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Representações:
como criar malícia para
responder questões?

História e Humanidades com Débora Aladim 1


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1- (ENEM 2010)

I — Para consolidar-se como governo, a República precisava eliminar as arestas, conciliar-se com o
passado monarquista, incorporar distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria ser visto
como herói republicano radical, mas sim como herói cívico-religioso, como mártir, integrador, portador
da imagem do povo inteiro.

CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990

I — Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da multidão! 



É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão.

ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO, J. M. C. A formação das almas. O imaginário da República no Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990.

A 1ª República brasileira, nos seus primórdios, precisava constituir uma figura heróica capaz de
congregar diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime. Optando pela figura de Tiradentes,
deixou de lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação do inconfidente em
herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo por parte da República estava
relacionado

a) ao caráter nacionalista e republicano da Inconfidência, evidenciado nas ideias e na atuação de


Tiradentes.

b) à identificação da Conjuração Mineira como o movimento precursor do positivismo brasileiro.

c) ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento de poucas raízes populares, que
precisava de legitimação.

d) à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que proporcionaria, a um povo católico como o
brasileiro, uma fácil identificação.

e) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado movimentos separatistas no Nordeste e no
Sul do país.


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2- (ENEM 2010) 3- (ENEM 2010 PPL)

Opinião

Podem me prender

Podem me bater

Podem até deixar-me sem comer

Que eu não mudo de opinião.

Aqui do morro eu não saio não

Aqui do morro eu não saio não.

Se não tem água



Eu furo um poço

Se não tem carne



Eu compro um osso e ponho na sopa

E deixa andar, deixa andar...
A foto revela um momento da Guerra do Vietnã
Falem de mim

(1965–1975), conflito militar cuja cobertura
Quem quiser falar

jornalística utilizou, em grande escala, a
Aqui eu não pago aluguel

fotografia e a televisão. Um dos papéis exercidos
Se eu morrer amanhã seu doutor,

Estou pertinho do céu pelos meios de comunicação na cobertura dessa
guerra, evidenciado pela foto, foi
Zé Ketti. Opinião. Disponível em: http:/www.mpbnet.com.br. Acesso
em: 28 abr. 2010. a) demonstrar as diferenças culturais existentes
entre norte–americanos e vietnamitas.
Essa música fez parte de um importante
espetáculo teatral que estreou no ano de 1964, b) defender a necessidade de intervenções
no Rio de Janeiro. O papel exercido pela Música armadas em países comunistas.
Popular Brasileira (MPB) nesse contexto,
evidenciado pela letra de música citada, foi o de c) denunciar os abusos cometidos pela
intervenção militar norte–americana.
a) entretenimento para os grupos intelectuais.
d) divulgar valores que questionavam as ações
b) valorização do progresso econômico do país. do governo vietnamita.

c) crítica à passividade dos setores populares. e) revelar a superioridade militar dos Estados
Unidos da América.

d) denúncia da situação social e política do país.

e) mobilização dos setores que apoiavam a


Ditadura Militar.

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4- (ENEM 2012) 5- (ENEM 2012 PPL)

Em 1937, Guernica, na Espanha, foi


bombardeada sob o comando da força aérea da
Alemanha nazista, que apoiou os franquistas
durante a Guerra Civil Espanhola (1936–1939).

A pintura–mural de Picasso e a fotografia


retratam os efeitos do bombardeio, ressaltando,
respectivamente:

Cartaz da Revolução Constitucionalista. (Foto: Disponível em: http://


veja.abril.com.br. Acesso em: 29 jun. 2012)

Elaborado pelos partidários da Revolução


Constitucionalista de 1932, o cartaz apresentado
pretendia mobilizar a população paulista contra o
governo federal.

Essa mobilização utilizou-se de uma referência
histórica, associando o processo revolucionário

a) à experiência francesa, expressa no chamado à a) Crítica social – conformismo político.


luta contra a ditadura.
b) Percepção individual – registro histórico.
b) aos ideais republicanos, indicados no
destaque à bandeira paulista. c) Realismo acrítico – idealização romântica.

c) ao protagonismo das Forças Armadas, d) Sofrimento humano – destruição material.


representadas pelo militar que empunha a
bandeira. e)Objetividade artística – subjetividade
jornalística.
d)ao bandeirantismo, símbolo paulista
apresentado em primeiro plano.

e) ao papel figurativo de Vargas na política,


enfatizado pela pequenez de sua figura no cartaz.

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6- (ENEM 2012 PPL) TEXTO II



É o caráter radical do que se procura que exige a
radicalização do próprio processo de busca. Se
todo o espaço for ocupado pela dúvida,
qualquer certeza que aparecer a partir daí terá
sido de alguma forma gerada pela própria
dúvida, e não será seguramente nenhuma
daquelas que foram anteriormente varridas por
essa mesma dúvida.

SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo:


Moderna, 2001 (adaptado).

A exposição e a análise do projeto cartesiano


indicam que, para viabilizar a reconstrução radical
do conhecimento, deve-se
Os aparelhos televisores se multiplicam nas
residências do Brasil a partir da década de 1960. a) retomar o método da tradição para edificar a
A partir da charge, os programas televisivos eram ciência com legitimidade.
controlados para atender interesses dos
b) questionar de forma ampla e profunda as
a) artistas críticos. antigas ideias e concepções.

b) grupos terroristas. c) investigar os conteúdos da consciência dos


homens menos esclarecidos.
c) governos autoritários.
d) buscar uma via para eliminar da memória
d) partidos oposicionistas.
saberes antigos e ultrapassados.
e) intelectuais esquerdistas.
e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que
dispensam ser questionados.
7- (ENEM 2013)

TEXTO I

Há já algum tempo eu me apercebi de que,
desde meus primeiros anos, recebera muitas
falsas opiniões como verdadeiras, e de que
aquilo que depois eu fundei em princípios tão
mal assegurados não podia ser senão mui
duvidoso e incerto. Era necessário tentar
seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me
de todas as opiniões a que até então dera
crédito, e começar tudo novamente a fim de
estabelecer um saber firme e inabalável.

DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São


Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).

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8- (ENEM 2013)


MOREAUX, F.R. Proclamação da Independência. Disponível em: www.tvbrasil.org.br. Acesso em 14 jun. 2010.

FERREZ, M. D. Pedro II. SCHWARCZ, L.M. As barbas do Imperador. D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Cia das Letras, 1998.

As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, procuram transmitir determinadas representações
políticas acerca dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que cada imagem evoca é,
respectivamente:

a) Habilidade militar – riqueza pessoal.

b) Liderança popular – estabilidade política.

c) Instabilidade econômica – herança europeia.

d) Isolamento político – centralização do poder.

e) Nacionalismo exacerbado – inovação administrativa.

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9- (ENEM 2013 PPL) 10- (ENEM 2013 PPL)

Eu mesmo me apresento: sou Antônio: O trabalho de recomposição que nos espera não
admite medidas contemporizadoras. Implica o
sou Antônio Vicente Mendes Maciel reajustamento social e econômico de todos os
rumos até aqui seguidos. Comecemos por
(provim da batalha de Deus versus demônio desmontar a máquina do favoritismo parasitário,
com toda sua descendência espúria. Discurso de
Com a res publica marca de Caim).
posse de Getúlio Vargas como chefe do governo
provisório, pronunciado em 03 de novembro de
Moisés, do Êxodo ao Deuteronômio,
1930.
Sou natural de Quixeramobim,
FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documento. Rio de Janeiro: Mauad,
1999 (adaptado).
O Antônio Conselheiro deste chão
Em seu discurso de posse, como forma de
Que vai ser mar e o mar vai ser sertão. legitimar o regime político implantado em 1930,
Getúlio Vargas estabelece uma crítica ao
ACCIOLY, M. Antônio Conselheiro. In: FERNANDES, R. (Org.). O
clarim e a oração: cem anos de Os sertões. São Paulo: Geração
Editorial, 2001. a) funcionamento regular dos partidos políticos.

O poema, escrito em 2001, contribui para a b) controle político exercido pelas oligarquias
construção de uma determinada memória sobre estaduais.
o movimento de Canudos, ao retratar seu líder
como c) centralismo presente na Constituição então em
vigor.
a) crítico do regime político recém-proclamado.
d) mecanismo jurídico que impedia as fraudes
b) partidário da abolição da escravidão. eleitorais.

c) contrário à distribuição da terra para os e) imobilismo popular nos processos político-


humildes. eleitorais.

d) defensor da autonomia política dos


municípios.

e) porta-voz do catolicismo ortodoxo romano.

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11- (ENEM 2014) 12- (ENEM 2014)

Sou uma pobre e velha mulher, Muito ignorante,


que nem sabe ler. Mostraram-me na igreja da
minha terra Um Paraíso com harpas pintado E o
Inferno onde fervem almas danadas, Um enche-
me de júbilo, o outro me aterra.

VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999.

Os versos do poeta francês François Villon fazem


referência às imagens presentes nos templos
católicos medievais. Nesse contexto, as imagens
eram usadas com o objetivo de

a) refinar o gosto dos cristãos.


A charge, datada de 1910, ao retratar a
implantação da rede telefônica no Brasil, indica b) incorporar ideais heréticos.
que esta:
c) educar os fiéis através do olhar.
a) permitiria aos índios se apropriarem da
d) o divulgar a genialidade dos artistas católicos.
telefonia móvel.

e) valorizar esteticamente os templos religiosos.


b) ampliaria o contato entre a diversidade de
povos indígenas.

c) faria a comunicação sem ruídos entre grupos


sociais distintos.

d) restringiria a sua área de atendimento aos


estados do norte do país.

e) possibilitaria a integração das diferentes


regiões do território nacional.

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11- (ENEM 2014) 12- (ENEM 2014)

Sou uma pobre e velha mulher, Muito ignorante,


que nem sabe ler. Mostraram-me na igreja da
minha terra Um Paraíso com harpas pintado E o
Inferno onde fervem almas danadas, Um enche-
me de júbilo, o outro me aterra.

VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999.

Os versos do poeta francês François Villon fazem


referência às imagens presentes nos templos
católicos medievais. Nesse contexto, as imagens
eram usadas com o objetivo de

a) refinar o gosto dos cristãos.


A charge, datada de 1910, ao retratar a
implantação da rede telefônica no Brasil, indica b) incorporar ideais heréticos.
que esta:
c) educar os fiéis através do olhar.
a) permitiria aos índios se apropriarem da
d) o divulgar a genialidade dos artistas católicos.
telefonia móvel.

e) valorizar esteticamente os templos religiosos.


b) ampliaria o contato entre a diversidade de
povos indígenas.

c) faria a comunicação sem ruídos entre grupos


sociais distintos.

d) restringiria a sua área de atendimento aos


estados do norte do país.

e) possibilitaria a integração das diferentes


regiões do território nacional.

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15- (ENEM 2014) 16- (ENEM 2014 PPL)

TEXTO I
 De modo geral, os logradouros de Fortaleza, até


O presidente do jornal de maior circulação do meados do século XIX, eram conhecidos por
país destacava também os avanços econômicos designações surgidas da tradição ou de funções
obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar e edificações que lhes caracterizavam. Assim,
sua adesão aos militares em 1964, deixava clara chamava-se Travessa da Municipalidade (atual
s u a c re n ç a d e q u e a i n t e r v e n ç ã o f o r a Guilherme Rocha) por ladear o prédio da
imprescindível para a manutenção da Intendência Municipal; S. Bernardo (hoje Pedro
democracia. Pereira) por conta de igreja homônima; Rua do
Cajueiro (atual Pedro Borges) por abrigar uma
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 1 set. 2013
das mais antigas e populares árvores da capital.
(adaptado).
Já a Praça José de Alencar, na década de 1850,
TEXTO II
 era popularmente designada por Praça do
Nada pode ser colocado em compensação à Patrocínio, pois em seu lado norte se encontrava
perda das liberdades individuais. Não existe nada uma igreja homônima.
de bom quando se aceita uma solução
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza:
autoritária. Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado).

FICO, C. A educação e o golpe de 1964. Disponível em:


Os atos de nomeação dos logradouros,
www.brasilrecente.com.Acesso em: 4 abr 2014 (adaptado).
analisados de uma perspectiva histórica,
Embora enfatizem a defesa da democracia, as constituem
visões do movimento político-militar de 1964
divergem ao focarem, respectivamente: a) formas de promover os nomes das autoridades
imperiais.
a) Razões de Estado – Soberania popular.
b) modos oficiais e populares de produção da
b) Ordenação da Nação – Prerrogativas memória nas cidades.
religiosas.
c ) re c u r s o s a rq u i t e t ô n i c o s f u n c i o n a i s à
c) Imposição das Forças Armadas – Deveres racionalização do espaço urbano
sociais.
d) maneiras de hierarquizar estratos sociais e
d) Normatização do Poder Judiciário – Regras dividir as populações urbanas.
morais.
e) mecanismos de imposição dos itinerários
e) Contestação do sistema de governo – sociais e fluxos econômicos na cidade.
Tradições culturais.

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17- (ENEM 2015) 18- (ENEM 2015)

Iniciou-se em 1903 a introdução de obras de arte TEXTO I



com representações de bandeirantes no acervo Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda
do Museu Paulista, mediante a aquisição de uma a história, resistiu até o esgotamento completo.
tela que homenageava o sertanista que Vencido palmo a palmo, na precisão integral do
comandara a destruição do Quilombo de termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando
Palmares. Essa aquisição, viabilizada por verba caíram os seus últimos defensores, que todos
estadual, foi simultânea à emergência de uma morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois
interpretação histórica que apontava o fenômeno homens feitos e uma criança, na frente dos quais
do sertanismo paulista como o elo decisivo entre rugiam raivosamente cinco mil soldados.
a trajetória territorial do Brasil e de São Paulo,
CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
concepção essa que se consolidaria entre os
historiadores ligados ao Instituto Histórico e
TEXTO II

Geográfico de São Paulo ao longo das três
Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam
primeiras décadas do século XX.
quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era
MARINS, P. c. G. Nas matas com pose de reis: a representação de um velho, coxo por ferimento e usando uniforme
bandeirantes e a tradição da retratística monárquica européia. da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos,
Revista do LEB, n. 44, tev. 2007.
um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem
intimados para deporem as armas, investiram
A prática governamental descrita no texto, com a
com enorme fúria. Assim estava terminada e de
escolha dos temas das obras, tinha como
maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o
propósito a construção de uma memória que
banditismo e o fanatismo traziam acesa por
a) afirmava a centralidade de um estado na longos meses, naquele recanto do território
política do país. nacional.

SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.


b) resgatava a importância da resistência escrava
na história brasileira. Os relatos do último ato da Guerra de Canudos
fazem uso de representações que se
c) evidenciava a importância da produção
perpetuariam na memória construída sobre o
artística no contexto regional.
conflito.

Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude
d) valorizava a saga histórica do povo na
dos sertanejos, respectivamente, como fruto da
afirmação de uma memória social.
a) manipulação e incompetência.
e) destacava a presença do indígena no
desbravamento do território colonial.
b) ignorância e solidariedade.

c) hesitação e obstinação.

d) esperança e valentia.

e) bravura e loucura.

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15- (ENEM 2014) 16- (ENEM 2014 PPL)

TEXTO I
 De modo geral, os logradouros de Fortaleza, até


O presidente do jornal de maior circulação do meados do século XIX, eram conhecidos por
país destacava também os avanços econômicos designações surgidas da tradição ou de funções
obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar e edificações que lhes caracterizavam. Assim,
sua adesão aos militares em 1964, deixava clara chamava-se Travessa da Municipalidade (atual
s u a c re n ç a d e q u e a i n t e r v e n ç ã o f o r a Guilherme Rocha) por ladear o prédio da
imprescindível para a manutenção da Intendência Municipal; S. Bernardo (hoje Pedro
democracia. Pereira) por conta de igreja homônima; Rua do
Cajueiro (atual Pedro Borges) por abrigar uma
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 1 set. 2013
das mais antigas e populares árvores da capital.
(adaptado).
Já a Praça José de Alencar, na década de 1850,
TEXTO II
 era popularmente designada por Praça do
Nada pode ser colocado em compensação à Patrocínio, pois em seu lado norte se encontrava
perda das liberdades individuais. Não existe nada uma igreja homônima.
de bom quando se aceita uma solução
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza:
autoritária. Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado).

FICO, C. A educação e o golpe de 1964. Disponível em:


Os atos de nomeação dos logradouros,
www.brasilrecente.com.Acesso em: 4 abr 2014 (adaptado).
analisados de uma perspectiva histórica,
Embora enfatizem a defesa da democracia, as constituem
visões do movimento político-militar de 1964
divergem ao focarem, respectivamente: a) formas de promover os nomes das autoridades
imperiais.
a) Razões de Estado – Soberania popular.
b) modos oficiais e populares de produção da
b) Ordenação da Nação – Prerrogativas memória nas cidades.
religiosas.
c ) re c u r s o s a rq u i t e t ô n i c o s f u n c i o n a i s à
c) Imposição das Forças Armadas – Deveres racionalização do espaço urbano
sociais.
d) maneiras de hierarquizar estratos sociais e
d) Normatização do Poder Judiciário – Regras dividir as populações urbanas.
morais.
e) mecanismos de imposição dos itinerários
e) Contestação do sistema de governo – sociais e fluxos econômicos na cidade.
Tradições culturais.

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17- (ENEM 2015) 18- (ENEM 2015)

Iniciou-se em 1903 a introdução de obras de arte TEXTO I



com representações de bandeirantes no acervo Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda
do Museu Paulista, mediante a aquisição de uma a história, resistiu até o esgotamento completo.
tela que homenageava o sertanista que Vencido palmo a palmo, na precisão integral do
comandara a destruição do Quilombo de termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando
Palmares. Essa aquisição, viabilizada por verba caíram os seus últimos defensores, que todos
estadual, foi simultânea à emergência de uma morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois
interpretação histórica que apontava o fenômeno homens feitos e uma criança, na frente dos quais
do sertanismo paulista como o elo decisivo entre rugiam raivosamente cinco mil soldados.
a trajetória territorial do Brasil e de São Paulo,
CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
concepção essa que se consolidaria entre os
historiadores ligados ao Instituto Histórico e
TEXTO II

Geográfico de São Paulo ao longo das três
Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam
primeiras décadas do século XX.
quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era
MARINS, P. c. G. Nas matas com pose de reis: a representação de um velho, coxo por ferimento e usando uniforme
bandeirantes e a tradição da retratística monárquica européia. da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos,
Revista do LEB, n. 44, tev. 2007.
um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem
intimados para deporem as armas, investiram
A prática governamental descrita no texto, com a
com enorme fúria. Assim estava terminada e de
escolha dos temas das obras, tinha como
maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o
propósito a construção de uma memória que
banditismo e o fanatismo traziam acesa por
a) afirmava a centralidade de um estado na longos meses, naquele recanto do território
política do país. nacional.

SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.


b) resgatava a importância da resistência escrava
na história brasileira. Os relatos do último ato da Guerra de Canudos
fazem uso de representações que se
c) evidenciava a importância da produção
perpetuariam na memória construída sobre o
artística no contexto regional.
conflito.

Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude
d) valorizava a saga histórica do povo na
dos sertanejos, respectivamente, como fruto da
afirmação de uma memória social.
a) manipulação e incompetência.
e) destacava a presença do indígena no
desbravamento do território colonial.
b) ignorância e solidariedade.

c) hesitação e obstinação.

d) esperança e valentia.

e) bravura e loucura.

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23- (ENEM 2016 PPL) 24- (ENEM 2016 PPL)

Arrependimentos terminais

Em Antes de partir, uma cuidadora especializada


em doentes terminais fala do que eles mais se
arrependem na hora de morrer. “Não deveria ter
trabalhado tanto”, diz um dos pacientes.
“Desejaria ter ficado em contato com meus
amigos”, lembra outro. “Desejaria ter coragem
de expressar meus sentimentos.” “Não deveria
ter levado a vida baseando-me no que
esperavam de mim”, diz um terceiro. Há cem
anos ou cinquenta, quem sabe, sem dúvida
seriam outros os arrependimentos terminais.
“Gostaria de ter sido mais útil à minha pátria.”
Xilogravura, 1869. O indígena, representando o Império, coroa com “Deveria ter sido mais obediente a Deus.”
louros o monarca. “Gostaria de ter deixado mais patrimônio aos
meus descendentes.”
Com seu manto real em verde e amarelo, as
cores da casa dos Habsburgo e Bragança, mas COELHO, M. Folha de São Paulo, 2 jan. 2013.

que lembravam também os tons da natureza do


“ N o v o M u n d o ” , c r a v e j a d o d e e s t re l a s O texto compara hipoteticamente dois padrões
representando o Cruzeiro do Sul e, finalmente, morais que divergem por se basearem
com o cabeção de penas de papo de tucano em respectivamente em
volta do pescoço, D. Pedro II foi coroado
a) satisfação pessoal e valores tradicionais.
imperador do Brasil. O monarca jamais foi tão
tropical. Entre muitos ramos de café e tabaco,
b) relativismo cultural e postura ecumênica.
coroado como um César em meio a coqueiros e
paineiras, D. Pedro transformava-se em sinônimo c) tranquilidade espiritual e costumes liberais.
da nacionalidade.

SCHWARCZ, L. M. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca
d) realização profissional e culto à personalidade.
nos trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1998 (adaptado).

e) engajamento político e princípios


No Segundo Reinado, a Monarquia brasileira
nacionalistas.
recorreu ao simbolismo de determinadas figuras
e alegorias. A análise da imagem e do texto
revela que o objetivo de tal estratégia era

a) exaltar o modelo absolutista e despótico.

b) valorizar a mestiçagem africana e nativa.

c) reduzir a participação democrática e popular.

d) mobilizar o sentimento patriótico e


antilusitano.

e)obscurecer a origem portuguesa e


colonizadora.

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25- (ENEM 2016 3ª aplicação) 26- (ENEM 2016 3ª aplicação)

É hoje a nossa festa nacional. O Brasil inteiro, da As camadas dirigentes paulistas na segunda
capital do Império a mais remota e insignificante metade do século XIX recorriam à história e à
de suas aldeolas, congrega-se unânime para figura dos bandeirantes. Para os paulistas, desde
comemorar o dia que o tirou dentre as nações o início da colonização, os habitantes de
dependentes para colocá-lo entre as nações Piratininga (antigo nome de São Paulo) tinham
soberanas, e entregou-lhe os seus destinos, que sido responsáveis pela ampliação do território
até então haviam ficado a cargo de um povo nacional, enriquecendo a metrópole portuguesa
estranho. com o ouro e expandindo suas possessões.
Graças à integração territorial que promoveram,
Gazeta de Notícias, 7 set. 1883
os bandeirantes eram tidos ainda como
fundadores da unidade nacional. Representavam
As festividades em torno da Independência do
a lealdade à província de São Paulo e ao Brasil.
Brasil marcam o nosso calendário desde os anos
imediatamente posteriores ao 7 de setembro de ABUD, K. M. Paulistas, uni-vos! Revista de História da Biblioteca
1822. Essa comemoração está diretamente Nacional, n, 34, 1jul. 2008 (adaptado)

relacionada com
No período da história nacional analisado, a
a) a construção e manutenção de símbolos para a estratégia descrita tinha como objetivo
formação de uma identidade nacional.
a) promover o pioneirismo industrial pela
b) o domínio da elite brasileira sobre os substituição de importações.
principais cargos políticos, que se efetivou logo
após 1822. b) questionar o governo regencial após a
descentralização administrativa.
c) os interesses de senhores de terras que, após a
Independência, exigiram a abolição da c) recuperar a hegemonia perdida com o fim da
escravidão. política do café com leite.

d) o apoio popular às medidas tomadas pelo d) aumentar a participação política em função da


governo imperial para a expulsão de estrangeiros expansão cafeeira.
do país.
e) legitimar o movimento abolicionista durante a
e) a consciência da população sobre os seus crise do escravismo.
direitos adquiridos posteriormente à
transferência da Corte para o Rio de Janeiro.

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27- (ENEM 2016 3ª aplicação) 28- (ENEM 2017)

No aniversário do primeiro decênio da Marcha O instituto popular, de acordo com o exame da


sobre Roma, em outubro de 1932, Mussolini irá razão, fez da figura do alferes Xavier o principal
inaugurar sua Via dell Impero; a nova Via Sacra dos inconfidentes, e colocou os seus parceiros a
do Fascismo, ornada com estátuas de César, meia ração de glória. Merecem, decerto, a nossa
Augusto, Trajano, servirá ao culto do antigo e à estima aqueles outros; eram patriotas. Mas o que
glória do Império Romano e de espaço se ofereceu a carregar com os pecadores de
comemorativo do ufanismo italiano. Às sombras Israel, o que chorou de alegria quando viu
do passado recriado ergue-se a nova Roma, que comutada a pena de morte dos seus
pode vangloriar-se e celebrar seus imperadores e companheiros, pena que só ia ser executada
homens fortes; seus grandes poetas e apólogos nele, o enforcado, o esquartejado, o decapitado,
como Horácio e Virgílio. esse tem de receber o prêmio na proporção do
martírio, e ganhar por todos, visto que pagou por
SILVA, G. História antiga e usos do passado um estudo de
apropriações da Antiguidade-sob o regime de Vichy. São Paulo:
todos.
Annablume, 2007 (adaptado)
ASSIS, M. Gazeta de Notícias, n. 114, 24 abr. 1892.

A retomada da Antiguidade clássica pela


No processo de transição para a República, a
perspectiva do patrimônio cultural foi realizada
narrativa machadiana sobre a Inconfidência
com o objetivo de
Mineira associa
a) afirmar o ideário cristão para reconquistar a
a) redenção cristã e cultura cívica.
grandeza perdida.
b) veneração aos santos e radicalismo militar.
b) utilizar os vestígios restaurados para justificar o
regime político.
c) apologia aos protestantes e culto ufanista.
c) difundir os saberes ancestrais para moralizar os
d) tradição messiânica e tendência regionalista.
costumes sociais.
e) representação eclesiástica e dogmatismo
d) refazer o urbanismo clássico para favorecer a
ideológico.
participação política.

e) recompor a organização republicana para


fortalecer a administração estatal.

História e Humanidades com Débora Aladim 16


Aula X

29- (ENEM 2017) 30- (ENEM 2017 PPL)

Na antiga Vila de São José del Rei, a atual cidade


de Tiradentes (MG), na primeira metade do
século XVIII, mais de cinco mil escravos
trabalhavam na mineração aurífera. Construíram
sua capela, dedicada a Nossa Senhora do
Rosário. Na fachada, colocaram um oratório com
a imagem de São Benedito. A comunidade do
século XVIII era organizada mediante a cor, por
isso cada grupo tinha sua irmandade: a dos
brancos, dos crioulos, dos mulatos, dos pardos.
Em cada localidade se construía uma igreja
dedicada a Nossa Senhora do Rosário. Com a
decadência da mineração, a população negra foi
levada para arraiais com atividades lucrativas
diversas. Eles se foram e ficou a igreja. Mas, hoje,
está sendo resgatada a festa do Rosário e o
Terno de Congado.

CRUZ, L.Fé e identidade cultural. Disponível em:


www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: 4 jul. 2012.

Na lógica analisada, as duas festividades


retomadas recentemente, na cidade mineira de
Elaborada em 1969, a releitura contida na Figura Tiradentes, têm como propósito
2 revela aspectos de uma trajetória e obra
dedicadas à a) valorizar a cultura afrodescendente e suas
tradições religiosas.
a) valorização de uma representação tradicional
da mulher. b) retomar a veneração católica aos valores do
passado colonial.
b) descaracterização de referências do folclore
nordestino. c) reunir os elementos constitutivos da história
econômica regional.
c) fusão de elementos brasileiros à moda da
Europa. d) combater o preconceito contra os adeptos do
catolicismo popular.
d) massificação do consumo de uma arte local.
e) produzir eventos turísticos voltados a religiões
e) criação de uma estética de resistência. de origem africana.

História e Humanidades com Débora Aladim 17


Aula X

Gabarito

1- C 16- B

2- D 17- A

3- C 18- E

4- D 19- B

5- D 20- B

6- C 21- C

7- B 22- D

8- B 23- E

9- A 24- A

10- B 25- A

11- E 26- D

12- C 27- B

13- A 28- A

14- D 29- E

15- A 30- A

História e Humanidades com Débora Aladim 18

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