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Deputados
ESTATUTO
DO IDOSO
7ª EDIÇÃO
INCLUI
Lei do Atendimento Prioritário
Política Nacional do Idoso
Lei Orgânica da Assistência Social (Loas)
Benefício de Prestação Continuada para o Idoso
Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos
dos Idosos (OEA, 2015)
Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento (Madrid, 2002)
Princípios das Nações Unidas para as Pessoas Idosas (ONU, 1991)
edições
câmara
Câmara dos
Deputados
ESTATUTO
DO IDOSO
Câmara dos Deputados
56ª
55ª Legislatura | 2019-2023
2015-2019
Presidente
Rodrigo Maia
1º Vice-Presidente
Marcos Pereira
2º Vice-Presidente
Luciano Bivar
1ª Secretária
Soraya Santos
2º Secretário
Mário Heringer
3º Secretário
Fábio Faria
4º Secretário
André Fufuca
Suplentes de Secretários
1º Suplente
Rafael Motta
2ª Suplente
Geovania de Sá
3º Suplente
Isnaldo Bulhões Jr.
4º Suplente
Assis Carvalho
Secretário-Geral da Mesa
Leonardo Augusto de Andrade Barbosa
Diretor-Geral
Sergio Sampaio Contreiras de Almeida
Câmara dos
Deputados
ESTATUTO
DO IDOSO
7ª EDIÇÃO
edições
câmara
Câmara dos Deputados
Diretoria Legislativa: Afrísio de Souza Vieira Lima Filho
Consultoria Legislativa: Rodrigo Hermeto Correa Dolabella
Centro de Documentação e Informação: André Freire da Silva
Coordenação Edições Câmara dos Deputados: Ana Lígia Mendes
Coordenação de Organização da Informação Legislativa: Frederico Silveira dos Santos
Nota do editor: as normas legais constantes desta publicação foram consultadas no Sistema de Legis-
lação Informatizada (Legin) da Câmara dos Deputados.
Título até a 4ª edição: Legislação sobre o Idoso.
2003, 1ª edição; 2006, 2ª edição; 2008, 3ª edição; 2009, 4ª edição; 2016, 5ª edição; 2017, 5ª edição, revista
e ampliada; 2018, 6ª edição.
SÉRIE
Legislação
n. 273 ebook
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação.
Bibliotecária: Mariangela Barbosa Lopes – CRB1: 1731
LEGISLAÇÃO CORRELATA
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendi- cados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos:
mento domiciliar pela perícia médica do Instituto (Caput do artigo com redação dada pela Lei nº 12.461,
Nacional do Seguro Social (INSS), pelo serviço pú- de 26/7/2011, publicada no DOU de 27/7/2011, em vigor
blico de saúde ou pelo serviço privado de saúde, 90 dias após a publicação)
contratado ou conveniado, que integre o Sistema I – autoridade policial;
Único de Saúde (SUS), para expedição do laudo II – Ministério Público;
de saúde necessário ao exercício de seus direitos III – Conselho Municipal do Idoso;
sociais e de isenção tributária. (Parágrafo acrescido IV – Conselho Estadual do Idoso;
pela Lei nº 12.896, de 18/12/2013) V – Conselho Nacional do Idoso.
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores § 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se vio-
de oitenta anos terão preferência especial sobre lência contra o idoso qualquer ação ou omissão
os demais idosos, exceto em caso de emergência. praticada em local público ou privado que lhe
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.466, de 12/7/2017) cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicoló-
gico. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.461, de 26/7/2011,
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é
publicada no DOU de 27/7/2011, em vigor 90 dias após a
assegurado o direito a acompanhante, devendo
publicação)
o órgão de saúde proporcionar as condições ade-
§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação com-
quadas para a sua permanência em tempo inte-
pulsória prevista no caput deste artigo, o disposto
gral, segundo o critério médico.
na Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. (Pará-
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saú-
grafo acrescido pela Lei nº 12.461, de 26/7/2011, publicada
de responsável pelo tratamento conceder autori-
no DOU de 27/7/2011, em vigor 90 dias após a publicação)
zação para o acompanhamento do idoso ou, no
caso de impossibilidade, justificá-la por escrito. CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas
faculdades mentais é assegurado o direito de Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura,
optar pelo tratamento de saúde que lhe for repu- esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos
tado mais favorável. e serviços que respeitem sua peculiar condição
Parágrafo único. Não estando o idoso em condi- de idade.
ções de proceder à opção, esta será feita: Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de
I – pelo curador, quando o idoso for interditado; acesso do idoso à educação, adequando currí-
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver culos, metodologias e material didático aos pro-
curador ou este não puder ser contactado em gramas educacionais a ele destinados.
tempo hábil; § 1º Os cursos especiais para idosos incluirão
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco conteúdo relativo às técnicas de comunicação,
de vida e não houver tempo hábil para consulta a computação e demais avanços tecnológicos, para
curador ou familiar; sua integração à vida moderna.
IV – pelo próprio médico, quando não houver § 2º Os idosos participarão das comemorações
curador ou familiar conhecido, caso em que de- de caráter cívico ou cultural, para transmissão de
verá comunicar o fato ao Ministério Público. conhecimentos e vivências às demais gerações,
Art. 18. As instituições de saúde devem atender no sentido da preservação da memória e da iden-
aos critérios mínimos para o atendimento às ne- tidade culturais.
cessidades do idoso, promovendo o treinamento Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos ní-
e a capacitação dos profissionais, assim como veis de ensino formal serão inseridos conteúdos
orientação a cuidadores familiares e grupos de voltados ao processo de envelhecimento, ao res-
autoajuda. peito e à valorização do idoso, de forma a eliminar
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de o preconceito e a produzir conhecimentos sobre
violência praticada contra idosos serão objeto a matéria.
de notificação compulsória pelos serviços de Art. 23. A participação dos idosos em atividades
saúde públicos e privados à autoridade sanitá- culturais e de lazer será proporcionada mediante
ria, bem como serão obrigatoriamente comuni- descontos de pelo menos 50% (cinquenta por
9
cento) nos ingressos para eventos artísticos, cul- CAPÍTULO VII
turais, esportivos e de lazer, bem como o acesso DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
preferencial aos respectivos locais. Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão
Art. 24. Os meios de comunicação manterão es- do Regime Geral da Previdência Social observarão,
paços ou horários especiais voltados aos idosos, na sua concessão, critérios de cálculo que preser-
vem o valor real dos salários sobre os quais in-
com finalidade informativa, educativa, artística e
cidiram contribuição, nos termos da legislação
cultural, e ao público sobre o processo de enve-
vigente.
lhecimento.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em
Art. 25. As instituições de educação superior ofer- manutenção serão reajustados na mesma data de
tarão às pessoas idosas, na perspectiva da edu- reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo
cação ao longo da vida, cursos e programas de com suas respectivas datas de início ou do seu
extensão, presenciais ou a distância, constituídos último reajustamento, com base em percentual
por atividades formais e não formais. (Caput do ar- definido em regulamento, observados os critérios
tigo com redação dada pela Lei nº 13.535, de 15/12/2017) estabelecidos pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de
Parágrafo único. O poder público apoiará a cria- 1991.
ção de universidade aberta para as pessoas ido- Art. 30. A perda da condição de segurado não
sas e incentivará a publicação de livros e periódi- será considerada para a concessão da aposenta-
cos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao doria por idade, desde que a pessoa conte com,
idoso, que facilitem a leitura, considerada a natu- no mínimo, o tempo de contribuição correspon-
ral redução da capacidade visual. (Parágrafo único dente ao exigido para efeito de carência na data
acrescido pela Lei nº 13.535, de 15/12/2017) de requerimento do benefício.
Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício
CAPÍTULO VI
previsto no caput observará o disposto no caput e
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO
§ 2º do art. 3º da Lei nº 9.876, de 26 de novembro
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de ati- de 1999, ou, não havendo salários de contribuição
vidade profissional, respeitadas suas condições recolhidos a partir da competência de julho de
físicas, intelectuais e psíquicas. 1994, o disposto no art. 35 da Lei nº 8.213, de 1991.
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer tra- Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a be-
balho ou emprego, é vedada a discriminação e a nefícios, efetuado com atraso por responsabili-
fixação de limite máximo de idade, inclusive para dade da Previdência Social, será atualizado pelo
concursos, ressalvados os casos em que a natu- mesmo índice utilizado para os reajustamentos
reza do cargo o exigir. dos benefícios do Regime Geral de Previdência So-
Parágrafo único. O primeiro critério de desem- cial, verificado no período compreendido entre o
pate em concurso público será a idade, dando-se mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo
preferência ao de idade mais elevada. pagamento.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1º de Maio, é a
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará pro-
data-base dos aposentados e pensionistas.
gramas de:
I – profissionalização especializada para os ido- CAPÍTULO VIII
sos, aproveitando seus potenciais e habilidades DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
para atividades regulares e remuneradas; Art. 33. A assistência social aos idosos será pres-
II – preparação dos trabalhadores para a apo- tada, de forma articulada, conforme os princípios
sentadoria, com antecedência mínima de 1 (um) e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistên-
ano, por meio de estímulo a novos projetos so- cia Social, na Política Nacional do Idoso, no Sis-
ciais, conforme seus interesses, e de esclareci- tema Único de Saúde e demais normas pertinen-
mento sobre os direitos sociais e de cidadania; tes.
III – estímulo às empresas privadas para admis- Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e
são de idosos ao trabalho. cinco) anos, que não possuam meios para prover
10
LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003
sua subsistência, nem de tê-la provida por sua fa- Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos
mília, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) ou subsidiados com recursos públicos, o idoso
salário mínimo, nos termos da Lei Orgânica da goza de prioridade na aquisição de imóvel para
Assistência Social (Loas). moradia própria, observado o seguinte:
Parágrafo único. O benefício já concedido a I – reserva de pelo menos 3% (três por cen-
qualquer membro da família nos termos do caput to) das unidades habitacionais residenciais para
não será computado para os fins do cálculo da atendimento aos idosos; (Inciso com redação dada
renda familiar per capita a que se refere a Loas. pela Lei nº 12.418, de 9/6/2011)
II – implantação de equipamentos urbanos co-
Art. 35. Todas as entidades de longa permanên-
munitários voltados ao idoso;
cia, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato
III – eliminação de barreiras arquitetônicas
de prestação de serviços com a pessoa idosa abri-
e urbanísticas, para garantia de acessibilidade
gada.
ao idoso;
§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou
IV – critérios de financiamento compatíveis com
casa-lar, é facultada a cobrança de participação
os rendimentos de aposentadoria e pensão.
do idoso no custeio da entidade.
Parágrafo único. As unidades residenciais reser-
§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conse-
vadas para atendimento a idosos devem situar-se,
lho Municipal da Assistência Social estabelecerá
preferencialmente, no pavimento térreo. (Parágrafo
a forma de participação prevista no § 1º, que não
único acrescido pela Lei nº 12.419, de 9/6/2011)
poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qual-
quer benefício previdenciário ou de assistência CAPÍTULO X
social percebido pelo idoso.
DO TRANSPORTE
§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos
representante legal firmar o contrato a que se re- fica assegurada a gratuidade dos transportes cole-
fere o caput deste artigo. tivos públicos urbanos e semiurbanos, exceto nos
serviços seletivos e especiais, quando prestados
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de
paralelamente aos serviços regulares.
risco social, por adulto ou núcleo familiar, carac-
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o
teriza a dependência econômica, para os efeitos
idoso apresente qualquer documento pessoal
legais.
que faça prova de sua idade.
CAPÍTULO IX § 2º Nos veículos de transporte coletivo de que
DA HABITAÇÃO trata este artigo, serão reservados 10% (dez por
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no cento) dos assentos para os idosos, devidamente
seio da família natural ou substituta, ou desacom- identificados com a placa de reservado preferen-
panhado de seus familiares, quando assim o de- cialmente para idosos.
sejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada. § 3º No caso das pessoas compreendidas na
§ 1º A assistência integral na modalidade de faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e
entidade de longa permanência será prestada cinco) anos, ficará a critério da legislação local dis-
quando verificada inexistência de grupo familiar, por sobre as condições para exercício da gratui-
casa-lar, abandono ou carência de recursos finan- dade nos meios de transporte previstos no caput
ceiros próprios ou da família. deste artigo.
§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento Art. 40. No sistema de transporte coletivo inte-
ao idoso fica obrigada a manter identificação restadual observar-se-á, nos termos da legislação
externa visível, sob pena de interdição, além de específica:
atender toda a legislação pertinente. I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são veículo para idosos com renda igual ou inferior a
obrigadas a manter padrões de habitação com- 2 (dois) salários mínimos;
patíveis com as necessidades deles, bem como II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no
provê-los com alimentação regular e higiene in- mínimo, no valor das passagens, para os idosos
dispensáveis às normas sanitárias e com estas que excederem as vagas gratuitas, com renda
condizentes, sob as penas da lei. igual ou inferior a 2 (dois) salários mínimos.
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Parágrafo único. Caberá aos órgãos competen- TÍTULO IV
tes definir os mecanismos e os critérios para o DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO
exercício dos direitos previstos nos incisos I e II. CAPÍTULO I
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, DISPOSIÇÕES GERAIS
nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento) Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-
das vagas nos estacionamentos públicos e priva- -se-á por meio do conjunto articulado de ações
dos, as quais deverão ser posicionadas de forma governamentais e não governamentais da União,
a garantir a melhor comodidade ao idoso. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segu- Art. 47. São linhas de ação da política de aten-
rança do idoso nos procedimentos de embar- dimento:
que e desembarque nos veículos do sistema de I – políticas sociais básicas, previstas na Lei
transporte coletivo. (Artigo com redação dada pela Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994;
nº 12.899, de 18/12/2013) II – políticas e programas de assistência social,
TÍTULO III em caráter supletivo, para aqueles que necessi-
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO tarem;
CAPÍTULO I III – serviços especiais de prevenção e atendi-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS mento às vítimas de negligência, maus-tratos, ex-
ploração, abuso, crueldade e opressão;
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são apli-
IV – serviço de identificação e localização de pa-
cáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta
rentes ou responsáveis por idosos abandonados
Lei forem ameaçados ou violados:
em hospitais e instituições de longa permanência;
I – por ação ou omissão da sociedade ou do
V – proteção jurídico-social por entidades de
Estado;
defesa dos direitos dos idosos;
II – por falta, omissão ou abuso da família, cura-
VI – mobilização da opinião pública no sentido
dor ou entidade de atendimento;
da participação dos diversos segmentos da socie-
III – em razão de sua condição pessoal.
dade no atendimento do idoso.
CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso pre-
vistas nesta Lei poderão ser aplicadas, isolada Art. 48. As entidades de atendimento são respon-
ou cumulativamente, e levarão em conta os fins sáveis pela manutenção das próprias unidades,
sociais a que se destinam e o fortalecimento dos observadas as normas de planejamento e exe-
vínculos familiares e comunitários. cução emanadas do órgão competente da Polí-
tica Nacional do Idoso, conforme a Lei nº 8.842,
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses pre-
de 1994.
vistas no art. 43, o Ministério Público ou o Poder
Parágrafo único. As entidades governamentais
Judiciário, a requerimento daquele, poderá deter-
e não governamentais de assistência ao idoso fi-
minar, dentre outras, as seguintes medidas:
cam sujeitas à inscrição de seus programas, jun-
I – encaminhamento à família ou curador, me-
diante termo de responsabilidade; to ao órgão competente da Vigilância Sanitária
II – orientação, apoio e acompanhamento tem- e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua
porários; falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da
III – requisição para tratamento de sua saúde, Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendi-
em regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar; mento, observados os seguintes requisitos:
IV – inclusão em programa oficial ou comunitá- I – oferecer instalações físicas em condições
rio de auxílio, orientação e tratamento a usuários adequadas de habitabilidade, higiene, salubri-
dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao pró- dade e segurança;
prio idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe II – apresentar objetivos estatutários e plano de
cause perturbação; trabalho compatíveis com os princípios desta Lei;
V – abrigo em entidade; III – estar regularmente constituída;
VI – abrigo temporário. IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
12
LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003
Art. 49. As entidades que desenvolvam progra- exercício da cidadania àqueles que não os tive-
mas de institucionalização de longa permanência rem, na forma da lei;
adotarão os seguintes princípios: XIV – fornecer comprovante de depósito dos
I – preservação dos vínculos familiares; bens móveis que receberem dos idosos;
II – atendimento personalizado e em pequenos XV – manter arquivo de anotações onde cons-
grupos; tem data e circunstâncias do atendimento, nome
III – manutenção do idoso na mesma instituição, do idoso, responsável, parentes, endereços, ci-
salvo em caso de força maior; dade, relação de seus pertences, bem como o
IV – participação do idoso nas atividades comu- valor de contribuições, e suas alterações, se hou-
nitárias, de caráter interno e externo; ver, e demais dados que possibilitem sua identifi-
V – observância dos direitos e garantias dos cação e a individualização do atendimento;
idosos; XVI – comunicar ao Ministério Público, para as
VI – preservação da identidade do idoso e ofe- providências cabíveis, a situação de abandono
recimento de ambiente de respeito e dignidade. moral ou material por parte dos familiares;
Parágrafo único. O dirigente de instituição pres- XVII – manter no quadro de pessoal profissio-
tadora de atendimento ao idoso responderá civil nais com formação específica.
e criminalmente pelos atos que praticar em de- Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins
trimento do idoso, sem prejuízo das sanções ad- lucrativos prestadoras de serviço ao idoso terão
ministrativas. direito à assistência judiciária gratuita.
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de
CAPÍTULO III
atendimento: DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES
I – celebrar contrato escrito de prestação de ser- DE ATENDIMENTO
viço com o idoso, especificando o tipo de atendi-
Art. 52. As entidades governamentais e não go-
mento, as obrigações da entidade e prestações
vernamentais de atendimento ao idoso serão fis-
decorrentes do contrato, com os respectivos pre-
calizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Pú-
ços, se for o caso;
blico, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
II – observar os direitos e as garantias de que
[...]
são titulares os idosos;
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, Art. 54. Será dada publicidade das prestações de
e alimentação suficiente; contas dos recursos públicos e privados recebidos
IV – oferecer instalações físicas em condições pelas entidades de atendimento.
adequadas de habitabilidade; Art. 55. As entidades de atendimento que des-
V – oferecer atendimento personalizado; cumprirem as determinações desta Lei ficarão
VI – diligenciar no sentido da preservação dos sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil
vínculos familiares; e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às
VII – oferecer acomodações apropriadas para seguintes penalidades, observado o devido pro-
recebimento de visitas; cesso legal:
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme I – as entidades governamentais:
a necessidade do idoso; a) advertência;
IX – promover atividades educacionais, espor- b) afastamento provisório de seus dirigentes;
tivas, culturais e de lazer; c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
X – propiciar assistência religiosa àqueles que d) fechamento de unidade ou interdição de
desejarem, de acordo com suas crenças; programa;
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada II – as entidades não governamentais:
caso; a) advertência;
XII – comunicar à autoridade competente de b) multa;
saúde toda ocorrência de idoso portador de doen- c) suspensão parcial ou total do repasse de ver-
ças infectocontagiosas; bas públicas;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério d) interdição de unidade ou suspensão de pro-
Público requisite os documentos necessários ao grama;
13
e) proibição de atendimento a idosos a bem do Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)
interesse público. a R$ 1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser es-
§ 1º Havendo danos aos idosos abrigados ou tipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo
qualquer tipo de fraude em relação ao programa, idoso.
caberá o afastamento provisório dos dirigentes
ou a interdição da unidade e a suspensão do pro- CAPÍTULO V
grama.
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO
ÀS NORMAS DE PROTEÇÃO AO IDOSO
§ 2º A suspensão parcial ou total do repasse de
verbas públicas ocorrerá quando verificada a má Art. 59. Os valores monetários expressos no Ca-
aplicação ou desvio de finalidade dos recursos. pítulo IV serão atualizados anualmente, na forma
§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de da lei.
atendimento, que coloque em risco os direitos as-
Art. 60. O procedimento para a imposição de pe-
segurados nesta Lei, será o fato comunicado ao
nalidade administrativa por infração às normas
Ministério Público, para as providências cabíveis,
inclusive para promover a suspensão das ativida- de proteção ao idoso terá início com requisição do
des ou dissolução da entidade, com a proibição Ministério Público ou auto de infração elaborado
de atendimento a idosos a bem do interesse pú- por servidor efetivo e assinado, se possível, por
blico, sem prejuízo das providências a serem to- duas testemunhas.
madas pela Vigilância Sanitária. § 1º No procedimento iniciado com o auto de
§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consi- infração poderão ser usadas fórmulas impressas,
deradas a natureza e a gravidade da infração co- especificando-se a natureza e as circunstâncias
metida, os danos que dela provierem para o idoso, da infração.
as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infra-
antecedentes da entidade.
ção seguir-se-á a lavratura do auto, ou este será
CAPÍTULO IV lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
motivo justificado.
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para
cumprir as determinações do art. 50 desta Lei:
a apresentação da defesa, contado da data da in-
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a
timação, que será feita:
R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato não for carac-
terizado como crime, podendo haver a interdição I – pelo autuante, no instrumento de autuação,
do estabelecimento até que sejam cumpridas as quando for lavrado na presença do infrator;
exigências legais. II – por via postal, com aviso de recebimento.
Parágrafo único. No caso de interdição do es- Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do
tabelecimento de longa permanência, os idosos
idoso, a autoridade competente aplicará à enti-
abrigados serão transferidos para outra institui-
dade de atendimento as sanções regulamentares,
ção, a expensas do estabelecimento interditado,
sem prejuízo da iniciativa e das providências que
enquanto durar a interdição.
vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o res-
pelas demais instituições legitimadas para a fis-
ponsável por estabelecimento de saúde ou insti-
calização.
tuição de longa permanência de comunicar à au-
toridade competente os casos de crimes contra Art. 63. Nos casos em que não houver risco para
idoso de que tiver conhecimento: a vida ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a au-
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a toridade competente aplicará à entidade de aten-
R$ 3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro no dimento as sanções regulamentares, sem prejuízo
caso de reincidência. da iniciativa e das providências que vierem a ser
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais
Lei sobre a prioridade no atendimento ao idoso: instituições legitimadas para a fiscalização.
14
LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003
CAPÍTULO VI TÍTULO V
DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES DO ACESSO À JUSTIÇA
EM ENTIDADE DE ATENDIMENTO
CAPÍTULO I
Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao proce- DISPOSIÇÕES GERAIS
dimento administrativo de que trata este Capítulo Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposi-
as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto ções deste Capítulo, o procedimento sumário pre-
de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999. visto no Código de Processo Civil, naquilo que não
contrarie os prazos previstos nesta Lei.
Art. 65. O procedimento de apuração de irregu-
laridade em entidade governamental e não go- Art. 70. O Poder Público poderá criar varas espe-
cializadas e exclusivas do idoso.
vernamental de atendimento ao idoso terá início
mediante petição fundamentada de pessoa inte- Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação
ressada ou iniciativa do Ministério Público. dos processos e procedimentos e na execução
dos atos e diligências judiciais em que figure
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autori- como parte ou interveniente pessoa com idade
dade judiciária, ouvido o Ministério Público, de- igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qual-
cretar liminarmente o afastamento provisório do quer instância.
dirigente da entidade ou outras medidas que jul- § 1º O interessado na obtenção da prioridade a
gar adequadas, para evitar lesão aos direitos do que alude este artigo, fazendo prova de sua idade,
idoso, mediante decisão fundamentada. requererá o benefício à autoridade judiciária com-
petente para decidir o feito, que determinará as
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para,
providências a serem cumpridas, anotando-se
no prazo de 10 (dez) dias, oferecer resposta es- essa circunstância em local visível nos autos do
crita, podendo juntar documentos e indicar as processo.
provas a produzir. § 2º A prioridade não cessará com a morte do
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge
na conformidade do art. 69 ou, se necessário, de- supérstite, companheiro ou companheira, com
união estável, maior de 60 (sessenta) anos.
signará audiência de instrução e julgamento, deli-
§ 3º A prioridade se estende aos processos e
berando sobre a necessidade de produção de ou-
procedimentos na Administração Pública, em-
tras provas.
presas prestadoras de serviços públicos e insti-
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as par- tuições financeiras, ao atendimento preferencial
tes e o Ministério Público terão 5 (cinco) dias para junto à Defensoria Publica da União, dos Estados
oferecer alegações finais, decidindo a autoridade e do Distrito Federal em relação aos Serviços de
judiciária em igual prazo. Assistência Judiciária.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório § 4º Para o atendimento prioritário será garan-
ou definitivo de dirigente de entidade governa- tido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas,
mental, a autoridade judiciária oficiará a autori- identificados com a destinação a idosos em local
dade administrativa imediatamente superior ao visível e caracteres legíveis.
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á
afastado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro)
prioridade especial aos maiores de oitenta anos.
horas para proceder à substituição.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.466, de 12/7/2017)
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a
autoridade judiciária poderá fixar prazo para a re- CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
moção das irregularidades verificadas. Satisfeitas
as exigências, o processo será extinto, sem julga- Art. 72. (Vetado)
mento do mérito. Art. 73. As funções do Ministério Público, previs-
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao tas nesta Lei, serão exercidas nos termos da res-
dirigente da entidade ou ao responsável pelo pro- pectiva Lei Orgânica.
grama de atendimento. Art. 74. Compete ao Ministério Público:
15
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pú- a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo
blica para a proteção dos direitos e interesses dispuser a lei.
difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e § 2º As atribuições constantes deste artigo não
individuais homogêneos do idoso; excluem outras, desde que compatíveis com a fi-
II – promover e acompanhar as ações de ali- nalidade e atribuições do Ministério Público.
mentos, de interdição total ou parcial, de desig- § 3º O representante do Ministério Público, no
nação de curador especial, em circunstâncias que exercício de suas funções, terá livre acesso a toda
justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos entidade de atendimento ao idoso.
em que se discutam os direitos de idosos em con- Art. 75. Nos processos e procedimentos em que
dições de risco; não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministé-
III – atuar como substituto processual do ido- rio Público na defesa dos direitos e interesses de
so em situação de risco, conforme o disposto no que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista
art. 43 desta Lei; dos autos depois das partes, podendo juntar do-
IV – promover a revogação de instrumento pro- cumentos, requerer diligências e produção de ou-
curatório do idoso, nas hipóteses previstas no tras provas, usando os recursos cabíveis.
art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interes-
se público justificar; Art. 76. A intimação do Ministério Público, em
V – instaurar procedimento administrativo e, qualquer caso, será feita pessoalmente.
para instruí-lo: Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Pú-
a) expedir notificações, colher depoimentos ou blico acarreta a nulidade do feito, que será decla-
esclarecimentos e, em caso de não compareci- rada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qual-
mento injustificado da pessoa notificada, requi- quer interessado.
sitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Ci-
CAPÍTULO III
vil ou Militar; DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES
b) requisitar informações, exames, perícias e do- DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS
cumentos de autoridades municipais, estaduais e INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS
federais, da administração direta e indireta, bem Art. 78. As manifestações processuais do repre-
como promover inspeções e diligências investiga- sentante do Ministério Público deverão ser fun-
tórias; damentadas.
c) requisitar informações e documentos parti-
culares de instituições privadas; Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligên- ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
cias investigatórias e a instauração de inquérito assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao
policial, para a apuração de ilícitos ou infrações oferecimento insatisfatório de:
às normas de proteção ao idoso; I – acesso às ações e serviços de saúde;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e ga- II – atendimento especializado ao idoso por-
rantias legais assegurados ao idoso, promovendo tador de deficiência ou com limitação incapaci-
as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis; tante;
VIII – inspecionar as entidades públicas e par- III – atendimento especializado ao idoso porta-
ticulares de atendimento e os programas de que dor de doença infectocontagiosas;
trata esta Lei, adotando de pronto as medidas ad- IV – serviço de assistência social visando ao am-
ministrativas ou judiciais necessárias à remoção paro do idoso.
de irregularidades porventura verificadas; Parágrafo único. As hipóteses previstas neste
IX – requisitar força policial, bem como a cola- artigo não excluem da proteção judicial outros
boração dos serviços de saúde, educacionais e de interesses difusos, coletivos, individuais indispo-
assistência social, públicos, para o desempenho níveis ou homogêneos, próprios do idoso, prote-
de suas atribuições; gidos em lei.
X – referendar transações envolvendo interes- Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão
ses e direitos dos idosos previstos nesta Lei. propostas no foro do domicílio do idoso, cujo
§ 1º A legitimação do Ministério Público para juízo terá competência absoluta para processar
as ações cíveis previstas neste artigo não impede a causa, ressalvadas as competências da Justiça
16
LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003
Federal e a competência originária dos Tribunais mas será devida desde o dia em que se houver
Superiores. configurado.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interes- Art. 84. Os valores das multas previstas nesta
ses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou Lei reverterão ao Fundo do Idoso, onde houver,
homogêneos, consideram-se legitimados, concor- ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assis-
rentemente: tência Social, ficando vinculados ao atendimen-
I – o Ministério Público; to ao idoso.
II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Parágrafo único. As multas não recolhidas até
Municípios; 30 (trinta) dias após o trânsito em julgado da de-
III – a Ordem dos Advogados do Brasil; cisão serão exigidas por meio de execução promo-
IV – as associações legalmente constituídas há vida pelo Ministério Público, nos mesmos autos,
pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre os fins facultada igual iniciativa aos demais legitimados
institucionais a defesa dos interesses e direitos da em caso de inércia daquele.
pessoa idosa, dispensada a autorização da assem-
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo
bleia, se houver prévia autorização estatutária.
aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre
os Ministérios Públicos da União e dos Estados Art. 86. Transitada em julgado a sentença que
na defesa dos interesses e direitos de que cuida impuser condenação ao Poder Público, o juiz de-
esta Lei. terminará a remessa de peças à autoridade com-
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da petente, para apuração da responsabilidade civil
ação por associação legitimada, o Ministério e administrativa do agente a que se atribua a ação
Público ou outro legitimado deverá assumir a ti- ou omissão.
tularidade ativa. Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos pro- em julgado da sentença condenatória favorável
tegidos por esta Lei, são admissíveis todas as es- ao idoso sem que o autor lhe promova a execução,
pécies de ação pertinentes. deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada,
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos igual iniciativa aos demais legitimados, como as-
de autoridade pública ou agente de pessoa jurí- sistentes ou assumindo o polo ativo, em caso de
dica no exercício de atribuições de Poder Público, inércia desse órgão.
que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não
caberá ação mandamental, que se regerá pelas haverá adiantamento de custas, emolumentos,
normas da lei do mandado de segurança. honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cum- Parágrafo único. Não se imporá sucumbência
primento de obrigação de fazer ou não fazer, o ao Ministério Público.
juiz concederá a tutela específica da obrigação Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor de-
ou determinará providências que assegurem o verá, provocar a iniciativa do Ministério Público,
resultado prático equivalente ao adimplemento. prestando-lhe informações sobre os fatos que
§ 1º Sendo relevante o fundamento da deman- constituam objeto de ação civil e indicando-lhe
da e havendo justificado receio de ineficácia do os elementos de convicção.
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tute-
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e
la liminarmente ou após justificação prévia, na
tribunais, no exercício de suas funções, quando
forma do art. 273 do Código de Processo Civil.
tiverem conhecimento de fatos que possam confi-
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1º ou na
gurar crime de ação pública contra idoso ou ense-
sentença, impor multa diária ao réu, independen-
jar a propositura de ação para sua defesa, devem
temente do pedido do autor, se for suficiente ou
encaminhar as peças pertinentes ao Ministério
compatível com a obrigação, fixando prazo razoá-
vel para o cumprimento do preceito. Público, para as providências cabíveis.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trân- Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessa-
sito em julgado da sentença favorável ao autor, do poderá requerer às autoridades competentes
17
as certidões e informações que julgar necessárias, CAPÍTULO II
que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias. DOS CRIMES EM ESPÉCIE
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação
penal pública incondicionada, não se lhes apli-
sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
cando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
qualquer pessoa, organismo público ou particular,
certidões, informações, exames ou perícias, no Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou
prazo que assinalar, o qual não poderá ser infe- dificultando seu acesso a operações bancárias,
aos meios de transporte, ao direito de contratar ou
rior a 10 (dez) dias.
por qualquer outro meio ou instrumento necessá-
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas
rio ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
todas as diligências, se convencer da inexistência
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
de fundamento para a propositura da ação civil e multa.
ou de peças informativas, determinará o seu ar- § 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar,
quivamento, fazendo-o fundamentadamente. humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa ido-
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de in- sa, por qualquer motivo.
formação arquivados serão remetidos, sob pena § 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço)
de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou res-
dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ponsabilidade do agente.
ou à Câmara de Coordenação e Revisão do Minis- Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso,
tério Público. quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em si-
§ 3º Até que seja homologado ou rejeitado o tuação de iminente perigo, ou recusar, retardar
arquivamento, pelo Conselho Superior do Minis- ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa
tério Público ou por Câmara de Coordenação e causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de
Revisão do Ministério Público, as associações le- autoridade pública:
gitimadas poderão apresentar razões escritas ou Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
documentos, que serão juntados ou anexados às e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de me-
peças de informação.
tade, se da omissão resulta lesão corporal de na-
§ 4º Deixando o Conselho Superior ou a Câma-
tureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
ra de Coordenação e Revisão do Ministério Públi-
co de homologar a promoção de arquivamento, Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de
será designado outro membro do Ministério Pú- saúde, entidades de longa permanência, ou con-
gêneres, ou não prover suas necessidades básicas,
blico para o ajuizamento da ação.
quando obrigado por lei ou mandado:
TÍTULO VI Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três)
DOS CRIMES anos e multa.
CAPÍTULO I Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde,
DISPOSIÇÕES GERAIS física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a con-
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que cou- dições desumanas ou degradantes ou privando-o
ber, as disposições da Lei nº 7.347, de 24 de julho de alimentos e cuidados indispensáveis, quando
de 1985. obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho ex-
cessivo ou inadequado:
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano
máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 e multa.
(quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto § 1º Se do fato resulta lesão corporal de natu-
na Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, sub- reza grave:
sidiariamente, no que couber, as disposições do Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Código Penal e do Código de Processo Penal. § 2º Se resulta a morte:
18
LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. de administração de bens ou deles dispor livre-
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de mente:
6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa: Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a
público por motivo de idade; doar, contratar, testar ou outorgar procuração:
II – negar a alguém, por motivo de idade, em- Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
prego ou trabalho;
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento
idosa sem discernimento de seus atos, sem a de-
ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa
vida representação legal:
causa, a pessoa idosa;
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem
justo motivo, a execução de ordem judicial expe- TÍTULO VII
dida na ação civil a que alude esta Lei; DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do represen-
indispensáveis à propositura da ação civil objeto tante do Ministério Público ou de qualquer outro
desta Lei, quando requisitados pelo Ministério agente fiscalizador:
Público. Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, e multa.
sem justo motivo, a execução de ordem judicial [...]
expedida nas ações em que for parte ou interve- Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social des-
niente o idoso: tinará ao Fundo Nacional de Assistência Social,
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano até que o Fundo Nacional do Idoso seja criado,
e multa. os recursos necessários, em cada exercício finan-
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, pro- ceiro, para aplicação em programas e ações rela-
ventos, pensão ou qualquer outro rendimento tivos ao idoso.
do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua Art. 116. Serão incluídos nos censos demográ-
finalidade: ficos dados relativos à população idosa do País.
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos
e multa. Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Con-
gresso Nacional projeto de lei revendo os crité-
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanên-
rios de concessão do Benefício de Prestação Con-
cia do idoso, como abrigado, por recusa deste em
tinuada previsto na Lei Orgânica da Assistência
outorgar procuração à entidade de atendimento:
Social, de forma a garantir que o acesso ao di-
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
reito seja condizente com o estágio de desenvol-
e multa.
vimento socioeconômico alcançado pelo País.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta ban-
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90
cária relativa a benefícios, proventos ou pensão
(noventa) dias da sua publicação, ressalvado o
do idoso, bem como qualquer outro documento
com objetivo de assegurar recebimento ou ressar- disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir
cimento de dívida: de 1º de janeiro de 2004.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) Brasília, 1º de outubro de 2003; 182º da
anos e multa. Independência e 115º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de
Márcio Thomaz Bastos
comunicação, informações ou imagens deprecia- Antonio Palocci Filho
tivas ou injuriosas à pessoa do idoso: Rubem Fonseca Filho
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos Humberto Sérgio Costa Lima
e multa. Guido Mantega
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimen- Benedita Souza da Silva Sampaio
to de seus atos a outorgar procuração para fins Álvaro Augusto Ribeiro Costa
19
LEGISLAÇÃO CORRELATA PRINCÍPIOS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA
AS PESSOAS IDOSAS (ONU, 1991)
(Adotados pela Resolução da Assembleia Geral das
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
Nações Unidas nº 46, de 16/12/1991)
FEDERATIVA DO BRASIL
(Publicada no DOU de 5/10/1988) A Assembleia Geral,
[Dispositivos constitucionais referentes à Apreciando a contribuição dada pelas pessoas
pessoa idosa.] idosas às suas sociedades,
[...] Reconhecendo que, na Carta das Nações Unidas,
TÍTULO VIII os povos das Nações Unidas se declaram, nomea-
DA ORDEM SOCIAL damente, decididos a reafirmar a fé nos direitos
[...] humanos fundamentais, na dignidade e no valor
CAPÍTULO II da pessoa humana, na igualdade de direitos dos
DA SEGURIDADE SOCIAL homens e das mulheres, assim como das nações,
[...] grandes e pequenas, e a promover o progresso
Seção IV social e melhores condições de vida dentro de um
Da Assistência Social conceito mais amplo de liberdade,
Observando o desenvolvimento desses direitos
Art. 203. A assistência social será prestada a quem
na Declaração Universal dos Direitos do Homem,
dela necessitar, independentemente de contribui-
no Pacto Internacional sobre os Direitos Econô-
ção à seguridade social, e tem por objetivos:
micos, Sociais e Culturais, no Pacto Internacional
I – a proteção à família, à maternidade, à infân-
sobre os Direitos Civis e Políticos e em outras de-
cia, à adolescência e à velhice;
clarações com vista a garantir a aplicação de nor-
[...]
mas universais a grupos concretos,
V – a garantia de um salário mínimo de bene-
Em conformidade com o Plano de Ação Inter-
fício mensal à pessoa portadora de deficiência e
nacional sobre os Idosos, adotado pela Assem-
ao idoso que comprovem não possuir meios de
bleia Mundial sobre os Idosos e endossado pela
prover à própria manutenção ou de tê-la provida
Assembleia Geral na sua Resolução nº 37/51, de 3
por sua família, conforme dispuser a lei.
de dezembro de 1982,
[...]
Reconhecendo a enorme diversidade na situa-
CAPÍTULO VII ção das pessoas idosas, não apenas entre os vá-
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO rios países, mas também dentro do mesmo país
ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO
e entre indivíduos, a qual exige uma série de dife-
(Denominação do capítulo com redação dada pela
rentes respostas políticas,
Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
Consciente de que, em todos os países, as pes-
[...]
soas estão a atingir uma idade avançada em maior
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e número e em melhor estado de saúde do que al-
educar os filhos menores, e os filhos maiores têm guma vez sucedeu,
o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, Consciente dos estudos científicos que contra-
carência ou enfermidade. riam muitos estereótipos sobre declínios inevitá-
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o veis e irreversíveis com a idade,
dever de amparar as pessoas idosas, assegurando Convencida de que, num mundo caracterizado
sua participação na comunidade, defendendo sua por um número e uma percentagem crescentes de
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito pessoas idosas, deverão ser dadas oportunidades
à vida. para que as pessoas idosas capazes, e que o dese-
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão jem fazer, participem nas atividades em curso da
executados preferencialmente em seus lares. sociedade e contribuam para as mesmas,
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é Tendo presente que as dificuldades da vida fa-
garantida a gratuidade dos transportes coletivos miliar nos países desenvolvidos e em desenvolvi-
urbanos. mento exigem que os que prestam assistência às
[...] pessoas idosas frágeis recebam apoio,
20
PLANO DE AÇÃO INTERNACIONAL SOBRE O ENVELHECIMENTO (MADRID, 2002)
Tendo presentes as normas já estabelecidas 12. Os idosos devem ter acesso a serviços so-
pelo Plano de Ação Internacional sobre os Idosos ciais e jurídicos que reforcem a respectiva auto-
e as convenções, recomendações e resoluções da nomia, proteção e assistência.
Organização Internacional do Trabalho, da Orga- 13. Os idosos devem ter a possibilidade de uti-
nização Mundial de Saúde e de outros organismos lizar meios adequados de assistência em meio
das Nações Unidas, institucional que lhes proporcionem proteção,
Encoraja os governos a incorporar os seguintes reabilitação e estimulação social e mental numa
princípios nos seus programas nacionais, sempre atmosfera humana e segura.
que possível: 14. Os idosos devem ter a possibilidade de gozar
Independência os direitos humanos e liberdades fundamentais
1. Os idosos devem ter acesso a alimentação, quando residam em qualquer lar ou instituição
água, alojamento, vestuário e cuidados de saúde de assistência ou tratamento, incluindo a garantia
adequados, através da garantia de rendimentos, do pleno respeito da sua dignidade, convicções,
do apoio familiar e comunitário e da autoajuda. necessidades e privacidade e do direito de tomar
2. Os idosos devem ter a possibilidade de traba- decisões acerca do seu cuidado e da qualidade
lhar ou de ter acesso a outras fontes de rendimento. das suas vidas.
3. Os idosos devem ter a possibilidade de par- Realização pessoal
ticipar na decisão que determina quando e a que 15. Os idosos devem ter a possibilidade de pro-
ritmo tem lugar a retirada da vida ativa. curar oportunidades com vista ao pleno desenvol-
4. Os idosos devem ter acesso a programas ade- vimento do seu potencial.
quados de educação e formação.
16. Os idosos devem ter acesso aos recursos
5. Os idosos devem ter a possibilidade de viver
educativos, culturais, espirituais e recreativos da
em ambientes que sejam seguros e adaptáveis
sociedade.
às suas preferências pessoais e capacidades em
transformação. Dignidade
6. Os idosos devem ter a possibilidade de resi- 17. Os idosos devem ter a possibilidade de viver
dir no seu domicílio tanto tempo quanto possível. com dignidade e segurança, sem serem explora-
dos ou maltratados física ou mentalmente.
Participação
18. Os idosos devem ser tratados de forma justa,
7. Os idosos devem permanecer integrados na
independentemente da sua idade, género, origem
sociedade, participar ativamente na formulação
racial ou étnica, deficiência ou outra condição, e
e execução de políticas que afetem diretamente o
ser valorizados independentemente da sua con-
seu bem-estar e partilhar os seus conhecimentos
tribuição econômica.
e aptidões com as gerações mais jovens.
8. Os idosos devem ter a possibilidade de pro-
PLANO DE AÇÃO INTERNACIONAL
curar e desenvolver oportunidades para prestar
SOBRE O ENVELHECIMENTO
serviços à comunidade e para trabalhar como vo-
(MADRID, 2002)
luntários em tarefas adequadas aos seus interes-
(Estabelecido na Segunda Assembleia Mundial sobre
ses e capacidades.
Envelhecimento, realizada em Madrid, na Espanha, de 8
9. Os idosos devem ter a possibilidade de cons-
a 12 de abril de 2002)
tituir movimentos ou associações de idosos.
A. DECLARAÇÃO POLÍTICA
Assistência
10. Os idosos devem beneficiar dos cuidados e Artigo 1º
da proteção da família e da comunidade em con- Nós, representantes dos governos, reunidos na
formidade com o sistema de valores culturais de II Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento,
cada sociedade. celebrada em Madri, decidimos adotar um Plano
11. Os idosos devem ter acesso a cuidados de de Ação Internacional sobre o Envelhecimento
saúde que os ajudem a manter ou a readquirir um para responder às oportunidades que oferece e
nível óptimo de bem-estar físico, mental e emo- aos desafios feitos pelo envelhecimento da popu-
cional e que previnam ou atrasem o surgimento lação no século XXI e para promover o desenvol-
de doenças. vimento de uma sociedade para todas as idades.
21
No marco desse Plano de Ação, resolvemos adotar Artigo 5º
medidas em todos os níveis, nacional e interna- Reafirmamos o compromisso de não limitar
cional, em três direções prioritárias: idosos e de- esforços para promover a democracia, reforçar
senvolvimento, promoção da saúde e bem-estar o estado de direito e favorecer a igualdade entre
na velhice e, ainda, criação de um ambiente pro- homens e mulheres, assim como promover e pro-
pício e favorável. teger os direitos humanos e as liberdades funda-
Artigo 2º mentais, inclusive o direito ao desenvolvimento.
Celebramos o aumento da expectativa de vida Comprometemo-nos a eliminar todas as for-
em muitas regiões do mundo como uma das maio- mas de discriminação, entre outras, a discrimi-
res conquistas da humanidade. Reconhecemos nação por motivos de idade. Reconhecemos tam-
que o mundo está passando por uma transfor- bém que as pessoas, à medida que envelhecem,
mação demográfica sem precedentes e que daqui devem desfrutar de uma vida plena, com saúde,
a 2050, o número de pessoas acima de sessenta segurança e participação ativa na vida econômica,
anos aumentará de 600 milhões a quase 2 bilhões, social, cultural e política de suas sociedades. Esta-
e se prevê a duplicação do percentual de pessoas mos decididos a aumentar o reconhecimento da
de sessenta anos ou mais, passando de 10% para dignidade dos idosos e a eliminar todas as formas
21%. Esse incremento será maior e mais rápido de abandono, abuso e violência.
nos países em desenvolvimento, onde se prevê Artigo 6º
que a população idosa se multiplique por quatro O mundo moderno possui riqueza e capaci-
nos próximos cinquenta anos. Essa transforma- dade tecnológica sem precedentes e nos dá ex-
ção demográfica apresentará para toda a socie- traordinárias oportunidades: capacitar homens e
dade o desafio de aumentar as oportunidades das mulheres para chegar à velhice com mais saúde
pessoas, particularmente as oportunidades de os e desfrutando de um bem-estar mais pleno; bus-
idosos aproveitar ao máximo suas capacidades car a inclusão e a participação total dos idosos nas
de participação em todos os aspectos da vida. sociedades; permitir que os idosos contribuam
Artigo 3º mais eficazmente para suas comunidades e para o
Reiteramos o compromisso contraído por nos- desenvolvimento de suas sociedades, e melhorar
sos chefes de estado e de governo nas principais constantemente os cuidados e o apoio prestados
conferências e cúpulas das Nações Unidas, em às pessoas idosas que deles necessitam. Reconhe-
seus processos de seguimento, e na Declaração cemos que é necessária uma ação acordada para
do Milênio, com respeito à promoção de ambien- transformar as oportunidades e a qualidade de
tes internacionais e nacionais que promovam o vida de homens e mulheres, à medida que enve-
estabelecimento de uma sociedade para todas as lhecem e para assegurar o sustento de seus siste-
idades. Reafirmamos ainda os princípios e as re- mas de ajuda, construindo assim o fundamento
comendações contidos no Plano de Ação Interna- de uma sociedade para todas as idades. Quando o
cional sobre o Envelhecimento, feito pela Assem- envelhecimento é aceito como um fim, é o recurso
bleia das Nações Unidas, em 1982, e os princípios a competências, experiências e recursos humanos
das Nações Unidas em favor dos idosos aprovados dos grupos idosos é assumido com naturalidade
pela Assembleia Geral, em 1991, que deram orien- como vantagem para o crescimento de socieda-
tação sobre as questões da independência, e a des humanas maduras, plenamente integradas.
participação, dos cuidados, da autorealização e Artigo 7º
da dignidade. Ao mesmo tempo, os países em desenvolvi-
Artigo 4º mento, particularmente os menos adiantados,
Destacamos que a melhoria da cooperação assim como alguns países de economias em tran-
internacional é essencial para complementar os sição, precisam ainda vencer numerosos obstá-
esforços nacionais com vista à rigorosa aplicação culos para se integrarem mais e participar ple-
do Plano de Ação Internacional sobre o Envelheci- namente na economia mundial. A menos que as
mento, 2002. Por conseguinte, estimulamos a co- vantagens do desenvolvimento social e econô-
munidade internacional a continuar promovendo mico cheguem a todos os países, um número cada
a cooperação entre todas as partes interessadas. vez maior de pessoas, sobretudo idosos de todos
22
PLANO DE AÇÃO INTERNACIONAL SOBRE O ENVELHECIMENTO (MADRID, 2002)
os países e mesmo de regiões inteiras ficarão à e a promoção de sua plena participação são ele-
margem da economia mundial. Por esse motivo, mentos imprescindíveis para um envelhecimento
reconhecemos a importância de incluir o tema ativo. É preciso oferecer sistemas adequados e
do envelhecimento nos programas de desenvol- sustentáveis de apoio social a pessoas idosas.
vimento, assim como nas estratégias de erradica-
Artigo 13.
ção da pobreza e de cuidar que todos os países
Destacamos a responsabilidade primordial dos
consigam participar plenamente no desenvolvi-
governos de promover e prestar serviços sociais
mento da economia mundial.
básicos facilitando seu acesso, tendo presentes
Artigo 8º as necessidades específicas dos idosos. Para isso,
Comprometemo-nos a levar a cabo a tarefa de temos que trabalhar com as autoridades locais,
incorporar eficazmente o envelhecimento nas es- a sociedade civil, incluídas as organizações não
tratégias, políticas e ações socioeconômicas, cien- governamentais, o setor privado, os voluntários e
tes de que as políticas concretas variam em fun- as organizações de voluntários, os próprios idosos
ção das condições de cada país. Reconhecemos e as associações de idosos dedicadas a eles, bem
que a perspectiva de gênero deve incorporar-se como com as famílias e as comunidades.
em todas as políticas e programas com vistas às
Artigo 14.
necessidades e experiências tanto de mulheres
Reconhecemos a necessidade de conseguir pro-
como de homens idosos.
gressivamente a plena realização do direito de to-
Artigo 9º dos de desfrutar do mais alto grau de saúde fí-
Comprometemo-nos a proteger os idosos e lhes sica e mental que possam obter. Reafirmamos
dar assistência em situações de conflito e ocupação que alcançar o mais alto grau possível de saúde
estrangeira. é objetivo social de suma importância no mun-
Artigo 10. do inteiro, e para que se torne realidade, é pre-
O potencial dos idosos constitui sólida base ciso adotar medidas em muitos setores sociais e
para o desenvolvimento futuro. Permite à socie- econômicos fora do setor da saúde. Compromete-
dade recorrer cada vez mais a competências, ex- mos a proporcionar aos idosos o acesso universal
periência e sabedoria dos idosos, não só para e em condições de igualdade à assistência médi-
tomar a iniciativa de sua própria melhoria, mas ca e aos serviços de saúde, tanto de saúde física
também para participar ativamente na de toda como mental, e reconhecemos que têm aumen-
a sociedade. tado as necessidades de uma população que en-
velhece, por isso é preciso adotar novas políticas,
Artigo 11.
especialmente em matéria de assistência e trata-
Destacamos a importância das pesquisas inter-
mento, promover meios de vida saudáveis e am-
nacionais sobre envelhecimento e questões rela-
bientes propícios. Favorecemos a independência
cionadas com a idade, como importante instru-
e a integração dos idosos e suas possibilidades
mento para a formulação de políticas relativas ao
de participar plenamente em todos os aspectos
envelhecimento, baseadas em indicadores confiá-
da sociedade. Reconhecemos a contribuição dos
veis e uniformes, preparados, entre outras entida-
idosos para o desenvolvimento mediante sua fun-
des, por organizações de estatísticas nacionais e
ção de zeladores.
internacionais.
Artigo 15.
Artigo 12.
Reconhecemos a importância da função das fa-
As expectativas dos idosos e as necessidades
mílias, dos voluntários, das comunidades, das
econômicas da sociedade exigem que possam
organizações de idosos e outras organizações de
participar na vida econômica, política, social e
base comunitária para prestar aos idosos apoio e
cultural de suas sociedades. Os idosos devem ter
cuidados informais complementarias aos propor-
a oportunidade de trabalhar até quando queiram
cionados pelos governos.
e de serem capazes de assim o fazer, no desem-
penho de trabalhos satisfatórios e produtivos e Artigo 16.
de continuar a ter acesso à educação e aos pro- Reconhecemos a necessidade de fortalecer a
gramas de capacitação. A habilitação de idosos solidariedade entre as gerações e as associações
23
intergeracionais, tendo presentes as necessida- firmado em outros instrumentos internacionais e
des particulares dos mais velhos e dos mais jo- regionais;
vens e de incentivar as relações solidárias entre Reiterando o propósito de consolidar, no âm-
gerações. bito das instituições democráticas, um regime
de liberdade individual e de justiça social, funda-
Artigo 17.
mentado no respeito aos direitos fundamentais
Os governos são os principais responsáveis
da pessoa;
pela iniciativa das questões ligadas ao envelheci-
Levando em conta que, de acordo com a Decla-
mento e à aplicação do Plano de Ação Internacio-
ração Universal dos Direitos Humanos e a Conven-
nal sobre o Envelhecimento, 2002; mas é essencial
ção Americana sobre Direitos Humanos, o ideal
a existência de colaboração eficaz entre os gover-
do ser humano livre, isento do temor e da miséria
nos nacionais e locais, organismos internacionais,
somente pode ser realizado se forem criadas con-
os próprios idosos e suas organizações, outros se-
dições que permitam a cada pessoa gozar de seus
tores da sociedade civil, incluídas as organizações direitos econômicos, sociais e culturais, tanto
não governamentais e o setor privado. A aplicação como de seus direitos civis e políticos;
do Plano de Ação exigirá a colaboração e a partici- Reafirmando a universalidade, indivisibilidade,
pação de várias partes interessadas: organizações interdependência e inter-relação de todos os di-
profissionais, empresas trabalhadores e sindica- reitos humanos e liberdades fundamentais, bem
tos, cooperativas, instituições de pesquisas, uni- como a obrigação de eliminar todas as formas de
versidades e outras instituições educativas e reli- discriminação, em particular a discriminação por
giosas e os meios de comunicação. motivos de idade;
Artigo 18. Ressaltando que o idoso tem os mesmos direi-
Ressaltamos a importante função do sistema tos humanos e liberdades fundamentais que as
das Nações Unidas, especificamente das comis- demais pessoas e que estes direitos, inclusive o
sões regionais, de ajudar os governos, a pedido de não ser submetido à discriminação baseada
deles, a aplicar e acompanhar a aplicação do Pla- na idade nem a nenhum tipo de violência, ema-
no de Ação Internacional sobre o Envelhecimen- nam da dignidade e igualdade que são inerentes
a todo ser humano;
to, 2002, levando em conta as diferenças existen-
Reconhecendo que a pessoa, à medida que en-
tes entre os países e as regiões do ponto de vista
velhece, deve seguir desfrutando de uma vida
econômico, social e demográfico.
plena, independente e autônoma, com saúde, se-
Artigo 19. gurança, integração e participação ativa nas esfe-
Convidamos todas as pessoas, de todos os paí- ras econômica, social, cultural e política de suas
ses e de todos os setores sociais para que, a título sociedades;
individual e coletivo, juntem-se a nosso compro- Reconhecendo também a necessidade de abor-
misso, com uma visão compartilhada da igual- dar os assuntos da velhice e do envelhecimento
dade para as pessoas de todas as idades. sob uma perspectiva de direitos humanos que re-
12 de abril de 2002. conheça as valiosas contribuições atuais e poten-
ciais do idoso ao bem-estar comum, à identidade
cultural, à diversidade de suas comunidades, ao
CONVENÇÃO INTERAMERICANA
desenvolvimento humano, social e econômico e
SOBRE A PROTEÇÃO DOS DIREITOS
à erradicação da pobreza;
HUMANOS DOS IDOSOS (OEA, 2015)
Recordando o estabelecido nos Princípios das
(Adotada pela Resolução da Assembleia Geral da Organi-
Nações Unidas em Favor das Pessoas Idosas (1991),
zação dos Estados Americanos nº 5.493, de 9/6/2015)
a Proclamação sobre o Envelhecimento (1992), a
PREÂMBULO Declaração Política e o Plano de Ação Interna-
Os Estados Partes na presente Convenção, cional de Madri sobre o Envelhecimento (2002),
Reconhecendo que o respeito irrestrito aos di- bem como os instrumentos regionais, tais como
reitos humanos está consagrado na Declaração a Estratégia Regional de Implementação para a
Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na América Latina e o Caribe do Plano de Ação Inter-
Declaração Universal dos Direitos Humanos e rea- nacional de Madri sobre o Envelhecimento (2003),
24
CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE A PROTEÇÃO DOS
DIREITOS HUMANOS DOS IDOSOS (OEA, 2015)
a Declaração de Brasília (2007), o Plano de Ação nefícios mais amplos ou adicionais reconhecidos
da Organização Pan-Americana da Saúde sobre pelo direito internacional ou pelas legislações in-
a Saúde dos Idosos, Incluindo o Envelhecimento ternas dos Estados Partes em favor do idoso.
Ativo e Saudável (2009), a Declaração de Compro- Se o exercício dos direitos e liberdades mencio-
misso de Port of Spain (2009) e a Carta de San José nados nesta Convenção não estiver garantido por
sobre os direitos do idoso da América Latina e do disposições legislativas ou de outro caráter, os Es-
Caribe (2012); tados Partes se comprometem a adotar, segundo
Decididos a incorporar e dar prioridade ao tema seus procedimentos constitucionais e as disposi-
do envelhecimento nas políticas públicas, bem ções desta Convenção, as medidas legislativas ou
como a destinar e gerir os recursos humanos, ma- de outro caráter necessárias para tornar efetivos
teriais e financeiros para obter uma adequada im- tais direitos e liberdades.
plementação e avaliação das medidas especiais Os Estados Partes somente poderão estabele-
implementadas; cer restrições e limitações ao gozo e exercício dos
Reafirmando o valor da solidariedade e com- direitos estabelecidos na presente Convenção
plementaridade da cooperação internacional e mediante leis promulgadas com o objetivo de pre-
regional para promover os direitos humanos e as servar o bem-estar geral dentro de uma sociedade
liberdades fundamentais do idoso;
democrática, na medida em que não contradigam
Respaldando ativamente a incorporação da pers-
o propósito e razão dos mesmos.
pectiva de gênero em todas as políticas e progra-
As disposições da presente Convenção aplicar-
mas dirigidos a tornar efetivos os direitos do idoso
-se-ão a todas as partes dos Estados federais, sem
e destacando a necessidade de eliminar toda for-
limitações ou exceções.
ma de discriminação;
Convencidos da importância de facilitar a for- Artigo 2º – Definições
mulação e o cumprimento de leis e programas Para os fins da presente Convenção, entende-
de prevenção do abuso, abandono, negligência, -se por:
maus-tratos e violência contra o idoso, e a neces- Abandono: A falta de ação, deliberada ou não,
sidade de contar com mecanismos nacionais que para atender de maneira integral as necessidades
protejam seus direitos humanos e liberdades fun- de um idoso, que ponha em risco sua vida ou sua
damentais; e integridade física, psíquica ou moral.
Convencidos também de que a adoção de uma Cuidados paliativos: A atenção e o cuidado ativo,
convenção ampla e integral contribuirá significa- integral e interdisciplinar de pacientes cuja enfer-
tivamente para promover, proteger e assegurar o midade não responde a um tratamento curativo
pleno gozo e exercício dos direitos do idoso e para ou que sofrem dores evitáveis, a fim de melhorar
fomentar um envelhecimento ativo em todos os sua qualidade de vida até o fim de seus dias. Im-
âmbitos, plicam uma atenção primordial ao controle da dor,
Decidem subscrever esta Convenção Interame- de outros sintomas e dos problemas sociais, psi-
ricana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos cológicos e espirituais do idoso. Abrangem o pa-
Idosos (doravante, Convenção): ciente, seu entorno e sua família. Afirmam a vida
CAPÍTULO I e consideram a morte como um processo normal;
OBJETIVO, ÂMBITO DE não a aceleram nem a retardam.
APLICAÇÃO E DEFINIÇÕES Discriminação: Qualquer distinção, exclusão
Artigo 1º – Objetivo e âmbito de aplicação ou restrição que tenha como objetivo ou efeito
O objetivo da Convenção é promover, proteger anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou
e assegurar o reconhecimento e o pleno gozo e exercício em igualdade de condições dos direitos
exercício, em condições de igualdade, de todos os humanos e liberdades fundamentais na esfera po-
direitos humanos e liberdades fundamentais do lítica, econômica, social, cultural ou em qualquer
idoso, a fim de contribuir para sua plena inclusão, outra esfera da vida pública e privada.
integração e participação na sociedade. Discriminação múltipla: Qualquer distinção, ex-
O disposto na presente Convenção não deve ser clusão ou restrição do idoso fundamentada em
interpretado como uma limitação a direitos ou be- dois ou mais fatores de discriminação.
25
Discriminação por idade na velhice: Qualquer prolongado ao idoso com dependência moderada
distinção, exclusão ou restrição baseada na idade ou severa que não possa receber cuidados em seu
que tenha como objetivo ou efeito anular ou res- domicílio.
tringir o reconhecimento, gozo ou exercício em Serviços sociossanitários integrados: Benefícios
igualdade de condições dos direitos humanos e e prestações institucionais para atender as neces-
liberdades fundamentais na esfera política, eco-
sidades de tipo sanitário e social do idoso, com o
nômica, social e cultural ou em qualquer outra
objetivo de garantir sua dignidade e bem-estar e
esfera da vida pública e privada.
promover sua independência e autonomia.
Envelhecimento: Processo gradual que se de-
Unidade doméstica ou domicílio: O grupo de
senvolve durante o curso de vida e que implica
alterações biológicas, fisiológicas, psicossociais pessoas que vivem em uma mesma habitação,
e funcionais de várias consequências, as quais se compartilham as refeições principais e satisfa-
associam com interações dinâmicas e permanen- zem juntas suas necessidades básicas, sem que
tes entre o sujeito e seu meio. seja necessário que existam laços de parentesco
Envelhecimento ativo e saudável: Processo pelo entre elas.
qual se otimizam as oportunidades de bem-estar Velhice: Construção social da última etapa do
físico, mental e social; de participar em ativida- curso de vida.
des sociais, econômicas, culturais, espirituais
CAPÍTULO II
e cívicas; e de contar com proteção, segurança e
PRINCÍPIOS GERAIS
atenção, com o objetivo de ampliar a esperança
de vida saudável e a qualidade de vida de todos Artigo 3º – São princípios gerais aplicáveis à Con-
os indivíduos na velhice e permitir-lhes assim se- venção:
guir contribuindo ativamente para suas famílias, a) A promoção e defesa dos direitos humanos e
amigos, comunidades e nações. O conceito de en- liberdades fundamentais do idoso.
velhecimento ativo e saudável se aplica tanto a b) A valorização do idoso, seu papel na socie-
indivíduos como a grupos de população. dade e sua contribuição ao desenvolvimento.
Maus-tratos: Ação ou omissão, única ou repe-
c) A dignidade, independência, protagonismo
tida, contra um idoso, a qual produz danos em
e autonomia do idoso.
sua integridade física, psíquica e moral e vulnera
d) A igualdade e não discriminação.
o gozo ou exercício de seus direitos humanos e
e) A participação, integração e inclusão plena e
liberdades fundamentais, independentemente de
que ocorra em uma relação de confiança. efetiva na sociedade.
Negligência: Erro involuntário ou ação não deli- f) O bem-estar e cuidado.
berada, incluindo, entre outros, o descuido, omis- g) A segurança física, econômica e social.
são, desamparo e desproteção, que causa dano h) A autorrealização.
ou sofrimento a um idoso, tanto no âmbito pú- i) A equidade e igualdade de gênero e enfoque
blico como privado, quando não foram tomadas do curso de vida.
as precauções normais necessárias em conformi- j) A solidariedade e o fortalecimento da prote-
dade com as circunstâncias. ção familiar e comunitária.
Idoso: Pessoa com 60 anos ou mais, exceto se k) O bom tratamento e a atenção preferencial.
a lei interna determinar uma idade base menor l) O enfoque diferencial para o gozo efetivo dos
ou maior, desde que esta não seja superior a
direitos do idoso.
65 anos. Este conceito inclui, entre outros, o de
m) O respeito e a valorização da diversidade
pessoa idosa.
cultural.
Idoso que recebe serviços de cuidado de longo
n) A proteção judicial efetiva.
prazo: Pessoa que reside temporária ou perma-
nentemente em um estabelecimento regulado, o) A responsabilidade do Estado e a participa-
seja público, privado ou misto, no qual recebe ser- ção da família e da comunidade na integração
viços sociossanitários integrais de qualidade, in- ativa, plena e produtiva do idoso dentro da so-
cluindo as residências de longa estadia, que pro- ciedade, bem como em seu cuidado e atenção, de
porcionam esses serviços de atenção por tempo acordo com a legislação interna.
26
CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE A PROTEÇÃO DOS
DIREITOS HUMANOS DOS IDOSOS (OEA, 2015)
longo prazo e da sociedade para a efetiva prote- tamento, intervenção ou pesquisa no âmbito da
ção dos direitos do idoso. saúde, os Estados Partes se comprometem a ela-
e) Informar e sensibilizar a sociedade em seu borar e aplicar mecanismos adequados e eficazes
conjunto sobre as diversas formas de violência para impedir abusos e fortalecer a capacidade do
contra o idoso e a maneira de identificá-las e idoso de compreender plenamente as opções de
preveni-las. tratamento existentes, seus riscos e benefícios.
f) Capacitar e sensibilizar os funcionários pú- Esses mecanismos deverão assegurar que a
blicos, os encarregados de serviços sociais e de informação proporcionada seja adequada, clara
saúde, o pessoal encarregado da atenção e cui- e oportuna, disponível de forma não discrimina-
dado do idoso nos serviços de cuidado de longo tória e acessível e apresentada de maneira com-
prazo ou serviços domiciliares sobre as diversas preensível de acordo com a identidade cultural,
formas de violência, a fim de dar-lhes um trata- nível educativo e necessidades de comunicação
mento digno e prevenir negligência e ações ou do idoso.
práticas de violência e maus-tratos. As instituições públicas ou privadas e os pro-
g) Desenvolver programas de capacitação di- fissionais da saúde não poderão administrar ne-
rigidos aos familiares e pessoas que exercem ta- nhum tratamento, intervenção ou pesquisa de ca-
refas de cuidado domiciliar, a fim de prevenir si- ráter médico ou cirúrgico sem o consentimento
tuações de violência no domicílio ou unidade informado do idoso.
doméstica. Nos casos de emergência médica que ponham
h) Promover mecanismos adequados e eficazes em risco a vida e quando não for possível obter o
de denúncia em casos de violência contra o idoso, consentimento informado, poderão ser aplicadas
bem como reforçar os mecanismos judiciais e ad- as exceções estabelecidas em conformidade com
ministrativos para atender esses casos. a legislação nacional.
i) Promover ativamente a eliminação de todas O idoso tem direito a aceitar, recusar ou inter-
as práticas que geram violência e que afetam a romper voluntariamente tratamentos médicos
dignidade e integridade da mulher idosa. ou cirúrgicos, inclusive os da medicina tradicio-
Artigo 10 – Direito a não ser submetido à tortura nal, alternativa e complementar, pesquisa, expe-
nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos rimentos médicos ou científicos, sejam de caráter
ou degradantes físico ou psíquico, e a receber informação clara e
O idoso tem direito a não ser submetido a tor- oportuna sobre as possíveis consequências e os
tura e outros tratamentos ou penas cruéis, desu- riscos dessa decisão.
manas ou degradantes. Os Estados Partes estabelecerão também um
Os Estados Partes tomarão todas as medidas processo por meio do qual o idoso possa manifes-
de caráter legislativo, administrativo ou de outra tar de maneira expressa sua vontade antecipada
índole para prevenir, investigar, punir e erradi- e instruções a respeito das intervenções em ma-
car todo tipo de tortura e outros tratamentos ou téria de atenção à saúde, inclusive os cuidados
penas cruéis, desumanas ou degradantes contra paliativos. Nesses casos, esta vontade antecipada
o idoso. poderá ser expressada, modificada ou ampliada
em qualquer momento somente pelo idoso, me-
Artigo 11 – Direito a manifestar consentimento
diante instrumentos juridicamente vinculantes,
livre e informado no âmbito da saúde
em conformidade com a legislação nacional.
O idoso tem o direito irrenunciável a manifes-
tar seu consentimento livre e informado no âm- Artigo 12 – Direitos do idoso que recebe serviços
bito da saúde. A negação deste direito constitui de cuidado de longo prazo
uma forma de vulneração dos direitos humanos O idoso tem direito a um sistema integral de
do idoso. cuidados que proporcione proteção e promoção
Com a finalidade de garantir o direito do idoso da saúde, cobertura de serviços sociais, segu-
a manifestar seu consentimento informado de rança alimentar e nutricional, água, vestuário e
maneira prévia, voluntária, livre e expressa, bem habitação, permitindo que o idoso possa decidir
como a exercer seu direito de modificá-lo ou permanecer em seu domicílio e manter sua inde-
revogá-lo, em relação a qualquer decisão, tra- pendência e autonomia.
29
Os Estados Partes deverão formular medidas que os responsáveis e o pessoal de serviços de
de apoio às famílias e cuidadores mediante a in- cuidado de longo prazo respondam administra-
trodução de serviços para aqueles que realizam tiva, civil e/ou penalmente pelos atos que prati-
atividades de cuidados para com o idoso, levando quem em detrimento do idoso, conforme o caso.
em conta as necessidades de todas as famílias e e) Adotar medidas adequadas, quando cabível,
outras formas de cuidados, bem como a plena para que o idoso que esteja recebendo serviços
participação do idoso, respeitando sua opinião. de cuidado de longo prazo conte com serviços de
Os Estados Partes deverão adotar medidas para cuidados paliativos que abranjam o paciente, seu
desenvolver um sistema integral de cuidados que entorno e sua família.
leve especialmente em conta a perspectiva de gê-
Artigo 13 – Direito à liberdade pessoal
nero e o respeito à dignidade e integridade física
O idoso tem direito à liberdade e segurança
e mental do idoso.
pessoal, independentemente do âmbito em que
Para garantir ao idoso o gozo efetivo de seus di-
se desenvolva.
reitos humanos nos serviços de cuidado de longo
Os Estados Partes assegurarão que o idoso des-
prazo, os Estados Partes se comprometem a:
frute do direito à liberdade e segurança pessoal e
a) Estabelecer mecanismos para assegurar que
o início e término dos serviços de cuidado de lon- que em nenhum caso a idade justifique a privação
go prazo estejam sujeitos à manifestação da von- ou restrição arbitrária de sua liberdade.
tade livre e expressa do idoso. Os Estados Partes garantirão que qualquer me-
b) Incentivar que esses serviços contem com dida de privação ou restrição de liberdade será
pessoal especializado que possa oferecer uma tomada em conformidade com a lei e assegurarão
atenção adequada e integral e prevenir ações ou que o idoso privado de liberdade em razão de um
práticas que possam produzir dano ou agravar a processo tenha, em igualdade de condições com
condição existente. outros setores da população, direito a garantias
c) Estabelecer um marco regulatório adequado de acordo com o direito internacional dos direitos
para o funcionamento dos serviços de cuidado de humanos e a ser tratado em conformidade com
longo prazo que permita avaliar e acompanhar a os objetivos e princípios da presente Convenção.
situação do idoso, incluindo a adoção de medi- Os Estados Partes garantirão o acesso do idoso
das para: privado de liberdade a programas especiais e
i. Garantir o acesso do idoso à informação, em atenção integral, inclusive os mecanismos de
particular a seus registros pessoais, sejam físicos reabilitação para sua reinserção na sociedade
ou digitais, e promover o acesso aos meios de co- e, conforme o caso, promoverão medidas alter-
municação e informação, inclusive as redes so- nativas com relação à privação de liberdade, de
ciais, bem como informar ao idoso sobre seus di- acordo com seus ordenamentos jurídicos internos.
reitos e sobre o marco jurídico e protocolos que Artigo 14 – Direito à liberdade de expressão e opi-
regem os serviços de cuidado de longo prazo.
nião e ao acesso à informação
ii. Prevenir ingerências arbitrárias ou ilegais
O idoso tem direito à liberdade de expressão e
em sua vida privada, família, domicílio ou unida-
opinião e ao acesso à informação, em igualdade
de doméstica, ou qualquer outro âmbito no qual
de condições com outros setores da população e
ocorram, bem como em sua correspondência ou
pelos meios de sua escolha.
qualquer outro tipo de comunicação.
Os Estados Partes adotarão medidas destina-
iii. Promover a interação familiar e social do
das a garantir ao idoso o exercício efetivo desses
idoso, levando em conta todas as famílias e suas
direitos.
relações afetivas.
iv. Proteger a segurança pessoal e o exercício Artigo 15 – Direito à nacionalidade e à liberdade
da liberdade e mobilidade do idoso. de circulação
v. Proteger a integridade do idoso e sua privaci- O idoso tem direito à liberdade de circulação, à
dade e intimidade nas atividades que realiza, par- liberdade para escolher sua residência e a possuir
ticularmente nos atos de higiene pessoal. uma nacionalidade em igualdade de condições
d) Estabelecer a legislação necessária, em con- com os outros setores da população, sem discri-
formidade com os mecanismos nacionais, para minação por razões de idade.
30
CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE A PROTEÇÃO DOS
DIREITOS HUMANOS DOS IDOSOS (OEA, 2015)
Os Estados Partes adotarão medidas destina- Os Estados Partes adotarão as medidas legis-
das a garantir ao idoso o exercício efetivo desses lativas, administrativas ou de outra índole para
direitos. promover o emprego formal do idoso e regular as
Artigo 16 – Direito à privacidade e à intimidade diversas formas de autoemprego e o emprego do-
O idoso tem direito à privacidade e à intimidade méstico, visando a prevenir abusos e garantir uma
e a não ser objeto de ingerências arbitrárias ou ile- adequada cobertura social e o reconhecimento do
gais em sua vida privada, família, domicílio ou uni- trabalho não remunerado.
dade doméstica, ou qualquer âmbito em que se Os Estados Partes promoverão programas e
desenvolvam, bem como em sua correspondência medidas que facilitem uma transição gradual à
ou qualquer outro tipo de comunicação. aposentadoria, para o que poderão contar com
O idoso tem direito a não ser objeto de agres- a participação das organizações representativas
sões contra sua dignidade, honra e reputação, e de empregadores e trabalhadores e de outros or-
à privacidade nos atos de higiene pessoal ou nas ganismos interessados.
atividades que realize, independentemente do Os Estados Partes promoverão políticas traba-
âmbito em que se desenvolvam. lhistas dirigidas a propiciar que as condições, o
Os Estados Partes adotarão as medidas neces- ambiente de trabalho, horários e a organização
sárias para garantir estes direitos, particularmen- das tarefas sejam adequadas às necessidades e
te ao idoso que recebe serviços de cuidado de lon- características do idoso.
go prazo. Os Estados Partes incentivarão o desenvolvi-
mento de programas para a capacitação e certifi-
Artigo 17 – Direito à seguridade social
cação de conhecimento e saberes para promover
Todo idoso tem direito à seguridade social que
o acesso do idoso a mercados de trabalho mais
o proteja para levar uma vida digna.
inclusivos.
Os Estados Partes promoverão progressivamen-
te, de acordo com os recursos disponíveis, que o Artigo 19 – Direito à saúde
idoso receba uma renda para uma vida digna por O idoso tem direito à saúde física e mental, sem
meio dos sistemas de seguridade social e outros nenhum tipo de discriminação.
mecanismos flexíveis de proteção social. Os Estados Partes deverão formular e imple-
Os Estados Partes buscarão facilitar, mediante mentar políticas públicas intersetoriais de saúde
convênios institucionais, acordos bilaterais ou orientadas a uma atenção integral que inclua a
outros mecanismos hemisféricos, o reconheci- promoção da saúde, a prevenção e a atenção à
mento de prestações, contribuições à seguridade doença em todas as etapas, e a reabilitação e os
social ou direitos de pensão do idoso migrante. cuidados paliativos do idoso, a fim de propiciar
Todo o disposto neste artigo será aplicado em o desfrute do mais alto nível de bem-estar físico,
conformidade com a legislação nacional. mental e social. Para tornar efetivo este direito,
Artigo 18 – Direito ao trabalho os Estados Partes se comprometem a tomar as
O idoso tem direito ao trabalho digno e decente seguintes medidas:
e à igualdade de oportunidades e de tratamento a) Assegurar a atenção preferencial e o acesso
em relação aos outros trabalhadores, seja qual for universal, equitativo e oportuno em serviços inte-
a sua idade. grais de saúde de qualidade baseados na atenção
Os Estados Partes adotarão medidas para im- primária e aproveitar a medicina tradicional, al-
pedir a discriminação profissional do idoso. Fica ternativa e complementar, em conformidade com
proibida qualquer distinção que não se baseie nas a legislação nacional e com os usos e costumes.
exigências próprias da natureza do cargo, em con- b) Formular, implementar, fortalecer e avaliar
formidade com a legislação nacional e de forma políticas públicas, planos e estratégias para fo-
apropriada às condições locais. mentar um envelhecimento ativo e saudável.
O emprego ou a ocupação devem contar com c) Fomentar políticas públicas sobre saúde se-
as mesmas garantias, benefícios, direitos traba- xual e reprodutiva do idoso.
lhistas e sindicais, e ser remunerados pelo mesmo d) Fomentar, quando corresponda, a coopera-
salário aplicável a todos os trabalhadores frente ção internacional na área de formulação de po-
a iguais tarefas e responsabilidades. líticas públicas, planos, estratégias e legislação,
31
e o intercâmbio de capacidades e recursos para de cuidado do idoso, incluindo familiares, a fim de
implementar programas de saúde para o idoso e assegurar sua saúde e bem-estar.
seu processo de envelhecimento. Artigo 20 – Direito à educação
e) Fortalecer as ações de prevenção por meio
O idoso tem direito à educação em igualdade
das autoridades da saúde e a prevenção de doen-
de condições com outros setores da população
ças, inclusive mediante a realização de cursos de
e sem discriminação, nas modalidades definidas
educação, o conhecimento das patologias e opi-
por cada um dos Estados Partes, a participar de
nião informada do idoso no tratamento de doen-
programas educativos existentes em todos os ní-
ças crônicas e outros problemas de saúde.
veis e a compartilhar seus conhecimentos e expe-
f) Garantir o acesso a benefícios e serviços de
riências com todas as gerações.
saúde acessíveis e de qualidade para o idoso com
Os Estados Partes garantirão o exercício efetivo
doenças não transmissíveis e transmissíveis, in-
do direito à educação do idoso e se comprome-
clusive as doenças sexualmente transmissíveis.
tem a:
g) Fortalecer a implementação de políticas pú-
a) Facilitar ao idoso o acesso a programas edu-
blicas orientadas a melhorar o estado nutricional
cativos e de formação adequados que permitam
do idoso.
o acesso, entre outros, aos diversos níveis do ciclo
h) Promover o desenvolvimento de serviços
educativo, a programas de alfabetização e pós-
sociossanitários integrados especializados para
-alfabetização, formação técnica e profissional e à
atender ao idoso com doenças que geram depen-
educação permanente contínua, em especial aos
dência, inclusive as enfermidades crônicas dege-
grupos em situação de vulnerabilidade.
nerativas, as demências e a doença de Alzheimer.
b) Promover o desenvolvimento de programas,
i) Fortalecer as capacidades dos trabalhadores
materiais e formatos educativos adequados e
dos serviços de saúde, sociais e sociossanitários
acessíveis ao idoso, que atendam suas necessi-
integrados e de outros atores, com relação à aten-
dades, preferências, aptidões, motivações e iden-
ção ao idoso, levando em consideração os princí-
tidade cultural.
pios constantes da presente Convenção.
c) Adotar as medidas necessárias para reduzir e,
j) Promover e fortalecer a pesquisa e a forma-
progressivamente, eliminar as barreiras e as difi-
ção acadêmica profissional e técnica especiali-
culdades de acesso a bens e serviços educativos
zada em geriatria, gerontologia e cuidados pa-
no meio rural.
liativos.
d) Promover a educação e formação do idoso
k) Formular, adequar e implementar, segundo a
no uso das novas tecnologias da informação e das
legislação vigente em cada país, políticas referen-
comunicações (TICs) para minimizar a brecha digi-
tes à capacitação e aplicação da medicina tradi-
tal, geracional e geográfica e aumentar a integra-
cional, alternativa e complementar, com relação
ção social e comunitária.
à atenção integral ao idoso.
e) Formular e implementar políticas ativas para
l) Promover as medidas necessárias para que os
erradicar o analfabetismo do idoso, em especial
serviços de cuidados paliativos estejam disponí-
das mulheres e grupos em situação de vulnera-
veis e acessíveis ao idoso, bem como para apoiar
bilidade.
suas famílias.
f) Fomentar e facilitar a participação ativa do
m) Garantir ao idoso a disponibilidade e o
idoso em atividades educativas, tanto formais
acesso aos medicamentos reconhecidos como
como informais.
essenciais pela Organização Mundial da Saúde, in-
cluindo os medicamentos controlados que sejam Artigo 21 – Direito à cultura
necessários aos cuidados paliativos. O idoso tem direito à identidade cultural, a par-
n) Garantir ao idoso o acesso à informação con- ticipar na vida cultural e artística da comunidade,
tida em seus registros pessoais, sejam físicos ou a desfrutar dos benefícios do progresso científico
digitais. e tecnológico e de outros produtos da diversidade
o) Promover e garantir progressivamente, de cultural, bem como a compartilhar seus conheci-
acordo com suas capacidades, o acompanhamen- mentos e experiências com outras gerações, em
to e a capacitação de pessoas que exercem tarefas qualquer dos contextos em que se desenvolva.
32
CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE A PROTEÇÃO DOS
DIREITOS HUMANOS DOS IDOSOS (OEA, 2015)
O idoso tem direito a reunir-se pacificamente e efetivas para impedir abusos, em conformidade
e a formar livremente suas próprias agremiações com o direito internacional dos direitos humanos.
ou associações, em conformidade com o direito Essas salvaguardas assegurarão que as medidas
Internacional dos direitos humanos. relativas ao exercício da capacidade jurídica res-
Para tanto, os Estados Partes se comprome- peitem os direitos, a vontade e as preferências
tem a: do idoso, sejam isentas de conflito de interes-
a) Facilitar a criação e o reconhecimento legal ses ou de influência indevida, sejam proporcio-
dessas agremiações ou associações, respeitando nais e adequadas às circunstâncias do idoso, se
sua liberdade de iniciativa e prestando apoio apliquem no prazo mais curto possível e estejam
para sua formação e desempenho de acordo com sujeitas a exames periódicos por parte de uma
a capacidade dos Estados Partes. autoridade ou um órgão judiciário competente,
b) Fortalecer as associações de idosos e o de- independente e imparcial. As salvaguardas serão
senvolvimento de lideranças positivas que facili- proporcionais ao grau em que essas medidas afe-
tem a consecução de seus objetivos e a difusão
tem os direitos e interesses do idoso.
dos direitos enunciados na presente Convenção.
Sem prejuízo do disposto no presente artigo, os
Artigo 29 – Situações de risco e emergências hu- Estados Partes tomarão todas as medidas perti-
manitárias nentes e efetivas para garantir o direito do idoso,
Os Estados Partes tomarão todas as medidas em igualdade de condições com as demais pes-
específicas que sejam necessárias para garantir soas, a ser proprietário e herdar bens, controlar
a integridade e os direitos do idoso em situações seus próprios assuntos econômicos e ter acesso
de risco, inclusive situações de conflito armado, em igualdade de condições a empréstimos ban-
emergências humanitárias e desastres, em con- cários, hipotecas e outras modalidades de crédito
formidade com as normas de direito internacio- financeiro e zelarão para que o idoso não seja pri-
nal, em particular do direito internacional dos vado de seus bens de maneira arbitrária.
direitos humanos e do direito internacional hu-
manitário. Artigo 31 – Acesso à Justiça
Os Estados Partes adotarão medidas de aten- O idoso tem direito a ser ouvido, com as devi-
ção específicas às necessidades do idoso na pre- das garantias e dentro de um prazo razoável, por
paração, prevenção, reconstrução e recuperação um juiz ou tribunal competente, independente e
em situações de emergência, desastres ou con- imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na
flitos. apuração de qualquer acusação penal formulada
Os Estados Partes propiciarão que o idoso inte- contra ele, ou para que se determinem seus di-
ressado participe nos protocolos de proteção civil reitos ou obrigações de ordem civil, trabalhista,
em caso de desastres naturais. fiscal ou de qualquer outra natureza.
Os Estados Partes se comprometem a assegu-
Artigo 30 – Igual reconhecimento como pessoa
rar que o idoso tenha acesso efetivo à justiça em
perante a lei
igualdade de condições com as demais pessoas,
Os Estados Partes reafirmam que o idoso tem
direito ao reconhecimento de sua personalidade inclusive mediante a adoção de ajustes de proce-
jurídica. dimento em todos os processos judiciais e admi-
Os Estados Partes reconhecerão que o idoso nistrativos em qualquer de suas etapas.
tem capacidade jurídica em igualdade de condi- Os Estados Partes se comprometem a garantir
ções com as demais pessoas em todos os aspectos a devida diligência e o tratamento preferencial ao
da vida. idoso na tramitação, resolução e execução das de-
Os Estados Partes adotarão as medidas perti- cisões em processos administrativos e judiciais.
nentes para proporcionar o acesso do idoso ao A atuação judicial deverá ser particularmente
apoio de que possa necessitar no exercício de sua expedita nos casos em que esteja em risco a saúde
capacidade jurídica. ou a vida do idoso.
Os Estados Partes assegurarão que, em todas as Além disso, os Estados Partes desenvolverão e
medidas relativas ao exercício da capacidade ju- fortalecerão políticas públicas e programas diri-
rídica, se proporcionem salvaguardas adequadas gidos a promover:
35
a) Mecanismos alternativos de solução de con- Artigo 34 – Conferência de Estados Partes
trovérsias. A Conferência de Estados Partes, órgão princi-
b) Capacitação do pessoal relacionado com a pal do Mecanismo de Acompanhamento, é inte-
administração de justiça, inclusive o pessoal po- grada pelos Estados Partes na Convenção e tem,
licial e penitenciário, em matéria de proteção dos entre outras, as seguintes funções:
direitos do idoso. a) Fazer o acompanhamento do avanço dos Es-
CAPÍTULO V tados Partes no cumprimento dos compromissos
TOMADA DE CONSCIÊNCIA emanados da presente Convenção.
b) Elaborar seu regulamento e aprová-lo por
Artigo 32 – Os Estados Partes acordam:
maioria absoluta.
a) Adotar medidas para alcançar a divulgação
c) Fazer o acompanhamento das atividades
e capacitação progressiva de toda a sociedade
desenvolvidas pelo Comitê de Peritos e formu-
sobre a presente Convenção.
lar recomendações com o objetivo de melhorar
b) Fomentar uma atitude positiva em relação à
o funcionamento, as regras e os procedimentos
velhice e um tratamento digno, respeitoso e con-
do Comitê.
siderado do idoso; e com base em uma cultura
d) Receber, analisar e avaliar as recomendações
de paz, impulsionar ações de divulgação, promo-
do Comitê de Peritos e formular as observações
ção dos direitos e empoderamento do idoso, bem
como evitar linguagem e imagens estereotipadas pertinentes.
sobre a velhice. e) Promover o intercâmbio de experiências e
c) Desenvolver programas para sensibilizar a boas práticas e a cooperação técnica entre os Es-
população sobre o processo de envelhecimento e tados Partes para garantir a efetiva implementa-
sobre o idoso, fomentando a participação deste ção desta Convenção.
e de suas organizações na formulação e estrutu- f) Resolver qualquer assunto relacionado ao
ração desses programas. funcionamento do Mecanismo de Acompanha-
d) Promover a inclusão de conteúdos que propi- mento.
ciem a compreensão e aceitação da etapa do en- O Secretário-Geral da Organização dos Estados
velhecimento nos planos e programas de estudos Americanos convocará a primeira reunião da Con-
nos diferentes níveis educativos, bem como nas ferência de Estados Partes no prazo de noventa
agendas acadêmicas e de pesquisa. dias após a constituição do Mecanismo de Acom-
e) Promover o reconhecimento da experiência, panhamento. A primeira reunião da Conferência
sabedoria, produtividade e contribuição ao de- será realizada na sede da Organização, a menos
senvolvimento que o idoso proporciona à socie- que um Estado Parte ofereça sede, para aprovar
dade em seu conjunto. seu regulamento e metodologia de trabalho, bem
como para eleger suas autoridades. A reunião será
CAPÍTULO VI
MECANISMO DE ACOMPANHAMENTO DA presidida por representante do Estado que depo-
CONVENÇÃO E MEIOS DE PROTEÇÃO site o primeiro instrumento de ratificação ou ade-
são da presente Convenção.
Artigo 33 – Mecanismo de Acompanhamento
As reuniões posteriores serão convocadas pelo
A fim de dar seguimento aos compromissos
Secretário-Geral da Organização dos Estados Ame-
assumidos e promover a efetiva implementação
ricanos a pedido de qualquer Estado Parte, com
da presente Convenção, estabelece-se um Me-
a aprovação de dois terços dos mesmos, e nelas
canismo de Acompanhamento constituído por
poderão participar como observadores os outros
uma Conferência de Estados Partes e um Comitê
Estados membros da Organização.
de Peritos.
O Mecanismo de Acompanhamento será esta- Artigo 35 – Comitê de Peritos
belecido quando recebido o décimo instrumento O Comitê de Peritos será integrado por especia-
de ratificação ou adesão. listas designados por cada um dos Estados Partes
As funções de secretaria do Mecanismo serão na Convenção. O quórum para as reuniões será
exercidas pela Secretaria-Geral da Organização estabelecido em seu regulamento.
dos Estados Americanos. O Comitê de Peritos tem as seguintes funções:
36
CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE A PROTEÇÃO DOS
DIREITOS HUMANOS DOS IDOSOS (OEA, 2015)
tência social em âmbito local; (Inciso acrescido pela ração colegiada, vinculado à estrutura do órgão da
Lei nº 12.435, de 6/7/2011) Administração Pública Federal responsável pela
VII – realizar o monitoramento e a avaliação da coordenação da Política Nacional de Assistência
política de assistência social em seu âmbito. (In- Social, cujos membros, nomeados pelo Presidente
ciso acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) da República, têm mandato de 2 (dois) anos, per-
Art. 15. Compete aos Municípios: mitida uma única recondução por igual período.
I – destinar recursos financeiros para custeio do § 1º O Conselho Nacional de Assistência Social
pagamento dos benefícios eventuais de que trata (CNAS) é composto por 18 (dezoito) membros e
o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos respectivos suplentes, cujos nomes são indicados
Conselhos Municipais de Assistência Social; (Inciso ao órgão da Administração Pública Federal res-
com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) ponsável pela coordenação da Política Nacional
II – efetuar o pagamento dos auxílios natalidade de Assistência Social, de acordo com os critérios
e funeral; seguintes:
III – executar os projetos de enfrentamento da I – 9 (nove) representantes governamentais, in-
pobreza, incluindo a parceria com organizações cluindo 1 (um) representante dos Estados e 1 (um)
da sociedade civil; dos Municípios;
IV – atender às ações assistenciais de caráter II – 9 (nove) representantes da sociedade civil,
de emergência; dentre representantes dos usuários ou de organi-
V – prestar os serviços assistenciais de que trata zações de usuários, das entidades e organizações
o art. 23 desta Lei; de assistência social e dos trabalhadores do setor,
VI – cofinanciar o aprimoramento da gestão,
escolhidos em foro próprio sob fiscalização do Mi-
os serviços, os programas e os projetos de assis-
nistério Público Federal.
tência social em âmbito local; (Inciso acrescido pela
§ 2º O Conselho Nacional de Assistência Social
Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
(CNAS) é presidido por um de seus integrantes,
VII – realizar o monitoramento e a avaliação da
eleito dentre seus membros, para mandato de
política de assistência social em seu âmbito. (In-
1 (um) ano, permitida uma única recondução por
ciso acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
igual período.
Art. 16. As instâncias deliberativas do Suas, de § 3º O Conselho Nacional de Assistência Social
caráter permanente e composição paritária entre (CNAS) contará com uma Secretaria Executiva, a
governo e sociedade civil, são: (Caput do artigo com qual terá sua estrutura disciplinada em ato do
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Poder Executivo.
I – o Conselho Nacional de Assistência Social;
§ 4º Os Conselhos de que tratam os incisos II,
II – os Conselhos Estaduais de Assistência
III e IV do art. 16, com competência para acom-
Social;
panhar a execução da política de assistência so-
III – o Conselho de Assistência Social do Distrito
cial, apreciar e aprovar a proposta orçamentária,
Federal;
em consonância com as diretrizes das conferên-
IV – os Conselhos Municipais de Assistência
cias nacionais, estaduais, distrital e municipais,
Social.
de acordo com seu âmbito de atuação, deverão
Parágrafo único. Os Conselhos de Assistência
Social estão vinculados ao órgão gestor de as- ser instituídos, respectivamente, pelos Estados,
sistência social, que deve prover a infraestrutu- pelo Distrito Federal e pelos Municípios, mediante
ra necessária ao seu funcionamento, garantindo lei específica. (Parágrafo com redação dada pela Lei
recursos materiais, humanos e financeiros, inclu- nº 12.435, de 6/7/2011)
sive com despesas referentes a passagens e diá- Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de Assis-
rias de conselheiros representantes do governo tência Social:
ou da sociedade civil, quando estiverem no exer- I – aprovar a Política Nacional de Assistência
cício de suas atribuições. (Parágrafo único acrescido Social;
pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) II – normatizar as ações e regular a prestação de
Art. 17. Fica instituído o Conselho Nacional de As- serviços de natureza pública e privada no campo
sistência Social (CNAS), órgão superior de delibe- da assistência social;
43
III – acompanhar e fiscalizar o processo de cer- Nacional de Assistência Social (FNAS) e os respec-
tificação das entidades e organizações de assis- tivos pareceres emitidos.
tência social no Ministério do Desenvolvimento Parágrafo único. (Parágrafo único acrescido pela Lei
Social e Combate à Fome; (Inciso com redação dada nº 10.684, de 30/5/2003, e revogado pela Lei nº 12.101, de
pela Lei nº 12.101, de 27/11/2009) 27/11/2009)
IV – apreciar relatório anual que conterá a Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pú-
relação de entidades e organizações de assis- blica Federal responsável pela coordenação da
tência social certificadas como beneficentes e Política Nacional de Assistência Social:
encaminhá-lo para conhecimento dos Conselhos I – coordenar e articular as ações no campo da
de Assistência Social dos Estados, Municípios e assistência social;
do Distrito Federal; (Inciso com redação dada pela Lei II – propor ao Conselho Nacional de Assistência
nº 12.101, de 27/11/2009) Social (CNAS) a Política Nacional de Assistência So-
V – zelar pela efetivação do sistema descentrali- cial, suas normas gerais, bem como os critérios de
zado e participativo de assistência social; prioridade e de elegibilidade, além de padrões
VI – a partir da realização da II Conferência Na- de qualidade na prestação de benefícios, serviços,
cional de Assistência Social em 1997, convocar programas e projetos;
ordinariamente a cada quatro anos a Conferên- III – prover recursos para o pagamento dos be-
cia Nacional de Assistência Social, que terá a atri- nefícios de prestação continuada definidos nes-
buição de avaliar a situação da assistência social ta Lei;
e propor diretrizes para o aperfeiçoamento do IV – elaborar e encaminhar a proposta orçamen-
sistema; (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.720, de tária da assistência social, em conjunto com as
30/11/1998) demais áreas da Seguridade Social;
VII – (Vetado) V – propor os critérios de transferência dos re-
VIII – apreciar e aprovar a proposta orçamentá- cursos de que trata esta lei;
ria da Assistência Social a ser encaminhada pelo VI – proceder à transferência dos recursos des-
órgão da Administração Pública Federal respon- tinados à assistência social, na forma prevista
sável pela coordenação da Política Nacional de nesta Lei;
Assistência Social; VII – encaminhar à apreciação do Conselho Na-
IX – aprovar critérios de transferência de recur- cional de Assistência Social (CNAS) relatórios tri-
sos para os Estados, Municípios e Distrito Federal, mestrais e anuais de atividades e de realização fi-
considerando, para tanto, indicadores que infor- nanceira dos recursos;
mem sua regionalização mais equitativa, tais como: VIII – prestar assessoramento técnico aos Es-
população, renda per capita, mortalidade infan- tados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às en-
til e concentração de renda, além de disciplinar os tidades e organizações de assistência social;
procedimentos de repasse de recursos para as en- IX – formular política para a qualificação sis-
tidades e organizações de assistência social, sem temática e continuada de recursos humanos no
prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes Orça- campo da assistência social;
mentárias; X – desenvolver estudos e pesquisas para fun-
X – acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, damentar as análises de necessidades e formula-
bem como os ganhos sociais e o desempenho dos ção de proposições para a área;
programas e projetos aprovados; XI – coordenar e manter atualizado o sistema
XI – estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os de cadastro de entidades e organizações de as-
programas anuais e plurianuais do Fundo Nacio- sistência social, em articulação com os Estados,
nal de Assistência Social (FNAS); os Municípios e o Distrito Federal;
XII – indicar o representante do Conselho Nacio- XII – articular-se com os órgãos responsáveis
nal de Assistência Social (CNAS) junto ao Conselho pelas políticas de saúde e previdência social, bem
Nacional da Seguridade Social; como com os demais responsáveis pelas políticas
XIII – elaborar e aprovar seu regimento interno; socioeconômicas setoriais, visando à elevação do
XIV – divulgar, no Diário Oficial da União, todas patamar mínimo de atendimento às necessidades
as suas decisões, bem como as contas do Fundo básicas;
44
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
XIII – expedir os atos normativos necessários à ção dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no
gestão do Fundo Nacional de Assistência Social DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
(FNAS), de acordo com as diretrizes estabeleci- I – (Revogado pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
das pelo Conselho Nacional de Assistência Social II – (Revogado pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
(CNAS); § 3º Considera-se incapaz de prover a manu-
XIV – elaborar e submeter ao Conselho Nacional tenção da pessoa com deficiência ou idosa a fa-
de Assistência Social (CNAS) os programas anuais mília cuja renda mensal per capita seja inferior a
e plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo 1/4 (um quarto) do salário mínimo. (Parágrafo com
Nacional de Assistência Social (FNAS). redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Parágrafo único. A atenção integral à saúde, in- § 4º O benefício de que trata este artigo não
clusive a dispensação de medicamentos e produ- pode ser acumulado pelo beneficiário com qual-
tos de interesse para a saúde, às famílias e indi- quer outro no âmbito da seguridade social ou de
víduos em situações de vulnerabilidade ou risco outro regime, salvo os da assistência médica e da
social e pessoal, nos termos desta Lei, dar-se-á in- pensão especial de natureza indenizatória. (Pará-
dependentemente da apresentação de documen- grafo com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
tos que comprovem domicílio ou inscrição no § 5º A condição de acolhimento em instituições
cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS), em de longa permanência não prejudica o direito do
consonância com a diretriz de articulação das idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício
ações de assistência social e de saúde a que se de prestação continuada. (Parágrafo com redação
refere o inciso XII deste artigo. (Parágrafo único acres- dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
cido pela Lei nº 13.714, de 24/8/2018) § 6º A concessão do benefício ficará sujeita à
avaliação da deficiência e do grau de impedimen-
CAPÍTULO IV to de que trata o § 2º, composta por avaliação mé-
DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS,
DOS PROGRAMAS E DOS PROJETOS dica e avaliação social realizadas por médicos pe-
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ritos e por assistentes sociais do Instituto Nacional
de Seguro Social (INSS). (Parágrafo com redação dada
Seção I
pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
Do Benefício de Prestação Continuada
§ 7º Na hipótese de não existirem serviços no
Art. 20. O benefício de prestação continuada é município de residência do beneficiário, fica as-
a garantia de um salário mínimo mensal à pes- segurado, na forma prevista em regulamento, o
soa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta seu encaminhamento ao município mais próximo
e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir que contar com tal estrutura. (Parágrafo com redação
meios de prover a própria manutenção nem de dada pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
tê-la provida por sua família. (Caput do artigo com § 8º A renda familiar mensal a que se refere
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) o § 3º deverá ser declarada pelo requerente ou
§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, a fa- seu representante legal, sujeitando-se aos demais
mília é composta pelo requerente, o cônjuge ou procedimentos previstos no regulamento para o
companheiro, os pais e, na ausência de um deles, deferimento do pedido. (Parágrafo acrescido pela
a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, § 9º Os rendimentos decorrentes de estágio su-
desde que vivam sob o mesmo teto. (Parágrafo com pervisionado e de aprendizagem não serão com-
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) putados para os fins de cálculo da renda familiar
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de per capita a que se refere o § 3º deste artigo. (Pará-
prestação continuada, considera-se pessoa com grafo acrescido pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011, e com re-
deficiência aquela que tem impedimento de lon- dação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no
go prazo de natureza física, mental, intelectual ou DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais § 10. Considera-se impedimento de longo prazo,
barreiras, pode obstruir sua participação plena para os fins do § 2º deste artigo, aquele que pro-
e efetiva na sociedade em igualdade de condi- duza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.
ções com as demais pessoas. (Parágrafo com reda- (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
45
§ 11. Para concessão do benefício de que trata nerada, inclusive na condição de microempreen-
o caput deste artigo, poderão ser utilizados ou- dedor individual. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.470,
tros elementos probatórios da condição de mi- de 31/8/2011)
serabilidade do grupo familiar e da situação de § 1º Extinta a relação trabalhista ou a atividade
vulnerabilidade, conforme regulamento. (Pará-
empreendedora de que trata o caput deste artigo
grafo acrescido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publi-
e, quando for o caso, encerrado o prazo de paga-
cada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua
mento do seguro-desemprego e não tendo o be-
publicação)
neficiário adquirido direito a qualquer benefício
§ 12. São requisitos para a concessão, a manu-
tenção e a revisão do benefício as inscrições no previdenciário, poderá ser requerida a continui-
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro dade do pagamento do benefício suspenso, sem
Único para Programas Sociais do Governo Federal necessidade de realização de perícia médica ou
(Cadastro Único), conforme previsto em regula- reavaliação da deficiência e do grau de incapaci-
mento. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº 871, dade para esse fim, respeitado o período de revi-
de 18/1/2019) são previsto no caput do art. 21.
§ 13. O requerimento, a concessão e a re- § 2º A contratação de pessoa com deficiência
visão do benefício ficam condicionados à autori- como aprendiz não acarreta a suspensão do bene-
zação do requerente para acesso aos seus dados
fício de prestação continuada, limitado a 2 (dois)
bancários, nos termos do disposto no inciso V do
anos o recebimento concomitante da remunera-
§ 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10
ção e do benefício.
de janeiro de 2001. (Parágrafo acrescido pela Medida
Provisória nº 871, de 18/1/2019, em vigor 90 dias após a Seção II
publicação) Dos Benefícios Eventuais
Art. 21. O benefício de prestação continuada Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais as
deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avalia- provisões suplementares e provisórias que inte-
ção da continuidade das condições que lhe deram
gram organicamente as garantias do Suas e são
origem.
prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude
§ 1º O pagamento do benefício cessa no mo-
de nascimento, morte, situações de vulnerabili-
mento em que forem superadas as condições
dade temporária e de calamidade pública. (Artigo
referidas no caput, ou em caso de morte do be-
neficiário. com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
§ 2º O benefício será cancelado quando se cons- § 1º A concessão e o valor dos benefícios de que
tatar irregularidade na sua concessão ou utiliza- trata este artigo serão definidos pelos Estados,
ção. Distrito Federal e Municípios e previstos nas res-
§ 3º O desenvolvimento das capacidades cog- pectivas leis orçamentárias anuais, com base em
nitivas, motoras ou educacionais e a realização critérios e prazos definidos pelos respectivos Con-
de atividades não remuneradas de habilitação e selhos de Assistência Social.
reabilitação, entre outras, não constituem motivo § 2º O CNAS, ouvidas as respectivas representa-
de suspensão ou cessação do benefício da pessoa
ções de Estados e Municípios dele participantes,
com deficiência. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435,
poderá propor, na medida das disponibilidades
de 6/7/2011)
orçamentárias das 3 (três) esferas de governo, a
§ 4º A cessação do benefício de prestação con-
tinuada concedido à pessoa com deficiência não instituição de benefícios subsidiários no valor
impede nova concessão do benefício, desde que de até 25% (vinte e cinco por cento) do salário
atendidos os requisitos definidos em regulamen- mínimo para cada criança de até 6 (seis) anos de
to. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011, e idade.
com redação dada pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011) § 3º Os benefícios eventuais subsidiários não
Art. 21-A. O benefício de prestação continuada poderão ser cumulados com aqueles instituídos
será suspenso pelo órgão concedente quando a pelas Leis nº 10.954, de 29 de setembro de 2004,
pessoa com deficiência exercer atividade remu- e nº 10.458, de 14 de maio de 2002.
46
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
lhoria de vida da população e cujas ações, volta- Parágrafo único. Regulamento definirá as dire-
das para as necessidades básicas, observem os trizes e os procedimentos do Paif.
objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos Art. 24-B. Fica instituído o Serviço de Proteção
nesta Lei. (Caput do artigo com redação dada pela Lei e Atendimento Especializado a Famílias e Indi-
nº 12.435, de 6/7/2011) víduos (Paefi), que integra a proteção social es-
§ 1º O regulamento instituirá os serviços so- pecial e consiste no apoio, orientação e acompa-
cioassistenciais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, nhamento a famílias e indivíduos em situação de
de 6/7/2011) ameaça ou violação de direitos, articulando os
§ 2º Na organização dos serviços da assistência serviços socioassistenciais com as diversas polí-
social serão criados programas de amparo, entre ticas públicas e com órgãos do sistema de garan-
outros: (Parágrafo único transformado em § 2º e com re- tia de direitos. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de
dação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) 6/7/2011)
I – às crianças e adolescentes em situação de Parágrafo único. Regulamento definirá as dire-
risco pessoal e social, em cumprimento ao dis- trizes e os procedimentos do Paefi.
posto no art. 227 da Constituição Federal e na
Art. 24-C. Fica instituído o Programa de Erradica-
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
ção do Trabalho Infantil (Peti), de caráter interse-
Criança e do Adolescente); (Inciso acrescido pela Lei
torial, integrante da Política Nacional de Assistên-
nº 12.435, de 6/7/2011)
cia Social, que, no âmbito do Suas, compreende
II – às pessoas que vivem em situação de rua.
transferências de renda, trabalho social com fa-
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
mílias e oferta de serviços socioeducativos para
Seção IV crianças e adolescentes que se encontrem em si-
Dos Programas de Assistência Social tuação de trabalho. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435,
Art. 24. Os programas de assistência social com- de 6/7/2011)
ria (Funac), instituído pelo Decreto nº 91.970, de Art. 30. É condição para os repasses, aos Muni-
22 de novembro de 1985, ratificado pelo Decreto cípios, aos Estados e ao Distrito Federal, dos re-
Legislativo nº 66, de 18 de dezembro de 1990, cursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e
transformado no Fundo Nacional de Assistência funcionamento de:
Social (FNAS). I – Conselho de Assistência Social, de composi-
ção paritária entre governo e sociedade civil;
Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços,
II – Fundo de Assistência Social, com orientação
programas e projetos estabelecidos nesta Lei far-
e controle dos respectivos Conselhos de Assistên-
-se-á com os recursos da União, dos Estados, do
cia Social;
Distrito Federal e dos Municípios, das demais con-
III – Plano de Assistência Social.
tribuições sociais previstas no art. 195 da Cons-
Parágrafo único. É, ainda, condição para trans-
tituição Federal, além daqueles que compõem o
ferência de recursos do FNAS aos Estados, ao
Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
Distrito Federal e aos Municípios a comprovação
§ 1º Cabe ao órgão da Administração Pública orçamentária dos recursos próprios destinados à
responsável pela coordenação da Política de As- Assistência Social, alocados em seus respectivos
sistência Social nas 3 (três) esferas de governo Fundos de Assistência Social, a partir do exercício
gerir o Fundo de Assistência Social, sob orien- de 1999. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, de
tação e controle dos respectivos Conselhos de 30/11/1998)
Assistência Social. (Parágrafo com redação dada pela
Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, pro-
Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
gramas, projetos e benefícios eventuais, no que
§ 2º O Poder Executivo disporá, no prazo de
couber, e o aprimoramento da gestão da polí-
180 (cento e oitenta) dias a contar da data de pu-
tica de assistência social no Suas se efetuam por
blicação desta lei, sobre o regulamento e funcio-
meio de transferências automáticas entre os fun-
namento do Fundo Nacional de Assistência Social
dos de assistência social e mediante alocação de
(FNAS).
recursos próprios nesses fundos nas 3 (três) es-
§ 3º O financiamento da assistência social no feras de governo. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435,
Suas deve ser efetuado mediante cofinanciamen- de 6/7/2011)
to dos 3 (três) entes federados, devendo os recur- Parágrafo único. As transferências automáticas
sos alocados nos fundos de assistência social ser de recursos entre os fundos de assistência social
voltados à operacionalização, prestação, aprimo- efetuadas à conta do orçamento da seguridade so-
ramento e viabilização dos serviços, programas, cial, conforme o art. 204 da Constituição Federal,
projetos e benefícios desta política. (Parágrafo acres- caracterizam-se como despesa pública com a se-
cido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) guridade social, na forma do art. 24 da Lei Com-
Art. 28-A. (Artigo acrescido pela Medida Provisória plementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
nº 2.187-13, de 24/8/2001, e revogado pela Medida Pro- Art. 30-B. Caberá ao ente federado responsável
visória nº 852, de 21/9/2018, convertida na Lei nº 13.813, pela utilização dos recursos do respectivo Fundo
de 9/4/2019) de Assistência Social o controle e o acompanha-
48
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
mento dos serviços, programas, projetos e benefí- dentro do prazo estabelecido no caput, de forma
cios, por meio dos respectivos órgãos de controle, a assegurar não haja solução de continuidade.
independentemente de ações do órgão repassa- § 2º O acervo do órgão de que trata o caput será
dor dos recursos. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, transferido, no prazo de 60 (sessenta) dias, para
de 6/7/2011) o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS),
Art. 30-C. A utilização dos recursos federais des- que promoverá, mediante critérios e prazos a
centralizados para os fundos de assistência social serem fixados, a revisão dos processos de regis-
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal tro e certificado de entidade de fins filantrópicos
será declarada pelos entes recebedores ao ente das entidades e organização de assistência social,
transferidor, anualmente, mediante relatório de observado o disposto no art. 3º desta lei.
gestão submetido à apreciação do respectivo Art. 34. A União continuará exercendo papel su-
Conselho de Assistência Social, que comprove a pletivo nas ações de assistência social, por ela
execução das ações na forma de regulamento. (Ar- atualmente executadas diretamente no âmbito
tigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal,
Parágrafo único. Os entes transferidores pode- visando à implementação do disposto nesta Lei,
rão requisitar informações referentes à aplicação por prazo máximo de 12 (doze) meses, contados
dos recursos oriundos do seu fundo de assistência a partir da data da publicação desta Lei.
social, para fins de análise e acompanhamento de
Art. 35. Cabe ao órgão da Administração Pública
sua boa e regular utilização.
Federal responsável pela coordenação da Política
CAPÍTULO VI Nacional de Assistência Social operar os benefí-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS cios de prestação continuada de que trata esta
Art. 31. Cabe ao Ministério Público zelar pelo efe- lei, podendo, para tanto, contar com o concurso
tivo respeito aos direitos estabelecidos nesta lei. de outros órgãos do Governo Federal, na forma a
ser estabelecida em regulamento.
Art. 32. O Poder Executivo terá o prazo de 60 (ses-
Parágrafo único. O regulamento de que trata o
senta) dias, a partir da publicação desta Lei, obe-
caput definirá as formas de comprovação do di-
decidas as normas por ela instituídas, para elabo-
reito ao benefício, as condições de sua suspensão,
rar e encaminhar projeto de lei dispondo sobre a
os procedimentos em casos de curatela e tutela e
extinção e reordenamento dos órgãos de assistên-
o órgão de credenciamento, de pagamento e de
cia social do Ministério do Bem-Estar Social.
fiscalização, dentre outros aspectos.
§ 1º O projeto de que trata este artigo definirá
formas de transferências de benefícios, serviços, Art. 36. As entidades e organizações de assistên-
programas, projetos, pessoal, bens móveis e imó- cia social que incorrerem em irregularidades na
veis para a esfera municipal. aplicação dos recursos que lhes foram repassa-
§ 2º O Ministro de Estado do Bem-Estar Social dos pelos poderes públicos terão a sua vinculação
indicará Comissão encarregada de elaborar o pro- ao Suas cancelada, sem prejuízo de responsabi-
jeto de lei de que trata este artigo, que contará lidade civil e penal. (Artigo com redação dada pela
com a participação das organizações dos usuários, Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
de trabalhadores do setor e de entidades e orga- Art. 37. O benefício de prestação continuada será
nizações de assistência social. devido após o cumprimento, pelo requerente, de
Art. 33. Decorrido o prazo de 120 (cento e vin- todos os requisitos legais e regulamentares exi-
te) dias da promulgação desta Lei, fica extinto gidos para a sua concessão, inclusive apresenta-
o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS), ção da documentação necessária, devendo o seu
revogando-se, em consequência, os Decretos-Lei pagamento ser efetuado em até quarenta e cinco
nos 525, de 1º de julho de 1938, e 657, de 22 de ju- dias após cumpridas as exigências de que trata
lho de 1943. este artigo. (Caput do artigo com redação dada pela
§ 1º O Poder Executivo tomará as providências Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
necessárias para a instalação do Conselho Nacio- Parágrafo único. No caso de o primeiro paga-
nal de Assistência Social (CNAS) e a transferência mento ser feito após o prazo previsto no caput,
das atividades que passarão à sua competência aplicar-se-á na sua atualização o mesmo critério
49
adotado pelo INSS na atualização do primeiro pa- LEI Nº 8.842, DE 4 DE JANEIRO DE 1994
gamento de benefício previdenciário em atraso. (LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO)
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998) (Publicada no DOU de 5/1/1994)
Art. 38. (Revogado pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria
o Conselho Nacional do Idoso e dá outras pro-
Art. 39. O Conselho Nacional de Assistência So- vidências.
cial (CNAS), por decisão da maioria absoluta de O presidente da República
seus membros, respeitados o orçamento da segu- Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
ridade social e a disponibilidade do Fundo Nacio- sanciono a seguinte Lei:
nal de Assistência Social (FNAS), poderá propor ao CAPÍTULO I
Poder Executivo a alteração dos limites de renda DA FINALIDADE
mensal per capita definidos no § 3º do art. 20 e Art. 1º A política nacional do idoso tem por obje-
caput do art. 22. tivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando
Art. 40. Com a implantação dos benefícios pre- condições para promover sua autonomia, integra-
vistos nos arts. 20 e 22 desta Lei, extinguem-se ção e participação efetiva na sociedade.
a renda mensal vitalícia, o auxílio-natalidade e o Art. 2º Considera-se idoso, para os efeitos desta
auxílio-funeral existentes no âmbito da Previdên- Lei, a pessoa maior de sessenta anos de idade.
cia Social, conforme o disposto na Lei nº 8.213, de CAPÍTULO II
24 de julho de 1991. DOS PRINCÍPIOS E DAS DIRETRIZES
§ 1º A transferência dos beneficiários do sis- Seção I
tema previdenciário para a assistência social deve Dos Princípios
ser estabelecida de forma que o atendimento à
Art. 3º A política nacional do idoso reger-se-á
população não sofra solução de continuidade. (Pa- pelos seguintes princípios:
rágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 9.711, de I – a família, a sociedade e o estado têm o dever
19/11/1998) de assegurar ao idoso todos os direitos da cidada-
§ 2º É assegurado ao maior de setenta anos e nia, garantindo sua participação na comunidade,
ao inválido o direito de requerer a renda mensal defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito
vitalícia junto ao INSS até 31 de dezembro de 1995, à vida;
desde que atenda, alternativamente, aos requisi- II – o processo de envelhecimento diz respeito
tos estabelecidos nos incisos I, II ou III do § 1º do à sociedade em geral, devendo ser objeto de co-
nhecimento e informação para todos;
art. 139 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
III – o idoso não deve sofrer discriminação de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.711, de 19/11/1998)
qualquer natureza;
Art. 40-A. Os benefícios monetários decorrentes IV – o idoso deve ser o principal agente e o des-
do disposto nos arts. 22, 24-C e 25 desta Lei se- tinatário das transformações a serem efetivadas
rão pagos preferencialmente à mulher responsá- através desta política;
vel pela unidade familiar, quando cabível. (Artigo V – as diferenças econômicas, sociais, regionais
acrescido pela Lei nº 13.014, de 21/7/2014, publicada no e, particularmente, as contradições entre o meio
DOU de 22/7/2014, em vigor 90 dias após a data de sua rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas
pelos poderes públicos e pela sociedade em geral,
publicação)
na aplicação desta Lei.
Art. 41. Esta lei entra em vigor na data da sua pu-
Seção II
blicação.
Das Diretrizes
Art. 42. Revogam-se as disposições em contrário. Art. 4º Constituem diretrizes da política nacional
Brasília, 7 de dezembro de 1993; 172º da do idoso:
Independência e 105º da República. I – viabilização de formas alternativas de parti-
ITAMAR FRANCO cipação, ocupação e convívio do idoso, que pro-
Jutahy Magalhães Júnior porcionem sua integração às demais gerações;
50
LEI Nº 8.842, DE 4 DE JANEIRO DE 1994
II – participação do idoso, através de suas orga- Art. 8º À União, por intermédio do ministério res-
nizações representativas, na formulação, imple- ponsável pela assistência e promoção social, com-
mentação e avaliação das políticas, planos, pro- pete:
gramas e projetos a serem desenvolvidos; I – coordenar as ações relativas à política na-
III – priorização do atendimento ao idoso atra- cional do idoso;
vés de suas próprias famílias, em detrimento do II – participar na formulação, acompanhamento
atendimento asilar, à exceção dos idosos que não e avaliação da política nacional do idoso;
possuam condições que garantam sua própria so- III – promover as articulações intraministeriais
brevivência; e interministeriais necessárias à implementação
IV – descentralização político-administrativa; da política nacional do idoso;
V – capacitação e reciclagem dos recursos hu- IV – (Vetado)
manos nas áreas de geriatria e gerontologia e na V – elaborar a proposta orçamentária no âmbito
prestação de serviços; da promoção e assistência social e submetê-la ao
VI – implementação de sistema de informações Conselho Nacional do Idoso.
que permita a divulgação da política, dos serviços Parágrafo único. Os ministérios das áreas de
oferecidos, dos planos, programas e projetos em saúde, educação, trabalho, previdência social, cul-
cada nível de governo; tura, esporte e lazer devem elaborar proposta or-
VII – estabelecimento de mecanismos que fa- çamentária, no âmbito de suas competências, vi-
voreçam a divulgação de informações de caráter sando ao financiamento de programas nacionais
educativo sobre os aspectos biopsicossociais do compatíveis com a política nacional do idoso.
envelhecimento;
Art. 9º (Vetado)
VIII – priorização do atendimento ao idoso em
Parágrafo único. (Vetado)
órgãos públicos e privados prestadores de servi-
ços, quando desabrigados e sem família; CAPÍTULO IV
IX – apoio a estudos e pesquisas sobre as ques- DAS AÇÕES GOVERNAMENTAIS
tões relativas ao envelhecimento. Art. 10. Na implementação da política nacional
Parágrafo único. É vedada a permanência de do idoso, são competências dos órgãos e entida-
portadores de doenças que necessitem de assis- des públicos:
tência médica ou de enfermagem permanente em I – na área de promoção e assistência social:
instituições asilares de caráter social. a) prestar serviços e desenvolver ações voltadas
CAPÍTULO III para o atendimento das necessidades básicas do
DA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO idoso, mediante a participação das famílias, da
sociedade e de entidades governamentais e não
Art. 5º Competirá ao órgão ministerial responsá-
governamentais;
vel pela assistência e promoção social a coorde-
b) estimular a criação de incentivos e de al-
nação geral da política nacional do idoso, com a
ternativas de atendimento ao idoso, como cen-
participação dos conselhos nacionais, estaduais,
tros de convivência, centros de cuidados diurnos,
do Distrito Federal e municipais do idoso.
casas-lares, oficinas abrigadas de trabalho, aten-
Art. 6º Os conselhos nacional, estaduais, do Dis- dimentos domiciliares e outros;
trito Federal e municipais do idoso serão órgãos c) promover simpósios, seminários e encontros
permanentes, paritários e deliberativos, compos- específicos;
tos por igual número de representantes dos ór- d) planejar, coordenar, supervisionar e financiar
gãos e entidades públicas e de organizações re- estudos, levantamentos, pesquisas e publicações
presentativas da sociedade civil ligadas à área. sobre a situação social do idoso;
Art. 7º Compete aos Conselhos de que trata o e) promover a capacitação de recursos para
art. 6º desta Lei a supervisão, o acompanhamento, atendimento ao idoso;
a fiscalização e a avaliação da política nacional II – na área de saúde:
do idoso, no âmbito das respectivas instâncias a) garantir ao idoso a assistência à saúde, nos
político-administrativas. (Artigo com redação dada diversos níveis de atendimento do Sistema Único
pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003) de Saúde;
51
b) prevenir, promover, proteger e recuperar a blico e privado com antecedência mínima de dois
saúde do idoso, mediante programas e medidas anos antes do afastamento;
profiláticas; V – na área de habitação e urbanismo:
c) adotar e aplicar normas de funcionamento a) destinar, nos programas habitacionais, uni-
às instituições geriátricas e similares, com fiscali- dades em regime de comodato ao idoso, na mo-
zação pelos gestores do Sistema Único de Saúde; dalidade de casas-lares;
d) elaborar normas de serviços geriátricos hos- b) incluir nos programas de assistência ao idoso
pitalares; formas de melhoria de condições de habitabili-
e) desenvolver formas de cooperação entre as dade e adaptação de moradia, considerando seu
Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Fe- estado físico e sua independência de locomoção;
deral, e dos Municípios e entre os Centros de Re- c) elaborar critérios que garantam o acesso da
ferência em Geriatria e Gerontologia para treina- pessoa idosa à habitação popular;
mento de equipes interprofissionais; d) diminuir barreiras arquitetônicas e urbanas;
f) incluir a Geriatria como especialidade clínica,
VI – na área de justiça:
para efeito de concursos públicos federais, esta-
a) promover e defender os direitos da pessoa
duais, do Distrito Federal e municipais;
idosa;
g) realizar estudos para detectar o caráter epi-
b) zelar pela aplicação das normas sobre o
demiológico de determinadas doenças do idoso,
idoso determinando ações para evitar abusos e
com vistas a prevenção, tratamento e reabilita-
lesões a seus direitos;
ção; e
VII – na área de cultura, esporte e lazer:
h) criar serviços alternativos de saúde para o
a) garantir ao idoso a participação no processo
idoso;
de produção, reelaboração e fruição dos bens
III – na área de educação:
a) adequar currículos, metodologias e material culturais;
didático aos programas educacionais destinados b) propiciar ao idoso o acesso aos locais e even-
ao idoso; tos culturais, mediante preços reduzidos, em âm-
b) inserir nos currículos mínimos, nos diversos bito nacional;
níveis do ensino formal, conteúdos voltados para c) incentivar os movimentos de idosos a desen-
o processo de envelhecimento, de forma a elimi- volver atividades culturais;
nar preconceitos e a produzir conhecimentos so- d) valorizar o registro da memória e a transmis-
bre o assunto; são de informações e habilidades do idoso aos
c) incluir a Gerontologia e a Geriatria como dis- mais jovens, como meio de garantir a continui-
ciplinas curriculares nos cursos superiores; dade e a identidade cultural;
d) desenvolver programas educativos, especial- e) incentivar e criar programas de lazer, esporte
mente nos meios de comunicação, a fim de infor- e atividades físicas que proporcionem a melhoria
mar a população sobre o processo de envelheci- da qualidade de vida do idoso e estimulem sua
mento; participação na comunidade.
e) desenvolver programas que adotem moda- § 1º É assegurado ao idoso o direito de dispor
lidades de ensino à distância, adequados às con- de seus bens, proventos, pensões e benefícios,
dições do idoso; salvo nos casos de incapacidade judicialmente
f) apoiar a criação de universidade aberta para comprovada.
a terceira idade, como meio de universalizar o § 2º Nos casos de comprovada incapacidade
acesso às diferentes formas do saber; do idoso para gerir seus bens, ser-lhe-á nomeado
IV – na área de trabalho e previdência social: Curador especial em juízo.
a) garantir mecanismos que impeçam a discri- § 3º Todo cidadão tem o dever de denunciar à
minação do idoso quanto a sua participação no autoridade competente qualquer forma de negli-
mercado de trabalho, no setor público e privado; gência ou desrespeito ao idoso.
b) priorizar o atendimento do idoso nos bene-
fícios previdenciários; CAPÍTULO V
c) criar e estimular a manutenção de programas
DO CONSELHO NACIONAL
de preparação para aposentadoria nos setores pú- Arts. 11 a 18. (Vetado)
52
LEI Nº 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000
53
LEI Nº 12.033, DE 29 DE [...]
SETEMBRO DE 2009 III – do lugar:
(Publicada no DOU de 30/9/2009) [...]
Altera a redação do parágrafo único do art. 145 e) de residência do idoso, para a causa que
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de verse sobre direito previsto no respectivo esta-
1940 (Código Penal), tornando pública condi- tuto;
cionada a ação penal em razão da injúria que
especifica.
[...]
54
DECRETO Nº 1.948, DE 3 DE JULHO DE 1996
e) produzir e difundir material educativo sobre Art. 12. Ao Ministério da Cultura compete, em
a saúde do idoso; conjunto com seus órgãos e entidades vinculadas,
IX – adotar e aplicar normas de funcionamento criar programa de âmbito nacional, visando à:
às instituições geriátricas e similares, com fiscali- I – garantir ao idoso a participação no processo
zação pelos gestores do Sistema Único de Saúde; de produção, reelaboração e fruição dos bens cul-
X – elaborar normas de serviços geriátricos hos- turais;
pitalares e acompanhar a sua implementação; II – propiciar ao idoso o acesso aos locais e
XI – desenvolver formas de cooperação entre eventos culturais, mediante preços reduzidos;
as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito III – valorizar o registro da memória e a trans-
missão de informações e habilidades do idoso aos
Federal, dos Municípios, as organizações não go-
mais jovens, como meio de garantir a continui-
vernamentais e entre os Centros de Referência
dade e a identidade cultural;
em Geriatria e Gerontologia, para treinamento
IV – incentivar os movimentos de idosos a de-
dos profissionais de saúde;
senvolver atividades culturais.
XII – incluir a Geriatria como especialidade clí-
Parágrafo único. Às entidades vinculadas do Mi-
nica, para efeito de concursos públicos federais;
nistério da Cultura, no âmbito de suas respectivas
XIII – realizar e apoiar estudos e pesquisas de
áreas afins, compete a implementação de ativi-
caráter epidemiológico visando a ampliação do dades específicas, conjugadas à Política Nacional
conhecimento sobre o idoso e subsidiar as ações do Idoso.
de prevenção, tratamento e reabilitação;
Art. 13. (Revogado pelo Decreto nº 6.800, de 18/3/2009)
XIV – estimular a criação, na rede de serviços do
Sistema Único de Saúde, de Unidades de Cuida- Art. 14. Os Ministérios que atuam nas áreas de
dos Diurnos (Hospital-Dia, Centro-Dia), de aten- habitação e urbanismo, de saúde, de educação e
dimento domiciliar e outros serviços alternativos desporto, de trabalho, de previdência e assistên-
para o idoso. cia social, de cultura e da justiça deverão elaborar
proposta orçamentaria, no âmbito de suas com-
Art. 10. Ao Ministério da Educação e do Desporto, petências, visando ao financiamento de progra-
em articulação com órgãos federais, estaduais e mas compatíveis com a Política Nacional do Idoso.
municipais de educação, compete:
Art. 15. Compete aos Ministérios envolvidos na
I – viabilizar a implantação de programa educa-
Política Nacional do Idoso, dentro das suas com-
cional voltado para o idoso, de modo a atender o
petências, promover a capacitação de recursos
inciso III do art. 10 da Lei nº 8.842, de 4 de janeiro
humanos voltados ao atendimento do idoso.
de 1994;
Parágrafo único. Para viabilizar a capacitação
II – incentivar a inclusão nos programas edu- de recursos humanos, os Ministérios poderão fir-
cacionais de conteúdos sobre o processo de en- mar convênios com instituições governamentais
velhecimento; e não governamentais, nacionais, estrangeiras ou
III – estimular e apoiar a admissão do idoso na internacionais.
universidade, propiciando a integração interge-
Art. 16. Compete ao Conselho Nacional da Segu-
racional;
ridade Social e aos conselhos setoriais, no âmbito
IV – incentivar o desenvolvimento de progra-
da seguridade, a formulação, coordenação, super-
mas educativos voltados para a comunidade, ao
visão e avaliação da Política Nacional do Idoso,
idoso e sua família, mediante os meios de comu- respeitadas as respectivas esferas de atribuições
nicação de massa; administrativas.
V – incentivar a inclusão de disciplinas de Ge-
Art. 17. O idoso terá atendimento preferencial
rontologia e Geriatria nos currículos dos cursos
nos órgãos públicos e privados prestadores de
superiores.
serviços à população.
Art. 11. Ao Ministério do Trabalho, por meio de Parágrafo único. O idoso que não tenha meios
seus órgãos, compete garantir mecanismos que de prover à sua própria subsistência, que não
impeçam a discriminação do idoso quanto à sua tenha família ou cuja família não tenha condições
participação no mercado de trabalho. de prover à sua manutenção, terá assegurada a
57
assistência asilar, pela União, pelos Estados, pelo Art. 2º Ficam sujeitos ao cumprimento das dispo-
Distrito Federal e pelos Municípios, na forma da sições deste Decreto, sempre que houver intera-
lei. ção com a matéria nele regulamentada:
Art. 18. Fica proibida a permanência em institui- I – a aprovação de projeto de natureza arquite-
ções asilares, de caráter social, de idosos porta- tônica e urbanística, de comunicação e informa-
dores de doenças que exijam assistência médica ção, de transporte coletivo, bem como a execução
permanente ou de assistência de enfermagem in- de qualquer tipo de obra, quando tenham desti-
tensiva, cuja falta possa agravar ou por em risco nação pública ou coletiva;
sua vida ou a vida de terceiros. II – a outorga de concessão, permissão, autori-
Parágrafo único. A permanência ou não do ido- zação ou habilitação de qualquer natureza;
so doente em instituições asilares, de caráter so- III – a aprovação de financiamento de proje-
cial, dependerá de avaliação médica prestada tos com a utilização de recursos públicos, den-
pelo serviço de saúde local. tre eles os projetos de natureza arquitetônica e
urbanística, os tocantes à comunicação e infor-
Art. 19. Para implementar as condições estabe-
mação e os referentes ao transporte coletivo, por
lecidas no artigo anterior, as instituições asilares
meio de qualquer instrumento, tais como convê-
poderão firmar contratos ou convênios com o Sis-
nio, acordo, ajuste, contrato ou similar; e
tema de Saúde local.
IV – a concessão de aval da União na obtenção
Art. 20. Este Decreto entra em vigor na data de de empréstimos e financiamentos internacionais
sua publicação. por entes públicos ou privados.
Brasília, 3 de julho de 1996; 175º da Art. 3º Serão aplicadas sanções administrativas,
Independência e 108º da República.
cíveis e penais cabíveis, previstas em lei, quando
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
não forem observadas as normas deste Decreto.
Nelson A. Jobim
Paulo Renato Souza Art. 4º O Conselho Nacional dos Direitos da Pes-
Francisco Weffort soa Portadora de Deficiência, os Conselhos Esta-
Paulo Paiva
Reinhold Stephanes duais, Municipais e do Distrito Federal, e as organi-
Adib Jatene zações representativas de pessoas portadoras de
Antonio Kandir deficiência terão legitimidade para acompanhar
e sugerir medidas para o cumprimento dos requi-
DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE sitos estabelecidos neste Decreto.
DEZEMBRO DE 2004
(Publicado no DOU de 3/12/2004)
CAPÍTULO II
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de no-
vembro de 2000, que dá prioridade de atendi- Art. 5º Os órgãos da administração pública di-
mento às pessoas que especifica, e 10.098, de reta, indireta e fundacional, as empresas presta-
19 de dezembro de 2000, que estabelece nor- doras de serviços públicos e as instituições finan-
mas gerais e critérios básicos para a promo- ceiras deverão dispensar atendimento prioritário
ção da acessibilidade das pessoas portadoras
às pessoas portadoras de deficiência ou com mo-
de deficiência ou com mobilidade reduzida, e
dá outras providências. bilidade reduzida.
§ 1º Considera-se, para os efeitos deste Decreto:
O presidente da República, no uso da atribuição
I – pessoa portadora de deficiência, além da-
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição,
quelas previstas na Lei nº 10.690, de 16 de junho
e tendo em vista o disposto nas Leis nos 10.048, de
de 2003, a que possui limitação ou incapacidade
8 de novembro de 2000, e 10.098, de 19 de dezem-
para o desempenho de atividade e se enquadra
bro de 2000, decreta:
nas seguintes categorias:
CAPÍTULO I a) deficiência física: alteração completa ou par-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES cial de um ou mais segmentos do corpo humano,
Art. 1º Este Decreto regulamenta as Leis nos 10.048, acarretando o comprometimento da função física,
de 8 de novembro de 2000, e 10.098, de 19 de dezem- apresentando-se sob a forma de paraplegia, pa-
bro de 2000. raparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,
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DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, he- 1983, observando, ainda, a Resolução do Conse-
miparesia, ostomia, amputação ou ausência de lho Monetário Nacional nº 2.878, de 26 de julho
membro, paralisia cerebral, nanismo, membros de 2001.
com deformidade congênita ou adquirida, exceto
Art. 6º O atendimento prioritário compreende tra-
as deformidades estéticas e as que não produzam
tamento diferenciado e atendimento imediato às
dificuldades para o desempenho de funções;
pessoas de que trata o art. 5º.
b) deficiência auditiva: perda bilateral, parcial
§ 1º O tratamento diferenciado inclui, dentre
ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais,
outros:
aferida por audiograma nas frequências de 500 Hz,
I – assentos de uso preferencial sinalizados, es-
1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000 Hz;
c) deficiência visual: cegueira, na qual a acui- paços e instalações acessíveis;
dade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor II – mobiliário de recepção e atendimento obri-
olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, gatoriamente adaptado à altura e à condição fí-
que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no sica de pessoas em cadeira de rodas, conforme
melhor olho, com a melhor correção óptica; os estabelecido nas normas técnicas de acessibili-
casos nos quais a somatória da medida do campo dade da ABNT;
visual em ambos os olhos for igual ou menor que III – serviços de atendimento para pessoas com
60°; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das deficiência auditiva, prestado por intérpretes ou
condições anteriores; pessoas capacitadas em Língua Brasileira de Si-
d) deficiência mental: funcionamento intelec- nais (Libras) e no trato com aquelas que não se
tual significativamente inferior à média, com ma- comuniquem em Libras, e para pessoas surdoce-
nifestação antes dos dezoito anos e limitações gas, prestado por guias-intérpretes ou pessoas
associadas a duas ou mais áreas de habilidades capacitadas neste tipo de atendimento;
adaptativas, tais como: IV – pessoal capacitado para prestar atendi-
1. comunicação; mento às pessoas com deficiência visual, mental
2. cuidado pessoal; e múltipla, bem como às pessoas idosas;
3. habilidades sociais; V – disponibilidade de área especial para em-
4. utilização dos recursos da comunidade; barque e desembarque de pessoa portadora de
5. saúde e segurança; deficiência ou com mobilidade reduzida;
6. habilidades acadêmicas; VI – sinalização ambiental para orientação das
7. lazer; e pessoas referidas no art. 5º;
8. trabalho;
VII – divulgação, em lugar visível, do direito de
e) deficiência múltipla – associação de duas ou
atendimento prioritário das pessoas portadoras
mais deficiências; e
de deficiência ou com mobilidade reduzida;
II – pessoa com mobilidade reduzida, aquela
VIII – admissão de entrada e permanência de
que, não se enquadrando no conceito de pessoa
cão-guia ou cão-guia de acompanhamento junto
portadora de deficiência, tenha, por qualquer mo-
de pessoa portadora de deficiência ou de treina-
tivo, dificuldade de movimentar-se, permanente
dor nos locais dispostos no caput do art. 5º, bem
ou temporariamente, gerando redução efetiva da
como nas demais edificações de uso público e na-
mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e
percepção. quelas de uso coletivo, mediante apresentação da
§ 2º O disposto no caput aplica-se, ainda, às carteira de vacina atualizada do animal; e
pessoas com idade igual ou superior a sessenta IX – a existência de local de atendimento espe-
anos, gestantes, lactantes e pessoas com criança cífico para as pessoas referidas no art. 5º.
de colo. § 2º Entende-se por imediato o atendimento
§ 3º O acesso prioritário às edificações e ser- prestado às pessoas referidas no art. 5º, antes
viços das instituições financeiras deve seguir os de qualquer outra, depois de concluído o atendi-
preceitos estabelecidos neste Decreto e nas nor- mento que estiver em andamento, observado o
mas técnicas de acessibilidade da Associação disposto no inciso I do parágrafo único do art. 3º
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no que não da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Esta-
conflitarem com a Lei nº 7.102, de 20 de junho de tuto do Idoso).
59
§ 3º Nos serviços de emergência dos estabele- bem como aqueles que dificultem ou impossibili-
cimentos públicos e privados de atendimento à tem o acesso à informação;
saúde, a prioridade conferida por este Decreto III – elemento da urbanização: qualquer compo-
fica condicionada à avaliação médica em face da nente das obras de urbanização, tais como os refe-
gravidade dos casos a atender. rentes à pavimentação, saneamento, distribuição
§ 4º Os órgãos, empresas e instituições referi- de energia elétrica, iluminação pública, abaste-
dos no caput do art. 5º devem possuir, pelo me- cimento e distribuição de água, paisagismo e os
nos, um telefone de atendimento adaptado para que materializam as indicações do planejamento
comunicação com e por pessoas portadoras de urbanístico;
deficiência auditiva. IV – mobiliário urbano: o conjunto de objetos
Art. 7º O atendimento prioritário no âmbito da existentes nas vias e espaços públicos, super-
administração pública federal direta e indireta, postos ou adicionados aos elementos da urba-
bem como das empresas prestadoras de serviços nização ou da edificação, de forma que sua mo-
públicos, obedecerá às disposições deste Decreto, dificação ou traslado não provoque alterações
além do que estabelece o Decreto nº 3.507, de 13 substanciais nestes elementos, tais como semá-
de junho de 2000. foros, postes de sinalização e similares, telefones
Parágrafo único. Cabe aos Estados, Municípios e cabines telefônicas, fontes públicas, lixeiras,
e ao Distrito Federal, no âmbito de suas compe- toldos, marquises, quiosques e quaisquer outros
tências, criar instrumentos para a efetiva implan- de natureza análoga;
tação e o controle do atendimento prioritário re- V – ajuda técnica: os produtos, instrumentos,
ferido neste Decreto. equipamentos ou tecnologia adaptados ou espe-
CAPÍTULO III cialmente projetados para melhorar a funcionali-
DAS CONDIÇÕES GERAIS DA ACESSIBILIDADE dade da pessoa portadora de deficiência ou com
Art. 8º Para os fins de acessibilidade, considera-se: mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia
I – acessibilidade: condição para utilização, com pessoal, total ou assistida;
segurança e autonomia, total ou assistida, dos es- VI – edificações de uso público: aquelas admi-
paços, mobiliários e equipamentos urbanos, das nistradas por entidades da administração pública,
edificações, dos serviços de transporte e dos dis- direta e indireta, ou por empresas prestadoras
positivos, sistemas e meios de comunicação e in- de serviços públicos e destinadas ao público em
formação, por pessoa portadora de deficiência ou geral;
com mobilidade reduzida; VII – edificações de uso coletivo: aquelas desti-
II – barreiras: qualquer entrave ou obstáculo nadas às atividades de natureza comercial, hote-
que limite ou impeça o acesso, a liberdade de mo- leira, cultural, esportiva, financeira, turística, re-
vimento, a circulação com segurança e a possibi- creativa, social, religiosa, educacional, industrial
lidade de as pessoas se comunicarem ou terem e de saúde, inclusive as edificações de prestação
acesso à informação, classificadas em: de serviços de atividades da mesma natureza;
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias VIII – edificações de uso privado: aquelas des-
públicas e nos espaços de uso público; tinadas à habitação, que podem ser classificadas
b) barreiras nas edificações: as existentes no como unifamiliar ou multifamiliar; e
entorno e interior das edificações de uso público
IX – desenho universal: concepção de espaços,
e coletivo e no entorno e nas áreas internas de
artefatos e produtos que visam atender simulta-
uso comum nas edificações de uso privado mul-
neamente todas as pessoas, com diferentes carac-
tifamiliar;
terísticas antropométricas e sensoriais, de forma
c) barreiras nos transportes: as existentes nos
autônoma, segura e confortável, constituindo-se
serviços de transportes; e
nos elementos ou soluções que compõem a aces-
d) barreiras nas comunicações e informações:
sibilidade.
qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou im-
possibilite a expressão ou o recebimento de men- Art. 9º A formulação, implementação e manuten-
sagens por intermédio dos dispositivos, meios ou ção das ações de acessibilidade atenderão às se-
sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, guintes premissas básicas:
60
DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
nheiros, quadras esportivas, portarias, estaciona- § 1º Nas edificações de uso público a serem
mentos e garagens, entre outras partes das áreas construídas, os sanitários destinados ao uso por
internas ou externas de uso comum das edifica- pessoa portadora de deficiência ou com mobili-
ções de uso privado multifamiliar e das de uso co- dade reduzida serão distribuídos na razão de, no
letivo. mínimo, uma cabine para cada sexo em cada pavi-
Art. 19. A construção, ampliação ou reforma de mento da edificação, com entrada independente
edificações de uso público deve garantir, pelo me- dos sanitários coletivos, obedecendo às normas
nos, um dos acessos ao seu interior, com comuni- técnicas de acessibilidade da ABNT.
cação com todas as suas dependências e serviços, § 2º Nas edificações de uso público já existen-
livre de barreiras e de obstáculos que impeçam ou tes, terão elas prazo de trinta meses a contar da
dificultem a sua acessibilidade. data de publicação deste Decreto para garantir
§ 1º No caso das edificações de uso público pelo menos um banheiro acessível por pavimento,
já existentes, terão elas prazo de trinta meses a com entrada independente, distribuindo-se seus
contar da data de publicação deste Decreto para equipamentos e acessórios de modo que possam
garantir acessibilidade às pessoas portadoras de ser utilizados por pessoa portadora de deficiência
deficiência ou com mobilidade reduzida. ou com mobilidade reduzida.
§ 2º Sempre que houver viabilidade arquitetô- § 3º Nas edificações de uso coletivo a serem
nica, o Poder Público buscará garantir dotação or- construídas, ampliadas ou reformadas, onde de-
çamentária para ampliar o número de acessos nas vem existir banheiros de uso público, os sanitários
edificações de uso público a serem construídas, destinados ao uso por pessoa portadora de defi-
ampliadas ou reformadas. ciência deverão ter entrada independente dos de-
Art. 20. Na ampliação ou reforma das edifica- mais e obedecer às normas técnicas de acessibi-
ções de uso púbico ou de uso coletivo, os desní- lidade da ABNT.
veis das áreas de circulação internas ou externas § 4º Nas edificações de uso coletivo já existen-
serão transpostos por meio de rampa ou equipa- tes, onde haja banheiros destinados ao uso pú-
mento eletromecânico de deslocamento vertical, blico, os sanitários preparados para o uso por pes-
quando não for possível outro acesso mais cômo- soa portadora de deficiência ou com mobilidade
do para pessoa portadora de deficiência ou com reduzida deverão estar localizados nos pavimen-
mobilidade reduzida, conforme estabelecido nas tos acessíveis, ter entrada independente dos de-
normas técnicas de acessibilidade da ABNT. mais sanitários, se houver, e obedecer as normas
técnicas de acessibilidade da ABNT.
Art. 21. Os balcões de atendimento e as bilhete-
rias em edificação de uso público ou de uso cole- Art. 23. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios,
tivo devem dispor de, pelo menos, uma parte da ginásios de esporte, locais de espetáculos e de
superfície acessível para atendimento às pessoas conferências e similares, serão reservados espa-
portadoras de deficiência ou com mobilidade re- ços livres para pessoas em cadeira de rodas e as-
duzida, conforme os padrões das normas técnicas sentos para pessoas com deficiência ou com mo-
de acessibilidade da ABNT. bilidade reduzida, de acordo com a capacidade
Parágrafo único. No caso do exercício do direito de lotação da edificação, conforme o disposto no
de voto, as urnas das seções eleitorais devem ser art. 44 § 1º, da Lei 13.446, de 2015. (Caput do artigo
adequadas ao uso com autonomia pelas pessoas com redação dada pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018)
portadoras de deficiência ou com mobilidade re- § 1º Os espaços e os assentos a que se refere o
duzida e estarem instaladas em local de votação caput, a serem instalados e sinalizados conforme
plenamente acessível e com estacionamento pró- os requisitos estabelecidos nas normas técnicas
ximo. de acessibilidade da Associação Brasileira de Nor-
Art. 22. A construção, ampliação ou reforma de mas Técnicas (ABNT), devem: (Parágrafo com redação
edificações de uso público ou de uso coletivo de- dada pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018)
vem dispor de sanitários acessíveis destinados ao I – ser disponibilizados, no caso de edificações
uso por pessoa portadora de deficiência ou com com capacidade de lotação de até mil lugares, na
mobilidade reduzida. proporção de:
63
a) dois por cento de espaços para pessoas em sições especiais para a presença física de intérpre-
cadeira de rodas, com a garantia de, no mínimo, te de Libras e de guias-intérpretes, com a projeção
um espaço; e em tela da imagem do intérprete sempre que a dis-
b) dois por cento de assentos para pessoas com tância não permitir sua visualização direta. (Parágra-
deficiência ou com mobilidade reduzida, com a fo com redação dada pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018)
garantia de, no mínimo, um assento; ou (Inciso § 7º O sistema de sonorização assistida a que
acrescido pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018) se refere o § 6º será sinalizado por meio do picto-
II – ser disponibilizados, no caso de edificações grama aprovado pela Lei nº 8.160, de 8 de janeiro
com capacidade de lotação acima de mil lugares, de 1991.
na proporção de: § 8º As edificações de uso público e de uso co-
a) vinte espaços para pessoas em cadeira de letivo referidas no caput, já existentes, têm, res-
rodas mais um por cento do que exceder mil lu- pectivamente, prazo de trinta e quarenta e oito
gares; e meses, a contar da data de publicação deste De-
b) vinte assentos para pessoas com deficiência creto, para garantir a acessibilidade de que trata
ou com mobilidade reduzida mais um por cento o caput e os §§ 1º a 5º.
do que exceder mil lugares. (Inciso acrescido pelo De- § 9º Na hipótese de a aplicação do percentual
creto nº 9.404, de 11/6/2018) previsto nos § 1º e § 2º resultar em número fra-
§ 2º Cinquenta por cento dos assentos reser- cionado, será utilizado o primeiro número inteiro
vados para pessoas com deficiência ou com mo- superior. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.404, de
bilidade reduzida devem ter características di- 11/6/2018)
mensionais e estruturais para o uso por pessoa § 10. As adaptações necessárias à oferta de as-
obesa, conforme norma técnica de acessibilida- sentos com características dimensionais e estru-
de da ABNT, com a garantia de, no mínimo, um turais para o uso por pessoa obesa de que trata o
assento. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº § 2º serão implementadas no prazo de doze meses,
9.404, de 11/6/2018) contado da data de publicação deste Decreto. (Pa-
§ 3º Os espaços e os assentos a que se refere rágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018)
este artigo deverão situar-se em locais que ga- § 11. O direito à meia entrada para pessoas com
rantam a acomodação de um acompanhante ao deficiência não está restrito aos espaços e aos as-
lado da pessoa com deficiência ou com mobili- sentos reservados de que trata o caput e está su-
dade reduzida, resguardado o direito de se aco- jeito ao limite estabelecido no § 10 do art. 1º da
modar proximamente a grupo familiar e comuni- Lei nº 12.933, de 26 de dezembro de 2013. (Pará-
tário. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 9.404, grafo acrescido pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018)
de 11/6/2018) § 12. Os espaços e os assentos a que se refere o
§ 4º Nos locais referidos no caput, haverá, obri- caput deverão garantir às pessoas com deficiên-
gatoriamente, rotas de fuga e saídas de emer- cia auditiva boa visualização da interpretação em
gência acessíveis, conforme padrões das normas Libras e da legendagem descritiva, sempre que
técnicas de acessibilidade da ABNT, a fim de per- estas forem oferecidas. (Parágrafo acrescido pelo De-
mitir a saída segura de pessoas com deficiência ou creto nº 9.404, de 11/6/2018)
com mobilidade reduzida, em caso de emergên- Art. 23-A. Na hipótese de não haver procura
cia. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 9.404, comprovada pelos espaços livres para pessoas em
de 11/6/2018) cadeira de rodas e assentos reservados para pes-
§ 5º As áreas de acesso aos artistas, tais como soas com deficiência ou com mobilidade reduzida,
coxias e camarins, também devem ser acessíveis esses podem, excepcionalmente, ser ocupados
a pessoas com deficiência ou com mobilidade por pessoas sem deficiência ou que não tenham
reduzida. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº mobilidade reduzida. (Artigo acrescido pelo Decreto
9.404, de 11/6/2018) nº 9.404, de 11/6/2018)
§ 6º Para obtenção do financiamento de que tra- § 1º A reserva de assentos de que trata o caput
ta o inciso III do caput do art. 2º, as salas de espetá- será garantida a partir do início das vendas até
culo deverão dispor de meios eletrônicos que per- vinte e quatro horas antes de cada evento, com
mitam a transmissão de subtitulação por meio de disponibilidade em todos os pontos de venda de
legenda oculta e de audiodescrição, além de dispo- ingresso, sejam eles físicos ou virtuais.
64
DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
Art. 32. Os serviços de transporte coletivo terres- sáveis pela gestão dos serviços de transportes co-
tre são: letivos, no âmbito de suas competências, deverão
I – transporte rodoviário, classificado em ur- autorizar a colocação do Símbolo Internacional
bano, metropolitano, intermunicipal e interesta- de Acesso após certificar a acessibilidade do sis-
dual; tema de transporte.
II – transporte metroferroviário, classificado em Art. 37. Cabe às empresas concessionárias e per-
urbano e metropolitano; e missionárias e as instâncias públicas responsáveis
III – transporte ferroviário, classificado em in- pela gestão dos serviços de transportes coletivos
termunicipal e interestadual.
assegurar a qualificação dos profissionais que tra-
Art. 33. As instâncias públicas responsáveis pela balham nesses serviços, para que prestem atendi-
concessão e permissão dos serviços de transporte mento prioritário às pessoas portadoras de defi-
coletivo são: ciência ou com mobilidade reduzida.
I – governo municipal, responsável pelo trans-
Seção II
porte coletivo municipal; Da Acessibilidade no Transporte
II – governo estadual, responsável pelo trans- Coletivo Rodoviário
porte coletivo metropolitano e intermunicipal;
Art. 38. No prazo de até vinte e quatro meses a
III – governo do Distrito Federal, responsável
contar da data de edição das normas técnicas
pelo transporte coletivo do Distrito Federal; e
referidas no § 1º, todos os modelos e marcas de
IV – governo federal, responsável pelo trans-
veículos de transporte coletivo rodoviário para
porte coletivo interestadual e internacional.
utilização no País serão fabricados acessíveis e
Art. 34. Os sistemas de transporte coletivo são estarão disponíveis para integrar a frota operante,
considerados acessíveis quando todos os seus ele- de forma a garantir o seu uso por pessoas porta-
mentos são concebidos, organizados, implanta- doras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
dos e adaptados segundo o conceito de desenho § 1º As normas técnicas para fabricação dos
universal, garantindo o uso pleno com segurança veículos e dos equipamentos de transporte co-
e autonomia por todas as pessoas. letivo rodoviário, de forma a torná-los acessíveis,
Parágrafo único. A infraestrutura de transporte serão elaboradas pelas instituições e entidades
coletivo a ser implantada a partir da publicação que compõem o Sistema Nacional de Metrologia,
deste Decreto deverá ser acessível e estar dispo- Normalização e Qualidade Industrial, e estarão
nível para ser operada de forma a garantir o seu disponíveis no prazo de até doze meses a contar
uso por pessoas portadoras de deficiência ou com da data da publicação deste Decreto.
mobilidade reduzida. § 2º A substituição da frota operante atual por
Art. 35. Os responsáveis pelos terminais, esta- veículos acessíveis, a ser feita pelas empresas con-
ções, pontos de parada e os veículos, no âmbito cessionárias e permissionárias de transporte cole-
de suas competências, assegurarão espaços para tivo rodoviário, dar-se-á de forma gradativa, con-
atendimento, assentos preferenciais e meios de forme o prazo previsto nos contratos de concessão
acesso devidamente sinalizados para o uso das e permissão deste serviço.
pessoas portadoras de deficiência ou com mobi- § 3º A frota de veículos de transporte coletivo
lidade reduzida. rodoviário e a infraestrutura dos serviços deste
transporte deverão estar totalmente acessíveis no
Art. 36. As empresas concessionárias e permissio-
prazo máximo de cento e vinte meses a contar da
nárias e as instâncias públicas responsáveis pela
gestão dos serviços de transportes coletivos, no data de publicação deste Decreto.
âmbito de suas competências, deverão garantir § 4º Os serviços de transporte coletivo rodoviá-
a implantação das providências necessárias na rio urbano devem priorizar o embarque e desem-
operação, nos terminais, nas estações, nos pontos barque dos usuários em nível em, pelo menos, um
de parada e nas vias de acesso, de forma a assegu- dos acessos do veículo.
rar as condições previstas no art. 34 deste Decreto. Art. 39. No prazo de até vinte e quatro meses a
Parágrafo único. As empresas concessionárias e contar da data de implementação dos programas
permissionárias e as instâncias públicas respon- de avaliação de conformidade descritos no § 3º, as
67
empresas concessionárias e permissionárias dos nar as condições de acessibilidade do sistema de
serviços de transporte coletivo rodoviário deverão transporte aquaviário.
garantir a acessibilidade da frota de veículos em
Art. 41. No prazo de até cinquenta e quatro meses
circulação, inclusive de seus equipamentos.
a contar da data de implementação dos progra-
§ 1º As normas técnicas para adaptação dos veí-
mas de avaliação de conformidade descritos no
culos e dos equipamentos de transporte coletivo
§ 2º, as empresas concessionárias e permissioná-
rodoviário em circulação, de forma a torná-los
rias dos serviços de transporte coletivo aquaviá-
acessíveis, serão elaboradas pelas instituições e
rio, deverão garantir a acessibilidade da frota de
entidades que compõem o Sistema Nacional de
veículos em circulação, inclusive de seus equipa-
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial,
e estarão disponíveis no prazo de até doze meses mentos.
a contar da data da publicação deste Decreto. § 1º As normas técnicas para adaptação dos veí-
§ 2º Caberá ao Instituto Nacional de Metrolo- culos e dos equipamentos de transporte coletivo
gia, Normalização e Qualidade Industrial (Inme- aquaviário em circulação, de forma a torná-los
tro), quando da elaboração das normas técnicas acessíveis, serão elaboradas pelas instituições
para a adaptação dos veículos, especificar dentre e entidades que compõem o Sistema Nacional
esses veículos que estão em operação quais serão de Metrologia, Normalização e Qualidade Indus-
adaptados, em função das restrições previstas no trial, e estarão disponíveis no prazo de até trinta
art. 98 da Lei nº 9.503, de 1997. e seis meses a contar da data da publicação deste
§ 3º As adaptações dos veículos em operação Decreto.
nos serviços de transporte coletivo rodoviário, § 2º As adaptações dos veículos em operação
bem como os procedimentos e equipamentos a nos serviços de transporte coletivo aquaviário,
serem utilizados nestas adaptações, estarão su- bem como os procedimentos e equipamentos a
jeitas a programas de avaliação de conformidade serem utilizados nestas adaptações, estarão su-
desenvolvidos e implementados pelo Instituto jeitas a programas de avaliação de conformidade
Nacional de Metrologia, Normalização e Quali- desenvolvidos e implementados pelo Inmetro, a
dade Industrial (Inmetro), a partir de orientações partir de orientações normativas elaboradas no
normativas elaboradas no âmbito da ABNT. âmbito da ABNT.
Seção III Seção IV
Da Acessibilidade no Transporte Da Acessibilidade no Transporte Coletivo
Coletivo Aquaviário Metroferroviário e Ferroviário
Art. 40. No prazo de até trinta e seis meses a
Art. 42. A frota de veículos de transporte coletivo
contar da data de edição das normas técnicas
metroferroviário e ferroviário, assim como a in-
referidas no § 1º, todos os modelos e marcas de
fraestrutura dos serviços deste transporte deve-
veículos de transporte coletivo aquaviário serão
rão estar totalmente acessíveis no prazo máximo
fabricados acessíveis e estarão disponíveis para
de cento e vinte meses a contar da data de publi-
integrar a frota operante, de forma a garantir o
cação deste Decreto.
seu uso por pessoas portadoras de deficiência ou
§ 1º A acessibilidade nos serviços de transpor-
com mobilidade reduzida.
§ 1º As normas técnicas para fabricação dos veí- te coletivo metroferroviário e ferroviário obede-
culos e dos equipamentos de transporte coletivo cerá ao disposto nas normas técnicas de acessi-
aquaviário acessíveis, a serem elaboradas pelas bilidade da ABNT.
instituições e entidades que compõem o Sistema § 2º No prazo de até trinta e seis meses a con-
Nacional de Metrologia, Normalização e Quali- tar da data da publicação deste Decreto, todos os
dade Industrial, estarão disponíveis no prazo de modelos e marcas de veículos de transporte co-
até vinte e quatro meses a contar da data da pu- letivo metroferroviário e ferroviário serão fabrica-
blicação deste Decreto. dos acessíveis e estarão disponíveis para integrar
§ 2º As adequações na infraestrutura dos ser- a frota operante, de forma a garantir o seu uso por
viços desta modalidade de transporte deverão pessoas portadoras de deficiência ou com mobi-
atender a critérios necessários para proporcio- lidade reduzida.
68
DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
Art. 43. Os serviços de transporte coletivo metro- Art. 46. A fiscalização e a aplicação de multas aos
ferroviário e ferroviário existentes deverão estar sistemas de transportes coletivos, segundo dis-
totalmente acessíveis no prazo máximo de cento e posto no art. 6º, inciso II, da Lei nº 10.048, de 2000,
vinte meses a contar da data de publicação deste cabe à União, aos Estados, Municípios e ao Distrito
Decreto. Federal, de acordo com suas competências.
§ 1º As empresas concessionárias e permissio-
CAPÍTULO VI
nárias dos serviços de transporte coletivo metro-
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO
ferroviário e ferroviário deverão apresentar plano
de adaptação dos sistemas existentes, prevendo Art. 47. No prazo de até doze meses a contar da
ações saneadoras de, no mínimo, oito por cento data de publicação deste Decreto, será obrigató-
ao ano, sobre os elementos não acessíveis que ria a acessibilidade nos portais e sítios eletrôni-
compõem o sistema. cos da administração pública na rede mundial de
§ 2º O plano de que trata o § 1º deve ser apre- computadores (internet), para o uso das pessoas
sentado em até seis meses a contar da data de portadoras de deficiência visual, garantindo-lhes
publicação deste Decreto. o pleno acesso às informações disponíveis.
Seção V § 1º Nos portais e sítios de grande porte, desde
Da Acessibilidade no Transporte que seja demonstrada a inviabilidade técnica de
Coletivo Aéreo se concluir os procedimentos para alcançar inte-
Art. 44. No prazo de até trinta e seis meses, a gralmente a acessibilidade, o prazo definido no
contar da data da publicação deste Decreto, os caput será estendido por igual período.
serviços de transporte coletivo aéreo e os equi- § 2º Os sítios eletrônicos acessíveis às pessoas
pamentos de acesso às aeronaves estarão acessí- portadoras de deficiência conterão símbolo que
veis e disponíveis para serem operados de forma represente a acessibilidade na rede mundial de
a garantir o seu uso por pessoas portadoras de computadores (internet), a ser adotado nas res-
deficiência ou com mobilidade reduzida. pectivas páginas de entrada.
Parágrafo único. A acessibilidade nos serviços § 3º Os telecentros comunitários instalados
de transporte coletivo aéreo obedecerá ao dispos- ou custeados pelos Governos Federal, Estadual,
to na Norma de Serviço da Instrução da Aviação Municipal ou do Distrito Federal devem possuir
Civil NOSER/IAC – 2508-0796, de 1º de novembro instalações plenamente acessíveis e, pelo menos,
de 1995, expedida pelo Departamento de Aviação um computador com sistema de som instalado,
Civil do Comando da Aeronáutica, e nas normas para uso preferencial por pessoas portadoras de
técnicas de acessibilidade da ABNT. deficiência visual.
Seção VI Art. 48. Após doze meses da edição deste Decre-
Das Disposições Finais
to, a acessibilidade nos portais e sítios eletrôni-
Art. 45. Caberá ao Poder Executivo, com base em cos de interesse público na rede mundial de com-
estudos e pesquisas, verificar a viabilidade de re- putadores (internet), deverá ser observada para
dução ou isenção de tributo: obtenção do financiamento de que trata o inci-
I – para importação de equipamentos que não so III do art. 2º.
sejam produzidos no País, necessários no proces-
Art. 49. As empresas prestadoras de serviços de
so de adequação do sistema de transporte coleti-
vo, desde que não existam similares nacionais; e telecomunicações deverão garantir o pleno aces-
II – para fabricação ou aquisição de veículos ou so às pessoas portadoras de deficiência auditiva,
equipamentos destinados aos sistemas de trans- por meio das seguintes ações:
porte coletivo. I – no Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC),
Parágrafo único. Na elaboração dos estudos e disponível para uso do público em geral:
pesquisas a que se referem o caput, deve-se ob- a) instalar, mediante solicitação, em âmbito
servar o disposto no art. 14 da Lei Complementar nacional e em locais públicos, telefones de uso
nº 101, de 4 de maio de 2000, sinalizando impacto público adaptados para uso por pessoas porta-
orçamentário e financeiro da medida estudada. doras de deficiência;
69
b) garantir a disponibilidade de instalação de te- Art. 52. Caberá ao Poder Público incentivar a
lefones para uso por pessoas portadoras de defi- oferta de aparelhos de televisão equipados com
ciência auditiva para acessos individuais; recursos tecnológicos que permitam sua utiliza-
c) garantir a existência de centrais de interme- ção de modo a garantir o direito de acesso à in-
diação de comunicação telefônica a serem utiliza- formação às pessoas portadoras de deficiência
das por pessoas portadoras de deficiência audi- auditiva ou visual.
tiva, que funcionem em tempo integral e atendam Parágrafo único. Incluem-se entre os recursos
a todo o território nacional, inclusive com integra- referidos no caput:
ção com o mesmo serviço oferecido pelas presta- I – circuito de decodificação de legenda oculta;
doras de Serviço Móvel Pessoal; e II – recurso para Programa Secundário de Áudio
d) garantir que os telefones de uso público con- (SAP); e
tenham dispositivos sonoros para a identificação III – entradas para fones de ouvido com ou
das unidades existentes e consumidas dos cartões sem fio.
telefônicos, bem como demais informações exibi- Art. 53. Os procedimentos a serem observados
das no painel destes equipamentos; para implementação do plano de medidas técni-
II – no Serviço Móvel Celular ou Serviço Móvel cas previstos no art. 19 da Lei nº 10.098, de 2000,
Pessoal: serão regulamentados, em norma complementar,
a) garantir a interoperabilidade nos serviços pelo Ministério das Comunicações. (Caput do artigo
de telefonia móvel, para possibilitar o envio de com redação dada pelo Decreto nº 5.645, de 28/12/2005)
mensagens de texto entre celulares de diferentes § 1º O processo de regulamentação de que trata
empresas; e o caput deverá atender ao disposto no art. 31 da
b) garantir a existência de centrais de interme- Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
diação de comunicação telefônica a serem utiliza- § 2º A regulamentação de que trata o caput de-
das por pessoas portadoras de deficiência audi- verá prever a utilização, entre outros, dos seguin-
tiva, que funcionem em tempo integral e atendam tes sistemas de reprodução das mensagens vei-
a todo o território nacional, inclusive com integra- culadas para as pessoas portadoras de deficiência
ção com o mesmo serviço oferecido pelas presta- auditiva e visual:
doras de Serviço Telefônico Fixo Comutado. I – a subtitulação por meio de legenda oculta;
§ 1º Além das ações citadas no caput, deve-se II – a janela com intérprete de Libras; e
considerar o estabelecido nos Planos Gerais de III – a descrição e narração em voz de cenas e
Metas de Universalização aprovados pelos Decre- imagens.
tos nos 2.592, de 15 de maio de 1998, e 4.769, de 27 § 3º A Coordenadoria Nacional para Integração
de junho de 2003, bem como o estabelecido pela da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde) da
Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
§ 2º O termo pessoa portadora de deficiência sidência da República assistirá o Ministério das
auditiva e da fala utilizado nos Planos Gerais de Comunicações no procedimento de que trata o
Metas de Universalização é entendido neste De- § 1º. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 5.645,
creto como pessoa portadora de deficiência au- de 28/12/2005)
ditiva, no que se refere aos recursos tecnológicos
Art. 54. Autorizatárias e consignatárias do serviço
de telefonia.
de radiodifusão de sons e imagens operadas pelo
Art. 50. A Agência Nacional de Telecomunicações Poder Público poderão adotar plano de medidas
(Anatel) regulamentará, no prazo de seis meses a técnicas próprio, como metas antecipadas e mais
contar da data de publicação deste Decreto, os amplas do que aquelas as serem definidas no âm-
procedimentos a serem observados para imple- bito do procedimento estabelecido no art. 53.
mentação do disposto no art. 49.
Art. 55. Caberá aos órgãos e entidades da admi-
Art. 51. Caberá ao Poder Público incentivar a nistração pública, diretamente ou em parceria
oferta de aparelhos de telefonia celular que in- com organizações sociais civis de interesse pú-
diquem, de forma sonora, todas as operações e blico, sob a orientação do Ministério da Educa-
funções neles disponíveis no visor. ção e da Secretaria Especial dos Direitos Huma-
70
DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
nos, por meio da Corde, promover a capacitação dos para tecnologia da informação acessível para
de profissionais em Libras. pessoas portadoras de deficiência.
Art. 56. O projeto de desenvolvimento e imple- Parágrafo único. Será estimulada a criação de
mentação da televisão digital no País deverá con- linhas de crédito para a indústria que produza
templar obrigatoriamente os três tipos de sistema componentes e equipamentos relacionados à tec-
de acesso à informação de que trata o art. 52. nologia da informação acessível para pessoas por-
tadoras de deficiência.
Art. 57. A Secretaria de Comunicação de Gover-
no e Gestão Estratégica da Presidência da Repú- CAPÍTULO VII
DAS AJUDAS TÉCNICAS
blica editará, no prazo de doze meses a contar da
data da publicação deste Decreto, normas com- Art. 61. Para os fins deste Decreto, consideram-se
plementares disciplinando a utilização dos siste- ajudas técnicas os produtos, instrumentos, equi-
mas de acesso à informação referidos no § 2º do pamentos ou tecnologia adaptados ou especial-
art. 53, na publicidade governamental e nos pro- mente projetados para melhorar a funcionalidade
nunciamentos oficiais transmitidos por meio dos da pessoa portadora de deficiência ou com mo-
serviços de radiodifusão de sons e imagens. bilidade reduzida, favorecendo a autonomia pes-
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no soal, total ou assistida.
caput e observadas as condições técnicas, os pro- § 1º Os elementos ou equipamentos definidos
nunciamentos oficiais do Presidente da Repúbli- como ajudas técnicas serão certificados pelos ór-
ca serão acompanhados, obrigatoriamente, no gãos competentes, ouvidas as entidades repre-
prazo de seis meses a partir da publicação deste sentativas das pessoas portadoras de deficiência.
Decreto, de sistema de acessibilidade mediante § 2º Para os fins deste Decreto, os cães-guia e os
janela com intérprete de Libras. cães-guia de acompanhamento são considerados
ajudas técnicas.
Art. 58. O Poder Público adotará mecanismos de
incentivo para tornar disponíveis em meio mag- Art. 62. Os programas e as linhas de pesquisa a
nético, em formato de texto, as obras publicadas serem desenvolvidos com o apoio de organismos
no País. públicos de auxílio à pesquisa e de agências de
§ 1º A partir de seis meses da edição deste De- financiamento deverão contemplar temas volta-
creto, a indústria de medicamentos deve disponi- dos para ajudas técnicas, cura, tratamento e pre-
bilizar, mediante solicitação, exemplares das bu- venção de deficiências ou que contribuam para
las dos medicamentos em meio magnético, braile impedir ou minimizar o seu agravamento.
ou em fonte ampliada. Parágrafo único. Será estimulada a criação de
§ 2º A partir de seis meses da edição deste De- linhas de crédito para a indústria que produza
creto, os fabricantes de equipamentos eletroele- componentes e equipamentos de ajudas técnicas.
trônicos e mecânicos de uso doméstico devem Art. 63. O desenvolvimento científico e tecnoló-
disponibilizar, mediante solicitação, exemplares gico voltado para a produção de ajudas técnicas
dos manuais de instrução em meio magnético, dar-se-á a partir da instituição de parcerias com
braile ou em fonte ampliada. universidades e centros de pesquisa para a pro-
Art. 59. O Poder Público apoiará preferencialmen- dução nacional de componentes e equipamentos.
te os congressos, seminários, oficinas e demais Parágrafo único. Os bancos oficiais, com base
eventos científico-culturais que ofereçam, median- em estudos e pesquisas elaborados pelo Poder
te solicitação, apoios humanos às pessoas com de- Público, serão estimulados a conceder financia-
ficiência auditiva e visual, tais como tradutores e mento às pessoas portadoras de deficiência para
intérpretes de Libras, ledores, guias-intérpretes, aquisição de ajudas técnicas.
ou tecnologias de informação e comunicação, tais Art. 64. Caberá ao Poder Executivo, com base em
como a transcrição eletrônica simultânea. estudos e pesquisas, verificar a viabilidade de:
Art. 60. Os programas e as linhas de pesquisa a I – redução ou isenção de tributos para a im-
serem desenvolvidos com o apoio de organismos portação de equipamentos de ajudas técnicas
públicos de auxílio à pesquisa e de agências de que não sejam produzidos no País ou que não
financiamento deverão contemplar temas volta- possuam similares nacionais;
71
II – redução ou isenção do imposto sobre pro- § 2º Os serviços a serem prestados pelos mem-
dutos industrializados incidente sobre as ajudas bros do Comitê de Ajudas Técnicas são considera-
técnicas; e dos relevantes e não serão remunerados.
III – inclusão de todos os equipamentos de aju-
CAPÍTULO VIII
das técnicas para pessoas portadoras de deficiên- DO PROGRAMA NACIONAL DE ACESSIBILIDADE
cia ou com mobilidade reduzida na categoria de
Art. 67. O Programa Nacional de Acessibilidade,
equipamentos sujeitos a dedução de imposto
sob a coordenação da Secretaria Especial dos Di-
de renda. reitos Humanos, por intermédio da Corde, inte-
Parágrafo único. Na elaboração dos estudos e grará os planos plurianuais, as diretrizes orçamen-
pesquisas a que se referem o caput, deve-se ob- tárias e os orçamentos anuais.
servar o disposto no art. 14 da Lei Complementar
Art. 68. A Secretaria Especial dos Direitos Huma-
nº 101, de 2000, sinalizando impacto orçamentá-
nos, na condição de coordenadora do Programa
rio e financeiro da medida estudada.
Nacional de Acessibilidade, desenvolverá, dentre
Art. 65. Caberá ao Poder Público viabilizar as se- outras, as seguintes ações:
guintes diretrizes: I – apoio e promoção de capacitação e especia-
I – reconhecimento da área de ajudas técnicas lização de recursos humanos em acessibilidade e
como área de conhecimento; ajudas técnicas;
II – promoção da inclusão de conteúdos temá- II – acompanhamento e aperfeiçoamento da
ticos referentes a ajudas técnicas na educação legislação sobre acessibilidade;
profissional, no ensino médio, na graduação e III – edição, publicação e distribuição de títulos
na pós-graduação; referentes à temática da acessibilidade;
III – apoio e divulgação de trabalhos técnicos e IV – cooperação com Estados, Distrito Federal e
científicos referentes a ajudas técnicas; Municípios para a elaboração de estudos e diag-
IV – estabelecimento de parcerias com escolas nósticos sobre a situação da acessibilidade arqui-
e centros de educação profissional, centros de en- tetônica, urbanística, de transporte, comunicação
e informação;
sino universitários e de pesquisa, no sentido de
V – apoio e realização de campanhas informati-
incrementar a formação de profissionais na área
vas e educativas sobre acessibilidade;
de ajudas técnicas; e
VI – promoção de concursos nacionais sobre a
V – incentivo à formação e treinamento de or-
temática da acessibilidade; e
tesistas e protesistas.
VII – estudos e proposição da criação e normati-
Art. 66. A Secretaria Especial dos Direitos Huma- zação do Selo Nacional de Acessibilidade.
nos instituirá Comitê de Ajudas Técnicas, consti-
CAPÍTULO IX
tuído por profissionais que atuam nesta área, e DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
que será responsável por:
Art. 69. Os programas nacionais de desenvolvi-
I – estruturação das diretrizes da área de conhe-
mento urbano, os projetos de revitalização, re-
cimento;
cuperação ou reabilitação urbana incluirão ações
II – estabelecimento das competências desta
destinadas à eliminação de barreiras arquitetôni-
área;
cas e urbanísticas, nos transportes e na comuni-
III – realização de estudos no intuito de subsi- cação e informação devidamente adequadas às
diar a elaboração de normas a respeito de ajudas exigências deste Decreto.
técnicas; [...]
IV – levantamento dos recursos humanos que
atualmente trabalham com o tema; e Art. 71. Ficam revogados os arts. 50 a 54 do De-
V – detecção dos centros regionais de referência creto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999.
em ajudas técnicas, objetivando a formação de Art. 72. Este Decreto entra em vigor na data da
rede nacional integrada. sua publicação.
§ 1º O Comitê de Ajudas Técnicas será super- Brasília, 2 de dezembro de 2004; 183º da
visionado pela Corde e participará do Programa Independência e 116º da República.
Nacional de Acessibilidade, com vistas a garantir LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
o disposto no art. 62. José Dirceu de Oliveira e Silva
72
DECRETO Nº 5.934, DE 18 DE OUTUBRO DE 2006
Continuada instituído pelo art. 20 da Lei nº 8.742, no campo da saúde, segurança alimentar, habi-
de 7 de dezembro de 1993. tação e educação.
[...] Art. 2º Compete ao Ministério do Desenvolvimento
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua Social e Agrário a implementação, a coordenação-
publicação. -geral, a regulação, o financiamento, o monitora-
mento e a avaliação da prestação do beneficio,
Art. 4º Ficam revogados os Decretos nos 1.744, de
sem prejuízo das iniciativas compartilhadas com
8 de dezembro de 1995, e 4.712, de 29 de maio
Estados, Distrito Federal e Municípios, em conso-
de 2003.
nância com as diretrizes do Suas e da descentrali-
Brasília, 26 de setembro de 2007; 186º da
zação político-administrativa, prevista no inciso I
Independência e 119º da República.
do caput do art. 204 da Constituição e no inciso I
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
do caput do art. 5º da Lei nº 8.742, de 1993. (Arti-
Luiz Marinho
Patrus Ananias go com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016,
publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a
ANEXO publicação)
REGULAMENTO DO BENEFÍCIO Art. 3º O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
DE PRESTAÇÃO CONTINUADA é o responsável pela operacionalização do Bene-
CAPÍTULO I fício de Prestação Continuada, nos termos deste
DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO Regulamento.
CONTINUADA E DO BENEFICIÁRIO
Art. 4º Para os fins do reconhecimento do direito
Art. 1º O Benefício de Prestação Continuada pre- ao benefício, considera-se:
visto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro I – idoso: aquele com idade de sessenta e cinco
de 1993, é a garantia de um salário mínimo men- anos ou mais;
sal à pessoa com deficiência e ao idoso, com idade II – pessoa com deficiência: aquela que tem
de sessenta e cinco anos ou mais, que comprovem impedimentos de longo prazo de natureza física,
não possuir meios para prover a própria manuten- mental, intelectual ou sensorial, os quais, em in-
ção e nem de tê-la provida por sua família. teração com diversas barreiras, podem obstruir
§ 1º O Benefício de Prestação Continuada inte- sua participação plena e efetiva na sociedade
gra a proteção social básica no âmbito do Sistema em igualdade de condições com as demais pes-
Único de Assistência Social (Suas), instituído pelo soas; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 7.617,
Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, de 17/11/2011)
em consonância com o estabelecido pela Política III – incapacidade: fenômeno multidimensional
Nacional de Assistência Social (PNAS). (Parágrafo que abrange limitação do desempenho de ativi-
com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, dade e restrição da participação, com redução
publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após efetiva e acentuada da capacidade de inclusão so-
a publicação) cial, em correspondência à interação entre a pes-
§ 2º O Benefício de Prestação Continuada é soa com deficiência e seu ambiente físico e social;
constitutivo da PNAS e integrado às demais políti- IV – família incapaz de prover a manutenção da
cas setoriais, e visa ao enfrentamento da pobreza, pessoa com deficiência ou do idoso: aquela cuja
à garantia da proteção social, ao provimento de renda mensal bruta familiar dividida pelo número
condições para atender contingências sociais e de seus integrantes seja inferior a um quarto do
à universalização dos direitos sociais, nos mol- salário mínimo;
des definidos no parágrafo único do art. 2º da V – família para cálculo da renda per capita:
Lei nº 8.742, de 1993. conjunto de pessoas composto pelo requerente,
§ 3º A plena atenção à pessoa com deficiência o cônjuge, o companheiro, a companheira, os pais
e ao idoso beneficiário do Benefício de Presta- e, na ausência de um deles, a madrasta ou o pa-
ção Continuada exige que os gestores da assistên- drasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados
cia social mantenham ação integrada às demais solteiros e os menores tutelados, desde que vivam
ações das políticas setoriais nacional, estaduais, sob o mesmo teto; e (Inciso com redação dada pelo
municipais e do Distrito Federal, principalmente Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
75
VI – renda mensal bruta familiar: a soma dos 19/9/2008, e com redação dada pelo Decreto nº 7.617, de
rendimentos brutos auferidos mensalmente pe- 17/11/2011)
los membros da família composta por salários, Art. 5º O beneficiário não pode acumular o Bene-
proventos, pensões, pensões alimentícias, bene-
fício de Prestação Continuada com outro benefí-
fícios de previdência pública ou privada, seguro-
cio no âmbito da Seguridade Social ou de outro
-desemprego, comissões, pro-labore, outros rendi-
regime, inclusive o seguro-desemprego, ressalva-
mentos do trabalho não assalariado, rendimentos
dos o de assistência médica e a pensão especial
do mercado informal ou autônomo, rendimen-
de natureza indenizatória. (Caput do artigo com reda-
tos auferidos do patrimônio, Renda Mensal Vitalí-
ção dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no
cia e Benefício de Prestação Continuada, ressalva-
DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
do o disposto no parágrafo único do art. 19. (Inciso
Parágrafo único. A acumulação do benefício
com redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
com a remuneração advinda do contrato de apren-
§ 1º Para fins de reconhecimento do direito ao
dizagem pela pessoa com deficiência é limitada ao
Benefício de Prestação Continuada às crianças e
prazo máximo de dois anos. (Parágrafo único acres-
adolescentes menores de dezesseis anos de idade,
cido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011, e com redação
deve ser avaliada a existência da deficiência e o
dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU
seu impacto na limitação do desempenho de ati-
de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
vidade e restrição da participação social, compa-
tível com a idade. (Parágrafo com redação dada pelo Art. 6º A condição de acolhimento em instituições
Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) de longa permanência, como abrigo, hospital ou
§ 2º Para fins do disposto no inciso VI do caput, instituição congênere não prejudica o direito do
não serão computados como renda mensal bruta idoso ou da pessoa com deficiência ao Benefício
familiar: (Caput do parágrafo com redação dada pelo de Prestação Continuada. (Artigo com redação dada
Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
I – benefícios e auxílios assistenciais de natu- Art. 7º O Benefício de Prestação Continuada é
reza eventual e temporária; (Inciso acrescido pelo devido ao brasileiro, nato ou naturalizado, e às
Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) pessoas de nacionalidade portuguesa, em conso-
II – valores oriundos de programas sociais de nância com o disposto no Decreto nº 7.999, de 8
transferência de renda; (Inciso acrescido pelo Decreto de maio de 2013, desde que comprovem, em qual-
nº 7.617, de 17/11/2011) quer dos casos, residência no Brasil e atendam
III – bolsas de estágio supervisionado; (Inciso a todos os demais critérios estabelecidos neste
acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011, e com re- Regulamento. (Artigo com redação dada pelo Decreto
dação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em
no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) vigor 120 dias após a publicação)
IV – pensão especial de natureza indenizatória
e benefícios de assistência médica, conforme dis- CAPÍTULO II
DA HABILITAÇÃO, DA CONCESSÃO, DA
posto no art. 5º; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 7.617,
MANUTENÇÃO, DA REPRESENTAÇÃO
de 17/11/2011) E DO INDEFERIMENTO
V – rendas de natureza eventual ou sazonal, a
serem regulamentadas em ato conjunto do Mi- Seção I
Da Habilitação e da Concessão
nistério do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome e do INSS; e (Inciso acrescido pelo Decreto Art. 8º Para fazer jus ao Benefício de Prestação
nº 7.617, de 17/11/2011) Continuada, o idoso deverá comprovar:
VI – rendimentos decorrentes de contrato de I – contar com sessenta e cinco anos de idade
aprendizagem. (Inciso acrescido pelo Decreto nº 7.617, ou mais;
de 17/11/2011, e com redação dada pelo Decreto nº 8.805, II – renda mensal bruta familiar, dividida pelo
de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 número de seus integrantes, inferior a um quarto
dias após a publicação) do salário mínimo; e
§ 3º Considera-se impedimento de longo prazo III – não possuir outro benefício no âmbito da
aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de Seguridade Social ou de outro regime, inclusive
dois anos. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 6.564, de o seguro-desemprego, salvo o de assistência mé-
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DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
dica e a pensão especial de natureza indenizatória, IV – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018,
observado o disposto no inciso VI do caput e no publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a
§ 2º do art. 4º. (Inciso com redação dada pelo Decreto publicação)
nº 7.617, de 17/11/2011) V – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu-
Parágrafo único. A comprovação da condição blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
prevista no inciso III poderá ser feita mediante blicação)
declaração do idoso ou, no caso de sua incapa- Parágrafo único. As crianças e os adolescentes
cidade para os atos da vida civil, do seu curador. menores de dezesseis anos poderão apresentar
apenas a certidão de nascimento para fins da
Art. 9º Para fazer jus ao Benefício de Prestação
identificação de que trata o caput. (Parágrafo único
Continuada, a pessoa com deficiência deverá com-
acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado
provar:
no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
I – a existência de impedimentos de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou senso- Art. 11. Para fins de identificação da pessoa com
rial, os quais, em interação com diversas barrei- deficiência e do idoso e de comprovação da idade
ras, obstruam sua participação plena e efetiva do idoso, no caso de brasileiro naturalizado, de-
na sociedade em igualdade de condições com as verão ser apresentados os seguintes documentos:
demais pessoas, na forma prevista neste Regula- I – título declaratório de nacionalidade brasi-
mento; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 7.617, leira; e
de 17/11/2011) II – carteira de identidade ou carteira de traba-
II – renda mensal bruta familiar do requerente, lho e previdência social.
dividida pelo número de seus integrantes, inferior Art. 12. São requisitos para a concessão, a manu-
a um quarto do salário mínimo; e tenção e a revisão do benefício as inscrições no
III – por meio de declaração, que não recebe Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro
outro benefício no âmbito da Seguridade Social ou Único para Programas Sociais do Governo Federal
de outro regime, inclusive o seguro-desemprego, (CadÚnico). (Caput do artigo com redação dada pelo De-
exceto o de assistência médica e a pensão espe- creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
cial de natureza indenizatória. (Inciso com redação em vigor 120 dias após a publicação)
dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no § 1º O beneficiário que não realizar a inscrição
DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) ou atualização no CadÚnico terá seu benefício
Parágrafo único. A comprovação da condição suspenso após encerrado o prazo estabelecido na
prevista no inciso III poderá ser feita mediante de- legislação. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto
claração da pessoa com deficiência ou, no caso de nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em
sua incapacidade para os atos da vida civil, do seu vigor 30 dias após a publicação)
curador ou tutor. § 2º O benefício será concedido ou mantido
Art. 10. A pessoa com deficiência e o idoso deve- apenas quando o CadÚnico estiver atualizado e
rão informar o número de inscrição no Cadastro válido, de acordo com o disposto no Decreto nº
de Pessoas Físicas (CPF) e apresentar documento 6.135, de 26 de junho de 2007. (Parágrafo acrescido
com foto reconhecido por lei como prova de iden- pelo Decreto nº 6.564, de 19/9/2008, com redação dada
tidade do requerente. (Artigo com redação dada pelo pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de
Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) Art. 13. As informações para o cálculo da renda fa-
I – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu- miliar mensal per capita serão declaradas no mo-
blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu- mento da inscrição da família do requerente no
blicação) CadÚnico, ficando o declarante sujeito às penas
II – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu- previstas em lei no caso de omissão de informa-
blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu- ção ou de declaração falsa. (Caput do artigo com re-
blicação) dação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado
III – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a § 1º As informações de que trata o caput serão
publicação) declaradas em conformidade com o disposto no
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Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007. (Parágrafo § 6º Quando o requerente for pessoa em si-
com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, tuação de rua deve ser adotado, como referên-
publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após cia, o endereço do serviço da rede socioassisten-
a publicação) cial pelo qual esteja sendo acompanhado, ou, na
§ 2º Por ocasião do requerimento do benefício, falta deste, de pessoas com as quais mantém re-
conforme disposto no § 1º do art. 15, o requerente lação de proximidade.
ratificará as informações declaradas no CadÚnico, § 7º Será considerado família do requerente em
ficando sujeito às penas previstas em lei no caso situação de rua as pessoas elencadas no inciso
de omissão de informação ou de declaração falsa. V do art. 4º, desde que convivam com o reque-
(Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de rente na mesma situação, devendo, neste caso,
7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 ser relacionadas na Declaração da Composição
dias após a publicação) e Renda Familiar.
§ 3º Na análise do requerimento do benefício, § 8º Entende-se por relação de proximidade,
o INSS confrontará as informações do CadÚnico, para fins do disposto no § 6º, aquela que se es-
referentes à renda, com outros cadastros ou bases tabelece entre o requerente em situação de rua
de dados de órgãos da administração pública dis- e as pessoas indicadas pelo próprio requerente
poníveis, prevalecendo as informações que indi- como pertencentes ao seu ciclo de convívio que
quem maior renda se comparadas àquelas de- podem facilmente localizá-lo. (Parágrafo acrescido
claradas no CadÚnico. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 6.564, de 19/9/2008)
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
Art. 14. O Benefício de Prestação Continuada po-
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
derá ser requerido por meio dos canais de aten-
§ 4º Compete ao INSS e aos órgãos autorizados
dimento do INSS ou nos órgãos autorizados para
pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrá-
este fim. (Caput do artigo com redação dada pelo De-
rio, quando necessário, verificar junto a outras
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018,
instituições, inclusive de previdência, a existên-
em vigor 30 dias após a publicação)
cia de benefício ou de renda em nome do reque-
rente ou beneficiário e dos integrantes da família. § 1º Os formulários utilizados para o requeri-
(Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de mento do benefício serão disponibilizados, por
7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 meio dos sítios eletrônicos: (Parágrafo único trans-
dias após a publicação) formado em § 1º e com redação dada pelo Decreto
serem insuficientes para a análise conclusiva do em vigor 120 dias após a publicação)
benefício, o INSS: (Caput do parágrafo com redação I – do Ministério do Desenvolvimento Social
dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no e Agrário; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.805, de
DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120
I – comunicará o interessado, o qual deverá dias após a publicação)
atualizar seu cadastro junto ao órgão local res- II – do INSS; ou (Inciso acrescido pelo Decreto
ponsável pelo CadÚnico no prazo de trinta dias; nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em
(Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, pu- vigor 120 dias após a publicação)
blicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a III – dos órgãos autorizados pelo Ministério do
publicação) Desenvolvimento Social e Agrário ou pelo INSS.
II – concluirá a análise após decorrido o prazo (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, pu-
de que trata o inciso I; e (Inciso acrescido pelo Decreto blicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a
nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em publicação)
vigor 120 dias após a publicação) § 2º Os formulários a que se refere o § 1º deve-
III – no caso de o cadastro não ser atualizado rão ser disponibilizados de forma acessível, nos
no prazo de que trata o inciso I, indeferirá a soli- termos estabelecidos pelo Decreto nº 5.296, de 2
citação para receber o benefício. (Inciso acrescido de dezembro de 2004. (Parágrafo acrescido pelo De-
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) em vigor 120 dias após a publicação)
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Art. 25. A cessação do Benefício de Prestação tados por parentes de primeiro grau e nos casos
Continuada concedido à pessoa com deficiência, de beneficiários representados por dirigentes de
inclusive em razão do seu ingresso no mercado instituições nas quais se encontrem acolhidos,
de trabalho, não impede nova concessão do be- sendo admitido também, neste último caso, o
nefício desde que atendidos os requisitos exigidos instrumento de procuração coletiva. (Artigo com
neste Decreto. redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
Art. 26. O benefício será pago pela rede bancá- Art. 31. Não poderão ser procuradores:
ria autorizada e, nas localidades onde não hou- I – o servidor público civil e o militar em ativi-
ver estabelecimento bancário, o pagamento será dade, salvo se parentes do beneficiário até o se-
efetuado por órgãos autorizados pelo INSS. gundo grau; e
Art. 27. O pagamento do Benefício de Prestação II – o incapaz para os atos da vida civil, ressal-
Continuada poderá ser antecipado excepcional- vado o disposto no art. 666 do Código Civil.
mente, na hipótese prevista no § 1º do art. 169 do Parágrafo único. Nas demais disposições relati-
Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. (Artigo com vas à procuração observar-se-á, subsidiariamente,
redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
o Código Civil.
Art. 28. O benefício será pago diretamente ao Art. 32. No caso de transferência do beneficiário
beneficiário ou ao procurador, tutor ou curador. de uma localidade para outra, o procurador fica
§ 1º O instrumento de procuração poderá ser obrigado a apresentar novo instrumento de man-
outorgado em formulário próprio do INSS, me- dato na localidade de destino.
diante comprovação do motivo da ausência do Art. 33. A procuração perderá a validade ou efi-
beneficiário, e sua validade deverá ser renovada cácia nos seguintes casos:
a cada doze meses. I – quando o outorgante passar a receber pes-
§ 2º O procurador, o tutor ou o curador do be- soalmente o benefício, declarando, por escrito
neficiário deverá firmar, perante o INSS ou outros que cancela a procuração existente;
órgãos autorizados pelo Ministério do Desenvolvi- II – quando for constituído novo procurador;
mento Social e Agrário, termo de responsabilida- III – pela expiração do prazo fixado ou pelo cum-
de mediante o qual se comprometa a comunicar primento ou extinção da finalidade outorgada;
qualquer evento que possa anular a procuração, IV – por morte do outorgante ou do procurador;
a tutela ou a curatela, principalmente o óbito do V – por interdição de uma das partes; ou
outorgante, sob pena de incorrer nas sanções cri- VI – por renúncia do procurador, desde que por
minais e civis cabíveis. (Parágrafo com redação dada escrito.
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
Art. 34. Não podem outorgar procuração o menor
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
de dezoito anos, exceto se assistido ou emanci-
Art. 29. Na hipótese de haver indícios de inido- pado após os dezesseis anos, e o incapaz para os
neidade acerca do instrumento de procuração atos da vida civil que deverá ser representado por
apresentado para o recebimento do Benefício de seu representante legal, tutor ou curador.
Prestação Continuada ou do procurador, tanto o Art. 35. O beneficio devido ao beneficiário inca-
INSS quanto qualquer um dos órgãos autoriza- paz será pago ao cônjuge, pai, mãe, tutor ou cura-
dos pelo Ministério do Desenvolvimento Social e dor, admitindo-se, na sua falta, e por período não
Agrário poderão recusá-los, sem prejuízo das pro- superior a seis meses, o pagamento a herdeiro
vidências que se fizerem necessárias para a apu- necessário, mediante termo de compromisso fir-
ração da responsabilidade e para a aplicação das mado no ato do recebimento.
sanções criminais e civis cabíveis. (Artigo com reda- § 1º O período a que se refere o caput poderá
ção dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado
ser prorrogado por iguais períodos, desde que
no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
comprovado o andamento do processo legal de
Art. 30. Para fins de recebimento do Benefício de tutela ou curatela.
Prestação Continuada, é aceita a constituição § 2º O tutor ou curador poderá outorgar pro-
de procurador com mais de um instrumento de curação a terceiro com poderes para receber o
procuração, nos casos de beneficiários represen- benefício e, nesta hipótese, obrigatoriamente, a
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procuração será outorgada mediante instrumen- ficiário e que com este mantém vínculo parental,
to público. conjugal, genético ou de afinidade.
§ 3º A procuração não isenta o tutor ou curador § 3º Para o cumprimento do disposto no caput e
da condição original de mandatário titular da tu- para subsidiar os processos de concessão e de re-
tela ou curatela. visão bienal do benefício, os beneficiários e suas
Art. 35-A. O beneficiário, ou seu representante famílias deverão ser cadastrados no CadÚnico,
legal, deve informar ao INSS alterações dos dados observada a legislação aplicável. (Parágrafo acres-
cadastrais correspondentes à mudança de nome, cido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011, e com redação
endereço e estado civil, a fruição de qualquer be- dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no
nefício no âmbito da Seguridade Social ou de DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
outro regime, a sua admissão em emprego ou a Art. 38. Compete ao Ministério do Desenvolvi-
percepção de renda de qualquer natureza elen- mento Social e Agrário, sem prejuízo do previsto
cada no inciso VI do caput do art. 4º. (Artigo acres- no art. 2º: (Caput do artigo com redação dada pelo De-
cido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
Parágrafo único. O INSS deverá ser informa- em vigor 120 dias após a publicação)
do pelo representante legal ou pelo procurador I – acompanhar os beneficiários do Benefício de
sobre a propositura de ação judicial relativa à au- Prestação Continuada no âmbito do Suas, em ar-
sência ou à morte presumida do beneficiário. (Pa- ticulação com o Distrito Federal, Municípios e, no
rágrafo único acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, que couber, com os Estados, visando a inseri-los
publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a nos programas e serviços da assistência social e
publicação) demais políticas, em conformidade com o art. 11
Seção III da Lei nº 8.742, de 1993;
Do Indeferimento II – considerar a participação dos órgãos ges-
tores de assistência social nas ações de monito-
Art. 36. O não atendimento das exigências conti-
ramento e avaliação do Benefício de Prestação
das neste Regulamento pelo requerente ensejará
Continuada, bem como de acompanhamento de
o indeferimento do benefício.
seus beneficiários, como critério de habilitação
§ 1º Do indeferimento do benefício caberá re-
dos municípios e Distrito Federal a um nível de
curso à Junta de Recursos do Conselho de Recur-
gestão mais elevado no âmbito do Suas;
sos da Previdência Social, no prazo de trinta dias,
III – manter e coordenar o Programa Nacional
a contar do recebimento da comunicação.
de Monitoramento e Avaliação do Benefício de
§ 2º A situação prevista no art. 24 também não
Prestação Continuada, instituído na forma do
constitui motivo para o indeferimento do bene-
art. 41, com produção de dados e análise de re-
fício.
sultados do impacto do Benefício de Prestação
CAPÍTULO III Continuada na vida dos beneficiários, em confor-
DA GESTÃO midade com o disposto no art. 24 da Lei nº 8.742,
Art. 37. Constituem garantias do Suas o acom- de 1993;
panhamento do beneficiário e de sua família, e a IV – destinar recursos do Fundo Nacional de
inserção destes à rede de serviços socioassisten- Assistência Social para pagamento, operaciona-
ciais e de outras políticas setoriais. lização, gestão, informatização, pesquisa, moni-
§ 1º O acompanhamento do beneficiário e de sua toramento e avaliação do Benefício de Prestação
família visa a favorecer-lhes a obtenção de aquisi- Continuada;
ções materiais, sociais, socioeducativas, sociocul- V – descentralizar recursos do orçamento do
turais para suprir as necessidades de subsistência, Fundo Nacional de Assistência Social ao INSS
desenvolver capacidades e talentos para a convi- para as despesas de pagamento, operacionaliza-
vência familiar e comunitária, o protagonismo e a ção, sistemas de informação, monitoramento e
autonomia. avaliação do Benefício de Prestação Continuada;
§ 2º Para fins de cumprimento do disposto no VI – fornecer subsídios para a formação de pro-
caput, o acompanhamento deverá abranger as fissionais envolvidos nos processos de conces-
pessoas que vivem sob o mesmo teto com o bene- são, manutenção e revisão dos benefícios, e no
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acompanhamento de seus beneficiários, visando VI – analisar defesas, receber recursos pelo in-
à facilidade de acesso e bem-estar dos usuários deferimento e suspensão do benefício, instruir e
desses serviços; encaminhar os processos à Junta de Recursos;
VII – articular políticas intersetoriais, intergo- VII – efetuar o repasse de recursos para paga-
vernamentais e interinstitucionais que afiancem a mento do benefício junto à rede bancária autori-
completude de atenção às pessoas com deficiên- zada ou entidade conveniada;
cia e aos idosos, atendendo ao disposto no § 2º do VIII – participar, em conjunto com o Ministério
art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993; (Inciso com redação do Desenvolvimento Social e Agrário, da institui-
dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no
ção de sistema de informação e de alimentação
de bancos de dados sobre a concessão, o indefe-
DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
rimento, a manutenção, a suspensão, a cessação,
VIII – atuar junto a outros órgãos, nas três es-
o ressarcimento e a revisão do Benefício de Pres-
feras de governo, com vistas ao aperfeiçoamento
tação Continuada, além de gerar relatórios geren-
da gestão do Benefício de Prestação Continuada;
ciais e subsidiar a atuação dos demais órgãos no
e (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de
acompanhamento do beneficiário e na defesa de
7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120
seus direitos; (Inciso com redação dada pelo Decreto
dias após a publicação)
nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em
IX – garantir as condições necessárias para in- vigor 120 dias após a publicação)
clusão e atualização dos dados do requerente e IX – submeter à apreciação prévia do Ministé-
do beneficiário no CadÚnico. (Inciso acrescido pelo rio do Desenvolvimento Social e Agrário atos que
Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de disponham sobre matéria de regulação e de pro-
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) cedimentos técnicos e administrativos que re-
Art. 39. Compete ao INSS, na operacionalização percutam no reconhecimento do direito ao aces-
do Benefício de Prestação Continuada: so, à manutenção e ao pagamento do Benefício
I – receber os requerimentos, conceder, man- de Prestação Continuada; (Inciso com redação dada
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
ter, revisar, suspender ou fazer cessar o benefício,
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
atuar nas contestações, desenvolver ações neces-
X – instituir, em conjunto com o Ministério do
sárias ao ressarcimento do benefício e participar
Desenvolvimento Social e Agrário, formulários e
de seu monitoramento e avaliação;
documentos necessários à operacionalização do
II – realizar, periodicamente, cruzamentos de
Benefício de Prestação Continuada; e (Inciso com
informações, utilizando o registro de informa-
redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publi-
ções do CadÚnico e de outros cadastros, de be-
cado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a pu-
nefícios previdenciários e de emprego e renda em blicação)
nome do requerente ou beneficiário e dos inte- XI – apresentar ao Ministério do Desenvolvimen-
grantes do grupo familiar; (Inciso com redação dada to Social e Agrário relatórios periódicos das ativi-
pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de dades desenvolvidas na operacionalização do Be-
9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) nefício de Prestação Continuada e na execução
III – realizar a avaliação médica e social da pes- orçamentária e financeira dos recursos descentra-
soa com deficiência, de acordo com as normas a lizados. (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 8.805,
serem disciplinadas em atos específicos; de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120
IV – realizar o pagamento de transporte e diá- dias após a publicação)
ria do requerente ou beneficiários e seu acom- Parágrafo único. A análise das defesas a que se
panhante, com recursos oriundos do FNAS, nos refere o inciso VI do caput deve observar o dis-
casos previstos no art. 17; posto no Capítulo XI da Lei nº 9.784, de 29 de ja-
V – enviar comunicações aos beneficiários, aos neiro de 1999. (Parágrafo único acrescido pelo Decreto
seus representantes legais ou aos seus procura- nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em
dores; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 9.462, vigor 30 dias após a publicação)
de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 Art. 40. Compete aos órgãos gestores da assistên-
dias após a publicação) cia social dos Estados, do Distrito Federal e dos
83
Municípios, de acordo com o disposto no § 2º do VII – a realização de estudos longitudinais dos
art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993, promover ações beneficiários do Benefício de Prestação Conti-
que assegurem a articulação do Benefício de Pres- nuada.
tação Continuada com os programas voltados ao § 2º As despesas decorrentes da implementa-
idoso e à inclusão da pessoa com deficiência. ção do Programa a que se refere o caput correrão
com as dotações orçamentárias consignadas ao
CAPÍTULO IV
DO MONITORAMENTO E DA AVALIAÇÃO Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
(Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de
Art. 41. Fica instituído o Programa Nacional de
7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120
Monitoramento e Avaliação do Benefício de Pres-
dias após a publicação)
tação Continuada da Assistência Social, que será
§ 3º O Ministério do Desenvolvimento Social
mantido e coordenado pelo Ministério do Desen-
e Agrário e o INSS deverão integrar suas bases
volvimento Social e Agrário, em parceria com o
de dados quanto às informações que compõem
INSS, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
a base de dados do CadÚnico e compartilhá-las
pios, como parte da dinâmica do Suas. (Caput do ar-
com o Cadastro-Inclusão, instituído pelo art. 92
tigo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016,
da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, quando
publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a
se tratar de informação referente a pessoa com
publicação)
deficiência. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 8.805,
§ 1º O Programa Nacional de Monitoramento e
de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120
Avaliação do Benefício de Prestação Continuada,
dias após a publicação)
baseado em um conjunto de indicadores e de seus
§ 4º Até que esteja concluída a integração das
respectivos índices, compreende:
bases de dados de que trata o § 3º, o Ministério do
I – o monitoramento da incidência dos benefi-
Desenvolvimento Social e Agrário deverá fornecer
ciários e dos requerentes por município brasileiro
ao INSS, mensalmente, as informações do CadÚ-
e no Distrito Federal;
nico necessárias à concessão e à manutenção do
II – o tratamento do conjunto dos beneficiários
Benefício de Prestação Continuada, em especial
como uma população com graus de risco e vul-
aquelas relativas à composição do grupo familiar,
nerabilidade social variados, estratificada a partir
à renda de todos os integrantes. (Parágrafo acrescido
das características do ciclo de vida do requerente,
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
sua família e da região onde vive;
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
III – o desenvolvimento de estudos interseto-
riais que caracterizem comportamentos da popu- Art. 42. O Benefício de Prestação Continuada de-
lação beneficiária por análises geo-demográficas, verá ser revisto a cada dois anos, para avaliação
índices de mortalidade, morbidade, entre outros, da continuidade das condições que lhe deram
nos quais se inclui a tipologia das famílias dos origem, conforme dispõe o art. 21 da Lei nº 8.742,
beneficiários e das instituições em que eventual- de 1993, passando o processo de reavaliação a
mente viva ou conviva; integrar o Programa Nacional de Monitoramento
IV – a instituição e manutenção de banco de e Avaliação do Benefício de Prestação Continuada.
dados sobre os processos desenvolvidos pelos § 1º A revisão de que trata o caput será realizada
gestores dos estados, do Distrito Federal e dos pelo INSS por meio da utilização de cruzamento
municípios para inclusão do beneficiário ao Suas de informações do beneficiário e de seus familia-
e demais políticas setoriais; res existentes em registros e bases de dados ofi-
V – a promoção de estudos e pesquisas sobre ciais, na forma estabelecida em ato do Ministro
os critérios de acesso, implementação do Bene- de Estado do Desenvolvimento Social, e obser-
fício de Prestação Continuada e impacto do be- vará: (Parágrafo único transformado em § 1º pelo De-
nefício na redução da pobreza e das desigualda- creto nº 8.805, de 7/7/2016, com redação dada pelo De-
des sociais; creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018,
VI – a organização e manutenção de um sistema em vigor 30 dias após a publicação)
de informações sobre o Benefício de Prestação I – o cadastramento ou a atualização cadastral
Continuada, com vistas ao planejamento, desen- no CadÚnico, conforme o disposto no Decreto nº
volvimento e avaliação das ações; e 6.135, de 2007; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.805,
84
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
de 7/7/2016, com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias blicação)
após a publicação) § 6º A reavaliação médica e social da deficiência
II – a confrontação de informações de cadas- fica condicionada à conclusão da análise relativa
tros de benefícios, emprego e renda ou outras à renda, decorrente do procedimento disposto no
bases de dados de órgãos da administração pú- inciso II do § 1º. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº
blica disponíveis, referentes à renda do titular e 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em
de sua família; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.805, vigor 30 dias após a publicação)
de 7/7/2016, com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de § 7º A reavaliação médica e social da deficiên-
8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias cia poderá ser priorizada ou dispensada por ato
após a publicação) do Ministro de Estado do Desenvolvimento So-
III – o cruzamento de dados para fins de verifica- cial, considerados o tipo e a gravidade do impe-
ção de acúmulo do benefício com outra renda no dimento, a idade do beneficiário e a duração do
âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, benefício. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.462, de
conforme vedação a que se refere o § 4º do art. 20 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias
da Lei nº 8.742, de 1993; e (Inciso acrescido pelo De- após a publicação)
creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, § 8º O Ministro de Estado do Desenvolvimen-
em vigor 120 dias após a publicação) to Social editará ato complementar ao disposto
IV – as reavaliações da deficiência constatada an- neste artigo. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.462,
teriormente, quando o beneficiário não tenha su- de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30
perado os requisitos de renda familiar mensal per
dias após a publicação)
capita. (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016,
com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu- CAPÍTULO V
blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a
DA DEFESA DOS DIREITOS E
DO CONTROLE SOCIAL
publicação)
§ 2º Identificada a superação de condição para Art. 43. O Ministério do Desenvolvimento Social
manutenção do benefício, após a atualização das e Agrário deverá articular-se com os Conselhos de
informações junto ao CadÚnico, o INSS deverá sus- Assistência Social, do Idoso, da Pessoa com Defi-
pender ou cessar o benefício, conforme o caso, ob- ciência, da Criança e do Adolescente e da Saúde
servado o disposto no art. 47. (Parágrafo acrescido para desenvolver ações de controle e defesa dos
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de direitos dos beneficiários do Benefício de Presta-
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) ção Continuada. (Artigo com redação dada pelo De-
§ 3º A revisão de que trata o caput poderá ser creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
realizada para os benefícios concedidos ou reati- em vigor 120 dias após a publicação)
vados judicialmente, observados os critérios de-
Art. 44. Qualquer pessoa física ou jurídica de di-
finidos na decisão judicial. (Parágrafo acrescido pelo
reito público ou privado, especialmente os Conse-
Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, com redação dada pelo De-
lhos de Direitos, os Conselhos de Assistência So-
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018,
cial e as organizações representativas de pessoas
em vigor 30 dias após a publicação)
com deficiência e de idosos, é parte legítima para
§ 4º O Ministério do Desenvolvimento Social e o
provocar a iniciativa das autoridades do Ministé-
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e
rio do Desenvolvimento Social e Agrário, do INSS,
Gestão compartilharão as bases de dados nos ter-
do Ministério Público e dos órgãos de controle
mos do Decreto nº 8.789, de 29 de junho de 2016.
social, e para lhes fornecer informações sobre
(Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018,
irregularidades na aplicação deste Regulamento,
publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a
quando for o caso. (Artigo com redação dada pelo De-
publicação)
creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
§ 5º Os benefícios concedidos administrativa-
em vigor 120 dias após a publicação)
mente que utilizem critérios definidos em ações
civis públicas poderão ser revisados de acordo Art. 45. Qualquer cidadão que observar irregula-
com os mesmos critérios de sua concessão. (Pa- ridade ou falha na prestação de serviço referente
rágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu- ao Benefício de Prestação Continuada poderá
85
comunicá-la às Ouvidorias do Ministério do De- tenção do benefício, conforme o disposto em ato
senvolvimento Social e Agrário, observadas as do Ministro de Estado do Desenvolvimento Social;
atribuições de cada órgão e em conformidade ou (Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018,
com as disposições específicas de cada Pasta. (Ar- publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a
tigo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicação)
publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a VI – identificação de outras irregularidades. (In-
publicação) ciso acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publi-
cado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
Art. 45-A. As informações referentes às despe-
blicação)
sas com Benefício de Prestação Continuado de-
§ 1º A suspensão do benefício deve ser prece-
verão ser incluídas, de forma individualizada, no
dida de notificação do beneficiário, de seu repre-
Portal da Transparência do Poder Executivo Fe-
sentante legal ou de seu procurador, preferencial-
deral, de que trata o Decreto nº 5.482, de 30 de
mente pela rede bancária, sobre a irregularidade
junho de 2005, observado o disposto no art. 31 da
identificada e da concessão do prazo de dez dias
Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. (Artigo
para a apresentação de defesa. (Parágrafo com reda-
acrescido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado
ção dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado
no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
Art. 46. Constatada a prática de infração penal § 2º Se não for possível realizar a notificação de
decorrente da concessão ou da manutenção do que trata o § 1º pela rede bancária ou pelo correio,
Benefício de Prestação Continuada, o INSS apli- o valor do benefício será bloqueado. (Parágrafo com
cará os procedimentos cabíveis, independente- redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publi-
mente de outras penalidades legais. cado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
blicação)
CAPÍTULO VI
DA SUSPENSÃO E DA CESSAÇÃO § 3º O bloqueio do valor do benefício consis-
te no comando bancário que impossibilita tem-
Art. 47. O Benefício de Prestação Continuada será
porariamente a movimentação do valor referen-
suspenso nas seguintes hipóteses: (Caput do arti-
te ao benefício, observadas as seguintes regras:
go com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018,
(Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de
publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a
8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias
publicação)
após a publicação)
I – superação das condições que deram origem I – o bloqueio terá duração máxima de um mês;
ao benefício, previstas nos art. 8º e art. 9º; (Inciso (Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu-
acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) blicação)
II – identificação de irregularidade na conces- II – o valor do benefício será desbloqueado após
são ou manutenção do benefício; (Inciso acrescido contato do beneficiário, do seu representante
pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de legal ou do seu procurador, por meio dos canais
9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) de atendimento do INSS, presenciais ou remotos,
III – não inscrição no CadÚnico após o fim do ou de outros canais definidos para esse fim; e (In-
prazo estabelecido em ato do Ministro de Estado ciso acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publi-
do Desenvolvimento Social; (Inciso acrescido pelo De- cado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, blicação)
em vigor 30 dias após a publicação) III – no momento da solicitação do desbloqueio,
IV – não agendamento da reavaliação da defi- o INSS ou outros canais definidos para esse fim
ciência até a data limite estabelecida em convoca- deverão notificar o beneficiário, o seu represen-
ção; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, tante legal ou o seu procurador sobre a situação
publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a de irregularidade e sobre a concessão do prazo
publicação) para apresentação de defesa, devendo o interes-
V – identificação de inconsistências ou insu- sado confirmar ciência. (Inciso acrescido pelo Decreto
ficiências cadastrais que afetem a avaliação da nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em
elegibilidade do beneficiário para fins de manu- vigor 30 dias após a publicação)
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DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
vista no art. 16. (Artigo com redação dada pelo Decreto V – integração de serviços em áreas socioassis-
nº 6.564, de 19/9/2008) tenciais e de saúde, com fortalecimento da pro-
Parágrafo único. A avaliação da deficiência e da teção social, da atenção primária à saúde e dos
incapacidade, até que se cumpra o disposto no § serviços de notificação e prevenção da violência;
4º do art. 16, ficará restrita ao exame médico pe- VI – fortalecimento de redes de proteção e de-
ricial e laudo realizados pelos serviços de perícia fesa de direitos da pessoa idosa;
médica do INSS. VII – atendimento preferencial imediato e in-
dividualizado junto a órgãos públicos e privados
DECRETO Nº 8.114, DE 30 prestadores de serviços à população;
DE SETEMBRO DE 2013 VIII – incentivo ao apoio da família e à convivên-
(Publicado no DOU de 1º/10/2013) cia comunitária e intergeracional;
Estabelece o Compromisso Nacional para o IX – capacitação, formação e educação conti-
Envelhecimento Ativo e institui Comissão In- nuada dos profissionais que prestam atendimen-
terministerial para monitorar e avaliar ações to à pessoa idosa;
em seu âmbito e promover a articulação de X – ampliação de oportunidades para apren-
órgãos e entidades públicos envolvidos em
dizagem da pessoa idosa e seu acesso à cultura;
sua implementação.
XI – desenvolvimento de estudos e pesquisas
A presidenta da República, no uso da atribuição relacionados ao envelhecimento da população;
que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea a, XII – acompanhamento e controle social por
da Constituição, decreta: parte de entidades representativas na defesa e
promoção dos direitos da pessoa idosa; e
Art. 1º Fica estabelecido o Compromisso Nacio-
XIII – divulgação da política nacional do idoso.
nal para o Envelhecimento Ativo, com objetivo
de conjugar esforços da União, dos Estados, do Art. 4º A participação dos Estados, Distrito Federal
Distrito Federal, dos Municípios, em colaboração e Municípios no Compromisso Nacional para o
com a sociedade civil, para valorização, promoção Envelhecimento Ativo ocorrerá por termo de ade-
e defesa dos direitos da pessoa idosa. são, que retratará as diretrizes estabelecidas neste
Decreto.
Art. 2º As ações implementadas no âmbito do
Parágrafo único. A adesão de ente federado ao
Compromisso Nacional para o Envelhecimento
Compromisso Nacional para o Envelhecimento
Ativo terão como fundamentos os seguintes eixos:
Ativo implica responsabilidade de priorizar polí-
I – emancipação e protagonismo;
ticas e ações destinadas a garantir os direitos da
II – promoção e defesa de direitos; e
pessoa idosa, a partir dos eixos de atuação esta-
III – informação e formação.
belecidos no art. 2º e das diretrizes estipuladas
Art. 3º As ações implementadas no âmbito do no art. 3º.
Compromisso Nacional para o Envelhecimento
Art. 5º O Compromisso Nacional para o Envelheci-
Ativo serão orientadas pelas seguintes diretrizes:
mento Ativo poderá contar com a colaboração, em
I – diretrizes da política nacional do idoso, nos
caráter voluntário, de órgãos e entidades públicos
termos do art. 4º da Lei nº 8.842, de 4 de janeiro
ou privados, e de pessoas físicas.
de 1994, em consonância com o Estatuto do Idoso,
instituído pela Lei nº 10.741, de 1º de outubro de Art. 6º Fica instituída a Comissão Interministerial
2003; com objetivo de monitorar e avaliar ações promo-
II – promoção do envelhecimento ativo, por vidas no âmbito do Compromisso Nacional para
meio de criação de ambientes propícios e favo- o Envelhecimento Ativo e promover a articulação
ráveis à sua efetivação; de órgãos e entidades públicos envolvidos em sua
III – afirmação de direitos e do protagonismo implementação.
da pessoa idosa na promoção de sua autonomia Art. 7º A Comissão Interministerial prevista no
e independência; art. 6º será composta por representantes, titular
IV – articulação intra e intersetorial, para asse- e suplente, dos seguintes órgãos:
gurar atenção integral às pessoas idosas e às suas I – Secretaria de Direitos Humanos da Presidên-
famílias; cia da República, que a coordenará;
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II – Ministério da Justiça; Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua
III – Ministério do Trabalho e Emprego; publicação.
IV – Ministério da Educação; Brasília, 30 de setembro de 2013; 192º da
V – Ministério da Saúde; Independência e 125º da República.
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edições câmara
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