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Apontamento de leitura
Texto: JACKSON, R. e SORENSEN, G. Debates metodologicos: abordagens clássicas
versus positivistas. IN: Introdução às Relações Internacionais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2007. 307-332.
DEBATES METODOLÓGICOS
O primeiro debate da disciplina de Relações Internacionais – Idealismo liberal x
Realistas – girou entorno da substância das teorias, sem muita atenção a metodologia;
Revolução Behaviorista: proposta de cientificidade para as teorias, antagonizando
com os tradicionalistas;
Reação tradicionalista: resgata princípios do Realismo e combina com elementos
behavioristas;
Positivistas (suposta objetividade e finalidade prática das pesquisas) x Pós-
positivistas (perspectivas críticas a estes princípios de neutralidade.
BEHAVIORISMO
Contexto: décadas de 1950 e 1960;
“Fundamentalmente, a convicção behaviorista na ciência política é a crença
acadêmica de que é possível haver uma ciência cumulativa de RI parcimoniosa,
precisa, sofisticada e com poderes explicativos e de previsão cada vez maiores. ”
(JACKSON; SORENSEN, 2007, p.310)
Mesma metodologia para diferentes áreas do conhecimento;
Interdisciplinaridade;
Foco nos indivíduos1 e suas ações (pessoais, políticas, sociais, culturais, etc.);
1
Cf. Sociologia de Max Weber em Economia e Sociedade.
Grupos, organizações e estruturas sociais ou políticas são apenas representações
desses indivíduos;
Empirismo: coleta e análise de dados sobre um número crescente de variáveis para
explicar cada vez melhor os sistemas;
Limitação histórica da abordagem.
POSITIVISMO (MODERADO)
Legado behaviorista, com os mesmos fundamentos, porém mais complexo;
“A teoria é precisa: teorias positivistas são limitadas e específicas. A teoria é não-
relativista, ou seja: sustenta que as condições especificadas (variáveis independentes)
predominam em toda parte. ” (Ibid., p.322)
Crença de que o quão mais simples e clara a teoria for, melhor3;
2
Ibid., p.315
3
Cf. Navalha de Ockham
A teoria neorrealista de Kenneth Waltz é um exemplo (neorrealismo é uma parte do
positivismo).
ANÁLISE POLÍTICA
“Políticas identificam objetivos e esquematizam cursos de ação das agências de
governo e de seus funcionários. Nesse sentido, as políticas externas definem os
objetivos e as atividades dos governos [...] em suas relações com os outros países. ”
(Ibid., p.325);
Conceito instrumental e prescritivo, isto é, busca e define um método correto para se
atingir um certo objetivo político desejado pelo governo;
Perspectiva maquiavélica;
Requer conhecimento histórico, contextual e de experiência;
Análise de escolha racional nas Relações Internacionais (ex: Teoria dos Jogos);
“Ponto de contato entre positivismo e política. ” (Ibid., p.328)
CONCLUSÃO
O conhecimento “humanístico [...], o qual enfatiza o julgamento, a interpretação, a
história e o direito. ” 4 defendido por realistas não necessariamente é contrário e
inconciliável com o conhecimento metodológico e objetivo proposto por
behavioristas e positivistas, como pode-se observar no neorrealismo de Waltz e na
análise de escolha racional.
4
(Ibid., p.329)
REFERÊNCIAS