Este documento discute três perspectivas da globalização: 1) como uma fábula que promove o consumismo e enfraquece o Estado, 2) como uma perversidade que aumenta a desigualdade e pobreza, e 3) como poderia ser uma globalização mais humana que prioriza o bem-estar social sobre o lucro. Também analisa como o Estado atende aos interesses do capitalismo em detrimento dos cidadãos.
Este documento discute três perspectivas da globalização: 1) como uma fábula que promove o consumismo e enfraquece o Estado, 2) como uma perversidade que aumenta a desigualdade e pobreza, e 3) como poderia ser uma globalização mais humana que prioriza o bem-estar social sobre o lucro. Também analisa como o Estado atende aos interesses do capitalismo em detrimento dos cidadãos.
Este documento discute três perspectivas da globalização: 1) como uma fábula que promove o consumismo e enfraquece o Estado, 2) como uma perversidade que aumenta a desigualdade e pobreza, e 3) como poderia ser uma globalização mais humana que prioriza o bem-estar social sobre o lucro. Também analisa como o Estado atende aos interesses do capitalismo em detrimento dos cidadãos.
GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
INSTITUIÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS DOCENTE: LUIZ ISMAEL DISCENTE: JAQUELINE DO NASCIMENTO ROSA 2016.2 – TURMA: 152
AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA
Rio de Janeiro / 2016
A Globalização Exposta
O capitalismo começa a mostrar sinais na era colonial, a partir da exploração de novas
terras pelos conquistadores europeus, disseminando a visão da Europa como centro do mundo e esta, por sua vez, valendo-se do papel de potência mundial na época, determinava suas regras para os outros países. Atualmente, estas regras são ditadas pelos Estados Unidos da América, que a partir dos acordos de Bretton Woods (1944), que estabeleceram padrões para as relações comerciais e financeiras entre os países industrializados e do Consenso de Washington (1989), que propunha uma série de reformas para estimular o crescimento dos países em desenvolvimento, assim como a Europa no período colonial, os EUA marcam sua posição como potência, determinando os rumos do planeta, de acordo com os seus interesses políticos e financeiros. A leitura do texto “Por uma outra globalização – do pensamento único à consciência universal”, do geógrafo e intelectual Milton Santos, propõe uma desconstrução da ideia de globalização como algo essencialmente positivo para a sociedade, concepção esta que é erroneamente relacionada ao termo, com apoio da mídia para fortalecer esta visão. Para desconstruir tal imagem, Milton Santos considera que a globalização pode ser vista sob três perspectivas. A primeira delas mostra o fenômeno como fábula, ou seja, como fazem acreditar que é: ela é apresentada como sistema onde a informação circula em grande velocidade, gerando assim uma diminuição nas distâncias e modificação das noções de tempo e espaço. O mercado é apresentado como elemento suficiente para homogeneizar as desigualdades, quando este, na verdade é o responsável pelo aumento das mesmas. Outros pontos de importante destaque nesta visão são o forte estímulo ao consumo e a ideia de “morte do Estado”, quando o que se percebe é a consolidação deste, junto aos interesses financeiros internacionais, negando assim sua função essencial no que diz respeito às garantias dos direitos dos cidadãos. A segunda perspectiva apontada mostra a globalização como perversidade, maneira como ela realmente é: taxas cada vez maiores de desemprego, sucateamento da educação pública, aumento da pobreza, perda de qualidade de vida na classe média, a fome e as pessoas em situação de rua presentes em número cada vez maior, surgimento de epidemias, índices de mortalidade infantis permanentes, apesar dos avanços tecnológicos medicinais e da circulação da informação. A competitividade, estimulada por esse sistema para a obtenção do lucro, é a base de sustentação deste processo perverso. A terceira perspectiva apresentada no estudo de Milton Santos, mostra o mundo como pode ser – uma outra globalização – onde esta buscará uma visão mais humana, fazendo com que as bases técnicas que fundamentam a perversidade da globalização, tenham também propósitos políticos e sociais. Confirmando a visão de Milton Santos sobre a atuação do Estado a favor do capital, observamos no estudo de Alysson Leandro Mascaro no livro “Estado e forma política”, como a relação entre estes está diretamente ligada: o Estado e a política são derivações das relações de produção capitalistas, que determina uma vinculação entre economia e política. Quem origina o Estado é o capitalismo, uma vez que este é necessário para o funcionamento desta economia, atuando como um terceiro nas relações entre trabalhadores e capitalistas, garantindo a consolidação e manutenção desse sistema. De acordo com as discussões abordadas em sala, assim como na leitura dos textos sobre globalização, percebe-se que esta assume caráter desumano, uma vez que é um processo do capitalismo e este sobrevive através da produção e do acúmulo de capital, instituindo assim o poder nas mãos de quem o detém – uma pequena parcela da população – enquanto a maioria, que move esta engrenagem cruel, vive de miséria e servidão moderna, inclusive, com apoio do Estado, que deveria assegurar e proteger os direitos dos cidadãos. Contudo, o fenômeno da globalização pode ser positivo para todos, desde que os aspectos que a caracterizam como perversa, tomem uma condição mais humana, visando o bem estar da população como um todo, ao menos no que diz respeito às suas necessidades mais básicas, e não somente objetivando o lucro.