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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL


MICROECONOMIA
DOCENTE: SÍLVIA POSSAS
DISCENTE: JAQUELINE ROSA
2015.2 – TURMA: 152
APRESENTAÇÃO

O presente relatório tem como objetivo sintetizar os temas discutidos nos debates
realizados em sala de aula, nos dias 08/03/2016 (terça-feira) e 10/03/2016 (quinta-
feira). Através de perguntas desenvolvidas pelos colegas da turma, que foram
divididos em grupos, a classe debateu em conjunto com a professora os temas
abordados nos capítulos 18, 19 e 20, do livro Introdução à Economia (Paul Krugman
& Robin Wells).

Capítulo 18 – Incerteza, risco e informação privilegiada.

Referente ao capítulo 18 , a turma levantou questões sobre informação


privilegiada, seleção adversa e risco moral. A informação privilegiada é um tipo de
situação onde o mercado enfrenta dificuldades, pois ela pode não ser favorável a
ambas as partes envolvidas numa transação econômica. Como exemplo, podemos
analisar o caso onde um indivíduo gostaria de vender seu veículo usado por este
apresentar defeitos, no entanto, essa informação não é divulgada aos interessados
na compra do automóvel.
A partir daí, surgem dois tipos diferentes de perturbação: a seleção adversa e
o risco moral. A primeira trata do tipo de situação onde os vendedores possuem
informação privilegiada sobre seus bens e os compradores oferecem preços baixos
por deduzirem que o produto em questão possivelmente apresenta algum defeito,
fazendo com que dessa forma, os produtos defeituosos dominem o mercado, pois os
vendedores de bens em bom estado de conservação preferem se manter de fora por
acharem que não encontrarão um comprador disposto a pagar um preço
considerado justo. Uma forma de minimizar a seleção adversa pode se dar através
da informação privada, como no caso de venda do bem por motivos de mudança de
cidade, por exemplo, ou pela construção de uma boa reputação de longo prazo
(como podemos observar em sites como Bom Negócio e Mercado Livre).
O risco moral é um tipo de falha de mercado que diz respeito ao
comportamento futuro de uma pessoa ou agente econômico que, ao receber
determinado tipo de cobertura ou seguro para suas ações, diminui os cuidados
relativos a essas ações. Como exemplo, podemos citar o caso onde um indivíduo
contrata um seguro contra roubo de celular e, após isso, passam a descuidar deste
bem e com isso aumenta o próprio risco de furto. Para lidar com esse tipo de
situação, é necessário dar aos indivíduos com informação privilegiada algum tipo de
incentivo que lhes estimule a tomar certos cuidados, sobretudo quando não se pode
verificar se estes cuidados estão sendo de fato tomados.

Capítulo 19 – Externalidades.

Sobre externalidades, assunto do capítulo 19, foram abordados diversos


pontos nos debates em sala de aula. Utilizando a poluição como objeto de análise
para grande parte das questões propostas. Por externalidades, podemos entender
que são custos externos (externalidades negativas), ou seja, atividades que vão
produzir custos externos negativos para a sociedade, como a poluição, e benefícios
externos (externalidades positivas), que dizem respeito às atividades geradoras de
benefícios externos.
A redução da poluição impacta tanto em custos quanto em benefícios, de
maneira que a quantidade ótima de poluição não é zero; um certo nível de poluição
deve ser aceitável, já que ela é resultado da atividades que nos proporcionam bens
necessários. No entanto, é importante que existam políticas ambientais eficazes,
para que a sociedade em geral controle a poluição, mantendo-a em níveis aceitáveis
para a saúde da população e preservação do meio ambiente e seus ecossistemas.
A quantidade de poluição socialmente ótima (quantidade de poluição que a
sociedade optaria se todos os custos e benefícios fossem devidamente
considerados) é a quantidade onde o custo social marginal da poluição (custo
adicional de uma unidade de poluição imposto à sociedade) é igual ao benefício
social marginal da poluição (ganho para a sociedade, a partir de uma unidade
adicional de poluição).
O Teorema de Coase, também debatido em sala, apresenta uma forma de o
setor privado solucionar as externalidades, sem necessidade de intervenção
governamental, pois o teorema determina que uma economia pode atingir uma
solução eficiente, desde que os custos de transação (custos de comunicação, custos
com contratação de advogados, etc.) sejam baixos, ou seja, as partes envolvidas
internalizam as externalidades, buscando incentivos para chegar a acordos
satisfatórios para ambos.
Outro ponto discutido são os padrões ambientais estabelecidos pelos
governos como forma de controlar a poluição. Os economistas classificam essa
medida como ineficiente para redução da poluição, pois eles são inflexíveis. Duas
formas de atingir os objetivos ambientais com eficiência são através da cobrança de
impostos sobre emissões (imposto cobrado por emissão de poluente) e das licenças
de emissão comercializáveis (licenças para emitir quantidades limitadas de
poluentes que podem ser compradas ou vendidas pelos poluidores). Estes métodos
são considerados eficientes, pois através deles é possível observar e controlar
diretamente a quantidade de poluição emitida.
O imposto sobre emissão poluente é um exemplo de imposto pigouviano, pois
ele objetiva reduzir custos externos, desestimulando as atividades promotoras de
externalidades negativas.

Capítulo 20 – Bens públicos e recursos comuns.

Conforme discutido em sala de aula, os bens públicos são bens que


beneficiam um grande número de indivíduos, quer eles tenham pago pelo uso, quer
não, e o benefício gerado pelo uso desse bem para uma pessoa independe de
quanto os outros também se beneficiam. Os bens públicos são não-excluíveis
(quando não se pode excluir ninguém do seu uso) e não-rivais (quando não limita
quem pode usufruir desse bem) no consumo e, por serem não-excluíveis, favorecem
o surgimento do problema das caronas, que se caracteriza quando determinados
consumidores não pagam pelo uso de certos bens, usufruindo deste uso através de
outros consumidores que pagam para utilizá-lo.
Os bens privados são bens excluíveis (quando é possível excluir alguém de
seu consumo) e rivais no consumo (limita quem pode usufruir desse bem). Estes
bens podem ser eficientemente produzidos e consumidos em um mercado
competitivo.
Os recursos comuns são bens não-excluíveis, mas que são rivais no
consumo. Como exemplo visto em sala, podemos citar o caso do estoque de peixes
no mar. A atividade da pesca não exclui ninguém da sua realização e nem limita a
quantidade que cada um pode pescar, no entanto, cada unidade de peixe retirada do
mar impossibilita que este seja pescado por outra pessoa, podendo promover a
esgotamento total dos peixes a médio e longo prazo.
Esta condição sujeita o recurso comum ao excesso de uso, pois o indivíduo
fará uso desse recurso até que o seu benefício marginal seja igual a zero,
desconsiderando o impacto que o uso inconsciente pode ter para a sociedade como
um todo.
Existem três soluções propostas para garantir o uso eficiente dos recursos
comuns, que visam estimular os indivíduos que utilizam esses recursos a internalizar
os custos que impõem aos outros. São eles:
 Atribuição de impostos ou regulamentação do uso do recurso comum;
 Sistema de licenças comercializáveis para o direito de usar o recurso;
 Tornar o recurso comum excluível e atribuir direitos de propriedade sobre ele.

Os bens artificialmente escassos são bens excluíveis e não-rivais no


consumo. O custo marginal em permitir que mais uma pessoa consuma o
bem é zero.

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