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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CAMPUS DE FRANCA

DISCENTE: Pedro Henrique Esteves R.A.: 191224332


DOCENTE: Prof. Dr. Marcelo Mariano
DISCIPLINA: Metodologia das Relações Internacionais
CURSO: Relações Internacionais TURNO: Vespertino

Apontamento de leitura
Texto: JACKSON, R. e SORENSEN, G. Debates metodologicos: abordagens clássicas
versus positivistas. IN: Introdução às Relações Internacionais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2007. 307-332.

DEBATES METODOLÓGICOS
 O primeiro debate da disciplina de Relações Internacionais – Idealismo liberal x
Realistas – girou entorno da substância das teorias, sem muita atenção a metodologia;
 Revolução Behaviorista: proposta de cientificidade para as teorias, antagonizando
com os tradicionalistas;
 Reação tradicionalista: resgata princípios do Realismo e combina com elementos
behavioristas;
 Positivistas (suposta objetividade e finalidade prática das pesquisas) x Pós-
positivistas (perspectivas críticas a estes princípios de neutralidade.

BEHAVIORISMO
 Contexto: décadas de 1950 e 1960;
 “Fundamentalmente, a convicção behaviorista na ciência política é a crença
acadêmica de que é possível haver uma ciência cumulativa de RI parcimoniosa,
precisa, sofisticada e com poderes explicativos e de previsão cada vez maiores. ”
(JACKSON; SORENSEN, 2007, p.310)
 Mesma metodologia para diferentes áreas do conhecimento;
 Interdisciplinaridade;
 Foco nos indivíduos1 e suas ações (pessoais, políticas, sociais, culturais, etc.);

1
Cf. Sociologia de Max Weber em Economia e Sociedade.
 Grupos, organizações e estruturas sociais ou políticas são apenas representações
desses indivíduos;
 Empirismo: coleta e análise de dados sobre um número crescente de variáveis para
explicar cada vez melhor os sistemas;
 Limitação histórica da abordagem.

A REAÇÃO DA ABORDAGEM CLÁSSICA2


 Autor considerado: Hedley Bull;
 Ausência de metodologia explícita. “No entanto, apresenta uma atitude e, de certa
forma, uma ética à pesquisa acadêmica. Rejeita a visão de que pode haver uma análise
científica válida ou correta de política internacional. ” (Ibid., p. 316);
 “A abordagem clássica considera a verdadeira pesquisa acadêmica como um produto
da experiência da prática ou da vocação, isto é: observar, ler, pesquisar, refletir e
escrever sobre relações internacionais. ” (Ibid., p. 316, grifo nosso);
 Foco no conhecimento particular do autor, em detrimento de uma metodologia
científica sob o argumento de alguns fatores não podem ser medidos e analisados em
toda sua complexidade objetivamente;
 Imparcialidade e distanciamento do observador é fundamental. Reconhecimento das
parcialidades inatas e incontornáveis de cada um, mas é necessário controlar tais
impulsos;
 Defesa contra as críticas behavioristas;
 Semelhanças no ataque a “ideologias” no conhecimento científico.

POSITIVISMO (MODERADO)
 Legado behaviorista, com os mesmos fundamentos, porém mais complexo;
 “A teoria é precisa: teorias positivistas são limitadas e específicas. A teoria é não-
relativista, ou seja: sustenta que as condições especificadas (variáveis independentes)
predominam em toda parte. ” (Ibid., p.322)
 Crença de que o quão mais simples e clara a teoria for, melhor3;

2
Ibid., p.315
3
Cf. Navalha de Ockham
 A teoria neorrealista de Kenneth Waltz é um exemplo (neorrealismo é uma parte do
positivismo).

ANÁLISE POLÍTICA
 “Políticas identificam objetivos e esquematizam cursos de ação das agências de
governo e de seus funcionários. Nesse sentido, as políticas externas definem os
objetivos e as atividades dos governos [...] em suas relações com os outros países. ”
(Ibid., p.325);
 Conceito instrumental e prescritivo, isto é, busca e define um método correto para se
atingir um certo objetivo político desejado pelo governo;
 Perspectiva maquiavélica;
 Requer conhecimento histórico, contextual e de experiência;
 Análise de escolha racional nas Relações Internacionais (ex: Teoria dos Jogos);
 “Ponto de contato entre positivismo e política. ” (Ibid., p.328)

CONCLUSÃO
 O conhecimento “humanístico [...], o qual enfatiza o julgamento, a interpretação, a
história e o direito. ” 4 defendido por realistas não necessariamente é contrário e
inconciliável com o conhecimento metodológico e objetivo proposto por
behavioristas e positivistas, como pode-se observar no neorrealismo de Waltz e na
análise de escolha racional.

4
(Ibid., p.329)
REFERÊNCIAS

JACKSON, R. e SORENSEN, G. Debates metodologicos: abordagens clássicas versus


positivistas. IN: Introdução às Relações Internacionais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2007. 307-332.

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