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PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

APRESENTAÇÃO

Essa matéria tem como objeti-


vo oferecer subsídios ao estudante
que o possibilite desenvolver as
habilidades de comunicação oral
e escrita, e que a mesma seja ex-
pressa em padrão satisfatório para
a necessidade efetiva da área de
atuação do curso, trabalhando os
elementos essenciais da comuni-
cação e estimulando o pensamento
ordenado e lógico como condições
fundamentais para uma exposição
clara, objetiva e precisa.

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

SUMÁRIO
UNIDADE I 05
1 - CONCEITUANDO................................................................................................ 06
2 - VARIEDADES LINGUÍSTICAS ............................................................................ 13
3 - AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM.......................................................................... 19

UNIDADE II 24
1 - CONCEITUANDO.................................................................................................25
2 - TEXTUALIDADE, COERÊNCIA E COESÃO ..................................................... 29
3 - A COERÊNCIA E O CONTEXTO DISCURSIVO ................................................ 31
4 - DISCURSO DISSERTATIVO DE CARATER CIÊNTÍFICO ................................ 33
5 - SELEÇÃO LEXICAL............................................................................................. 37
6 - QUESTÕES NOTACIONAIS DA LÍNGUA........................................................... 43

UNIDADE III 51
1 - CONCEITUANDO..................................................................................................52
2 - PALAVRAS PARÔNIMAS E HOMÔNIMAS ...........................................................55
3 - DOCUMENTOS OFICIAIS E EMPRESARIAIS .................................................... 66

UNIDADE IV 78

1 - CONCEITUANDO..................................................................................................79
2 - BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................87

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
PROFESSORES AUTORES

Mitsa Karen Toledo Christino Danielli


Possui graduação em Letras Português / Inglês (2011) e Pósgraduação em Docência no Ensino Superior e
mestranda em Ensino na Educação Básica no Centro Universitário Norte do Espírito Santo CEUNES/UFES.

Kátia Cilene Werneck Franklin


Formada em letras, Especialização em Didatica do Ensino Superior e em Língua inglesa.
PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA

Ementa: Linguagem verbal e não verbal. A língua falada e escrita. Léxico


- vocabulário específico; Comunicação oral; Técnicas de Redação: identificar e re-
produzir narrativas, dissertações e descrições; Relações intertextuais; Redação Téc-
nica; O texto científico; Elementos essenciais ao texto - Estruturação de períodos
e parágrafos; Documentos oficiais e empresariais; Noções linguístico-gramaticais
aplicadas ao texto técnico (Acentuação, pontuação e sintaxe de concordância).

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UNIDADE 1

PROCESSOS DA LINGUAGEM:
- LINGUAGEM ORAL E ESCRITA;
- LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL;
- AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS NA
CONSTRUÇÃO DO TEXTO

Objetivos:

- Compreender os conceitos de língua e linguagem e


suas funcionalidades;

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DO TRABALHO I
CAPÍTULO

1 CONCEITUANDO

Linguagem, comunicação e interação

_ Psiu, não digas nada. As palavras emocionadas saem da boca depressa


demais e costumam terminar dizendo coisas que não são totalmente verdadeiras. E
devemos ser respeitosos com as palavras, porque elas são a vasilha que nos dá a
forma. (...) É a palavra que nos faz humanos, que nos diferencia dos outros animais.
A alma está na boca. Mas, paranossa desgraça, os humanos já não respeitam o que
dizem. (...) as palavras não devem ser como mel, pegajosas e espessas, docees
armadilhas para moscas incautas, e sim como cristais transparentes e puros que
permitam contemplar o mundo através delas.

MONTEIRO, Rosa. História do rei transparente. Rio de Janeiro: Ediouro,2006.


P.119 (Fragmento)

“É a palavra que nos faz humanos, que nos diferencia dos outros animais.”
Reconhecer a linguagem como uma atividade humana significa dar a ela a devida
dimensão da nossa relação com o mundo. Dentre todas as linguagens, é a língua
natural – aquela que falamos – que nos dá identidade, permite a nomeação do mun-
do à nossa volta, participa da criação de categorias mentais a partir das quais nos
relacionamos com a realidade em que estamos inseridos. A língua está na base dos
nossos questionamentos e indagações sobre o modo como o mundo se organiza e
sobre como nos relacionamos com ele e com as pessoas com as quais vivemos.
Como falantes, participamos de um diálogo permanente no qual somosao
mesmo tempo atores e espectadores da performance dos nossos interlocutores. Jul-
gamos e somos julgados a partir do uso que fazemos da Língua Portuguesa. Estu-
daros diferentes modos de organização e uso da nossa língua significa lembrar que
esse estudo só vale a pena se nos tornar capazes de compreender o jogo de sentido
produzido pelos atores que participam da construção do discurso.
Sendo assim, o estudo através do Português Instrumental como disciplina se
propõe a despertar em você, estudante, a percepção de que a linguagem é parte
integrante de sua vida, dentro e, sobretudo fora da escola; que ela é instrumento
indispensável, tanto para a aquisição de conhecimento em quaisquer áreas do sa-
ber como para a participação dos indivíduos nos mais diversos contextos sociais de
interlocução. Os estudos gramaticais devem ser vistos, nesse contexto, como instru-
mento que facilita a obtenção de um conhecimento sobre a linguagem e seus usos
em situações reais, e não como objeto final das aulas, que não se deverão trans-
formar na apresentação interminável e maçante de definições, termos “estranhos” e
listas a serem memorizadas.
Dentro dessa perspectiva, veremos que escrita e fala são modalidades comuns
à língua, mas que apresentam diferenças e variedades tais que podem até mesmo
revelar quem somos e o modo como vemos o mundo. Para começar a entender um
pouco mais dessas modalidades, vejamos alguns conceitos e exemplos.

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COMUNICAÇÃO: ocorre quando interagimos com outras pessoas utilizando
linguagem.
Para se comunicar não é necessário apenas o uso de palavras. É possível ha-
ver comunicação através de gestos, expressões faciais e corporais. A esse conjunto
– palavras, gestos e expresões – damos o nome de LINGUAGEM.
Observe:

PARA REFLETIR
1. A mãe de Mafalda encontra uma amiga na rua. Observe as falas e os
gestos da mulher nos dois primeiros quadrinhos. O que sugerem expressões
como filhinha, gracinha, querida e meu bem? E os gestos da mulher em re-
lação à Mafalda?
2. O que expressa o gesto da Mafalda no terceiro quadrinho?
3. Por que a resposta de Mafalda surpreende a mulher?
4. Mafalda faz referência a dois tipos de resposta que poderia dar à mulher:
uma resposta padrão e outra não padrão. Levante hipóteses: qual seria a
resposta padrão?
5. Na pergunta resposta de Mafalda, a menina acaba revelando a imagem
que construiu da mulher. Que imagem é essa?

Quando duas pessoas se comunicam, elas levam em conta não somente o


que é dito, mas também outros elementos da situação. Tais elementos podem ser o
contexto, quem fala, com quem se fala, a imagem que cada pessoa tem ou deseja
transmitir para a outra, etc. Esses vários elementos da situação fazem parte do jogo
social da linguagem.

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LINGUAGEM: é um processo comunicativo pelo qual as pessoas interagem
entre si.
Além da linguagem verbal, cuja unidade básica é a palavra (escrita ou falada),
existem também as linguagens não verbais, como a música, a dança, a mímica, a
pintura, a fotografia, entre outras, que por sua vez possuem outros tipos de unidade
como o gesto, o movimento, a imagem, etc. Há ainda as linguagens mistas, como as
histórias em quadrinhos, o cinema, o teatro eos programas de TV, que podem reunir
diferentes linguagens como o desenho, a palavra, o figurino, o cenário, etc. Mais re-
centemente, com o aparecimento da informática, surgiu também a linguagem digital,
que permite transmitir e armazenar informações nos meios eletrônicos.
Na tira lida as pessoas se inter-relacionam e interagem pormeio da linguagem.
A mulher, querendo ser amável com Mafalda e a mãe da garota, fala com a menina
e faz alguns gestos, o que provoca uma reação em Mafalda. Assim, pode-se dizer
que a comunicação nascida da interação entre essas pessoas foi construída solida-
riamente por elas, que são interlocutores no processo comunicativo.
INTERLOCUTORES: são as pessoas que participam do processo de intera-
ção por meio da linguagem.
Aquele que produz a linguagem – aquele que fala, que pinta, que compõe
uma música, que dança – é chamado de locutor, e aquele que recebe a linguagem é
chamado de locutário ou receptor. No processo de comunicação e interação, ambos
são interlocutores.

Agora observe outros arranjos para essa mesma fala:


“Então essa é a sua querida, filhinha?”
“Esta então é filhinha, sua querida?”
“Sua esta então filhinha querida, é?”
Como se nota, em todas as situações as palavras pertencem à língua por-
tuguesa, mas somente na forma utilizada pela personagem na tira elas ganham o
sentido pretendido. Portanto, para dominarmos uma língua, é necessário que conhe-
çamos, além das palavras e seus sentidos, as leis de combinação dessas palavras.
Assim, concluímos:
LÍNGUA: é um conjunto de sinais (palavras) e de leis combinatórias por meio
do qual as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem.
A língua pertence a todos os membros de uma comunidade; por isso faz parte
do patrimônio social e cultural de cada coletividade. Como ela é resultado histórico
de uma convenção, um único indivíduo, isoladamente, não é capaz de criá-la ou mo-
dificá-la. A fala e a escrita, entretanto, são usos individuais da língua, não deixando
de ser sociais pois, sempre que falamos ou escrevemos, levamos em conta quem é
o interlocutor e qual é a situação em que estamos nos comunicando.

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ATIVIDADES
1. Levando-se em consideração o seu conhecimento inerente ao processo co-
municativo, retrate as diferenças que demarcam linguagem verbal e não verbal e, se
possível, dê exemplos.

2. Observe e responda:
(UERJ)

No cartum apresentado, o significado da palavra escrita é reforçado pelos ele-


mentos visuais, próprios da linguagem não verbal. A separação das letras da palavra
em balões distintos contribui para expressar principalmente a seguinte ideia:

a) ( ) dificuldade de conexão entre as pessoas


b) ( ) aceleração da vida na contemporaneidade
c) ( ) desconhecimento das possibilidades de diálogo
d) ( ) desencontro de pensamentos sobre um assunto

3. Sobre as linguagens verbal e não verbal, é INCORRETO afirmar que:

a) ( ) A linguagem verbal utiliza qualquer código para se expressar, enquanto


a linguagem não verbal faz uso apenas da língua escrita.
b) ( ) São utilizadas para criar atos de comunicação que nos permitem dizer
algo.
c) ( ) A linguagem não verbal é aquela que utiliza qualquer código que não
seja a palavra, enquanto a linguagem verbal utiliza a língua, seja oral ou escrita, para
estabelecer comunicação.
d) ( ) Linguagem verbal e não verbal, quando simultâneas, colaboram para o
entendimento do texto.

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4. Sabemos que as linguagens, verbal e não verbal, muitas vezes trabalham a
noção de intertextualidade, isto é, fazem alusão a uma obra de arte, a um fato his-
tórico, a um poema, a um filme, entre outros aspectos. Dessa forma, explicite seus
conhecimentos acerca destas, evidenciadas a seguir, dizendo qual a referência de
cada uma.

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PRATIQUE
Veja o mapa abaixo com atenção e leia o conjunto de informações apre-
sentadas a seguir. Analise o mapa (a distribuição das cores nos países, com
a respectiva legenda), o texto informativo lateral, o gráfico (“Quem são os
famintos?”) e a foto.
POBREZA HÍDRICA
Como a agua é essencial para a agricultura, a ausência dela é hoje uma
das mais importantes causas da pobreza no mundo em desenvolvimento.
Uma das consequências da escassez de água é a fome, já que fica prati-
camente impossível ter boas colheitas sem agua. A maioria dos países de
grande pobreza hídrica está no continente africano, mas o problema também
é grande na China, Índia e Bangladesh.

A escassez de agua prejudica mais os pequenos agricultores, muitos dos quais


tem de arrancar seu sustento de áreas semiáridas distantes de poços ou represas.
Cerca da metade dos famintos do mundo é composta de proprietários rurais humil-
des que cultivam acanhados lotes de terra; outros 20% são trabalhadores rurais
sem-terra.

No texto, as linguagens verbal e não-verbal (mapa, gráfico e foto) foram utili-


zadas para mostrar a relação entre a escassez de agua e a situação de pobreza do
pequeno agricultor em diferentes países do mundo.
Sua tarefa será redigir um pequeno texto explicando a relação entre a presen-
ça (ou a falta) de agua e o grau de pobreza de alguns países. Tente explicar uma in-
formação aparentemente contraditória sobre o Brasil: a pesar de estar representado
no mapa como um país com pouca ou nenhuma escassez de agua, sabemos existir
aqui uma realidade bem diferente. Se preferir, pesquise outros gráficos, tabelas e
textos sobre o assunto e aumente o poder argumentativo do seu texto.

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LEITURA COMPLEMENTAR

Observe as diferenças que geralmente existem entre as modalidades falada e


escrita da língua:

(INGEDORE. G. Villaça Koch. A inter-ação pela linguagem. 3 ed. São Paulo: Contexto,
1997, p.68)

SAIBA MAIS!
Leitura e compreensão de texto falado e escrito
http://culturadetravesseiro.blogspot.com.br/2010/12/lei-
tura-e-compreensao-de-texto-falado-e.html

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CAPÍTULO

2
VARIEDADES LINGUÍSTICAS: NORMA CULTA OU
PADRÃO, VARIEDADES REGIONAIS E VARIEDADES
SOCIAIS

Variação e norma

Leia a tira atentamente.

(GONSALES, Fernando. Niquel Náusea: com mil demonios!! São Paulo: Devir,
2002.p.32)

1. O que leva a mulher a observar que o papagaio “fala tudo errado”?


2. A que conclusão se espera que o leitor chegue, a oler o segundo quadrinho,
sobre o motivo que leva o papagaio a falar como fala?
3. O que a observação da mulher revela a respeito da maneira como as pesso-
as costumam avaliar diferentes maneiras de falar?

Existem situações onde percebemos que algunas pessoas usam a língua por-
tuguesa diferente do modo que nos habituamos a ouvir e usar em nosso espaço de
convivencia e meios de comunicação. Essa diferença manifesta-se no vocabulario
utilizado, na pronúncia, na estrutura de palavras e frases.
A essa diferença chamamos de variação linguística, e ela decorre naturalmen-
te do fato de que a língua é um sistema dinâmico e extremamente sensível a fatores
como a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de
formalidade do contexto. Então:

VARIEDADE LINGUÍSTICA é cada um dos sistemas em que uma língua se di-


versifica, em função das possibilidades de variação de seus elementos (vocabulário,
pronúncia, morfologia, sintaxe).
NORMA CULTA OU PADRÃO: é a denominação dada à variedade linguística dos membros da
classe social de maior prestígio dentro de uma comunidade.
Embora essa variação seja natural, os falantes de uma comunidade linguística têm em geral a
expectativa de que todas as pessoas falem de uma mesma maneira. Essa expectativa, socialmente defi-
nida e difundida, pressupõe uma forma “correta” de uso da língua, o que implica a existência de formas
“erradas”. Esta é a base do PRECONCEITO LINGUÍSTICO.

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CUIDADO COM O PRECONCEITO! (vídeo: https://www.youtube.com/watch?-
v=DiweofUhbT4)

O vídeo apresenta de forma sucinta o conteúdo do livro Preconceito Linguís-


tico, de Marcos Bagno, e objetiva-se a mostrar que o preconceito linguístico é um
problema social e não só o modo de julgar uma fala certa ou errada.

VARIEDADES REGIONAIS E SOCIAIS


Um dos aspectos mais conhecidos da variação linguística é a diferenciação
que caracteriza as chamadas variedades regionais. Os falantes percebem algumas
diferenças de vocabulário e pronúncia e muitas vezes usam seu conhecimento des-
sas diferenças para produzir efeitos de humor em diferentes situações. Observe o
diálogo a seguir:

_ Chica, seu dicionário “português – mineirês” tem até uma seção de frases
úteis!
_ Claro, ele dá dicas de como se informar sobre pontos turísticos, por exemplo.
Você quer saber onde pegar condução e em qual lugar específico você se encontra,
basta dizer: “_Nossinhora, oncotô? Onquié o pondiôns maipertin?”

No final do diálogo é possível reconhecer a fala de um mineiro, evidenciada


pela visão estereotipada do mineiro como alguém que “come” com frequência as
sílabas finais de algunas palavras.
Já as variedades sociais costumam apresentar diferenças significativas em
termos fonológicos (bicicleta por ‘bicicreta’, melhor por ‘mió’, etc) e morfossintáticos
(a gente fumo, as laranja, etc). Essas são, portanto, as variedades que costmam
entrar em conflito com a norma culta, tanto na fala quanto na escrita.
Existe ainda a variedade estilística, que depende dos diferentes graus de for-
malidade determinados pelo contexto de uso da língua. O maior ou menor conhe-
cimento e proximidade entre os falantes faz com que se usem variedades mais ou
menos formais.

LINGUAGEM COLOQUIAL: usada de modo informal em situações familiares,


conversas entre amigos.
LINGUAGEM FORMAL: em situações formais como palestras, exposições,
oratórias.

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ATIVIDADES
Leia o fragmento retirado do texto Língua brasileira, de Kledir Ramil, a seguir
para responder às questões de 1 a 7.

[...] O Brasil tem dessas coisas, é um país maravilhoso, com o português como
língua oficial, mas cheio de dialetos diferentes.
No Rio é “e aí merrmão! CB, sangue bom! Vai rolá umach paradach”. Até eu
entender que merrmão era “meu irmão” levou um tempo. Em São Paulo eles botam
um “i” a mais na frente do “n”: “ôrra meu! Tô por deintro, mas não tô inteindeindo”. E
no interiorrr falam um erre todo enrolado: “a Ferrrnanda marrrcô a porrrteira”. Dá um
nó na língua. A vantagem é que a pronúncia deles no inglês é ótima.
Em Mins, quer dizer em Minas, eles engolem letras e falam Belzonte, Nosse-
nhora e qualquer objeto é chamado de trem. Lembrei daquela história do mineirinho
na plataforma da estação. Quando ouviu um apito, falou apontando as malas: “Muié,
pega os trem que o bicho tá vindo”.
No nordeste é tudo meu rei, bichinho, ó xente. Pai é painho, mãe é mainha, vó
é vóinha. E pra você conseguir falar com o acento típico da região, é só cantar sem-
pre a primeira sílaba de qualquer palavra numa nota mais aguda que as seguintes.
Mas o lugar mais curioso de todos é Florianópolis. Lagartixa eles chamam de
crocodilinho de parede. Helicóptero é avião de rosca (que deve ser lido rôchca). Car-
ne moída é boi ralado. Se você quiser um pastel de carne precisa pedir um envelope
de boi ralado. Telefone público, o popular orelhão, é conhecido como poste de prosa
e a ficha de telefone é pastilha de prosa. Ôvo eles chamam de semente de galinha e
motel é lugar de instantinho. [...]
RAMIL, Kledir. Tipo assim. Porto Alegre:
RBS Publicações, 2003.p75-76. (Fragmento)

1. Em seu texto, Kledir Ramil ‘brinca’ com os chamados dialetos ou variedades


regionais. Em que tipo de característica ele se baseia para representar cada uma
das variedades?

2. O autor se vale do seu conhecimento sobre essas diferenças para produzir


efeitos de humor ao caracterizar a variedade utilizada no Rio de Janeiro. Explique
como isso é feito, justificando sua resposta com elementos do texto.

3. Ao tratar do sotaque paulistano, ele afirma que falantes ‘botam um i a mais


na frente do n’. o que se poderia levantar como hipótese para explicar esse tipo de
pronúncia? Considere, no momento de elaborar sua resposta, a influência que os
imigrantes exerceram na constituição dessa fala local.

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4. O autor distingue a pronúncia, inclusive graficamente, do r falado no interior
de São Paulo dawuele presente no sotaque carioca. Em que consiste essa diferen-
ça? Justifique.

• Por que ele afirma que os falantes do ‘interior’ teriam uma ótima pronúncia
em inglês?

5. O que, segundo o texto, caracterizaria o falar mineiro? Explique.

6. Por que o autor usou a palavra ‘simpático’ ao falar do linguajar de Florianó-


polis?

7. Você considera preconceituosa a caracterização que o autor faz dos falares


carioca, paulista, mineiro e nordestino? Por que?

• A visão dele é a mesma quando se trata da fala de Florianópolis?

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A relação entre a língua falada e a língua escrita
Observe os textos a seguir.

1. Na imagem A, que aviso o dono do estabelecimento pretendia dar a seus


fregueses?
2. O que esse texto revela sobre o contato que tem seu autor com as práticas
de escrita?
3. Que aspecto desse escrita parece indicar que o seu autor baseia-se em uma
característica da fala?
4. Na imagem B, o texto está adequado ao que você conhece da língua portu-
guesa?
5. Reescreva o anúncio para que ele fique adequado ao que costumamos ler
atualmente.

PARA REFLETIR
Nem todas as sociedades do mundo possuem escrita, mas todas fazem uso
da língua oral. A escrita não é um mero registro da fala, pois surgiu para expressar
diferentes necessidades comunicativas e cognitivas do ser humano.
A base do sistema de escrita que utilizamos é alfabética: usamos sinais grá-
ficos (letras) para representar unidades de sons menores do que as sílabas (fone-
mas). Esse procedimento permite representar, na escrita, qualquer palavra da lín-
gua, mesmo a que inventamos. O uso de um sistema alfabético de escrita costuma
ser regulado por uma ortografia, que estabelece as normas para utilização das letras
na representação dos fonemas das diversas palavras da língua.

Observe:
“Genteeee!!!,
Olha, ta tudo bem por aqui, viu! Depois que o primeiro avião caiu ficou todo
mundo com aquela cara de “o que tá acontecendo?” e todos soltaram um oooooooo
oooooooooooooooooooohhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!! Ninguém podia acreditar no que
estava vendo. Enquanto a gente olhava toda aquela confusão aí veio um outro avião
e bicho, todo mundo começou a gritar. Parecia cena de filme... Cara, o país ficou
num colapso total, tipo a gente achava que ia ter uma guerra. Enquanto a gente aqui
via tudo acontecendo e não sabia o que fazer nem o que falar, vimos pela TV que um
outro avião caiu na capital e outro na Pensilvânia. Putz, a coisa ficou muito louca por
aqui...morreu muita gente, sabe, muita gente mesmo. Assim que vocês começarem
a ver os noticiários vão ficar pensando em como as coisas estão por aqui, por isso eu
tô escrevendo, pra dizer que tá tudo bem, tudo bem mesmo. Não precisa preocupar
comigo não. Amuuuuu todos vocês de mais... beijos no coração de todos...

Carol!!!”
(Adaptado do e-mail pessoal de Carolina Pacheco que presenciou os atenta-
dos às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001.)

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• Circule no texto as ocorrências de estruturas e/ou expressões típicas da lin-
guagem oral.
• Escolha um período e reescreva-o adequando ao padrão normativo para o
texto escrito.

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CAPÍTULO

3
AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM

FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA (ênfase no contexto)


Quando o objetivo da mensagem é a transmissão de informação sobre a rea-
lidade ou sobre um elemento a ser designado, diz-se que a função predominante no
texto é referencial ou denotativa. Artigos que trazem um conteúdo essencialmente
informativo são exemplo disso.

FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA (ênfase no emissor)


Quando o objetivo da mensagem é a expressão das emoções, atitudes, estado
de espírito do emissor com relação ao que fala, então essa função no texto é emotiva
ou expressiva.

FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA (ênfase no receptor)


Quando o objetivo da mensagem é persuadir o destinatário, influenciando seu
comportamento, como as propagandas por exemplo. As expressões linguísticas com
vocativos e formas verbais no imperativo também exemplificam essa função, como
é o caso das preces.

FUNÇÃO FÁTICA (ênfase no canal)


Quando o objetivo da mensagem é simplesmente o de estabelecer ou manter
a comunicação, ou seja, o contato entre o emissor e o receptor. As fórmulas de aber-
tura de diálogo, quase sempre frases feitas, são exemplos típicos da função fática.

FUNÇÃO METALINGUÍSTICA (ênfase no código)


Quando o objetivo da mensagem é falar da própria linguagem. As definições
de verbetes encontradas no dicionário são exemplo disso.

FUNÇÃO POÉTICA (ênfase na mensagem)


Quando o objetivo da mensagem é chamar a atenção para a própria mensa-
gem, sugerindo que ela é o resultado de um trabalho de elaboração feito sob sua for-
ma. Apresenta maior liberdade no uso das palavras, exploradas mais pelo potencial
em evocar imagens e produzir efeitos sonoros.

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ATIVIDADES
Desabafo
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Sim-
plesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-fei-
ra. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para
serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que
venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.

CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).

1. Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções


da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento
da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expres-
siva, pois
a) ( ) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
b) ( ) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
c) ( ) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
d) ( ) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
e) ( ) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.

Aula de Português

A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro, mistério.

(Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José


Olympio, 1979.)

2. Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste


entre marcas de variação de usos da linguagem em:
a) ( ) situações formais e informais.
b) ( ) diferentes regiões dos pais.
c) ( ) escolas literárias distintas.
d) ( ) textos técnicos e poéticos.
e) ( ) diferentes épocas

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3. Assinale a alternativa que contenha a sequência correta sobre as funções da
linguagem, importantes elementos da comunicação:
1. Ênfase no emissor (lª pessoa) e na expressão direta de suas emoções e
atitudes.
2. Evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos. É a linguagem da comu-
nicação.
3. Busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um apelo ou uma ordem.
4. Ênfase no canal para checar sua recepção ou para manter a conexão entre
os falantes.
5. Visa à tradução do código ou à elaboração do discurso, seja ele linguístico
ou extralinguístico.
6. Voltada para o processo de estruturação da mensagem e para seus próprios
constituintes, tendo em vista produzir um efeito estético.

( ) função metalinguística.
( ) função poética.
( ) função referencial.
( ) função fática.
( ) função conativa.
( ) função emotiva.

a) 1, 2, 4, 3, 6, 5.
b) 5, 2, 6, 4, 3, 1.
c) 5, 6, 2, 4, 3, 1.
d) 6, 5, 2, 4, 3, 1.
e) 3, 5, 2, 4, 6, 1

4. Leia a tirinha de Calvin e responda:

Para tentar convencer o pai a comprar seu desenho, Calvin empregou uma
função de linguagem específica. Assinale a alternativa que indica a resposta correta:
a) função metalinguística.
b) função fática.
c) função poética.
d) função emotiva.
e) função conativa.

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
5. Qual a figura de linguagem presente em:

”– Que quer dizer pitosga?


– Pitosga significa míope.
– E o que é míope?
– Míope é o que vê pouco.” _______________________________________

6. (PUC – SP)
“Com esta história eu vou me sensibilizar, e bem sei que cada dia é um dia
roubado da morte. Eu não sou um intelectual, escrevo com o corpo. E o que escrevo
é uma névoa úmida. As palavras são sons transfundidos de sombras que se entre-
cruzam desiguais, estalactites, renda, música transfigurada de órgão. Mal ouso cla-
mar palavras a essa rede vibrante e rica, mórbida e obscura tendo como contratom
o baixo grosso da dor. Alegro com brio. Tentarei tirar ouro do carvão. Sei que estou
adiando a história e que brinco de bola sem bola. O fato é um ato? Juro que este
livro é feito sem palavras. É uma fotografia muda. Este livro é um silêncio. Este livro
é uma pergunta.” (Clarice Lispector)
A obra de Clarice Lispector, além de se apresentar introspectiva, marcada pela
sondagem de fluxo de
consciência (monólogo interior), reflete, também, uma preocupação com a es-
critura do texto literário.

Observe o trecho em questão e aponte os elementos que comprovam tal pre-


ocupação.

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SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
ATIVIDADE AVALIATIVA

Você agora é um(a) publicitário (a) e deverá elaborar um folder para uma cam-
panha de esclarecimento sobre a importância da reciclagem. Seu texto, assim como
as imagens que você usará como parte da linguagem, deve ser persuasivo e convin-
cente. Pense no seu público-alvo (escolas, crianças, empresas privadas, sociedade
em geral, hospital, etc.) e elabore sua campanha pensando nas características des-
se público.
Reflita sobre o papel das funções da linguagem na construção de um texto, o
que permite que a análise de sua estrutura ganhe maior significado para o receptor
(público-alvo).
Se precisar pesquise na internet e olhe em volta em sua cidade cartazes com
informações úteis para a criação da campanha.

Bom trabalho!

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
UNIDADE 2

> COMUNICAÇÃO E INTENCIONALIDADE DISCURSIVA;


> COERÊNCIA E COESÃO;
> A INTERTEXTUALIDADE NO CONTEXTO DISCURSIVO;
> O TEXTO CIENTÍFICO;
> CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.

OBJETIVOS:
Estimular o pensamento ordenado e lógico como condição
fundamental para uma exposição clara, objetiva e precisa.

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SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
CAPÍTULO

1
CONCEITUANDO

Intencionalidade discursiva

Da frase à imagem – o caminho que transforma uma dada expressão idiomá-


tica em seu equivalente fotográfico. Veja como foi o percurso feito pelos fotógrafos
para, inspirados em expressões idiomáticas, chegar a fotos bem diferentes:

Observe as fotos a seguir e escreva a expressão idiomática equivalente a cada


uma delas, e em seguida dê o sentido analógico (intenção) de cada uma.

Para que a comunicação se realize com sucesso, é necessário que cada um


dos interlocutores compreenda bem o que o outro diz. Cada enunciado dito por
alguém tem uma intencionalidade discursiva, ou seja, o desejo de expressar-se e
fazer-se compreendido. Entretanto, é necessário que os interlocutores conheçam o
contexto da mensagem transmitida,do contrário, não haverá comunicação.

Leia o texto a seguir.


No primeiro dia de aula, o professor trouxe um vidro enorme:
– Isto está cheio de perfume – disse a Miguel Brun e aos outros alunos. –
Quero medir a percepção de cada um de vocês. Na medida em que sintam o cheiro,
levantem a mão.
E abriu o frasco. Num instante, já havia duas mãos levantadas. E logo cinco,
dez, trinta, todas as mãos levantadas.
– Posso abrir a janela, professor? – suplicou uma aluna, enjoada de tanto per-
fume, e várias vozes fizeram eco. O forte aroma, que pesava no ar, tinha se tornado
insuportável para todos.

26

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
Então o professor mostrou o frasco aos alunos, um por um. Estava cheio de
água.
Fonte: GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: LP&M, 2002, p.156.

1. Numa situação de comunicação, há, pelo menos, duas pessoas intera-


gindo por meio da linguagem, os chamados interlocutores. Aquele que produz a
linguagem é chamado de locutor; aquele que recebe a linguagem é chamado de
locutário.
a) Quem exerce o papel de locutor?

b) E quem exerce o papel de locutário?

2. Para que a comunicação se realize com sucesso, é necessário que cada


um dos interlocutores compreenda bem o que o outro diz.
a) Em resumo, o que o professor comunica que vai fazer?

b) Você acha que os alunos entenderam bem a mensagem do professor?

c) Levante hipóteses: por que, então, os alunos pensaram ter sentido cheiro
deperfume?

3. Com base nas ideias do texto, como você justificaria o título do texto?

Você observou no conto lido que, entre o professor e seus alunos, verifica-
-se uma situação de comunicação. Todo ato de comunicação envolve sempre seis
componentes essenciais. Veja quais são eles a partir dos dois primeiros parágrafos
do texto:
• o locutor é o professor: aquele que diz algo a alguém
• o locutário são os alunos: aqueles com quem o locutor se comunica
• a mensagem é o texto (Isto está cheio de perfume. Quero medir a percep-
ção de cada um de vocês. Na medida em que sintam o cheiro, levantem a mão); o
que foi transmitido entre os interlocutores.
• o código é a língua portuguesa: a convenção que permite ao interlocutor
compreender a mensagem
• o canal (ou contato) é a língua oral (som e ar); é por meio físico que conduz
a mensagem ao interlocutor;
• o referente (ou contexto) é, em princípio, o desejo do professor de medir a
percepção dos alunos e, depois, mostrar-lhes como podemos nos deixar enganar:
o assunto da mensagem.

Agora leia esse outro texto. Trata-se de uma piada, que constitui uma situ-
ação comunicativa entre duas pessoas. Em seguida, responda as perguntas que
seguem.

27

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
“O médico ao paciente:
_ O que o senhor tem?
_ Tenho uma casa com dois quartos e uma sala.
_ Estou lhe perguntando o que o senhor sente.
_ Ah! Sinto falta de uma varanda e de um bom quintal!”

1. Considerando o papel social dos interlocutores (médico e paciente), o que o


médico pretendia saber?

2. Como o paciente compreende a pergunta?

3. Na primeira troca verbal a comunicação se realizou com sucesso? Por que


isso aconteceu?

4. Em sua segunda fala, o médico chama a atenção do paciente sobre sua


intenção ao fazer a pergunta inicial. Isso foi suficiente para o cliente compreender a
real intenção do médico?

5. A insistência do paciente provoca que tipo de efeito no texto?

Nessa piada, o paciente ignora dois princípios básicos de qualquer ato de co-
municação pela linguagem: a situação de produção de enunciados (quem fala, com
quem fala, em que momento e lugar, etc.) e a intencionalidade discursiva dos enun-
ciados.
Toda vez que interagimos com as pessoas por meio da linguagem, sempre há
em nossa fala uma intenção de conhecer ou modificar o pensamento ou o compor-
tamento de nossos interlocutores. Assim:

INTENCIONALIDADE DISCURSIVA são as intenções, explícitas ou implícitas,


existentes nos enunciados.

O sucesso de nossas intenções verbais, seja na condição de locutor, seja na


de interlocutor, depende muito de nossa capacidade de lidar com a intencionalidade.
Por meio dela podemos, por exemplo, impressionar, ofender, persuadir ou informar
nosso interlocutor; podemos também pedir, solicitar, implorar, reivindicar, etc.

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MATERIAIS
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PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

Leia o anúncio da Fundação SOS Mata Atlântica e responda às questões pro-


postas:

1. A parte visual do anúncio mostra parte de um rosto em que um olho aparece


em destaque. O que a imagem mostra?

2. Considerando o anunciante, a imagem e o enunciado da parte escrita do


anúncio, o que o olho representa? E as lágrimas?

3. O anúncio, intencionalmente, cria um jogo entre a palavra ciliar, referindo-se


à mata, e os cílios, gerando ambiguidade. Explique essa ambiguidade.

4. Que função de linguagem predomina no anúncio?

5. Em sua opinião, o anúncio é convincente em seus propósitos? Por que?

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SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
CAPÍTULO

2
TEXTUALIDADE, COERÊNCIA E
COESÃO

Uma das grandes obras da literatura brasileira é Grande sertão: veredas, do


escritor mineiro Guimarães Rosa. O narrador, o ex-jagunço Riobaldo, apesar de ser
um homem simples do sertão, faz reflexões filosóficas profundas, cheias de poesia
e sabedoria. Leia o que essa personagem pensa sobre contar histórias e sobre a
saudade.
“Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astú-
cia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares.
A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos; uns com outros acho
que nem se misturam (...). Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo coisas de
rasa importância. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que
outras de recente data. Toda saudade é uma espécie de velhice. Talvez, então, a
melhor coisa seria contar a infância não como um filme em que a vida acontece no
tempo, uma coisa depois da outra, na ordem certa, sendo essa conexão que lhe dá
sentido, princípio, meio e fim, mas como um álbum de retratos, cada um completo em
si mesmo, cada um contendo o sentido inteiro. Talvez seja esse o jeito de escrever
sobre a alma em cuja memória se encontram as coisas eternas, que permanecem...”
(Guimarães Rosa. Apud Rubem Alves. Na morada das palavras. Campinas:Pa-
pirus, 2003. P. 139)

1. Um texto para ser um texto de verdade, não pode ser um punhado de frases
soltas. Ele precisa apresentar conexões, tanto gramaticais quanto de ideias. Obser-
ve as três primeiras frases do texto. A segunda e a terceira iniciam, respectivamente,
com as palavras NÃO e MAS.
a) Que ideia anteriormente expressa é negada pela palavra NÃO?
b) A palavra MAS introduz uma ideia que se opões a outra anteriormente ex-
pressa. Essa ideia, encontra-se na primeira ou na segunda frase?
2. A palavra UNS da quarta frase refere-se a qual termo expresso no interior
da mesma frase?
3. Em “Talvez, então, a melhor coisa seria (...)” , a palavra ENTÃO no contexto
expressa:
a) Adição
b) Oposição
c) Conclusão
d) Consequência
4. Nas questões anteriores você observou algumas conexões gramaticais do
texto. Além delas existem as conexões de ideias também. O autor sugere um méto-
do para contar fatos tão distantes como a infância. Qual é esse método?
5. O texto se mostra coerente, com ideias que se complementam, ou se mostra
confuso, com ideias contraditórias e incompletas?
Depois de analisar esse texto e responder às questões, você notou que um
texto precisa de uma sequência lógica para manter a unidade de sentido, ou seja,
para ser todo coerente, apresentando textualidade, isto é, apresentando conexões
gramaticais e articulação de ideias. Em outras palavras, um texto precisa apresentar
coesão e coerências textuais.

30

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
COESÃO TEXTUAL são as conexões gramaticais existentes entre palavras,
orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto.
As palavras que realizam articulações gramaticais também são chamadas
conectores, são substantivos, pronomes, conjunções, preposição, etc. são comuns
nesse papel ainda palavras como isso, então, aliás, também, isto é, entretanto, e, por
isso, daí, porém, mas, entre outras.
No trecho “Talvez seja esse o jeito de escrever sobre a alma,” por exemplo,
o pronome demonstrativo esse é um conector, pois retoma o que foi desenvolvido
antes sobre o método de contar fatos do passado “como um álbum de retratos”.
Como esses conectores são portadores de sentido, eles também contribuem
para construir a coerência de um texto.
COERÊNCIA TEXTUAL é a estruturação lógico-semântica de um texto, isto é,
a articulação de ideias que faz com que numa situação discursiva palavras e frases
componham um todo significativo para os interlocutores.
Um dos princípios básicos da coerência textual é a não contradição, ou seja,
as ideias não podem ser contraditórias entre si nem apresentar incoerência em rela-
ção à realidade, a não ser que a contradição seja proposital.

PODE HAVER COERÊNCIA SEM COESÃO?


Há textos que se organizam por justaposição ou com elipses e, mesmo as-
sim, podem ser considerados textos por seu leitores/ouvintes, pois constituem uma
unidade de sentido. Como exemplo de que pode haver coerência sem coesão, veja
esse poema do poeta e compositor Paulo Leminski:
sobressalto
esse desenho abstrato
minha sombra no asfalto
(La vie em close. São Paulo: Brasiliense)

31

SEGURANÇA DOMATERIAIS
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TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
CAPÍTULO

3
A COERÊNCIA E O CONTEXTO
DISCURSIVO

CONHECIMENTO DE MUNDO – o nosso conhecimento de mundo desempe-


nha um papel decisivo no estabelecimento da coerência: se o texto falar de coisas
que absolutamente não conhecemos, será dificil configurar uma unidade de sentido
para o mesmo.
Outro aspecto importante para avaliar a coerência de um texto é o contexto
discursivo, ou seja, levar em conta a intenção, a situação e a relação lógica (coesão)
da mensagem que o texto venha transmitir.
Se observarmos as seguintes falas:

_ Adorei a vitória da Seleção Brasileira. Por isso vamos comemorar com cham-
panhe.
_ Adorei a vitória da Seleção Brasileira. Perdemos de 2 a 1.

O segundo enunciado aparentemente apresenta incoerência, isso por causa


da pressuposição de que nenhum brasileiro queria ver o mal desempenho da sele-
ção. Mas se levarmos em conta que o locutor apostou sozinho na derrota do Brasil
por 2 a 1, ele está feliz, e portanto, há sentido no que ele comunicou, e os interlocu-
tores entenderão isso.
Assim, coerência e coesão são fatores da textualidade regulados pelo contexto
discursivo.

FATORES PRAGMÁTICOS DA TEXTUALIDADE


• Intencionabilidade – diz respeito à intenção do locutor elaborar um texto – fa-
lado ou escrito – coeso e coerente, de modo a cumprir a função sociocomunicativa.
• Aceitabilidade – diz respeito à pré-disposição do receptor de considerar um
texto coeso e coerente e coloborar no processo de produção de sentido.
• Informatividade – diz respeito às informações veiculadas através dos textos
escritos ou visuais, como anúncios, artes plásticas, artigos dentre outros textos.
• Situcionalidade – diz respeito à adequação do texto à situação sociocomu-
nicativa. Esse fator está ligado às crenças, expectativas e objetivos dos agentes
envolvidos no processo de interlocução.
• Intertextualidade – diz respeito aos fatores que fazem tanto a produção quan-
to a recepção de um texto dependentes do conhecimento que os agentes envolvidos
têm de outros textos.

32

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
ATIVIDADES
1. Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir
o risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Signi-
fica que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente
já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é im-
portante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no
sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fato-
res que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com
acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.

ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.

As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam


na construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que
a) ( ) a expressão “Além disso” marca uma sequência de ideias.
b) ( ) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.
c) ( ) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma gene-
ralização.
d) ( ) o termo “Também” exprime uma justificativa.
e) ( ) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose
no sangue”.

2. Sobre a coesão textual, estão corretas as seguintes proposições:


I. A coesão textual está relacionada com os componentes da superfície textual,
ou seja, as palavras e frases que compõem um texto. Esses componentes devem
estar conectados entre si em uma sequência linear por meio de dependências de
ordem gramatical.
II. A coesão é imaterial e não está na superfície textual. Compreender aquilo
que está escrito dependerá dos níveis de interação entre o leitor, o autor e o texto.
Por esse motivo, um mesmo texto pode apresentar múltiplas interpretações.
III. Por meio do uso adequado dos conectivos e dos mecanismos de coesão,
podemos evitar erros que prejudicam a sintaxe e a construção de sentidos do texto.
IV. A coesão obedece a três princípios: o princípio da não contradição; princípio
da não tautologia e o princípio da relevância.
V. Entre os mecanismos de coesão estão a referência, a substituição, a elipse,
a conjunção e a coesão lexical.
a) ( ) Apenas V está correta.
b) ( ) II e IV estão corretas.
c) ( ) I, III e V estão corretas.
d) ( ) I e III estão corretas.
e) ( ) II, IV e V estão corretas

33

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
CAPÍTULO

4
DISCURSO DISSERTATIVO DE
CARÁTER CIENTÍFICO

O discurso dissertativo de caráter científico deve ser elaborado de maneira a


criar um efeito de objetividade, pois pretende dar destaque ao conteúdo das infor-
mações feitas (ao enunciado) e não à subjetividade de quem as proferiu (ao enun-
ciador). Quer concentrar o debate nesse foco e por isso adota expedientes que, de
um lado, procuram neutralizar a presença do enunciador nos enunciados e, de outro,
põem em destaque os enunciados, como se substituíssem por si mesmos.
Para neutralizar a presença do enunciador, isto é, daquele que produz o enun-
ciado, usam-se certos procedimentos linguísticos, que passaremos a expor:
a) Evitam-se os verbos de dizer na primeira pessoa ( digo , acho ,afirmo ,
penso, etc. ) e com isso procura-se eliminar a ideia de que o conteúdo de verdade
contido no enunciado seja mera opinião de quem o proferiu.
Não se diz, portanto:
Eu afirmo que os modelos científicos devem ser julgados pela sua utilidade.
Mas simplesmente:
Os modelos científicos devem ser julgados pela sua utilidade.
b) Quando, eventualmente, se utilizam verbos de dizer, são verbos que indi-
cam certeza e cujo sujeito se dilui sob a forma de um elemento de significação am-
pla e impessoal, indicando que o enunciado é produto de um saber coletivo, que se
denomina ciência. Assim, o enunciador vem generalizado por “nós” em vez de “eu”
ou oculto:
Temos bases para afirmar que a agricultura constitui uma alternativa promisso-
ra para a nossa economia.
ou ,
Pode-se garantir que a agricultura. . .
ou ainda ,
Constata-se que a agricultura. . .
Em geral, não se usa a primeira pessoa do singular no discurso científico.
c) A exploração do valor conotativo das palavras não é apropriada ao enuncia-
do científico. Nele, os vocábulos devem ser definidos e ter um só significado. Num
texto de astronomia, “lua” significa satélite da Terra e não uma sonora barcarola ou
astro dos loucos e enamorados.
d) Deve-se usar a língua padrão na sua expressão formal , não se ajusta a
ele o uso de gírias ou quaisquer usos lingüísticos distanciados da modalidade culta
e formal da língua.
Vamos expor alguns expedientes que servem para fundamentar esse tipo de
enunciado e aumentar seu poder de persuasão.
e) A argumentação pode basear-se em operações de raciocínio lógico, tais
como as implicações de causa e efeito, consequência e causa , condição e ocorrên-
cia , etc.
f) Pode-se desqualificar o enunciado científico atribuindo-o à opinião pessoal
do enunciador ou restringindo a universidade da verdade que ele afirma.
Roberto supõe que o espaço social brasileiro se divida em casa, rua e outro
mundo.
Como se pode notar, ao introduzir o enunciado por um verbo de dizer (supõe)
que não indica certeza, reduz-se o enunciado a uma simples opinião.

34

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
Observe-se ainda outro exemplo:
O átomo foi considerado, por muito tempo, como a menor partícula constituinte
da matéria.
Não é preciso dizer que o verbo (foi considerado) e a restrição de tempo (por
muito tempo) esvaziam o enunciado do seu caráter de verdade geral e objetiva.

g) Ataque ao expediente de argumentação, veja:


• citando autores renomados que contrariam o conteúdo afirmado no enuncia-
do ou evidenciando que o enunciador não compreendeu o significado da citação que
fez;
• desautorizando os dados de realidade apresentados como prova ou mostran-
do que o enunciador, a partir de dados corretos, por equívoco de natureza lógica ,
tirou conclusões inconsequentes.
Ex.: O controle demográfico é uma das soluções urgentes para o desenvol-
vimento dos países subdesenvolvidos: as estatísticas comprovam que os países
desenvolvidos o praticam.

Desqualificação:
O dado estatístico apresentado é verdadeiro, mas o enunciado é inconsistente,
pois pressupõe uma relação de causa e efeito difícil de ser demonstrada, isto é, que
o controle demográfico seja capaz de produzir o desenvolvimento. O mais lógico é
inverter a relação: o desenvolvimento gera o controle demográfico, e não o contrário.

Enunciados

1. Identificar: reconhecer, apontar elementos no texto (exemplificar);

2. Comentar: opinar sobre elementos do texto;

3. Interpretar: reproduzir o conteúdo de trechos ou do conjunto do texto;

4. Explicar: reconhecer os elementos de causa e consequência do texto, su-


bordinando-os;

5. Analisar: fazer afirmações argumentativamente;

6. Comparar: estabelecer relações de semelhança e/ou contraste entre dois


ou mais textos;

Resumo = distinguir as ideias centrais do texto e sintetizá-lo.

Paráfrase = reescrever o texto, “traduzir” com palavras próprias.

Erros clássicos:
1. Extrapolação: ir além dos limites do texto; indevidamente acrescentar ele-
mentos desnecessários à compreensão do texto;
2. Redução: abordar apenas uma parte, um aspecto do texto quebrar o conjun-
to, isolar o texto do contexto;
3. Contradição: chegar a uma conclusão contrária à do texto perde passagens
do desenvolvimento do texto, invertendo o seu sentido.
O primeiro passo para se escrever corretamente é ler corretamente, é saber
interpretar, entender o texto.
* Perceber a estrutura do texto, as partes de que se compõe: parágrafos (pro-
sa), estrofes (poesia);
* Relacionar ideias básicas e tipos de raciocínio;

35

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
* Verificar o tipo de linguagem.

Contexto
Jornalístico
(Linguagem Predominante Formal)

Notícia
(predomínio da Narração)

• narrador (quem conta a história)


• personagem (quem vive a história)
• Ação (o que aconteceu)
• Tempo (quando aconteceu)
• Lugar (onde aconteceu)

Opinião
(formas de Persuasão)
• Ironia (dizer indiretamente)
• Comparação (ligar fatos não totalmente semelhantes)
• Eufemismo (suavizar o que se diz)
• Suposição (imaginar um fato-exemplo)
• Hipérbole (exagero)

Contexto científico
Linguagem predominante
Informal
– predomínio da dissertação –
(afirmações + argumentos
demonstrações)
Didático
(tom pedagógico)
• opinião + argumento
• relação entre as premissas (causas)
• e as consequências (conclusões)
• introdução: exposição do assunto
• Desenvolvimento: argumentação
• conclusão: síntese das ideias principais

Contexto da oralidade
Linguagem predominante formal predomínio da descrição
• Repartições
• Regionalismos
• Gírias
• Frases feitas
• Expressões populares
• uso dos sentidos: visão, tato, audição, olfato e paladar
• linguagem corporal
• predomínio da emoção sobre a razão presença da imaginação

Contexto da oralidade
Linguagem predominante formal predomínio da descrição
• Repartições
• Regionalismos
• Gírias
• Frases feitas
• Expressões populares

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• uso dos sentidos: visão, tato, audição, olfato e paladar
• linguagem corporal
• predomínio da emoção sobre a razão presença da imaginação

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TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
CAPÍTULO

5 SELEÇÃO LEXICAL

Temas e figuras são palavras e expressões que servem para revestir as estru-
turas mais abstratas do texto. Os temas são mais abstratos que as figuras. Enquanto
estas representam no texto coisas e acontecimentos do mundo natural, aqueles in-
terpretam e explicam os fatos que ocorrem e tudo aquilo que existe no mundo.
Temas e figuras pertencem ao léxico de uma língua. O léxico consiste no re-
pertório de palavras de que uma dada língua dispõe. Em sentido amplo, podemos
considerar o léxico como sinônimo de vocabulário. Tem ele diferentes situações:
1) gírias = vocabulário especial usado por um dado segmento social.
Ex.: rangar = tomar refeição
não embaça = não pertuba
2) regionalismo = vocabulário próprio de uma dada região.
Ex.:- piá = menino, no Sul do Brasil.
bergamota = mexerica , no Rio Grande do Sul
3) jargão = vocabulário típico de uma dada especialidade profissional.
Ex.:- desaquecimento da demanda = situação em que se compra menos
4) estrangeirismo = termos estrangeiros incorporados a nossa língua.
Ex.:- spread = taxa de risco que se paga sobre um empréstimo
software = programas do computador
5) arcaísmo = palavras ou expressões caídas em desuso.
Ex.:- festinar = apressar
físico = médico
6) neologismo = palavras recentemente criadas.
Ex.:- televisar = transmitir pela televisão
principismo = atitude de intransigência na defesa de princípios
informatizar = submeter a tratamento informático
O autor de um texto, para criar um determinado efeito de sentido, pode esco-
lher figuras dentro de uma determinada região do léxico (vocabulário). Pode escre-
ver seu texto em gíria, ou utilizar um vocabulário regionalista, ou ainda fazer uso de
muitos arcaísmos. O que importa, para uma boa leitura, não é apenas identificar a
escolha feita pelo autor, mas qual é a função que ela tem no sentido do texto.
A escolha de temas e figuras em determinadas regiões do léxico produz certos
efeitos de sentido. Observe alguns setores lexicais e efeitos de sentido que produ-
zem:
1) gírias: sobretudo em textos narrativos , caracterizar o personagem através
da linguagem que utiliza;
2) arcaísmos: recuperar certa época , ridicularizar certo personagem que
ainda insiste em utilizá-los;
3) neologismos: caracterizar personagens ou épocas;
4) regionalismos ou estrangeirismos: caracterizar, por exemplo, a pro-
cedência de um personagem;
5) jargão: caracterizar a competência de quem o utiliza.

38

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
ATIVIDADES
O texto que você vai ler é um artigo de divulgação científica. Leia-o atentamen-
te para fazer as atividades propostas.

O paradoxo de Fermi (ou onde estão os extraterrestres?)

A evidência de que dispomos diz que estamos sozinhos. Marcelo Gleiser, pro-
fessor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover, EUA, e autor do livro
“O Fim da Terra e do Céu”, mantém no caderno “Mais!” da “Folha de SP” a coluna
“Micro/Macro”, onde publicou este texto:
Enrico Fermi foi um dos grandes físicos do século 20 e da história. Além de
descobrir uma das propriedades mais importantes da matéria (a de que partículas
como elétrons, prótons e nêutrons, quando sujeitas a alta pressão, exercem uma
força repulsiva que explica a condutividade térmica de metais e a estabilidade de es-
trelas de nêutrons), foi o pioneiro do estudo de reação nuclear em cadeia, importante
para bombas atômicas e reatores nucleares.
Além de sua legendária rapidez de cálculo e habilidade em estimar respostas
para perguntas aparentemente absurdas (“Quantos afinadores de piano moram em
São Paulo?”, por exemplo), Fermi gostava de criar paradoxos.
No verão de 1950, ele estava em Los Alamos, onde a bomba nuclear ameri-
cana foi desenvolvida. A revista “New Yorker” tinha publicado uma charge com um
ET roubando todas as latas de lixo de Nova York, aparentemente explicando o seu
misterioso sumiço.
Durante o almoço, Fermi comentou o assunto. De repente, no meio da conver-
sa, ele exclamou: “Cadê todo mundo?”. Seus colegas sabiam que Fermi falava dos
ETs. Mesmo que ninguém tenha publicado o que foi dito, podemos estimar o teor da
discussão.
Nossa galáxia tem 100 mil anos-luz de diâmetro e uma idade aproximada de
10 bilhões de anos. Vamos supor que a vida só é possível em planetas como a Terra,
girando em torno de estrelas como o Sol.
Foram necessários 5 bilhões de anos para que a vida inteligente se desen-
volvesse aqui na Terra, metade da idade da galáxia, a segunda metade. É razoável
supor que estrelas como o Sol tenham surgido também durante os cinco primeiros
bilhões de anos de existência da galáxia.
Portanto, deveria haver várias civilizações inteligentes, muito mais antigas que
a nossa, talvez bilhões de anos mais antigas. Supondo que existam, imaginemos
uma “apenas” 1 bilhão de anos mais velha.
Se os ETs fossem capazes de viajar à 1/10 da velocidade da luz, em 1 bilhão
de anos já poderiam ter atravessado a galáxia mil vezes. Ou seja, essa civilização
já poderia ter colonizado a galáxia inteira. Cadê todo mundo? Esse é o paradoxo de
Fermi.
Inúmeras soluções foram propostas ao longo dos anos. Não tendo espaço
para discuti-las em detalhe (o leitor pode consultar o livro de Stephen Webb, “Where
is Everybody?”), menciono os três tipos de solução.
1) “Eles estão aqui”. A mais popular para os que acreditam em objetos voado-
res não-identificados e em intrigas secretas, especialmente as atribuídas ao governo
americano. Infelizmente, não existem provas convincentes. Uma idéia curiosa é a de
que vivemos em uma zona de proteção criada por ETs. “Eles” não querem que sai-
bamos de sua existência. Esse cenário, embora interessante, não pode ser testado.
2) “Eles existem, mas ainda não se comunicaram conosco”. Ou porque os si-
nais ainda não chegaram, ou porque ainda não somos capazes de decodificá-los, ou
porque os alienígenas não querem se comunicar.
3) “Eles não existem”. Planetas rochosos com água são raros, a vida é rara e
a vida inteligente mais ainda, especialmente no mesmo nível mental e tecnológico
alcançado por nós.

39

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
A evidência de que dispomos aponta em uma direção: estamos sozinhos. Fe-
lizmente, ainda não podemos concluir nada com base nisso. A situação pode mudar
a qualquer momento, com um sinal de rádio, uma visita com provas. Mas, se esta-
mos sozinhos, temos a responsabilidade de preservar nosso planeta e a vida nele.
Até estarmos prontos para colonizar a galáxia.
Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=29512

1. O título do artigo fala em “paradoxo”. Veja abaixo como é definido “parado-


xo” no site Wikipédia:

Releia atentamente o texto e explique em que consiste “o paradoxo de Fermi”.

2. Após apresentar o “paradoxo de Fermi”, o título apresenta 3 soluções. Iden-


tifique e resuma o teor das soluções apresentadas.

3. Logo após apresentar as soluções, Marcelo Gleiser chega a uma conclusão.


Que conclusão é essa e a que ela se deve?

4. Que tipo de linguagem foi utilizada nesse artigo científico?


a) ( ) Linguagem específica, repleta de termos científicos e de difícil entendi-
mento para pessoas que não são da área
b) ( ) Linguagem clara, objetiva e acessível
c) ( ) Linguagem rebuscada, repleta de termos conotativos

5. Considerando o suporte do texto lido (Jornal Folha de S. Paulo), a que públi-


co se dirige esse texto? (considere a faixa etária, o grau de instrução e o interesse)

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
ATIVIDADE AVALIATIVA

Leia atentamente o texto:

É um adjunto, e daí?
Sírio Possenti
Na prática escolar típica, tanto os ensinamentos quanto os exercícios e as ava-
liações param, frequentemente, na identificação de objetos e funções. É comum que
se solicite a alunos ou vestibulandos que respondam se tal palavra é um adjetivo ou
um substantivo, se um certo “que” é uma conjunção integrante ou um pronome, etc.
A minha pergunta, que tenho feito a professores em palestras, e que repito aqui, é a
seguinte: depois que você achou um advérbio, o que é que você faz com ele? Per-
gunto sempre isso porque acho que o importante não é identificar, embora este pos-
sa ser o primeiro e necessário passo para depois poder dar outros. Mas, repito, em
geral, para-se na identificação. Eu diria que o mais importante não é identificar, mas
tentar explicitar o que é que tal palavra ou locução está fazendo aí. Especialmente,
que importância tem para a significação. Com quais outras palavras ou expressões
está relacionada? Se mudasse de lugar, provocaria uma mudança de sentido?
Tomemos um exemplo bastante simples (se é que há algum exemplo simples
em alguma língua) – a frase: “O chefe disse que ia viajar ontem”. Tenho certeza de
que, se essa frase fizesse parte de um exame qualquer, e supondo que o examina-
dor quisesse checar o conhecimento do candidato a propósito de “ontem”, pergun-
taria pela função dessa palavra na frase ou por sua classificação segundo a gramá-
tica. Jamais haverá – ou será tão raro que ninguém perceberá – perguntas do tipo:
segundo essa frase, quando é que o chefe viaja? Ou: quando é que o chefe disse o
que disse? E, no entanto, a questão interessante – o resto é moleza, nem merece
queimação de neurônio – é: como se interpreta essa frase, se ela ocorrer? Que o
chefe disse ontem e viaja não importa quando ou que ele viajou ontem e disse isso
não importa quando?
Outra coisa interessante a fazer com uma frase como essa seria deslocar a
palavra “ontem” para todos os lugares da frase que ela pode ocupar e tentar verificar
se, mudada sua posição, muda o sentido da frase. Por exemplo: “Ontem o chefe dis-
se que...”, “o chefe ontem disse que...”, “o chefe disse ontem que...”, “o chefe disse
que ontem...”. Seria interessante verificar, além disso, que certas construções não
funcionam: “o ontem chefe disse que...”, “o chefe que ia disse ontem viajar...”,etc.
Penso que essas atividades seriam, além de ilustrativas, interessantes, isto é, os
estudantes talvez até fizessem tal trabalho com prazer.
Se se levarem em conta vários fatores, em especial o da significação, uma per-
gunta como “onde está o adjunto adverbial?” na frase acima analisada pode ser me-
nos ingênua ou boba do que parece. Uma resposta como “o adjunto está deslocado
depois do verbo ‘viajar’” pode ser menos verdadeira ou menos óbvia do que parece.
Alguém poderia achar que estou ficando maluco, que é evidente que a palavra está
lá. Mas a palavra pode estar num lugar da frase e produzir seu efeito em outro. Por
exemplo, a palavra “ontem” está escrita e falada depois do verbo “viajar”. Mas, se
interpretássemos a frase como se ela significasse que “o chefe disse ontem que ia
viajar sabe Deus quando”, a palavra “ontem” afetaria “disse”, que está longe, sem
afetar “viajar”, que está ao lado. Então, onde está a palavra “ontem”? Está onde está
ou onde produz seu efeito?
Há uma concepção de linguagem que imagina que ela é o espelho do pensa-
mento, e que o pensamento é sempre claro e ordenado. Há uma outra que imagina
que a linguagem é um lugar de equívocos, que manifesta eventualmente um con-
teúdo não controlado, não “pensado”. É esta concepção que pode explicar melhor,
entre outras coisas, as piadas. Como a seguinte, que vem a calhar, exatamente a
propósito da posição de advérbios. Um cara diz a um amigo: “Estou com vontade de
transar com a Luíza Brunet de novo.” O amigo pergunta, com uma ponta de inveja:
“O quê? Você já transou?” E o primeiro responde: “Não. Mas já tive vontade antes.”

41

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
O leitor pode fazer uma análise sintática e descobrir que esta piada tem a ver
também com a questão dos advérbios.
(In: POSSENTI, Sírio. A cor da língua e outras croniquinhas de lingüista.
Campinas, SP: Mercado das Letras, 2001)

O texto acima, do linguista Sírio Possenti, nos permite refletir sobre a ordem
canônica (isto é, a mais comum, chamada de ordem direta: sujeito – verbo – ob-
jeto(s) – adjunto(s) adverbial(-ais)). Além disso, nos mostra que a alteração desta
ordem básica pode trazer variações nos efeitos de sentido do enunciado. Vamos
discutir o texto, com as questões abaixo:

1) O autor descarta ou relativiza a importância das classificações dos termos


nas frases?
Justifique sua resposta, se possível transcrevendo um trecho do texto.

2) Atente para o título do texto: “È um adjunto, e daí?” Diante da argumentação


do autor, qual a relação entre o título, a análise sintática e a compreensão de piadas?

3) Analise todas as ordens e alterações de sentido evidenciadas pelo autor


para a sentença: O chefe disse que ia viajar ontem.
4) Atente para as sentenças abaixo e tente perceber, com base na ordem (e
nas mudanças de ordem possíveis) a ambiguidade, que é causadora de humor, às
vezes:
a) Encontrei a Maria chegando em casa.
b) Ana, eu vi Maria saindo com seu namorado.
c) Ele pediu ao chefe para sair ao meio-dia.

5) Veja em que a mudança de ordem com ou sem mudança de função sintática


provocou alteração de sentido:
a) Ele até fez boa prova. Até ele fez boa prova. Ele fez até boa prova.
b) Mesmo ele fez boa prova Ele mesmo fez boa prova. Ele fez boa prova mes-
mo.
c) Ele nadou só. Só ele nadou. Ele só nadou. Só, ele nadou.

6) Discutir em grupos:
“Há uma concepção de linguagem que imagina que ela é o espelho do pensa-
mento, e que o pensamento é sempre claro e ordenado. Há uma outra que imagina
que a linguagem é um lugar de equívocos, que manifesta eventualmente um conte-
údo não controlado, não “pensado”.”
Pesquisem e façam uma lista de piadas e/ou frases de para-choques de ca-
minhão em que o humor seja produzido pela posição de determinadas palavras.
Divirtam-se, fazendo análise sintática e semântica:
Ex: A moça toca a campainha e, quando a dona da casa abre a porta, pergunta:
- É daqui que pediram uma empregada que durma no emprego?
- Sim.
- Então, por favor, me mostre onde fica a cama. Estou morrendo de sono...

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
LEITURA COMPLEMENTAR

A SELEÇÃO LEXICAL E O HUMOR


O texto de humor apresenta, assim como o texto literário, uma característica
digna de realce: a importância da polissemia vocabular. Em um texto científico, ou
mesmo informativo, evitam-se ao máximo noções e palavras ambíguas, enquanto os
textos literários ou de humor se privilegiam de tirar proveito de tal “defeito”. O humor
permite que se diga uma coisa, mas que se possam entender duas (quem sabe até
mais?) a respeito dela. Deste modo, a polissemia é bem-vinda neste tipo de texto.
Veja ao lado como a polissemia ocorre neste anúncio publicitário de uma rede de
hortifrutigranjeiros:

Neste caso, a publicidade é engraçada porque o consumidor/leitor percebe


que além de o tomate ganhar ares de celebridade, dando um depoimento como se
fosse um artista famoso, o que diz é dúbio, podendo ser interpretado de duas ma-
neiras: ou o tomate é aclamado pelas massas (macarrão, ravióli, canelone, só para
citar algumas) como integrante do molho que as acompanha, ou é aplaudido pelas
multidões (cujo sinônimo também é massa). É a polissemia deste substantivo que
permite o trocadilho. No detalhe, há outra ocorrência de uso da polissemia.

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TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
CAPÍTULO
QUESTÕES NOTACIONAIS DA

6 LÍNGUA

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

CONCORDÂNCIA é um processo utilizado pela língua para marcar formal-


mente as relações de determinação ou dependência morfossintática existentes entre
os termos dos sintagmas no interior da oração. Ela pode ser NOMINAL ou VERBAL.
A CONCORDÂNCIA NOMINAL se estabelece entre o núcleo de um sintagma
nominal (coisa) em suas flexões de gênero e número e todos os termos que o de-
terminam.
A CONCORDÂNCIA VERBAL se estabelece entre o verbo em suas flexões de
número e pessoa e o sujeito da oração com o qual se relaciona.

Observe a frase:

Embora haja uma série de regras específicas, a concordância nominal no por-


tuguês padrão é determinada por um princípio geral.

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
CASOS ESPECIAIS:

Adjetivos pospostos aos substantivos


• Modificam dois ou mais substantivos

Exemplo:

Observação: caso os substantivos a serem modificados por um adjetivo no


plural sejam de gêneros diferentes, a concordância é feita no masculino.
• Modificam substantivos que expressam gradação de sentido

Exemplo:
As pessoas foram tomadas de uma emoção, de uma alegria, de um entusias-
mo arrebatadores ao final do espetáculo.
- A opção pela concordância no singular enfatiza a ideia de gradação, pois
destaca a última palavra da sequência.

Adjetivos antepostos aos substantivos


• Modificam dois ou mais substantivos

Exemplo:
Quando criança, eu costumava correr por vastos prados e campinas.
(adjetivos concordam em gênero e número com o primeiro substantivo)
Quando criança, eu costumava correr por vastas campinas e prados.

• Modificam dois ou mais nomes próprios ou de parentesco

Exemplo:
As extraordinárias Marilyn Monroe e Grace Kelly são atrizes ines-
quecíveis.
(adjetivos devem flexionar-se no plural)

Saí ontem com os simpáticos irmão e primo do Antônio.


Adjetivos na função de predicado
Se o núcleo for mais de um substantivo, deve flexionar-se o adjetivo no plural.
Exemplo:
A mulher e o homem pareciam cansados depois da longa corrida.
Os alunos julgaram difíceis a redação e as provas.

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TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
DÚVIDAS FREQUENTES

Obrigado (a) – trata-se do particípio obrigado, portanto, a expressão deve as-


sumir a forma de acordo com o gênero da pessoa que fala.
Menos – é sempre invariável, tanto na sua função de pronome adjetivo indefini-
do (modificando substantivos) como na função de advérbio (modificando adjetivos).
Mesmo / próprio – devem concordar em gênero e número com a pessoa a que
fazem referência.
Meio – dependendo da palavra que modifica, a palavra meio pode atuar como
numeral ou como advérbio. Quando determina um substantivo, ela funciona como
um numeral adjetivo, e portanto, concorda em gênero com o substantivo.

Meia caneca de café.


Meio ovo.
Uma torrada e meia.

Quando modifica um adjetivo, sua função é de advérbio, portanto invariável.

Mariana é meio desconfiada.

Bastante – a palavra bastante também pode funcionar como adjetivo ou ad-


vérbio, a depender da palavra que modifica. Quando funcionar como adjetivo, deve
concordar em número com o substantivo a que se refere.

Compramos bastantes roupas na liquidação do shopping.

Quando funcionar como advérbio, é invariável.

A prova de física tinha questões bastante complicadas.

Anexo / incluso – esses adjetivos devem concordar com o substantivo que


modificam.

A cópia anexa do documento deve vir em envelope lacrado.


Os certificados inclusos deverão ser assinados pelo diretor da escola.

É proibido / é bom / é necessário – essas expressões costumam criar proble-


mas para alguns falantes da língua que não sabem se os adjetivos devem concordar
com o substantivo que modificam. Há duas situações possíveis:

1. O substantivo que atua como núcleo do sujeito da oração vem precedido


de artigo ou outro elemento determinante (adjetivos, pronomes adjetivos, numerais,
particípios). Nesse caso, o adjetivo deve concordar, em gênero e número com o
substantivo.

Ex.: A cautela é necessária no trato com animais ferozes.


A entrada de animais é proibida no clube.
A torta de maçã da minha vó é boa.

2. O substantivo que atua como núcleo do sujeito da oração não é precedido


por qualquer elemento que o determine. Nesse caso, o adjetivo permanece no mas-
culino singular.

Ex.: É proibido bebida alcoólica no acampamento.


É necessário cautela nos transporte de cargas inflamáveis.

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
Concordância Verbal – a regra geral que estabelece o princípio da concordân-
cia verbal é a mesma que vimos quando aprendemos a identificar os sujeitos das
orações.

Lembre-se: o verbo, que atua como núcleo do predicado verbal, concorda em


número e pessoa com o núcleo do sujeito a que se refere.

CASOS ESPECIAIS COM SUJEITOS SIMPLES

Expressões partitivas + substantivo / pronome

Expressões partitivas são aquelas que designam uma parte (uma parte de...,
grande parte de..., a maioria de..., grande número de..., uma porção de...)seguida de
um substantivo ou de um pronome no plural, o verbo tanto pode ficar no singular ou
ir para o plural.
Ex.:
A maioria dos gatos não toma sorvete.
l
Expressão partitiva

O verbo ficou no singular fazendo a concordância verbal com o substantivo


maioria, que é o núcleo do sujeito da frase.

Porcentagem

Nesse caso, o verbo deverá concordar com o valor com o valor da expressão
numérica.
Ex.:

Quando a expressão numérica indicativa de porcentagem vier seguida de um


substantivo, transformando-se assim numa expressão partitiva, o verbo poderá con-
cordar com o numeral ou com o substantivo.
Ex.:

Quando o final da expressão partitiva ou o verbo vier antes da expressão nu-


mérica da porcentagem, ou quando um determinante antecede-la, a concordância se
fará sempre com o numeral que especifica a porcentagem.
Ex.:

Expressão indicativa de quantidade aproximada

Quando o sujeito é constituído de uma expressão indicativa de quantidade


aproximada (mais de..., menos de..., cerca de..., perto de..., seguida de numeral), o
verbo concorda com o substantivo que segue essa expressão.

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SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
Ex.:
Cerca de cinquenta mil pessoas estavam no estádio.
Mais de um corredor abandonou a prova antes do fim.

Pronome relativo QUE


Se ele atuar como sujeito, introduzindo uma oração subordinada adjetiva, o
verbo da oração deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração
principal ao qual o pronome relativo faz referência.
Ex.:
Fui eu que fiz.

Se o pronome relativo que tomar por antecedente, na oração principal, a ex-


pressão um(a) do(a)s, o verbo da oração adjetiva deverá ir pro plural.

Pronome relativo QUEM


Quando o sujeito é o pronome relativo quem, o verbo pode concordar com o
antecedente do pronome ou com o próprio pronome.
Ex.:

Pronomes indefinidos e interrogativos


1. Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no plural, seguido da pre-
posição de e dos pronomes pessoais nós e vós, o verbo vai para o plural, mas pode
concordar em pessoa tanto com o pronome indefinido como com o pronome pessoal.
Ex.:
Alguns de nós poderão / poderemos morrer.

2. Mas se o pronome interrogativo ou indefinido apresentar forma singular, en-


tão o verbo concorda necessariamente com a pessoa pronominal.
Ex.:
Nenhum de nós sabe escrever.

Pronomes de tratamento

O verbo vai sempre para a terceira pessoa (singular ou plural).


Ex.:
Espero que Vossa Senhoria entenda os motivos que me levam a fazer
essa reclamação.

Lembre-se: FÉRIAS

Esse substantivo apresenta forma plural porém com sentido singular, então o
verbo vai para o singular. Ex.:

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
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SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
ATIVIDADES
1. Analise as sentenças abaixo e diga se as mesmas apresentam concordân-
cia dos termos gramaticais adequadamente.

a) CESPE - 2008 - SERPRO


“Com ele, ler o mundo tornou-se virtualmente possível, haja vista que sua na-
tureza imaterial o faz ubíquo.”

A flexão de feminino em “haja vista” deve-se à concordância com a palavra


feminina “natureza”.

b) CESPE - 2013 - TJ-DF


A pesquisa indica, ainda, que 30% das pessoas no mundo não pensam sobre
o cibercrime, por não acreditarem que poderiam ser vítimas desse tipo de ação,
enquanto 21% admitem não tomar quaisquer medidas de segurança quando estão
online.

A alteração da flexão de plural do pronome “quaisquer” para a forma singular


— qualquer — acarretaria incorreção gramatical ao texto.

c) CESPE - 2013 - CNJ


“De 2006 a 2012, 1,8 milhão de audiências de conciliação foram realizadas.”

Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “milhão” por “mi-


lhões”.

d) CESPE - 2004 - ANVISA


“Mesmo os rejeitos adequadamente dispostos em aterros sanitários geram
problemas, já que ocupam terras que poderiam ser usadas para a agricultura, impe-
dem o reaproveitamento de nutrientes pelo solo, contaminam águas subterrâneas,
levam à proliferação de animais e insetos transmissores de doenças e exigem um
investimento alto.”

O emprego da flexão de plural nas formas verbais “geram”, “ocupam”, “impe-


dem”, “contaminam”, “levam” e “exigem” justifica-se pela mesma razão: a concor-
dância com o sujeito apenas explicitado para a primeira delas e subentendido nas
demais.

e) CESPE - 2010 - MPU


“Além disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas teorias
políticas e econômicas constitui uma visão dos fenômenos sociais.”

Na concordância com “cada uma das ideologias”, a flexão de plural em “funda-


mentam” reforça a ideia de pluralidade de “ideologias”; mas estaria gramaticalmen-
te correto e textualmente coerente enfatizar “cada uma”, empregando-se o referido
verbo no singular.

f) CESPE - 2012 - ANATE


“O número de domicílios que têm apenas telefone celular aumentou. Em de-
corrência do fenômeno da expansão dos que só têm celular, houve uma diminuição
dos telefones fixos.”

A forma verbal “têm” está no plural porque concorda com o antecedente do


pronome relativo.

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DO TRABALHO I
ATIVIDADE AVALIATIVA

1. Complete os espaços com um dos verbos colocados nos parênteses:


a) ________________os filhos e o pai... (chegou/chegaram)
b) Fomos nós que _______________ na questão. (tocou/tocamos)
c) Não serei eu quem _________________ o dinheiro.
(recolherei/ recolherá)
d) Mais de um torcedor _______________________ estupidamente. (agrediu-
-se/agrediram-se)
e) O fazendeiro com os peões __________________ a cerca. (levantou/ le-
vantaram)

2. Como no exercício anterior.


a) _____________ de haver algumas mudanças no seu governo. (há/ hão)
b) Sempre que ______________ alguns pedidos, procure atendê-los rapida-
mente. (houver/ houverem)
c) Pouco me _______________ as desculpas que ele chegar a dar. (importa/
importam)
d) Jamais ______________ tais pretensões por parte daquele funcionário.
(existiu/ existiram)
e) Tudo estava calmo, como se não ________________ havido tantas reivin-
dicações. (tivesse/ tivessem)

3. Complete os espaços com um dos verbos colocados nos parênteses.


a) Espero que se _________________ as taxas de juro. (mantenha/ mante-
nham)
b) É importante que se _______________ outras soluções para o problema.
(busque/ busquem)
c) Hoje já não se __________________ deste modelo de carro. (gosta/ gos-
tam)

4. (ENG. MACK) As formas que completariam o período “Pagando parte de


suas dívidas anteriores, o comerciante ________________ novamente seu arma-
zém, sem que se __________ com seus credores, para os quais voltou a merecer
confiança”, seriam:

a) ( ) proveu – indispusesse
b) ( ) proviu – indispuzesse
c) ( ) proveio – indispuzesse
d) ( ) proveio – indispusesse
e) ( ) n.d.a.

5. (UFSCar) “O acordo não ______ as reivindicações, a não ser que ______ os


nossos direitos e _____ da luta.”

a) ( ) substitui – abdicamos – desistimos


b) ( ) substitue – abdicamos – desistimos
c) ( ) substitui – abdiquemos – desistamos
d) ( ) substitui – abidiquemos – desistimos
e) ( ) substitue – abdiquemos – desistamos

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SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
UNIDADE 3

A EXPRESSÃO ESCRITA

OBJETIVOS:
Estimular o pensamento ordenado e lógico como condição
fundamental para uma exposição clara, objetiva e precisa.

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
CAPÍTULO

1
CONCEITUANDO

A convenção ortográfica

1. As convenções da escrita – regras ortográficas


Leia o texto abaixo com atenção. Ele é parte da carta enviada por Pero Vaz de
Caminha, em 1500, ao rei D. Manuel.

[...] o capitaam quando eles [os índios] vieram estava asentado em huua a
cadeira e huua a alcatifa aos pees por estrado e bem vestido cõ huu colar de oro
muy grande ao pescoço. [...] huu deles pos olhos no colar do capitaam e começou
de acenar cõ a maão pera a terra e despois pera o colar como que nos dezia qe avia
em terra ouro e também vio huu castiçal de prata e asy meesmo acenava pera terra e
entã pera o castiçal como que havia tambem prata. mostrarãlhes m papagayo pardo
que aquy o capitam traz. tomãrano logo mãao e acenaram pera terra como que os
avia hy. Mostraranlhes huu carneiro no fezeram dele mençam. mostraranlhes hua
galinha casy aviam medo dela e não lhe queriam poer a maão e depois aa tomaram
coma espamtados.

CASTRO, Silvio. A Carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM,


1996.p.42-3.

Você deve ter observado qe algumas palavras se repetem de maneira diferen-


te graficamente (capitaam/capitam; mostraranlhes/mostrarãlhes; despois/depois).
Essa variação na maneira como as mesmas palavras são escritas sugere que na-
quela época não havia um padrão ou uma norma para a escrita do português.
Somente em 1911 definiu-se pela primeira vez, em Portugal, ma norma orto-
gráfica. No Brasil, a normatização ortográfica aconteceu em 1943. De lá pra cá, hove
algumas tentativas de uniformização da ortografia utilizada nos países de língua
portuguesa. Dessas tentativas resultou a assinatura, em 1990, de um acordo entre
países, que passa a vigorar a partir de 2008.
Atualmente, o uso das letras da escrita alfabética é reglamentado por um siste-
ma ortográfico. É natural que haja uma convenção ortográfica, porque nossa escrita
vem se constituindo há séculos e porque os critérios que determinam a escolha das
letras são diversos, baseando-se não só na fonologia, mas também na morfologia e
na etimologia (ou seja, na história e na origem das palavras).
Observe o quadro abaixo que apresenta algumas regras ortográficas do portu-
guês que pretendem esclarecer algumas dúvidas.

53

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
FONEMA /S/

Cabe ainda observar a grafia das palavras obsessão e obcecado, que costu-
mam ser motivo de confusão com relação à representação do fonema /s/.

FONEMA /Z/

54

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
FONEMA /J /

Vale a pena ficar atento à escrita de: berinjela, cafajeste, hoje, jeito, trejeito,
jejum, jérsei, laje, majestade, objeção, objeto, ojeriza, projétil, rejeição, traje.

O fonema /ʃ/ pode ser representado pela letra “x” ou pelo dígrafo “ch”. Depen-
dendo da posição do fonema dentro da palavra ou da origem do termo. Observe:
bruxa, caxumba, faxina, graxa, laxante, muxoxo, bochecha, chicória, flecha, mochila,
salsicha. Como dito acima, depois da sílaba inicial en-, porém, excetuam-se: enchar-
car (de charco), encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher), encho-
va, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda vez que se trata do prefixo en+palavra
iniciada por ch.
Fique atento:

55

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
CAPÍTULO

2
PALAVRAS PARÔNIMAS E
HOMÔNIMAS

A língua portuguesa apresenta palavras que se diferenciam ligeiramente na


grafia e na pronúncia; em todos os casos, os significados são diferentes. Elas são
chamadas de parônimas. Exemplos: descrição (ato de descrever) e discrição (ato de
ser discreto); emigrar (sair de um país para viver em outro) e imigrar (entrar em um
país estrangeiro para fixar residência).
Já as palavras homônimas podem ser: idênticas na pronúncia, mas diferen-
tes na escrita (homófonas); idênticas na escrita e diferentes na pronúncia (ho-
mógrafas) ou idênticas na pronúncia e escrita (homônimas perfeitas), mas
mesmo assim são sempre diferentes no significado.
Exemplos:
• Homônimas homógrafas:
Colher - substantivo
Colher - verbo
• Homônimas homófonas:
Acender - pôr fogo a
Ascender - elevar-se, subir
• Homônimas perfeitas:
São: 3ª p. p. do verbo ser. - Eles são inteligentes.
São: sadio. - O menino, felizmente, está são.
São: forma reduzida de santo. - São José é meu santo protetor.

Existem também expressões que apresentam semelhanças entre si, e têm


significação diferente. Tal semelhança pode levar os utentes da língua a usar uma
expressão em vez de outra. Trata-se de uma questão de concordância, mas é bom
estar atento a esses grupos de palavras, tais como:
• Acerca de: sobre, a respeito de. Fala acerca de alguma coisa.
A cerca de: a uma distância aproximada de. Mora a cerca de dez quadras
do centro da cidade.
Há cerca de: faz aproximadamente. Trabalha há cerca de cinco anos.
• Ao encontro de: a favor, para junto de. Ir ao encontro dos anseios do
povo. Ir ao encontro dos familiares.
De encontro a: contra. As medidas vêm de encontro aos interesses do povo.
• Ao invés de: ao contrário de
Em vez de: em lugar de. Usar uma expressão em vez de outra.
• A par: ciente. Estou a par do assunto.
Ao par: de acordo com a convenção legal, sem ágio, sem abatimentos (câm-
bio, ações, títulos, etc.).
• À-toa (adjetivo): ordinário, imprestável. Vida à-toa.
À toa (advérbio): sem rumo. Andar à toa.
Outros casos importantes:
- Afim: parente por afinidade; semelhante. Não podem casar os afins.
- A fim (de): para. Ele veio a fim de ajudar.
- ENFIM = finalmente. Enfim sós.
- EM FIM = no final. Ele está em fim de carreira.

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
- SE NÃO: caso não. Viajarei se não chover.
- SENÃO : caso contrário; a não ser; mas. Vá, senão eu vou.

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SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
1. Marque a frase em que deve ser empregada a primeira das duas palavras
que aparecem entre parênteses:

a) Essas hipóteses _________ das circunstâncias (emergem - imergem) ;


b) Nunca o encontro na _________ em que trabalha (sessão - seção);
c) Já era decorrido um _______ que ela havia partido, (lustre - lustro);
d) O prazo já estava _______ (prescrito - proscrito);
e) O fato passou completamente ________ (desapercebido- despercebido).

2. Marque a frase que se completa com o segundo elemento dos parênteses:


a) A recessão econômica do país faz com que muitos _________ (emigrem -
imigrem);
b) Antes de ser promulgada, a Constituição já pedia muitos ________ (conser-
tos - concertos);
c) A ditadura _________ muitos políticos de oposição; (caçou - cassou);
d) Ao sair do barco, o assaltante foi preso em___________ (flagrante - fragran-
te);
e) O juiz _________ expulsou o atleta violento (incontinenti- incontinente).

3. Marque a alternativa que se completa corretamente com o segundo elemen-


to dos parênteses:
a) O sapato velho foi restaurado com a aplicação de algumas ________ (ta-
chas-taxas);
b) Sílvio _________ na floresta para caçar macacos (imergiu-emergiu);
c) Para impedir a corrente de ar, Luís _______ a porta (cerrou-serrou);
d) Bonifácio ________ pelo buraco da fechadura (expiava-espiava);
e) Quando foi realizado o último ________ ? (censo-senso).

4. Marque a alternativa que se completa com o primeiro elemento dos parên-


teses:
a) A polícia federal combate o _________ de cocaína (tráfego-tráfico);
b) No Brasil é vedada a ________ racial; embora haja quem a pratique (discri-
minação-descriminação);
c) Você precisa melhorar seu __________ de humor (censo-senso);
d) O presidente _________ antecipou a queda do muro de Berlim (ruço-russo);
e) O balão, tremeluzindo _________ para o céu estrelado (acendeu-ascen-
deu).

5. Em “o prefeito deferiu o requerimento do contribuinte”, o termo grifado pode-


ria perfeitamente ser substituído por:
a) apreciou;
b) arquivou;
c) despachou favoravelmente;
d) invalidou;
e) despachou negativamente.

6. As ideias liberais saíram incólumes, ainda que se pensasse que seriam di-
lapidadas, completamente. Os termos grifados são antônimos, respectivamente de:
a) arrasadas - dilaceradas;
b) intactas - arrasadas;
c) intactas - dilaceradas;
d) depauperadas - prestigiadas;
e) N.R.A.

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
7. Complete as lacunas com a expressão correta (entre parênteses):
“O _______ (cervo - servo) prendia-se nos arbustos, fugindo dos _______
(cartuchos - cartuxos) que pipocavam por toda a _______ (área - aria);

a) cervo – cartuxos – área;


b) servo – cartuchos – aria;
c) cervo – cartuchos – área;
d) servo – cartuchos – área;
e) servo – cartuchos – aria.

Para as questões de 8 a 10, complete as lacunas com a expressão necessária,


que consta nos parênteses.

8. É necessário ________ (cegar-segar) os galhos salientes do _______ (bu-


cho-buxo), de modo a que se possa fazer _____ (xá-chá) com as folhas mais novas.”
a) segar – buxo – chá;
b) segar – bucho – xá;
c) cegar – buxo – xá;
d) cegar – bucha – chá;
e) segar – bucha – xá.

9. O __________ (emérito-imérito) causídico ____________ (dilatou-delatou)


o plano de fuga do meliante, que se encontrava na __________(eminência-iminên-
cia) de escapar da prisão:
a) emérito – delatou – iminência;
b) imérito – dilatou – eminência;
c) emérito – dilatou – iminência;
d) imérito – delatou – iminência;
e) emérito – dilatou – eminência.

10. O ________ (extrato-estrato) da conta bancária é, por si só, insuficiente


para cobrir o _________(cheque-xeque), ainda que haja algum capital (incerto-in-
serto).
a) extrato – xeque – inserto;
b) estrato – cheque – incerto;
c) extrato – cheque – inserto;
d) estrato – xeque – incerto;
e) extrato – xeque – incerto.

11.Complete as lacunas usando adequadamente (mas / mais / mal / mau):


“Pedro e João ____ entraram em casa, perceberam que as coisas não iam
bem,pois sua irmã
caçula escolhera um ____ momento para comunicar aos pais que iria viajar
nas férias; _____ seus, dois irmãos deixaram os pais _____ sossegados quando
disseram que a jovem iria com os primos e a tia.”
a) mau - mal - mais - mas;
b) mal - mal - mais - mais;
c) mal - mau - mas - mais;
d) mal - mau -mas - mas;
e) mau - mau - mas - mais.

12. Marque a alternativa que completa corretamente as lacunas:


“Estou ________ de que tais _______ deveriam ser _______ a bem da mora-
lidade do serviço público.”

59

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
a) cônscio – privilégios – extintos;
b) côncio – privilégios – estintos;
c) cônscio – privilégios – estintos;
d) côncio – previlégios – estintos;
e) cônscio – previlégios – extintos.

13. Observe as orações seguintes:


I - Por que não apontas a vendedora por que foste ludibriado?
II - A secretária não informa por que linha, de ônibus chega-se ao escritório.
III - Por que será que o governo não divulga o porquê da inflação.
Há erro na grafia:
a) na I apenas;
b) em duas apenas;
c) na II apenas;
d) na III apenas;
e) em nenhuma.

14.Complete as lacunas com (estada / estadia /onde / aonde):


“_______ quer que eu me hospede, procuro logo saber o preço da _______,
quanto custa a _______de um carro alugado, bem como _______ se possa ir à noi-
te.”
a) aonde – estadia – estada – onde;
b) onde – estada – estadia – aonde;
c) onde – estadia – estada – aonde;
d) aonde – estada – estadia – onde;
e) onde – estadia – estadia – aonde.

15. Leia as frases abaixo:


1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;
2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em Marte.
3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas de humor.
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo.

Escolha a alternativa que oferece a sequência correta de vocábulos para as


lacunas existentes:
a) concerto – há – a – cessões – há;
b) conserto – a – há – sessões – há;
c) concerto – a – há – seções – a;
d) concerto – a – há – sessões – há;
e) conserto – há – a – sessões – a .

16. Indique a alternativa que contém a sequência necessária para completar


as lacunas abaixo:
“A ______ de uma guerra nuclear provoca uma grande _______ na humanida-
de e a deixa _______com relação ao futuro da vida na terra.”
a) espectativa – tensão – exitante;
b) espectativa – tenção – hesitante;
c) expectativa – tensão – hesitante;
d) expectativa – tensão – hezitante;
e) espectativa – tenção – exitante.

17. Complete corretamente as lacunas:


“O _______ de veículos de grande porte, em vias urbanas, provoca ________
no trânsito; forçando a que os motoristas dos carros menores ________,muitas de-
las, completamente sem _________ ;
a) tráfico – infrações – inflijam – concerto;
b) tráfego – infrações – inflijam – conserto;

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
c) tráfego – inflações – infrinjam – conserto;
d) tráfego – infrações – infrações – conserto;
e) tráfico – infrações – infrações – concerto.

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SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
Convenção ortográfica - Regras de acentuação
Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais nume-
rosas são as paroxítonas, seguidas pelas oxítonas. A maioria das paroxítonas termi-
na em -a, -e, -o, -em, podendo ou não ser seguidas de “s”. Essas paroxítonas, por
serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já as proparoxítonas, por serem
pouco numerosas, são sempre acentuadas.

Proparoxítonas
Sílaba tônica: antepenúltima
As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente.
Exemplos: trágico, patético, árvore

Paroxítonas
Sílaba tônica: penúltima
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:

Observações:
1) As paroxítonas terminadas em “n” são acentuadas (hífen), mas as que ter-
minam em “ens”, não (hifens, jovens).
2) Não são acentuados os prefixos terminados em “i “e “r” (semi, super).
3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s),
oa(s), eo(s), ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s).
Exemplos:
várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início

Oxítonas
Sílaba tônica: última
Acentuam-se as oxítonas terminadas em:

Monossílabos
Os monossílabos, conforme a intensidade com que se proferem, podem ser
tônicos ou átonos.
Monossílabos Tônicos
Possuem autonomia fonética, sendo proferidos fortemente na frase onde
aparecem. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em:

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MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
a(s): lá, cá
e(s): pé, mês
o(s): só, pó, nós, pôs

Monossílabos Átonos
Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se
fossem sílabas átonas do vocábulo a que se apoiam.
Exemplos:
o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, e, que, etc.

Observações:
1) Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido, vindo represen-
tados por artigos, pronomes oblíquos, elementos de ligação (preposições, conjun-
ções).
2) Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em outras.
Exemplos:
Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da sua mochila?
(átono)
Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu nome, mas não me
recordo agora. (átono)

Exemplos:

beijar + a = beijá-la fez + o = fê-lo


dar + as = dá-las fazer + o = fazê-lo

Acento de Insistência
Sentimentos fortes (emoção, alegria, raiva, medo) ou a simples necessidade
de enfatizar uma ideia podem levar o falante a emitir a sílaba tônica ou a primeira
sílaba de certas palavras com uma intensidade e duração além do normal.
Exemplos:
Está muuuuito frio hoje!
Deve haver equilíbrio entre exportação e importação.

Regras Especiais
Além das regras fundamentais, há um conjunto de regras destinadas a pôr em
evidência alguns detalhes sonoros das palavras. Observe:
Ditongos Abertos
Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia aberta em palavras oxí-
tonas (éi e não êi), são acentuados. Veja:
éi (s): anéis, fiéis, papéis
éu (s): troféu, céus
ói (s): herói, constrói, caubóis
Obs.: os ditongos abertos ocorridos em palavras paroxítonas NÃO são acen-
tuados.
Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia,
joia, paranoia, plateia, etc.
Atenção: a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxítona terminada
em “r” (e não por possuir ditongo aberto “ói”).

63

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
Hiatos
Acentuam-se o “i” e “u” tônicos quando formam hiato com a vogal anterior,
estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de “s”, desde que não
sejam seguidos por “-nh”.
Exemplos:
sa - í - da e - go - ís -mo sa - ú - de
Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras:
ju - iz ra - iz ru - im ca - ir
Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de -s na sílaba.

Observação: cabe esclarecer que existem hiatos acentuados não por serem
hiatos, mas por outras razões. Veja os exemplos abaixo:
po-é-ti-co: proparoxítona
bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente.
ja-ó: oxítona terminada em “o”.
Verbos Ter e Vir
Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos
verbos ter e vir, bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir,
intervir, etc.). Veja:
Ele tem Eles têm
Ela vem Elas vêm
Ele retém Eles retêm
Ele intervém Eles intervêm

Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente,


mesmo no singular. Distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo
para circunflexo:
ele detém - eles detêm
ele advém - eles advêm.

64

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
1. As novas regras de acentuação trouxeram algumas mudanças no acento de
algumas palavras. Assinale a alternativa que faz parte da mudança do novo acordo:
( ) Ditongos OI e EI serão acentuados somente nas palavras paroxítonas.
( ) Não acentuamos mais as oxítonas terminadas em vogais.
( ) Ditongos abertos nas palavras proparoxítonas não são mais acentuados.
( ) As letras I e U que vierem após um ditongo nas palavras paroxítonas não
são mais acentuadas.

2. Assinale a alternativa que tenha palavras com a mesma regra de acentua-


ção:
( ) Pá, compôs, herói, vácuo, sótão, estética.
( ) Louvável, álbum, revólver, táxi, éden.
( ) Repórter, louvável, álbum, fotógrafo, farmácia.
( ) Sabiá, jiló, café, sótão, órfão, órgão.

3. Os ditongos abertos ÉI(s), ÓI(s), ÉU(s) não serão mais acentuados nas
palavras:
(Uma palavra, plural, 11 letras)

4. Assinale a alternativa que tenha palavras com a mesma regra de acentua-


ção da palavra “réis”:

( ) Café, pés, sabiá, jiló.


( ) Má, sabiá, jacaré, alguém.
( ) Céu, véu, robô, pés, má.
( ) Dói, véu, céu, sóis.

5. Qual é a regra de acentuação para as seguintes palavras: “farmácia”, “fotó-


grafo”, “trânsito”, “estético”?
( ) Todas as palavras são terminadas em vogais, por isso devem ser acentu-
adas.
( ) Todas as palavras são proparoxítonas.
( ) Todas as palavras são paroxítonas.
( ) Nenhuma das alternativas corresponde às regras.

6. Quando devemos acentuar os hiatos “I” e “U”?


Acentuamos a segunda vogal do hiato se estiver sozinha na sílaba e se não
vier com NH depois.
( ) Não acentuamos mais os hiatos “I” e “U”.
( ) Acentuamos só a primeira vogal do hiato, mas o NH também não pode vir
na palavra.
( ) Acentuamos a segunda vogal do hiato, com ou sem NH depois.

7. Complete: ___ terminadas em ditongos orais são acentuadas.


(Uma palavra no plural)
( ) No novo acordo ortográfico, as seguintes palavras perderam o acento:
( ) Idéia, vôo, enjôo, faísca, fôrma.
( ) Réis, herói, heróis, idéia, faísca.
( ) Colméia, perdôo, vôo, asteróide.
( ) Réis, véus, idéia, colméia.

8. Assinale as palavras que estão corretamente acentuadas:


( ) Saída, hífen, café, herói, asteroide.
( ) Maracujá, farmácia, véu, pá, má.

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SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
( ) Troféu, cordel, papel, céu, jacaré.

( ) Dominó, faísca, baiuca, boia.

( ) Todas as alternativas estão acentuadas corretamente.

9. Verbos “ter”, “vir” (e seus derivados) na terceira pessoa serão acentuados


quando estiverem no:
(Uma palavra, 6 letras.)

10. As palavras “bambolê, refém, também, armazém” são:


(Uma palavra no plural)

11. A palavra “herói” tem a mesma regra de acentuação de:


( ) Jacaré, café, armazém, também, refém.
( ) Ideia, colmeia e asteroide.
( ) Réis, céu, véu, dói, sóis.
( ) Anéis, fiéis, papéis, constrói, caubói.

66

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
CAPÍTULO
DOCUMENTOS OFICIAIS E

3 EMPRESARIAIS – TEXTO
TÉCNICO

Apesar de fundamental nas atividades empresariais, o texto técnico é bem


mais que uma simples redação. A vida, às vezes nos coloca diante de situações
nas quais temos que expressar nossas ideias ou transmitir informações a outras
pessoas. Quando somos capazes de redigir com eficiência, passamos a dominar um
instrumento privilegiado de expressão. O médico que dá uma instrução ao paciente
por escrito, o professor que orienta o aluno, o amigo que explica a outro como fazer
algo - eis algumas das milhares de situações em que a comunicação escrita poderá
ajudar as pessoas ou atrapalhá-las e gerar erros às vezes irreversíveis.
Todos conhecemos, provavelmente, histórias de erros e mal-entendidos deri-
vados de uma comunicação escrita falha. Uma vírgula mal colocada, uma palavra
fora do contexto, um tempo verbal conjugado erroneamente, e lá vem um problema.
Agora, considere que todos esses problemas gerados pela má comunicação têm
um custo, seja econômico, seja social. Podemos danificar objetos de valor, perder
dinheiro, perder amigos, causar separações de pessoas, tudo isso por causa de um
texto ruim. Logo, vale a pena aprimorar a escrita.
No mundo dos negócios não há tempo a perder. Assim sendo, acreditamos
que nessa prerrogativa resida a importância de as empresas estarem cada vez se
aprimorando mais quanto aos requisitos exigidos para a contratação de seus funcio-
nários, sobretudo a competência em comunicar-se de forma adequada e objetiva.
Prova disso são as redações – as quais constituem parte do processo seletivo.
Sabemos que memorandos, relatórios, comunicados e cartas comerciais fa-
zem parte das atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, uma vez que pos-
sibilitam a formalização da escrita. Elas representam, portanto, o registro formal da
correspondência interna ou externa ou o registro de uma situação profissional.
Como dito anteriormente, vale mencionar que o interlocutor não dispõe de tem-
po para decifrar possíveis truncamentos estabelecidos mediante uma comunicação
que não se realizou de forma plena, o que implica tão somente na perda de excelen-
tes oportunidades por parte do empresário. Por essa razão, faz-se necessário que
o redator esteja apto a proceder de forma adequada, ou seja, pronto a desenvolver
suas habilidades em relação ao ato de redigir, levando-se em consideração os por-
menores estabelecidos pela linguagem em referência. Ao desenvolver bem tal pro-
cedimento, o funcionário ajuda a criar uma imagem positiva da empresa.
Nesse sentido, vamos considerar alguns pontos relevantes que demarcam a
redação empresarial, pois mesmo que os textos que a representem obedeçam a
uma unificação, vale lembrar que tal padronização foi alvo de algumas alterações
simplificadoras. Assim, para termos ciência de tais mudanças, a finalização dos tex-
tos tidos como oficiais, regulada em 1937, apresentava 15 padrões, e atualmente há
somente duas. Quando a disputa no mercado comercial tornou-se um tanto quanto
acirrada, em meados de 1980, as empresas tenderam a criar um diferencial, sobre-
tudo no que se refere ao estilo da linguagem.
Mediante tal pressuposto, o que se pode notar é que a clareza e a precisão
no discurso revelam-se como fatores primordiais. Para tanto, há que se observar
que antes de tudo o texto precisa estar claro, retratado por uma linguagem simples,
porém culta.

67

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
Sendo assim, algumas dicas são bastante eficazes, tendo em vista os recor-
rentes “desvios”, como por exemplo, as redundâncias, os chavões, as expressões
em desuso, entre outros fatores, que acabam interferindo de forma direta na qualida-
de da mensagem. Eis, pois, alguns casos representativos:
* Vimos pela presente comunicação / Vimos por meio desta...,
O mais recomendável é entrar diretamente no assunto.
* Inteiramente à disposição de nossos clientes...,
Uma vez que “somente à disposição de nossos clientes” já é o bastante.
* Chegamos a uma conclusão que... ,
Quando o correto é somente dizer “concluímos que...”
* No caso das datas, o recomendável é que sejam assim expressas: São Ma-
teus, 7 de outubro de 2015.
* Quanto à saudação final, vale lembrar que devemos utilizar “respeitosamen-
te” em se tratando de autoridades superiores ao destinatário, e “atenciosamente” no
caso de hierarquias iguais ou inferiores a ele.
* No espaço reservado à assinatura, não é necessário colocar mais o traço
para demarcá-la, por isso perceba o exemplo:

Fulana de tal
Chefe do Departamento Pessoal
Entretanto, seja qual for o teor, é necessário levar em consideração:
Como organizar as ideias?
a) definir a mensagem principal:- verificar o nível de linguagem do receptor e
o conteúdo;
b) organizar o texto em tópicos: – ideias e argumentos em escala de importân-
cia;
c) tempestade cerebral: – deixar a ideias fluírem livremente, ler criticamente os
resultados, eliminar o que não serve.

PRINCIPAIS PROBLEMAS DA REDAÇÃO EMPRESARIAL


Maria Rita Quintella*
Na empresa, a escrita é coletiva, isto é, você não escreve em seu próprio
nome, mas em nome da companhia para a qual trabalha. Por isso, deve pensar não
em “eu”, mas em “nós”. Mesmo na comunicação interna, você deve considerar que
se trata da empresa interagindo verbalmente com seus funcionários. Apenas alguns
relatórios ou notas serão assinados por você correspondendo a um compromisso
pessoal, mas a maioria dos documentos diz respeito à empresa e exigem que você
respeite os posicionamentos da companhia diante dos fatos relativos à correspon-
dência, porque você está transmitindo uma mensagem no lugar de outrem - , sua
empregadora. Isso exige de você um esforço duplo: ao mesmo tempo em que você
precisa apropriar-se da mensagem, colocando-se no lugar do locutor real, você não
pode se esquecer do interlocutor, da outra empresa, preocupando-se com o modo
como ela pensa, a forma como ela vai reagir ao conteúdo do texto produzido por
você e enviado por sua empresa. É preciso lembrar ainda que o texto empresarial
não reflete apenas o trabalho de quem o redigiu, ele reflete toda a empresa. É por
isso que uma carta mal escrita, rasurada, mal formatada, sem clareza nem correção,
por exemplo, representa uma empresa pouco confiável. Daí a importância de você
se preocupar com a clareza, concisão e correção ao redigir em nome de sua empre-
sa, a fim de evitar uma imagem negativa dela.

Mitos e verdades sobre redação empresarial:


MITO: você deve usar linguagem formal erudita.
VERDADE: você deve usar linguagem formal, mas simples.
MITO: você deve apresentar todas as informações.
VERDADE: você deve apresentar apenas as informações pertinentes.
MITO: as pessoas querem ler seu documento.
VERDADE: as pessoas prefeririam fazer outra coisa.

68

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
Dicas: Você deve usar linguagem simples Os textos que circulam no meio
empresarial, normalmente, têm uma função prática; eles não são construídos para
comover o leitor, nem para distraí-lo, mas para informá-lo a respeito de um tema es-
pecífico. Por isso, use uma linguagem formal, correta do ponto de vista gramatical,
mas direta, recorrendo a palavras do dia-a-dia, que facilitam da compreensão do lei-
tor. Você deve apresentar apenas as informações pertinentes Um texto longo, cheio
de detalhes, desvia a atenção do leitor dos pontos mais importantes e não atinge
seu real objetivo. Tenha em mente o que pretende com o documento e atenha-se às
informações pertinentes a seus objetivos. As pessoas prefeririam fazer outra coisa
A vida empresarial exige muito de todos os envolvidos nela. Em função disso, não
sobra muito tempo para leituras extensas. Além disso, o leitor de um documento que
circula na área empresarial nem sempre conhece o autor do texto e pouco interesse
tem no texto; lê porque precisa ler, não porque quer. A leitura de uma correspondên-
cia obriga o leitor a interromper seu trabalho. Se ela não for direto ao assunto, o leitor
a arquiva ou a descarta. Por isso, não se estenda e seja direto.

Seis estratégias para chamar a atenção do leitor:


• Apresente o ponto principal no início. Assim, o objetivo do documento fica
claro desde o princípio;
• Utilize subtítulos descritivos, eles orientam a leitura do documento;
• Seja claro, a falta de clareza compromete a compreensão de seu texto;
• Escreva com frases curtas, elas são fáceis de processar;
• Empregue palavras simples, elas são facilmente compreendidas;
• Utilize uma diagramação “arejada”, ela valoriza o seu texto.
Estruturação do texto (formas de expressão escrita)
1) Pirâmide invertida – informação mais importante em primeiro lugar (comuni-
cados, cartas de reclamação, convites para eventos, anúncios de empregos...);
2) Losango – usado para assuntos mais complexos e delicados – introdução /
assunto principal / informações complementares (recusa a um pedido, cancelamento
de compromisso / resposta à reclamação...);
3) Problema X Solução – apresentação do problema / possíveis soluções /
conclusão (solução).

Ao redigir um texto é necessário:


• Definir objetivos claros;
• Conhecer o assunto sobre o qual vai escrever;
• Despertar o interesse do leitor; Adaptar a linguagem ao leitor;
• Reler, refazer, aprimorar o texto.
As redações chamadas de oficiais ou técnicas, são aquelas referentes à co-
municação de uma empresa, independente do ramo ou área de atuação. Existem
variados tipos de documentos pertinentes à situações específicas dentro e fora da
empresa, e é fundamental conhecer os tipos de textos que permeiam cada setor
para não cometer erros. Segue abaixo algumas definições sobre algumas modalida-
des de textos acompanhados de seus respectivos modelos.

Modalidades de textos
ATA – relato de reunião, assembleia ou convenção; - normas a serem obser-
vadas: lavrar em livro próprio ou em folhas soltas, de tal modo que impossibilite a
introdução de modificações; sintetizar de maneira clara e precisa as ocorrências
verificadas; texto digitado ou manuscrito, mas sem rasuras.
O texto será compacto, sem parágrafos ou com parágrafos numerados, mas
não se fará uso de alíneas; na ata do dia, são consignadas as retificações feitas à
anterior; nos casos de erros constatados no momento de redigi-la, emprega-se a
partícula corretiva “digo”; quando o erro for notado após a redação de toda a ata, re-
corre-se à expressão: “em tempo”, que é colocada após todo o escrito, seguindo-se
então o texto emendado:

69

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
Em tempo: na linha onde se lê “bata”, leia-se ‘’pata’’; os números são grafados
por extenso.
São elementos constitutivos básicos de uma ata:
a) dia, mês, ano e hora da reunião (por extenso), local da reunião;
b) relação e identificação das pessoas presentes;
c) declaração do presidente e secretário;
d) ordem do dia;
e) fecho.

- Modelo de abertura de ata


Ata da Reunião (Assembléia/Convenção) Ordinária (ou Extraordinária) de ....
/ ... ./ .... Aos .... dias do mês de........de 200... na................, na Rua......, reuniram-
-se às ... horas, na nº ... , São Paulo, SP, Modelos de fechos de ata a. ...Nada mais
havendo a tratar, Fulano de Tal agradece a presença do Sr. Beltrano, do Sr. XY, das
demais autoridades presentes e declara encerrada a reunião, da qual eu , Secretário
em exercício, lavrei a presente ata, que vai assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
b. A sessão encerrou-se às...... horas. Eu, ............, Secretário em exercício, lavrei,
transcrevi e assino a presente ata.

CIRCULAR – comunicação dirigida a muitas pessoas, ou órgãos para trans-


mitir avisos, ordem ou instruções (o assunto tem caráter geral).

MODELO
Senhores: Nossa empresa desenvolve suas atividades na área de legislação
do estrangeiro e conta com experiência de mais de 15 anos. Visando ampliar o nú-
mero de assinantes, estamos oferecendo promocionalmente nosso Informe X, que
trata especificamente do assunto. Além de informes periódicos, dispomos de um
setor que atende inteiramente grátis, durante um ano, a consultas sobre qualquer
assunto relativo à permanência ou estada do estrangeiro no país. A assinatura dá
direito a receber um informe trimestral. Havendo qualquer modificação ou novidade
sobre a legislação de estrangeiro, expediremos uma circular extra, para mantê-los
sempre bem informados, sem qualquer ônus adicional. A cobrança será confiada ao
Banco Y, com a anuidade de $ ....... (.....), por meio de nota fiscal de serviços, com
vencimento em ...... (a) Fulano de Tal

MEMORANDO – nota ou carta ligeira comunicando alguma questão, entre


departamentos... devem constar em um memorando: timbre, endereço (quando se
trata de empresa privada), código (iniciais do departamento), número do memoran-
do, localidade, assunto (ementa), receptor (destinatário), texto, assinatura, anexos.

MODELO:
MEMORANDO Nº (exemplo) PARA: DEPARTAMENTO: Fulano de tal Marke-
ting
DE: DEPARTAMENTO: Beltrano da Silva Relações Públicas Data: 14-3-2006
Assunto: Estágio de Fulano de tal
A partir de 1º de fevereiro de 2015 ... , o Sr. Fulano de tal, novo assistente do
Gerente de Relações Públicas, fará estágio no Departamento de Marketing, durante
uma semana. Gostaríamos de contar com sua assistência pessoal, de modo que o
Sr. Fulano de tal possa ter o máximo de aproveitamento e conhecimento de nossos
produtos e de nossos clientes. (a)

COMUNICADO (aviso, declaração, esclarecimento ...) – usado


para tornar público um determinado fato.

70

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
MODELO:
ABANDONO DE EMPREGO
A Empresa X, com sede na Av , São Paulo, Capital, faz saber, para os fins
do disposto no artigo 482, Letra I, da CLI: que Fulana, brasileira, solteira, residente
na Rua ......... , São Paulo, Capital, portadora da Carteira Profissional n º Série São
Paulo, deixou de comparecer ao serviço a partir do dia ..../..../...., praticando assim
“Abandono de Emprego” nos termos do artigo 487, lI, da CL T.

COMUNICADO
A Empresa Y informa aos clientes, amigos, fornecedores, bancos que, a partir
de ... do corrente, seus telefones de números...de sua Sede/Depto. de Vendas em
São Paulo, na Rua - CEP , serão acrescidos do número 9, e passará a ter agora 9
dígitos e não 8. O telex permanece o mesmo, nº.... Comunica igualmente os novos
números de sua Unidade em...... , Rua .
MENSAGENS ELETRÔNICAS (e-mail) – mensagem clara, objetiva, concisa
e gramaticalmente correta – tema/assunto – não se usam abreviaturas, piadas e
brincadeiras.
Exemplos de mensagens eletrônicas:

Verificamos que ainda não recebemos sua resposta a nossas solicitações de


.......... Por favor, queira enviar-nos sua proposta. Gostaríamos de manter nossa boa
relação comercial com sua empresa. Por isso, esperamos sua compreensão para os
aumentos de preço de nossa tabela. Para o andamento equilibrado de nossos pedi-
dos, gostaríamos de saber o nível de seu estoque para o produto X.

OFÍCIO – meio de comunicação escrita dos órgãos do serviço público.


São partes de um ofício:
• timbre ou cabeçalho;
• índice e número: iniciais do órgão que expede o ofício, seguidas do número
de ordem do documento, separados por uma diagonal;
• local e data: devem ser escritos na mesma altura do índice e do número (co-
loca-se ponto após o ano);
• assunto (ou ementa);
• vocativo (tratamento ou cargo do destinatário);
• texto: exposição do assunto; fecho; assinatura (nome, cargo e função);
• endereço - forma de tratamento, nome do receptor e cargo e função do sig-
natário, seguidos da localidade e do destino;
• iniciais do nome e sobrenome do redator e do digitador.
INTRODUÇÕES ATUAIS - Comunicamos a V. Sa. que... . - Informamos V. Exa.
de que.
FECHOS ATUAIS - Atenciosas saudações. - Respeitosas saudações. - Aten-
ciosamente. - Respeitosamente.
RELATÓRIO
Outro tipo de texto oficial empresarial muito utilizado internamente pelas em-
presas é o RELATÓRIO. Este, por sua vez, é definido como: “É a exposição escrita
na qual se descrevem fatos verificados mediante pesquisas ou se historia a execu-
ção de serviços ou de experiências. É geralmente acompanhado de documentos
demonstrativos, tais como tabelas, gráficos, estatísticas e outros.” (UFPR, 1996). De
um modo geral, podemos dizer que os relatórios são escritos com os objetivos:
- divulgar os dados técnicos obtidos e analisados;
- registrá-los em caráter permanente.
Tipos de relatório
Os relatórios podem ser: contábil, científico, de pesquisa, de cobrança, de ven-
das, de rotina, progressivo, de inspeção, relatório-roteiro (aquele em que só se res-
ponde a um formulário).

71

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
Pode-se dizer, também, que eles são formais ou informais, para fins especiais,
analíticos e informativos.
São ainda, rotineiros e não rotineiros. Os primeiros são, em geral, impressos e
fornecidos pela empresa. É muito importante, porém, lê-los com atenção e só depois
da leitura preenchê-los. Sua finalidade é dar informações essenciais no menor tem-
po possível. Os segundos são extraordinários e tratam de problemas e ocorrências
irregulares. Não devem ser escritos para exibir capacidade literária. É o leitor que é
importante. Seja, portanto, breve, exato, claro.
Os mais comuns são os informais, cuja característica principal é o comprimen-
to, ocupando uma ou duas páginas no máximo.
Relatório de auditoria
O relatório de auditoria apresenta o resultado do exame realizado nos proce-
dimentos organizacionais; oferece sugestões para a melhoria do controle interno
ou procedimentos operacionais, ou explica a importância dos fatos verificados pelo
exame.
O relatório deve ser claro, conciso, moderado nas afirmações e fazer distinção
ente fatos e opinião. Os relatórios de auditoria, em sua maioria, são formais e escritos
depois de feita a auditoria e revisão de todos os documentos que constituem objeto
de análise. O relatório evidenciará logo às primeiras palavras o objetivo do texto e
as demonstrações contábeis que foram objeto de revisão. Em seguida, deverá des-
crever os procedimentos utilizados, informar o limite do trabalho realizado e declarar
se encontrou ou não desvios com relação aos princípios contábeis fundamentais. Se
houver desvios, informam-se quais são eles e quais são suas consequências.

MODELO:
Empresa _________________________________
Relatório da Diretoria Financeira
Senhores Acionistas:
Em cumprimento às disposições legais e estatuárias, submetemos a sua apre-
ciação o Balanço Geral, referente ao exercício de 2000, a demonstração da conta
“Lucros e Perdas” e o parecer do Conselho Fiscal.
No exercício que encerrou tivemos o imenso prazer de participar na subscrição
do capital inicial da __________ , com R$ __________. A nossa carteira de ações
alcança hoje R$ __________ , quase todo da __________ de grande valor. O nosso
capital foi aumentado de R$ ___________ para R$ ________ com incorporação do
Fundo __________, passando o valor nominal das ações de R$ _________ para R$
______, e o nosso patrimônio de R$ _________ para __________.
Finalmente nos colocamos inteiramente à disposição de V.S.ª para todos os
esclarecimentos que se fizerem necessários.

Vitória, ___ de _____ de _____ .


______________________
_______________________
Assinaturas
Balanço Geral em: ________________
Ativo ___________________
Passivo __________________

PARECER
O parecer é o pronunciamento por escrito de uma opinião técnica a respeito de
um ato realizado e indica a conclusão do trâmite de um processo.
Pode ser um despacho decisório de procedimento jurídico, oficial ou particular
sobre algum assunto.
Observe um exemplo:
Parecer da Diretoria sobre o Departamento de Processos

72

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
Os diretores do Conselho Regional de Trabalhadores Autônomos, tendo em
vista a realização da pesquisa semestral sobre o número de casos resolvidos, en-
cerrada em 5 de janeiro de 2009, são de parecer que o Departamento de Processos
está dentro da meta prevista para o ano de 2008, que foi estabelecida pelo diretor
geral desta empresa, o qual também assina o presente.

Vitória, 5 de janeiro de 2015.


______________________
Fulano de Tal - Diretor Geral

______________________
Beltrano de Tal – Diretor Administrativo

____________________
Cicrano de Tal - Diretor de marketing e pesquisas

73

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
ATIVIDADES
1. Reescreva o texto abaixo, modernizando o vocabulário com base no novo
estilo de redação empresarial. Como dizer as mesmas informações utilizando-se de
vocabulário mais simples e claro?

“Barão de Cotegipe, 23 de setembro de 1930.

Ilustríssimos Senhores:

Figura em nossos registros ainda em descoberto o título de Vossas Senhorias


e, não albergando de sua parte nenhuma comunicação sobre os motivos que assen-
tam tal situação, requestamos informações a esse respeito.
Estamos indubitavelmente certos de que a não-cobertura do referido título tem
decurso de natural lapso em seu controle contábil e, em conseqüência, V. Sas. não
deixarão de abrigar providências no sentido de promoverem a pronta liquidação do
débito em apreço.
Saudações atenciosas.
José Cardoso
Contabilista”

2. O texto seguinte é um comunicado-relato de fatos e decisões de uma em-


presa que interessam a um grupo de trabalho. Contudo, as informações estão apre-
sentadas de forma excessivamente pessoal, de maneira que imprimem à passagem
caráter subjetivo e pouca credibilidade. Reescreva-o procedendo à impessoalização.

Como os senhores podem conferir em registros disponíveis, não há concor-


dância entre os números apresentados nos relatórios passados e os atuais saldos.
Quando percebi essa discrepância, convoquei uma reunião com dirigentes, na qual
expus toda a situação. Prontamente atenderam às minhas reivindicações e anali-
saram os documentos que estavam comigo. Tendo os diretores chegado a mesma
conclusão que cheguei, deliberamos o seguinte: até eu apurar e esclarecer os fatos,
ficam suspensas as atividades dos setores envolvidos.

3. Localize as expressões coloquiais (gírias, regionalismos, expressões popu-


lares) utilizadas nos textos abaixo e as impropriedades gramaticais; depois, reescre-
va-as em linguagem formal.
Texto 1
Tento em vista que é demais o que tá acontecendo aqui, de uns dias pra cá,
agora quem matar trabalho vai ter que se virar e providenciar atestado médico. Quem
não dançar conforme essa música pode ter o dia de labuta descontado no salário. E
isso tá na Lei.
Texto 2
Essa convocação aqui tá chamando todos os delegados do sindicato pra se
juntarem aos operários na Assembleia Geral, na próxima sexta-feira, pra a gente
discutir como dar fim nos abusos que estão acontecendo com os camaradas que
trampam no chão da fábrica.
Texto 3
Gente, percebi agora que a duplicata de vocês foi protestada por engano. Na
real, a data de vencimento saiu errada e aí deu essa zebra. Foi mal! Já retiramos o
protesto.

4. Reescreva os textos a seguir, utilizando a estratégia de impessoalização


pré-definida.
1. Impessoalize com estruturas passivas sem agente da passiva expresso.

74

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
Estou convocando os Senhores Acionistas a participarem da Assembleia Geral
Extraordinária, em que explicarei as novas normas em vigor para seus planos.
2. Impessoalize com o uso da primeira pessoa do plural (nós)
Minha empresa é responsável por desenvolver estudos sobre as condições
de permanência de estrangeiros no Brasil. Também presto esclarecimentos sobre
legislação e publico informes periódicos.
3. Impessoalize com o uso de construções verbo + se
Sei da necessidade de eu buscar novas parcerias. Desejo que no próximo se-
mestre haja mais sucesso. Agradeço a orientação dispensada.

5. Nas sequências textuais a seguir, identifique a(s) incoerência(s), explique-as


e, ao reescrever cada texto, elimine-a(s).
Texto 1
Caros Diretores:
Tendo em vista a comemoração de aniversários programada para o próximo
final de semana, solicitamos aos senhores que enviem as listas de preços dos pro-
dutos em estoque até quinta-feira, sob pena de não participarem da festa.
Texto 2
Desde que se levantaram os gastos excessivos com material de limpeza e de
expediente, esta unidade passou a realizar campanha contra o desperdício desses
produtos. Por essa razão, todos são convidados a: (a) evitar a reutilização de copos
descartáveis, em um mesmo turno de trabalho; (b) não proceder à impressão frente
e verso de documentos internos (como relatórios e listas de conferência); (c) não
mais utilizar rascunhos para anotação de recados e registros informais.
Obrigado por sua colaboração.

AGORA É SUA VEZ!


SIMULAÇÃO
Comunicação primária – “Escrever uma história”
Percepção do Papel Profissional – “Qual a minha marca profissional”
Comunicação interpessoal e a visão sistêmica da empresa – “Qual a qualidade
da minha comunicação”
Motivação – “Meu balão está cheio?”
Nessa dinâmica você será conduzido pelo seu professor a elaborar um do-
cumento oficial específico da sua área de estudo/atuação profissional. Entretanto,
antes de elaborar o texto empresarial, você será levado a produzir um outro tipo de
texto, que será o ‘termômetro’ da sua qualidade em escrita.

75

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
LEITURA COMPLEMENTAR

Comunicação através da escrita


Para haver comunicação deve existir um espaço, um vazio, uma lacuna entre
o que o emissor tem a dizer e o que o receptor sabe. A finalidade de escrever é co-
municar totalmente o que você quer dizer. Só o medo pode impedir um indivíduo de
escrever se ele é capaz de ler ou fazer uma apresentação, ou ambos. Todo mundo
é um escritor. Qualquer indivíduo alfabetizado escreve de vez em quando bilheti-
nhos para os filhos, cartas para os pais, memorandos para os colegas de trabalho,
relatórios para a diretoria. A escrita é usada para representar os sons. Você controla
totalmente as palavras quando escreve. Pode dizê-las em voz alta primeiro e ouvir
como soam aos seus ouvidos, perguntando se fazem sentido. Pode pronunciá-las
subvocalmente e perguntar se transmitem o que deseja, e mais ainda, pode ter vá-
rias chances de acertar antes de mandar a mensagem a alguém, reescrevendo o
que já escreveu. A comunicação escrita é a transmissão da mensagem através da
mão e não pela boca. A principal vantagem desse tipo de comunicação está no con-
trole total da forma como as palavras saem, cada um as controla mesmo que este-
jam envolvidas por filtros que obscurecem seus significados ou estejam carregadas
de valores pessoais. Com a palavra escrita a pessoa tem a chance de dizer o que
pretende e transmitir o significado que diz.
Criando estrutura para as ideias As partes que compõem o texto – a introdu-
ção, o desenvolvimento e a conclusão, devem se organizar de maneira equilibrada.
A introdução é uma entrada no assunto e caracteriza-se como um argumento inicial.
Apresenta a ideia central do texto. Essa apresentação deve ser direta, evite “rodeios”
para entrar no assunto, bem como os “chavões”, por exemplo: “Desde os primórdios
da civilização que o homem...”. O tamanho da introdução raramente excede a 1/5
do texto. Essa proporção não vale para textos muito curtos, nestes, a introdução
pode ser o próprio título. Nos textos longos, de várias páginas, a introdução pode
ser um capítulo ou uma parte precedida por subtítulo. Nesse caso, poderá ter vários
parágrafos. Em textos curtos, de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro pará-
grafo. O desenvolvimento é a parte maior do texto, responsável pela relação entre
a introdução e a conclusão. Nessa parte são apresentadas as ideias, os dados, os
argumentos que sustentam e explicam as posições do autor. Podemos comparar o
desenvolvimento a uma ponte. De um lado está a introdução. Do outro, a conclusão.
Essa ponte é formada por ideias bem organizadas numa sequência que permite a
relação equilibrada entre os dois lados.

No desenvolvimento o autor do texto revela sua capacidade de argumentar,


defende seus pontos de vista e tem de dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
Esta parte do texto tem a função de fundamentar as conclusões. Para uma boa
redação do texto, é necessário que se tenha clareza de qual será a conclusão. Por
isso é tão importante planejar o texto. O desenvolvimento ocupará aproximadamente
3/5 do texto, no mínimo. Em textos longos, o desenvolvimento pode ter capítulos ou
trechos destacados por subtítulos. Em textos curtos, terá alguns parágrafos. Existem
duas principais falhas no desenvolvimento:
• o desvio da argumentação – o autor toma um argumento secundário e se dis-
tancia da discussão inicial, ou então, concentra-se em apenas um aspecto do tema
e esquece a sua amplitude (toma a parte pelo todo);
• a argumentação desconexa – acontece quando o autor tem muitas ideias ou
informações sobre o tema e não consegue encadeá-las. Ele também pode ter dificul-
dade para estruturar suas ideias e definir uma linha lógica de raciocínio.

76

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
A conclusão é a parte mais importante do texto, é o seu ponto de chegada. Os
dados utilizados, as ideias e os argumentos convergem para este ponto em que a
discussão ou a exposição se fecha. Na sua estrutura normal, a conclusão não deve
deixar abertura para continuidade da discussão, tem o valor da síntese. Evite repetir
argumentos já utilizados, por exemplo: “Portanto, como já dissemos antes...”, “Con-
cluindo...”, “Em conclusão...”. Proporcionalmente o tamanho da conclusão é equiva-
lente ao da introdução, ou seja, 1/5. Essa é uma qualidade dos textos bem redigidos.
Nas conclusões que ficam muito longas, é possível que haja um dos seguintes erros:
• o desenvolvimento não foi suficientemente explorado e invadiu a conclusão; • o de-
senvolvimento não foi suficiente para fundamentar a conclusão e há necessidade de
mais explicações; • o autor está “enrolando”, “enchendo linguiça” ou fica girando em
torno de ideias paralelas ou redundantes; • o autor usa frases vazias, perfeitamente
dispensáveis; • a autor não tem clareza de qual é a melhor conclusão e se perde na
argumentação final.
A conclusão não pode ser uma abertura para novas discussões, exceto quan-
do:
• o autor apresenta ideias polêmicas e deixa a conclusão em aberto para não
influenciar o posicionamento do leitor;
• o autor não fecha a discussão propositalmente, estimulando o leitor a ler uma
possível continuidade do texto, como um outro capítulo;
• o autor não deseja mesmo concluir, mas apenas apresentar dados e informa-
ções sobre o tema que está desenvolvendo;
• o autor quer que o próprio leitor tire suas conclusões e enumera perguntas
no final.
As falhas num texto podem ser evitadas se antes da redação o autor fizer um
plano do que irá escrever. O plano é o roteiro em que organizamos, ou indicamos
para nós mesmos, as ideias e a sequência que utilizaremos no texto. Ele deve ser
o mais enxuto possível. Para o leitor, o texto deve parecer uma redação inteligente
e bem estruturada, que constrói uma argumentação sólida e lhe permite conclusões
enriquecedoras.
Dicas para elaboração de textos
• não tente utilizar palavras “difíceis”, que você tenha dúvidas quanto ao signi-
ficado, só para causar uma boa impressão;
• prefira recorrer à linguagem culta e formal, ao invés de gírias;
• escrever a grafia corretamente sempre causa uma boa imagem. Evite estran-
geirismos. Ao invés de, por exemplo, escrever “hobby” prefira “passatempo”;
• ao escrever você poderá ter algumas dúvidas quanto a grafia correta das pa-
lavras e querer enriquecer seu vocabulário, portanto sempre utilize o dicionário como
suporte para elaboração de textos.
Problemas comuns na comunicação escrita
Pensar antes de falar e refletir antes de escrever são regras fundamentais para
a comunicação eficaz. O entendimento de uma mensagem depende da sequência
ordenada das informações transmitidas.
Sua preocupação básica como escritor deve ser com o receptor. Evite estes
erros na sua comunicação:
1. Repetição de ideias, palavras, verbos auxiliares; Ex.: O técnico tinha propor-
cionado um momento de reflexão. (evitar) O técnico proporcionara um momento de
reflexão.
2. Vaguidade das expressões – palavras imprecisas, que servem para tapar
buracos na mensagem. Evite clichês, lugares comuns, frases feitas. Ex.: além disso,
aspecto, casualmente, certamente, coisa, conjuntura atual, ensejo, então, por outro
lado, etc.
3. Prolixidade – evitar palavras supérfluas. Ex.: Já tratamos desse assunto
muito apressadamente. Já tratamos desse assunto apressadamente. Tratamos des-
se assunto apressadamente.

77

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
4. Pleonasmos – transmitem ao receptor ideia de desleixo com a elaboração
da mensagem; em geral, é resultado da pressa, da falta de rascunho, da ausência
de correção. Ex.: fundamentos básicos, vimos à presença, vimos pela presente, usa-
mos deste meio, manter o mesmo, pequenos detalhes.
5. Afetações, colocações exageradas – às vezes, até contrárias à verdade,
devem ser evitadas. Ex.: a seu inteiro dispor, protestos de elevada estima e conside-
ração, temos a honra de, temos especial prazer em renovar.
6. Gíria – pode ser admitida entre jovens em conversas de grupos, em momen-
tos de descontração, mas não é adequada na comunicação escrita empresarial, que
deve ser a mais gramatical possível.
7. Estrangeirismo – só deve ser utilizado na linguagem técnica, quando não há
em português termo apropriado.
8. Laconismo – carência de palavras (estilo telegráfico), é fonte de equívocos,
incompreensão. Podem gerar ordens mal executadas, discussões ociosas.
9. Falhas gramaticais – impossível escrever bons textos sem recorrer à gramá-
tica e ao dicionário continuamente. Além disso, é preciso ler jornais, revistas, livros
da literatura nacional.
10. Ambiguidade – é um vício de linguagem pelo qual uma frase é construída,
involuntariamente, com mais de uma interpretação. Exemplo: “O ministro participou
da reunião com o presidente no Palácio do Planalto, na qual ele voltou a pedir uni-
dade no governo”. A frase é ambígua porque não deixa claro quem pediu unidade no
governo: o ministro ou o presidente?

78

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
UNIDADE 4

CONSTRUÇÃO DE TEXTO
TÉCNICO-CIENTÍFICO NA
CONCLUSÃO DO CURSO

OBJETIVOS:
Oferecer subsídios ao estudante que o possibilite desen-
volver as habilidades de comunicação e escrita, e que a mes-
ma seja expressa em padrão satisfatório para a necessidade
efetiva da área de atuação do curso.

79

SEGURANÇA DOMATERIAIS
PORTUGUÊS MATERIAIS
TRABALHOI I I
INSTRUMENTAL
CAPÍTULO

1
CONCEITUANDO

Projeto final de curso (PFC)

O Projeto Final de Curso (PFC) constitui atividades de caráter obrigatório para


a obtenção do título de Técnico em qualquer curso da Escola Técnica São Mateus.
Seu objetivo é proporcionar ao aluno a oportunidade de colocar em prática os co-
nhecimentos adquiridos durante o curso, bem como adquirir competências para a
iniciação científica, através da expansão dos conhecimentos atuais.
Envolver os alunos em projetos reais é uma forma de colocá-los no centro
do aprendizado. O aprendizado obtido através da realização de projetos vai muito
além da memorização e reprodução de conteúdos. Essencialmente, um PFC tem
por objetivo sedimentar no aluno os conhecimentos auferidos no curso assim como
desenvolver sua capacitação e autoconfiança na geração de soluções através da
execução de um projeto prático a nível laboratorial ou industrial.
O PFC fomenta uma ação mais ativa por parte do aluno no aprendizado, desde
que bem orientado e acompanhado. O projeto requer um firme e persistente acom-
panhamento. Além disto, envolve a necessária participação de todo o corpo docente
da área estudada. Desta forma, faz-se necessária a adoção de normas que pa-
dronizem os prazos e procedimentos de todos os envolvidos, alunos, orientadores
e coordenador da disciplina, assegurando o compromisso de todos na busca dos
melhores resultados.
O PFC será supervisionado e realizado através da elaboração de um projeto
que segue como padrão o texto científico e obedece às normas de formatação e
apresentação da ABNT, o que possibilita o desenvolvimento de um tema ou uma
solução da área de automação, mecânica, edificações, eletrotécnica, logística, en-
fermagem, segurança do trabalho, construção naval, meio ambiente e computação,
com a produção e apresentação de uma monografia ou trabalho equivalente. As
atividades deverão ser desenvolvidas individualmente ou em grupo e com a partici-
pação de, no máximo, 4 (quatro) alunos na execução do mesmo.
1. INICIANDO SEU PFC
A primeira coisa a se entender, é que antes de começar a redigir o seu trabalho
você precisa escolher o tema sobre o qual pretende desenvolver o PFC. Esse será o
norte da sua pesquisa e de todo o texto que será produzido como resultado do seu
trabalho e dedicação.

1.1 Delimitação do tema - Introdução


O tema a ser desenvolvido deverá ser previamente aceito pelo professor orien-
tador e sua complexidade está diretamente relacionada à quantidade de compo-
nentes do grupo. O que muitas vezes gera confusão é a escolha de um tema geral
que pode abrir precedentes para subtemas que deixarão seu texto muito extenso,
podendo ultrapassar o limite de laudas determinadas no projeto.
Para delimitar bem o tema é necessário observar o que o grupo tem proposto
ou o que o orientador sugeriu e:
• Estabelecer um espaço limitado (um lugar onde o assunto será tratado); ou
• Estabelecer um tempo limitado (um espaço de tempo que será pesquisado);
ou

80

MATERIAIS
SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
• Estabelecer um limite metodológico (uma metodologia específica que será
utilizada); ou
• Estabelecer um limite teórico (inserir sua pesquisa no âmbito de uma teoria)
Observe esse exemplo:
Um grupo quer apresentar seu PFC sobre o estudo do Português no Brasil.
Imagina quanto tempo eles teriam que ficar pesquisando para falar com profundida-
de sobre algo tão amplo (se é que seria um trabalho possível). Para resolver essa
situação eles podem fazer as seguintes perguntas:
• Ensino de Português no Brasil, onde?
• Nos livros didáticos.
• Quando?
• No período de 2010 a 2012.
• Com qual metodologia?
• Pesquisa bibliográfica.
• Com base em qual teoria?
• Construtivismo.
Esse tema poderia ser descrito assim: Como foi utilizada a teoria construtivista
nos livros didáticos de 2010 a 2012 no Brasil, segundo análise bibliográfica.

1.2 Fundamentos teóricos ajudam a delimitar o tema


A teoria escolhida pode dar uma direção quanto a recorte metodológicos e
teóricos. Se um grupo de alunos escolhe falar sobre a inclusão social, por exemplo,
é válido investigar a bibliografia disponível sobre o assunto. Para começar a investi-
gação, eles poderão fazer a pergunta: Como ocorreu historicamente o processo de
inclusão de alunos com necessidades especiais no Ensino Regular?
Existem dois tipos de investigação para se compor um PFC. Uma exige pes-
quisa de campo outra apenas pesquisa bibliográfica. Esses nomes aqui estão sendo
utilizados de forma genérica, uma vez que os nomes dos tipos de pesquisas podem
variar muito de teoria para teoria. Leve em consideração se você quer fazer levanta-
mento de dados (pesquisa de campos) ou fazer apenas o levantamento bibliográfico
(pesquisa bibliográfica).

1.3 Ainda sobre o tema: formulação do problema e escolha do


método
Em geral, as correntes teóricas já têm estabelecidas as suas formas de fazer
pesquisa, a sua metodologia. Se você vai fazer uma pesquisa de campo, além de
dominar o assunto, precisa saber como se faz pesquisa naquele assunto. É bem di-
ferente de apenas coordenar as informações que coletou em pesquisa bibliográfica.
Para pesquisar “como ocorreu historicamente o processo de inclusão de alunos
com necessidades especiais no ensino regular?”, você precisa ter certeza que tem
acesso à vasta bibliografia sobre o tema, ler tudo que você puder sobre o assunto.
Você também pode ir buscar esses dados em documentos, mas em um PFC, é
difícil fazer uma pesquisa de campo sobre esse assunto e uma pesquisa bibliográfica
cumpre bem seu papel. O ideal é você decidir isso com seu orientador, sempre. Ele
sabe melhor como se faz pesquisa na área específica do seu curso.
Você precisa saber se tem acesso aos dados ou aos textos ANTES de delimi-
tar seu tema, antes de fazer seu projeto de pesquisa. De nada adianta você delimitar
seu tema dizendo que vai estudar a educação na Somália, se não tem acesso a pu-
blicações daquele país, nem como viajar para lá. Lembre-se de considerar o tempo
que você tem para concluir seu trabalho, caso queira produzir o que vai analisar.
Tão logo você delimita o tema do seu PFC, é preciso formular o problema,
fazer uma pergunta que será respondida a partir do levantamento de informações
resultantes da sua pesquisa. Na verdade, não é bem uma pergunta na forma inter-
rogativa como conhecemos, mas uma assertiva que traga uma indagação, um ques-
tionamento sobre um processo, uma ação, um evento.

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INSTRUMENTAL
A formulação do problema na pesquisa científica deve ser considerada como
o alvo, o objeto de estudo a ser investigado mediante o trabalho realizado. Para Gil
(2006, p.49-50),

[...] na acepção científica, problema é qualquer questão não resolvida e que é objeto
de discussão, em qualquer domínio do conhecimento [...] pode-se dizer que um problema
é testável cientificamente quando envolve variáveis que podem ser observadas ou manipu-
ladas. As proposições que se seguem podem ser tidas como testáveis: Em que medida a
escolaridade determina a preferência político-partidária? A desnutrição determina o rebai-
xamento intelectual? Técnicas de dinâmica de grupo facilitam a interação entre os alunos?
Todos estes problemas envolvem variáveis suscetíveis de observação ou de manipulação.
É perfeitamente possível, por exemplo, verificar a preferência político-partidária de determi-
nado grupo, bem como o seu nível de escolaridade, para depois determinar em que medida
essas variáveis estão relacionadas.”

As hipóteses irão surgir e darão a você maior impulso para seguir adiante rumo
às descobertas daquilo que pretende buscar. Quando se afirma que o “problema”
partirá de uma interrogação, torna-se relevante mencionar que essa pergunta deve
obedecer a alguns princípios básicos, tais como: clareza naquilo que se deseja pes-
quisar e precisão no sentido de identificar quais elementos e instrumentos deverão
ser utilizados no decorrer de todo o trabalho.
Em meio a esse ínterim, encontram-se como fatores participativos o processo
de coleta, o estudo e a análise dos dados coletados, lembrando que os resultados
obtidos são frutos de uma investigação científica, isenta, portanto, de quaisquer juí-
zos e julgamentos de valor por parte de quem se propõe a tal investigação. Importan-
te também é salientar a questão de que dificuldades serão encontradas no decorrer
de todo esse percurso, até mesmo no momento de formular o problema, mas uma
boa dose de dedicação, seriedade e comprometimento, familiaridade com uma boa
literatura que retrate o caso em questão e a orientação de um bom professor, no
sentido de nortear o trabalho, trarão a você, pesquisador, grandes chances de obter
êxito na sua pesquisa.
2. Objetivos
Os objetivos devem ser claros e divididos em “geral” e “específico”. Nessa
etapa é preciso apresentar o que se busca com o trabalho. No objetivo “geral”, é
necessário demonstrar a que se destina o PFC, qual é o propósito principal a ser
alcançado através da elaboração desse projeto. Em “específicos” pode-se enumerar
vários tópicos que o grupo pretende realizar durante a execução do projeto e que
ajudarão na consolidação do objetivo principal (geral).
3. Metodologia
Como dito anteriormente, a metodologia é a bússola do seu projeto. É atra-
vés dela que será possível demonstrar como e o que fazer para atingir os objetivos
apontados acima. É imprescindível que se discuta com o professor orientador qual a
melhor metodologia a ser adotada para o seu trabalho.
No item “metodologia” é descrito todo o procedimento experimental realizado
no trabalho, com a descrição dos materiais utilizados e dos métodos experimentais
empregados. Assim pretende-se:
-Dar ao leitor subsídios para compreender o trabalho realizado.
-Permitir que os procedimentos sejam reproduzidos.
-Documentar técnicas utilizadas, para aplicação futura das mesmas em pro-
postas semelhantes.

Neste capítulo deverá ficar claro:


a) o tipo de pesquisa: Descritiva? Comparativa? Exploratória? Documental?
Histórica? Estudo de caso?;
b) as fontes da pesquisa: bibliografia, pessoas-operadores, documentos, leis,
doutrinas;
c) a forma de coleta de dados: como, quando e onde serão buscados os dados
da parte específica da pesquisa;

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SEGURANÇA
PORTUGUÊS I INSTRUMENTAL
DO TRABALHO I
d) análise dos dados: como se procederá a análise dos dados obtidos na parte
específica da pesquisa.
Alguns tipos de metodologia para PFC:
• Desenvolvimento teórico
• Estudo experimental
• Modelagem matemática e simulações
• Estudo de caso
4. Resultados esperados / preliminares
O item “resultados” deve descrever de forma didática as observações realiza-
das nos experimentos, tratando os resultados e avaliando se as técnicas emprega-
das introduziram, ou não, erros que possam prejudicar a análise e discussão poste-
riores. Gráficos são um excelente recurso, pois permitem visualizar a influência de
uma variável numa dada propriedade ou característica do material estudado.
Nessa seção é possível, se for o caso, que haja discussões acerca dos resulta-
dos obtidos com o trabalho. Na discussão dos resultados surgirão as principais con-
tribuições do trabalho à linha de pesquisa. A partir dos resultados obtidos, à luz da
revisão bibliográfica realizada, discute-se quais objetivos foram atingidos, e em qual
grau. Neste item, novas formas de tratamento dos dados podem ser necessárias, e
teorias podem ser elaboradas sobre o tema estudado.

5. Referencial teórico
Relacionam-se todas as obras citadas e consultadas, em qualquer suporte
(impressos, eletrônicos, entre outros), para a elaboração do projeto.
Devem aparecer em lista denominada “Referências”, ordenadas alfabetica-
mente, alinhadas somente à margem esquerda do texto, em espaço simples, e sepa-
radas entre si por dois espaços simples. Para mais informações sobre a confecção
das referências, deve-se consultar a NBR 6023 da ABNT ou consulte o Caderno de
Projeto Final de Curso da Escola Técnica São Mateus, disponível para download na
página da biblioteca.

Considerações Gerais sobre o Projeto de Final de Curso

Muito sucintamente, o conceito de Projeto de Final de Curso foi implementado,


desde a criação dos cursos técnicos da Escola Técnica São Mateus, objetivando que
o trabalho realizado pelo aluno possa ser o instrumento, através do qual, o aluno de-
monstra, inequívoca e finalmente, o conquistado direito de ser chamado de Técnico
em sua área de estudo e atuação.
Assim, a finalidade do PFC não é um produto a ser comercializado, ou um
desenvolvimento teórico relevante, ou uma monografia bem escrita. Tudo isso deve
ser uma consequência, ao se tentar fazer com que o projeto atinja a meta declarada
acima.
Por isso, durante a execução do Projeto de Final de Curso, espera-se que os
alunos empreguem os conhecimentos adquiridos nas muitas disciplinas dos Cursos
Técnicos, demonstrando em todas as oportunidades possíveis o domínio dos as-
suntos estudados durante os anos de sua formação teórica. É esta demonstração
de capacidade técnica e científica, e também de caráter ético e cidadão, o principal
alvo do PFC.

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INSTRUMENTAL
MODELO DE PFC
Para orientar o aluno antes e durante sua pesquisa, segue um modelo que
servirá de base para a elaboração da redação final do PFC. Lembre-se que seu
trabalho será acompanhado e orientado de perto por um professor do curso ao qual
você está vinculado, e, portanto, qualquer dúvida que apareça quanto à execução do
PFC você poderá pedir o auxílio do professor-orientador, além é claro de consultar
sempre que necessário o manual do aluno para elaboração do PFC disponível na
biblioteca da ETSM.

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DO TRABALHO I
Normas para Elaboração do PFC
Conforme ABNT NBR 14724:2011
O PFC deverá conter a seguinte estrutura:
*item opcional
**item opcional no caso de revisão de literatura

Parte interna

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ATIVIDADES
O Projeto Final de Curso é uma atividade acadêmica obrigatória que consiste
na sistematização, registro e apresentação de conhecimentos culturais, científicos
e técnicos, produzidos na área do curso, como resultado do trabalho de pesquisa,
investigação científica e extensão. O PFC tem por finalidade estimular a curiosida-
de e o espírito questionador do discente, fundamentais para o desenvolvimento da
ciência.
Nessa perspectiva, você será levado a redigir um texto que aponte soluções
para um problema dentro de uma situação comum de uma empresa do ramo espe-
cífico do seu curso. Lembre-se de tudo que estudou até agora em Português Instru-
mental para elaborar um texto coerente, objetivo e que atenda às necessidades da
empresa, bem como utilizar seu conhecimento técnico e teórico nas demais discipli-
nas específicas como subsídios à elaboração da solução do problema apresentado.
Seu texto deverá conter as seguintes informações:
• Dados da empresa (nome, ramo de atuação, localização, porte, tempo de
mercado)
• Problema (causa, efeito e consequência)
• Recursos ou métodos aplicados na solução do problema (justificativa pela
escolha de tal método ou processo na solução do problema)
• Resultados obtidos (problema resolvido de imediato ou solução de efeito a
longo prazo)
Você poderá usar as sugestões abaixo selecionadas ou quaisquer outras su-
geridas pelo professor ou pela turma, desde que atenda aos requisitos citados ante-
riormente.
a) Curso Técnico em Automação – problema:
b) Curso Técnico em Mecânica – problema:
c) Curso Técnico em Edificações – problema:
d) Curso Técnico em Eletrotécnica – problema:
e) Curso Técnico em Logística – problema:
f) Curso Técnico em Segurança do Trabalho – problema:
g) Curso Técnico em Construção Naval – problema:
h) Curso Técnico em Meio Ambiente – problema:
i) Curso Técnico em Computação – problema:

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DO TRABALHO I
IMPORTANTE

Para maior credibilidade do seu trabalho, esteja atento:


Plagiarismo ou Plágio

• Cópia de trabalhos é crime previsto em lei


LEI no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: direitos autorais.
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/L9610.htm

Para evitar o plágio, leia todo material disponível e possível, con-


verse com quem domina o assunto para obter mais informações,
e use, o quanto necessário, citações e referências para evitar a
cópia e ter seu trabalho descartado e reprovado ao final do curso.

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INSTRUMENTAL
PROFESSOR AUTOR

Kátia Cilene Werneck Franklin


Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa,
Inglês, Literatura e Redação. Estudiosa da Andragogia, tendo aplicado a mes-
ma no Ensino Superior particular, no EJAEducação de Jovens e Adultos na
rede estadual de educação. Ampla experiência na área de prévestibulares
como professora de Literatura, Redação, Língua Portuguesa e coordenadora.
Atuação também como assessora de Comunicação da Prefeitura Municipal
de Jaguaré e cerimonialista municipal.
Formação acadêmica/titulação
Especialização em Didatica do Ensino Superior.
Faculdade Norte Capixaba de São Mateus.
Título: Andragogia: Aspectos motivacionais do educando.
Orientador: Charles Moreto.
Especialização em Pós Garduação em Língua inglesa.
Faculdades Integradas de Jacarepaguá, FIJ, Brasil.
Título: Análise do amor sob os pontos de vista de Shakespeare e Vinícius
de Moraes.
Orientador: Selma Aguiar.

Formação Complementar
Revisão, produção e interpretação de textos.
Universidade Vale do Rio Doce.
1998 1998
Linguagem e Literatura.
Universidade Vale do Rio Doce.
Interpretação de Textos.
Faculdades Intergradas Vale do Rio Doce.
Fonética da Língua Inglêsa.
Universidade Vale do Rio Doce.
SImpósio de Lingua Portuguesa e Literatura.
Universidade Vale do Rio Doce.

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BIBLIOGRAFIA
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construção de sentido: volume único. São Paulo: Moderna. 2006.
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. São Paulo: Edições Loyola. 2011.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. São Paulo: Saraiva,
1987.
BELTRÃO, O.; BELTRÃO, M. Correspondências: linguagem e comunicação.
São Paulo: Atlas,
1998.
BRASIL. Decreto nº 2.954, de 29 de janeiro de 1999. Estabelece regras para a
redação de atos normativos de competência dos órgãos do Poder Executivo. Diário
Oficial [da República
Federativa do Brasil], Brasília, n.36, p.4, 24 fev. 1999. Seção 1.
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20 de dezembro de 1996.
BUSUTH, M. F. Redação técnica empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark,
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CEREJA, Willian Roberto. MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: lingua-
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DEMO, Pedro. Pesquisa: princípios científicos e educativos. São Paulo: Cor-
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FEITOSA, V. C. Redação de Textos Científicos. São Paulo: Papirus, 1991
FIORIN, Jose Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e
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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática edu-
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GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. 3ª ed. São Paulo: Ática,
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KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A coesão textual. 2ª ed. São Paulo: Contex-
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MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental:
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MEDEIROS, J. B. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 17ª edi-
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SAVIANI, D. A Nova Lei de Diretrizes e Bases. In: Pro-Posições, Campinas, n.
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