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Internet of Things

Em Pauta
Sumário

Introdução 05
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Internet of Things - IoT 06


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Arquitetura de IoT 11
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Segurança em IoT 20
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Pesquisas e Aplicações 22
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Referências 36
Sobre o Autor

Williane Castro faz parte do grupo de pessoas que são afiliadas como
Sócios Fundadores do Tudo Sobre IoT.

O Tudo Sobre IoT é hoje a maior comunidade de Internet das Coisas do


Brasil, reunimos

Experts, Profissionais Renomados, Pesquisadores, Estudantes, Empresas


e Entusiastas para compartilhar conhecimentos, discutir tecnologias
emergentes e modelos de negócios, gerar parcerias e potencializar as
oportunidades de Internet das Coisas no país.

Promovemos eventos on line, Congressos, Webinar, cursos, workshop,


artigos, e-Book e pesquisas.

O foco do trabalho é tornar o Brasil referência da América Latina para


Internet das Coisas.

Williane Castro Sales é empreendedora, engenheira de Controle e


Automação e especialista em Automação Residencial com várias
certificações de treinamentos de empresas conceituadas do mercado.

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Sobre o Autor

É uma entusiasta por tecnologia e está sempre presente em feiras


e eventos afim de se atualizar dos avanços e das tendências da era
tecnológica.

A autora deste e-book tem formação em Internet of Things - IoT - com


dupla certificação pelas instituições de ensino Universidade Veiga de
Almeida/RJ e Massachusetts Institute of Technology/EUA e resumiu seus
conhecimentos neste e-book.

Como empreendedora é pioneira na região do Alto Paraopeba com a


HOME-INN, uma empresa do setor de automação e tecnologia que tem
como missão inserir as novas tecnologias voltadas para os imóveis
inteligentes nos segmentos residenciais e corporativos, localizada a 80km
da capital mineira Belo Horizonte.

É uma honra ter Williane Castro na comunidade partilhando seus


conhecimentos! Acreditamos que os conhecimentos aqui descritos
possam agregar valor para você.

Boa Leitura!

Thelma Troise 04
Idealizadora Tudo Sobre IoT
Introdução

A revista da indústria eletrônica EE|TIMES - Electronic Engineering Times


traduzida como tempos de engenharia eletrônica, divulgou em seu site,
que para o ano de 2020 calcula-se que haverá 250 mil automóveis
conectados à Internet e que o mercado global de Internet das Coisas
será de 1,7 trilhões de dólares, com 50 bilhões de aparelhos conectados
à Internet.

Mas, você sabe o que isto significa? Quais coisas irão mudar? Como isto
afetará nossa comunicação?

Fundamentado no curso de Internet of Things (IoT) que realizei


pela Universidade Veiga de Almeida – UVA e Massachusetts Institute
of Technology – MIT, compartilharei neste e-book alguns tópicos
estudados, aplicações e os possíveis impactos que IoT terá sobre
o mundo, em um futuro muito próximo.

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Internet of Things - IoT

Traduzido como Internet das Coisas, esse conceito refere-se a conexão


de diversos objetos com a internet, além dos quais já estamos habituados
como computadores, smartphones e smart TV. Tudo o que está ao nosso
redor terá uma certa autonomia. Isso mesmo!

Diferente dos objetos citados acima, que são meios para que possamos
nos conectar à internet, teremos outros objetos do nosso dia a dia como,
forno de micro-ondas, geladeira, sistema de som, lâmpadas e vários outros
comunicando-se mutuamente com a proposta de serem inteligentes
e eficientes.

Os dispositivos gerarão muitos dados à medida que vivemos em


um mundo que se adapta a nós com intuito de facilitar nossas rotinas.

IoT segue um modelo mental: O humano.

Agimos de maneira em que percebemos e logo atuamos. Temos


neurônios, músculos e no meio, temos um sistema nervoso que
é o responsável por processar estes dados entre neurônios e músculos.

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Internet of Things - IoT

Existem duas maneiras em que essas ações ocorrem: Reflexivo


e Cogitativo. Se colocarmos a mão em um forno muito quente,
instintivamente tiramos a mão. Isto é uma ação de reflexo.

Mas, quando, além de distanciar a mão, analiso: o forno estava ligado


ou alguém deixou o forno ligado, vou desligá-lo.

Esta é uma ação cogitativa, pois aqui criamos o contexto do motivo pelo
qual o forno estava ligado, ou seja, houve uma análise. Comparando
o modelo humano e a Internet das Coisas, da mesma forma temos
sensores, atuadores e uma ação reflexiva entre eles.

A geladeira conectada à internet poderá averiguar através dos seus


sensores, qual alimento está acabando e atuar buscando na web quais
supermercados possuem o melhor preço para aquele item. Ou seja,
existem sensores que, uma vez identificado algo ao seu redor, como
a temperatura do ambiente, acionam os atuadores que tomam as ações
pertinentes que poderia ser ligar o ar condicionado, por exemplo.

Em IoT essas ações são de dois tipos: Visual e Física.

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Internet of Things - IoT

As coisas mostrarão algo ou executarão algum movimento.


Algumas ações serão automáticas (reflexivas), outras precisarão
de mais consideração e serão levadas à nuvem para serem computadas
(cogitativas).

A computação em nuvem (cloud computing) é a entrega sob demanda


de poder computacional, armazenamento de banco de dados, aplicações
e outros recursos de Tecnologia da Informação (TI), por meio de uma
plataforma de serviços de nuvem via Internet (AWS Amazon).

A nuvem é um elemento extremamente importante e necessário quando


se pensa em IoT. Imagine que, em um carro existem vários sensores
que mostrarão dados como, emissão de CO2, estado de conservação
de peças e velocidade registrada.

Se existir um cibercorpo digital – avatar – do carro com todos estes dados


em nuvem, através de um smartphone conseguiremos saber por exemplo,
qual a velocidade que uma pessoa dirigiu o seu veículo, quando será
necessário fazer a troca de alguma peça e assim por diante.

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Internet of Things - IoT

No exemplo sobre a geladeira inteligente, a busca por valores do item


só é possível porque estes valores estão armazenados na nuvem
e disponíveis para que outros objetos tenham acesso a eles.

Da mesma forma, posso criar um avatar de interruptores de iluminação e,


então extrair todas as regras para o seu acionamento, e assim, elas serão
abstraídas na nuvem. Então posso dizer que se eu chegar em casa e tiver
escuro, acenda as luzes.

Por outro lado, se um sensor de fogo detectar fumaça, o alarme precisa


ser acionado instantaneamente ou, se por algum motivo estivermos
sem Internet, como acionaríamos as luzes através da nuvem?

Algumas aplicações, necessitam que tenham ação em tempo real para


que seja evitado um desastre.

Isto é definido como computação em nevoeiro (fog computing) onde


as coisas precisam acontecer em tempo real localmente, diferente
das coisas que acontecem na nuvem que podem ser um pouco mais
lentas do que o tempo real, mas envolvem mais ciclos de cálculos.

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Internet of Things - IoT

Neste contexto, se olharmos para a criação Web, também conhecida pela


sigla WWW (World Wide Web), que são as páginas que nos permite usufruir
dos conteúdos como imagens, vídeos e textos transferidos pela Internet
através de um navegador (Google Chrome, Firefox, etc.).

Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web em 1989, percebeu


a importância de se evitar desastres como as falhas em cascatas
e entendeu que o acesso à Web não poderia ser uma sessão contínua.
Você abre uma página, clica em um link e isso vai para outra página.

Ou seja, as coisas não estão tão ligadas a ponto que, se uma derrubar,
todas derrubarão também. Se um servidor estiver desligado, o cliente
não será interrompido.

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Arquitetura de IoT

Outro ponto sobre a Web e a Internet que foi de extrema importância para
o sucesso de suas aplicações, foi o desenvolvimento de sua arquitetura
e protocolos de forma a proporcionar comunicação entre diferentes
sistemas, como computadores e redes, computadores e telefones.

Os protocolos, de uma forma análoga, são como os idiomas. Imagine uma


comunicação entre um Alemão e um Árabe, em que um não entende
a língua do outro, mas ambos sabem se comunicar em inglês.

Logo, o protocolo de comunicação entre eles será a língua inglesa.


Desta mesma forma, para que um computador faça parte da Internet
e se comunique com outro, é preciso que eles suportem os protocolos
TCP/IP que são originalizados da junção de dois protocolos:
TCP – Transmission Control Protocol, traduzido como Protocolo
de Controle de Transmissão e o IP – Internet Protocol traduzido como
Protocolo de Internet.

Não entrarei em detalhes sobre este conjunto de protocolos, mas


seguindo esta linha de raciocínio, como planejamos conectar 50 bilhões
de coisas à Internet? Devemos pensar em uma forma que seja possível
a comunicação entre dispositivos de diferentes protocolos. E essa forma 11
é torná-los elementos em nuvem e, então, interligá-los.
Arquitetura de IoT

Em uma breve definição, a Internet é responsável pelo transporte


de dados de um computador para outro, mas ela não foi pensada para
Internet das Coisas e todo o resto que está implicado neste processo:
processamentos complexos, avatar de nuvens, resposta em tempo real,
diagnóstico de falhas e segurança, ou seja, estas demandas deverão
ser feitas como elementos novos, até mesmo, por ser a IoT um campo
mais recente.

Claro que, não vamos precisar reinventar a roda e podemos aproveitar


uma grande quantidade de tecnologias como a própria Internet e a nuvem.
Algumas principais tecnologias utilizadas para a comunicação das ‘coisas’
são: Ethernet, BLE – Bluetooth Low Energy, Wifi, Sigfox, Z-Wave, ZigBee
e LoRaWAN.

E cada fabricante opta por fazer a comunicação dos seus equipamentos


através de alguma destas. Para ser estandartizada a linguagem,
devemos pensar em um conjunto de protocolos para tornar possível
a comunicação entre diferentes dispositivos, como o TCP/IP
que padronizou a comunicação dos computadores, independentemente
da fabricação e de localização geográfica.
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Arquitetura de IoT

Entendido isto, a pergunta seguinte é: por qual motivo necessitamos


dessa comunicação padronizada? Como mencionado anteriormente,
na definição de IoT as coisas gerarão muitos dados com o passar
do tempo, e apenas uma fração desses dados por si mesma não
é realmente interessante.

De fato, a Internet das Coisas será útil, ao ponto que, se extrairmos


uma planilha de dados, estes possam ser utilizados para outras aplicações
automaticamente como o caso da geladeira e os dados contendo valores
dos itens dos supermercados.

Outro exemplo é extrair os dados meteorológicos de uma cidade


inteligente e usá-los para fechar as janelas de uma residência caso
os dados mostrem que há previsão de chuva ou evitar o acionamento
da irrigação de uma determinada plantação ao ar livre, gerando economia
de recursos naturais.

Da mesma forma, este enlaçamento de comunicação será eficiente


e eficaz para as indústrias, sistemas de saúde, logística, agropecuária,
transporte e todos os outros setores onde a IoT irá atuar.

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Arquitetura de IoT

O fato é que vamos ter muitas coisas conectadas e teremos que utilizar
os dados que obtivermos delas.

Devemos começar a pensar no quão valioso será prover esses dados


de maneira que os sistemas possam articulá-los com outros através
de padronização das linguagens utilizadas.

De maneira simplificada, a arquitetura de IoT implicará em dados


provenientes dos sensores nas ‘coisas’ que vão a servidores na nuvem,
através da Internet.

Para que isso aconteça, é necessário que todos os dados coletados


sejam enviados a uma ponte de enlace – Gateway – fixos ou móveis
(smartphones, WIFI, etc.) que, por sua vez, reunirá as informações
e as enviará à nuvem, conforme ilustrado na figura 1

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Arquitetura de IoT

Figura 1: Conexões e Arquitetura simplificada da IoT. (Fonte: MIT)

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Arquitetura de IoT

E como Gateway e coisas devem se comunicar?

Para essa pergunta existem várias respostas, mas a melhor resposta é:


depende da aplicação. Poderíamos construir sistemas IoT com tecnologias
de smartphone e WIFI?

Podemos, mas precisamos avaliar outros itens, visto que em muitos casos
pode não ser uma alternativa muito sustentável.

As opções mais comuns de tecnologias de smartphones (LTE/4G, 3G, 2G)


e WIFI, ambas são amplamente disponíveis e suportam alta largura de
banda, o que significa que podemos construir aplicações com uma alta
velocidade de dados.

Por outro lado, uma grande desvantagem é que ambas consomem muita
energia. Isto significa que, se quisermos um equipamento que funcione
por meses ou até mesmo anos com uma bateria pequena, não podemos
usar em sistemas que consuma muita energia.

Outra questão da tecnologia de smartphones são os custos que teríamos


por cada aparelho conectado ao sistema IoT.
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Arquitetura de IoT

Já o WIFI não possui este custo, mas por outro lado, tem o problema
de área de cobertura. Ele funciona bem quando se tem coisas conectadas
em residências e edifícios, mas não se quisermos ter um maior alcance,
de quilômetros, por exemplo.

Em um gráfico nomeado como Espaço de Design de Rede IoT (Figura


2), é possível avaliar onde uma tecnologia se encontra neste espaço,
considerando os três eixos: a Velocidade de Transmissão de Dados
(ciclo de trabalho), Duração da Bateria e o Alcance de Comunicação
entre o dispositivo e o Gateway.

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Arquitetura de IoT

Figura 2: O Espaço de Design de Rede IoT. (Fonte: MIT) Figura 3: Padrões de IoT. (Fonte: EE|Times)

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Arquitetura de IoT

Percebe-se as várias formas de rede que podem ser criadas para IoT.
Entretanto, vale ressaltar que os eixos não são independentes.

Se usarmos uma determinada tecnologia de rede e executarmos em


um ciclo de trabalho de kilobytes por dia, pode se ter uma autonomia de
bateria por até anos. Mas, se usarmos a mesma tecnologia e executá-la
em gigabytes por dia, sua bateria pode durar alguns dias somente.

Por isso, é de suma importância conhecer as tecnologias, avaliar


qual a melhor solução para cada aplicação, pensar na arquitetura com
os traços já presentes e quais novas características serão necessárias,
avaliando as formas de como as coisas se relacionam com a Internet,
suas diferenças com a até agora função de somente transportar dados
e os desafios que isso projeta, como suas adaptações e segurança.

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Segurança em IoT

Quando falamos de conexões de Internet, não somente em IoT, está tudo


sob uma grande diversidade de modelos de ameaça.

Tão importante quanto o que já foi descrito até aqui, a segurança é um dos
pilares que precisa de muito estudo e consideração para as aplicações
em Internet das Coisas.

É indispensável estudar estas variedades para conhecer qual é o poder


do ataque e encontrar maneiras de bloqueá-lo. Neste tema do curso,
pude conhecer três mecanismos defensivos. Por ser um tema muito
delicado e em desenvolvimento, citarei apenas a ideia simplificada
da função de cada um.

Os mecanismos defensivos são: prevenção, resiliência e detecção/


recuperação. O mecanismo de prevenção nomeado de Funções Físicas
Não Clonáveis, consiste essencialmente em garantir que não se possa
extrair as chaves criptografadas fundamentais do sistema, ou seja, tornar
o trabalho do adversário mais difícil através de mecanismos de design.

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Segurança em IoT

Já o conceito de resiliência, como não se pode evitar todos os ataques,


a ideia é poder seguir funcionando ainda quando se está sob ataque.
Se o sistema puder permanecer funcional ainda sob ataque, de fato
o adversário foi bloqueado.

E, o terceiro mecanismo é entender que o sistema pode ir a colapso diante


de um ataque e a estratégia é que seja possível detectar exatamente
como o ataque foi conduzido, diagnosticar os danos e fazer a recuperação.

Assim como os computadores fazem download das atualizações


do software para corrigir falhas no sistema que poderiam ser usadas
por alguém com intenção de explorar e invadir o computador, é tão
importante quanto, que os dispositivos façam atualizações de firmware
e de App, para que não existam brechas que comprometam a segurança
dessas conexões em IoT.

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Pesquisas e Aplicações

A maioria dos objetos do nosso dia a dia terão sensores, processadores


de dados e atuadores. Isto permitirá uma interação com o mundo,
os usuários, a comunicação entre eles.

O mundo estará moldado por redes de sensores sem fio, seguindo nossos
hábitos, fazendo com que os espaços se adaptem aos nossos gostos
ou necessidades, inclusive cuidando da nossa saúde.

Atualmente, conhecemos e utilizamos alguns sistemas de grande escala


que trouxeram mudanças significativas nos nossos hábitos.
Exemplos disso, são o Uber e o Waze.

O Uber que tem sido bem sucedido a ponto de descentralizar a indústria


de táxi com um App que possibilita acionar motoristas mais próximos,
baseado na localização e o Waze, utilizado por mais de 40 milhões
de usuários de acordo com dados publicados pelo site Techtudo, que
também substitui os aparelhos de GPS.

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Pesquisas e Aplicações

Dentre as características nativas de um GPS como orientação por voz


e navegação por satélite, o App vai além, pois utiliza dados em tempo real
como relatórios de tráfego, alertas de acidentes, buracos e radares
nas vias, integração com outros aplicativos e etc.

Outros exemplos de sistemas de grande escala que vem obtendo sucesso


são as tecnologias Near Field Communication (NFC) e Radio-Frequency
Identification (RFID).

A primeira permite a troca de informações entre dispositivos sem


a necessidade de cabos ou fios, sendo necessária apenas uma
aproximação física entre os mesmos.

No Brasil, essa tecnologia embarcada nos smartphones e em parceria


com bancos e cartões de crédito, vem sendo utilizada como uma forma
de pagamento móvel, onde é necessário apenas aproximar o celular
a uma máquina de cartão, substituindo os cartões físicos e transações
em espécie.

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Pesquisas e Aplicações

Já RFID, dentre suas várias aplicações como controle de acesso,


segurança, logística e aplicações financeiras, também pode ser usado
na área da saúde.

As etiquetas podem ser usadas para armazenar registros completos


que incluem desde a identidade, o tipo sanguíneo e outros detalhes
da condição do paciente, a fim de agilizar o seu tratamento.

Uniforme de funcionários, crachás de visitantes, remédios e equipamentos


também podem ser etiquetados, criando um ambiente de administração
estruturado, reduzindo erros e aumentando a segurança das pessoas.

Nas empresas aéreas, as etiquetas RFID podem ser alocadas nas malas
dos passageiros, reduzindo perdas de bagagens e facilitando o itinerário
das mesmas nos casos de mudanças nos planos de voo.

Da mesma forma, os portos também podem utilizar a tecnologia RFID


para rastrear bagagens de passageiros, containers e demais cargas
transportadas em navios.

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Pesquisas e Aplicações

Um projeto realizado pelo MIT Media Lab, o DoppelLab, é um navegador


que permite visualizar os sensores imersos. Construído com a ferramenta
Unity 3D, o DoppelLab usa o motor de jogo para interagir e explorar
dados em tempo real provenientes de sensores através de visualizações
animadas e sonificações dentro do espaço virtual. O artigo deste projeto
realizado por Gershon Dublon, Laurel S. Pardue, Brian Mayton, Noah
Swartz, Nicholas Joliat, Patrick Hurst and Joseph A.

Paradiso está disponível em:

https://core.ac.uk/download/pdf/16520687.pdf

Vídeos:

https://vimeo.com/155156554

https://www.youtube.com/watch?v=3eXtiIrqmVA

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Pesquisas e Aplicações

Outro exemplo, é uma pesquisa coordenada pela professora do MIT, Dina


Katabi, responsável por pesquisas de sistemas sem fio e redes sem fio.
O projeto consiste na localização em ambientes fechados.

Como os sistemas de GPS funcionam somente em locais ao ar livre,


a base deste estudo é localizar objetos usando sinais wireless e o Efeito
Multipercurso como métrica de distância para localização interna.

O Multipercurso são os saltos que o sinal sofre durante o percurso entre


o transmissor e o receptor. Quando o sinal é enviado pelo transmissor,
ele será refletido em todos os obstáculos do ambiente como, teto,
móveis, paredes e também em nossos corpos, ou seja, ele não vai direto
para o receptor.

A Figura 4 ilustra a trajetória dos sinais wireless enviados por três antenas
transmissoras até chegar em um receptor. Abaixo da figura da trajetória,
existe um gráfico traçado com a força de reflexão do sinal no eixo Y
em função do ângulo espacial no eixo X.

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Pesquisas e Aplicações

Figura 4: Perfil, Multipercurso. (Fonte: MIT)

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Pesquisas e Aplicações

Este estudo não é específico de uma única tecnologia. Pode ser utilizado
em redes wireless, sinais de celular, RFID, etc.

Mas até então, estamos falando de localizar objetos que necessitam


de um dispositivo que esteja fixado nele, para que o mesmo possa ser
localizado, como por exemplo, as etiquetas RFID. Mas, e quando falamos
de casas inteligentes?

Onde ao levantar-se pela manhã, as cortinas sejam abertas ou quando


você chegar em casa e sentar no sofá, a TV ligue no seu canal favorito
com base na sua localização.

Para isso, distintas das casas conectadas, as casas inteligentes devem


ser capazes de aprender sobre nós, sobre nossas rotinas e como nos
movimentamos.

E não seria interessante que, para isso acontecer, fosse necessário


usarmos um dispositivo wireless conosco, em nossos corpos dia e noite.
É ai que entra o estudo de uma nova tecnologia que me deixou ainda
mais apaixonada e surpresa com a proporção que a IoT pode tomar,
a localização sem dispositivo.

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Pesquisas e Aplicações

Figura 5: Perfil Multipercurso com tecnologia RFID. (Fonte: MIT)

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Pesquisas e Aplicações

A localização sem dispositivo consiste em usar os reflexos anteriormente


mencionados associado à ferramentas de algoritmos inteligentes, para
analisar o movimento das pessoas no ambiente.

A Figura 6 mostra um gráfico onde temos a Força da reflexão no eixo Y


em função do Tempo de Reflexão no eixo X. Este tempo é determinado
através de um princípio chamado Frequency Modulated Carrier Wave
(FMCW), traduzido como Onda Portadora Modulada em Frequência.

A diferença das frequências medida no FMCW resulta no Tempo de


Reflexão. A partir daí, multiplicando o Tempo de Reflexão pela velocidade
da luz (que é a velocidade na qual um sinal wireless viaja), encontra-
se a distância, sabendo que, por definição, distância é igual ao tempo
multiplicado pela velocidade.

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Pesquisas e Aplicações

Figura 6: Picos de reflexão em obstáculos. (Fonte: MIT)

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Pesquisas e Aplicações

Entendido isto, como é feita a distinção do reflexo de uma pessoa e de


um objeto, sabendo que o efeito multipercurso irá chicotear em cadeiras,
mesas, teto, corpo, etc.?

Dina Katabi e seus alunos partiram de um princípio simples: objetos


estáticos não se movem. Ou seja, os picos dos reflexos de um objeto
estático não mudam em escalas de tempo curtas, enquanto que
os reflexos de um objeto móvel irá mudar, como ilustrado na figura 7.

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Pesquisas e Aplicações

Figura 7: Análise de reflexos em função do tempo. (Fonte: MIT)

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Pesquisas e Aplicações

E por último, já no âmbito da saúde inteligente, utilizando os estudos


dos reflexos e algoritmos inteligentes, além de saber a posição de objetos
e pessoas sem usar nenhum dispositivo, eles também desenvolveram
uma tecnologia chamada Vital-Radio, capaz de medir a respiração
e o ritmo cardíaco sem usar nenhum dispositivo junto ao corpo, medindo
a distância dessas reflexões e a mudança das mesmas durante
os movimentos de inspiração e expiração.

Claro que estamos falando de muitas ferramentas de estudo a ponto


de conseguir detectar diferentes distância na escala de milímetro.

O que de fato chama a atenção é poder imaginar essas pesquisas sendo


aplicadas as nossas rotinas num futuro próximo. Aqui neste E-book
mencionei apenas alguns tópicos do campo de transportes, residências
e saúde.

34
Pesquisas e Aplicações

Existem muitos outros projetos que englobam as indústrias, logística,


agricultura e etc.

Minha motivação ao desenvolver este material, foi de poder compartilhar


com vocês um pouco do que aprendi e venho aprendendo e, espero
ter conseguido mostrar e prepará-los para estas mudanças que
impactarão nosso dia a dia, principalmente em profissões futuras que
surgirão com demanda de profissionais especializados nestes assuntos.

Não somente a Internet das Coisas, mas também outras tecnologias


como a Inteligência Artificial e o Big Data serão elementos responsáveis
por este novo cenário da evolução tecnológica.

35
Referências

EE|TIMES. IoT Anxieties in McKinsey-GSA Study.

https://www.eetimes.com/author.asp?doc_id=1326597>

Techtudo. Waze.

http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/waze.html

MOREIRA, João Gabriel. Indústria 4.0: a Quarta Revolução Industrial – Ebook.

TELECO. RFID: Aplicações. (Acesso em: 13 Jun 2018)

http://www.teleco.com.br/tutoriais/ tutorialrfid2/pagina_3.asp

RFID JOURNAL BRASIL. RFID para Quê? 30 Formas Inovadoras de Usar RFID
(Parte 1). Acesso em: 13 Jun 2018.

http://brasil.rfidjournal.com/reportagens/vision?8837

Universidade Veiga de Almeida e Massachusetts Institute of Technology.


Curso de extensão em Internet das Coisas. Rio de Janeiro, 2018.
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