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Lixo e cidadania: “Pensar globalmente, agir localmente”

Ao avaliar historicamente a Idade Média percebe-se que a mesma foi marcada por
maus hábitos de saneamento básico, e, como consequência, a proliferação de
epidemias e inúmeras mortes eram constantes. De modo análogo, hodiernamente o
tema lixo relaciona-se com a cidadania de modo utópico, uma vez que a sociedade
apresenta-se como consumista exacerbadora. outrossim, o descaso governamental
com a forma de tratamento e por conseguinte, a falta de incentivo do mesmo para
com a reciclagem potencializa um cenário majoritariamente problemático.
Evidencia-se, em primeira abordagem, que após os anos de 1920, ocorreu uma
mudança no corpo social, a modernidade mudou de sociedade produtora para
consumidora e, como avalia Bauman, pós anos 20, o ter passou à sobressair ao ser.
Isso significa que o novo modelo hipercapitalista de consumo não reutiliza, pois a
ideologia está no constante ato de consumir e, por isso, produz-se enormes
quantidades de lixo todos os anos. Vale pontuar que, tal filosofia, ambientalmente
agressora, sentencia a sociedade ao colapso ecológico, já que as matérias primas são
finitas e o mau descarte do lixo e a sua não reutilização é a regra. É preciso, então,
perceber que o modelo representativo está fadado ao fracasso, gerando a necessidade
de se criar uma nova ideologia de reciclar e reduzir os bens que se consome.
Também vale ressaltar que o Brasil vem lutando contra o desmatamento da sua
biodiversidade, a qual baseia-se na ideia de degradação florestal e de extinção de
animais. A partir disso, muitos moradores, não poucas vezes, descartam lixos sólidos
irregularmente em propriedades públicas - ruas, praças -, visto que após o surgimento
da urbanização grande parte dos habitantes passaram a se aglomerar em periferias
onde há pouca, ou nenhuma, coleta de lixo. Prova disso, é notório nas favelas das
grandes cidades a ausência de coleta de lixo, já que suas ruas são de difícil locomoção
automobilístico, contudo, é fundamental a participação da coletividade, pois a
preservação do meio ambiente e do patrimônio público não é somente dever do
estado.
Diante dessa realidade, verifica-se a necessidade de resolver a questão do lixo
brasileiro. Dessa forma, é imprescindível que as Secretarias de Educação implementem
o estudo sobre a responsabilidade ambiental do consumo, por meio da reformulação
das grades curriculares do ensino fundamental, inserindo matérias que relacionam o
padrão comportamental de consumir sem responsabilidade e o meio ambiente, a fim
de que diminua o consumo desnecessário por meio da conscientização ideológica,
cidadã e, com isso, reduza a produção do lixo.  Além disso, a falta de campanhas e
programas que incentivem a população à ajudar e manter a reciclagem contribui com a
proliferação de lixos em diversas cidades do país. Desse modo, conscientizar os
cidadãos para que possam adotar hábitos que contribuam com a coleta e reciclagem
do lixo é de extrema importância para a resolução do problema.

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