-
das devem ser preferencialmente médias; nos demais casos, a escolha da altura das tomadas é feita
em função dos componentes que elas alimentarão;
g) O quadro de distribuição deve ser posicionado em local de fácil e rápido acesso e deve estar pró-
ximo ao ponto de maior carga (quando possível). Isso reduz o consumo com os condutores de ali-
mentação (os mais caros).
Na sequência, faremos o levantamento e locação dos pontos de iluminação e tomada de cada um dos
ambientes.
SALA ESTAR/ JANTAR
Perímetro
= 5,45 x 2 + 2,90 x 2 = 16,70 m
MED
(Prevê um ponto a cada 5,0m
600W
ou fração de perímetro)
Cozinha
• 16,70 m/ 5,0 m = 3,34 = 4 pontos 7.24 m²
a
a
18,25 m²
g
c
Figura 54 - Detalhe sala estar/jantar
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
110
Os pontos de iluminação foram distribuídos de forma equidistantes34 no ambiente, sendo esse aciona-
do por dois interruptores paralelos e um intermediário, distribuídos em três pontos:
a) Próximo à entrada (interruptor paralelo);
b) Próximo aos dormitórios (interruptor intermediário);
c) Próximo à cozinha (interruptor paralelo).
Esses locais objetivam assegurar maior comodidade no acionamento. As tomadas foram distribuídas de
forma uniforme próximas aos mobiliários que poderão comportar equipamentos elétricos. Foram adota-
das tomadas baixas e apenas uma média no ponto de tomada da TV.
DORMITÓRIO 01
Perímetro
= 3,00 x 2 + 3,50 x 2 = 13,00 m
(Prevê um ponto a cada 5,0 m
ou fração de perímetro)
Os pontos de iluminação foram distribuídos de forma equidistantes no ambiente, sendo esses aciona-
dos por um interruptor simples na entrada do dormitório. As tomadas foram distribuídas de forma unifor-
me próximas aos mobiliários que poderão comportar equipamentos elétricos. Foram adotadas tomadas
baixa e apenas uma média no ponto de tomada da TV.
DORMITÓRIO 02
O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse acionado por um interruptor simples
na entrada do dormitório. As tomadas foram distribuídas de forma uniforme próximas aos mobiliários em
que poderão ser acionados equipamentos elétricos. Nesse caso, foram adotadas tomadas baixas.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
112
COZINHA
O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse acionado por um interruptor simples
na entrada da cozinha. As tomadas foram distribuídas de forma uniforme próximas aos mobiliários como
geladeira, fogão e acima da bancada onde poderão ser acionados equipamentos elétricos.
5 Desenho de instalações elétricas
113
ÁREA DE SERVIÇO
O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse acionado por um interruptor simples
na entrada da cozinha. As tomadas foram posicionadas próximas à máquina de lavar e à bancada, onde
poderão ser acionados equipamentos elétricos.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
114
SANITÁRIO
O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse acionado por um interruptor simples
na entrada do sanitário. A tomada foi posicionada próxima ao lavatório e o ponto de chuveiro próximo ao
chuveiro.
Depois de definidos os pontos e calculadas as cargas de cada ponto, deve ser feita a divisão dos circui-
tos. Essa divisão possui três objetivos:
a) Facilitar a inspeção e manutenção dos circuitos;
b) Reduzir as consequências de uma falta. Nesse caso, será interrompido apenas o circuito atingido
pela falta, deixando apenas ele sem energia;
c) Evitar os perigos resultantes da falha de um circuito.
5 Desenho de instalações elétricas
115
A ABNT NBR 5410:2008 diz que uma instalação poder ser dividida em tantos circuitos quantos forem
necessários, desde que eles sejam corretamente dimensionados. Ela ainda estabelece que:
a) Os circuitos de iluminação sejam separados dos circuitos de tomadas;
b) Prevê circuitos independentes (individuais) para os equipamentos cuja corrente nominal seja supe-
rior a 10 A;
c) Prevê circuitos exclusivos para cada tomada de uso específico (TUE), por exemplo, os circuitos que
se destinam a alimentar chuveiros elétricos, ar-condicionado, entre outros;
d) Recomenda-se ainda a previsão de circuitos individuais para os pontos de tomadas de cozinhas,
copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos35.
Além desses critérios, pode se levar em consideração as dificuldades relacionadas à execução das ins-
talações, a fim de que os circuitos não fiquem muito carregados, o que demandariam condutores com um
diâmetro maior ou ainda eletrodutos de maior seção. Uma recomendação para evitar tal situação é limitar
a corrente dos circuitos de iluminação e TUG’s a 10 A, ou seja, a potência fica limitada a 1.200 VA para ins-
talações com tensão de 127 V ou 2.200 VA para instalações com tensão de 220 V.
Aplicando os critérios vistos anteriormente, dividiremos os circuitos do nosso projeto em sete, esses
circuitos foram agrupados seguindo os critérios e as potências calculadas conforme quadro a seguir.
a) Circuito 01 - Iluminação geral;
b) Circuito 02 - TUG (sala e dormitório 01);
c) Circuito 03 - TUG (sanitário e dormitório 02);
d) Circuito 04 - TUG (cozinha);
e) Circuito 05 - TUG (cozinha);
f) Circuito 06 - TUG (área de serviço);
g) Circuito 07 - TUE (chuveiro elétrico).
CIRCUITO POTÊNCIA
LOCAL
Nº Tipo Quantidade x potência Total
Sala 1 x 100 VA + 2 x 60 VA
Iluminação Geral
Dorm. 01 1 x 100 VA + 1 x 60 VA
Dorm. 02 1 x 100 VA
01 780 VA
Cozinha 1 x 100 VA
A. serviço 1 x 100 VA
Sanitário 1 x 100 VA
Sala 5 x 100 VA
TUG
02 900 VA
Dorm. 01 4 x 100 VA
Sanitário 1 x 600 VA
TUG
03 900 VA
Dorm. 02 3 x 100 VA
TUG
Área
TUG
06 2 x 600 VA 1 200 VA
serviço
TUE
Na figura a seguir veremos a planta com todos os pontos locados e circuitos identificados.
Já conhecemos a quantidade de circuitos elétricos da instalação assim como já definimos a posição dos
pontos de tomadas, interruptores e iluminação. O próximo passo é efetuar o traçado dos condutos. Esse
traçado deve ser pensado detalhadamente prevendo o futuro caminho dos condutores dos circuitos, para
isso atente-se às seguintes orientações:
a) Locar o quadro de distribuição: ele deve estar em local de fácil acesso e próximo ao quadro do me-
didor;
MED
2 2
Quadro do
medidor
1a 1a 1a
100 60 60
a
2
a
18,25 m² QD1
2
1c
Dormit. 01
Quadro de distribuição
100
10,50 m²
1d
c
MED 2 2
2
Eletroduto
embutido na laje
1a 1a 1a
100 60 60
Eletroduto
embutido no piso
a
2
18,25 m² QD1
c) Do ponto de luz do teto da sala sai um eletroduto que segue para o ponto de luz da cozinha, desse
seguem os eletrodutos para os interruptores e pontos de tomada e também para o ponto de luz da
área de serviço.
MED
600W
600W
2 2
4
4
2
Cozinha 5
600W
7.24 m²
1a 1a 1a 1b
100 60 60 100
b
2
a
2
a
18,25 m² QD1
g
5
a
Figura 63 - Traçado dos eletrodutos da cozinha
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
d) Para os demais ambientes da residência utilizaremos a mesma ideia dos pontos anteriores, parte-se
do QD outro eletroduto que se encarrega de interligar os pontos de interruptores, tomadas, confor-
me figura a seguir. 600W
600W
2 2
4
4
2
MED
Cozinha 5
600W
7.24 m²
1a 1a 1a 1b
100 60 60 100
a
2
18,25 m² QD1
g
5
a
2
1c
Dormit. 01 100
10,50 m²
1d
Dormit. 02
1g
c
e 3
3
Área Serviço 600W
1f
100
3.24 m²
6
600W
3
1e
100
1d
60
4500W
7
2
Sanit.
3,18 m² CHG
Deve-se diferenciar por meio de simbologias gráficas, se a tubulação é embutida em laje, parede ou
piso. Depois que os eletrodutos forem dimensionados, deve ser indicado na planta diâmetro das tubula-
ções.
Geralmente, eletrodutos de 25 mm não são indicados no traçado, mas devem constar em nota ou ser
indicados na legenda.
Depois de identificado os circuitos e feito o traçado dos eletrodutos é a hora de representar na planta
toda a fiação dos circuitos, ela objetiva:
a) Identificar os condutores que passam em cada trecho da instalação, que é feita com o uso das sim-
bologias padronizadas para fase, neutro, terra e retorno;
b) Identificar os circuitos aos quais cada condutor pertence;
c) Identificar as seções dos condutores. Geralmente, os condutores de 1,5 mm² e 2,5 mm² são seções
mínimas de condutores a serem utilizados em circuitos de iluminação e tomadas, respectivamente.
Geralmente esses condutores não são representados no desenho, devendo-se, no entanto, constar
em nota essa informação.
CASOS E RELATOS
1 1a a
QD
a
1
Retorno
Saem do quadro de distribuição (QD) os condutores fase e neutro do circuito de iluminação, nesse caso,
o condutor fase é ligado diretamente no interruptor e o condutor neutro no receptáculo da (s) luminária
(s). Do interruptor, sai um condutor de retorno para a lâmpada ou conjunto de lâmpadas.
b) Interruptor simples 2 teclas
1 1 ab a 1b b
b a
Retorno Retorno
Figura 66 - Esquemas de ligação interruptor simples 2 teclas
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
122
Saem do QD os condutores fase e neutro do circuito de iluminação. Nesse caso, o condutor fase é ligado
diretamente no interruptor e o condutor neutro no receptáculo da (s) luminária (s). Do interruptor saem
dois condutores de retorno, um para cada lâmpada ou conjunto de lâmpadas.
c) Interruptor simples 3 teclas
Neutro Fase 1 a 1 bc b 1c
1 ab c c
QD c
b
a
1
b a
Saem do QD os condutores fase e neutro do circuito de iluminação. Nesse caso, o condutor fase é ligado
diretamente no interruptor e o condutor neutro no receptáculo da (s) luminária (s). Do interruptor, saem
três condutores de retorno um para cada lâmpada ou conjunto de lâmpadas.
d) Interruptor paralelo
Neutro
Proteção 1 112 1a a
Fase
-1- 100w
1
QD
2
a
1 2
1 1
12 12 a
a a
Interruptor
paralelo
Entrada Saída
Neutro
Proteção
Fase
1 112 134 1a a
1 -1- 100w
1
2 1
a
12 1234 34 a 1
2
3 3
4 4
a a a
Saem do QD os condutores fase e neutro do circuito de iluminação, o condutor neutro é ligado direta-
mente na (s) lâmpada (s) e o condutor fase é ligado no terminal comum do interruptor paralelo de entrada,
desse saem dois retornos que são ligados ao interruptor intermediário do qual saem dois retornos que
devem ser ligados ao próximo interruptor intermediário (se houver) ou ao interruptor paralelo de saída.
No caso desse ser o último ponto de acionamento, do terminal comum desse interruptor sai o retorno que
deve ser interligado na lâmpada ou conjunto de lâmpadas.
f) Tomada 2P+T
1 1
Fase
Neutro
Proteção
1
QD
1
Saem do QD os condutores fase, neutro e proteção do circuito de tomadas, que são ligados diretamen-
te aos terminais da tomada ou conjunto de tomadas alimentadas pelo circuito.
MINUTERIA
N1
R1 QD 1a a 1a a 1a a
PE
M M M
-1- 100VA -1- 100VA -1- 100VA
1a 1a 1a
a a a
3x100W-127V
Figura 71 - Esquemas de ligação minuteria
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
A minuteria é instalada dentro do quadro de distribuição sendo alimentada com a fase e o neutro do cir-
cuito, saem dela o condutor neutro que se destina a alimentar as lâmpadas e dois condutores de retorno,
que é interligado nos botões pulsadores e deles seguem para as lâmpadas a serem comandadas.
5 Desenho de instalações elétricas
125
FOTOCÉLULA
Diagrama Funcional
QD
N1 Neutro
S1 Fase
PE Proteção
P f
r a
e s
t e 127V
o
Vermelho
Retorno
Branco
comum
2x100W 127V
Diagrama Unifilar
QD
1 a 1a a
1a
12
7V
Saem do QD os condutores fase, neutro e proteção. O condutor fase é ligado ao condutor preto do relé,
o condutor neutro é ligado ao condutor branco do relé e segue também para alimentar as lâmpadas. Por
fim, o condutor vermelho do relé segue como retorno para as lâmpadas.
Sabendo como as ligações elétricas e suas representações são feitas, podemos representar graficamen-
te os condutores em cada trecho dos eletrodutos. Para isso, é necessário utilizar as simbologias próprias de
cada condutor (fase, neutro, proteção e retorno), devendo ser identificados também os circuitos ao qual
pertencem.
Começaremos a representação dos condutores pela alimentação. Em nosso projeto, partem do quadro
de medição para o quadro de distribuição dois condutores fase, um condutor neutro e um condutor de
proteção, conforme figura a seguir.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
126
Saem também do QD os condutores fase, neutro e proteção do circuito 2 que se destinam a alimentar
as tomadas da sala, assim como os circuitos 4, 5 e 6 que se destinam a alimentar as tomadas da cozinha e
área de serviço.
5 Desenho de instalações elétricas
127
Seguindo a ideia vista nos pontos anteriores e os esquemas de ligações estudados, prosseguimos com
a distribuição dos condutores na planta conforme imagem a seguir.
2 2 4
2.5 2.5 4
600W
600W
2 2
4
4
4
2
MED 2
4
QD1
2.5 Cozinha 5
600W
6
7.24 m²
4 5
1 1 2 1 4 5 6
1a 1a 1a 1b 4 2.5
100 a 60 a 60 a 100
2.5 4 2.5
1 5
a 1
1 2 4 5 6
1 a bg 4 5
4 5 6
a 2.5 4 2.5
1 4 2.5
4 2.5
Sala estar/ jantar
b
2
a g
2
18,25 m² QD1
g
5
a
2 2 2
1 2 3 7
2.5 2.5 2.5
2.5 6
1 2
2
2 1c
Dormit. 01 2.5
100
1 2.5
10,50 m² 2.5 1
c 1 3 Dormit. 02
1d d
1g
c
3
e 3
3 6
1 3 7 2.5
Área Serviço 600W 2.5
2.5 6 1 1f
100
3.24 m²
1 2 6
e 600W 1 3
d 3
2.5
3
2.5
1e
2.5
100 3
1d
60 7 2.5
2
6
4500W
2.5
7
2
Sanit.
3,18 m² CHG
2.5
Concluída a representação dos condutores, o próximo passo é fazer o dimensionamento dos condu-
tores, eletrodutos e dispositivos de proteção, conteúdo que será aprendido no volume dois desse livro.
Após serem dimensionados os condutores e eletrodutos, deve ser representado na planta o diâmetro dos
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
128
eletrodutos, assim como a seção dos condutores. Geralmente, os condutores de 1,5 mm² e os eletrodutos
de 25 mm não são identificados na planta.
5.3.3 Cobertura
A planta de cobertura é a representação da vista superior de uma edificação, sua finalidade é indicar
a posição da edificação dentro do lote, detalhando também os elementos presentes na cobertura, por
exemplo:
a) Inclinação e sentido do telhado;
b) Quantidade de planos;
c) Aberturas no telhado (para ventilação por exemplo);
d) A projeção da edificação (contorno das paredes);
e) Indicação dos rufos, calhas, entre outros elementos, conforme veremos na figura a seguir.
MED
TELHA FIBROCIMENTO
INC=12%
TELHA FIBROCIMENTO
INC=12%
A A
A planta de cobertura é a planta utilizada no projeto de instalações de águas pluviais36, assim como nos
projetos de instalações de para-raios; nela são locados os elementos presentes nessas instalações.
Os esquemas ou prumadas verticais de uma instalação elétrica, nada mais são do que um desenho es-
quemático das instalações elétricas no plano vertical. Esse esquema é comumente utilizado para represen-
tar as interligações entre caixas de passagens, quadros de distribuição, quadros de medição, assim como
os elementos de ligação entre eles (eletrodutos, eletrocalhas, etc.). Geralmente, estão presentes em edifí-
cio de múltiplos pavimentos, onde é necessário fazer a distribuição da alimentação entre os pavimentos e
apartamentos. Geralmente, são instalados em áreas de uso comum, de fácil acesso e circulação. Na figura a
seguir, veremos o exemplo de um esquema vertical de um edifício com cinco pavimentos.
QF-CM
CASA MAQ.
G K
G
F
K
F E
G K
F E
G D
K
QGBT CM-01
CS QG-C QL-CT
CP-01
TÉRREO
K I
J QL-CS
A B C G
F
E H SUBSOLO
D
Esse esquema mostra em um único desenho todo o sistema elétrico da edificação, permitindo uma
interpretação clara das interligações existentes entre os diversos pavimentos.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
130
5.3.5 Detalhamento
Além da representação das instalações em planta baixa, o desenho de instalações é composto também
pelos detalhamentos. Eles objetivam descriminar com maior clareza alguns elementos pertencentes à ins-
talação e que não podem ser vistos ou detalhados na planta baixa ou ainda nos esquemas verticais.
Os detalhamentos mais comuns em um projeto elétrico são os diagramas unifilar e/ou multifilar do
quadro de distribuição, detalhe em 3D das instalações ou ainda detalhamentos específicos de elementos
da instalação como, por exemplo, detalhes do aterramento, detalhes da ligação das tomadas, entre outros.
Disjuntor Geral
bipolar 32 A
Disjuntor monopolar
10 A
32 A
10 A
1.5
Seção do condutor
QD1 1,5 mm²
Conduto ø1"
2#6(6)6mm²
Descrição do Circuito
Potência do
32 A Circuito
DIAGRAMA MULTIFILAR
Número do
10 A Circuito
1.5
Iluminação Geral 436 W 1
13 A
2.5
6 1200 W Tomada (área de serviço)
10 A
2.5
Tomadas (sala e dormitório 01) 900 W 2
25 A
6
7 4500 W Chuveiro elétrico
10 A
2.5
Tomadas (sanitário e dormitório 02) 900 W 3
10 A
2.5
8 0W Reserva
16 A
4
Tomadas (cozinha 01) 1200 W 4
10 A
2.5
9 0W Reserva
10 A
2.5
Tomada (cozinha 02) 800 W 5
Azul claro
Branco
R 6050 Preto
S 3886
Total 9936 R S N
Verde
Aterramento
Azul claro
Branco
Preto
Identificação dos
condutores e suas cores
R S N
Seção do
Condutor
Potência do
Circuito
QD1 Número do
(9936 W) Circuito
10 A
10 kA (436 W) Descrição do Circuito
1 (Iluminação Geral)
DIAGRAMA UNIFILAR
S
1.5
10 A
10 kA (900 W)
2 (Tomadas (sala e dormitório 01))
R
2.5
10 A
10 kA (900 W)
3 (Tomadas (sanitário e dormitório 02))
R
2.5
Disjuntor bipolar 16 A
32 A 10 kA (1200 W)
4 (Tomadas (cozinha 01))
S
4
QM1 32 A 10 A
4.5 kA 5 kA (800 W)
KW.h 5 (Tomada (cozinha 02))
R
6 2.5
13 A
5 kA (1200 W)
6 (Tomada (área de serviço))
Condutores que vem do R
2.5
QM - seção 6 mm² 25 A
DR 20 kA (4500 W)
7 (Chuveiro elétrico)
R+S
6
10 A
5 kA (0 W)
8 (Reserva)
R
2.5
10 A
5 kA (0 W)
9 (Reserva)
R
2.5
Barramento de terra
(aterramento)
A representação das instalações elétricas em 3 dimensões (3D) busca representar o “esqueleto” das ins-
talações, permitindo visualizar de forma mais clara a posição das caixas e suas ligações. Na figura a seguir,
podemos observar a instalação do projeto do nosso estudo em 3D.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
132
Antes de falarmos sobre a instalação de para-raios, é importante lembramos qual o fenômeno que
motiva tal proteção: os raios ou descargas atmosféricas, que é uma descarga elétrica de curta duração e
de elevadíssima intensidade que pode atingir o solo causando danos às estruturas, choques elétricos, in-
cêndios, explosões, quedas de árvores, quedas de edifícios, ferindo ou matando pessoas e animais, entre
outros efeitos.
Por ser um fenômeno da natureza, não se pode controlar as suas ações, porém, conhecendo a sua ten-
dência natural de cair sobre o solo, é possível criar meios para captar e estabelecer um percurso no qual
seja possível escorar as descargas elétricas de forma segura.
Os sistemas mais utilizados para tal proteção são dois: o para raios de Franklin e a gaiola de Faraday,
cuja finalidade é escoar as cargas elétricas para a terra através da atração das cargas pelas pontas de um
elemento captor, conduzindo-as para o solo onde irá se dissipar. Vejamos um pouco sobre cada um desses
sistemas por meio das informações e quadro a seguir.
a) Para-raio tipo Franklin: é o para raio composto por uma haste captora em forma de ponta. Essa
haste é fixada no topo de um mastro, no qual são interligados condutores de descida e esses são
ligados a eletrodos de aterramento, que são responsáveis por dissipar no solo qualquer carga pro-
veniente de uma descarga atmosférica;
b) Para-raio tipo gaiola de Faraday: é o para raio composto por um conjunto de captores que for-
mam uma malha em formato quadricular em torno da edificação, de forma que possibilite a prote-
ção da área mais alta da mesma. Nesse tipo de para-raio as descidas devem ser dispostas em cada
vértice da edificação sendo essas conectadas a uma malha de aterramento que deve cobrir toda a
edificação.
5 Desenho de instalações elétricas
133
Captor
Captor
Isolação
Mastro
Descida Descida
Isolação
Edificação Edificação
Eletroduto
Caixa
Caixa
de inspeção
de inspeção
Eletroduto
Solo Aterramento
Aterramento Solo
Observe a figura a seguir onde traz a representação de uma instalação de para-raio na planta de cober-
tura.
INC 30%
INC 30%
INC 30%
INC 30%
LEGENDA
CABO DE COBRE NÚ 50.0 mm² ENTERRADO A 500 mm (detalhe 01)
30 cm
50 cm
Cabo de cobre nú
# 50 mm²
Terminal aéreo
35 cm
5 cm
Conector com
Parafuso rabicho
+ bucha
Parafuso sextavado
200 mm
rosca soberba
1.1/4" x 50 mm
Bucha de nylon
FiguraDETALHE 03ligações
85 - Detalhes das - Suporte guia
para-raios para 03
– detalhe quina
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
136
Parafuso sextavado
200 mm
rosca soberba
1.1/4" x 50 mm
Bucha de nylon
Cabo de cobre nú
#25 mm²
Tubo de PVC
Cabo de cobre nú
#50 mm²
Haste cobreada 5 8" x 2,40 m
Concluímos mais um capítulo do nosso livro sobre Projetos Elétricos Prediais, onde estudamos sobre o
desenho das instalações elétricas prediais, que é um dos elementos que compõem um projeto elétrico, por
isso devem ser elaborados atendendo as especificações das normas técnicas, assim como as necessidades
do cliente e em conformidade com o que foi dimensionado. Deve-se ter o cuidado com as informações
nele representadas, tendo em vista que o desenho representado será posteriormente executado por pro-
fissionais da área elétrica.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
138
RECAPITULANDO
Nesse capítulo, aprendemos sobre o desenho de instalações elétricas, estudando as etapas que
compõem um sistema elétrico: a geração, transmissão, distribuição e consumo da energia elétrica.
Vimos que na última etapa, consumo, estão presentes as instalações elétricas.
Estudamos os dispositivos utilizados para o comando e proteção dos circuitos, assim como elemen-
tos pertencentes às instalações como caixas de luz, de passagem, eletrodutos, tomadas, onde vimos
sua função e simbologia usuais.
Aprendemos também como é feita a representação das instalações em planta baixa, onde aprende-
mos o passo a passo para a sua realização. Estudamos também sobre esquemas verticais e detalha-
mentos que comumente são apresentados nos projetos.
Por fim, estudamos sobre as instalações de para-raios, seus dois tipos mais comuns e como é repre-
sentada a sua instalação, assim como o detalhamento de suas ligações.
5 Desenho de instalações elétricas
139
Desenho assistido por computador
A inovação no setor técnico se deu com o uso da informática, que mudou os hábitos das
pessoas nos mais variados setores: vida pessoal, nas escolas, em casa e principalmente nos
ambientes de trabalho. Na área técnica, o desenho técnico sofreu um grande impacto.
Antes os desenhos e projetos eram criados e copiados à mão, o que demandava muito tem-
po e muita prática e os erros não eram facilmente corrigidos. Eles passaram a ser desenvolvidos
com o uso de softwares37 específicos para desenho. Essa evolução permitiu que os desenhos
fossem elaborados de forma mais rápida, podendo ser modificados e corrigidos sem grandes
esforços, além de serem facilmente impressos e copiados por meio de máquinas de impressão
e xerografia (máquinas para cópia).
Essa moderna ferramenta utilizada na elaboração de desenhos foi consagrada com o nome
Computer Aided Design (CAD) ou em português, Desenho Assistido por Computador, que é
um sistema composto por uma variedade de ferramentas como: linhas, círculos, arcos, textos,
cotas, dentre outros elementos que permitem o desenvolvimento de desenhos tanto em duas
dimensões (2D) como em três dimensões (3D), esse último não será objeto de nossos estudos.
Existem variados softwares CAD utilizados não só na elaboração de desenhos técnicos, mas também
no desenvolvimento quase realísticos de edificações, linhas de produção de fábricas, entre outros. São
exemplos SketchUp, LibreCAD, ZWCAD, Revit, AutoCAD, entre outros, sendo esse último o software mais
utilizado na área de atuação do técnico em eletrotécnica e que será estudado nesse capítulo.
Ao longo desse capítulo, conheceremos a interface gráfica ou área de trabalho do programa AutoCAD,
que é composta por várias ferramentas que auxiliam na elaboração, modificação e manipulação dos dese-
nhos.
Aprenderemos os principais comandos utilizados na elaboração e modificação dos desenhos, os co-
mandos de textos, cotas, entre outros. Por fim, aprenderemos a criar, configurar e plotar um desenho den-
tro do espaço layout do programa.
Pronto para começarmos? Então vamos lá!
Existem vários softwares CAD que utilizam a tecnologia para criar projetos que substituem o processo
puramente mecânico e manual de desenhar por um processo automatizado, facilitando assim o desenvol-
vimento de desenhos e melhorando a qualidade de reprodução dos mesmos.
O software mais conhecido e comumente utilizado nas engenharias e arquitetura é o AutoCAD da em-
presa Autodesk. Ele foi o primeiro programa CAD criado e possui grande aceitação e utilização no mer-
cado, pois a empresa disponibiliza versões gratuitas para testes e versões com licença gratuita por três
anos, para estudantes e instituições de ensino, não apenas desse software, mas dos variados programas
desenvolvidos por essa empresa.
Após instalar o programa (caso não o tenha instalado no computador) ele poderá ser facilmente aces-
sado através do ícone comumente presente na área de trabalho do computador. Para fins de estudo, es-
taremos utilizando a interface clássica do programa, tendo em vista que o programa é constantemente
atualizado, o que dificultaria adotar uma das versões, pois poderia divergir com sua versão do programa.
Para utilizar a interface clássica, você deve proceder da seguinte forma:
6 Desenho de instalações elétricas
143
A figura a seguir mostra a interface gráfica do AutoCAD, que contém todos os elementos necessários
que são utilizados para criar, modificar, dimensionar, salvar, imprimir, entre outros. A área de trabalho bá-
sica do programa é a clássica, pois possui os elementos organizados de forma simples com os ícones mais
utilizados podendo ser facilmente acessados pelo projetista. Na figura a seguir, veremos a área de trabalho
do programa.
Barra de ferramentas
Barra de ferramentas
Área gráfica
Cursor
-- Menu insert (inserir): possui os comandos para inserção de blocos, figuras e outros elemen-
tos;
-- Menu format (formatar): possui os comandos responsáveis pela formatação de elementos
como cor, linha, texto, cota, entre outros;
-- Menu tools (ferramentas): possui os comandos que auxiliam na utilização do AutoCAD;
-- Menu draw (desenhar): possui os comandos de criação dos desenhos, como linhas, formas
geométricas, textos, dimensionamento, entre outros;
-- Menu dimension (cota): possui os comandos responsáveis pela cotagem dos desenhos;
-- Menu modify (modificar): possui os comandos que permitem modificar o elemento selecio-
nado como, por exemplo, os comandos para mover, copiar, rotacionar, entre outros.
c) Barra de ferramentas: contém os ícones dos comandos mais utilizados no programa, ela possibili-
ta um rápido acesso aos comandos e opções usuais da barra de menu, conforme veremos a seguir,
respectivamente:
h) Barra de status: está presente na parte inferior do programa e possui algumas funções que auxi-
liam na execução do desenho. Essas funções podem ser ligadas ou desligadas a depender da neces-
sidade do usuário, conforme veremos a seguir:
Tecla de
Elemento Função
atalho
Quando a função está ativa permite que o
cursor busque pontos notáveis no
Object
F3 desenho como centro, ponto final, meio,
snap que pode ser previamente habilitado pelo
usuário através da seta ao lado do botão.
A função object snap é uma das mais utilizadas na elaboração do desenho e ela pode ser configurada
configurada clicando na seta da opção object snap, e depois selecionar a opção drafting settings, onde será
aberta a janela seguinte, devendo o usuário deixar ativos os pontos notáveis que lhe convier.
i) Área de desenho e área de impressão: o AutoCAD possui duas áreas, o model space e o paper space.
O primeiro é o espaço onde o usuário efetuará o desenho também conhecido como model, já o
segundo é o espaço onde se prepara o desenho para a impressão final, também conhecido como
layout.
O programa possui ainda uma série de ferramentas básicas que são comuns a programas de edição e
que são acessados pela aba conhecida como Application Menu ou menu de aplicação. Nele estão os co-
mandos básicos para criar um novo arquivo, salvar, abrir, exportar, plotar ou imprimir, além de algumas
utilidades básicas do próprio programa.
Application Menu
Ambos os espaços, model ou leiaute, do AutoCAD, podem ser configurados pelo usuário, que pode, por
exemplo, alterar a cor do ambiente de trabalho, acessando a aba Opções no Application Menu, onde será
aberta uma janela; na aba display, é possível configurar as cores das área e trabalho através da aba colors.
Selecione
a opção
colors
Nesse ambiente é possível efetuar outras configurações como o tamanho do cursor do mouse, definir o
tempo de salvamento automático dos desenhos entre outros.
Agora que já conhecemos os elementos que estão presentes na área de trabalho do programa, vamos
aprender alguns comandos utilizados na elaboração dos desenhos.
A B C D E F
Comando que permite criar segmentos de linha reta, sendo cada segmento considerado como um
elemento separado dos demais. Existem três formas diferentes para acessar esse comando, que pode ser:
a) Menu: draw line;
b) Linha de comando: line ou L
c) Ícone:
Após acessar o comando, o programa solicitará a especificação do primeiro ponto; após ser especifica-
do o primeiro ponto, é solicitado o segundo, e assim por diante. Para finalizar o comando, basta pressionar
a tecla ENTER, tecla de espaço ou ESC. Abaixo veremos um exemplo.
Command: L [ENTER]
Specify frist point: digite ou especifique o primeiro 1 2
x x
ponto
Specify next point or [close/Undo]: digite ou especifique
o próximo ponto ou (close: fecha a figura ligando o
último ponto ao primeiro / Undo: desfaz a última ação 3
do comando) x
[ENTER] para finalizar o comando
Quadro 21 - Usando comando line
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Comando que cria uma reta de comprimento infinito que é utilizada como linha auxiliar na confecção
de projetos. Essa reta é infinita e pode ser horizontal, vertical ou ainda com um ângulo predefinido. Existem
três formas diferentes para acessar esse comando, que pode ser:
a) Menu: draw construction line
b) Linha de comando: xline ou XL
c) Ícone:
Após acessar o comando, o programa solicita que o usuário especifique a posição da linha que deseja
criar (horizontal, vertical ou com um ângulo predefinido), depois o usuário deve especificar os pontos onde
deseja utilizar a linha. Para finalizar o comando, basta pressionar a tecla ENTER, tecla de espaço ou ESC.
Abaixo veremos um exemplo.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
150
Command: XL [ENTER]
Specify a point or (Hor Ver Ang Bisect Offset):
especifique a posição da linha que deseja criar:
horizontal, vertical, angular, bissetriz, paralela.
Specify througth point: digite ou especifique o
próximo ponto
Comando que cria uma polilinha, que é um elemento composto por segmentos de linhas e/ou arcos
conectados, sendo considerado pelo programa como um único elemento. Existem três formas diferentes
para acessar esse comando, que pode ser:
a) Barra de Menu: Draw polyline
b) Digitando da linha de comando: pline ou pl
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicitará a especificação do ponto inicial, que na sequência é
solicitado o segundo, e assim por diante. Para finalizar o comando, basta pressionar a tecla ENTER, tecla de
espaço ou ESC. Abaixo veremos um exemplo.
1 2
Command: PL [ENTER] x x
Specify start point: especifique o ponto inicial x3 x4
Specify next point or: especifique o próximo ponto
Specify next point or: especifique o próximo ponto
6x x5
Comando que possibilita a criação de retângulos a partir da definição de um vértice aliado com outras
propriedades como o vértice oposto, a área ou as dimensões dos lados. Existem três formas diferentes para
acessar esse comando, que pode ser:
a) Barra de Menu: Draw rectangle;
b) Digitando da linha de comando: rectangle ou REC
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicitará a especificação do primeiro ponto. Após essa ação, será
solicitado o segundo ponto, que pode ser feito mediante a apresentação do segundo vértice do retângulo
ou da definição da área desejada devendo, nesse caso, o usuário informar a altura ou a largura desejada ou
ainda inserindo as dimensões da altura e largura desejadas. Abaixo veremos um exemplo.
Comando que possibilita a criação de arcos, que podem ser feitos a partir da determinação do centro,
extremidades ou ponto inicial, raio, ângulo, entre outros. Existem três formas diferentes para acessar esse
comando, são elas:
a) Barra de Menu: Draw arc
b) Digitando da linha de comando: arc ou A
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicitará a especificação do primeiro ponto, após essa ação será
solicitado o segundo ponto ou centro e, por fim, o último ponto. Abaixo veremos um exemplo.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
152
Command: A [ENTER] x2
Specify start point of arc or [Center]: especifique o 1
ponto inicial do arco (1) x
Specify second point of arc or [Center/ End]:
especifique o segundo ponto (2)
Specify end point of arc or: especifique o último
ponto (3)
x 3
Comando que possibilita a criação de círculos, que podem ser feitos a partir da definição de dois pon-
tos, três pontos, do centro e raio ou diâmetro. Existem três formas diferentes para acessar esse comando,
que podem ser:
a) Barra de Menu: Draw circle
b) Digitando da linha de comando: circle ou C
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicitará a especificação do primeiro ponto, após essa ação será
solicitado o segundo ponto ou centro e por fim o último ponto. Abaixo veremos um exemplo.
Command: C [ENTER]
Specify start point of arc or [Center]: especifique o
ponto inicial do arco (1) 1
Specify second point of arc or [Center/ End]:
especifique o segundo ponto (2) 2
Specify end point of arc or: especifique o último
ponto (3)
Quadro 26 - Usando comando circle
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Os comandos utilizados para a criação de desenho não se restringem apenas aos citados anteriormen-
te, citamos apenas alguns deles. Na sequência, veremos alguns comandos de modificação.
6 Desenho de instalações elétricas
153
Além de criar elementos novos, o AutoCAD possui comandos que permitem modificar elementos cria-
dos ou ainda criar novos objetos a partir deles. Esses comandos são chamados de comandos de modifica-
ção, eles permitem copiar, rotacionar, espelhar, mover, entre outras ações.
A B C D E F G H I J K
Comando que permite apagar os elementos selecionados; é similar à função da tecla delete. Ele pode
ser acessado usando uma das três formas apresentadas a seguir:
a) Barra de Menu: Modify erase
b) Digitando da linha de comando: erase ou E
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicita que seja selecionado os elementos que serão excluídos.
Após selecioná-los, basta pressionar a tecla ENTER e os elementos serão apagados. Na sequência, veremos
um exemplo do uso desse comando:
Comando que permite efetuar cópias de um dado elemento. Ele pode ser acessado usando uma das
três formas apresentadas a seguir:
a) Barra de Menu: Modify copy
b) Digitando da linha de comando: copy ou CO
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicita que sejam selecionados os elementos que serão copia-
dos. Após a seleção, o usuário deve pressionar a tecla ENTER. O programa solicitará um ponto base no
objeto e depois os pontos onde serão feitas as cópias do objeto selecionado. Na sequência, veremos um
exemplo do uso desse comando:
Command: Co <Enter> 3
Select object: (selecione os objetos que serão 1
copiados) <Enter> x
2
4
Specify base point or [Displacement]: (clique
no centro ou em qualquer ponto do objeto)
<Enter>
Specify second point or [Array Exit Undo]:
(clique no local que deseja copiar, você pode
clicar em vários destinos/ para sair digite E/
para voltar digite U) <Enter>
Quadro 28 - Usando comando copy
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
6 Desenho de instalações elétricas
155
Comando que permite espelhar um elemento, apagando ou não o elemento original. Ele pode ser aces-
sado usando uma das três formas apresentadas a seguir:
a) Barra de Menu: Modify mirror
b) Digitando da linha de comando: mirror ou MI
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicita que sejam selecionados os elementos que serão espelha-
dos. Após a seleção, o usuário deve pressionar a tecla ENTER, o programa solicita um ponto base no objeto
e depois um segundo ponto. Por fim, o programa verifica se deve ser mantido ou apagado o elemento
original. Na sequência, veremos um exemplo do uso desse comando:
Comando que cria a cópia de um elemento paralelo ao original, devendo ser determinada a distância e
lado que ficará a cópia. Ele pode ser acessado usando uma das três formas apresentadas a seguir:
a) Barra de Menu: Modify offset
b) Digitando da linha de comando: offset ou O
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicita que seja especificada a distância que o elemento deverá
ser copiado. Após definida a distância, o programa solicita que seja selecionado o objeto a ser copiado. Na
sequência, o usuário deverá especificar qual o lado deve ser feito a cópia, depois o usuário pode clicar em
mais elementos e repetir o processo ou finalizar o comando pressionando a tecla ENTER.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
156
Comando usado para mover elementos. Ele pode ser acessado por meio de uma das três formas apre-
sentadas a seguir:
a) Barra de Menu: Modify move
b) Digitando da linha de comando: move ou M
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicita que seja selecionado os elementos que serão movidos.
Após a seleção, o usuário deve pressionar a tecla ENTER, o programa solicita um ponto base no objeto
e depois um clique no local onde se deseja mover o elemento selecionado. Na sequência, veremos um
exemplo do uso desse comando:
Comando usado para rotacionar um elemento a partir de um ponto que define o eixo de rotação ou in-
formando um ângulo de rotação. Ele pode ser acessado usando uma das três formas apresentadas a seguir:
a) Barra de Menu: Modify rotate
b) Digitando da linha de comando: rotate ou RO
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicita que seja selecionado o elemento a ser rotacionado. Após
a seleção, o usuário deve pressionar a tecla ENTER, o programa solicitará um ponto base na tela e depois o
ângulo de rotação do elemento selecionado. Na sequência, veremos um exemplo do uso desse comando:
Comando usado para ajustar a escala de um elemento, de forma que suas dimensões possam ser au-
mentadas ou diminuídas, tendo como base um ponto de referência e a partir de um fator de escala digita-
do na linha de comando pelo usuário.
Ele pode ser acessado usando uma das três formas apresentadas a seguir:
a) Barra de Menu: Modify scale
b) Digitando da linha de comando: scale ou SC
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicita que seja selecionado o elemento a ter sua escala alterada.
Após a seleção, o usuário deve pressionar a tecla ENTER, o programa solicitará um ponto base na tela e
depois o usuário deve especificar o fator de escala a ser adotado no elemento selecionado. Na sequência,
veremos um exemplo do uso desse comando:
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
158
Comando que permite “esticar” uma parte do desenho na região que é selecionado. Os elementos
dentro da região selecionada são esticados e os que estiverem fora da região selecionada se mantêm inal-
terados. Ele pode ser acessado usando uma das três formas apresentadas a seguir:
a) Barra de Menu: Modify stretch
b) Digitando da linha de comando: stretch ou S
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, o programa solicita que seja selecionada a região do elemento que se deseja
esticar. Após a seleção, o usuário deve pressionar a tecla ENTER. O programa solicitará um ponto base na
tela e depois o usuário deverá clicar em outro ponto na tela, indicando até onde o elemento deve ser esti-
cado. Na sequência, veremos um exemplo do uso desse comando:
Command: S <Enter>
Select object: (selecione as extremidades que
deseja esticar) <Enter>
Specify base point or displacement: (clique
num ponto base na tela) (1)
Specify second point of displacement: (clique x
1
no ponto da tela onde deseja esticar o
elemento) <Enter>
Comando usado para cortar, aparar, ajustar o comprimento ou eliminar trechos de um elemento. Ele
pode ser acessado usando uma das três formas apresentadas a seguir:
a) Barra de Menu: Modify trim
b) Digitando da linha de comando: trim ou TR
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, pressione ENTER, o programa solicitará que sejam selecionados os excessos a
serem aparados ou eliminados. Na sequência, veremos um exemplo do uso desse comando:
Command: Tr <Enter>
Select object: <Enter>
Select object to trim or [Project/ edge/ undo]: 1
3
(clique nos excessos a serem apagados)
<Enter> 2 4
Comando utilizado para estender ou alongar o comprimento das linhas, arcos ou polilinha até um limite
especificado. Ele pode ser acessado usando uma das três formas apresentadas a seguir:
a) Barra de Menu: Modify extend
b) Digitando da linha de comando: extend ou EX
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, pressione ENTER. O programa solicitará que seja selecionada a linha que se
deseja estender. Na sequência, veremos um exemplo do uso desse comando:
2
Command: EX <Enter>
Select object: <Enter>
1
Select object to extend or [Project/ edge/
undo]: (clique nas extremidades das linhas que
se deseja estender) <Enter>
Comando utilizado para explodir objetos agrupados ou considerados como um único elemento, trans-
formando-os em objetos simples. Este comando é utilizado para desagrupar blocos, polilinhas e cotas, por
exemplo. Ele pode ser acessado usando uma das três formas apresentadas a seguir:
a) Barra de Menu: Modify explode
b) Digitando da linha de comando: explode ou X
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, pressione ENTER, o programa solicitará que sejam selecionados os elementos
que serão explodidos. Após selecioná-los, pressione a tecla enter. Na sequência, veremos um exemplo do
uso desse comando:
Command: X <Enter>
Select object: <Enter> (1)
1
Além dos comandos de criação e manipulação do desenho, existem alguns comandos de auxílio para
essas ações. Na sequência, veremos alguns comandos importantes que auxiliam no desenvolvimento dos
desenhos.
Comando Layer
Para auxiliar na criação dos desenhos, existe um comando chamado de layers ou camadas. Ele consiste
em criar camadas específicas para diferentes elementos presentes em um desenho, sendo possível atribuir
para cada camada um tipo de linha, uma cor, espessura, entre outros elementos. Esse comando é acessado
na barra de layers, nela estão presentes os seguintes elementos:
a) Barra de Menu: home layer
b) Digitando da linha de comando: LA
c) Pelo ícone:
6 Desenho de instalações elétricas
161
Após acessar o comando, é aberta uma janela para a criar, configurar e modificar os layers.
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Após serem configuradas as camadas que serão utilizadas no desenho, é possível gerenciá-las através
da aba a seguir, onde o usurário pode selecionar, ligar/desligar; congelar/descongelar, trancar ou destran-
car um determinado layer.
No próximo item, aprenderemos a configurar e utilizar os textos, blocos, hachuras e cotas no desenho.
Aprendemos nos itens anteriores, os comandos utilizados na criação e modificação dos desenhos. Ve-
remos nos próximos itens os comandos mais comuns utilizados na manipulação dos desenhos. São exem-
plos desses comandos os comandos usados na formatação e inserção dos textos, na criação e inserção de
blocos, na manipulação das hachuras e na formatação e utilização das cotas.
A função texto é utilizada para inserir textos no desenho, mas antes de utilizar essa função o usuário
deve configurar as suas propriedades, que consiste em definir a fonte, tamanho, cor e alinhamento. O usu-
ário pode criar vários estilos de texto assim como alterar estilos já existentes, sendo esses estilos utilizados
posteriormente tanto nos textos como na configuração das cotas, por exemplo. Para configurar o estilo de
texto, o usuário deve acessar o comando Style através de uma das opções a seguir:
a) Barra de Menu: format text style
b) Digitando da linha de comando: ST
c) Pelo ícone: A
Após ativar o comando, será aberta uma janela onde o usuário deverá configurar os estilos de texto
que serão utilizados em seu desenho. O AutoCAD possui um estilo padrão “Standart” que pode ser usado
como base para criar novos estilos. Ao criar um novo estilo, será necessário nomear, definir a fonte, a altura
e a cor. O programa permite ainda que sejam utilizados alguns efeitos como texto de “cabeça para baixo”,
texto de “traz para a frente” ou texto na vertical. Na sequência, veremos a janela usada na configuração
dos textos.
6 Desenho de instalações elétricas
163
Nomear o
estilo criado
Estilo recém-
criado
Existem dois comandos utilizados na criação de textos, o primeiro é o Single line text e o segundo é o
multiline text. Na sequência, veremos como acioná-los e qual a função de cada um deles.
Ao acionar o comando, o programa solicita que o usuário defina a caixa de texto (espaço para digitar
o texto). Após ser definida, é aberta uma janela com ferramentas que possibilitam editar o texto, que são
similares a ferramentas usadas em programas de edição de textos. A seguir, veremos algumas das ferra-
mentas de edição de texto.
Estilo de texto Fonte do texto Altura do texto Estilo da fonte Cor da fonte
Bloco é uma ferramenta do AutoCAD que possibilita agrupar um conjunto de objetos e transformá-los
em um único elemento que é identificado por um nome. Ele é utilizado quando se tem um conjunto de
objetos que são utilizados com frequência em um desenho, por exemplo os mobiliários e simbologias que
são utilizados nos projetos.
Criando blocos
Para criar um bloco, o usuário deve acessar o comando através de uma das opções a seguir:
a) Barra de Menu: draw Block make
b) Digitando da linha de comando: Block ou B
c) Pelo ícone:
Após acionar o comando, é aberta uma janela onde o usuário deverá nomear o bloco que será criado,
selecionar os objetos que formarão o bloco, definir um ponto base para a inserção do bloco, entre outros.
Nome do bloco
Selecionar os objetos
que farão parte do bloco
Descrição do bloco
Inserindo blocos
Para inserir um bloco no desenho, o usuário deve acessar o comando através de uma das seguintes
opções:
a) Barra de Menu: insert Block
b) Digitando da linha de comando: insert, I ou DDINSERT
c) Pelo ícone:
Após acionar o comando, é aberta uma janela onde o usuário deverá escolher o bloco que será inserido,
ajustar as funções que achar necessário, dar ok e, por fim, inserir o bloco no local necessário.
Ativa ou desativa a
opção de inserir um
bloco explodido
É possível efetuar ainda apagar alterações em um bloco já criado sem precisar refazer ou explodir o
bloco. Para isso, deve ser utilizado o comando de edição de blocos ou Block editor.
A hachura pode ser entendida como uma “pintura” padronizada em uma dada área, onde podem ser
utilizados linhas e símbolos para detalhar os objetos. As hachuras são bastante utilizadas em projetos ar-
quitetônicos para detalhar, destacar ou diferenciar os elementos como, por exemplo, os pisos em dese-
nhos de arquitetura. Para usar esse comando, é fundamental que a área onde será aplicada esteja comple-
tamente fechada com o uso de linhas ou polilinhas, por exemplo. Esse comando pode ser acessado através
de um dos seguintes comandos:
a) Barra de Menu: draw hatch
b) Digitando da linha de comando: hatch ou H
c) Pelo ícone:
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
166
Após acessar o comando, é aberta uma janela onde o usuário deverá escolher e configurar as hachuras
que deseja aplicar. Após configurar a hachura, o programa solicitará que o usuário informe um ponto inter-
no no elemento ou selecione os objetos em que se deseja aplicar a hachura escolhida.
Define se a hachura
estará à frente ou atrás
do elemento hachurado
Tanto a configuração da hachura como do gradiente possuem os mesmos elementos vistos anterior-
mente. Sua diferença está na configuração das paletas conforme veremos na sequência.
Após escolher e configurar a hachura a ser utilizada, o usuário deve selecionar a opção Add: Pick points
ou a opção Add: Select objects, adicionar os pontos ou selecionar objetos. Depois de selecionar a opção
desejada, o usuário deverá selecionar a área ou o objeto em que será aplicada a hachura e dar enter. O
programa retornará à janela de configuração onde o usuário poderá visualizar a hachura escolhida através
do botão preview ou concluir através do botão Ok.
O usuário pode editar a hachura criada através da função Hatchedit. Essa função é acessada digitando
na linha de comando HE. Após acionar o comando, o usuário deve selecionar a área da hachura que deseja
editar e fazer as alterações necessárias.
Após ser elaborado o desenho utilizando os vários comandos disponíveis no programa, o usuário pode
precisar dispor as cotas nos mesmos. Conforme aprendemos no capítulo Fundamentos de desenho técni-
co, cotar um elemento consiste em dispor nele todas as medidas e informações métricas que possibilitará
a sua interpretação e/ou construção.
O AutoCAD dispõe de uma série de comandos para efetuar a cotagem de um determinado elemento.
Antes de conhecermos os comandos utilizados no dimensionamento ou cota dos elementos, é importante
padronizarmos as configurações de estilo da cota, através do comando Dimstyle que é acessado no menu
dimension ou ainda pela linha de comando digitando “D”.
Ao acessar esse comando, é aberta uma janela que possui dois estilos de formatação presentes no
arquivo utilizado por ele. Para criar um novo estilo, o usuário deve clicar no botão New, nomear o estilo e
clicar no botão continue para iniciar a configuração do estilo recém-criado.
A tela que aparece na sequência permite que o usuário configure as linhas de cota, linhas de chamada
e linhas de extensão, configure os textos presentes na cota, especifique as unidades adotadas nas dimen-
sões da cota e defina também as tolerâncias para as cotas. Cada uma das abas da janela possibilita a confi-
guração de um desses elementos da cota.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
168
Após serem configurados os elementos pertencentes à cota, o usuário poderá utilizá-la em seu dese-
nho. O programa dispõe de diversos comandos para a cotagem dos desenhos, que o usuário deve escolher
em função da posição e elemento que pretende cotar.
Veremos no quadro a seguir as formas para acessar os principais comandos de dimensionamento assim
como a sua função.
Após construirmos e cotarmos os desenhos criados, será necessário organizá-los em formatos padroni-
zados de papel para posteriormente plotarmos (efetuar a impressão). Mas antes de aprendermos os passos
para organizar e imprimir o desenho elaborado é importante criarmos um formato padrão da folha de
desenho que deve conter as margens e carimbo do desenho.
As regras para a criação das margens seguem os mesmos critérios que aprendemos no capítulo Fun-
damentos de desenho técnico. Existem basicamente cinco formatos diferentes de folha de desenho A0,
A1, A2, A3 e A4, mas esses formatos podem ter uma das suas dimensões alteradas a depender das ne-
cessidades de representação do desenho. Na sequência, veremos as dimensões e margens dos formatos
principais de folha.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
170
Margem (mm)
Formato Dimensões
Esquerda Direita
A0 841 x 1189 25 10
A1 594 x 841 25 10
A2 420 x 594 25 7
A3 297 x 420 25 7
A4 210 x 297 25 7
Quadro 40 - Dimensões e margens da folha
Fonte: ABNT NBR 10068, 1987. (Adaptado).
Além das margens, a prancha de desenho deve conter o carimbo que é o espaço da folha que contém
as informações referentes à empresa, projetista, cliente, título do projeto e/ou desenho, data, informações
referentes a alterações do desenho, entre outros. As dimensões do carimbo não devem ser inferiores a 175
mm de largura e 85 mm de altura. A norma ABNT NBR 10068:1987 sugere alguns elementos que devem
conter no carimbo, mas geralmente cada empresa e/ou projetista possui um padrão de carimbo.
manipulação de Escalas
FIQUE A alteração da escala do desenho deve ser feita no layout e nunca no model, pois
ALERTA dificultaria futuras alterações no desenho.
Para que o desenho elaborado seja impresso em escala não basta apenas conhecer a escala desejada e
utilizar o comando scale, faz-se necessário atentar-se aos seguintes pontos:
a) Unidade de medida utilizada para criar o desenho;
b) Unidade de medida utilizada para criar o papel (geralmente criado em milímetros);
c) Escala que deseja utilizar no desenho.
6 Desenho de instalações elétricas
171
Conhecer as unidades utilizadas na criação do desenho e da folha será necessário para ajustar e corrigir
o fator de escala a ser utilizado no desenho. Caso esse ajuste não seja feito, pode-se correr o risco de o de-
senho ficar muito grande ou muito pequeno, se comparado à folha.
No quadro a seguir, veremos como utilizar as escalas 1:25, 1:50, 1:100 e 1:125. Nesse caso, estamos
considerando a folha desenhada em milímetros e o desenho elaborado em milímetros, centímetros ou
metros. Observe que para cada unidade utilizada no desenho o fator de escala é digitado de uma forma
diferente, pois a escala está sendo ajustada, assim como as unidades de medida entre o desenho e a folha
de impressão.
Milímetros Milímetros
1/25 1/50 1/100 1/125
(mm) (mm)
Centímetros Milímetros
10/25 10/50 10/100 10/125
(cm) (mm)
Milímetros
Metro (m) 1000/25 1000/50 1000/100 1000/125
(mm)
Quadro 41 - Formação da escala no AutoCAD
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Relembramos as informações que devem conter na prancha de desenho. Agora vamos aprender a criar
e a organizar o formato do papel. Nesse caso, vamos trabalhar no campo de layout, essa é a área específica
para manipularmos a folha de desenho. Veremos na sequência o passo a passo:
a) (1) clique com o botão direito na aba Layout 1 e selecione a opção Page Setup Manager, (2) sele-
cione a opção modify, para alterar as configurações da página de impressão.
b) Na janela que será aberta, o usuário deverá definir a impressora ou formato para impressão (uti-
lizaremos DWG to PDF), escolher o formato do papel que será utilizado (utilizaremos o formato
ISO A3), assim como a posição do papel que pode ser paisagem - landscape ou retrato - portrait
(adotaremos a posição paisagem) e por fim clique em ok.
Escolher a impressora
ou tipo de impressão
Escolher o formato
do papel
Escolher posição
da folha
c) O procedimento anterior definiu o formato da folha de impressão, nesse caso foi criada uma
folha A3 (420 x 297 mm), observe que a viewport está menor do que a folha, selecione e apague
a viewport.
Folha A3
Selecione e
apague a
viewport
e) Após criar as margens da folha, o usuário deverá desenhar o carimbo. Esse espaço deve conter as in-
formações referentes ao projeto, cliente, projetistas, entre outros. Sua largura não deve ser inferior
a 175 mm e a altura a 50 mm.
f) Com a folha pronta, vamos desenhar a viewport (ou porta de visualização do desenho que é a área
utilizada para visualizar o desenho elaborado no model). Para criá-la, basta acessar o menu view,
selecionar a opção viewports e escolher o tipo de viewports desejada, 1 viewports, 2 viewports, 3
viewports, 4 viewports, polygonal viewports ou object, que permitem criar respectivamente 1, 2, 3, ou
4 áreas de visualização ou ainda criar uma poligonal como área de visualização ou a partir de um
dado objeto. Em nosso exemplo, estaremos utilizando polygonal viewports.
g) Após selecionar o comando desejado, basta clicar nos pontos que serão necessários para criar a
viewport (em nosso caso serão 7 pontos) e ao final pressione a tecla enter.
10
20
7 0
40 30
60 50
h) Após serem definidos os limites da viewport, será apresentado automaticamente o desenho criado
no model. Observe que o desenho está fora de escala. O próximo passo será ajustar a escala do de-
senho.
i) Para ajustar a escala, o usuário deve dar um duplo clique no centro da tela para abrir a viewport. Com
a viewport aberta, execute o comando Z <Enter> Sc <Enter> (comando de visualização em escala),
digite o fator de escala 1000/50 xp, por fim dê um duplo clique fora da viewport.
Após definir a escala dentro da viewport, não utilize mais o comando zoom ou o
FIQUE botão de rolagem do mouse, pois isso fará com que a escala definida no desenho
ALERTA seja perdida. Para arrumar o desenho após definir a escala, utilize o comando pan.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
176
(2) executar
Sinaliza que
o comando:
está dentro
Z <enter>
da viewport
S <enter>
1000/50 XP
(1) dê um duplo
x
clique dentro x
da viewport
(3) dê um duplo
clique fora
da viewport
CASOS E RELATOS
Impressão
Após ser definido o formato do papel, o carimbo e a escala do desenho, o projeto está pronto para a
plotagem ou impressão. Esse procedimento não consiste em uma simples impressão para uma folha de
papel, mas em um conjunto de configurações que objetivam apresentar ao final um desenho com todas
as características desejadas pelo projetista. O comando utilizado na plotagem do desenho é plot, esse co-
mando pode ser acessado através das opções a seguir:
a) Barra de Menu: file plot
b) Digitando da linha de comando: plot ou print ou ctrl + P
c) Pelo ícone:
Após acessar o comando, é aberta uma janela para configurar a plotagem do desenho. O primeiro pas-
so é a configuração das penas do desenho ou Plot style table (pen assignments), que consiste em definir a
cor, espessura e tipo das linhas que o usuário deseja que o desenho tenha ao ser impresso. O usuário deve
selecionar a opção acad.ctb e criar um novo formato com base nesse arquivo pré-configurado de penas ou
editar as configurações desse formato.
PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS - VOLUME I
178
Editar
formato
Nesse caso, vamos editar a formatação do estilo de penas do acad.Ctb selecionando o botão para editar
o formato. A próxima janela permite configurar as cores, tipo, espessura da linha, entre outros elementos, a
serem apresentados no momento da impressão. O usuário deve efetuar todos os ajustes em todas as cores
utilizadas por ele no desenho.
Configure o tipo da
linha a ser utilizada
no papel no momento
da impressão
Configure a espessura
da linha a ser utilizado
no papel no momento
da impressão
Após configurar a pena, o usuário deve escolher a impressora ou tipo de impressão (1), escolher o for-
mato do papel (2), escolher a posição da folha (retrato ou paisagem) (4), visualizar como ficará a impressão
(5). Se estiver tudo certo, deve dar ok. O desenho será impresso ou salvo em PDF.
(1) escolha a
impressora
(2) escolha o
formato de papel
(3) tipo de seleção
do desenho
Na figura a seguir, temos a visualização prévia do desenho após serem configuradas as penas.
Para saber mais sobre a organização das folhas de desenho, escalas e impressão de
SAIBA desenho, consulte: LIMA, Claudia Campos Netto Alves de. Estudo dirigido de Auto-
MAIS CAD 2015. São Paulo: Érica, 2014.
Esse livro Projetos Elétricos prediais, volume 1, trouxe conceitos importantes para a sua formação como
técnico em eletrotécnica. No capítulo Fundamentos de desenho técnico, revisamos alguns conceitos bási-
cos referentes ao desenho técnico onde conhecemos os principais instrumentos utilizados na elaboração
e leitura do desenho, assim como as normas que definem os critérios a serem seguidos com relação ao
formato das folhas, as linhas utilizadas no desenho, a escrita, escalas e a cotagem.
No capítulo Conselho de classe, estudamos sobre as atribuições e responsabilidades técnicas do técni-
co em eletrotécnica. Aprendemos que o técnico deve estar atento também ao código de defesa do consu-
midor, pois ele define os direitos dos consumidores.
Já no capítulo Normas técnicas, estudamos os objetivos, princípios e usos das normas técnicas, conhe-
cemos a hierarquização dos órgãos regulamentadores, assim como alguns exemplos de normas técnicas
e regulamentos técnicos, sendo fundamental ao técnico conhecer as normas e regulamentos necessários
tanto na elaboração dos projetos como na execução das instalações elétricas.
No capítulo Desenho de instalações elétricas, estudamos o passo a passo para efetuar o quantitativo
das cargas, a localização dos pontos, o encaminhamento dos eletrodutos, a divisão dos circuitos, assim
como a representação da fiação dos circuitos. Estudamos ainda sobre os detalhamentos que podem existir
em um projeto elétrico. Esses conhecimentos serão imprescindíveis tanto na elaboração do projeto de
instalações elétricas como para a correta interpretação de uma instalação elétrica.
Por fim, estudamos o capítulo Desenho assistido por computador, onde conhecemos as ferramentas
básicas do AutoCAD, programa que auxilia o técnico no desenvolvimento dos projetos elétricos.
Chegamos ao fim do volume 1 desse livro, esperamos que você tenha assimilado todo o conteúdo que
foi apresentado até aqui. Continue estudando.
6 Desenho de instalações elétricas
181
RECAPITULANDO
Vimos aqui que o programa comumente utilizado na área técnica de Eletrotécnica é o AutoCAD, que
pode ser considerado uma ferramenta básica para o técnico. Estudamos como esse programa possui
uma variedade de ferramentas que auxiliam o desenhista na elaboração, manipulação e alteração
dos desenhos.
Conhecemos os elementos que compõem a área de trabalho do AutoCAD e vimos um pouco sobre
os comandos utilizados para desenhar e modificar os desenhos. Estudamos também alguns coman-
dos que auxiliam na manipulação dos desenhos, vimos ainda os comandos usados para cotar os
desenhos. Aprendemos ainda a criar, inserir e editar os blocos de desenho.
Aprendemos ainda a desenhar uma folha de desenho de acordo com as normas técnicas. Aprende-
mos a inserir o desenho dentro da folha e a adequar a sua escala. Por fim, aprendemos a configurar
as penas e preparar o desenho para a plotagem (impressão em papel) ou salvar o arquivo em um
formato PDF.
Referências
A
ABNT 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 37, 38, 42
AFNOR 26
águas pluviais 128
AMN 26
análogos 115
anteprojeto 22
anuência 54
ASTM 26
C
CEN 26
CNI 66, 69, 71
coeficientes de redução 44, 46
consenso 65, 71, 81
constitucionalidade 78
COPANT 26
D
demanda de energia 53
DIN 25, 26
E
elétrons 87, 88
eólica 20
equidistantes 110
F
filamento 89
I
IEC 26, 27
IEC 60417 103
IEC 60617 103, 105
ISO 25, 26, 27
K
kVA 53
M
mensuráveis 67
O
obsoletas 66
S
seccionamento 90, 96
sobrecorrentes 97
sobretensões 97
softwares 141, 142, 143
suplementado 72
T
triângulo retângulo escaleno 23
triângulo retângulo isósceles 23
U
UCS 145
unanimidade 65
V
vícios 58
visão espacial 44
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
Daiane Amancio
Regiani Coser Cravo
Revisão de Diagramação e Padronização
i-Comunicação
Projeto Gráfico